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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO HEYDER CALDERARO MARTINS GESTÃO DE ENSINO E INSTRUÇÃO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARÁ: O ENSINO A DISTÂNCIA NA QUALIFICAÇÃO POLICIAL MILITAR BELÉM 2013

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E EXTENSÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

HEYDER CALDERARO MARTINS

GESTÃO DE ENSINO E INSTRUÇÃO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO PARÁ: O ENSINO A DISTÂNCIA NA

QUALIFICAÇÃO POLICIAL MILITAR

BELÉM 2013

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HEYDER CALDERARO MARTINS

GESTÃO DE ENSINO E INSTRUÇÃO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO

PARÁ: O ENSINO A DISTÂNCIA NA QUALIFICAÇÃO POLICIAL MILITAR

Dissertação apresentada como requisito de avaliação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração da Universidade da Amazônia (UNAMA), no curso de mestrado acadêmico. Orientador: Prof. Dr. Hélio Raymundo Ferreira Filho

BELÉM 2013

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SBU Sistema de Bibliotecas da Unama

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Sílvia Helena Vale de Lima –CRB-2/819

__________________________________________________________________

371.207

M386g

Martins, Heyder Calderaro.

Gestão de ensino e instrução na Polícia Militar do Estado

do Pará: o ensino a distância na qualificação policial militar.

/Heyder Calderaro Martins . – Belém, 2012.

98f.

Dissertação (Mestrado) -- Universidade da Amazônia,

Programa de Mestrado em Administração, 2012.

Orientador: Prof. Dr. Hélio Raimundo Ferreira Filho.

1. Gestão de ensino-Polícia Militar. 2. Ensino a distância

policial militar. 3. Tecnologias interativas. I. Ferreira Filho,

Hélio Raimundo. II. Título.

____________________________________________________________________

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HEYDER CALDERARO MARTINS

GESTÃO DE ENSINO E INSTRUÇÃO NA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO

PARÁ: O ENSINO A DISTÂNCIA NA QUALIFICAÇÃO POLICIAL MILITAR

Dissertação apresentada como requisito de avaliação do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Administração da Universidade da Amazônia (UNAMA), no curso de mestrado acadêmico.

BANCA EXAMINADORA: AVALIAÇÃO: .................................................................. 8,5 Prof. Dr. Hélio Raymundo Ferreira Filho ................................................................... 8,5 Prof. Dr. José Otávio Magno Pires ................................................................... 8,5 Prof. Dr. Fabrício Quadros Borges ................................................................... 8,5 Profa. Dra. Andréa da Silva Miranda ................................................................... 8,5 Profa. Dra. Janae Gonçalves Data da avaliação: 15.03.2013

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"Ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios." (Salmo: 90,12)

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Aos meus pais, irmãs e filhos.

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AGRADECIMENTOS

A Deus e a Nossa Senhora de Nazaré, pela vida saudável e abençoada ao

lado de meus familiares e amigos, suportes fundamentais na minha vida.

Aos meus pais, Heyder e Ilma, e irmãs Michelle e Milene, que muito me

orgulham, além do apoio e incentivo constantes.

Aos meus amados filhos Heyder Filho e Heitor. Suas presenças foram a

fonte de minha motivação durante esta maratona em busca do conhecimento, que

me levaram a essa vitória e levarão a outras.

Ao meu orientador e amigo Prof. Dr. Hélio Raymundo Ferreira Filho, que

desde o primeiro momento, acreditou neste projeto.

A instituição Polícia Militar do Pará, cujo ‘lema’ é proteger e servir. Um

manto de proteção à sociedade paraense.

Finalmente aos amigos, professores e colaboradores da UNAMA, foi

gratificante essa jornada ao lado de pessoas especiais.

“Só é útil o conhecimento que nos faz melhores.”

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RESUMO

Analisa o modelo de ensino tradicional, atualmente empregado pela Polícia Militar do Estado do Pará (PMPA) na capacitação técnico-profissional do seu efetivo, e avalia a viabilidade na utilização das tecnologias interativas aplicadas ao ensino e instrução policial militar, através da modalidade de ensino a distância (EAD). Trata-se de uma reflexão sobre a gestão educacional na instituição PMPA, cuja abordagem exploratória da pesquisa qualitativa destaca a possibilidade da utilização de ferramentas tecnológicas modernas capazes de atender uma necessidade estratégica e permanente de qualificação profissional de policiais militares em toda a vasta extensão do território paraense. A análise da gestão educacional na corporação, no triênio 2008 a 2010, pesquisa documental, no âmbito dos cursos de formação, aperfeiçoamento e especialização realizados, nortearam o desenvolvimento do estudo, identificando-se os principais pontos críticos no atual modelo utilizado e apresentando o ensino a distância como solução tecnológica adequada e viável, dentro da realidade regional do Estado. Comprovou-se que a utilização das tecnologias interativas aplicadas ao ensino e instrução policial militar, através do EAD na corporação, além de viável é inovadora e desafiadora, quando pretende integrar de forma estratégica as áreas de tecnologia, ensino/instrução policial e gestão organizacional, visando interesses institucionais. Palavras-chave: Gestão de Ensino e Instrução. Tecnologias Interativas. Ensino a Distância. Polícia Militar do Pará.

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ABSTRACT

This Study analyses and examines the traditional teaching model, currently employed by the Military Police of the State of Pará (PMPA) to train their technical professionals, and evaluates the feasibility in the use of interactive technologies applied to teaching and educating officers, through the modality of distance learning (EAD). This dissertation is a reflection on the educational management at the institution PMPA, whose exploratory qualitative research highlights the possibility of using modern technological tools to meet a strategic need and ongoing professional training of police officers across the vast expanse of territory. An analysis of the training courses, specialization and improvements made within the educational management at the Corporation, during the three years from 2008 to 2010, guided the development of the study, identifying the main critical points in the current model used and presented as distance learning which is a technological solution appropriate and feasible within the reality of the state. The possibility of utilizing the EAD within the Military Police is innovative and challenging, when this is strategically integrated into the areas of technology, teaching / educating policemen and organizational management, it will further Institutional interests. Keywords: Management education and instruction. Interactive technologies. Distance learning. Military Police of Pará.

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SOMMARIO Questo studio analizza e prende in esame il modello tradizionale di insegnamento, attualmente utilizzato dalla Polizia Militare dello Stato di Pará (PMPA) nella capacità tecnico-professionale del suo effettivo e valuta la fattibilità nell'utilizzo delle tecnologie interattive applicate per insegnare ed educare gli ufficiali, attraverso la modalità della formazione a distanza (EAD). Questa tesi è una riflessione sulla gestione educativa dell’istituzione PMPA, la cui ricerca qualitativa esplorativa mette in evidenza la possibilità di utilizzare strumenti moderni tecnologici per soddisfare un bisogno strategico e permanente nella formazione professionale degli agenti di polizia in tutta la vasta distesa del territorio. L'analisi della gestione educativa presso la Corporazione nel corso del triennio 2008 al 2010, nell’ambito dei corsi di formazione, perfezionamento e specializzazione effettuate, guidato lo sviluppo dello studio, identificando i principali punti critici del modello attuale, utilizzando e rappresentando l’insegnamento a distanza come una soluzione tecnologica adeguata e fattibile all'interno della realtà regionale dello stato. La possibilità di utilizzare l'EAD all'interno della Polizia Militare è innovativa e stimolante, se integrato strategicamente nei settori della tecnologia, insegnamento/educazione dell’agente di polizia e nella gestione organizzativa, tenendo a mente gli interessi istituzionali. Parole chiave: Gestione dell’insegnamento e dell’istruzione. Tecnologie interattive. Istruzione a distanza. Polizia militare di Pará.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11

2 ENSINO POLICIAL MILITAR ........................................................................ 14

3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 19

3.1 AS TECNOLOGIAS INTERATIVAS NA EDUCAÇÃO ................................ 29

3.2 PROJETOS EDUCACIONAIS: AS MÍDIAS ................................................ 31

3.3 GESTÃO DAS MÍDIAS EM EDUCAÇÃO .................................................. 33

3.4 AS MÍDIAS E O ENSINO A DISTÂNCIA ................................................... 35

3.5 O ACESSO A INTERNET ........................................................................... 36

3.6 INFRAESTRUTURA TECNOLÓGICA ........................................................ 38

3.7 GESTÃO DE MÍDIAS PARA EAD .............................................................. 39

3.7.1 Formas de interação .............................................................................. 39

3.7.2 Tipos de suportes mediáticos .............................................................. 40

3.7.3 A decisão na escolha das mídias ......................................................... 42

4 METODOLOGIA ............................................................................................ 43

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ................................................ 45

5.1 O EAD NA QUALIFICAÇÃO POLICIAL MILITAR ...................................... 45

5.2 PÚBLICO-ALVO ......................................................................................... 46

5.2.1 Cursos de formação policial militar ..................................................... 46

5.2.2 Cursos de aperfeiçoamento e especialização policial militar ........... 46

5.3 ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PROJETO ................................................ 47

5.4 PONTOS CRÍTICOS E SOLUÇÕES .......................................................... 48

5.4.1 Primeiro ponto crítico ........................................................................... 48

5.4.2 Segundo ponto crítico ........................................................................... 48

5.4.3 Terceiro ponto crítico ............................................................................ 50

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 51

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 54

ANEXOS ........................................................................................................... 58

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1 INTRODUÇÃO

A humanidade já percorreu duas revoluções tecnológicas que mudaram de

forma radical o modo de vida da população mundial. Na primeira, a Revolução

Agrícola, o homem aprendeu as técnicas de agricultura e pecuária e passou a

valorizar a posse de terras. Já na Revolução Industrial, o homem desenvolveu

máquinas que auxiliavam na produção de bens e que o transportaram dos

campos para as fábricas.

Hoje, atravessamos uma nova revolução, conhecida como Revolução da

Informação. Diante disso, a fonte de poder deixa de ser a terra e as indústrias e a

tecnologia passa a ser desenvolvida com o objetivo principal de disponibilizar

informação de forma cada vez mais rápida, precisa e em grande escala.

A globalização que permeia o espaço corporativo traz facilidades diante de

uma integração econômica, social e cultural. Porém, ao mesmo tempo reivindica

da sociedade uma adaptação muito mais rápida aos processos e exigências

estabelecidas pelas relações globais. Diante disso, as organizações precisam se

adequar aos novos padrões de qualidade e competitividade, o que exige

mudanças e significativas transformações nos métodos tradicionalmente

utilizados. É com base nessa realidade que a área de treinamento nas

corporações se constitui um diferencial estratégico (OLIVEIRA, 2005).

Numa sociedade onde o saber torna-se cada vez mais dinâmico, o ensino

formal continua preso a livros e apostilas didáticas e permanece trabalhando a

informação como algo estático e distante da realidade. Esta situação é decorrente

do fato das instituições de ensino, civis e militares, ainda não conseguirem

incorporar plenamente, de forma concreta, as novas tecnologias interativas

destinadas à educação, aos seus métodos de ensino.

Entretanto este quadro parece estar mudando, pois se percebe o

crescimento no número de instituições, públicas e privadas, que vêm utilizando

ferramentas tecnológicas para auxiliar no processo ensino-aprendizagem, a fim

de atender às expectativas da sociedade. Essas instituições de ensino

necessitam perceber as tecnologias da informação e comunicação (TIC) como

uma ferramenta a serviço da educação, que reforça e amplia os novos

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paradigmas educacionais, levando a uma modificação na concepção de educação

(SOUZA, 2009).

