universidade federal de rondÔnia ronaldo m · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito...

48
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo Müller Soares UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS HIDROELÉTRICAS NO RIO MADEIRA E SUA UTILIZAÇÃO COMO FACILITADOR DIDÁTICO PARA DISCIPLINAS DO ENSINO MÉDIO JI-PARANÁ – RO 2009

Upload: others

Post on 02-Jun-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

Ronaldo Müller Soares

UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS 

HIDROELÉTRICAS NO RIO MADEIRA E SUA UTILIZAÇÃO 

COMO FACILITADOR DIDÁTICO PARA DISCIPLINAS DO 

ENSINO MÉDIO

JI­PARANÁ – RO

2009

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Ronaldo Müller Soares

UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS 

HIDROELÉTRICAS NO RIO MADEIRA E SUA UTILIZAÇÃO 

COMO FACILITADOR DIDÁTICO PARA DISCIPLINAS DO 

ENSINO MÉDIO

Trabalho   de   Conclusão   de   Curso   de   Graduação apresentado ao Departamento  de Física da Universidade Federal   de   Rondônia,   como   parte   dos   requisitos   para colação de grau no curso de Licenciatura Plena em Física.Orientador: Prof. Dr. Walter Trennepohl Júnior

UNIRDepartamento de Física

Ji­Paraná – RO2009

2

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

RONALDO MÜLLER SOARES

UMA   ANÁLISE   SOBRE   A   CONSTRUÇÃO   DAS   HIDROELÉTRICAS   NO   RIO 

MADEIRA   E   SUA   UTILIZAÇÃO   COMO   FACILITADOR   DIDÁTICO   PARA 

DISCIPLINAS DO ENSINO MÉDIO

Trabalho   de   Conclusão   de   Curso   de   Graduação 

apresentado ao Departamento de Física da Universidade 

Federal   de   Rondônia,   como   parte   dos   requisitos   para 

colação de grau no curso de Licenciatura Plena em Física.

21 de dezembro de 2009.

Resultado: ____________________

BANCA EXAMINADORA:

Prof. Dr. Carlos Mergulhão Júnior(membro)

Assinatura _____________________

Prof. Dr. Ricardo(membro)

Assinatura _____________________

Prof. Dr. Walter Trennepohl Júnior(orientador)

Assinatura _____________________

3

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Dedico este trabalho à:

Minha  mãe,  Senhora  Sibila,  pela  dedicação  e   apoio  durante  os   anos  que  estive  ocupado 

cursando minha graduação.

Ao Meu pai, Senhor Gessy, pela paciência, pelo estímulo e pelo apoio financeiro, sem o qual 

jamais teria conseguido meu objetivo.

4

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

AGRADECIMENTOS

Ao Senhor Seiji, físico que me ajudou por diversas vezes no decorrer do curso, fornecendo 

livros e dando dicas para que eu escolhesse o tema deste trabalho.

À Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Monteiro Lobato, por ter me concedido o 

direito de efetuar meus estágios pedagógicos em suas dependências.

Aos funcionários da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Monteiro Lobato que 

direta ou indiretamente colaboraram para o sucesso de meu estágio.

À   Escola   Estadual   de   Ensino   Fundamental   e   Médio   28   de   Novembro,   que   permitiu   a 

aplicação de questionário de pesquisa para levantamento de dados constantes neste trabalho.

À Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Joaquim de Lima Avelino, que permitiu a 

aplicação de questionário de pesquisa para levantamento de dados constantes neste trabalho.

À minha incansável amiga Solange, que sempre me incentivou a lutar pelo objetivo e jamais 

desistir.

À  Minha cara amiga Carla, que me ajudou na execução da pesquisa utilizada no presente 

trabalho, desde o levantamento dos dados até à manipulação dos mesmos.

Aos   Professores  Universitários   que  nesta   caminhada   sempre   me   ofereceram   a   mão   para 

atingir o objetivo final, a conclusão de minha graduação.

A todos  os  colegas  de  Universidade,  não só   aqueles  do meu curso,  mas   também aos de 

Matemática e Pedagogia que por vezes dividiram sala de aula comigo e que durante estes anos 

se tornaram a minha família Universitária.

Por fim, à Universidade Federal de Rondônia, que nestes rincões do país me proporcionou a 

oportunidade e fez um sonho se tornar realidade, sendo ela o meu estabelecimento de ensino 

para a obtenção do título de graduado.

5

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

“A  criatividade  é indispensável, porque é impossível conceber no   centro,   em   detalhe,   as   ‘reformas   do   terceiro   tipo’;   é   útil propor   textos,   mas   eles   não   são   suficientes;   constituem,   na melhor   das   hipóteses,   ‘condições   necessárias’,   incitam   e autorizam; mas a avaliação formativa,  as pedagogias ativas,  a diferenciação ou o diálogo com as famílias não são decretados por   textos   ministeriais;   eles   supõem   a   adesão   profunda   dos atores; nenhuma das reformas escolares dos últimos anos é uma verdadeira   resposta;   elas   propõem   mais   um   método,   um procedimento e objetivos, deixando aos estabelecimentos e aos professores a tarefa de desenvolver caminhos e de representar intenções gerais em dispositivos e práticas”.

Perrenoud, Philippe,(Pedagogia Diferenciada – Das intenções à ação)

6

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

RESUMO

O presente  trabalho procura apresentar  a  realidade do sistema energético 

brasileiro, sua história bem como os vários problemas por vezes encontrados ao longo dos 

anos que se passaram. Relata também um pouco da realidade do sistema energético do estado 

de   Rondônia,   onde   atualmente   se   encontram   em   construção   duas   grandes   Usinas 

Hidroelétricas, cuja construção tem causado grandes debates na esfera regional, nacional e até 

mesmo internacional.

Por fim, o trabalho apresenta uma pesquisa realizada com alunos do ensino 

médio sobre o tema abordado e, a partir do resultado desta pesquisa, mostra­se a importância 

do professor utilizar temas atuais e regionais como meio de induzir o aluno a melhorar o 

interesse pela disciplina que está sendo ministrada.

Palavras­chave: Didática, Energia, Energia Elétrica, Meio Ambiente, Usinas Hidroelétricas.

7

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

ABSTRACT

The present paper aims at presenting the reality of the Brazilian energetic system, its history   as  well   as   the  various  problems  met   during   the  years  passed  by.  Also   it   relates something about the reality of the energetic system of the state of Rondônia, where currently two big hydro electricity power plants are under construction. The construction process has caused enormous debates regionally, nationally and even internationally.

Lastly, the paper presents a research carried out with secondary school students on the theme in question, and based on the results of this research is shown the importance it has the teacher making use of present­day and regional themes as a means of inducing the student to improve his interest for the discipline taught.

Key words: didactics, energy, electricity, environment, hydro electric power plants.

8

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO..................................................................................................................09

1.1 – Apresentação..............................................................................................................09

1.2 – Metodologia...............................................................................................................10

1.3 – Fontes de Energia.......................................................................................................11

1.3.1 – Primeiras fontes de energia............................................................................11

1.3.2 – Fontes de energia mais utilizadas nos dias atuais..........................................12

1.3.3 – Fontes de energia mais utilizadas no Brasil...................................................13

1.4 – OBJETIVOS..............................................................................................................13

2 – USINAS HIDROELÉTRICAS COMO FONTE DE ENERGIA.......................................15

2.1 – Usinas Hidroelétricas no Brasil..................................................................................16

2.1.1 – Resumo histórico............................................................................................16

2.1.2 – Principais Usinas Hidroelétricas no Brasil.....................................................19

2.1.3 – Hidroelétricas em Rondônia...........................................................................21

2.1.3.1 – Hidroelétrica de Samuel..................................................................21

2.1.3.2 – Hidroelétrica de Santo Antônio.......................................................22

2.1.3.3 – Hidroelétrica de Jirau......................................................................24

2.2 – Os Impactos Diretos Provocados Pelas Construções no Rio Madeira.......................24

3 – A ESCOLA APROVEITANDO O TEMA PARA MELHORAR O ENSINO..................28

4 – CONCLUSÃO....................................................................................................................44

5 – REFERÊNCIAS..................................................................................................................45

9

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

1 ­ INTRODUÇÃO

1.1 – APRESENTAÇÃO

Nosso planeta já sofreu inúmeras transformações ao longo dos anos, muitas 

delas catastróficas e que causaram grandes mudanças. Atualmente o planeta se encontra sob 

novas alterações  e  uma das  que mais  chama a atenção é  o  aumento de  temperatura  que, 

conforme o portal Folha Online, provocará ciclones, tempestades e o derretimento de geleiras 

o que provocará, por sua vez, um aumento do nível dos oceanos, fazendo desaparecer ilhas e 

regiões de terras férteis. (FRANCE PRESSE. 2007).

Estas transformações podem ser catastróficas para o planeta e para a vida 

abrigada nele,  e é  o próprio homem o único capaz de frear este processo ou, até  mesmo, 

revertê­lo. Para que isso possa acontecer é fundamental que o homem diminua a liberação de 

CO2 na atmosfera e, para tal, terá de substituir as fontes de energia que utilizam o combustível 

fóssil pelas chamadas fontes de energia limpa.

É  sabido que as hidroelétricas são uma alternativa para o problema,  mas 

tem­se notado que até mesmo estas emitem gazes nocivos para a atmosfera, pois mesmo não 

havendo a queima de combustíveis para a geração de energia, as hidroelétricas necessitam 

muitas  vezes de um grande lago para criar  a energia  potencial  que será   transformada em 

cinética   e,   finalmente,   em elétrica.  E  é   bem aí   a   raiz   do  problema,   estes   grandes   lagos 

inundam grande quantidade de matéria orgânica que, apesar de não serem queimadas, sofre o 

processo de  decomposição  e,  assim,   resulta  na geração  de  gazes  nocivos  à   atmosfera  do 

planeta.

Para   a   construção   das   usinas   no   Rio   Madeira   houve   uma   tentativa   de 

amenizar  o   fator   lago  utilizando  apenas  o  potencial   já   existente  das  quedas  naturais.  No 

entanto,  não é  possível  construir  uma hidroelétrica  sem que haja  ao menos uma pequena 

barragem para direcionar o fluxo de água para as turbinas, fato que causa modificação no 

curso natural da água e provoca alagamentos na parte superior do rio. (SANTO ANTÔNIO 

ENERGIA – Home Page. 2009).

10

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

As hidroelétricas do Rio Madeira são fonte de inúmeros estudos, tanto em 

território brasileiro quanto internacional. Entre os ambientalistas, há  aqueles que critiquem 

este  empreendimento  e   enumerem os   impactos  negativos  da  construção,  mas  há   também 

aqueles que vejam a construção como uma alternativa menos impactante para a produção da 

energia que o país precisa para continuar a crescer. A verdade é que o assunto não deve ser 

visto olhando­se com apenas uma concepção, pois se for analisado apenas pelos impactos 

negativos diretos, não só esta, mas praticamente todas as obras humanas sobre o planeta serão 

abandonadas. No entanto, se o assunto for analisado apenas positivamente, corre­se o risco de 

não serem tomados os devidos cuidados para minimizar os impactos que podem ser evitados 

durante e após a construção.

