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Universidade Paulista UNIP Instituto de Ciências da Saúde Curso de Graduação em Nutrição Michelle Camilo de Oliveira Michelle Dias Borges Polyana Cristina Barbosa Santos Pollyanna Martins Jubé Nickerson da Cruz AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DE RÓTULOS DE FÓRMULAS INFANTIS À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA GOIÂNIA 2011

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Universidade Paulista – UNIP

Instituto de Ciências da Saúde

Curso de Graduação em Nutrição

Michelle Camilo de Oliveira

Michelle Dias Borges

Polyana Cristina Barbosa Santos

Pollyanna Martins Jubé Nickerson da Cruz

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DE RÓTULOS DE FÓRMULAS

INFANTIS À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

GOIÂNIA

2011

1

Michelle Camilo de Oliveira

Michelle Dias Borges

Polyana Cristina Barbosa Santos

Pollyanna Martins Jubé Nickerson da Cruz

AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DE RÓTULOS DE FÓRMULAS

INFANTIS À LEGISLAÇÃO BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

apresentado ao Instituto de Ciências da Saúde

da Universidade Paulista – UNIP, como

requisito parcial para a obtenção do grau de

Bacharel em Nutrição.

ORIENTADORA: Profª MSc. Daniela C. Fernandes

GOIÂNIA

2011

2

SUMÁRIO

1 Avaliação de rótulos de fórmulas infantis..................................................................4

2 Normas para publicação na revista do Instituto de Ciências da Saúde - UNIP....25

Avaliação da adequação de rótulos de fórmulas infantis à legislação

brasileira

Assessment of the adequacy of labels of infant formula with Brazilian law

Avaliação de rótulos de fórmulas infantis

Michelle Dias Borges1, Michelle Camilo de Oliveira2, Polyana Cristina Barbosa2

Santos, Pollyanna Martins Jubé Nickerson da Cruz2, Xisto Sena Passos3,

Daniela C. Fernandes4

1Endereço para correspondência do autor:

Rua: 1012 setor: Pedro Ludovico Residencial Quinta das Acácias nº791 apto: 702 fone (62) 3541-5474. E-mail:[email protected] 2Alunas de graduação em Nutrição da Universidade Paulista, Campus Flamboyant, Goiânia – GO

3Professor Doutor em Medicina Tropical. Professor Titular do Curso de Nutrição da Universidade

Paulista, Campus Flamboyant, Goiânia – GO 4Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Professora adjunta do Curso de Nutrição da

Universidade Paulista, Campus Flamboyant, Goiânia-GO

5

Resumo

Introdução. O Ministério da Saúde recomenda o aleitamento materno

exclusivo até os seis meses de idade. No entanto, em algumas situações que

podem submeter a criança à algum risco de contaminação, o aleitamento

materno pode ser contra indicado e há indicação para utilização de fórmulas

infantis. Nesse sentido, a rotulagem adequada das fórmulas constitui fator

importante para a correta utilização destas com o objetivo de suprir as

necessidades nutricionais dos lactentes. Objetivo. Avaliar a adequação dos

rótulos das fórmulas infantis, comercializadas no mercado varejista da cidade

de Goiânia-GO, à legislação vigente. Metodologia. Foram coletados dados de

28 fórmulas infantis de cinco marcas, no comércio varejista da cidade de

Goiânia-GO, por meio da adaptação de formulários padronizados pelo

Ministério da Saúde, para comparação com as exigências de rotulagens geral e

específica para fórmulas infantis. Ainda em relação à rotulagem específica,

selecionou-se 2 fórmulas infantis das duas marcas com maior número de

produtos comercializados para comparação das características de composição

e qualidade de nutrientes com a legislação. Resultados e Discussão.

Observou-se que a maioria das inconformidades encontradas nos rótulos, em

relação à rotulagem específica, foram a ausência da frase de advertência do

Ministério da Saúde quanto à faixa etária adequada ao produto (79%),

inadequação das características da frase de advertência (82%), ausência de

instruções de diluição do produto (25%) e presença de figuras humanizadas

(4%). Quanto à composição em nutrientes, observou-se que grande diferença

entre as marcas quanto ao conteúdo de algumas vitaminas e minerais.

Conclusão. Conclui-se que apesar da evolução na fiscalização, ainda há

necessidade de uma fiscalização atuante com o objetivo de melhorar a

adequação destes produtos, oferecendo mais segurança nas informações

transmitidas e no consumo destas fórmulas infantis.

Descritores: Rotulagem de fórmulas infantis, fórmulas de segmentos e

aleitamento materno, substitutos do leite materno.

6

Abstract

Introduction - The ministry of health recommends exclusive breastfeeding until

six months old. However, in some situations it may refer the child to some risk

of contamination, breastfeeding may be contraindicated and have an indication

for use of infant formula. Therefore, the proper labeling of the formulas is an

important factor for the correct use of these in order to meet the nutritional

needs of infants. Objective - Asses the adequacy of labels of infant formulas

sold in the retail market in Goiânia-Go, the current legislation. Methods -

Data were collected from five of 28 infant formula brands in the retail trade in

Goiânia-Go, using standardized forms by the ministry of health, for comparasion

with the labeling requirements of general and specific to infant formulas. Even

for the specific labeling, we selected two infant formulas of the two brands with

the highest number of products maketed to compare the composition and

quality of nutrients to the law. Results and Discussion - It was observed that

the majority of non-conformities found in relation to the absence of the words of

warning from the ministry of health regarding the appropriate age group (79%),

non-conformities in relation to the characteristics of the sentence of ministry of

health (82%), absence of the dilution instructions on the product (25%) and

specific labeling were humanized illustrations (4%). As for the nutrients

composition, it was observed differences in the amounts of some vitamins and

minerals. Conclusion - We concluded that despite the progress in monitoring,

there is still a need for active surveillance in order to improve the suitability of

these products, offering more safety information supplied and the use of these

infants formulas.

Descriptores – Labelling of infant formula, formulas segments and

breastfeeding, breast milk substitutes.