Na agenda organizacional atual, seja pública ou privada, é preponderante

que três eixos básicos – sustentabilidade, interdisciplinaridade e inovação – sejam

norteadores de ações empreendedoras que visam agregar valor significativo à

atividade fim de uma organização junto à sociedade.

A administração pública vê-se diante de um cenário no qual, via de regra,

os recursos são limitados e as necessidades e demandas ilimitadas. O Brasil,

atualmente, apresenta-se com o setor econômico relativamente estável, porém,

outras áreas estratégicas de governo exigem atenção redobrada do gestor

público. São os setores da educação, da saúde e da segurança pública,

principalmente.

A Constituição Federal brasileira de 1988 define as polícias militares do

Brasil, como instituições permanentes, subordinadas diretamente aos governos

estaduais, cujo comandante supremo é o Governador do Estado, chefe do poder

executivo. A missão institucional da Corporação policial militar é a preservação e

a manutenção da ordem pública, através de ações ostensivas pró-ativas e, se

necessário, repressivas frente ao combate diuturno da violência e da

criminalidade nos estados da Federação.

O Pará como unidade federativa, possui dimensões continentais.

Apresenta-se como o segundo maior estado brasileiro em extensão, possuindo

uma área de 1.247.950 km², correspondendo a aproximadamente 14,5% do

território nacional e 24% da Amazônia brasileira. Abriga uma população estimada

em 7,5 milhões de pessoas, e crescendo, com uma densidade demográfica de

6,07 hab/km², distribuídos em seus 143 municípios (IBGE, 2010).

No Pará existe uma demanda crescente do serviço público na área da

segurança. A instituição Polícia Militar possui uma dificuldade logística,

orçamentário-financeira e principalmente operacional, no planejamento e

execução das atividades de ensino e instrução direcionados ao efetivo policial, em

toda extensa área que compreende o território paraense. Sendo assim, pode-se

formular a seguinte questão que irá nortear o desenvolvimento deste estudo: qual

a viabilidade da utilização das tecnologias interativas na qualificação técnico-

profissional de policiais militares no Pará?

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O presente estudo pretende analisar o atual modelo de gestão

administrativa, na área de ensino e instrução policial militar, utilizado pela

corporação na capacitação profissional dos policiais militares no estado do Pará.

Em seguida, identificar os principais pontos críticos desse modelo tradicional de

ensino e, por fim, avaliar a viabilidade na utilização das tecnologias interativas na

capacitação técnico-profissional de policiais militares na vasta extensão territorial

do Estado, através da modalidade de ensino a distância (EAD).

Foi realizada uma análise da gestão administrativa na área de ensino na

instituição PMPA, destacando os principais pontos críticos identificados e

apresentando uma solução tecnológica viável e adequada, considerando o

cenário em que a Polícia Militar se apresenta dentro de um estado com

dimensões continentais e características regionais próprias, diante da

necessidade permanente de qualificação técnico-profissional do efetivo policial

militar na ativa da corporação.

Desta forma este estudo está organizado em três partes principais. Na

primeira trata-se do ensino policial militar no estado e a qualificação desses

policiais; em seguida, na segunda parte, aborda-se a questão das tecnologias

interativas aplicadas à educação e o suporte da infraestrutura tecnológica

necessária. E por fim, na análise e interpretação dos dados, terceira parte desta

pesquisa acadêmica, a ideia inovadora de se utilizar a modalidade do ensino a

distância na corporação, através de cursos semipresenciais, o que vem ao

encontro dos interesses institucionais na área de ensino e instrução policial militar

no estado do Pará, referindo à área de abrangência do projeto.

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2 ENSINO POLICIAL MILITAR

Segundo Leno Carmo1 (2009), trabalhar a educação no contexto da

segurança pública é um grande desafio que envolve diversos fatores, que entre si

concorrem e se complementam na construção dos processos de formação

profissional inicial e continuada dos profissionais de segurança. Compromisso,

trabalho em equipe bem articulado, pluralidade de metodologias e de referenciais

formativos, dedicação, paciência, diálogo, criatividade e renúncia são alguns dos

elementos mais significativos no processo educacional, que visam preparar

técnica e psicologicamente aqueles que vão atuar ou mesmo os que já atuam

com diversas situações de conflito e de violência urbana.

O objetivo é capacitar estes profissionais para o cotidiano de

enfrentamento à violência e à criminalidade com responsabilidade, ética e

consciência da eminente missão de cada um em promover os direitos humanos e

de construir a paz social, dentro da perspectiva da cidadania e do ideal

democrático em sociedade.

Durante muito tempo, a ideia que vigorava em se tratando de segurança

pública, era a de que os problemas de conflito social e de violência nos centros

urbanos e mesmo nas localidades distantes das cidades resolviam-se somente

com o rigor da aplicabilidade da lei ou com ações de combate estratégico à

criminalidade, resumindo-se: em ações puramente reativas, em geral, com o uso

da força e não raramente, da arma de fogo. Não se percebia a importância do

trabalho preventivo, de cunho orientador e de mediação de conflitos interpessoais,

ações extremamente comuns e rotineiras do cotidiano policial e que muitas vezes

se resolvem com diálogo e com orientações claras e assertivas, com limites de

liberdade definidos de maneira coerente para as partes envolvidas.

Este referencial formativo e operatório, amplamente utilizado em se

tratando de segurança pública, se ancorava no desenvolvimento de habilidades

militaristas e de conhecimentos e procedimentos jurídicos, numa clara acepção

reativa, articulada através do medo e da coerção, portanto, incapaz de construir

cidadania com a maturidade necessária a fim de evitar novos conflitos.

1 CARMO, Leno. Major da Polícia Militar do Estado do Pará, Coordenador de Ensino Profissional

do Instituto de Ensino em Segurança Pública do Pará – IESP. Em: 01.11.2009.

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Ao longo dos anos de existência da Constituição cidadã de 1988, muito se

tem discutido acerca do objeto da segurança pública, identificação necessária na

construção das ações formativas em segurança pública e fundamental para o

enriquecimento das leituras interdisciplinares sobre a ação e o papel do Estado

em matéria de segurança.

Para se chegar a um consenso, novos e diversos atores sociais entraram

recentemente no corpo de discussão na área, como as representações da

sociedade civil, as mídias, os centros de pesquisa, as ONG e as universidades;

diria que até para chegar a uma definição clara do objeto da segurança pública e

consequentemente da identidade profissional do operador do sistema de

segurança, enfim, perspectivas que pudessem embasar uma profissionalização,

há tanto tempo necessária e orientadora dos currículos e das atividades de

formação na área.

Neste afã, alguns momentos de discussão, que se constituíram em fóruns

de segurança pública, encontros pedagógicos reflexivos e recentemente, a

primeira conferência nacional de segurança pública, tem representado o esforço

do Estado e da sociedade civil, para através da união das diferentes abordagens

do tema, dar conta da definição de seu objeto, cuja denominação ainda está

inconclusa. Contudo, já se percebe os primeiros frutos de certa herança

intelectual e de resultados do acompanhamento da dinâmica social do país, que

tem contribuído para a compreensão dos fenômenos sociais e sua relação com a

segurança pública.

Sob o prisma das ciências sociais e humanas, da criminologia, da ciência

política ou da territorialidade, percebidas em suas limitações como áreas do

saber, tem sido exercitada a hermenêutica dos conflitos sociais, agregando-se a

estas leituras, outras interpretações e inferências, posto que tudo que envolve o

homem e o que envolve a sociedade e o Estado acaba sendo objeto da

segurança pública, um terreno de todos e ao mesmo tempo de ninguém com

exclusividade.

Ao buscar esta especificidade do tema próprio da segurança pública, tem

sido perceptível, igualmente, o quanto difícil é construir o perfil profissional do

operador de segurança pública, a fim deste servidor melhor atender às

necessidades da sociedade.

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Ainda não é claro que habilidades, aptidões e competências são

necessárias para o desenvolvimento de um trabalho adequado de prevenção, e

em alguns casos, de repressão à violência e à criminalidade, uma vez que várias

são as ações efetivadas no âmbito do trabalho policial com a sociedade. Assim,

são exigidas capacidades diversas como relacionar-se com grupos e

organizações, dialogar com conhecimento e asserção, criatividade para persuadir,

convencer, orientar, mediar conflitos, exercer ações de liderança no âmbito

comunitário, pautar comunicação e informação junto à mídia, além do

fundamental que é dominar técnicas policiais, usar adequadamente armamentos

e equipamentos, utilizar de forma coerente a ética e a tecnologia disponível. Tais

procedimentos somente podem se tornar realidade como consequências de uma

boa formação inicial e de continuidade no processo de aperfeiçoamento

profissional.

Para a educação em segurança pública necessita-se considerar todas as

variáveis de cunho pessoal, institucional e social, além de desenvolver as

metodologias e os processos que viabilizem o atendimento destas necessidades

do operador do sistema. Este, vivendo em um país de grandes desigualdades

sociais e fortemente marcado pela exploração e por sérias questões negativas

ligadas a falta de ética, ao relativismo moral, ao individualismo, ao abuso de poder

e ao consumismo, à impunidade e à corrupção presentes em diversos setores do

poder; não raramente, é induzido ao erro e mesmo a praticar atos que somente

mais tarde, podem levá-lo ao arrependimento.

Por outro lado, é preciso lembrar que parte da população, principalmente a

menos assistida com políticas públicas, já não acredita no Estado como instância

de justiça e de equidade, aumentando ainda mais os problemas de

relacionamento com o setor policial que em geral atua na repressão às camadas

populares e grupos vulneráveis como: crianças, idosos, homossexuais, mulheres,

pessoas com necessidades educativas especiais, dentre outros.

Resgatar esta credibilidade do policial junto à comunidade é um trabalho

que exige paciência, perseverança e mais uma vez, educação. Contudo, percebe-

se que há mudanças significativas, embora ainda insuficientes para mudar a curto

prazo, um panorama da atuação policial guerreira e militarista para uma ação

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policial profissional, técnico-pedagógica e capaz de bem servir à comunidade,

percebida como corresponsável pela construção da paz social.

Preparar policiais e outros servidores da segurança pública, como

bombeiros militares, agentes do sistema penal e do departamento de trânsito e

mesmo guardas municipais para esta nova realidade de mudança qualitativa no

serviço prestado à sociedade, passa primeiramente pela construção e

consolidação da identidade profissional do operador de segurança pública, como

gestor de conflitos, aquele que cuida da sociedade, que deve atuar na proteção

do sujeito social e na promoção dos direitos humanos a toda população.

Inequivocadamente, esta gama de habilidades, competências, saberes e

aptidões passam, ou melhor, se originam nos ambientes formativos da família

destes servidores e da escola de formação, numa percepção que a educação não

precisa se restringir apenas ao espaço de sala de aula, mas que atua na

realidade da vida dos indivíduos, nos relacionamentos que se constroem,

inclusive, desde a formação acadêmica, motive a formação de lideranças capazes

de mudar a forma de gerir os problemas enfrentados pela sociedade.

Para tanto, as escolas de formação em segurança pública necessitam

trabalhar em seus currículos de formação inicial e continuada, disciplinas e

atividades que fomentem o desenvolvimento de competências cognitivas,

procedimentais e de atitude em carga horária adequada que efetivamente possa

propiciar uma atuação mais rica, técnica, profissional e generalista, no

atendimento às pessoas com habilidade para interagir, agregar indivíduos e atuar

de forma proativa e persuasiva para prevenir o delito ou em último caso, para

restaurar a paz social.

