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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES.
Por: Aline Machado Muniz de Oliveira
Orientador: Mary sue
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “ LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DO SUPERVISOR ESCOLAR NA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES.
Apresentação da monografia à
Universidade Cândido Mendes como
requisito parcial de especialista em
Administração e Supervisão Escolar
Por: Aline Machado Muniz de Oliveira
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus pela proteção e força nesta
caminhada de lutas e conquistas.
Aos meus pais por todo apoio dado durante esse ano e em todos os
anos de minha vida.
Ao meu marido pela compreensão e colaboração diária, em ele a
conclusão desse curso não seria possível.
À minha amiga Monica Melo, que foi minha companheira e parceira de
estudos, que contribui muito para a realização desse projeto.
À minha professora orientadora Mary Sue, pelas maravilhosas palavras
de estimulo e incentivo.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu
querido tio Paulo que foi um pai
pra mim durante toda a sua vida e
que me incentivou muito para que
eu realizasse este curso me
motivando durante toda essa
jornada.
5
RESUMO
Esta monografia visa, por meio de uma reunião de várias
contribuições de grandes autores que escreveram sobre a supervisão escola,
mostrar a importância da atuação desse profissional no auxílio das ações dos
docentes em sala de aula, proporcionando uma parceria ideal para a
concretização de suas realizações.
Percebe-se também que, o supervisor, é capaz de agir e de pensar
com inteligência, sagacidade, equilíbrio liderança e autoridade; valores esses
que permeiam sua atuação de forma responsável e comprometida, auxiliando
nas questões relacionadas a sala de aula , realizando um trabalho participativo
sendo agente de transformações, colocando em prática ações que efetivem a
construção de uma escola transformadora.
Enfim, somente sendo um supervisor perspicaz as características e
necessidades de todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem
tendo senso de responsabilidade e de iniciativa, é que conseguirá ser um
profissional que trabalha em prol da harmonia da instituição escolar.
6
METODOLOGIA
Este trabalho foi desenvolvido através de várias leituras
realizadas sobre a supervisão escolar, o intuito dessa pequisa, é
promover a reflexão da prática atual dos supervisores escolares e
as transformações que são necessárias para o desenvolvimento de
uma educação de qualidade. Buscando dessa forma, a superação
das ações realizadas pelos professores enfrentando os desafios
que são encarados por eles cotidianamente.
Desta maneira, temos, um estudo que procurou fazer a
análise da questão que sempre surge com muita polêmica nas
escolas a importância do supervisor escolar na formação
continuada dos professores, e com uma bibliografia bem variada
tenta-se levar o leitor a compreender de forma clara a proposta
deste.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO HHHHHHHHHHHHHHH... 8
CAPITULO I HHHHHHHHHHHHHH....... 11
Um breve histórico do papel do Supervisor Escolar.
CAPITULO II ........................................................... 19
A ação supervisora no mundo contemporâneo.
2.1- O Supervisor escolar frente a uma gestão democrática. ......................................................... 26
CAPITULO III ............................................................ 31
A relevância de um supervisor articulador na formação
continuada do docente.
CONCLUSÃO ........................................................... 37
BIBLIOGRAFIA ........................................................ 40
ÍNDICE ...................................................................... 42
8
INTRODUÇÃO
“Enquanto a Educação for utópica em sua complexidade, o
sonho é necessário para que possamos trilhar um caminho”.
Roberto Giancaterino
Este trabalho de pesquisa nasceu da vontade que tenho
de ver professores e supervisores trabalhando em parceria dentro
das escolas, pois, durante muito tempo o supervisor era vista pelos
professores, como o algoz das relações escolares.