Introdução

O leite humano é o alimento que agrupa as características nutricionais

ideais, como uma composição nutricional balanceada contendo nutrientes

biodisponíveis, enzimas, hormônios, além de vantagens imunológicas e

7

psicológicas, fatores importantes na diminuição da morbidade e mortalidade

infantil.1

No entanto, apesar dos benefícios do aleitamento materno, e da

recomendação do Ministério da Saúde para o aleitamento materno exclusivo

até os seis meses de idade, em algumas situações específicas, as fórmulas

infantis são recomendadas em substituição parcial ou total ao leite materno. É

válido destacar que outros fatores como a inserção da mulher no mercado de

trabalho, a busca por praticidade na preparação dos alimentos e aceitação

favorável aos produtos industrializados, também contribuem para a utilização

de fórmulas infantis substituindo inadequadamente o aleitamento materno.2

Nesse sentido, com o aumento da procura por produtos industrializados,

as empresas começaram a aprimorar as vendas utilizando-se do marketing e

da publicidade, onde o mesmo era utilizado não somente para informar sobre o

produto, mas também, para impor conceitos, idéias e comportamentos.3 O

rótulo se tornou o elemento principal das empresas produtoras de alimentos na

divulgação de seus produtos com o objetivo de atrair a atenção do consumidor

e comunicar-lhes os benefícios de seus produtos. Com esta estratégia os

empreendedores se comunicam diretamente com seus consumidores e

diferenciam os seus produtos aos demais.4

Contudo, observa-se frequentemente a inadequação dos rótulos de

produtos alimentícios à legislação brasileira, sobretudo aqueles destinados aos

lactentes. Essa inadequação dos rótulos de produtos infantis constitui um grave

problema, visto que pode comprometer o estado nutricional do lactente, como

por exemplo, nos casos em que se utiliza uma promoção comercial que

incentiva o abandono ao aleitamento materno e/ou não apresenta as formas

corretas de preparo do produto, dentre outras. Vale ressaltar que esses

produtos não devem desencorajar o aleitamento materno e somente devem ser

utilizados na impossibilidade da mãe amamentar a criança, condição avaliada

por profissional da saúde. Outrossim, é importante lembrar que os dados

contidos nos rótulos devem ser fidedignos, pois estes tem a função de orientar

o consumidor sobre a qualidade e a quantidade de componentes nutricionais

contidos nos produtos, para que as necessidades nutricionais do lactente

sejam atendidas.5

8

Assim, a constante fiscalização dos rótulos desses produtos à legislação

constitui ferramenta importante de controle da qualidade das fórmulas infantis,

uma vez que estas estabelecem as definições sobre alimentos, procedimentos

para o registro, rotulagem geral, bem como características específicas que

devem ser obedecidas nos rótulos de fórmulas infantis.6 O presente estudo

teve o objetivo de avaliar os rótulos de fórmulas infantis quanto à conformidade

e/ou inconformidade com os parâmetros estabelecidos pela legislação para a

rotulagem geral, informação nutricional e rotulagem específica.

Metodologia

Realizou-se uma pesquisa observacional descritiva, na qual foram

analisados os dados de 28 rótulos de fórmulas infantis de 5 marcas diferentes,

comercializados na cidade de Goiânia-GO, classificadas na seguinte categoria:

fórmulas infantis para lactentes e fórmulas infantis de seguimento para

lactentes (item 1.2.1 da RDC nº 222/027 e parágrafo único do cap. II da RDC

43/118).

O critério escolhido para amostragem foi de livre acesso, com amostras

intencionais, ou seja, foram selecionadas todas as fórmulas infantis para

lactentes (destinadas à alimentação de lactentes até o sexto mês) e fórmulas

infantis de seguimento para lactentes (destinadas à alimentação de lactentes a

partir do sexto mês até onze meses e vinte e nove dias) incluindo as fórmulas

infantis especiais, comercializados na cidade de Goiânia-GO, com acesso no

próprio local de venda do produto, após autorização do proprietário ou

responsável local.

Os rótulos dos produtos foram analisados quanto à rotulagem geral e

rotulagem específica, conforme legislação vigente. Os formulários utilizados

foram adaptados do manual do Curso da Norma Brasileira de Comercialização

de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas

e Mamadeiras.9

A análise da rotulagem geral de fórmulas infantis para lactentes e de

fórmulas infantis de seguimento para lactentes contemplou os itens: presença

da designação do produto no painel principal – utilização do termo lactente

(item 9.1 da Portaria nº 977/9810); presença de rotulagem nutricional de acordo

com a Resolução RDC nº 360/0311; apresentação das informações em

9

português (Resolução RDC nº 259/0212); presença de lista de ingredientes,

apresentação de conteúdo líquido, identificação da origem, identificação do lote

e do prazo de validade (item 5 da Resolução RDC nº 259/0212); e presença do

registro no Ministério da Saúde (Resolução RDC nº 23/0013).

Quanto à rotulagem específica foram contemplados os seguintes

aspectos: presença de ilustrações não conformes (itens 4.3.1 e 4.6.1 da

Resolução RDC nº222/027); frases que sugerissem forte semelhança do

produto com o leite humano (itens 4.3.2 e 4.6.2 da Resolução RDC nº 222/027);

frases que colocassem em dúvida a capacidade das mães amamentarem (itens

4.3.3 e 4.6.3 da Resolução RDC nº 222/027 e item 9.1.7 da Portaria 977/9810);

utilização de denominações inadequadas para identificar o produto como

apropriado para lactente menor de seis meses de idade, como a expressão

“baby” ou similares (itens 4.3.4 e 4.6.4 da Resolução RDC nº 222/027);

utilização de informações que possam induzir o uso dos produtos baseado em

falso conceito de vantagem ou segurança (itens 4.3.5 e 4.6.5 da Resolução

RDC nº222/027); presença de promoção de outros produtos da empresa ou de

outras empresas no rótulo (itens 4.3.7 e 4.6.7 da Resolução RDC nº 222/027);

utilização de frases ou expressões que indiquem condições de saúde para os

quais o produto possa ser usado (item 4.3.6 da Resolução RDC nº 222/027);

identificação das fontes protéicas no rótulo (item 9.1.3 da Port. nº 977/9810);

presença das frases de advertência obrigatórias: "O Ministério da Saúde

adverte: Este produto só deve ser usado na alimentação de crianças menores

de um ano com indicação expressa de médico ou nutricionista” e “O Ministério

da Saúde adverte: o aleitamento materno evita infecções e alergias e fortalece

o vínculo mãe e filho" (item 4.4 da Resolução RDC nº 222/027 e Lei nº

11.265/0614); apresentação visual correta das frases de advertência

obrigatórias, em moldura, de forma legível, de fácil visualização, em cores

contrastantes, em caracteres idênticos e mesmo tamanho de letra da

designação de venda do produto (item 4.6 da Resolução RDC nº 222/027);

frases de advertência obrigatórias relativas à composição de fórmulas infantis

para lactentes e de seguimento, sendo que quando o produto não contiver leite

ou qualquer derivado lácteo, deve constar no rótulo: "não contém leite ou

produtos lácteos" ou uma frase equivalente (item 9.2 da Portaria 977/9810); e

presença de advertências sobre os riscos do preparo inadequado e instruções

10

para a correta preparação do produto, incluindo medidas de higiene a serem

observadas e as instruções para dosagem para diluição (item 4.5 da Resolução

RDC nº 222/027).