Desta forma, a formação em segurança pública precisa agregar

conhecimentos e habilidades operativas que motivem a mudança de conduta dos

operadores, de patamares eminentemente repressivos para ações proativas,

pedagógicas, capazes de mobilizar pessoas para em integração, atuar com fins

pacíficos, dentro dos limites da legalidade e em condições proporcionais do

mandado concedido pelo povo de autoridade e de poder de polícia.

Neste novo paradigma formativo, é imperativo modificar a formação policial

para a construção de tais habilidades e o desenvolvimento de competências que

possam constituir o perfil de um profissional que promova uma cultura de paz,

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preparado para mediar conflitos, realizar abordagens com profissionalismo e

técnica adequados de defesa pessoal policial e de verbalização, além da

importante e fundamental capacidade de atuar em grupos, em comunidade; tudo

isto, tendo em sua ação transversalizados os direitos humanos.

Tais questões exigem a redefinição da formação e do currículo formativo,

mais especificamente, uma vez que é necessário incluir disciplinas e atividades

que viabilizem o desenvolvimento da configuração que se exige da atividade

policial militar na atualidade. Pensada como uma formação cuja característica

deve ser profissional, técnica, ética, proativa e comunitária, a preparação do

policial militar deve também incentivá-lo a refletir sobre sua atuação, procurando

formar-se continuamente e de forma autônoma e a conservar a qualidade de vida,

modificando também a forma de atuar, para uma proximidade com a comunidade,

que pode em pouco tempo ser vínculo profícuo e capaz de melhorar a vida para

todos.

Sair da centralidade do direito penal em segurança pública, que atua no

pós-crime, após a ocorrência do delito, e que vislumbra o caráter corretivo para os

indivíduos, não mudando nem instituições nem a estrutura social em que se vive.

De para uma perspectiva pedagógica, orientativa e proativa, é uma mudança

significativa e urgente, todavia, não se pode desconsiderar as resistências e a

indiferença de muitos atores internos e externos ao sistema de segurança.

Neste difícil e desafiador caminho de mudanças, ainda há muito a se

aprender e trilhar até poder fazer das escolas de formação policial, núcleos

geradores de líderes e de pessoas comprometidas com a paz social plena.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

Com o desenvolvimento significativo das tecnologias da informação e

comunicação (TIC), bem como o surgimento de novas tecnologias interativas

aplicadas à educação, principalmente a Internet, a videoconferência e a TV digital

via satélite, o processo ensino-aprendizagem deixou de limitar-se apenas à sala

de aula, no contexto da relação presencial aluno-professor. O ensino ultrapassou

limites físicos tradicionalmente utilizados, dando novas oportunidades aos

educadores de construir, gerar e transmitir conhecimentos em outros ambientes

de aprendizagem, principalmente os não presenciais (OLIVEIRA, 2005).

Turban, Rainer Jr. e Potter (2007) afirmam que o papel principal da

tecnologia da informação (TI) é dar apoio ao pessoal na organização,

independente de sua área funcional ou de seu nível na organização. A TI serve de

apoio aos processos organizacionais que permitem às empresas operar na era

digital, reagindo de modo rápido e adequado às mudanças.

A gestão da tecnologia da informação é um desafio importante para o

administrador de empresas e gestor de TI, pois mais importante do que gastar

grandes somas em computadores, software e serviços, é fundamental gastar da

forma mais adequada em relação às necessidades da organização e avaliar sem

preconceitos as novas possibilidades de contratação e compra de produtos e

serviços tecnológicos (TURBAN, RAINER JR.; POTTER, 2007).

As atividades educacionais realizadas em EAD são veiculadas pelos mais

diferentes tipos de mídias. A escolha do suporte mediático define a modalidade de

educação a distância que será oferecida. Todos exigem análise e escolha

cuidadosa de um processo de planejamento e de gestão diferenciados. A escolha

de determinado tipo de mídia para a realização de projetos em EAD vai orientar

os investimentos a serem realizados em infraestrutura tecnológica, a organização

e treinamento da equipe responsável, a forma como serão planejadas e

disponibilizadas as disciplinas e atividades educacionais etc. (OLIVEIRA, 2005).

O desenvolvimento de projetos educacionais a distância com qualidade

técnica e pedagógica requer cuidados em muitos sentidos. A gestão das mídias

para uso em educação é um dos primeiros movimentos para a sua efetivação,

afirma Oliveira (2005). Envolve não apenas a análise do investimento e a

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aquisição de equipamentos, mas o tratamento do conteúdo que vai ser veiculado

e a formação de equipes de profissionais, técnicos e docentes, para o melhor uso

do equipamento pela área educacional, como um todo, e em cada projeto de

ensino, em particular.

Entende-se que o ensino consiste na transmissão de conhecimentos

adquiridos e acumulados em determinada área de conhecimento. A pesquisa é

geradora ou produtora de conhecimento. Ambos devem preferivelmente

combinar-se, para que o ensino transmita à comunidade o conhecimento que vai

sendo adquirido por meio da pesquisa. A área de administração, desde seus

primeiros passos, associou ambos (BERTERO, 2006).

Os termos tecnologias interativas aplicadas ao ensino ou ferramentas

tecnológicas referem-se fundamentalmente aos meios instrucionais baseados nos

recentes avanços computacionais interativos, como por exemplo: programas

educacionais interativos, vídeo aula, vídeo laser, hipertexto, hipermídia, correio

eletrônico, realidade virtual, programas simuladores, recursos da Internet como

cursos a distância, educação continuada, livros e periódicos eletrônicos,

bibliotecas virtuais, listas e fóruns de discussão (OLIVEIRA, 2005).

Atualmente a sociedade está se deparando com uma revolução nas

comunicações entre os povos através das novas tecnologias de comunicação que

estão disponíveis no mercado. Depois dessas tecnologias terem alcançado vários

setores da sociedade, a educação é uma das áreas que está sendo

consideravelmente atingida por essa onda tecnológica.

Assim como em todas as áreas do conhecimento, na qualidade de vida,

nas relações de produção da sociedade, as mudanças ocasionadas pelo advento

da informática influenciaram também a educação, que as vem assumindo

gradativamente. Contudo, Oliveira (2005) afirma que a análise da maioria das

nossas instituições de ensino mostra que os novos recursos, além de absorvidos

muito lentamente, são utilizados sem distinção de uso quanto aos fundamentos

filosóficos e psicopedagógicos que os orientam, em geral com o emprego de

“pacotes” instrucionais de má qualidade e revestidos de uma metodologia

convencional.

As possibilidades de uso de mídias cada vez mais interativas em educação

têm alterado, e muito, a concepção do que é educação presencial e a distância. É

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possível que nos próximos anos seja ampliada a integração entre essas duas

modalidades.

Muitos já são os projetos a distância que contam com apoio de

videoconferências. Eles exigem o deslocamento dos participantes (professores e

alunos) ao mesmo tempo para diversos locais em que se encontram o

equipamento para o envio e a recepção de imagem e voz. A interação ocorre

nesses momentos como se tivessem todos em uma mesma sala de aula. Na

maioria das vezes as atividades de vídeo/teleconferências são complementadas

com texto e atividades disponibilizadas e dispostas em CD-ROM, apostilas, ou

websites.

As principais mudanças nos processos de interação e comunicação

humana em EAD ocorreram com o uso mais intensivo da Internet e dos

ambientes virtuais de aprendizagem. As possibilidades da Internet viabilizam o

contato entre pessoas situadas nos mais diferenciados espaços, a qualquer hora

(OLIVEIRA, 2005).

A Internet viabiliza também a oferta e o acesso a conteúdos que estejam

localizados em sites em qualquer parte do mundo. O uso das ferramentas

comunicativas disponíveis na Internet – como o correio eletrônico, os chats

(conversas, bate papo) e fóruns de discussão – garantiram a possibilidade de

maior troca de diálogo entre professores e alunos. Articulados com as mais novas

possibilidades tecnológicas – como a inserção de vídeos, a comunicação via voz,

a visualização dos participantes em tempo real, ou seja, no momento que estão

em aula – as mídias digitais caminham para a integração de suas possibilidades

oferecendo recursos que viabilizam o oferecimento de educação de qualidade

para qualquer pessoa, a qualquer tempo e em qualquer lugar (OLIVEIRA, 2005).

O uso das mídias em projetos educacionais a distância exige a superação

de diversos problemas. O primeiro deles é o próprio acesso aos equipamentos.

Mais de 90% da população brasileira possui em suas moradias rádios e

televisores, o que pode viabilizar o acesso a projetos amplos de educação

baseados nessas mídias. Já o uso de computadores e a Internet necessitam não

apenas de equipamento (o computador) mais da disponibilização da infraestrutura

tecnológica (linhas telefônicas, modems, decodificadores de sinais via satélite,

programas específicos etc.) e, sobretudo, o uso dos aparelhos e programas de

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forma adequada, reflete Oliveira (2005). É preciso também ter condições de

acesso à manutenção técnica e às permanentes atualizações dessas tecnologias.

Resolvidos os problemas de infraestrutura e de acesso, iniciam-se as

preocupações com a gestão da qualidade deste acesso e de todo o conjunto das

instalações necessárias para a realização de projetos educacionais via mídia.

Mais do que a simples aquisição e instalação das máquinas e programas, é

preciso planejar as formas de manutenção e atualização de todos os

equipamentos: hardwares e softwares utilizados.

O avanço tecnológico ocorre muito rapidamente e os equipamentos e

programas ficam obsoletos com pouco tempo de uso. Antes da implantação da

infraestrutura necessária é preciso que os gestores reflitam sobre o que

pretendem desenvolver a partir das soluções tecnológicas escolhidas, o tempo

previsto de uso, as formas de manutenção e atualização. Isto não significa, no

entanto, que as Instituições educacionais devem estar sempre adquirindo

tecnologia de última geração. Oliveira (2005) afirma que um bom planejamento

neste sentido envolve o comprometimento de uso pedagógico desses

equipamentos. Tecnologia boa é a que está em uso e totalmente comprometida

com a proposta pedagógica que está sendo desenvolvida, que garanta a

aprendizagem com qualidade pelos alunos e o alcance dos objetivos previstos.

As gestões das mídias utilizadas em projetos educacionais envolvem

aspectos financeiros, tecnológicos e operacionais. Questões como a constituição

de equipe de pessoas capazes de cuidar das instalações e do bom uso dos

equipamentos e que estejam preocupadas com as condições de segurança e

privacidade dos acessos e dos conteúdos e ações desenvolvidas nos mesmos

(OLIVEIRA, 2005).

A gestão da infraestrutura desses projetos educacionais vai além dos

cuidados com a materialidade dos equipamentos e da sua permanente

atualização. Envolve a sua adequação aos propósitos educacionais previstos, a

garantia de acesso e uso com segurança e o próprio oferecimento de treinamento

e cursos de atualização para o uso eficiente de todo o conjunto instalado. Essa

conscientização sobre os cuidados em relação à manutenção e uso precisa ser

incorporada por todos os que têm acesso aos equipamentos: gestores,

funcionários técnicos e administrativos, professores, alunos, pessoal da limpeza e

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encarregado da manutenção física (obras e etc.) do local em que as máquinas

estão instaladas.