Quero então com este estudo, apresentar algumas
ressignificações sobre a prática do supervisor a partir de uma
concepção da escola com lócus na formação continuada voltada
para uma prática crítico reflexiva. Ocorre que os currículos tendem
a distanciar a teoria da prática, tornando cada dia mais inviável a
execução de uma práxis de sucesso. Os cursos de formação de
professores tendem a propiciar inicialmente um conhecimento
teórico com uma base sólida, deixando para o final do curso à
prática profissional através dos estágios. Na finalização do curso,
os professores estão desprovidos de conhecimentos e de
procedimentos que lhes auxiliem a dar conta da ação pedagógica.
Tentarei então, mostrar que, a união do trabalho docente com o
lado técnico pedagógico que é desenvolvido pelo supervisor,
desprovidos de qualquer rixa existentes entre as categorias, tem
9
condições de propiciar a verificação de todas as dificuldades e
carências existentes, buscando então preencher as lacunas que
surgem no processo e na relação.
É neste contexto que está o Supervisor Escolar, que
tem seu trabalho ligado a formação dos professores. O trabalho do
supervisor é de suma importância e de alta complexidade, além de
ser agente transformador para a práxis educativa.
É de conhecimento da maioria que a atualização
constante dos docentes, deve ser uma prática constante e
incentivada pelas próprias instituições de ensino. Portanto, cabe
também ao supervisor com a força de seu trabalho garantir que seu
grupo de docente possa contemplar essas possibilidades. É certo
também, que é necessário que o docente consiga entender que
manter uma boa formação é fundamental para que possa
desenvolver uma visão critico – reflexiva.
Nesse sentido, inicialmente buscaremos situar a prática
pedagógica do supervisor escolar a partir de um quadro mais geral,
que aborda, de forma introdutória aspectos que vão desde o
contexto de surgimento da função supervisora a sua
profissionalização. Em seguida realizaremos uma leitura introdutória
do contexto contemporâneo, buscando detectar como seu reflexo
10
no cenário educativo. Na seqüência apresentaremos algumas
perspectivas teóricas que subsidiaram a reconfiguração da
formação de professores, da escola e da prática pedagógica.
Finalizaremos apresentando nossas conclusões em construção a
partir do referencial teórico, levantando algumas perspectivas para
a ressignificação da prática pedagógica do supervisor escolar e da
instituição educativa a partir da formação continuada realizada no
lócus escolar.
11
CAPÍTULO I
UM BREVE HISTÓRICO DO PAPEL DO SUPERVISOR
ESCOLAR.
Neste capítulo, será feito um breve panorama histórico
da função supervisora desde seu surgimento na época dos jesuítas
com as figuras do prefeito de estudos e do inspetor passando por
todas as mudanças que a seguiram.
É possível identificar a ação supervisora, no decorrer da
história. A função do supervisor tem como significado “visão
superior”. Mais estritamente, o termo supervisão significa olhar por
cima, possibilitando uma visão globalizada de todo o processo.
Segundo Demerval Saviane (1999), a função da
supervisão escolar se faz presente desde as sociedades mais
primitivas, nesta época a sustentabilidade dos grupos era feita
através da produção coletiva, onde os homens ainda não eram
divididos em classes e tudo era feito em grupo, a ação educativa
era exercida pelo ambiente, pelo meio e pelas relações. Os adultos
educavam de forma indireta, vigiando, protegendo e fiscalizando as
crianças, ou seja, supervisionando–as.
Com a divisão de classes na Idade Média, surge a
escola como o espaço onde se dá a educação, que era diferenciada
para as classes dominantes (proprietários) que frequentavam as
escolas e as classes dominadas (os escravos) que eram educados
12
apenas para o trabalho. Neste momento a função do supervisor é
representada através do professor que controla, fiscaliza, corrige e
pune através de castigos físicos.
Na Grécia a figura do supervisor torna–se mais visível
com a presença do pedagogo, que devia supervisionar
constantemente os atos das crianças. Ele era uma espécie de
escravo do rei, que conduzia e acompanhava as crianças aos locais
de ensinamento. Essa função de pedagogo não exigia nenhuma
formação específica, pois a idéia de educação grega era de apenas
formar o homem para que ele seguisse de forma obediente os
costumes e as questões culturais gregas. Este era o ideal grego de
educação, algo que não poderia deixar de ser seguido, assim, a
função do supervisor passa a existir.