O presente trabalho tem como objetivo debater o nível de conhecimentos 

dos alunos do ensino médio sobre os impactos provocados pela construção das usinas no Rio 

Madeira, por como este tema é considerado altamente relevante para a população regional, ele 

pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende 

mostrar é que a interdisciplinaridade tão discutida ultimamente pode sim ser uma forma muito 

interessante   de   o   professor   ministrar   suas   aulas,   inclusive   abordando   temas   regionais   e 

polêmicos, sendo, no entanto,  necessário que o professor possua conhecimento do assunto 

abordado e controle da situação para não transformar sua aula em um pandemônio.

1.2– METODOLOGIA

Com o intuito de desenvolver um levantamento sobre o conhecimento real 

dos alunos de ensino médio sobre os impactos causados pela construção das Hidroelétricas no 

Rio Madeira, elaborou­se um levantamento de dados e coletas de informações que seguiu o 

seguinte critério:

• Pesquisa de dados sobre as fontes de energia;

• Pesquisa sobre hidroelétricas como fontes de energia;

• Pesquisa sobre o projeto para a construção das hidroelétricas no Rio 

Madeira;

• Pesquisa sobre  os   impactos   (positivos  e  negativos)  ocasionados pela 

construção destas hidroelétricas;

11

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

• Elaboração  de  questionário   sobre  o   assunto,  voltado  para   alunos  de 

ensino médio;

• Coleta  de   informações  do  conhecimento  de  alunos  do ensino  médio 

sobre o impacto que as usinas devem causar, através do questionário elaborado anteriormente;

• Análise dos dados coletados;

• Produção de trabalho conclusivo relativo ao conhecimento dos alunos 

sobre o tema;

1.3– FONTES DE ENERGIA

Para discutir as fontes de energia, deve­se antes identificar o que é energia:

“O conceito de energia está intimamente relacionado com o de trabalho. Pode­se mesmo  definir   energia   como   sendo  a  grandeza  que  mede  a   capacidade  de  um  sistema realizar trabalho”. (CIVITA. 1976)."algo que é capaz de originar mudanças no mundo". (CARVALHO.      2009).

Sendo o primeiro um conceito mais mecânico da palavra e o segundo um 

conceito mais abrangente, pode­se a partir destes dois conceitos identificar o significado do 

termo energia como algo que está  presente desde a queda de uma folha de árvore,  ou na 

correnteza   de   um   rio,   no   funcionamento   de   uma   nave   espacial   ou   até   mesmo   no 

funcionamento do Sistema Solar.

Para este trabalho, o estudo proposto é direcionado à energia elétrica, que 

pode ser assim definida:

“Energia elétrica  é  uma forma de energia baseada na geração de diferenças de  potencial elétrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente elétrica entre ambos.” (WIKIPÉDIA. 2009).“A  Energia Elétrica  pode ser  definida como a capacidade de  trabalho de uma  corrente elétrica. Como toda Energia é a propriedade de um sistema que permite a  realização de  trabalho...     ...  Logo, o que chamamos de “eletricidade” pode ser entendido como Energia Elétrica se no fenômeno descrito, a eletricidade realiza de  trabalho por meio de cargas elétricas.” (Estevão. 2008).

1.3.1 As primeiras fontes de energia:

“A mais  antiga   fonte  que  o  homem utilizou  para  mobilizar  energia   foram seus próprios músculos. Ainda no início de sua história conheceu outras: o vento, as  correntes de água, o calor gerado pela queima de vegetais e ainda os músculos dos  animais”. (CIVITA. 1976). 

Na verdade, é bem provável que a seqüência não seja a acima relacionada. 

Pode­se, por exemplo, afirmar que os animais sejam a segunda fonte de energia conhecida, 

12

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

pois o  termo energia  sendo tão abrangente,  deve levar em consideração que os alimentos 

utilizados  pelo homem também são fontes de energia.  Alem disso, o homem primitivo já 

procurava   explorar  os   animais   como  meios  de   transporte  de   cargas.  A  verdade  é   que  o 

homem, desde seus primórdios já utilizava os mais diversos tipos de energia produzidos pelas 

mais diversas fontes.

1.3.2 Fontes de energia mais utilizadas nos dias atuais:

São   inúmeras   as   fontes   de   energia   utilizadas   atualmente,   desde   as   já 

conhecidas desde os primórdios, como Sol, queima de vegetais, vento, corredeiras, etc., até as 

mais modernas, que se utilizam da quebra de átomos. Por ser este trabalho voltado à energia 

elétrica, neste tópico serão abordadas apenas as fontes mais utilizadas desta energia.

A energia elétrica é explorada pelo homem apenas há pouco tempo. Sabe­se 

que esta energia existia desde tempos primórdios, por exemplo, nas descargas elétricas dos 

raios. No entanto o seu estudo é mais atual e provocou grandes mudanças na vida humana e 

do planeta como um todo.

As fontes de energia elétrica mais utilizadas pelo homem atualmente são:

• Energia hidráulica – Produzida através das hidroelétricas;

• Energia fóssil – Gerada a partir da queima de combustíveis fósseis 

como o petróleo;

• Energia  nuclear  –  Gerada  a  partir  de   reações  nucleares,   tem uso 

bastante difundido atualmente, porém é muito questionado pelos danos que provoca no 

ambiente;

• Energia eólica – Gerada a partir da energia dos ventos, é utilizada a 

bastante tempo e está sendo impulsionada pela chamada “Energia Verde”, que consiste na 

produção de energia sem resíduos prejudiciais ao Meio Ambiente;

• Energia   solar  –   Gerada   a   partir   da   energia   emitida   pelo   Sol,   é 

considerada uma fonte ideal para o meio ambiente, porém sua produção ainda é pequena, 

devido aos elevados custos para a sua producao;

• Energia de biomassa – Forma de produção defendida por muitos e 

tida como solução,  por ser possível em um país como o Brasil,  por exemplo,  produzir 

grande quantidade de energia desta forma. É um método que utiliza os resíduos de seres 

vivos   para   a   geração   da   energia   e,   desta   forma,   não   traz   alteração   na   produção   de 

13

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

poluentes,   pois   apenas   utiliza   o   produto   naturalmente   gerado   pela   decomposição   da 

matéria orgânica para a geração da energia;

• Energia gravitacional  – Gerada a partir  da variação do nível  dos 

oceanos com as marés, é pouco utilizada embora seja uma solução nao poluente.

• Energia geotérmica  ­ Pouco utilizada,  esta forma de utilização se 

aproveita do calor interno da Terra para a geração de energia elétrica. A Finlândia é um 

país que explora este tipo de produção. (SUA PESQUISA.COM. 2005).

1.3.3 Fontes de energia mais utilizadas no Brasil:

Um país  vasto  como o  Brasil,   composto  de  diferentes  culturas,   também 

possui   uma   diversidade   de   fontes   de   energia   elétrica,   embora   exista   atualmente   uma 

predominância de produção através das hidroelétricas, o que tem se tornado um referencial no 

país. Mas meios alternativos ainda são muito utilizados e novos meios têm sua implantação 

defendida com grande entusiasmo, o que pode provocar mudança neste referencial.

Embora  o Brasil  possua um potencial  hídrico   favorável  à   construção de 

usinas  para geração de energia,  antes  de desenvolver  este  potencial  ele  utilizou   inúmeras 

outras   fontes.  A energia  eólica   já   foi  utilizada  em sítios na região sul  do país,  a  energia 

produzida pela queima de combustíveis fósseis foi e ainda é muito utilizada em regiões não 

abastecidas pelo sistema elétrico nacional  sendo que dentre os combustíveis fósseis existe 

uma diversidade que não deve ser ignorada, pois existe a utilização de combustíveis como o 

diesel, o gás natural ou até mesmo a queima de madeira ou pó de madeira. Este último, que 

procura aproveitar restos de madeira beneficiada nas serrarias, é um método bastante utilizado 

na região amazônica. Outro método utilizado para produção de energia elétrica no Brasil em 

ascensão é o nuclear.

No Brasil a produção de energia elétrica através de usinas se distribui na 

seguinte  proporção:  Hidrelétricas   (82,5%),  Termelétricas   (14,9%) e Termonuclear   (2,6%), 

sendo que outras fontes de energia elétrica contribuem ainda com uma parcela muito pequena, 

como é o caso da produção eólica e solar. (ALVARENGA. 2008).

1.4– OBJETIVOS

O   principal   objetivo   do   presente   trabalho   é   demonstrar   como   um   tema 

regional e atual pode ser utilizado por educadores em sala de aulas para melhorar a eficiência 

14

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

da   aprendizagem.  A  construção  das   usinas  no  Rio  Madeira  é   um  tema  atual   e  que   tem 

produzido diferentes posicionamentos por partes de ambientalistas, governantes e população 

em geral.  No entanto nota­se que a proporção da população que participa ativamente dos 

debates em torno deste tema é irrisória se comparado ao tamanho do impacto que tal obra 

deve   produzir.   Em   virtude   disto   foi   elaborado   uma   pesquisa   na   qual   se   analisou   o 

conhecimento dos alunos sobre o tema abordado com o intuito de mostrar o potencial didático 

do tema, potencial este que muitas vezes é ignorado pelos educadores. Assim, o que se propõe 

neste  trabalho é  mostrar que um tema aparentemente simples e sem importância pode ser 

utilizado como fonte de material didático para tornar uma aula interessante e ao mesmo tempo 

descontraída.

15

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

2. USINAS HIDROELÉTRICAS COMO FONTE DE ENERGIA

“Uma  usina hidrelétrica  ou  central hidroeléctrica  é  um complexo arquitetônico,  um conjunto de obras e de equipamentos, que tem por finalidade produzir energia  elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico existente em um rio”.(WIKIPÉDIA. 2009).

Para um país de rico potencial  hídrico as hidroelétricas  são uma solução 

atraente, pois apesar de serem de construção demorada, tem um custo operacional baixo, visto 

que não gastam combustíveis, exigindo apenas trabalhos de manutenção e reposição de peças.

As usinas hidroelétricas têm como função principal transformar a energia 

disponível dos rios em forma potencial e cinética para energia elétrica. Para isto elas precisam 

normalmente de um reservatório de águas (represa) para elevar ainda mais o nível da água e 

aumentar assim sua energia potencial. Junto à barragem é construído um sistema de turbinas e 

geradores que são acionados pela passagem da água contida no reservatório. Com isto, a água 

do   reservatório,   ao  descer   pela   tubulação,   transforma   a   energia   potencial   acumulada   em 

energia   cinética   e,   sendo   direcionada   para   uma   turbina   existente   no   gerador,   ocorre 

inicialmente a transformação da energia cinética da água em energia mecânica da turbina e, 

com isto, o gerador transforma finalmente a energia mecânica da turbina em energia elétrica.