Oliveira (2005) afirma ainda que a primeira definição para a escolha das

mídias que serão utilizadas em projeto de educação deve estar totalmente

comprometida com as disponibilidades financeiras da Instituição, a sua

capacidade de implantação da infraestrutura tecnológica (equipamentos e

pessoal) necessária e, sobre tudo, ao tipo de aluno que se pretende atender e o

projeto pedagógico que será realizado.

Em termos de projetos de implantação dos equipamentos, a primeira

preocupação deve ser com o tipo de comunicabilidade que deverá ocorrer entre

os usuários (professores, alunos e técnicos). Se pensarmos em termos

estruturais, a comunicação entre os participantes pode ser realizada apenas de

forma isolada, como, por exemplo, nos cursos por correspondência, vídeos ou

nos programas de alta aprendizagem por computador. Neles, o aluno interage

diretamente com o conteúdo e remotamente com um professor ou tutor,

individualmente com quem tira dúvidas ou encaminha as avaliações.

Outra forma de interação é a existente nos projetos realizados via vídeos

ou teleconferências, por exemplo, em que apenas o professor apresenta sua aula

expositiva a que os alunos assistem sem a capacidade de intervir e dialogar

(teleconferência). Neste caso, as dúvidas são encaminhadas posteriormente, por

escrito – via correspondência ou e-mail – ou oralmente via telefone ou encontros

presenciais, agendados previamente.

A maneira mais abrangente de realização de atividades de educação a

distância é a que possibilita a comunicação ampla entre todos os envolvidos.

Situados em locais e, muitas vezes, em horários diferentes, professores e alunos

podem trocar opiniões e ideias e interagir como se estivessem reunidos ao

mesmo tempo em uma mesma ‘’sala de aula’’. Alguns tipos de tele e

videoconferências e os recursos da Internet (sobretudo os ambientes virtuais de

aprendizagem) garantem essas múltiplas e ampliadas formas de comunicação e

interação com a finalidade de ensinar e aprender (OLIVEIRA, 2005).

Os parâmetros básicos que importam para a escolha de mídias para a

realização de projetos em EAD envolvem, de maneira geral, os aspectos ligados à

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qualidade do processo pedagógico que será implementado, o custo e as

condições de acesso tecnológico de todos os participantes do processo.

Visando facilitar a análise de todas essas condições, é recomendável que

as instituições realizem – junto com o projeto pedagógico dos cursos em EAD –

um plano de mídias ou plano de comunicação. A formulação deste plano torna

possível a compreensão, com maior nível de aprofundamento, de todo o escopo

de ações que envolvem a inclusão das mídias na educação, de acordo com as

especificidades dos cursos e os limites e disponibilidades da instituição

(OLIVEIRA, 2005).

O ambiente de trabalho passa por profundas transformações, e temáticas

como globalização, flexibilização, competitividade e novas formas de organização

do trabalho têm lugar garantido nas análises daqueles que atuam ou estudam as

organizações. Essas transformações geram um ambiente complexo, marcado

pelos avanços tecnológicos e científicos, mudanças de conceitos, de valores e

quebra de paradigmas que norteiam todos os segmentos da sociedade (PIRES;

MACEDO, 2006).

Diante das transformações atuais nos ambientes políticos, econômicos,

social, cultural, e principalmente tecnológico, as arquiteturas organizacionais têm

também se modificado buscando uma melhor adequação ao novo ambiente, onde

as mudanças são mais constantes e intensas (CASTELLS, 2001).

Nesse contexto, a discussão sobre educação corporativa vem tomando um

espaço cada vez maior nos núcleos de desenvolvimento empresariais, já que a

vitalidade das organizações tem forte influência das ações educativas destinadas

à capacitação de seus colaboradores (SOUZA, 2009).

A educação corporativa é uma iniciativa organizacional que visa garantir

um processo contínuo e estruturado de aprendizagem vinculada a objetivos

estratégicos. Ela pode ser definida como um sistema de desenvolvimento de

pessoas, pautado pela gestão por competências, cujo papel é o de servir de ponte

entre o aprimoramento pessoal e a estratégia de atuação da Instituição. Constitui-

se numa forma inteligente das organizações assumirem o domínio do negócio de

educação e treinamento, garantindo o melhor aproveitamento de recursos e

vinculando os programas de treinamento à produção de competências

necessárias para as estratégias do negócio (CRUZ, 2010).

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Para Pires e Macedo (2006), a economia globalizada que permeia o

espaço corporativo traz facilidades diante dessa nova integração econômica,

social e cultural. Porém, ao mesmo tempo reivindica da sociedade uma adaptação

muito mais rápida aos processos e exigências estabelecidas pelas relações

globais. As organizações precisam se adequar aos novos padrões de qualidade e

competitividade, o que exige mudanças e significativas transformações nos

métodos tradicionalmente utilizados. É com base nessa realidade que a área de

treinamento nas corporações se constitui um diferencial estratégico.

A educação corporativa é a forma que as organizações encontraram para

capacitar seus quadros de pessoal com algumas vantagens em relação à

educação convencional, principalmente no alcance, na escala e na padronização

das informações, concorrendo diretamente na performance, produtividade e na

qualidade dos resultados obtidos. Assim, destaca-se o ensino a distância (EAD)

como uma das alternativas para o treinamento corporativo de extensa

capilaridade e em grande escala, a um custo financeiro e social significativamente

menor (MARTINS, 2009).

Alves (2011) afirma que atualmente, podem ser consideradas as seguintes

modalidades de educação: presencial e a distância. A modalidade presencial é a

comumente utilizada nos cursos regulares, onde professores e alunos encontram-

se sempre em um mesmo local físico, chamado sala de aula, e esses encontros

se dão ao mesmo tempo: é o denominado ensino convencional. Na modalidade a

distância, professores e alunos estão separados fisicamente no espaço e/ou no

tempo. Esta modalidade de educação é efetivada através do intenso uso de

tecnologias de informação e comunicação, podendo ou não apresentar momentos

presenciais (MORAN, 2009).

Vale ressaltar que tecnicamente, o e-learning é o ensino realizado através

de meios eletrônicos. Trata-se basicamente de um sistema hospedado no

servidor da empresa/organização que vai transmitir, através da Internet ou

Intranet, informações e instruções aos alunos visando agregar conhecimento

específico. O sistema pode substituir total ou parcialmente, o que é mais comum,

o instrutor, na condução do processo de ensino. No e-learning, as etapas de

ensino são pré-programadas, divididas em módulos e são utilizados diversos

recursos como o e-mail, textos e imagens digitalizadas, sala de bate-papo, links

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para fontes externas de informações, vídeos e teleconferências, entre outros,

afirma Oliveira (2005). O treinamento com o e-learning pode ser montado pela

própria empresa ou por qualquer dos fornecedores desse tipo de solução já

existentes no mercado (FELIPINI, 2012).

E quais as vantagens? A principal vantagem do e-learning é o rompimento

de barreiras geográficas e temporais. Com o e-learning, um curso/treinamento

sobre determinado assunto, por exemplo, pode ser feito de qualquer local do

planeta a qualquer momento, de acordo com os interesses da Organização.

Nunes (1994) afirma que a educação a distância constitui um recurso de

incalculável importância para atender grandes contingentes de alunos, de forma

mais efetiva que outras modalidades e sem riscos de reduzir a qualidade dos

serviços oferecidos em decorrência da ampliação da clientela atendida. Isso é

possibilitado pelas novas tecnologias nas áreas de informação e comunicação

que estão abrindo novas possibilidades para os processos de ensino-

aprendizagem a distância.

O conceito de educação a distância no Brasil é definido oficialmente no

Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005 (BRASIL, 2005): “Art. 1º) Para os

fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade

educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e

aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e

comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades

educativas em lugares ou tempos diversos.”

Essa definição da educação a distância complementa-se com o primeiro

parágrafo do mesmo artigo, onde é ressaltado que esta deve ter obrigatoriamente

momentos presenciais, como se segue:

No § 1º) A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão

e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de

momentos presenciais para: avaliações de estudantes; estágios obrigatórios,

quando previstos na legislação pertinente; defesa de trabalhos de conclusão de

curso, quando previstos na legislação pertinente, e atividades relacionadas a

laboratórios de ensino, quando for o caso.

A proposta de gestão de mídias em educação – seja presencial ou a

distância – é complexa. Ela envolve uma variedade de reflexões que encaminham

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o planejamento do projeto educacional a ser realizado. Em interação permanente

com o planejamento pedagógico é preciso realizar um plano para a definição e a

administração das mídias no projeto. A maior articulação entre o plano de mídias

e o planejamento pedagógico vai garantir melhor fluidez para o desenvolvimento

da proposta (OLIVEIRA, 2005).

A gestão das mídias envolve cuidados com a seleção e a manutenção dos

equipamentos escolhidos para serem utilizados. Requer a garantia de seu pleno

funcionamento e a disponibilização dos mesmos durante todo o tempo em que as

atividades estiverem sendo realizadas. Não é possível iniciar um projeto –

sobretudo em EAD – e, no meio do caminho ter a atividade suspensa porque os

equipamentos de videoconferência não estão funcionando, a conexão via Internet

está com problemas, ou o envio da correspondência está atrasado por questões

técnicas ou operacionais. Disciplina, organização, treinamento, controle,

estabelecimento de cronogramas realistas são alguns critérios que precisam ser

definidos com antecedência para a realização dos planos de gestão das mídias

em educação (OLIVEIRA, 2005).

Ao lado da parte organizacional, é preciso ter um cuidado especial na

seleção das atividades e de todo o programa de disciplinas que vão ser

veiculados em determinado tipo de mídia. Para Oliveira (2005), a abordagem de

cada assunto requer tratamento diferenciado de acordo com a mídia em que vai

ser veiculado. Saber definir o melhor tratamento para os conhecimentos que

serão trabalhados e qual a melhor forma de apresentá-los de acordo com a mídia

selecionada também é uma função a ser realizada no processo de gestão das

mídias em educação.

Por outro lado esses conhecimentos precisam estar comprometidos com o

perfil dos alunos e com os objetivos previstos. É preciso refletir se eles servirão

apenas para a aquisição e/ou reprodução de conhecimentos e habilidades ou se

oferecerão condições para a produção de novos conhecimentos e o

posicionamento crítico dos alunos. É preciso pensar também se os alunos serão

simples usuários ou consumidores de produções já desenvolvidas ou se terão

condições de criarem, eles mesmos, os seus próprios veículos mediáticos.

Contudo, outro aspecto diz respeito à interação entre os participantes. Os

mesmos equipamentos podem ser utilizados para a realização de atividades

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isoladas dos alunos ou atividades com maior interação, com trocas de mensagens

entre todos e a realização de projetos integradores e cooperativos. Esses, afinal,

vão diferenciar a qualidade dos cursos oferecidos a distância. A cooperação entre

os alunos a distância visa não apenas formar pessoas que estejam preocupadas

com a aquisição de conhecimentos e habilidades. As atividades cooperativas

buscam desenvolver comportamentos de interação, sociabilidade e

comprometimento social, essenciais para a formação do cidadão (OLIVEIRA,

2005).

As atividades comunicativas entre os alunos a distância requerem a gestão

dos conhecimentos que circulam, a orientação e o suporte às discussões

estabelecidas, o fortalecimento de processos participativos entre os professores e

os alunos envolvidos. Além disso, é preciso não apenas gerenciar as pessoas e

as tecnologias em uso, mas também as informações que transitam entre os

participantes para que a disciplina oferecida possa não se afastar demais de seus

objetivos.