Com a passagem da Idade Medieval para a sociedade
capitalista, surge a burguesia e a indústria acarretando várias
mudanças na educação. Ela deixa de ser assistemática passando
para sistemática, com produção de saberes entre outras. Esta nova
situação faz surgir a idéia do supervisor com o papel do inspetor,
responsável pela ordem e pelo cumprimento das regras desta nova
instituição.
Nesse período a idéia da supervisão é muito forte e
presente por intermédio das manifestações religiosas propostas
pelos Jesuítas, Calvino, Lutero entre outros, e seus planos de
estudos.
13
Os Jesuítas foram os primeiros educadores. A educação
não era considerada um valor social importante para uma
sociedade agrário-exportadora dependente, na verdade era uma
arma de controle social. A tarefa educacional baseava-se na
catequese e na instrução para os indígenas, entretanto a educação
dispensada aos filhos da elite colonial mostrava-se diferenciada.
É notório que neste momento o supervisor exerce certa
autoridade, mas que ainda é distante de uma autonomia.
Com a expulsão dos jesuítas, ocorrendo no fim do
período religioso, dá-se inicio a Reforma Pombalina, onde foi criado
um alvará que previa a criação do cargo de diretor geral dos
estudos, que exercia a supervisão envolvendo aspectos de direção,
fiscalização, coordenação, inspeção e orientação de ensino. Desta
maneira é incorporada a idéia de supervisão os aspectos
administrativos.
Com a independência do Brasil é formulada a primeira
Lei para instrução pública em 15 de outubro de 1827, que institui as
Escolas de Primeiras Letras que era baseada no “Ensino Mútuo”.
Este método atribuía ao professor a função de supervisor e a de
docente.Caberia então a ele as funções de supervisionar as
atividades de ensino e a aprendizagem dos alunos.
Durante este período Imperial ficou estabelecido que a
função supervisora deveria ser exercida por agentes específicos
para uma supervisão permanente; essa missão foi atribuída ao
Inspetor Geral que supervisionava todas as escolas, colégios, casas
14
de educação e demais , públicos e privados. Cabia ainda a esta
figura presidir exames aos professores e lhes conferir o diploma,
autorizar abertura de escolas privadas e realizar a revisão dos livros
que seriam publicados.
O inspetor deveria ser um individuo de grande prestigio
pessoal e conhecimento com pessoas importantes e com
autoridades constituídas. Seus deveres incluíam a fiscalização e
padronização das rotinas escolares ás normas oficiais emanadas
das autoridades centrais, por este motivo, exercia essas funções
como “autoridade do sistema”, realizando visitas corretivas e
registros permanentes que geravam a produção de relatórios que
eram encaminhados aos órgãos centrais. Com o objetivo de
fiscalizar desvio da ação pedagógica em relação aos padrões
estabelecidos pela Lei.
No inicio do período Republicano é aprovada a Reforma
de Benjamim Constant que acaba por consolidar através da
educação a consolidação da burguesia. Neste momento, a
Pedagogia Tradicional se estabelece no Brasil e a ênfase
pedagógica recai no ensino focado no professor, com uma relação
hierarquizada. “o método de ensino é calcado nos cinco passos
formais de Herbart”. (VEIGA,2004)
Neste período, função de supervisor era exercida pelo
inspetor que deveria ser uma pessoa qualificada, experiente e
sensível para com técnicos pedagógicos do processo de ensino-
aprendizagem. Dentre as principais atribuições do supervisor cito as
de maior destaque: orientar, controlar, supervisionar, fiscalizar e
15
inspecionar todo processo educacional através de conferências,
palestras e visitas, acompanhar o desenvolvimento do currículo nos
estabelecimentos, com o objetivo de orientar pedagogicamente os
professores mais jovens, buscando eficiência, introduzindo
inovações, modernizando os métodos de ensino e promovendo um
acompanhamento mais atento do currículo pleno nos
estabelecimentos.