As hidroelétricas são consideradas geradoras de energia elétrica de forma 

menos   poluente,   principalmente   quando   comparada   com   a   gerada   através   da   queima   de 

combustíveis fósseis. A verdade é que mesmo não produzindo resíduos poluentes diretamente 

durante a geração de energia, as hidroelétricas possuem reservatórios de água que inundam 

grandes  áreas   florestais,   o  que   causa   a   decomposição  do  material   orgânico  das   florestas 

submergidas que, por sua vez, causa a liberação de gases poluentes. Esta conseqüência tem 

impulsionado  grandes  estudos  visando métodos  para  se   tirar  maior  proveito  do  potencial 

energético   do   rio   com   o   menor   reservatório   de   águas   possível.   (SANTO   ANTONIO 

ENERGIA – Home Page. 2009)

“Esse  tipo de energia responde por apenas 2,5% do  total  da energia usada no mundo e 15% da eletricidade gerada no mundo são oriundas dessa fonte. Diante desses percentuais, nota­se que a participação desse tipo de geração de energia  ainda é modesta. O início da utilização dessa fonte de energia ocorreu por volta de  1860, na Europa. No entanto, o seu uso foi efetivamente difundido após a Segunda  Guerra Mundial, pois inúmeras usinas foram construídas.” (FREITAS. 2007)

16

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Como as hidroelétricas  possuem como principal  limitação a exigência de 

recursos hídricos que possibilitem a sua produção, regiões que não disponham de rios com 

volume de água necessário ou que não apresentem um desnível necessário para a produção de 

energia não tem esta alternativa como meio viável. Outro fator que limita a construção de 

hidrelétricas é a inundação que ela produz em grandes áreas, fato que provoca o deslocamento 

de populações e muitas vezes a destruição de patrimônio natural,  cultural  e histórico.  Sua 

principal vantagem é o fator menos poluente, aliado ao fato de ser uma fonte de energia não 

esgotável.

2.1 – USINAS HIDROELÉTRICAS NO BRASIL

2.1.1 – Resumo Histórico:

Durante o período em que era colônia de Portugal, o Brasil era visto como 

uma fonte produtora de matéria prima e não havia o menor interesse português em implantar 

aqui  qualquer   tipo  de   indústria  que gerasse o desenvolvimento   local.  Assim,  existiam no 

Brasil  apenas  métodos rudimentares  de produção,  meios de transporte  e praticamente não 

havia indústrias. Com a Independência este quadro mudou e o país passou de apenas uma 

fonte produtora para ser também o responsável por seus produtos. Daí surge a necessidade de 

valorizar a matéria prima produzida antes que esta saia do domínio do próprio país.

Na mesma época da independência brasileira ocorre o início da utilização da 

energia elétrica como fonte geradora de trabalho, fato que modificou hábitos e costumes tanto 

na vida cotidiana do cidadão como das indústrias. Até aquele momento a indústria mundial 

utilizava mão­de­obra humana, força animal e máquinas a vapor como fonte de trabalho, mas 

a   descoberta  da   energia   elétrica   e,   principalmente,   do  dínamo  como gerador   de   energia, 

impulsionou mudanças radicais no mundo industrializado.

Logo em seguida começou­se a utilizar o petróleo como fonte de energia. 

Esta   exploração   foi   a   que   se   desenvolveu   mais   rapidamente   no   mundo   moderno,   mas 

encontrou os seguintes obstáculos: trata­se de uma fonte de energia esgotável, poluente, tem 

custo altíssimo e muitas áreas do planeta não dispõem de produção suficiente para abastecer 

seu consumo. Em virtude disto a energia elétrica que, por poder ser gerada de várias formas 

pode se adequar a muitas regiões, tem se tornado a alternativa mais viável para a produção de 

energia. 

17

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

“A utilização de máquinas elétricas, baseada na teoria de indução eletromagnética  que Faraday descobrira em 1931, começa a aparecer no fim do século: Thomas  Alva Edison constrói a primeira central elétrica, em 1879, para o serviço público  de distribuição de energia elétrica à cidade de Nova Iorque, e a primeira linha de  transmissão a longa distância será construída em 1891, na Alemanha.Graças ao interesse que o Imperador Pedro II dispensava às inveções e descobertas  científicas, o Brasil é também um dos pioneiros mundiais: no mesmo ano de 1879,  ele inaugura a iluminação elétrica da antiga Estação da Corte (hoje Estação D.  Pedro II), da Estrada de Ferro Central do Brasil, com 6 lâmpadas de arco voltaico,  tipo Jablockhoff, que substituem 46 bicos a gás, e produzem melhor iluminação.”“Campos (RJ) se torna a primeira cidade do Brasil e da América do Sul a receber  iluminação pública, elétrica em 1883. É também o Imperador quem inaugura, ali, a  máquina térmica acionadora de 3 dínamos, com potência de 52 kW, fornecendo  energia para 39 lâmpadas de 2000 velas cada uma. Seu serviço era de qualidade tão boa que até seu fechamento, dezoito anos depois, apenas uma vez, nas noites de  10 e 11 de junho de 1901, ela deixa de funcionar.”(BIBLIOTECA DO EXÉRCITO.  1977).Ocorreu ainda do século XIX a primeira experiência brasileira com 

hidroelétricas. No ano de 1892, em Diamantina (MG), foi ativada a Usina do Ribeirão do 

Inferno,  usina  esta  de  uso  privado,  para   fornecer   energia   a  uma mineradora.  A primeira 

hidroelétrica possuía uma casa de força com dois geradores de corrente contínua de cerca de 6 

kW cada um, acionados por uma roda de madeira. Fazia ainda parte do conjunto hidroelétrico 

uma linha de transmissão de 2 km que alimentava duas bombas de desmonte a  jato para 

exploração de diamante.

“A   primeira   usina   Hidrelétrica   instalada   no   Brasil   para   serviço   de   utilidade  pública é a Marmelos­Zero, no Rio Paraibuna, próximo à recém­construída estrada  União­Indústria,   exatamente  a  5  de   setembro  de  1889  –  último  aniversário  da Independência comemorado no Império.” .”(BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. 1977).A   primeira   Hidrelétrica   de   utilidade   pública   foi   construída   no município de Juiz  de Fora e  logo impulsionou a  indústria   têxtil  da região.   Em   conseqüência,   o   Brasil   que   como   colônia   não   possuía nenhum incentivo industrial, agora se via em espantoso crescimento na área.“De 1883 a 1900 a potencia instalada aumenta consideravelmente. Alguns números  podem dar uma visão desse crescimento: 1883 – 52 kW; 1889 – 4618 kW; 1890 –  5020 kW; e 1900 – 12085 kW.Para produzir esse 12085 kW há um mesmo número de usinas térmicas e de usinas  hidrelétricas, porém a capacidade instalada das primeiras é maior: 6585 kW contra  5500 kW das segundas.” .”(BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. 1977).

A partir daí o governo destinou cada vez mais recursos para a produção de 

energia no país, sendo sua preferência pela produção através das hidroelétricas. Apesar de não 

haver   naquela   época   preocupação   com   o   impacto   ambiental,   o   motivo   principal   desta 

preferência deve­se ao fato que a produção de energia através de hidroelétricas é muito mais 

barata, pois depende apenas da manutenção dos equipamentos e do custo de instalação inicial, 

visto que o combustível gerador é a água do rio e o desnível. Também já se acreditava que o 

potencial  hídrico para produção de energia  elétrica  no país fosse favorável  em relação às 

18

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

termelétricas que utilizavam como combustível o carvão mineral, cuja quantidade disponível 

acreditava­se ser pequena no país.

Em 9 de outubro  de 1899 o grupo Light  começa  a  atuar  em São Paulo 

assumindo o fornecimento de energia elétrica para a cidade e, em 16 de outubro de 1905, o 

grupo assume os mesmos serviços na cidade do Rio de Janeiro, sendo que entre 1899 e 1901 o 

grupo   constrói   sua   primeira   hidroelétrica   no   país,   a   Usina   Parnaíba   no   rio   Tietê,   cuja 

capacidade é de 2.000 kW, sendo posteriormente ampliada até atingir em 1912 sua capacidade 

maxima de 16.000 kW.

A história da exploração energética no Brasil se confunde com a própria 

história do país, pois, a partir de sua independência, o país passou por inúmeros avanços e 

mudanças, todos alavancados por bravos e patrióticos cidadãos que acreditavam no potencial 

de crescimento da nação,  que só   seria possível  se  fosse baseado numa fonte geradora de 

energia viável que se acreditava ser a hídrica. Assim, o país a revolução industrial produziu 

um   grande   amparo   no   crescimento   do   potencial   energético   brasileiro   baseado   em 

hidroelétricas.

Durante a II Guerra Mundial não houve crescimento na produção de energia 

no país, devido a dificuldade de se importar o material necessário para construção de novas 

usinas.   Este   fato,   associado   ao   desenvolvimento   pós­guerra,   com   o   implante   de   novas 

indústrias  no  país,  gerou  problemas  de   racionamento  no   fornecimento  de  energia   e  crise 

energética no país entre os anos de 1951 a 1964.

Para fazer frente à crise energética o país e os estados adotaram diferentes 

medidas. Dentre elas destacam­se a ampliação e geração de novos tributos, racionamento de 

energia,   incentivo ao aumento da produção de energia,   investimentos  públicos no setor,  a 

criação do BNDE para financiar os empreendimentos de eletrificação implantados depois de 

1953, a constituição da ELETROBRÁS e a posterior consolidação da estrutura financeira do 

setor com o fortalecimento do Fundo Federal de Eletrificação e os ajustes das tarifas.

Vale   destacar   que   em   1945   foi   criada   a   Cia.   Hidro   Elétrica   do   São 

Francisco­CHESF, cujo principal objetivo era o de explorar o potencial energético do Rio São 

Francisco, ao norte do estado de Minas Gerais e em grande parte do Nordeste brasileiro. Em 

1957 é criada FURNAS cujo objetivo é o ingresso do Governo Federal no campo de energia 

elétrica da Região Centro­Sul do país, até então em mãos de empresas privadas. FURNAS 

projetou a construção de usinas no rio Grande, rio este que limita os estados de São Paulo e 

19

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Minas Gerais, com o objetivo de se produzir energia elétrica próxima aos grandes centros 

consumidores de energia na época. Posteriormente foi construído o complexo Urubupongá 

também na região Centro­Sul do país, complexo este de enorme capacidade geradora para a 

época. Com isto se conseguiu minimizar a deficiência de energia elétrica para um país cuja 

indústria se encontrava impulsionada e em constante crescimento. 

Para   a   ampliação   de   produção   energética   de   um   país   em   franco 

desenvolvimento, a ELETROBRAS em parceria com a ANDE (Administracion Nacional de 

Eletricidad) concretizaram posteriormente a construção da ITAIPU­Binacional. Também foi 

construída no Rio Tocantins a Usina de Tucurui.

O programa Energético Brasileiro também conta com a produção de energia 

elétrica através  de usinas nucleares no estado do Rio de Janeiro,  composto pelo conjunto 

Angra I e Angra II que hoje são administradas pela ELETRONUCLEAR, uma subsidiária da 

ELETROBRAS. (BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. 1977).