Ainda em relação à rotulagem específica, selecionou-se 2 fórmulas

infantis das duas marcas com maior número de produtos no mercado (A e B)

para avaliação das características de composição de nutrientes de acordo com

a Portaria 977/9810 e as legislações publicadas recentemente RDC nº 43/118 e

RDC nº 44/11.15

Para avaliar diferenças na adequação à legislação entre as marcas com

maior número de produtos no mercado de fórmulas para lactentes, aplicou-se o

Teste Qui-Quadrado (p<0,05). Por questões éticas as marcas dos produtos não

foram citadas, recebendo nomes fictícios e denominadas como A, B e C, em

ordem decrescente de participação no mercado de fórmulas infantis, sendo que

a categoria A representava a marca com maior número de produtos disponíveis

no mercado de fórmulas infantis (n=11), a categoria B a segunda marca com

maior número de produtos no mercado (n=10), e a categoria C representava as

demais marcas com menor número de produtos comercializados (n=7).

Resultados

Observou-se que, em relação à rotulagem geral, a maioria das fórmulas

infantis estava em conformidade com os critérios estabelecidos pela legislação,

com exceção dos itens identificação de origem e do lote, endereço completo da

empresa e ausência da indicação de que o produto pode conter traços de

glúten, todas com 3,57% de inadequação (Tabela 1).

Quanto à informação nutricional, observou-se inconformidade em relação

à presença da declaração do valor do percentual diário com 32,14% das

fórmulas infantis analisadas (Tabela 2). Os demais itens estavam conformes

em todos os produtos avaliados nesse trabalho (Tabela 2).

No que se diz respeito às informações de rotulagem específica, observou-

se que os maiores números de inconformidades foram em relação às

características da frase de advertência do Ministério da Saúde, sendo que esta

tem que estar em moldura e letras legíveis com 82,14% e em seguida vem à

ausência da frase de advertência do Ministério da Saúde quanto à faixa etária

adequada para utilização do produto com 78,57%, conforme mostrado na

11

Tabela 3. Outras inadequações encontradas nos rótulos foram a ausência de

instruções para dosagem de diluição do produto (25%) e a ausência de

destaque para os riscos decorrentes do preparo inadequado das fórmulas

infantis (15,38%) Tabela 3.

Os rótulos de fórmulas infantis não podem conter ilustrações ou frases

indicativas de condições de saúde. Essas inadequações e a ausência da

apresentação das fontes protéicas utilizadas nas fórmulas infantis de forma

clara, foram encontradas em 4% (n=1) dos rótulos, conforme mostrado na

Tabela 3. Os demais itens da rotulagem específica estavam conformes nas

fórmulas infantis avaliadas nesse trabalho (Tabela 3).

Na comparação da frequência de conformidades e inconformidades entre

as marcas de fórmulas infantis, houve diferença significativa (p<0,05) somente

para o item „destaque sobre os riscos de preparo inadequado das fórmulas

infantis‟, para o qual se observou p=0,049, com maior frequência nas marcas A

e B.

Na avaliação das características de composição e qualidade de nutrientes

das fórmulas infantis para lactentes, observou-se que as duas marcas com

maior número de produtos comercializados atenderam as quantidades mínimas

de nutrientes estabelecidas pela Portaria 977/9810, com exceção dos minerais

iodo e cobre que estavam presentes na marca A em quantidades abaixo do

recomendado pela legislação (Quadro 1). É válido ressaltar que alguns

nutrientes estão bem acima das quantidades mínimas estabelecidas pela

legislação, como o ácido linoléico, sendo que esses teores ultrapassam as

recomendações em 166% para a marca A e 213% para a marca B (Quadro 1).

Em relação aos minerais zinco e manganês a marca A esta bem acima da

quantidade mínima preconizada pela legislação, o mesmo acontece com

algumas vitaminas como, por exemplo, a vitamina B2 com 1.400% a mais do

recomendado (Quadro 1).

Quanto às fórmulas infantis de seguimento para lactentes, observou-se

que as duas marcas atenderam as recomendações propostas pela legislação,

e que também houve uma diferença elevada na quantidade recomendada pela

legislação, onde a marca A, em relação ao Ácido linoléico, possui 400

mg/100kcal (133%) acima do recomendado e a marca B 500 mg/100 kcal

(166%), já em relação ao Ácido pantotênico a marca A possui 410 mg/100 kcal

12

(136%) acima do preconizado pela legislação. Isso ocorre também com as

vitaminas B1, B2 e B6 (Quadro 2).

Em comparação à nova legislação, que entrará em vigor em 2013,

observou-se que as duas marcas avaliadas atenderão as recomendações

previstas na nova legislação, com exceção do teor de iodo e cobre na fórmula

infantil para lactente da marca A (Quadro 3). Observou-se ainda, que se as

duas marcas avaliadas, permanecerem com os mesmos valores de alguns dos

nutrientes compostos nas formulações atuais, como por exemplo, vitamina B2,

zinco e manganês, ficarão bem acima da quantidade recomendada pela

legislação que entrará em vigor (Quadro 3).

As fórmulas infantis de seguimento para lactentes, se permanecerem os

mesmo valores atuais, em relação a marca A, atenderão as recomendações

nutricionais da legislação, já teores do Ácido alfa-linolênico (ALA) no produto

da marca B (30 mg/100 kcal) estará abaixo do recomendado na legislação (50

mg/100 kcal) de acordo com o Quadro 4. A relação LA/ALA recomendado pela

nova legislação é de 5:1 à 15:1 e a marca B, se não fizer as alterações

necessárias, ultrapassará essa valor. Observou-se que, mesmo com as

alterações feitas na legislação, alguns nutrientes das duas marcas ainda

permanecerão bem acima do recomendo, como por exemplo, o Ácido

pantotênico na marca A, possui 710 mcg, cerca de 77% há mais do

recomendado (Quadro 4).

Discussão

O rótulo de um alimento é o meio de divulgação do produto por

apresentar informações necessárias aos consumidores. Além de ser um

veículo de comunicação, é o maior elo entre o produto e o consumidor. Nesse

sentido, as informações dos rótulos de fórmulas infantis devem ser redigidas

em uma linguagem simples e clara. É válido destacar ainda que os rótulos dos

produtos infantis, sobretudo fórmulas para lactentes, não devem estimular a

mãe a substituir o aleitamento materno.16

Em relação à rotulagem geral, observou-se que a maioria das fórmulas

infantis estavam em conformidade com os critérios estabelecidos pela

legislação, com exceção de alguns itens como identificação do lote e ausência

da indicação de que o produto pode conter traços de glúten (Tabela 1).

13

Embora, apenas 1 produto tenha sido identificado como não conforme,

destaca-se a importância da identificação do lote do produto e da declaração

de que este pode conter traços de glúten. Os demais itens avaliados estavam

adequados nos rótulos das fórmulas infantis, sendo este resultado importante,

uma vez que pode indicar mudanças positivas, por parte das indústrias, na

rotulagem geral desses produtos, provavelmente devido à fiscalização mais

atuante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e das

secretarias estaduais e municipais.