Na década de 20, inicia-se o surgimento dos
profissionais da educação (os técnicos), como uma nova categoria
profissional e a criação da ABE ( Associação Brasileira da
Educação ). Seguindo essas criações surge em 1924 o
Departamento Nacional de Ensino e o Conselho Nacional de
Ensino que separou a parte técnica da administrativa que eram
geridas pelo Conselho Superior de Ensino. Esta divisão deu o
ponta pé inicial para a criação do Ministério da Educação e Saúde
Pública que propiciou o surgimento da função do supervisor
desassociada da figura do diretor ou do inspetor. E cada um passa
a exercer respectivamente a responsabilidade pela parte técnica e o
outro pela parte administrativa.
A Supervisão Escolar propriamente dita surge pela
primeira vez no Brasil com Reforma de Francisco Campos decreto
Lei 19.890 de 18/04/31, mas assumindo um papel bem diferente
daquele que vinha sendo realizado, de fiscalizar e inspecionar o
trabalho docente, “... cabia também ao inspetor geral presidir os
exames dos professores e lhes conferir o diploma, autorizar a
16
abertura das escolas particulares e até rever os livros, corrigi-los ou
substituí-los por outros.” (FERREIRA, 1999).
Neste período a atuação destes profissionais, era
restrita a executar as normas ‘prescritas’ pelos órgãos superiores, e
eram chamados de ’orientadores pedagógicos’ ou ‘orientadores de
escola’, tendo como função básica à inspeção (ANJOS, 1988).
Fazendo uma análise com o que Anjos nos diz com a
origem etimológica da palavra, supervisão que é:
’SUPERVISIONAR = SUPERVISAR’ e ‘SUPERVISAR = dirigir ou
orientar em plano superior; superintender, supervisionar’ (FEREIRA,
1993, p. 520), torna-se possível aproximar o surgimento deste
profissional com a função que por ele deveria ser exercida. Colocar-
se em plano superior aos professores para inspecionar, ‘garantir a
execução de’, seriam suas atribuições neste momento da história.
Após a revolução de 1930, que culminou num golpe de
estado que depôs o então presidente da república, teve inicio um
novo processo educacional, que caminhou para reestruturação do
ensino brasileiro. Neste período os supervisores eram preparados e
formados através dos cursos que eram promovidos pelo Programa
América - Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar (PABAEE),
sendo que o supervisor caberia a ele somente atender ao ensino
primário.
Iniciando a década de 60, mas precisamente em 1961
foi promulgada a primeira LDB, e com ela a formação dos
supervisores passou para o ensino normal e através dela ficou
17
estabelecido que os governos estaduais e municipais ficariam
incumbidos de organizar e executar os serviços educacionais.
Com a implementação da ditadura militar em 64, a
educação acaba por ganhar novo caráter, os serviços educacionais
ganham um perfil tecnicista e a educação veste a capa do
autoritarismo e da repressão, num processo educativo que buscava
resultados rápidos que visavam atender aos resultados econômicos
de segurança nacional. O papel do supervisor neste cenário era de
controlara a qualidade e garantir a melhoria do ensino, sendo que
este deveria ter formação específica. A formação especifica dos
profissionais da educação só passou a acontecer depois das
reformas de primeiro e segundo graus e universitária, que acabou
reformulando o Curso de Pedagogia, que ganhou novas áreas de
atuação: a administração, a inspeção, supervisão e orientação.
Garantindo assim, a profissionalização da função do supervisor.