A tecnologia da informação oferece as ferramentas para permitir que todo o

pessoal na organização solucione problemas cada vez mais complexos e

aproveitem as oportunidades que contribuem para o sucesso, ou mesmo a

sobrevivência da organização. A TI dá apoio aos processos empresariais que

permitem às empresas operar na era digital, reagindo de modo rápido e adequado

às mudanças. Em muitos casos, a TI é a base de estratégias agressivas e

proativas que podem alterar radicalmente a perspectiva competitiva de um setor

(TURBAN; RAINER JR.; POTTER, 2005).

A educação pressupõe aprender a gerenciar tecnologias, tanto da

informação quanto da comunicação, e ainda ajudar a perceber onde está o

essencial, estabelecendo processos de comunicação cada vez mais ricos e mais

participativos. Gerenciar as mídias em educação consiste, portanto, em atuar em

múltiplas direções: gerenciar o uso e a manutenção das tecnologias envolvidas,

gerenciar os projetos educacionais que irão ser desenvolvidos e gerenciar a

própria forma como esses meios serão utilizados em atividades de ensino-

aprendizagem.

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O crescimento da economia digital está levando organizações do mundo

inteiro a transformar-se para sobreviver. A competitividade exige não apenas

sistemas baseados na Web, pois é necessário ter uma estratégia eletrônica, a

capacidade de planejar sistemas, o processo de transformação, novos modelos

de negócios e de gestão em TI. A tecnologia da informação facilita a resolução de

problemas, aumenta a produtividade e a qualidade, melhora o serviço ao

consumidor e permite a reengenharia do processo (TURBAN; LEIDNER;

MCLEAN; WETHERBE, 2010).

Neste cenário está a Polícia Militar do Pará, que se desenvolve e sofre

transformações na tentativa de acompanhar os novos tempos. Portanto, as novas

tecnologias disponíveis devem ser pensadas e avaliadas nesse contexto como

ferramenta facilitadora para alcançar objetivos estratégicos, na área do ensino e

instrução principalmente, como já ocorre nas práticas educacionais

implementadas em escolas, universidades, empresas e outros segmentos, tendo

sempre em vista a busca de soluções inteligentes e adequadas aos interesses da

instituição (SANTOS, 2008).

3.1 AS TECNOLOGIAS INTERATIVAS NA EDUCAÇÃO

Segundo Oliveira (2005), as culturas dos povos são continuamente

moldadas pelo uso das tecnologias. A televisão, por exemplo, modificou o hábito

das famílias e continua até hoje influenciando o comportamento da sociedade. No

momento, o mesmo fenômeno está acontecendo com a introdução das novas

tecnologias interativas na sociedade moderna.

Qualquer previsão, com precisão, de como a sociedade vai se comportar

frente a estas tecnologias, é especulação. Portanto, é de se esperar que o uso de

tais tecnologias interativas quando aplicadas ao processo de ensino-

aprendizagem também cause mudanças de hábitos e comportamentos por parte

dos professores e dos estudantes e, talvez, dos responsáveis pela política

educacional do país.

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Os termos tecnologias interativas aplicadas ao ensino ou ferramentas

tecnológicas referem-se fundamentalmente aos meios instrucionais baseados nos

recentes avanços computacionais interativos, como por exemplo: programas

educacionais interativos, vídeo aula, vídeo laser, hipertexto, hipermídia, correio

eletrônico, realidade virtual, programas simuladores, recursos da Internet, como

por exemplo, cursos a distância, educação continuada, livros e periódicos

eletrônicos, bibliotecas virtuais, listas e fóruns de discussão (OLIVEIRA, 2005).

Atualmente o mundo está se deparando com uma revolução nas

comunicações entre os povos através das novas tecnologias de comunicação que

estão disponíveis no mercado. Depois destas tecnologias terem alcançado vários

setores da sociedade, a educação é uma das áreas que está sendo

consideravelmente atingida por essa onda tecnológica.

Oliveira (2005) refere que a rigor, as tecnologias de comunicação na

educação surgiram na década de 1950, com o aparecimento dos filmes no

ambiente escolar e trazendo, a cada década, contínuas novidades, entre outras: a

televisão educativa em circuito aberto, nos anos 1960; os videocassetes e os

computadores, nos anos 1970. De lá pra cá, de forma cada vez mais acelerada,

vieram o videodisco interativo, as teleconferências e os sistemas de ensino por

meio da inteligência artificial. Mais recentemente, a realidade virtual configurou-se

como instrumento poderoso de simulação de ambientes.

Assim como em todas as áreas do conhecimento, na qualidade de vida,

nas relações de produção da sociedade, as mudanças ocasionadas pelo advento

da informática influenciaram também a educação, que as vem assumindo

gradativamente. Contudo, a análise da maioria das nossas instituições de ensino

mostra que os novos recursos – além de absorvidos muito lentamente – são

utilizados sem distinção de uso quanto aos fundamentos filosóficos e

psicopedagógicos que os orientam, em geral com o emprego de “pacotes”

instrucionais de má qualidade e revestidos de uma metodologia convencional, em

que as vantagens apregoadas têm o sentido de “aliviar” as tarefas docentes

(OLIVEIRA, 2005).

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3.2 PROJETOS EDUCACIONAIS: AS MÍDIAS

Em geral, quando se refere ao uso de mídias em projetos educacionais, a

imaginação articula diretamente às mais novas oportunidades tecnológicas de

informação e comunicação, ou seja, a Internet e todos os seus desdobramentos e

inovações. Pensa-se também no uso de programas televisivos, filmes e vídeos.

Outros meios como o rádio, o jornal e todas as formas midiáticas impressas,

ainda que conhecidos e utilizados em atividades de ensino, não são tão

fortemente destacados nas pesquisas e publicações da área educacional.

Segundo Oliveira (2005), a palavra mídia, uma alteração do nome original

''media'', chegou ao nosso idioma a partir do seu uso nos meios de comunicação

de língua inglesa. A expressão, em inglês, mass media, quer dizer - meios e

comunicação em massa, ou seja, meios de comunicação para muitas pessoas ao

mesmo tempo. A expressão ''media'' é de origem latina e significa ''meio'' ou ''o

que está no meio''. No singular, a palavra mídia já é entendida no Brasil como ''o

conjunto dos meios de comunicação e que inclui, indistintamente, diferentes

veículos recursos e técnicas, como, p. ex., jornal, rádio, televisão, cinema,

outdoor, página impressa, propaganda, mala-direta, balão inflável, anúncio em

site na Internet etc.'' (Dic. Aurélio). A expressão mídias incorpora este mesmo

sentido e é utilizada para dizer, no plural, da amplitude e diversidade dos múltiplos

meios de comunicação existentes (OLIVEIRA, 2005).

São muitas as mídias utilizadas em atividades educativas. Assim como

cada modalidade de ensino requer o tratamento diferenciado do mesmo conteúdo

– de acordo com os alunos, os objetivos a serem alcançados, o espaço e tempo

disponíveis para a sua realização – reflete Oliveira (2005), cada um dos suportes

mediáticos tem cuidados e formas de tratamento específicas que, ao serem

utilizadas, alteram a forma como se dá e como se faz a educação.

O planejamento de atividades de ensino que envolve o uso de suportes

mediáticos impressos (jornais e revistas, principalmente) é diferente, por exemplo,

do uso do rádio, de programas televisivos, de vídeos e das mídias digitais mais

avançadas como a Internet e as tele e videoconferências. Um mesmo assunto, ao

ser explorado didaticamente, com o uso intensivo de mídias diferenciadas, precisa

sofrer alterações para poder beneficiar-se dos recursos oferecidos pelos suportes.

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Assim, ao desenvolver um tema de legislação PM, por exemplo, utilizando o vídeo

ou publicações impressas, as aulas serão bem diferentes.

Cada tipo de mídia requer planejamento cuidadoso e que vai além da

disponibilidade dos equipamentos e da definição de seu uso em determinada

aula, ou não. Neste texto, o objetivo é o de refletir sobre o uso dessas mídias em

projetos de educação a distância. A ênfase nesta modalidade de ensino se dá

pela importância assumida por essas tecnologias de informação e comunicação

na mediação educacional a distância.

Oliveira (2005) afirma que as atividades educacionais realizadas em EAD

são veiculadas pelos mais diferentes tipos de mídias. A escolha do suporte

mediático define a modalidade de educação a distância que está sendo oferecida.

Assim, o ensino por correspondência tem planejamentos e estruturação bem

diferenciados dos projetos realizados via rádio, videoconferência ou via Internet.

Todos exigem análise e escolha cuidadosa de um processo de planejamento e de

gestão diferenciados. A escolha de determinado tipo de mídia para a realização

de projetos em EAD vai orientar, por exemplo, os investimentos a serem feitos em

infraestrutura tecnológica, a organização e treinamento da equipe responsável, a

forma como serão planejadas e disponibilizadas as disciplinas e atividades

educacionais etc. No caso da Polícia Militar, o ensino e a instrução PM.

O desenvolvimento de projetos educacionais a distância com qualidade

técnica e pedagógica requer cuidados em muitos sentidos. A gestão das mídias

para uso em educação é um dos primeiros movimentos para a sua efetivação.

Envolve não apenas a análise do investimento e a aquisição de equipamentos,

mas o tratamento do conteúdo que vai ser veiculado e a formação de equipes de

profissionais – técnicos e docentes – para o melhor uso do equipamento pela área

educacional, como um todo, e em cada projeto de ensino, em particular

(OLIVEIRA, 2005).

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3.3 GESTÃO DAS MÍDIAS EM EDUCAÇÃO

A proposta de gestão de mídias em educação – seja presencial ou a

distância – é complexa. Ela envolve uma variedade de reflexões que encaminham

o planejamento do projeto educacional a ser realizado. Em interação permanente

com o planejamento pedagógico é preciso realizar um plano para a definição e a

administração das mídias no projeto. A maior articulação entre o plano de mídias

e o planejamento pedagógico vai garantir melhor fluidez para o desenvolvimento

da proposta.

A gestão das mídias envolve cuidados com a seleção e manutenção dos

equipamentos escolhidos para serem utilizados. Requer a garantia de seu pleno

funcionamento e a disponibilização dos mesmos durante todo o tempo em que as

atividades estiverem sendo realizadas. Não é possível iniciar um projeto –

sobretudo em EAD – e, no meio do caminho ter a atividade suspensa porque os

equipamentos de videoconferência não estão funcionando, a conexão via Internet

está com problemas, ou o envio da correspondência está atrasado por questões

técnicas ou operacionais. Disciplina, organização, treinamento, controle,

estabelecimento de cronogramas realistas são alguns critérios que precisam ser

definidos com antecedência para a realização dos planos de gestão das mídias

em educação (OLIVEIRA, 2005).

Ao lado da parte organizacional, é preciso ter um cuidado especial na

seleção das atividades e de todo o programa de disciplinas que vão ser

veiculados em determinado tipo de mídia. A abordagem de cada assunto requer

tratamento diferenciado de acordo com a mídia em que vai ser veiculado. Saber

definir o melhor tratamento para os conhecimentos que serão trabalhados e qual

a melhor forma de apresentá-los de acordo com a mídia selecionada também é

uma função a ser realizada no processo de gestão das mídias em educação.