Outro resultado relevante é a apresentação das informações obrigatórias

nos rótulos em português, pois isso permite a compreensão do consumidor em

relação às características das fórmulas facilitando a escolha de produtos

adequados ao lactente, conforme indicação do médico ou nutricionista.

Na análise das informações nutricionais, observou-se inconformidade em

relação à presença da declaração do valor diário nas fórmulas infantis

avaliadas. No caso das fórmulas infantis, segundo o Informe Técnico nº 36, de

27 de junho de 200817, a informação nutricional deve ser declarada por 100 mL

e/ou por 100 kcal do alimento pronto para o consumo. Nesse caso, o

percentual de valor diário não pode ser declarado na informação nutricional.

Quanto à rotulagem específica, observou-se em 1 produto a ausência da

indicação das fontes protéicas (Tabela 3). A ausência das fontes protéicas nos

rótulos de fórmulas infantis contraria o previsto na legislação, o que pode

comprometer a prescrição das fórmulas infantis no que tange à avaliação da

qualidade protéica pelo nutricionista3.

Outrossim, a presença de ilustrações, fotos ou representações gráficas

de lactentes, crianças de primeira infância ou figuras que sugerem

características humanas nos rótulos não é permitida pela legislação vigente.

Observou-se em um dos produtos avaliados a imagem de um ursinho com

características semelhantes a de um ser humano. Estas ilustrações são

inadequadas, pois podem influenciar diretamente o consumidor a levar o

produto, baseando-se na suposta segurança que a imagem remete ao

consumidor.

Na análise de conformidades/inconformidades entre as marcas,

observou-se que a maioria das inconformidades encontradas, em relação à

rotulagem específica, foram ilustrações humanizadas, ausência das instruções

14

de diluição do produto e ausência da frase de advertência do Ministério da

Saúde quanto à faixa etária adequada ao produto, sendo que a frequência

dessas conformidades/inconformidades se distribuiu igualmente entre as

marcas (p>0,05). Já para o item ausência de destaque sobre os riscos de

preparo inadequado e instruções para a correta preparação do produto,

observou-se diferença significativa entre as marcas analisadas (p<0,05). Vale

acrescentar que a figura da mamadeira, presente em alguns rótulos nas

instruções do modo de preparo, é permitida pela legislação apenas para

fórmulas infantis destinadas a crianças de até 12 meses, pois pode induzir o

consumidor a utilizar tal produto de forma inadequada, e prejudicar a saúde

bucal da criança3.

As duas fórmulas infantis das marcas com maior número de produtos

comercializados (A e B) atenderam as recomendações nutricionais previstas na

legislação antiga e na nova legislação. No entanto, alguns nutrientes estão em

quantidades acima do recomendado na nova legislação, com grande variação

para alguns nutrientes conforme a marca do produto, como no caso da relação

entre LA:ALA na fórmula infantil de seguimento para lactentes da marca B.

Conclusão

Após a análise da rotulagem de fórmulas infantis concluiu-se que,

grande parte das exigências estão sendo obedecidas pelas empresas, o que

pode indicar uma fiscalização mais rigorosa, ou ainda, uma maior preocupação

das empresas com o público-alvo de seus produtos.

No entanto, vale destacar que em relação à rotulagem específica

observou-se ainda algumas inadequações relevantes como ausência da frase

de advertência do Ministério da Saúde quanto à faixa etária adequada para

utilização do produto, inadequações na apresentação da frase de advertência,

ausência de instruções para diluição das fórmulas, ausência do destaque para

os riscos decorrentes do preparo inadequado das fórmulas infantis, presença

de ilustrações e frases indicativas de condições de saúde. Além disso, a

ausência dos valores máximos permitidos para alguns nutrientes na legislação

têm favorecido a utilização de grandes quantidades de algumas vitaminas e

minerais. Isso demonstra que, apesar da evolução na fiscalização, ainda há

necessidade de uma fiscalização atuante com o objetivo de melhorar a

15

adequação destes produtos, oferecendo mais segurança nas informações

transmitidas e no consumo destas fórmulas infantis.

Portanto, vale ressaltar a importância do monitoramento de profissionais

da área da saúde, comunidade científica, políticas públicas e, finalmente os

próprios consumidores que devem observar as práticas de rotulagem e a

promoção de venda destes produtos, garantindo a amamentação por tempo

adequado e a segurança nutricional dos lactentes.

Referências

1. Cyrillo DC, Rarti E, Farina EMQ, Mazzon JA. Duas décadas da Norma

Brasileira de Comercialização de Alimentos para lactentes; há motivos para

comemorar? Rev Panam Salud Publ 2000;2(25):134-140.

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1994;124(9):1878-1885.

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(Mestrado em Engenharia de Produção) Universidade Federal de Santa

Catarina, Florianópolis 2001.

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rotulagem nutricional de alimentos. Rev Nutr Campinas 2007;1(20):83-93.

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RDC nº 222, de 5 de agosto de 2002. Regulamento técnico para promoção

comercial dos alimentos para lactentes e crianças de primeira infância. [acesso

12 out 11]. Disponível em: www.anvisa.gov.br.

16

8. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução RDC nº 43, de 21 de setembro de 2011. Dispõe sobre o

regulamento técnico para fórmulas infantis para lactentes. [acesso 26 out 11].

Disponível em: www.anvisa.gov.br.

9. Brasil. Ministério da Saúde. Manual do curso da norma brasileira de

comercialização de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância,

bicos chupetas e mamadeiras. Brasília; 2002

10. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria nº

977, de 5 de dezembro de 1998. Regulamento técnico para fórmulas infantis

para Lactentes e fórmulas infantis de seguimento. [acesso 12 out 11].

Disponível em: www.anvisa.gov.br.

11. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Resolução

RDC nº 360, de 26 de dezembro de 2003. Regulamento técnico para rotulagem

nutricional obrigatória de alimentos e bebidas embalados. [acesso 13 out 11].

Disponível em: www.anvisa.gov.br.

12. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002. Regulamento técnico para

rotulagem de alimentos embalados. [acesso 13 out 11]. Disponível em:

www.anvisa.gov.br.

13. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução nº 23, de 15 de março de 2000. Manual de procedimentos básicos

para registro e dispensa da obrigatoriedade de registro de produtos pertinentes

à área de alimentos. [acesso 14 out 11]. Disponível em: www.anvisa.gov.br.

14. Brasil. Ministério da Saúde. Presidência da República. Lei n° 11.265, de 3

de janeiro de 2006. Regulamenta a comercialização de alimentos para

lactentes e crianças de primeira infância.

15. Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Resolução RDC nº 44, de 21 de setembro de 2011. Regulamento técnico para

fórmulas infantis de seguimento para lactentes e crianças de primeira infância.

[acesso 26 out 11]. Disponível em: www.anvisa.gov.br.

17

16. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução RDC

nº 31 de 12 de outubro de 1992. Norma brasileira para a comercialização de

alimentos para lactentes. [acesso 12 out 11]. Disponível em:

www.anvisa.gov.br.

17. Brasil. Ministério da Saúde. Agência de Vigilância Sanitária. Informe

Técnico nº36, 27 de junho de 2008. Orientações sobre a declaração da

informação nutricional em alimentos para fins especiais e outras categorias

específicas. Brasilia; 2008 [acesso 15 nov 11]. Disponível em:

http://wwwanvisa.gov.br/informes/36_270608.htm

18

TABELA 1- Conformidade e inconformidade de rótulos de fórmulas infantis,

comercializadas na cidade de Goiânia-GO, em relação aos critérios de

rotulagem geral da legislação

Informações Obrigatórias

Conforme

Legislação

Não conforme

legislação

N % N %

Denominação de vendas 28 100,0 - 0,00

Lista de ingredientes 28 100,0 - 0,00

Conteúdo líquido 28 100,0 - 0,00

Identificação de origem 27 96,4 1 3,57

Nome da Empresa fabricante 28 100,0 - 0,00

Endereço completo da empresa 27 96,4 1 3,57

Identificação do lote 27 96,4 1 3,57

Prazo de validade 28 100,0 - 0,00

Modo de preparo 28 100,0 - 0,00

Instrução de uso 28 100,0 - 0,00

Informações que possam induzir o erro 28 100,0 - 0,00

A advertência: “contem ou não glúten” 27 96,4 1 3,57

Idioma em português 28 100,0 - 0,00

19

TABELA 2 – Conformidade e inconformidade de rótulos de fórmulas infantis,

comercializadas na cidade de Goiânia-GO, em relação à informação nutricional

complementar preconizada pela legislação

Informações Obrigatórias

Conforme

Legislação

Não conforme

legislação

N % N %

Declaração de Valores Energéticos 28 100,00 - 0,00

Unidades de Valores Energéticos 28 100,00 - 0,00

Formatação da Tabela Nutricional 28 100,00 - 0,00

Ausência da declaração do

percentual diário 19 67,86 9 32,14

20

TABELA 3 – Conformidade e inconformidade de rótulos de formulas infantis

comercializadas em Goiânia-GO em relação à rotulagem específica da

legislação

Informação Específica

Conforme

Legislação

Não conforme

legislação

N % N %

Presença de ilustrações no rótulo 27 96,30 1 3,70

Denominações de sugestão de produto

materno 28 100,00 - 0,00

Frases que induzam dúvidas sobre a

capacidade da mãe 28 100,00 - 0,00

Denominações que identifique o produto

como mais adequado 28 100,00 - 0,00

Informações de indução ao uso de fórmulas 28 100,00 - 0,00

Frases que indiquem condições de saúde 27 96,30 1 3,70

Promoção de produtos da empresa

fabricante 28 100,00 - 0,00

Destaque sobre o risco do preparo 24 84,62 4 15,38

Instruções para dosagem para diluição 22 79,00 7 25,00

Frase de Advertência: este produto só deve

ser usado em crianças menores de 1 ano 6 21,43 22 78,57

Características da frase de Advertência: em

moldura e letras legíveis 5 17,86 23 82,14

Presença no painel do termo Lactente 28 100,00 - 0,00

Fontes protéicas com indicação clara 27 96,30 1 3,70

Presença da frase “Não contem leite ou

produto lácteos” 28 100,00 - 0,00

21

QUADRO 1 - Características de composição em nutrientes de fórmulas infantis

de duas marcas tradicionais para lactentes em comparação com a legislação

1 Características de composição de qualidade definidas pela Portaria 977/98

Nutriente

Marca (g, mg, mcg ou

UI/100 kcal) Critérios para composição e qualidade

Mínimo-máximo1

A B

Energia 67 kcal 66 kcal Não contempla

Proteínas 1,8 g 2,3 g 1,8 g/100 kcal – 4 g/100 kcal

Lipídios 5,4 g 5,0 g 3,3 g/100 kcal – 6,0 g/100 kcal

Ácido linoléico 800 mg 940 mg Mínimo 300 mg/100 kcal

Vitamina A 104 mcg RE 386 UI 250 UI – 500 UI/ 75 mcg RE- 150 mcg RE

Vitamina D 1,5 mcg 70 UI 40 UI – 100 UI/ 1,0 mcg a 2,5 mcg

Vitamina E 0,81 mg α-TE 2,0 UI Mínimo 0,7 UI/100 kcal

Vitamina K 42 mcg 7,7 mcg Mínimo 4 mcg/100 kcal

Vitamina B1 340 mcg 60 mcg Mínimo 40 mcg/100 kcal

Vitamina B2 900 mcg 160 mcg Mínimo 60 mcg/100 kcal

Vitamina B6 100 mcg 60 mcg Mínimo 35 mcg/100 kcal

Vitamina B12 1,6 mcg 0,3 mcg Mínimo 0,15 mcg/100 kcal

Ácido fólico 12 mcg 15,8 mcg Mínimo 4 mcg/100 kcal

Ácido

pantotênico

330 mcg 400 mcg Mínimo 300 mcg/100 kcal

Biotina 2,1 mcg 2,4 mcg Mínimo 1,5 mcg/100 kcal

Vitamina C 10 mg 12 mg Mínimo 8 mg/100 kcal

Sódio 23 mg 27 mg 20 mg/100 kcal – 60 mg/100 kcal

Potássio 99 mg 92,6 mg 80 mg/100 kcal – 200 mg/100 kcal

Cloreto 64 mg 60,7 mg 55 mg/100 kcal – 150 mg/100 kcal

Cálcio 62 mg 85,3 mg Mínimo 50 mg/100 kcal

Fósforo 31 mg 43 mg Mínimo 25 mg /100 kcal

Magnésio 6,9 mg 7,7 mg Mínimo 6 mg/100 kcal

Ferro 1,2 mg 1,2 mg Mínimo 1 mg/100 kcal

Iodo 1,9 mcg 15 mcg Mínimo 5 mcg/100 kcal

Zinco 75 mg 0,78 mg Mínimo 0,5 mg/100 kcal

Cobre 15 mcg 64 mcg Mínimo 60 mcg/100 kcal

Manganês 750 mcg 11 mcg Mínimo 5 mcg/100 kcal

Colina 11,2 mg 13 mg Mínimo 7 mg/100 kcal

22

QUADRO 2- Características de composição em nutrientes de fórmulas infantis de seguimento de duas marcas tradicionais para lactentes em comparação com a legislação