Nos anos 80, com a crise econômica e a Nova
República, dá–se inicio a uma nova fase, onde grandes mudanças
ocorrem na educação. Este momento é um marco para a função
supervisora que passaria a adotar um caráter político. Mesmo já
possuindo uma identidade e sendo reconhecido como supervisor
esse pedagogo, teria que assumir um novo papel que englobava as
suas funções políticas, com autonomia envolvendo a escola, os
planejamentos, a comunidade e o sistema.
Saviani afirma que nem o próprio supervisor tem
consciência de seu papel político:
18
Nem o supervisor se dá conta de que
cumpre uma função política; se o supervisor
não se dá conta de que cumpre uma função
política, tampouco tem consciência de que
função é essa, e menos ainda, sabe
explicitá-la. Numa primeira análise, é
possível dizer que a função política que os
supervisores( em sua maioria)
desempenham não é a que gostariam de
estar desempenhando(1999 p.32)
.
Pode-se então afirmar que de acordo com o contexto
histórico e político os supervisores tinham um papel específico para
a sua função, representando assim um importante papel na divisão
do trabalho escolar.
Mediante ao exposto, podemos concluir que muitas foram
as transformações ocorridas na legislação, que acabaram por
modificar a função supervisora. Na prática, muitas vezes, as
mudanças acontecem mais lentamente, porém, o agir
individualmente, não modifica a visão do trabalho que transforma as
práticas educativas.
19
CAPITULO II
A AÇÃO SUPERVISORA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
“O pedagogo não pode mais ser aquele
elemento da escola que tem como única
perspectiva promover a adaptação dos
indivíduos, pois, ao permanecer nessa prática,
simplesmente continua a valorizar o poder das
estruturas dominantes e, consequentemente,
a dominação do capital e a submissão ao
trabalho.” (Urbanetz e Silva, pag.58)
A escola é vista atualmente como uma organização social
e cultural que tem seu papel bem definido e dividido para execução
dos planejamentos a serem executados. “ A missa da escola nos
tempo atuais e de acordo com a legislação em vigor, é, promover o
pleno desenvolvimento do aluno preparando-o para a cidadania e
qualificando-o para o trabalho”(SANTOS, 2004,p.11).
Atualmente uma escola atende a diferentes tipos de
clientela, convivendo com culturas diferentes. Neste novo contexto
o olhar que se tinha sobre o papel do supervisor escolar começou a
ter novos rumos para contemplar as necessidades deste novo
grupo que ele passará a atender.Conforme Penin & Vieira ( 2002,
p.26),
20
Há a necessidade de a escola repensar
profundamente sua organização, sua gestão, sua
maneira de definir os tempos, os espaços, os
meios e a forma de ensinar – ou seja, o se jeito
de fazer a escola!. É hora de jogar fora as roupas
velhas e tornar a vestir a escola, a partir da
essência – sua função social - que permanece :
ensinar bem e preparar os indivíduos para
exercer cidadania e o trabalho no contexto de
uma sociedade complexa enquanto se realizam
como pessoas.
Esta necessidade de se adequar vai de encontro com a
superação de papéis que o supervisor assumia até o presente
instante.O papel do supervisor neste novo processo educacional é
de ser um mediador entre o professor e sua sala de aula.
Analisar a prática docente na atualidade se faz preciso, já
que o conhecimento não está restrito apenas ao espaço escolar.
Antes, ao professor cabia apenas transmitir o
conhecimento de forma pronta e acabada. Agora,
se espera que ele seja o mediador entre os
alunos e o conhecimento, facilitando a
aprendizagem. Seu principal papel é, pois, o de
orientar e guiar as atividades dos alunos,
levando-os a aprender, progressivamente, os
21
conteúdos escolares, compreendendo o seu
significado e importância. (DAVIS &
GROSBAUM,2002,p. 81-82)
Mostra-se aqui, a necessidade de se expor com mais
clareza a função o supervisor. O trabalho do supervisor escolar é
de mediar a relação do professor e dos alunos no cotidiano da
escola, apoiando o docente em todos os momentos e em todos os
sentidos, sendo ele um elo de importância para a aprendizagem.