Por outro lado esses conhecimentos precisam estar comprometidos com o

perfil dos alunos e com os objetivos previstos, afirma Oliveira (2005). É preciso

refletir se eles servirão apenas para a aquisição e/ou reprodução de

conhecimentos e habilidades ou se oferecerão condições para a produção de

novos conhecimentos e o posicionamento crítico dos alunos. É preciso pensar

também se os alunos serão simples usuários ou consumidores de produções já

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desenvolvidas ou se terão condições de criarem, eles mesmos, os seus próprios

veículos mediáticos. Ou seja, nos projetos pedagógicos dos cursos em EAD

planejam-se condições para que alunos e professores possam criar seus próprios

jornais, revistas, homepages, vídeos, programas de rádio etc.

Contudo, outro aspecto diz respeito à interação entre os participantes. Os

mesmos equipamentos podem ser utilizados para a realização de atividades

isoladas dos alunos ou atividades com maior interação, com trocas de mensagens

entre todos e a realização de projetos integradores e cooperativos. Esses, afinal,

vão diferenciar a qualidade dos cursos oferecidos a distância. A cooperação entre

os alunos a distância visa não apenas formar pessoas que estejam preocupadas

com a aquisição de conhecimentos e habilidades. As atividades cooperativas

buscam desenvolver comportamentos de interação, sociabilidade e

comprometimento social, essenciais para a formação do cidadão.

As atividades comunicativas entre os alunos a distância requerem a gestão

dos conhecimentos que circulam, a orientação e o suporte às discussões

estabelecidas, o fortalecimento de processos participativos entre os professores e

os alunos envolvidos. Além disso, é preciso não apenas gerenciar as pessoas e

as tecnologias em uso, mas também as informações que transitam entre os

participantes para que a disciplina oferecida possa não se afastar demais de seus

objetivos.

A educação pressupõe aprender a gerenciar tecnologias, tanto da

informação quanto da comunicação, e ainda ajudar a perceber onde está o

essencial, estabelecendo processos de comunicação cada vez mais ricos e mais

participativos.

Gerenciar as mídias em educação consiste, portanto, em atuar em

múltiplas direções: gerenciar o uso e manutenção das tecnologias envolvidas,

gerenciar os projetos educacionais que irão ser desenvolvidos e gerenciar a

própria forma como esses meios serão utilizados em atividades de ensino-

aprendizagem (OLIVEIRA, 2005).

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3.4 AS MÍDIAS E O ENSINO A DISTÂNCIA

As possibilidades de uso de mídias cada vez mais interativas em educação

têm alterado, e muito, a concepção do que é educação presencial e a distância. É

possível que nos próximos anos, se amplie a integração entre essas duas

modalidades. Para Tori (2004), ''corolário é a convergência entre educação à

distância e educação convencional, rumo a um novo conceito, que integra o

potencial de aproximação oferecido pelas tecnologias interativas ao melhor da

educação tradicional''. Essa articulação entre as duas modalidades cria novas

possibilidades de oferta educacional. Cursos híbridos (semi-presenciais ou semi-a

distância) podem ser planejados e desenvolvidos buscando oferecer a melhor

qualidade de ensino-aprendizagem, com a utilização potencializada dos espaços

das salas de aula e das possibilidades de uso das mídias (OLIVEIRA, 2005).

Os projetos educacionais realizados exclusivamente a distância são

identificados de acordo com o tipo de mídia predominante. Assim, os tipos

tradicionais de EAD são chamados ''cursos por correspondência''. Nesses cursos

privilegia-se o conteúdo, disponível em materiais impressos como livros, apostilas,

vídeos ou CD-ROM. O aluno é solicitado a explorar o material enviado e

responder isoladamente a exercícios e testes. E estes devem ser enviados para

os professores responsáveis para avaliação. Em alguns desses cursos existem

serviços de atendimento a dúvidas via telefone, fax ou Internet (correio

eletrônico). Há pouquíssima interação dos alunos com os professores ou com

outros alunos que estejam realizando o curso na mesma época.

Os programas de rádio, áudio e vídeo, e os programas de computador

(softwares) também são utilizados para a realização de cursos a distância cuja

dinâmica não varia muito das formas tradicionais por correspondência. Em todos

eles, o estudante deverá realizar isoladamente o seu processo educacional, em

interação apenas com o conteúdo disponibilizado na mídia utilizada. Dois tipos

desses cursos que são muitos empregados em treinamentos na atualidade são

conhecidos como computer based training (CBT) e web based training (WBT). No

CBT, o conteúdo é disponibilizado em um CD-ROM ou em um software

específico. Já no WBT o mesmo tipo de curso fica disponível em um site ou portal

on-line (OLIVEIRA, 2005, p. 104).

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Muitos já são os projetos a distância que contam com o apoio de

videoconferências. Eles exigem o deslocamento dos participantes (professores e

alunos) ao mesmo tempo para diversos locais em que se encontram o

equipamento para o envio e a recepção de imagem e voz. A interação ocorre

nesses momentos como se tivessem todos em uma mesma sala de aula. Na

maioria das vezes as atividades de vídeo/teleconferências são complementadas

com texto e atividades disponibilizadas e dispostas em CD-ROM, apostilas, ou

websites.

Segundo Oliveira (2005), as principais mudanças nos processos de

interação e comunicação humana em EAD ocorreram com o uso mais intensivo

da Internet e dos ambientes virtuais de aprendizagem. As possibilidades

síncronas e assíncronas da Internet viabilizam o contato entre pessoas situadas

nos mais diferenciados espaços, a qualquer hora. A Internet viabiliza também a

oferta e o acesso a conteúdos que estejam localizados em sites em qualquer

parte do mundo. O uso das ferramentas comunicativas disponíveis na Internet –

como o correio eletrônico, os chats (conversas, bate papo) e fóruns de discussão

– garantiram a possibilidade de maior troca de diálogo entre professores e alunos.

Articulados com as mais novas possibilidades tecnológicas – como a inserção de

vídeos, a comunicação via voz, a visualização dos participantes em tempo real,

ou seja, no momento que estão em aula – as mídias digitais caminham para a

integração de suas possibilidades oferecendo recursos que viabilizam o

oferecimento de educação de qualidade para qualquer pessoa, a qualquer tempo

e em qualquer lugar.

3.5 O ACESSO À INTERNET

A despeito do avanço da Internet como uma mídia poderosa para

desenvolvimento de atividades educacionais, a maior dificuldade é garantir o seu

acesso à maioria da população. As soluções tecnológicas para a educação

esbarram no número limitado de pessoas que possuem computadores em seus

domicílios ou conseguem acessá-los de seus locais de trabalho, estudo ou em

espaços públicos como bibliotecas, centros comunitários etc.

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Garantir o acesso da população a Internet constitui um objetivo político de

amplo alcance. Para isso, existem verbas específicas, principalmente as verbas

do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) que,

infelizmente, não têm sido utilizadas para os objetivos a que se destinam. Essas

verbas que correspondem a 1% da receita bruta operacional anual das empresas

de telecomunicações, destinam-se em princípio à ''disseminação de recursos de

telecomunicações e informática nas escolas públicas federais, estaduais e

municipais, com o objetivo de promover o desenvolvimento e o enriquecimento

pedagógico''. Paralisadas pelo governo federal, para compor a soma de recursos

para o superávit fiscal acertado com o FMI, essa verba faz diferença para a

democratização do acesso de professores, alunos e todos os cidadãos às mais

novas mídias digitais2.

No ano de 2004, cerca de 14% da população, ou seja, 28 milhões de

brasileiros já utilizaram a web pelo menos uma vez em casa, no trabalho, em

escolas ou locais públicos de acesso - segundo o estudo produzido pelo Instituto

Ibope/NetRatings, que mede a audiência da Internet3. Hoje esse número

certamente é maior.

O uso das mídias em projetos educacionais a distância exige a superação

de diversos problemas. O primeiro deles é o próprio acesso aos equipamentos.

Mais de 90% da população brasileira possuem em suas moradias rádios e

televisores, que pode viabilizar o acesso a projetos amplos de educação

baseados nessas mídias. Já o uso de computadores e a Internet necessitam não

apenas de equipamento (o computador) mais da disponibilização da infraestrutura

tecnológica (linhas telefônicas, modems, decodificadores de sinais via satélite,

programas específicos etc.) e, sobretudo, o uso dos aparelhos e programas de

forma adequada, afirma Oliveira (2005). É preciso também ter condições de

acesso à manutenção técnica e às permanentes atualizações dessas tecnologias.

Em uma concepção ampla de inclusão, com uso de mídias diferenciadas, é

possível garantir o acesso à educação de alunos com problemas de saúde e que

estejam hospitalizados, os portadores de deficiência física, os que têm problemas

de locomoção, os que se encontram em locais distanciados, os que se

2 Ver informações no site: www.proinfo.es.gov.br/fust/fust.htm/

3 Dados obtidos em 08.06.2004, em http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/

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movimentam entre várias cidades como os artistas de circo, os caminhoneiros, os

comerciantes etc. e os que estão fora da faixa etária para frequentar cursos

regulares, mas querem continuar seus estudos.

3.6 INFRAESTRUTURA TECNOLÓGICA

Resolvidos os problemas de infraestrutura e de acesso, iniciam-se as

preocupações com a gestão da qualidade deste acesso e de todo o conjunto das

instalações necessárias para a realização de projetos educacionais via mídia, é o

que afirma Oliveira (2005, p. 106). Mais do que a simples aquisição e instalação

das máquinas e programas, é preciso planejar as formas de manutenção e

atualização de todos os equipamentos: hardwares e softwares utilizados.

O avanço tecnológico ocorre muito rapidamente e os equipamentos e

programas ficam obsoletos com pouco tempo de uso. Antes da implantação da

infraestrutura necessária é preciso que os gestores reflitam sobre o que

pretendem desenvolver a partir das soluções tecnológicas escolhidas, o tempo

previsto de uso, as formas de manutenção e atualização. Isto não significa, no

entanto, que as instituições educacionais devem adquirir com frequência

tecnologia de última geração. Um bom planejamento neste sentido envolve o

comprometimento de uso pedagógico desses equipamentos. Tecnologia boa é a

que está em uso e totalmente comprometida com a proposta pedagógica em

desenvolvimento, que garanta a aprendizagem com qualidade pelos alunos e o

alcance dos objetivos previstos (OLIVEIRA, 2005).

As gestões das mídias utilizadas em projetos educacionais envolvem

aspectos financeiros, tecnológicos e operacionais. Também é importante a

constituição de equipe de pessoas capazes de cuidar das instalações e do bom

uso dos equipamentos e que estejam preocupadas com as condições de

segurança e privacidade dos acessos e dos conteúdos e ações desenvolvidas

nos mesmos.

A gestão da infraestrutura desses projetos educacionais vai além dos

cuidados com a materialidade dos equipamentos e da sua permanente

atualização. Envolve a sua adequação aos propósitos educacionais previstos, a

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garantia de acesso e uso com segurança e o próprio oferecimento de treinamento

e cursos de atualização para o uso eficiente de todo o conjunto instalado. Essa

conscientização sobre os cuidados em relação à manutenção e ao uso precisa

ser incorporada por todos os que têm acesso aos equipamentos: gestores,

funcionários técnicos e administrativos, professores, alunos, pessoal da limpeza e

encarregado da manutenção física do local.

3.7 GESTÃO DE MÍDIAS PARA EAD

3.7.1 Formas de interação

A primeira definição para a escolha das mídias que serão utilizadas em

projeto de educação deve estar totalmente comprometida com as disponibilidades

financeiras da instituição, a sua capacidade de implantação da infraestrutura

tecnológica (equipamentos e pessoal) necessária e, sobretudo, ao tipo de aluno

que se pretende atender e o projeto pedagógico que será realizado (OLIVEIRA,

2005, p. 107).