1 Características de composição de qualidade definidas pela Portaria 977/98.

Nutriente

Marca (g, mg, mcg ou UI/100

kcal) Critérios para composição e qualidade

Mínimo-máximo1

A B

Energia 67 kcal 71 kcal 100 mL–no mínimo 60 kcal e no máximo 85

kcal

Proteínas 3,1 g 3,3 g 3,0 g/100 kcal – 5,5 g/100 kcal

Lipídios 4,4 g 4,2 3,0 g/100 kcal – 6,0 g/100 kcal

Ácido

linoléico

700 mg 800 mg Mínimo 300 mg/100 kcal

Vitamina A 106 mcg RE 114 mcg RE 250 UI – 7500 UI/ 75 mcg RE- 225 mcg RE

Vitamina D 2,3 mcg 1,65 mcg 40 UI – 120 UI/ 1,0 mcg a 3,0 mcg

Vitamina E 0,66 mg α-TE 0,94 mg α-TE Mínimo 0,7 UI/100 kcal

Vitamina K 4,6 mcg 8,4 mcg Mínimo 4 mcg/100 kcal

Vitamina B1 150 mcg 60 mcg Mínimo 40 mcg/100 kcal

Vitamina B2 250 mcg 130 mcg Mínimo 60 mcg/100 kcal

Vitamina B6 120 mcg 60 mcg Mínimo 45 mcg/100 kcal

Vitamina B12 0,27 mcg 0,30 mcg Mínimo 0,15 mcg/100 kcal

Ácido fólico 29 mcg 14,8 mcg Mínimo 4 mcg/100 kcal

Ácido

pantotênico

710 mcg 420 mcg Mínimo 300 mcg/100 kcal

Biotina 4,1 mcg 2,11 mcg Mínimo 1,5 mcg/100 kcal

Vitamina C 10 mg 12,7 mg Mínimo 8 mg/100 kcal

Sódio 37 mg 59 mg 20 mg/100 kcal – 85 mg/100 kcal

Potássio 141 mg 169 mg Mínimo 80 mg/100 kcal

Cloreto 83 mg 118 mg Mínimo 55 mg/100 kcal

Cálcio 120 mg 132 mg Mínimo 90 mg/100 kcal

Fósforo 68 mg 89 mg Mínimo 60 mg /100 kcal

Magnésio 8,7 mg 12,7 mg Mínimo 6 mg/100 kcal

Ferro 1,7 mg 1,7 mg 1 mg/100 kcal - 2 mg/100 kcal

Iodo 21 mcg 14,7 mcg Mínimo 5 mcg/100 kcal

Zinco 1,0 mg 0,98 mg Mínimo 0,5 mg/100 kcal

23

QUADRO 3 - Características de composição em nutrientes de fórmulas infantis

para lactentes de duas marcas tradicionais em comparação com a RDC 43/11

1 Características de composição de qualidade definidas pela RDC nº 43/11.

Nutriente

Marca (g, mg, mcg ou

UI/100 kcal) Critérios para composição e qualidade

Mínimo-máximo1

A B

Energia 67 kcal 66 kcal Mínimo 60 kcal/100 mL Máximo 70 kcal/100mL

Proteínas 1,8 g 2,3 g 1,8 g/100 kcal – 3 g/100 kcal – leite de vaca

2,25 g/100 kcal – 3,0 g/100 kcal – soja ou mistura

Lipídios 5,4 g 5,0 g 4,4 g/100 kcal – 6,0 g/100 kcal

Ácido

linoléico

800 mg 940 mg 300 mg/100 kcal – 1400 mg/100 kcal

Ácido alfa-

linolênico

100 mg 110 mg Mínimo de 50 mg/100 kcal

LA/ALA 8:1 8:1 5:1 -15:1

Vitamina A 104 mcg RE 386 UI 60 mcg RE- 180 mcg RE

Vitamina D 1,5 mcg 70 UI 40 UI – 100 UI/ 1,0 mcg a 2,5 mcg

Vitamina E 0,81 mg α-TE 2,0 UI Mínimo 0,5 mg α-TE

Vitamina K 42 mcg 7,7 mcg Mínimo 4 mcg/100 kcal

Vitamina B1 340 mcg 60 mcg Mínimo 60 mcg/100 kcal

Vitamina B2 900 mcg 160 mcg Mínimo 80 mcg/100 kcal

Vitamina B6 100 mcg 60 mcg Mínimo 35 mcg/100 kcal

Vitamina B12 1,6 mcg 0,3 mcg Mínimo 0,1 mcg/100 kcal

Ácido fólico 12 mcg 15,8 mcg Mínimo 10 mcg/100 kcal

Ácido

pantotênico

330 mcg 400 mcg Mínimo 400 mcg/100 kcal

Biotina 2,1 mcg 2,4 mcg Mínimo 1,5 mcg/100 kcal

Vitamina C 10 mg 12 mg Mínimo 10 mg/100 kcal

Sódio 23 mg 27 mg 20 mg/100 kcal – 60 mg/100 kcal

Potássio 99 mg 92,6 mg 60 mg/100 kcal – 180 mg/100 kcal

Cloreto 64 mg 60,7 mg 50 mg/100 kcal – 160 mg/100 kcal

Cálcio 62 mg 85,3 mg Mínimo 50 mg/100 kcal

Fósforo 31 mg 43 mg Mínimo 25 mg /100 kcal

Magnésio 6,9 mg 7,7 mg Mínimo 5 mg/100 kcal

Ferro 1,2 mg 1,2 mg 0,45 mg/100 kcal – 1,3 mg/100 kcal

Iodo 1,9 mcg 15 mcg Mínimo 10 mcg/100 kcal

Zinco 75 mg 0,78 mg Mínimo 0,5 mg/100 kcal

Cobre 15 mcg 64 mcg Mínimo 35 mcg/100 kcal

Manganês 750 mcg 11 mcg Mínimo 1 mcg/100 kcal

Colina 11,2 mg 13 mg Mínimo 7 mg/100 kcal

24

QUADRO 4- Características de composição em nutrientes de fórmulas infantis

de seguimento de duas marcas tradicionais para lactentes em comparação

com RDC 44/11

1 Características de composição de qualidade definidas pela RDC nº 44/11.

Nutriente

Marca (g, mg, mcg ou UI/100

kcal) Critérios para composição e qualidade

Mínimo-máximo1

A B

Energia 67 kcal 71 kcal 100 mL – no mínimo 60 kcal e no máximo 70 kcal

Proteínas 3,1 g 3,3 g 1,8 g/100 kcal – 3,5 g/100 kcal – leite de vaca

2,25 g/100 kcal – 3,5 g/100 kcal – soja ou mistura

Lipídios 4,4 g 4,2 4,0 g/100 kcal – 6,0 g/100 kcal

Ácido

linoléico(LA)