Alarcão (2001, p. 13) acrescenta o seguinte:
A função supervisora pode ser compreendida
como um processo em que um professor, em
principio mais informado, orienta um outro
professor ou candidato a professor no seu
desenvolvimento humano e profissional.
O papel do supervisor não é nada fácil, pois exige dele
uma constante observação e avaliação da atuação do professor.
Mas do que em qualquer outro plano de atividade o trabalho do
supervisor se mostra como um mecanismo de total relevância
visando garantir a funcionalidade e a eficiência da proposta
educativa, controlando a qualidade do trabalho docente.
Garantindo desta maneira, a preparação do docente de forma
plena.
Na atualidade, a função do supervisor escolar se
concretiza na junção de esforços e ações que auxiliem a melhoria
22
da aprendizagem. Sendo assim, é incumbência deste profissional,
provocar e estimular a negociação de idéias, agrupar a equipe de
trabalho de modo que venham a pensar sempre no coletivo
estimulando discussões saudáveis que levam a reflexão e a
organização do pensamento.
A supervisão escolar cabe ainda coordenar as ações
pedagógicas da escola aprimorando-as diariamente paralelamente
com à formação do educando, respeitando sua realidade
socioeconômica e cultural estando sempre presente no
desenvolvimento de sua equipe e de sua clientela.
Nesse sentido, “a supervisão deixa de ser apenas um
recurso meramente técnico para se tornar um fator político,
passando a se preocupar com o sentido e os efeitos da ação que
desencadeia mais que com os resultados imediatos do trabalho do
trabalho escolar” (ALONSO,2002, p. 175).
Para que se exerça de forma adequada a função
supervisora é preciso muito estudo e principalmente dedicação a
fim de analisar o trabalho da equipe e interagir de maneira que suas
observações promovam um avanço, o recuo ou a modificação das
ações educativas.
A função supervisora no contexto brasileiro advém dos
sistemas social, político e econômico que estruturam a realidade
brasileira.O desenvolvimento da sociedade que exige muita
reflexão por parte da área educacional, visto que os muitos dos
23
problemas que permeiam e afetam o trabalho pedagógico tem seu
início na vida social.
A escola, com o apoio dos seus docentes e seus
supervisores, deve promover situações aos seus alunos onde eles
possam vivenciar relações respeitosas com seus instrutores,
familiares e colegas de atividade
Nos dias atuais, existe uma preocupação com a maneira
como o discente aprende e com a formação humana,ou seja, com
a formação para vida cotidiana dos estudante. Para isso, se faz
necessário que se transforme ao espaço escolar num ambiente
construtivo e de interesse para os alunos o que podemos dizer que
seria o modelo ideal de escola que sabe valorizar seus discentes e
docentes promovendo a oportunidade para aplicação de novas
práticas, ignorando as velas práticas educacionais pra que possa
ser oferecido ao alunos a chance de se conhecer dentro do grupo
que faz parte e sabendo escolher seu próprio caminho.
O comprometimento do supervisor, do professor e dos
educadores com as medidas de transformação que estão ocorrendo
é fundamental e só ocorre através do diálogo entre as partes
buscando construir uma relação mediadora. Desta maneira, pode –
se dizer que o supervisor auxilia seus professores a buscarem
uma reflexão crítica da realidade do mundo.
Como já dito anteriormente a supervisão é de fundamental
importância para que uma instituição de ensino funcione
adequadamente, mas contraditoramente é extremamente complexa
24
no que diz respeito a sua atuação e por vezes na sua aceitação
pelo grupo onde desenvolve as suas ações.
O supervisor deve ter uma visão clara dos conceitos que
impulsionam a sua maneira de agir, dos fins que precisa atingir e
dos meios a utilizar, mantendo sempre seu foco voltado para o
aluno e seus familiares.