2.1.2 – Principais  Usinas Hidroelétricas No Brasil:

A   energia   elétrica   atualmente   atende   a   aproximadamente   92%   dos 

domicílios   no   país.   A   produção   de   energia   é   realizada   por   usinas   hidrelétricas   e 

termoelétricas,  sendo que as  usinas  hidrelétricas  respondem por cerca de 97% da energia 

elétrica gerada. Para isto o Brasil dispõe de uma grande quantidade de usinas, sendo que as 

principais, com geração de energia a uma taxa maior que 30 MW, são:

Usina Hidrelétrica de Itaipu ­ Rio Paraná, 14.000 MW.Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós ­ Rio Tapajós, 8.381 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica de Tucuruí ­ Rio Tocantins, 8.370 MW.Usina Hidrelétrica de Belo Monte ­ Rio Xingu, 11.000 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira ­ Rio Paraná, 3.444 MW.Usina Hidrelétrica de Jirau ­ Rio Madeira, 3.300 MW. (licitada)Usina Hidrelétrica de Xingó ­ Rio São Francisco, 3.162 MW.Usina Hidrelétrica Santo Antônio ­ Rio Madeira, 3.150 MW. (em contrução)Usina Hidrelétrica Paulo Afonso IV ­ Rio São Francisco, 2.462 MW.Usina Hidrelétrica de Itumbiara ­ Rio Paranaíba, 2.082 MW.Usina Hidrelétrica Teles Pires ­ Rio Teles Pires, 1820 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica de São Simão ­ Rio Paranaíba, 1.710 MW.Usina Hidrelétrica de Foz do Areia ­ Rio Iguaçu, 1.676 MW.Usina Hidrelétrica de Jupiá ­ Rio Paraná, 1.551 MW.Usina Hidrelétrica de Itaparica ­ Rio São Francisco, 1.500 MW.Usina Hidrelétrica de Itá ­ Rio Uruguai, 1.450 MW.Usina Hidrelétrica de Marimbondo ­ Rio Grande, 1.440 MW.Usina Hidrelétrica de Porto Primavera ­ Rio Paraná, 1.430 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Santiago ­ Rio Iguaçu, 1.420 MW.Usina Hidrelétrica de Água Vermelha ­ Rio Grande, 1.396 MW.Usina Hidrelétrica de Corumbá ­ Rio Corumbá, 1.275 MW.Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa ­ Rio Tocantins, 1.275 MW.

20

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Usina Hidrelétrica de Segredo ­ Rio Iguaçu, 1.260 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Caxias ­ Rio Iguaçu, 1.240 MW.Usina Hidrelétrica de Furnas ­ Rio Grande, 1.216 MW.Usina Hidrelétrica de Emborcação ­ Rio Paranaíba, 1.192 MW.Usina Hidrelétrica de Machadinho ­ Rio Pelotas, 1.140 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Osório ­ Rio Iguaçu, 1.078 MW.Usina Hidrelétrica de Estreito ­ Rio Grande, 1.050 MW.Usina Hidrelétrica de Sobradinho ­ Rio São Francisco, 1.050 MW.Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães­ Rio Tocantins, 902,5 MW.Usina Hidrelétrica Henry Borden­ C. do Rio Pinheiros e Rio das Pedras, 889 MW.Usina Hidrelétrica de Campos Novos ­ Rio Canoas, 880 MW.Usina Hidrelétrica de Três Irmãos ­ Rio Tietê, 807,5 MW.Usina Hidrelétrica de São Manoel ­ Rio Teles Pires, 746 MW. (projetada).Usina Hidrelétrica de Capivara ­ Rio Paranapanema, 619 MW.Usina Hidrelétrica de Taquaruçu ­ Rio Paranapanema, 526 MW.Usina Hidrelétrica de Nova Ponte ­ Rio Araguari, 510 MW.Usina Hidrelétrica Itaúba – Rio Jacuí, 500,00 MW.Usina Hidrelétrica de Sinop ­ Rio Teles Pires, 461 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica Mascarenhas de Morais ­ Rio Grande , 458 MW.Usina Hidrelétrica de Cana Brava ­ Rio Tocantins, 456 MW.Usina Hidrelétrica de Itapebi ­ Rio Jequitinhonha, 450 MW.Usina Hidrelétrica de Moxotó ­ Rio São Francisco, 440 MW.Usina Hidrelétrica de Jaguara ­ Usina Hidrelétrica de Jaguara , 424 MW.Usina Hidrelétrica de Chavantes ­ Rio Paranapanema, 414 MW.Usina Hidrelétrica de Miranda ­ Rio Araguari, 408 MW.Usina Hidrelétrica de Três Marias ­ Rio São Francisco, 396 MW.Usina Hidrelétrica de Volta Grande ­ Rio Grande, 380 MW.Usina Hidrelétrica de Irapé ­ Rio Jequitinhonha, 360 MW.Usina Hidrelétrica de Rosana ­ Rio Paranapanema, 353 MW.Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava ­ Rio Tietê, 347 MW.Usina Hidrelétrica de Aimorés ­ Rio Doce, 330 MW.Usina Hidrelétrica de Promissão ­ Rio Tietê, 264 MW.Usina Hidrelétrica de Dardanelos ­ Rio Aripuanã, 261 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica de Capivari Cachoeira ­ Rio Capivari e Rio Cachoeira, 260 MWUsina Hidrelétrica de Balbina ­ Rio Uatumã, 250 MW.Usina Hidrelétrica de Samuel ­ Rio Jamari , 242,0 MW.Usina Hidrelétrica de Boa Esperanca ­ Rio Parnaíba ­ 237 MW.Usina Hidrelétrica de São Roque ­ Rio Canoas ­ 214 MW.Usina Hidrelétrica de Manso ­ Rio Manso ­ 212 MW.Usina Hidrelétrica Leonel de Moura Brizola (Jacuí) – Rio Jacuí, 180,00 MW.Usina Hidrelétrica Passo Real – Rio Jacuí, 158,00 MW.Usina Hidrelétrica Garibaldi – Rio Canoas, 150,00 MW.Usina Hidrelétrica de Bariri ­ Rio Tietê, 143 MW.Usina Hidrelétrica de Barra Bonita ­ Rio Tietê, 141 MW.Usina Hidrelétrica de Ibitinga ­ Rio Tietê, 132 MW.Usina Hidrelétrica Castro Alves ­ 130 MW.Usina Hidrelétrica Dona Francisca – Rio Jacuí, 125 MW.Usina Hidrelétrica de Fundão ­ Rio Jordão, 118,0 MW.Usina Hidrelétrica de Santa Clara ­ Rio Jordão, 118,0 MW.Usina Hidrelétrica Salto do Rio Verdinho ­ Rio Verde, 108,0 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica Salto ­ GO ­ Caçu­Itarumã, 108,0 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica de Euclides da Cunha ­ Rio Pardo, 109 MW.Usina Hidrelétrica de Queimado ­ Rio Preto, 105,0 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Grande ­ rio Santo Antônio, 102 MW.Usina Hidrelétrica de Jurumirim ­ Rio Paranapanema, 98,0 MW.Usina Hidrelétrica Barra dos Coqueiros ­ Rio Claro, 90 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica de Paraibuna ­ Bacia do Rio Paraíba do Sul, 85 MW.Usina Hidrelétrica de Canoas I ­ Rio Paranapanema, 81 MW.

21

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Usina Hidrelétrica de Caconde ­ Rio Pardo, 80 MW.Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes ­ Rio Araguari, 78 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Grande ­ Rio Paranapanema, 74 MW.Usina Hidrelétrica de Canoas II ­ Rio Paranapanema, 72 MW.Usina Hidrelétrica Caçu ­ Rio Claro, 65 MW. (em construção, conclusão: 2010)Usina Hidrelétrica de Santa Clara ­ Rio Mucuri, 60 MW.Usina Hidrelétrica de São João ­ Rio Chopim, 60 MW.Usina Hidrelétrica de Rosal ­ Rio Itabapoana, 55 MW.Usina Hidrelétrica de Camargos ­ Rio Grande, 48 MW.Usina Hidrelétrica de Cachoeirinha ­ Rio Chopim, 45 MW.Usina Hidrelétrica Canastra – Rio Santa Maria, 44,00 MW.Usina Hidrelétrica Barra Bonita ­ Rio Tietê, 36,02 MW.Usina Hidrelétrica de Espora ­ Rio Corrente, 32 MW.Usina Hidrelétrica de Limoeiro ­ Rio Pardo   , 32 MW.    (WIKIPÉDIA. 2009).

Vale   ressaltar   que   toda  usina  com geração  de  1  até   30  mW é   também 

comumente designada PCH ­ Pequena Central Hidrelétrica ­ Resolução ANEEL nº 652. Há 

no país um grande número de PCH’s e existem várias outras projetadas e em construção. As 

PCH´s fazem parte de um projeto de descentralização da fonte geradora de energia, que pode 

evitar  vários  problemas,  pois  estas   sofrem influências  apenas  regionais.  Assim,  caso haja 

período   de   estiagem   em   determinada   região,   apenas   o   abastecimento   local   ficará 

comprometido, já as grandes hidroelétricas, em caso de diminuição do nível do reservatório, 

pode   comprometer   o   fornecimento   de   energia   para   um   imenso   número   de   usuários. 

(WIKIPÉDIA. 2009)

Outro fator importante é que devido aos problemas ocorridos atualmente no 

país, que geraram falta de energia, para atender a demanda foi necessária a implantação de 

várias termoelétricas em regiões mais carentes ou menos acessíveis. (PETROBRAS – RA. 

2003). Este fator tem preocupado o governo, pois a energia gerada pelas termoelétricas além 

de ser mais cara é também mais poluente e sua produção é oriunda de um combustível de 

fonte   não   renovável.  Estes   fatores   induziram  o  Governo  Federal  Brasileiro   a   fazer   altos 

investimentos em construção de novas hidroelétricas, como se pode ver na relação anterior, 

que mostra um grande número de novas hidroelétricas sendo projetadas ou em construção. 

2.1.3 – Hidroelétricas em Rondônia:

O estado de Rondônia possui grande potencial hídrico para a construção de 

usinas hidroelétricas, visto que o mesmo se encontra em uma região limite entre o Planalto 

Central Brasileiro e a Planície Amazônica. Prova disso é  que entre as cidades de Vilhena 

(altitude 612 m.) e Porto Velho (altitude 85 m.), há um desnível de mais de 500 m.

22

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Vários estudos já foram elaborados para construção de novas hidroelétricas 

no estado. No entanto, o grande impacto ocasionado pela construção do lago não permitiu o 

desenvolvimento  de alguns  desses  projetos.  No presente momento  o estado conta,  para o 

abastecimento de energia elétrica na região, com uma usina hidroelétrica, algumas PCH’s e 

algumas termoelétricas. Os dois projetos atuais para a construção de hidroelétricas no Rio 

Madeira são as obras de maior impacto no estado atualmente.