Em termos de projetos de implantação dos equipamentos, a primeira

preocupação deve ser com o tipo de comunicabilidade que deverá ocorrer entre

os usuários (professores, alunos e técnicos). Em termos estruturais, a

comunicação entre os participantes pode ser realizada apenas de forma isolada,

como, por exemplo, nos cursos por correspondência, vídeos ou nos programas de

alta aprendizagem por computador. Neles, o aluno interage diretamente com o

conteúdo e remotamente com um professor ou tutor, individualmente com quem

tira dúvidas ou encaminha as avaliações.

Outra forma de interação é a existente nos projetos realizados via vídeos

ou teleconferências, por exemplo, em que apenas o professor apresenta sua aula

expositiva a que os alunos assistem sem a capacidade de intervir e dialogar

(teleconferência). Neste caso, as dúvidas são encaminhadas posteriormente, por

escrito – via correspondência ou e-mail – ou oralmente via telefone ou encontros

presenciais, agendados previamente.

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A maneira mais abrangente de realização de atividades de educação a

distância é a que possibilita a comunicação ampla entre todos os envolvidos.

Situados em locais (muitas vezes, em horários) diferentes, professores e alunos

podem trocar opiniões e ideias e interagir como se estivessem reunidos ao

mesmo tempo em uma mesma ‘’sala de aula’’. Alguns tipos de tele e

videoconferências e os recursos da Internet (sobretudo os ambientes virtuais de

aprendizagem) garantem essas múltiplas e ampliadas formas de comunicação e

interação com a finalidade de ensinar e aprender (OLIVEIRA, 2005).

3.7.2 Tipos de suportes mediáticos

O planejamento das mídias em que ocorrerão as atividades em EAD exige

a definição clara dos tipos de materiais, equipamentos e processos que serão

utilizados. A escolha de impressos, fitas, vídeos, softwares e/ou áudios para a

disponibilização dos cursos vai acarretar diferentes tipos de encaminhamentos do

processo ensino-aprendizagem além, é claro, de influir na interação, nos

treinamentos, nos aspectos financeiros etc. Dependendo da forma de utilização

das mídias, o processo educacional vai ser bem diferente (OLIVEIRA, 2005).

A escolha de uso exclusivo de material impresso nos cursos desenvolvidos

envolve procedimentos muito diferentes do uso predominante de áudio (rádio, CD,

fitas) ou de vídeos e de programas televisivos (em que coexistem áudio e vídeo).

Todas essas formas exigem procedimentos diversos dos utilizados nos cursos via

computador e Internet, em que é possível a convergência tecnológica (impressos,

som, imagens fixas e em movimento). Em muitos ambientes virtuais, por exemplo,

é possível o desenvolvimento de disciplinas em que são disponibilizados, ao

mesmo tempo, o vídeo e o texto sobre o assunto em uma única tela. A essas

possibilidades aliam-se as condições de interação e comunicação já levantadas

acima.

As possibilidades tecnológicas existentes na atualidade garantem o

oferecimento de cursos a distância, através de um “plus” de mídias, ou seja, a

utilização de material impresso, vídeos, áudios etc., reflete Oliveira (2005),

articulados com ambientes virtuais na Internet. Em alguns cursos, todos os

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suportes mediáticos (áudio, vídeo e material impresso) são disponibilizados em

CD ou em DVD-ROM. Estes, por sua vez, já possuem links que encaminham

diretamente os alunos para as páginas na Internet em que eles podem trocar

ideias como outros alunos, professores ou com os tutores dos cursos.

Nos ambientes virtuais propriamente ditos, os alunos já acessam

diretamente textos, desenhos, fotos, animações, sons e vídeos, na própria página

do curso na Internet. Eles podem salvar os arquivos disponíveis ou imprimi-los.

Podem interagir com professores e os outros alunos em chats e fóruns de

discussão. Testes, exercícios e demais atividades individuais e/ou em grupos são

possíveis de serem executados e enviados imediatamente para o professor ou

para todos os participantes. Os alunos podem comentar as atividades e

contribuições de seus colegas criando um clima de trocas intelectuais em que

todos cooperam para a aprendizagem dos demais.

Em alguns cursos em EAD prevê-se a ampla convergência de tecnologias

a serem utilizadas. Planejam-se cursos em que o uso dos suportes

computacionais e da Internet se aliam ao uso de vídeos, imagens captadas em

tempo real e programas radiofônicos e televisivos, além do acesso via telefone e

correio postal (OLIVEIRA, 2005).

Pode-se prever também, em projetos educacionais de amplo alcance, o

desenvolvimento das mesmas disciplinas em suportes mediáticos diferenciados.

O mesmo curso é oferecido via Internet, CD-ROM, fitas de áudio e/ou vídeos ou

mídia impressa, por exemplo. Essa forma abrangente de realização de educação

a distância objetiva o atendimento ampliado aos alunos. Seja qual for a condição

de acesso que os alunos possuam, eles podem ser atendidos e podem cursar as

disciplinas.

O Centro Nacional de Educação à Distancia Francês, por exemplo,

apresenta em seu catálogo de disciplinas a possibilidade de escolha no suporte

em que o aluno deseja realizar o curso oferecido. Dessa forma, eles conseguem

atingir alunos de todas as partes do mundo e com as mais diferenciadas

condições midiáticas de acesso. Alunos situados na França, no Brasil ou no

centro da África podem realizar a mesma disciplina em suportes diferentes. Para

cada mídia, no entanto, o planejamento do mesmo curso é diferente e as

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condições de comunicação e interação entre os participantes e os docentes são

alteradas significativamente (OLIVEIRA, 2005).

3.7.3 A decisão na escolha das mídias

Para Oliveira (2005), os parâmetros básicos que importam para a escolha

de mídias para a realização de projetos em EAD envolvem, de maneira geral, os

aspectos ligados à qualidade do processo pedagógico que será implementado, o

custo e as condições de acesso tecnológico de todos os participantes do

processo.

Visando facilitar a análise de todas essas condições, é recomendável que

as instituições realizem – junto com o projeto pedagógico dos cursos em EAD –

um plano de mídias ou plano de comunicação, sugere Oliveira (2005). A

formulação deste plano torna possível a compreensão, com maior nível de

aprofundamento, de todo o escopo de ações que envolvem a inclusão das mídias

na educação, de acordo com as especificidades dos cursos e os limites e

disponibilidades da instituição.

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4 METODOLOGIA

A pesquisa apresenta-se como forma de investigação que tem como

finalidade buscar respostas às indagações da sociedade por meio de

procedimentos científicos. Supõe-se que a realidade não é o que mostra na

aparência, não se revela na superfície e, além disso, esquemas explicativos não a

esgotam. Desse modo, a pesquisa utiliza-se do método científico, para descobrir

respostas aos problemas mediante o emprego de procedimentos metodológicos

(RAUPP; BEUREN, 2006).

Diante dos objetivos propostos no presente estudo, realizou-se uma

pesquisa do tipo exploratória, devido ao pouco conhecimento técnico sobre a

temática aplicada na instituição Polícia Militar do Estado do Pará, diante da

especificidade do ensino e instrução policial militar. Buscou-se, portanto, conhecer

e refletir sobre o assunto, de modo a torná-lo mais claro, e ainda construir

questões importantes para a condução da pesquisa.

A pesquisa é qualitativa, quanto à abordagem do problema e os

procedimentos metodológicos que serão adotados. Inicialmente, realizou-se uma

pesquisa bibliográfica através da leitura sobre as tecnologias interativas aplicadas

à educação, considerando a realidade e as características regionais, consultando

autores e especialistas na área, na busca de informações técnicas acerca do

tema em questão – o ensino a distância – seguindo um protocolo acadêmico.

Em seguida, para refletir sobre a viabilidade de implantação dessa nova

ferramenta tecnológica no processo ensino-aprendizagem institucional, que se

apresenta como uma solução na área da aprendizagem organizacional, lançou-se

mão da pesquisa documental dos relatórios anuais de ensino, elaborados pela

Diretoria de Ensino e Instrução da Polícia Militar do Pará, nos anos de 2008 a

2010 (triênio), possibilitada pela abertura profissional junto a corporação que foi

objeto de estudo.

Ao final, após analisar o modelo de gestão na área de ensino e instrução

na instituição PMPA, destacou-se os principais pontos críticos identificados

apresentando soluções tecnológicas viáveis e adequadas, considerando o cenário

em que a Polícia Militar se apresenta dentro de um estado com dimensões

continentais e características regionais próprias, diante da necessidade

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permanente de qualificação técnico-profissional do efetivo policial militar na ativa

da corporação.

Portanto, o delineamento deste estudo foi a partir de três categorias de

tipologias de pesquisa: quanto aos objetivos, que se optou pela pesquisa

exploratória; quanto aos procedimentos, que evidenciou a pesquisa bibliográfica e

documental; e quanto à abordagem do problema, que contemplou a pesquisa

qualitativa. Neste trabalho, à medida que se analisou cada tipologia de pesquisa,

evidenciou-se as mesmas com temas ligados à gestão organizacional, linha de

pesquisa deste programa de mestrado em Administração. O estudo foi conduzido

com a devida responsabilidade profissional, por se tratar de assunto estratégico

na corporação Polícia Militar do Estado do Pará.

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5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

O atual modelo de formação utilizado na qualificação profissional dos

policiais militares no estado do Pará é 100% presencial, ou seja, em sala de aula

com a presença física do instrutor diante de seus alunos, e concentra-se

principalmente na capital e descentraliza-se a partir da criação de polos de

formação espalhados pela vasta extensão do território paraense, nas principais

cidades do interior do estado. Existe um planejamento estratégico elaborado pela

Diretoria de Ensino e Instrução da Corporação em parceria com o Estado Maior

Estratégico da PMPA, isso tudo, após prévia aprovação do Secretário de

Segurança Pública em despacho com o Comandante Geral da Corporação

Policial Militar no Estado.

Contudo identifica-se uma grande dificuldade logística (infraestrutura física

e financeira) e principalmente de pessoal (instrutores militares e civis) nesse

processo de formação, com esse atual modelo, o que fragiliza as ações

administrativas na área de gestão organizacional na instituição PMPA,

comprometendo muitas vezes a qualidade no processo ‘ensino-aprendizagem’ na

formação policial militar no Pará.

5.1 O EAD NA QUALIFICAÇÃO POLICIAL MILITAR

A utilização do EAD na Polícia Militar do Estado do Pará, através da TV

digital via satélite e da Internet, com todo ambiente de aprendizagem agregado a

esses recursos tecnológicos, proporcionará a qualificação técnico-profissional que

envolve a formação, o aperfeiçoamento e a especialização de qualidade, em

grande escala, de forma semipresencial, do efetivo da corporação policial militar

no estado. Isso, operando o mínimo deslocamento da tropa em relação aos seus

comandos operacionais regionais, gerando uma redução de custo e logística

consideráveis à administração.

O emprego desses recursos tecnológicos irá gerar qualificação uniforme e

padronizada na tropa, com uma única mensagem, agregando valor à qualificação

pelo resultado que este trabalho produzirá num efetivo tão capilar e numeroso,

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vencendo distâncias e proporcionando qualidade de vida ao policial militar, que

permanecerá próximo ao seu local de trabalho e residência, evitando seu

afastamento do convívio familiar e OPM de serviço.

5.2 PÚBLICO-ALVO

Trata-se de policiais militares da ativa na corporação PMPA, oficiais e

praças, distribuídos e classificados nas diversas Organizações Policiais Militares

(OPM) na vasta extensão do estado do Pará.