A esse respeito Silva Junior (1997, p.96) acrescenta:
“Se não cabe ao supervisor impor
soluções ou estabelecer critérios
obrigatórios de interpretação, cabe – lhe,
sem duvida, por ser brasileiro e por ser um
educador responsável, ajudar na
construção da consciência histórico-
política necessária à luta contra a
dominação. Isso implica uma posição de
profunda atenção aos fatos do cotidiano
escolar e do cotidiano da sociedade que
lhe assegure condições de analise
adequada do significado das ocorrências
que se vão acumulado.”
O supervisor pedagógico, no exercício de sua função,
atuando como mediador e mobilizador de sua equipe escolar tem
suas atitudes voltadas para melhorar o fazer pedagógico na sala de
aula colaborando para a melhoria do ensino proporcionado pela
escola, exercendo seu papel de elemento fundamental na
25
orientação e gerenciamento do desempenho escolar que é obtido
pelo alunado da instituição.
A nova realidade do supervisor denota que ele deverá
assumir papel diferente do que era exercido na escola tradicional.
Onde existe um crescimento da importância do trabalho do
supervisor que tenta direcionar o trabalho pedagógico na instituição
educacional onde atue. É fato, que o trabalho deste profissional nas
escolas é essencial para vida da escola e que este precisa de
novos olhares por parte da comunidade.
Pode-se entender então, que o supervisor atual deve ser
um profissional capaz e bem preparado sobre o ponto de vista
educacional e psicológico, que no exercício da sua função vivência
atividades intencionais voltadas para a melhoria do fazer
pedagógico.
Trabalhando em torno do aprender vivenciando, através de
trocas com os educadores, é o que se espera dessa nova era de
profissional da educação que deve sempre busca a melhoria do seu
saber e da instituição que é sua responsabilidade.
Lembrando que não cabe ao supervisor impor critérios ou
soluções educacionais pré elaboradas, cabe-lhe sem dúvida, ajudar
na construção da conscientização necessária da luta para uma
educação libertadora.
26
2.1. O SUPERVISOR ESCOLAR FRENTE A UMA
GESTÃO DEMOCRÁTICA
"Transformar significa ultrapassar o
estabelecido, desmontar os antigos
referenciais, adotar novas bases
conceituais, construir novas modalidades
de ação, ligando objetividade e
subjetividade" (PLACCO, 2001, p.17).
Um supervisor escolar deve ter em mente que suas ações
devem ter como propósito a busca pela compreensão e pelo
consenso para que através destes os objetivos traçados sejam
alcançados. Em outras palavras, pode –se dizer que, todos os
envolvidos no processo educacional que desdobre-se em esforço e
participem da criação e da execução das ações educacionais que
despontam com resultados mais positivos .
Nos dias atuais não é mais aceitável que, o supervisor dite
ordem gratuitamente sem que haja um questionamento prévio
daquilo que está sendo colocado, simplesmente porque quem o
esta dizendo é o supervisor. Quando as pessoas não se sentem
motivadas elas não conseguem constituir uma base sólida de
trabalho, para que tomem decisões e se avaliem .
Existem vários outros aspectos que podem ser colocados
mas estes são o bastante para que e possa compreender a
necessidade de um supervisor comprometido com uma gestão
democrática para que seja obtido sucesso em seu trabalho.
27
As várias leituras utilizadas para a realização deste estudo,
acabaram por mostrar que a dedicação ao sentimento e o
pensamento das pessoas produzem resultados que são talvez
inimagináveis por muitos. O que acabará por contribuir com mais
eficácia para o desenvolvimento do processo educativo.
A aceitação de uma gestão democrática pelo supervisor
escolar pode ser encarada como a melhor maneira de gerenciar a
sua equipe, pois seus membros terão a convicção de que as
pessoas que demonstram comprometimento com a execução do
que é planejado sentem-se motivados atuando com mais
determinação. O cumprimento daquilo que foi planejado e
executado pela equipe torna-se, pois, muito produtivo e gratificante
para a equipe.