2.1.3.1 – Hidroelétrica de Samuel

Instalada  no  Rio   Jamari,   afluente  da  margem direita  do  Rio  Madeira,   a 

Usina   Hidroelétrica   de   Samuel   teve   sua   construção   iniciada   no   ano   de   1982,   com   a 

perspectiva de conclusão em quatro anos. No entanto, devido a falta de verbas, a obra foi 

totalmente concluída apenas quatorze anos depois, sendo que a primeira turbina entrou em 

funcionamento apenas em 1989, a segunda em 1990 e, posteriormente, a obra foi concluída 

com o funcionamento de mais três turbinas, perfazendo assim um total de cinco turbinas que 

geram 242 MW e respondem por 78% da energia elétrica gerada no Estado de Rondônia.

Por   estar   localizado  em uma  região  de  planície,  o   lago  da  hidroelétrica 

exigiu   a   construção   de   45   km   de   barragens   nas   suas   duas   margens.   A   construção   da 

hidroelétrica,   no   entanto,   causou   grandes   impactos   no   estado,   tanto   econômicos   quanto 

sociais, ambientais e geográficos, além de outros. (FEARNSIDE. 2004).

“A implantação da Hidrelétrica de Samuel, que formou um reservatório de 540 km2 

no Estado de Rondônia em 1988,  fornece lições para tomada de decisões sobre  desenvolvimento em toda a Amazônia e em outras áreas tropicais”.“Em 1990, Samuel emitiu 11,6 vezes mais gases de efeito estufa do que teria sido  emitido gerando a mesma energia a partir de petróleo. Nos anos subseqüentes, até  o ano 2000, estas emissões diminuíram para um patamar estável em um nível ainda  2,6 vezes maior que a emissão da alternativa de combustível fóssil”. (FEARNSIDE.  2004).

Além  dos   impactos   comentados,   o   lago   obrigou   a   retirada   de  238   famílias  de agricultores que moravam na região.  A contaminação do  lago com o Mercúrio  existente no solo foi outro prejuízo. A retirada de animais que viviam na área e até  mesmo a destruição da flora local, bem como impactos provocados sobre povos  indígenas na região são apenas exemplos  de  tudo aquilo  que a obra provocou.  Como   positivo,   pode­se   citar   a   melhoria   na   qualidade   de   vida   do   cidadão rondoniense, que até a conclusão da obra, sofria com a energia gerada pela queima  de combustíveis fósseis e que além de possuir um custo elevado, muitas vezes era  racionada devido a produção ser inferior à  demanda. Outro fator positivo foi o  alavancamento da indústria no estado e conseqüentemente a geração de empregos.Deve ser ressaltado que para a construção da hidroelétrica de Samuel,  não foi  necessária a realização de estudos prévios [Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e  Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA)]  que só  começaram a ser  exigidos em 1986, apenas para obras a serem iniciadas, isentando aquelas já em  construção. (WIKIPÉDIA. 2009).

23

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

2.1.3.2 – Hidroelétrica de Santo Antônio:

Sendo  construída  10  km acima  da  cidade  de  Porto  Velho,  o  projeto  da 

Hidroelétrica de Santo Antônio prevê a inundação de uma área de 271 km2  e a geração de 

3150 MW de energia, num projeto ambicioso e inovador para o Brasil.

“Nos esclarecimentos  repassados ao Ibama, Furnas e Odebrecht  avaliam que o  assoreamento provocado pelas usinas é praticamente nulo porque, ao contrário das  hidrelétricas tradicionais, que formam grandes lagos e retêm o transporte de terra  pelos rios, as usinas do Rio Madeira funcionam a fio d’água. Nesse sistema, as  turbinas   estão   deitadas   e   são   movidas   não   por   uma   queda   d'água,   mas   pela  correnteza – o que, segundo o consórcio, mantém constantes a vazão e a velocidade  do rio.” (MAXIMO. 2007)

Trata­se de um sistema de turbinas instaladas dentro do próprio leito do rio, 

o   que   minimiza   a   necessidade   de   um   lago   no   local   para   gerar   a   queda   necessária   ao 

acionamento das turbinas. No caso da Hidroelétrica de Santo Antônio, o que irá acionar a 

turbina é o próprio volume de água do rio e não a queda por desnível. O desnível, pequeno 

neste caso, se faz necessário principalmente para que a água que sai da turbina tenha vazão 

livre   e   não   provoque   uma   desaceleração   durante   o   processo   de   geração   de   energia.   O 

resultado é  um lago pequeno em relação  à  quantidade  de  energia  gerada,  um diferencial 

favorável   em   termos  de  geração  de   energia   na   região   amazônica,   que   é   uma   região   de 

planícies.

A   elaboração  de   estudos   sobre  os   impactos   ambientais  provocados  pela 

construção teve início em 2003, sendo sua primeira versão apresentada em 2005. A partir daí 

o projeto sofreu várias modificações a pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, para 

garantir as informações necessárias sobre o real impacto ambiental a ser provocado. (SANTO 

ANTONIO ENERGIA –Home Page. 2009).

“UHE Santo Antônio ­ Informações Técnicas.

• Localização: Rio Madeira, a 10 Km de Porto Velho (RO)• Coordenadas geográficas: 08 48’04,0" S e 63 56’59,8" W• Distância da foz: 1.063 Km;• Área de drenagem: 988.873 Km²;• Nível de montante: 70 metros;• Nível de jusante: 52,73 metros;• Potência: 3.150 MW;• Energia firme: 2.140 MW médios;• Número de turbinas: 44;• Tipo de turbina: Bulbo;• Reservatório: 271 Km²;• Interligação à Rede Básica (SIN): 500 kV, 5 km, circuito duplo;• Prazo de geração da primeira unidade: 48 meses;

24

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

• Prazo de conclusão da instalação: 90 meses (7,5 anos);”

(Santo Antonio Energia –Home Page)

“A construção desse empreendimento começou pela margem direita do rio  Madeira, em Porto Velho (RO), em setembro de 2008 ­ cerca de um mês após a  concessão da licença de instalação pelo Ibama, em 18 de agosto. A Usina Santo Antônio será erguida em oito etapas construtivas, envolvendo o que há de mais moderno em tecnologia. Serão dois canteiros, um em cada margem do rio  Madeira”. (SANTO ANTONIO ENERGIA –Home Page. 2009).

“Paralelo   às   construções   principais,   outras   importantes   estruturas   serão edificadas:  

Sistema   de   Transposição   de   Peixes  ­   Anualmente,   os   peixes   nadam   contra   a corrente   procurando   locais   mais   adequados   e   seguros   para   reprodução.   Esta  construção, localizada na margem esquerda do rio e na ilha do Presídio, garantirá  que  os  peixes  não  tenham seu  ciclo  de  vida  afetado  pela  construção  da  Usina  Hidrelétrica, permitindo que transponham o empreendimento e cheguem à região do   reservatório.  

Interceptor de troncos  ­ Na UHE Santo Antônio existirá uma grande estrutura na região da superfície do reservatório localizado à montante das Tomadas D’água do Circuito   de   Geração.   Fixadas   por   colunas   de   concreto   no   leito   do   rio,   esta  estrutura impedirá que troncos e outros objetos flutuantes alcancem as turbinas e causem   danos   aos   equipamentos   submersos”.  (SANTO   ANTONIO   ENERGIA   –Home Page. 2009).

A   previsão   é   que   em   maio   de   2012   as   primeiras   turbinas   entrem   em 

funcionamento e, 36 meses após, já em 2015, esteja concluída toda a obra, com 44 turbinas 

funcionando   plenamente.   As   previsões   são   que   no   auge   da   obra,   em   2011,   haverá   nos 

canteiros de obras mais de 10.800 trabalhadores. Estima­se também que a energia produzida 

seja suficiente para suprir a necessidade de 44 milhões de brasileiros, o que corresponde a 

quatro vezes a população da cidade de São Paulo.  (SANTO ANTONIO ENERGIA –Home 

Page. 2009).

2.1.3.3 – Hidroelétrica de Jirau:

Também construída  no Rio  Madeira,  aproximadamente  90  km acima  da 

Hidroelétrica   de   Santo   Antônio,   Jirau  terá   capacidade   instalada   de   3.450   MW,   com   44 

turbinas instaladas, sendo para outubro de 2016 a previsão de conclusão da obra. Apesar de 

provalvelmente provocar o alagamento de uma área de 258 km2, considera­se este futuro lago 

pequeno   para   a   quantidade   de   energia   produzida,   pois   esta   usina   utilizará   os   mesmos 

princípios da Usina de Santo Antônio, com turbinas do tipo bulbo instaladas no leito do rio. 

(WIKIPÉDIA. 2009).

25

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

2.2 –   OS   IMPACTOS   DIRETOS   PROVOCADOS   PELAS 

CONSTRUÇÕES NO RIO MADEIRA.

Antes mesmo de autorizadas, as hidroelétricas do complexo do Madeira já 

provocaram alterações  na   região.  A população   local   se  posicionou  parte   favorável,  parte 

contrária às obras, e o debate tomou dimensões até mesmo fora do país. A Bolívia, vizinha 

mais   próxima   e   que   provavelmente   poderá   ser   atingida   com   as   obras   se   manifestou 

preocupada com o  assunto,  pois,   segundo alegações,  os   lagos  apesar  de  não atingirem o 

território daquele país poderiam provocar o aumento de endemias regionais como a malária e 

a  dengue,  devido ao alagamento  de regiões  de florestas  e  ao aumento  da proliferação de 

mosquitos transmissores destas doenças. Há também a questão do lençol freático fora da área 

do lago que sofre elevação de nível. Esta elevação ocasionada pelo represamento da água do 

rio provoca sua contaminação por elementos existentes no subsolo atingido, como o mercúrio, 

que existe em abundância nos solos da região. Esta contaminação poderá  atingir inclusive 

áreas do território Boliviano. O Tribunal da Água, uma Corte Internacional, em 14 de março 

de 2009 também condenou simbolicamente o Brasil pelas obras, considerando que as mesmas 

prejudicam   a   vida   das   populações   indígenas   e   ribeirinhas   da   região,   além   de   produzir 

impactos nos ciclos fluviais e na biodiversidade da região. (WIKIPÉDIA. 2009).

Os impactos diretos iniciaram imediatamente junto ao início das obras. A 

construção das barragens e a instalação das turbinas no leito do rio exigiram a detonação  e 

retirada de rochas do local. É real que o som se propaga melhor na água e no solo que no ar. 

Assim, numa região de cachoeiras,  onde os peixes costumam se aglomerar no período da 

piracema,   a  detonação  de  explosivos  para  quebrar   as   rochas  provoca  a  morte  de  muitos 

peixes, fator este que obrigou os órgãos ambientais a permitir a pesca na região até mesmo no 

período de piracema, na tentativa de amenizar a exposição do estrago provocado pelas obras.

Outro  grande  impacto  que  as  obras  provocam é  a  destruição da  floresta 

nativa em áreas próximas aos canteiros para instalação de barracões de obras e depósitos de 

materiais, áreas estas que não ficarão submersas e que não precisariam ser destruídas. Além 

do desmatamento desta área externa,  o entulho retirado do leito do rio, no local onde são 

instaladas as turbinas, é outro fator prejudicial, pois este entulho é jogado em um terreno fora 

do lago e, por ser composto de rochas e detritos, torna­se praticamente um lixo abandonado. 