Excepcionalmente, os servidores públicos do Sistema de Segurança

Pública Estadual: Corpo de Bombeiros Militar, Departamento de Trânsito, Instituto

de Perícias Científicas, Polícia Civil, que atuam de forma integrada com a Polícia

Militar do Pará no combate diuturno contra a violência e a criminalidade em solo

paraense.

5.2.1 Cursos de formação policial militar

A Polícia Militar do Pará possui hoje um ‘claro’ (vagas existentes), no seu

quadro de pessoal, que ultrapassa um terço de todo o seu efetivo policial militar

na ativa, ou seja, fazem-se necessários cursos regulares de formação para

soldados e oficiais PM na corporação.

5.2.2 Cursos de aperfeiçoamento e especialização policial militar

A PMPA realiza regularmente, através de sua Diretoria de Ensino e

Instrução, cursos regulares e compulsórios de aperfeiçoamento, para as praças

da corporação, e de especialização, para os oficiais policiais militares,

classificados em todo Pará (capital e interior).

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5.3 ÁREA DE ABRANGÊNCIA DO PROJETO

Nas localidades abaixo relacionadas a PMPA terá que dispor de

infraestrutura e recursos tecnológicos mínimos (salas de recepção), a saber:

antena e decodificador, computador com acesso a Internet, telefone/fax, sistema

de proteção elétrica, projeção multimídia (datashow), sistema de som, sala

climatizada/adaptada e ambientada ao ensino a distância.

a) Belém (Capital): toda região metropolitana, incluindo Ananindeua e

Marituba, além dos distritos de Mosqueiro e Icoaraci.

b) Polos de formação no interior do Estado: Santarém, Marabá, Tucuruí,

Redenção, Paragominas, Capanema, Altamira, Abaetetuba e Itaituba.

Figura 1: Mapa físico do estado do Pará com os polos da PMPA

Fonte: elaborado pelo autor (2013)

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5.4 PONTOS CRÍTICOS E SOLUÇÕES:

5.4.1 Primeiro ponto crítico

Movimentação da tropa do interior para cursos na capital.

Afastamento do PM da sua unidade de origem.

Diminuição do efetivo policial local no interior do estado.

Afastamento do PM de sua família, de sua casa.

Dificuldade em alojar o PM na capital: pousada e alimentação.

Custos com diárias, ajuda de custo, transporte, mudança.

Solução:

Com o sistema de EAD será possível eliminar ou minimizar o afastamento

do policial militar de sua unidade de origem, permitindo a manutenção do efetivo

local, evitando inclusive o afastamento do PM de sua residência. Em muitos

casos, será eliminado por completo o problema de alojamento e alimentação,

diminuindo os custos com diárias, transporte, ajuda de custo, movimentação,

mudança, e todo tipo de logística que o sistema presencial de ensino exige ao se

deslocar o policial do interior para a capital.

5.4.2 Segundo ponto crítico

A PMPA não dispõe, atualmente, desses recursos: Infraestrutura física,

tecnológica, metodológica e de pessoal.

Instalações físicas: infraestrutura física capaz de suportar cursos (100%

presenciais), com esse efetivo total de alunos que representa uma grande

demanda reprimida na graduação e aperfeiçoamento de sargentos PM, inviabiliza

operacionalmente um curso nessa escala de atendimento, da forma tradicional.

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Estrutura tecnológica: produção, gravação e transmissão de aulas, links de alta

velocidade com Internet institucional, canal de satélite, estúdio de gravação de

aulas, ilha de edição padrão digital, sala de transmissão por satélite.

Estrutura metodológica: metodologia acadêmica necessária em projetos de

educação a distância em nível de formação, aperfeiçoamento, extensão,

capacitação e em educação coorporativa.

Estrutura de recursos humanos: equipes de designers para edição de material

gráfico impresso e para Internet, de educadores para produção de conteúdos em

diversos formatos, de tutores experientes em tutoria a distância, de analista de

tecnologia de TV digital, de analistas em produção de aulas em estúdios de TV,

de técnicos em edição de vídeo-aulas em ilha de edição digital, de técnicos de

apoio em estúdios de TV.

Solução:

No sistema EAD, utilizando a tecnologia de TV digital via satélite, o curso

será capilar, não exigindo assim grandes estruturas físicas para abrigar um

grande contingente. Assim, elimina-se o investimento em grandes espaços de

treinamento, ou seja, com poucos instrutores (selecionados) muitos instruendos

serão atendidos de forma padronizada, gerando uma qualificação uniforme tanto

na capital, região metropolitana, como no interior.

Para isso, faz-se necessário a busca de uma instituição de ensino parceira,

capaz de atender as necessidades e expectativas da PMPA de forma plena. O

convênio seria a forma administrativamente legal de firmar essa parceria,

fundamental e imprescindível para se atingir o objetivo do projeto.

O EAD possibilitará a qualificação uniforme e de qualidade de um grande

número de policiais militares, de forma simultânea e com acesso ao mesmo

conteúdo de ensino, em diferentes lugares ao mesmo tempo, permitindo inclusive,

tutoria a distância.

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5.4.3 Terceiro ponto crítico

Dificuldade de comunicação do escalão superior da corporação com o

efetivo policial militar distribuído no interior do estado. Hoje a PM não dispõe de

tecnologia ou de uma ferramenta que possibilite um contato em tempo real do seu

Alto Comando com a tropa – destacada – no interior.

Solução:

Comunicação – em tempo real – do alto comando (na capital) com sua

tropa (no interior). Trata-se portanto de um “plus”, na área operacional, que essa

ferramenta tecnológica proporcionará ao comando da PMPA. A estrutura de EAD

permitirá não apenas a qualificação uniforme, como também, permitirá uma

comunicação mais eficiente entre o alto comando da PM e seus comandos

regionais. Será a primeira vez que o alto comando alcançará, ao mesmo tempo,

todos os grandes comandos, gerando resultados significativos na orientação

institucional de seus comandados, o que refletirá positivamente nas ações de

segurança pública do estado.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o desenvolvimento significativo das tecnologias da informação e

comunicação (TIC), bem como o surgimento de novas tecnologias interativas

aplicadas à educação, principalmente a Internet e a TV digital via satélite, o

processo ensino-aprendizagem deixou de se limitar apenas à sala de aula, no

contexto da relação presencial aluno-professor. A educação ultrapassou limites

físicos tradicionalmente utilizados, dando novas oportunidades aos educadores de

construir, gerar e transmitir conhecimentos em outros ambientes de

aprendizagem.

Nesse contexto, o presente trabalho mostra que as discussões sobre

“educação corporativa” vêm tomando um espaço cada vez maior nos núcleos de

desenvolvimento empresariais, já que administrativamente a vitalidade das

organizações tem forte influência das ações educativas destinadas à capacitação

de seus colaboradores.

É com base nessa realidade que o espaço da educação nas corporações

se constitui um diferencial estratégico. A educação corporativa é a forma que as

organizações encontraram para capacitar seus quadros de pessoal com algumas

vantagens em relação à educação convencional, principalmente no alcance, na

escala e na padronização das informações, concorrendo diretamente na

performance, na produtividade e na qualidade dos resultados obtidos.

Assim, destaca-se a educação a distância (EAD) como uma das

alternativas para a educação corporativa de extensa capilaridade e em grande

escala, a um custo financeiro e social significativamente menor, dependendo da

ferramenta e do método utilizados.

Neste cenário está a Polícia Militar do Estado do Pará (PMPA), que se

desenvolve, cresce e sofre transformações na tentativa de acompanhar os novos

tempos e a demanda na área da segurança pública. Portanto, as novas

tecnologias disponíveis devem ser pensadas, avaliadas e inseridas nesse

contexto como ferramenta facilitadora para alcançar objetivos, na área do ensino

e instrução policial principalmente, tendo sempre em vista a busca de soluções

inteligentes e adequadas aos interesses institucionais.

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A Polícia Militar do Pará, força pública do Estado e instituição permanente

contemplada na Constituição Estadual de 1989, atuante em todo território

paraense de forma ativa no combate à violência e à criminalidade, possui hoje um

efetivo insuficiente de policiais militares qualificados em seus quadros, capazes

de atender a demanda na área da segurança pública que se apresenta nessa

imensa área que compreende o estado do Pará. São aproximadamente 14 mil

policiais militares na ativa da Corporação, de acordo com informações da Diretoria

de Pessoal da PMPA (2012), onde o previsto seria em torno de 20 mil. Há,

portanto, um “claro” de aproximadamente 6 mil policiais militares.

Diante disso, qualquer movimentação de tropa, deslocamento físico do

policial militar para a realização de cursos, estágios, treinamentos, e outras

qualificações na área de ensino e instrução policial militar, implicam em

consequências imediatas no trabalho diuturnamente realizado pela corporação

naquela localidade em que o policial militar encontra-se classificado,

principalmente no interior do Pará, onde muitas vezes a PM (Destacamento PM) é

a única representação do estado.

O estudo aponta que existe ainda o custo de logística, imposto à

administração como desdobramento dessas ações que movimentam efetivo

policial: passagens, diárias, ajudas de custo, alimentação, mudança, alojamento e

hospedagem. E além disso, menciona-se o problema social gerado pelo

afastamento, mesmo que temporário, do policial de sua residência e convívio

familiar para realizar cursos.

Diante do acima exposto, fruto dos dados coletados durante a pesquisa

realizada, surge a possibilidade da utilização do ensino a distância (EAD), capaz

de atender em larga escala, a necessidade que a instituição PMPA possui de

formar, especializar e até requalificar seus quadros de policiais militares com

conhecimentos técnicos necessários ao desempenho satisfatório de suas

atividades, garantindo que todos, igualmente, recebam instrução adequada, de

qualidade e principalmente padronizada, sem a necessidade de afastar o policial

militar de sua missão constitucional e área de atuação profissional.

Vale ressaltar também que a instrução ou treinamento ministrado no local

de origem do policial, uma prática comum utilizada tradicionalmente ao longo dos

anos na PMPA, não garante uma uniformidade – um padrão – de

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ensino/instrução, tendo em vista a grande quantidade de instrutores e conteúdos

envolvidos no processo ensino-aprendizagem, por uma questão lógica diante da

imensidão do estado.

O presente estudo mostra que se trata de um grande desafio – utilizar essa

nova modalidade de ensino na PMPA – o EAD. Uma solução tecnológica

inteligente, atual e disponível no mercado, a TV digital via satélite, além da

Internet e outros recursos tecnológicos agregados, estabelecendo parcerias com

instituições de ensino, através de convênio, disponibilizando toda uma

infraestrutura física, tecnológica, metodológica e de pessoal reconhecidamente

capaz de atender as necessidades institucionais da corporação policial militar

estadual.

Este trabalho, longe de encerrar a discussão sobre tema tão relevante e

atual para a área de ensino policial militar, servirá de base para trabalhos e

projetos futuros, com vistas ao planejamento estratégico elaborado pela

corporação para os próximos anos – Projeto “Polícia Militar 200 anos”, no estado

do Pará. Oportunidade em que este tema deverá ser tratado, bem como soluções

tecnológicas deverão ser identificadas e propostas ou apresentadas com vistas à

implementação do EAD na corporação Polícia Militar do Estado do Pará.

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ANEXOS

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Educação para o desenvolvimento da Amazônia

Av. Alcindo Cacela, 287 – Umarizal, CEP: 66.060-902

Belém-PA