700 mg 800 mg 300 mg/100 kcal – 1400 mg/100 kcal

Ácido alfa-

linolênico(ALA)

83 mg 30 mg Mínimo de 50 mg/100 kcal

LA/ALA 8:1 26:1 5:1 -15:1

Vitamina A 106 mcg RE 114 mcg RE 60 mcg RE- 180 mcg RE

Vitamina D 2,3 mcg 1,65 mcg 1,0 mcg a 3,0 mcg

Vitamina E 0,66 mg α-TE 0,94 mg α-TE Mínimo 0,5 mg α-TE /100 kcal

Vitamina K 4,6 mcg 8,4 mcg Mínimo 4 mcg/100 kcal

Vitamina B1 150 mcg 60 mcg Mínimo 60 mcg/100 kcal

Vitamina B2 250 mcg 130 mcg Mínimo 80 mcg/100 kcal

Vitamina B6 120 mcg 60 mcg Mínimo 35 mcg/100 kcal

VitaminaB12 0,27 mcg 0,30 mcg Mínimo 0,1 mcg/100 kcal

Ácido fólico 29 mcg 14,8 mcg Mínimo 10 mcg/100 kcal

Ácido

pantotênico

710 mcg 420 mcg Mínimo 400 mcg/100 kcal

Biotina 4,1 mcg 2,11 mcg Mínimo 1,5 mcg/100 kcal

Vitamina C 10 mg 12,7 mg Mínimo 10 mg/100 kcal

Sódio 37 mg 59 mg 20 mg/100 kcal – 60 mg/100 kcal

Potássio 141 mg 169 mg 60 mg/100 kcal – 180 mg/100 kcal

Cloreto 83 mg 118 mg Mínimo 55 mg/100 kcal

Cálcio 120 mg 132 mg Mínimo 50 mg/100 kcal

Fósforo 68 mg 89 mg Mínimo 25 mg /100 kcal

Magnésio 8,7 mg 12,7 mg Mínimo 5 mg/100 kcal

Ferro 1,7 mg 1,7 mg 0,9 mg/100 kcal - 2 mg/100 kcal

Iodo 21 mcg 14,7 mcg Mínimo 10 mcg/100 kcal

Zinco 1,0 mg 0,98 mg Mínimo 0,5 mg/100 kcal

25

Anexo1 - Normas para publicação na Revista do Instituto de Ciências da Saúde – UNIP

Instruções aos autores

A Revista do Instituto de Ciências da Saúde em por objetivo contribuir na

divulgação dos conhecimentos na área das ciências da saúde, publicando

artigos originais, resumos de teses, relatos de casos clínicos, revisão e

divulgação. É aberta a colaboradores da comunidade científica em âmbito

nacional e internacional.

Estas instruções baseiam-se no “Uniform Requerements for Manuscripts

Submitted to Biomedical Journals (the Vancouver style)” elaborado pelo

“International Committee of Medical Journal Editors”.

1. Normas Gerais

1.1. Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos, não sendo

permitida a sua apresentação em outro periódico em formato impresso ou

eletrônico.

1.2. Os trabalhos serão submetidos a consultores escolhidos dentro da

especialidade e somente serão aceitos após o parecer dos mesmos, que

podem solicitar modificações. Os trabalhos não aceitos pela Comissão Editorial

serão devolvidos aos autores.

1.3. Os conceitos emitidos nos trabalhos são de responsabilidade exclusiva dos

autores, não refletindo a opinião da Comissão Editorial.

1.4. À Revista reservam-se todos os direitos autorais do trabalho publicado,

permitindo, entretanto, a sua posterior reprodução como transcrição e com a

devida citação da fonte.

1.5. Os trabalhos devem ser encaminhados primeiramente em português para

apreciação de consultor da área. Após a aceitação do trabalho e realização das

modificações solicitadas, os autores deverão enviar uma versão em inglês para

posterior publicação, que será submetida à apreciação de profissional

especializado para as necessárias correções e/ou modificações para

publicação.

1.6. Os originais e as ilustrações não serão devolvidos aos autores.

1.7. A data de recebimento e aceitação do original constará, obrigatoriamente,

no final do mesmo, quando da sua publicação.

26

1.8. Quando houver experimentos realizados in vivo em homens ou animais,

devem vir acompanhados com aprovação do Comitê de Ética que analisou a

pesquisa. Os seres humanos não poderão ser identificados a não que dêem o

consentimento por escrito.

1.9. Em folha à parte devem ser mencionados o título do trabalho e qual é o

primeiro autor. Em seguida, todos os autores devem assinar Declaração de

Responsabilidade Pública pelo conteúdo.

2. Preparação dos Trabalhos

2.1. O texto impresso deve ser fornecido em duas vias, papel formato A4, com

espaço duplo (fonte Times New Roman corpo 12). Todas as páginas devem

estar numeradas a partir da página de identificação, em um total de 20 laudas

incluindo as figuras. Manter as margens com 3 cm e as margens superior e

inferior com 2,5cm. Os trabalhos devem ser digitados (de preferência Quark

Express ou World for Windows) e entregues também em disquete com etiqueta

mencionando o nome do trabalho, autor, editor de texto usado e palavra-chave

de acesso. Os autores deverão manter em seu poder uma cópia enviada.

2.2. A página de identificação deve conter as informações na seguinte ordem:

a) Título em português e inglês;

b) Nome por extenso dos autores em letras maiúsculas;

c) Endereço do autor responsável, telefone, fax e E-mail;

d) Fontes de auxílio, bolsas e equipamentos mencionando o nº do processo;

e) Trabalho baseado em dissertação e tese deve ter a indicação do ano e a

instituição onde foi apresentado;

f) Trabalho apresentado em evento deve vir com a menção do nome do

mesmo, local e data;

g) Principal titulação dos autores deve vir em nota de rodapé com asteriscos.

2.3. Os resumos em português e inglês devem constar na página 2. Os artigos

originais devem contar o resumo e o “asbract” no formato estruturado, com o

máximo de 250 palavras, com os seguintes itens em formato de um só

parágrafo com cabeçalhos em negrito dentro do texto. Introdução (objetos de

estudo). Métodos (descrição do objeto do trabalho tais como, pacientes,

animais, plantas, etc.. e a metodologia empregada). Resultados (ordem lógica

sem interpretação do autor). Conclusões (vincular as conclusões ao objetivo

27

do estudo). Dar preferência ao uso da terceira pessoa do singular e do verbo

na voz ativa.

Para outras categorias de artigos o formato dos resumos deve ser o narrativo

com até 250 palavras.