Vale ressaltar que parte das rochas será utilizada na concretagem, mas uma grande parte dela 

será considerada lixo.

26

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Não bastassem os impactos à biodiversidade, existem os impactos de nível 

social, pois a infra­estrutura da região para os cuidados de saúde, sanitários, de educação e até 

mesmo de  alimentação  e hospedagem não está  preparada  para  um aumento   repentino  de 

habitantes. Assim sendo, há um aumento no sofrimento da população durante o início desta 

alteração até que o estado consiga preparar a região para tal mudança. Há aí um novo ciclo. 

As obras exigem mais moradias e infra­estrutura, que por sua vez, para ser produzida, exige 

mais mão de obra e isto pode ser adquirido qualificando a já existente ou trazendo de outras 

regiões. Estes fatores afetam a vida do cidadão que está acostumado a calmaria e faz com que 

este tenha que se adaptar de forma abrupta a um novo tipo de vida, bem como a uma nova 

realidade em sua região.

Quando   terminadas   as   obras   o   impacto  negativo  não   termina.  Os   lagos 

estarão ali agora para sempre e junto a eles a proliferação dos mosquitos, a contaminação do 

lençol freático e até mesmo da água do rio, bem como seus peixes e a população ribeirinha. A 

paisagem local será alterada, belezas naturais serão perdidas e patrimônios ficaram submersos 

sob a água do lago.

Mas   não   se   deve   considerar   apenas   os   impactos   negativos.   Mesmo   no 

processo  de   construção   existem   fatores   positivos   e   que  merecem  destaque.  Como   já   foi 

abordado, o estado teve que imediatamente se adaptar para uma nova realidade. O aumento da 

capacidade de atendimento nos hospitais e o aumento da oferta de vagas nas escolas da região 

só   é   possível   com   investimentos,   tanto   em   estrutura   física   quanto   em   profissionais 

qualificados para o trabalho, e isto implica em imediato aumento de emprego e geração de 

renda para os profissionais que assumirem tais postos. O aumento da população na região 

contribui diretamente para o aumento de consumo de bens, e isto impulsiona evidentemente o 

comércio   local  e  a  agricultura,  pois  os  produtos  hortifrutigranjeiros  produzidos  na  região 

sempre tem a preferência na hora da compra, por se tratar de produtos mais frescos e com 

menor índice de conservantes. (CUNHA. 2008).

Depois de concluídas as obras toda esta estrutura que foi montada para dar 

suporte   fica   construída   e,   logicamente,   será   aproveitada.   Profissionais   foram   treinados   e 

conhecimento não se perde. Assim o profissional que aproveita a oportunidade poderá pelo 

resto de sua vida usufruir dos benefícios deste impacto positivo proveniente da construção das 

hidroelétricas.

27

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Além disso, com início de operação comercial  previsto para 2012 (Santo 

Antônio) e 2013 (Jirau), as duas usinas recolherão anualmente R$ 15 milhões à União, R$ 67 

milhões ao estado de Rondônia e outros R$ 67 milhões ao município de Porto Velho, na 

forma   de   compensação   pelo   uso   dos   recursos   hídricos   do   rio   Madeira. 

(ADMINISTRADORES. 2008).

28

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

“Na educação, existe uma separação epistêmica que vê o aluno como um objeto, ao considerar apenas sua dimensão intelectual que despreza as origens deste aluno, sua cultura e seus valores. Para superação dessa dicotomia o caminho está em reconhecer nestes sujeitos o seu contexto, buscar uma proximidade, e assim, compreender   isto como um autoconhecimento,  como um guia para a prática educativa”.

Brito, Licurgo Peixoto de; Palheta, Franciney Carvalho Uma Experiência De Ensino Através De Temas Regionais 

Na Amazônia: Sinais Do Paradigma Emergente.

29

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

3   –   A   ESCOLA   APROVEITANDO   O   TEMA   PARA   MELHORAR   O 

ENSINO.

O tema educação tem sido debatido durante séculos. Formas de se transmitir 

conhecimento são estudadas e já serviram para produção de inúmeras teorias. No entanto, é 

notório que toda a obtenção de conhecimento é facilitada associando­se à teoria um pouco de 

prática. Também é indiscutível que todo elemento tem interesse maior por assuntos que lhe 

convenham e para os quais ele dedica maior atenção. É baseado nesta premissa que o presente 

trabalho propõe a utilização de um tema atual, impactante e de grande interesse para os alunos 

desta região, que são os primeiros atingidos pela obra, direta ou indiretamente, para despertar 

o interesse dos alunos no aprendizado de várias disciplinas.

“Esta forma de ver a educação mostra que Paulo Freire procurava fazer com que  os sujeitos se vissem como sujeitos históricos, capazes de fazer a história, numa  relação   de   ação­reflexão­ação,   que   antes   de   tudo   significa   ver   sua   própria  realidade, reconhecer­se nela, problematizá­la, vislumbrar possibilidades e buscar,  assim, sua superação e modificação. Assim, a proposta de Paulo Freire assume não  aceitar a educação como um processo neutro, pelo contrário, como um processo de  reconhecimento  entre  os   sujeitos,  o  meio  e  o  contexto,  na mais   íntima relação.  Nesse   sentido,   as   demais   propostas   de   ensino   por   meio   de   temas   partem   dos  mesmos pressupostos.” (Brito e Palheta)“Como o conhecimento local tem que ser total, este tem de avançar para alargar as  interfaces,   ao   procurar   a   multiplicidade   dos   saberes,   pois   o   conhecimento  disciplinar é disciplinado, na medida que policia e reprime as transposições para  outras   fronteiras,   para   outras   formas   de   conhecimento   que   foram   tornadas  marginais.  Para superar  a hegemonia de  uma forma de conhecimento  (ciência)  sobre   todos  os  demais,  por  exemplo,  um caminho apontado por  Boaventura  de  Sousa Santos é  propor um tema de interesse social  que traga um conhecimento  capaz de ajudar na solução da temática, o que não será apenas local, também será  total, uma vez que este tema pode ir além de se fazer um gerador elétrico, pode ajudar  no  posto  de   saúde,  na   iluminação,  na   comunicação,   erradicar  doenças,  diminuir  a  mortalidade  infantil   e  assim por diante.   Isto  configura a verdadeira  busca pelo conhecimento pós­moderno, que se amplia a medida que o objeto de  estudo   e   atuação   se   amplia,   na   busca   de   interfaces.   Exatamente   por   estas  características que ‘esta compreensão traz em si o desafio à interdisciplinaridade e à   pluralidade   metodológica’   (Freitas,   2006),   isto   porque   ‘cada   método   é   uma linguagem   e   a   realidade   responde   na   língua   em   que   é   perguntada.   Só   uma  constelação de métodos pode captar o silêncio que persiste entre cada língua que pergunta’.(Santos, 2006a)” (BRITO e PALHETA. 2009).

O tema “Hidroelétricas do Rio Madeira” pode ser abordado de forma direta 

nas disciplinas de geografia, em particular de Rondônia, história, física, estudos ambientais, 

30

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

matemática, etc.. Necessário é, no entanto, que o professor ministrante de tal disciplina esteja 

disposto a versatilizar sua forma de ensinar sua disciplina, para que possa inserir o conteúdo a 

ser ministrado dentro do tema regional.

O   que   se   sugere   é   a   utilização   do   assunto   como   facilitador   para   a 

compreensão do conteúdo a ser abordado na referida matéria. Não está sendo sugerido que o 

professor deixe de ensinar o conteúdo da disciplina, trocando o mesmo pelo tema regional. 

Diversas vezes se comenta sobre um vendedor de picolés, que tem facilidade em calcular que 

três picolés de R$ 0,30 produzem um débito de R$ 0,90, mas que ao ser interrogado com uma 

afirmação diferente daquela à qual ele está acostumado, terá dificuldades em responder que 

trinta multiplicado por três resulta em noventa. É notável então que inserindo um fator do seu 

dia  a  dia  na  operação  matemática  o  aluno  conseguirá   raciocinar  com maior   facilidade  o 

assunto desejado. Logo, se para o ensino da matemática a utilização do tema relacionado ao 

cotidiano do elemento é fator positivo, o mesmo pode ocorrer nas demais disciplinas.

Para saber como o tema tem sido utilizado em sala de aula e para saber 

sobre o que os alunos sabem sobre o  tema,  foi  aplicado um questionário  entre  alunos de 

ensino médio em duas escolas da rede pública no município de Ouro Preto do Oeste.  Os 

resultados  obtidos   foram os  seguintes,  quando perguntados  se   tiveram alguma aula   sobre 

produção de energia no estado de Rondônia:

­ 68% deles responderam que sim, o que se pode considerar um bom começo, pois 

mostra que em alguma disciplina a maioria dos alunos já discutiu o tema geração de energia 

em Rondônia. Vale lembrar que não foi perguntado qual forma de energia, mas acredita­se 

que o tema subtendido estava relacionado à energia elétrica;

­ 23% disseram nunca ter tido uma aula sobre o assunto, o que pode ser ocasionado 

pela mudança de escola de parte deles, ou até mesmo por estarem em séries diferentes onde o 

tema realmente não foi abordado;

­ 8% dos alunos disseram não recordar se tiveram alguma aula sobre o assunto;

­ 1% não responderam a esta pergunta.

31

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Você já teve alguma aula que comentasse o assunto produ ção de energia no estado de Rodônia?

68%

23%

8% 1%

Sim

Não

Não Recordo

Branco

Quando solicitados aos alunos que responderam afirmativamente a pergunta 

anterior sobre a disciplina na qual haviam estudado o assunto, ressaltando que nesta opção é 

permitido que se tenha estudado em mais de uma disciplina, os resultados foram: geografia 

(54%),   história   (16%),   física   (14%),   outras   (10%)   e   Biologia   (6%).   Estes   valores   não 

expressam que apenas 6% dos alunos obtiveram aulas sobre o assunto em biologia, mas sim, 

que apenas estes se recordam de tal aula. Os 14% que recordam da aula de física são uma 

decepção,   pois   se   acredita   que   o   tema   pode   ser   amplamente   utilizado   para   ministrar   o 

conteúdo desta disciplina, visto que o mesmo envolve conhecimentos de diversas áreas da 

física, como, por exemplo, conceitos de mecânica, hidrostática e hidrodinâmica, trabalho e 

energia, eletricidade, etc.. Todos estes temas envolvem a problemática da construção de uma 

usina hidroelétrica. 

32

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Caso a resposta anterior seja sim, em qual disciplina?

4%11%

40%11%

7%

27%Biologia

Física

Geografia

História

Outra

Branco

Descartando os que responderam não na pergunta anterior.

6%14%

54%

16%

10%

Biologia

Física

Geografia

História

Outra

Surpresa é o resultado da pergunta na qual se questiona se algum professor 

comentou em sala de aula sobre o assunto “construção das hidroelétricas no Rio Madeira”. 

Para esta pergunta 79% dos alunos disseram que sim, o que implica que 11% destes alunos 

não ligaram o tema à geração de energia, visto que quando perguntados se já haviam tido 

alguma aula que comentasse sobre produção de energia na primeira pergunta, apenas 23% 

afirmaram que não, já para a pergunta se algum professor comentou sobre a construção das 

33

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

hidroelétricas,  apenas 12% responderam que não, ou seja,  11% não estão ligando os dois 

temas entre si. Este resultado é negativo para a conclusão do nível de conhecimento de alunos 

do   ensino   médio,   pois   a   geração   de   energia   poderia   ser   maior   que   a   construção   das 

hidroelétricas e não o contrário. Logo, nota­se que alguma informação não está sendo passada 

ao aluno ou está sendo passada de forma incorreta.

Algum professor comentou em sala de aula sobre a constru ção das hidroelétricas no Rio Madeira?

79%

12%8% 1%

Sim

Não

Não recordo

Branco

Para a pergunta se os alunos já haviam ouvido falar ou lido sobre o assunto 

“construção   das   hidroelétricas   no   Rio   Madeira”,   nota­se   que   se   trata   de   um  assunto   de 

interesse da grande maioria,  pois 97% deles responderam que sim e quando questionados 

sobre onde ficaram sabendo sobre o assunto, 52% afirmaram que foi na escola. Como esta 

pergunta permitiu múltiplas respostas, vários alunos assinalaram mais de uma alternativa, o 

que   faz   com que   estes   52% mostram claramente   a   importância   da   escola   como  veículo 

transmissor de informação para os cidadãos.

34

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Você já ouviu falar ou leu algo sobre a construção das hidroelétricas no Rio Madeira?

97%

3%0%

Sim

Não

Branco

Onde ficou sabendo sobre as construções das hidroelétricas no Rio Madeira?

52%

17%

2%

16%

13%

Escola

Televisão

Revista

Internet

Amigos

O questionário também perguntou se o aluno possui algum conhecimento 

dos benefícios que a construção das hidroelétricas poderão trazer. Neste caso pode­se notar 

que a maioria dos alunos não se acha conhecedor do assunto. Somando­se as respostas que 

indicam falta de conhecimento ou pouco conhecimento, chega­se a 70% dos entrevistados, ou 

seja, a maioria não conhece os possíveis benefícios das obras que são destaque em seu próprio 

estado e de relevância nacional. Um aluno que possua conhecimentos de física, ainda que não 

35

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

aprofundados, sabe o quanto é importante a energia elétrica para a humanidade nos dias atuais 

e os professores interessados em ensinar podem tornar a sua aula mais atraente adicionando os 

conceitos do assunto ao tema relacionado às construções.

possui algum conhecimento dos benef ícios que a constru ção das hidroel étricas poder ão trazer?

17%

53%

17%

8% 3% 2%Não

Pouco

Sim

Bom conhecimento

Total conhecimento

branco

Perguntando sobre os impactos das hidroelétricas, as respostas mostraram 

que 52% não  tem conhecimento  ou possuem pouco conhecimento  do assunto.  Este   fator 

também é negativo, pois é necessário que a população tenha conhecimento dos impactos que 

esta obra produzirá no estado, sejam eles negativos ou positivos. Isto permite que os cidadãos 

tenham consciência da realidade em que vivem para que não sejam manipulados por outras 

pessoas.

Sobre os impactos que a constru ção causar á, voc ê tem que nível de conhecimento?

18%

34%26%

12%

8% 2%Não

Pouco

Sim

Bom conhecimento

Total conhecimento

branco

36

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Mesmo que a maioria afirma não possuir ou possuir pouco conhecimento 

sobre o assunto, ao ser questionado sobre o que ele acreditava ser superior, os benefícios ou 

os   malefícios   das   usinas,     40%   acreditam   que   os   malefícios   são   muito   superiores   aos 

benefícios produzidos pela obra. Este quadro reflete que mesmo sem ter bom conhecimento 

do   assunto,   as   pessoas   já   possuem   algum   pré­conceito   da   obra,   o   que   mostra   o   quão 

importante é o papel do professor como transmissor de conhecimentos, para que as pessoas 

possam formar suas opiniões sobre cada tema,  com conhecimento do assunto.  Também é 

válido   afirmar   que   o   papel   do   professor   neste   caso   deve   ser   apenas   de   transmitir 

conhecimento e não de induzir o aluno, que deve ser capaz de tirar suas próprias conclusões 

com o conhecimento transmitido pelo professor. 

Você acretida que os benef ícios s ão superiores aos impactos negativos?

20%

40%7%

19%

11% 3%

Muito

Pouco

Iguais

Inferiores

Muito inferiores

Branco

Quando perguntados sobre o que eles  achavam que as construções  estão 

gerando   de   imediato   para   o   estado   de   Rondônia,   87%   responderam   que   acreditam   em 

benefícios, sendo que destes, 53% acham que é pouco o beneficio gerado e 34% acreditam 

que   as   construções   de   imediato   trarão   muitos   benefícios.   Esta   informação   mostra   um 

contraste, pois apesar da maioria ser contrária às construções, ela acredita que as construções 

geram benefícios   ao   estado,   o   que  pode   ser   considerado  que  mesmo   sendo  geradora  de 

benefícios, os alunos acreditam que as construções produzem fatores negativos que vão além 

dos benefícios produzidos, tais como: perda de patrimônio turístico e impactos ambientais e 

sociais nefastos.

37

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Imediatamente, voc ê acredita que as constru ções podem gerar para o estado de Rond ônia:

34%

53%

4% 4% 2% 3%

Muito Beneficio

Pouco Benefício

Nenhum Benefício

Prejuizo

Muito Prejuizo

Branco

Perguntou­se   também   aos   alunos   se   eles   acreditavam   em   possíveis 

benefícios   futuros  gerados  com as construções  das hidroelétricas  no Rio Madeira,  e  54% 

acreditam que continuará trazendo muitos benefícios, outros 30% acham que produzirá pouco 

benefício ao estado e apenas 9% acreditam que trará prejuízos ou muitos prejuízos ao estado. 

Nota­se então que a expectativa da maioria dos alunos entrevistados é,  no mínimo, que o 

estado de Rondônia seja favorecido no futuro.

E para o futuro, voc ê acredita que a constru ção pode gerar para o estado de Rond ônia?

54%30%

5%6% 3% 2%

Muito Beneficio

Pouco Benef ício

Nenhum Benef ício

Prejuizo

Muito Prejuizo

Branco

38

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Voltando o questionário para a parte de conhecimentos de física, efetuou­se 

a   pergunta   sobre   o   conhecimento   do   aluno   com   relação   à   potência   prevista   para   as 

hidroelétricas no Rio Madeira e 55% dos alunos responderam não ter conhecimento, sendo 

que 5% deles afirmaram não saber o que é potência. Nota­se aí o desperdício do tema para 

abordar um assunto importantíssimo para conhecimentos de fenômenos físicos.

Você tem conhecimento sobre a potência prevista de instalação das hidroelétricas do Rio Madeira?

21%

55%

17%5% 2%

Sim

Não

Já ouvi falar mas não entendi

Nem sei o que é potência

Branco

Reforçando o questionário sobre temas voltados à física, perguntou­se aos 

alunos se já havia tido alguma aula sobre trabalho e energia. As respostas foram: 60% dos 

entrevistados   responderam   sim,   12%   responderam   não,   4%   responderam   bem 

aprofundadamente,   14%   responderam   superficialmente,   9%   não   recordavam   e   1%   não 

respondeu a esta pergunta.

39

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Já teve alguma aula sobre energia, trabalho ou algum tema relacionado?

60%12%

9%4%

14% 1%Sim

Não

Não recordo

Bem aprofundada

Pouco aprofundada

Branco

Quando perguntados  se possuíam idéia  do quanto a  energia   se   faz 

necessária no seu dia a dia, apenas 19% afirmaram ter pouco ou nenhum conhecimento, sendo 

que 24% julgam ter total conhecimento da importância da mesma em sua vida. A verdade é 

que nos dias atuais, as pessoas nem imaginam como seria sua vida sem a energia elétrica.

Tem idéia do quanto a energia se faz necessária no teu dia a dia?

10%9%

38%17%

24%2%

Não tenho conhecimento

Tenho pouco conhecimento

Tenho conhecimento

Tenho bom conhecimento

Tenho total conhecimento

Branco

Foram   efetuadas   perguntas   sobre   a   utilização   da   energia   elétrica   nas 

residências dos alunos, bem como os aparelhos que utilizam a energia elétrica como fonte de 

40

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

alimentação para funcionarem, com a finalidade de despertar o raciocínio do aluno para esta 

realidade. Também foram feitas perguntas sobre equipamentos que utilizam outras formas de 

energia e o conhecimento dos mesmos por parte dos alunos, bem como o que estes pensam de 

tais aparelhos.  Por fim, foram checados os conhecimentos sobre as formas alternativas de 

energia  elétrica  para o mundo moderno e,  para a pergunta sobre a forma de obtenção de 

energia elétrica mais adequada,  15% não expressaram opinião, 43% apostaram na energia 

eólica   transformada  em energia  elétrica,  26% acreditam que a  energia  obtida  através  das 

hidroelétricas é a melhor opção.

Qual a forma de produção de energia elétrica que você acredita ser a mais adequada para o mundo moderno?

43%

26%

6%

2%8%

15% Eólica

Hidroelétrica

Termoelétrica (vegetais)

Termoelétrica (comb. Fósseis)

Atômica

Branco

Perguntados  sobre os  impactos  que as construções  provocarão na região, 

40% afirmaram saber ou saber bem e 59% não sabem ou pouco sabem, reforçando a idéia de 

que este é um assunto que pode ser abordado em sala de aula a fim de enriquecer bastante o 

conhecimento dos alunos. Mesmo assim, quando perguntados sobre a opinião própria, apenas 

25% afirmaram ainda estarem indecisos, sendo que 16% preferiram não opinar. As opiniões 

favoráveis superam as contrárias, mas não se pode afirmar que há aí uma grande tendência, 

pois é bem pequena a diferença entre os prós e os contrários às obras.

41

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

Sabe sobre os impactos que as construções irão causar na região?

23%

36%

33%

7% 0%1%

Não

Pouco Sei

Sei sim

Sei bem

O que é impacto

Branco

Qual a tua opinião com relação às construções no Rio Madeira?

17%

12%

16%14%

25%

16%Totalmente favorável

Totalmente contra

Favorável

Contra

Indeciso

Branco

Em se tratando da forma como a escola está tratando o assunto, 41% acham 

que está normal, 18% afirma ser muito boa, e estes valores são favoráveis ao que está sendo 

feito na escola, mas confrontado com o que os alunos afirmaram ter de conhecimento sobre 

algumas áreas, mostram que os debates em sala tem sido voltados apenas para alguns pontos, 

ou até mesmo para apenas algumas disciplinas, sendo que outras, de igual importância tem 

ignorado o assunto. Já para 23% dos alunos o assunto tem sido tratado com descaso ou muito 

42

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

descaso, o que retrata o descontentamento por uma parte com relação à abordagem do tema de 

tamanha importância pela sua escola.