As palavras-chave que identificam o conteúdo devem ser indicadas em número

de 3 a 10, e acompanhar o resumo e “abstract”.

Para determinar as mesmas em português consultar “Descritores em Ciências

da Saúde” (DeCS) elaborado pela BIREME (disponível em

www.bireme.com.br/decs/. Para indicar as palavras-chave em inglês consultar

“Medical Subject Headings” (Mesh).

Outras fontes podem ser utilizadas tais como “Descritores em Odontologia”

(DeOdonto), “Index to Dental Literature” e “International Nursing”. Caso não se

localizem palavras-chave que expressem o conteúdo podem ser indicados

termos consagrados.

2.4. As ilustrações (gráficos, desenhos, fotografias e quadros) são

considerados figuras, devem ser limitadas ao mínimo indispensável e indicá-las

no texto. Devem ser apresentadas com suas legendas em folhas separadas e

numeradas em seqüência com algarismos arábicos. As fotografias deverão ser

em preto e branco, com contrastes e papel brilhante. Não serão publicadas

fotos coloridas, a não ser em casos de absoluta necessidade e a critério da

Comissão Editorial, sendo custeadas pelos autores. A posição das ilustrações

deve ser indicada no texto.

a. Imagens fotográficas devem ser submetidas na forma de slides (cromos) ou

negativos, estes últimos sempre acompanhados de fotografias em papel.

b. Câmaras digitais caseiras ou semiprofissionais (“Mavica” etc.) não são

recomendáveis para produzir imagens visando à reprodução em gráfica,

devendo-se dar preferência a máquinas fotográficas convencionais (que

utilizam filme: cromo ou negativo).

c. Não serão aceitas imagens inseridas em aplicativos de texto (World for

Windows etc.) ou de apresentação (Power Point etc.). Imagens em Power Point

podem ser enviadas apenas para servir de indicação para o posicionamento de

sobreposições (setas, asteriscos, letras, etc.), desde que sempre

acompanhadas das imagens originais inalteradas, em slide ou negativo/foto em

papel.

28

d. Na impossibilidade de apresentar imagens na forma de slides ou negativos,

somente serão aceitas imagens em arquivo digital se estiverem em formato

TIFF e tiverem a dimensão mínima de 10x15cm e resolução de 300dpi.

e. Não serão aceitas imagens fora de foco.

f. Montagens e aplicações de setas, asteriscos e letras, cortes, etc. não devem

ser realizadas pelos próprios autores. Devem ser solicitadas por meio de

esquema indicativo para que a produção da Revista possa executa-las usando

as imagens originais inalteradas.

g. Todos os tipos de imagens devem estar devidamente identificados e

numerados, seguindo-se sua ordem de citação no texto.

2.5. As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em algarismos

arábicos, na ordem em que aparecem no texto. Não traçar linhas internas

horizontais ou verticais. As notas explicativas devem vir no rodapé da tabela.

As tabelas que foram extraídas de trabalhos publicados devem ter permissão

do autor por escrito e deve ser mencionada a fonte de origem.

2.6. Os nomes de medicamentos e matérias registrados, bem como produtos

comerciais devem aparecer em notas de rodapé; o texto deve conter somente

nomes genéricos.

2.7. Para as abreviaturas deve ser utilizada a forma padronizada e, para

unidades de medida, devem ser usadas as unidades legais do Sistema

Internacional de Unidades (SI).

2.8. As notas de rodapé serão indicadas por asteriscos e restritas ao

indispensável.

3. Estrutura do Texto

3.1. Para os artigos originais seguir o formato: Introdução, Métodos,

Resultados, Discussão, Conclusões, Agradecimentos (quando houver) e

Referências.

3.2. Os casos clínicos devem apresentar uma introdução concisa, breve

revisão da literatura, discussão e conclusão que podem incluir recomendações

para conduta dos casos relatados.

3.3. As comunicações devem ser sucintas. Não é necessário incluir métodos.

Porém é indispensável o resumo.

4. Referências

29

As referências devem ser listadas em ordem alfabética de nomes com

letras minúsculas numeradas em ordem crescente (normalizadas de acordo

com o estilo Vancouvert).

Os títulos das publicações devem ser citados em caracteres itálicos ou

grifados.

Os títulos dos períodos devem ser abreviados de acordo com Index

Medicus (List of Journals Indexed Medicus) (disponível

http://www.nlm.nih.gov).

Comunicação pessoal ou documentos não publicados devem vir em nota

de rodapé na página do texto onde são mencionados. A menção das

referências no texto deve ser feita por algarismos arábico em forma de

potenciação e numeradas de acordo com a lista das referências, (podendo no

entanto ser acrescido dos nomes dos autores e data de publicação). Se forem

dois autores deve-se citar no texto ambos separados pela conjunção “e”. Se

forem mais de dois autores, citar o primeiro autor seguido da expressão et al. A

exatidão das referências e a citação no texto é de responsabilidade do autor.

Exemplos

Artigos periódicos

1. Padrão:

De um autor seis autores, mencionar todos.

Mais de seis autores, incluir os seis primeiros autores seguidos de et al.

separando-os por vírgula.

Bordim RA, Lima GJMM, Brum P, Panizzi MC, Nones K, Vargas GA et al.

Avaliação das características nutricionais de duas variedades de soja

BRM9550293 (alta proteína bruta) e BRS133 (convencional) através de

ensaios de desempenho em camundongos. Rev Inst Cienc Saúde 2002 jan-jun;

20(1): 16-20.

2. Em formato eletrônico:

Morse SS. Factors in the emergence of infectious diseases. Emerg Infect Dis

[serial online] 1995 Jan-Mar [cited 1996 Jun 5]; 1(1):[24 screens]. Avalible from:

URL: http://www.cdc.gov/ncidod/EID/eid.htm.

3. Indicação do tipo de artigo:

30

Meirelles STS. Estágio atual das aplicações do mapeamento cintilográfico dos

ossos da face em Odontologia [Resumo]. Rev Inst Cienc Saúde 2000 jul-dez;

18(2): 164.

Livros e outras monografias

4. Capítulo de livro

Graziano KU, Silva A, Bianchi ERF. Métodos de proteção anti-infecciosa. In:

Fernandes AT. Infecção hospitalar e suas interfaces na área da saúde. São

Paulo: Atheneu; 2000. p. 93-116.

5. Dissertação e tese:

Miracca R. Alterações da resina acrílica quando submetida às radiações

ionizantes [tese de dotourado] São Paulo: Faculdade de Odontologia da

Universidade de São Paulo; 1991.

6. Eventos (Anais de conferências)

Lima GMM, Guidoni AL. Níveis de cromo-niocianato em dietas de suínos

em crescimento e terminação. In: Anais do 7º Congresso Brasileiro de

Veterinários Especialistas em Suínos; 1995; Blumenau, SC.