O que voc ê acha da forma como o assunto "Constru ção das Hidroelétricas no Madeira" tem sido tratado na sua escola?

18%

41%14%

9%

17% 1%

Muito boa

Normal

Descaso

Muito descaso

Sem opini ão

Branco

Importância  esta  que  ao  serem perguntados  se  achavam que  o   tema era 

importante para ser debatido na escola,  68% responderam ser muito  importante,  enquanto 

29% acreditam ser importante. A soma produz um total de 97% que acreditam ser importante 

ou muito importante, enquanto os outros 3% restantes foram de alunos que afirmaram não 

saber se é importante.

Você acha que o assunto é importante para ser debatido nas escolas do nosso estado?

68%

29%

0%0%

3%

0%Muito importante

Importante

Pouco importante

Sem importância

Não sei se é importante

Branco

43

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

De posse destas  informações,  é  possível  afirmar que o tema é   realmente 

atraente,   pode   ser   proveitoso   como   facilitador   para   a   compreensão   de   disciplinas   a   ele 

relacionadas, e ainda serve para aumentar o conhecimento dos alunos sobre um assunto atual 

e de grande interesse. O conhecimento de tal conteúdo pode ser muito proveitoso também 

para os alunos de ensino médio ao prestarem o vestibular para ingresso em uma entidade de 

ensino superior ou mesmo durante um concurso público, visto que nos dois casos sempre 

existem questões relacionadas ao conhecimento dos temas atuais e relevantes. 

É importante que o professor elabore métodos para trabalhar suas aulas de 

forma atraente. Em relação a isto, Perrenoud (1997, p. 109) afirma:

“Pode­se considerar uma turma trabalhando durante um ano escolar, no âmbito de  um grau de programa, como um espaço­tempo de formação de um tipo particular,  que nos seja mais  familiar e parece,  portanto,  ‘natural’.  Neste espaço tempo já  podem   desenvolver­se,   paralela   e   sucessivamente,   dispositivos   didáticos   muito diversos,   segundo  a   concepção  pedagógica  globalmente  adotada:  a  alternância  entre  lições,  exercícios  e  trabalhos escritos,  às classes administradas de acordo com métodos ativos e procedimentos de projeto”.“A profissionalização do ofício de professor e a emergência do estabelecimento  como   ator   coletivo   talvez   ampliem   o   círculo   das   pessoas   envolvidas   nesse  ‘procedimento utópico’, que pode alimentar­se em outras fontes ainda”.

Na verdade Perrenoud está tratando dos métodos pedagógicos em função de 

um assunto diferente  do abordado neste   trabalho,  mas com o mesmo intuito.  Trata­se de 

apresentar uma possível oportunidade de melhorar o ensino­aprendizado nas escolas atuais.

O que não se é permitido atualmente é que o profissional, de qualquer área, 

se acomode e não esteja disposto a encontrar formas mais modernas de desenvolver o seu 

trabalho.  O  profissional   da  educação  é   também um profissional   que  precisa   desenvolver 

constantemente sua forma de trabalho,  para encontrar  meios de melhorar  aprimorar o seu 

ofício. Não é por não ser um negócio e por não haver uma concorrência de mercado que a 

educação tem o direito de não se preocupar em modernizar.

Pretende­se sugerir que os professores utilizem métodos e meios modernos 

e eficientes para tornar a sua aula mais atraente e para que se consiga transmitir de forma 

concisa   e   clara   a   maior   quantidade   de   informação   possível   para   o   seu   aluno.   A 

interdisciplinaridade induz o professor a não se limitar apenas no conteúdo de sua disciplina. 

Desta   forma,  com o uso de  conteúdos  diversos,  ele  poderá   transmitir  conhecimentos  aos 

alunos de forma mais eficaz.

O   tema   abordado   neste   trabalho   é   de   suma   importância   não   só   para   o 

conhecimento necessário no dia a dia do aluno, mas também para facilitar sua classificação 

em vestibulares ou até mesmo em concursos de trabalho. Esta é a visão que o profissional de 

44

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

educação diferenciado precisa enxergar, que sua missão não é apenas fazer com que o aluno 

seja aprovado em mais um ano letivo, mas também transmitir durante esse ano letivo a maior 

quantidade de conhecimento possível, de uma forma que o aluno consiga assimilar o conteúdo 

para que este conteúdo seja útil para o aluno em sua vida.

45

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

5 – CONCLUSÃO 

Observou­se   que   a   utilização   do   tema   regional   na   pesquisa   despertou 

interesse na maioria dos alunos que participaram da mesma. Ao ser apresentado o tema da 

pesquisa,   muitos   alunos   expressavam   sua   motivação   em   participar.   A   dedicação   na 

participação e colaboração também servem para representar o interesse observado. 

De   posse   destes   conhecimentos,   conclui­se   que   o   tema   abordado   é 

expressivo e tem importante valor didático, pois entende­se como tema de valor didático, não 

só aquele que possui o conteúdo a ser lecionado, mas também aquele que permite uma melhor 

assimilação do conteúdo apresentado aos alunos. Isto confirma o que foi dito por Brito e 

Palheta,   de   que   o   conhecimento   de   temas   locais   tem   que   ser   um   favorecedor   para   a 

multiplicidade dos saberes.

Conclui­se   ainda   que   o   grande   potencial   histórico   envolvido   no   tema, 

somado   aos   conteúdos   diversificados   não   está   sendo   aproveitado   expressivamente   pelos 

educadores das escolas pesquisadas. Ainda que o assunto seja conhecido pela maioria dos 

alunos,   trata­se   de   um   conhecimento   superficial   sem   ligação   com   os   conhecimentos 

adquiridos nas disciplinas da escola. Os questionários apresentados revelaram insatisfação por 

grande parte dos entrevistados, visto que estes acreditam ser este um assunto importante e 

pouco explorado pelos seus professores, sendo que muitos afirmaram ter pouco conhecimento 

sobre  vários   tópicos   consultados.   Isto  mostra   uma  necessidade   imediata  de  medidas  que 

informem   os   professores   de   ensino   médio   sobre   as   vantagens   da   utilização   de   métodos 

didáticos facilitadores através do uso de temas regionais para transmitir a disciplina lecionada 

bem como fornecer ao aluno conhecimentos adicionais que podem lhe ser úteis por toda a 

vida. Além deste tema, existem muitos outros temas da Região Amazônica que podem ser 

utilizados para enriquecer a didática das aulas nas escolas locais.

46

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

6. REFERÊNCIAS

EXÉRCITO, Biblioteca do. A ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL (Da primeira lâmpada à ELETROBRÁS). Rio de Janeiro. 1977. Coleção General Benício. Vol. 154. Pub. 474.

REIS, Lineu Belico dos. GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. Tecnologia, Inserção Ambiental, Planejamento, Operação e Análise de Viabilidade. Barueri. Manole. 2003.

MORET, Artur de Souza; GUERRA, Sinclair Mallet Guy. IMPACTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS ENERGIAS RENOVAVEIS NO BRASIL. São Paulo. ProEnergia Comunicações. 2005.

CARVALHO, Fabrícia. Cola da Web. Energia. Brasil. Disponível em: <http://www.coladaweb.com/fisica/mecanica/energia>. Acesso em: 07 de set. 2009.

ESTEVÃO, Vanks. Energia elétrica. Efeito Joule. Brasil. Disponível em: <http://www.efeitojoule.com/2008/09/geracao­energia­eletrica.html:. Acesso em: 07 de set. 2009.

FREITAS, Eduardo de. ENERGIA HIDRELÉTRICA. In: Brasil Escola. Goiânia. 2007. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/energia­hidreletrica.htm>. Acesso em: 15 out. 2009.

ENERGIA ELÉTRICA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2009. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Energia_el%C3%A9trica&oldid=17885492>. Acesso em: 07 set. 2009. 

LISTA DE USINAS HIDRELÉTRICAS DO BRASIL. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2009. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_usinas_hidrel%C3%A9tricas_do_Brasil>. Acesso em: 07 set. 2009. 

USINAS HIDRELÉTRICAS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2009. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Jirau>. Acesso em: 15 out. 2009. 

ENERGIA ELÉTRICA. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2009. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Central_hidroel%C3%A9ctrica>. Acesso em: 07 set. 2009. 

FRANCE PRESSE – Ciência e Saúde. In: Folha onLine. Paris. 2007. Disponíel em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u15950.shtml>. Acesso em: 15 out. 2009. 

47

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende mostrar é que a interdisciplinaridade

FEARNSIDE, Philip M. A HIDRELÉTRICA DE SAMUEL: Lições para as políticas de desenvolvimento energético e ambiental da Amazônia. Manaus. 2004. Disponível em: <http://philip.inpa.gov.br/publ_livres/mss%20and%20in%20press/SAMUEL­EM­3­port­2.pdf>. Acesso em: 27 set. de 2009.

MAXIMO, Wellton. Saiba o que mudou no projeto das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. In: Agência Brasil. Brasília. 2007. Disponível em: <http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/06/04/materia.2007­06­04.5907832463/view>. Acesso em: 27 set. de 2009.

ENERGIA, Santo Antônio– Home Page. Tecnologia e cuidado. Brasil. 2009. Disponível em: <http://www.santoantonioenergia.com.br/site/portal_mesa/pt/usina_santo_antonio/usina_santo_antonio.aspx>. Acesso em: 27 set. de 2009.

BRITO, Licurgo Peixoto de; PALHETA, Franciney Carvalho. Uma Experiência De Ensino Através De Temas Regionais  Na Amazônia:  Sinais  Do Paradigma Emergente.  Barcelona. 2009.   Disponível   em:   <http://www.ub.es/geocrit/­xcol/321.htm>.   Acesso   em:   18   dez.   de 2009.

FONTES DE ENERGIA. In: Sua Pesquisa.com. Brasil. 2005. Disponível em: <http://www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/fontes_energia.htm> Acesso em: 27 set. 2009.

ALVARENGA, Fernanda. Fontes de Energia. Brasil. 2008. Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/7393036/Fontes­de­Energia> Acesso em: 15 out. 2009.

FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA. In: Portal São Francisco. Brasil. 2009. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio­ambiente­fontes­alternativas­de­energia/index.php>. Acesso em: 02 nov. 2009.

 RELATÓRIO ANUAL 2003. In: PETROBRAS. Brasil. 2003. Disponível em: <http://www2.petrobras.com.br/ri/port/conhecapetrobras/relatorioanual/relat03/iframes/port/neg_termeletrica.htm>. Acesso em: 15 out. 2009.

CUNHA. Silvio Rodrigues Persivo. A Hidrelétrica de Jirau e seus Impactos no Estado de Rondônia. T&C Amazônia. 2008. Disponível em: <http://www.riomadeiravivo.org/docs/011_ed014_a_hidreletrica_de_jirau.pdf> Acesso em: 30 mai. 2009.

ADMINISTRADORES. Lula Assina Decreto De Concessão Da Hidrelétrica De Jirau. In: ­ O Portal da Administração. 2008. Brasil. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/lula_assina_decreto_de_concessao_da_hidreletrica_de_jirau/16419/> Acesso em: 15 nov. 2009.

48