Mas engana-se quem pensa que o ato de supervisionar é
apenas reunir a equipe e gerencia - lá democraticamente, é
importante que o supervisor seja capaz de entender e de perceber
a fonte geradora da motivação da sua equipe dando a todos o
direito a participação e a opinião, para que assim esteja agindo
democraticamente.
Pode-se mencionar várias perspectivas que podem
demonstrar as vantagens de uma gestão democrática. A ação
participativa, o interesse, a liberdade de se pronunciar , de ter suas
idéias ouvidas e quem sabe utilizadas.É evidente que para uma
supervisão eficaz, o supervisor tenha que ser um motivador
28
Ser claro ao traçar a suas ações e estabelecer os seus
objetivos é mais umas dos atributos do supervisor. Quando não há
clareza das metas que se deseja alcançar o trabalho pode ficar
comprometido, não sendo compreendido pela equipe e enfrentando,
algumas vezes resistência por parte dela. Agora, quando os
membros da equipe conseguem ver claramente quais são os
objetivos, porque tem o espaço para discutir e aceitarem os
desafios propostos eles se sentirão motivados empenhar seus
esforços e comprometimentos com aquela ação.
A idéia de que, para que se estabeleça uma supervisão
democrática é preciso que se procure unificar as atividades
desenvolvidas, na qual todas as partes que se envolvam no
processo conjuguem entre si, para que se evite a fragmentação,
levando a perda dos significados aos responsáveis por ela. Uma
ação fragmentada com certeza não será motivadora.
Podemos assim, concluir até aqui que os objetivos e as
pessoas são de extrema relevância para que se estabeleça uma
verdadeira gestão democrática.
Será que só isso basta? Pode-se dizer que não. Não
existe nesse processo de realização de ações a classificação entre
o mais e o menos importante, nessa organização todos têm o
mesmo peso, que existe na realidade, é a prioridade na execução
das ações quando se deseja alcançar objetivos .
E o que podemos falar sobre poder? Muitas vezes utilizado
de forma errada nas instituições. Alguns se assustam ao ouvir essa
29
palavra, mas em toda instituição existe um chefe para que as outras
pessoas da equipe sejam chefiadas. E assim sendo, este chefe
acaba por deter um poder de decisão maior do que os outros. Essa
capacidade de decidir pelos outros implica em uma hierarquização
que gera por conseqüência a atribuição de autoridade para ser
capaz de chefiar e exercer com responsabilidade as tarefas de
planejar, coordenar e auxiliar na realização das ações educativas.
O Supervisor Escolar que realmente desenvolve estas
ações:, estará organizando momentos segundo Bruno (2000) para:
“...a reflexão dos professores sobre as
razões que justificam suas opções
pedagógicas e sobre as dificuldades que
encontram para desenvolver seu trabalho, o
professor-coordenador está favorecendo a
tomada de consciência dos professores
sobre suas ações e o conhecimento sobre o
contexto escolar em que atuam.
Neste contexto percebe-se a importância do
Supervisor Escolar, ou seja, aquele que
auxilia o processo, estimula, avalia junto com
os professores todo o trabalho pedagógico,
que lança olhares questionadores, que busca
soluções com parceria da sua equipe, é
aquele que está à frente possui o desafio de
30
estar constantemente promovendo tomadas
de decisões, reflexões para posterior
mudanças na práxis”.
Nesta perspectiva o processo ensino-aprendizagem estabelecido
pelo professor procura alcançar resultados relevantes, com o auxilio
constante do supervisor, estando sempre preocupado com os
aspecto globalizado do ser humano.
Nas afirmações descritas acima, o supervisor, visto como
gerenciador, acaba por criar ações e condições favoráveis para que
se compreendam as questões problemáticas por parte daquele que
integram uma equipe.
Muitas experiências comprovam que o comportamento do
ser humano, mesmo que em diferentes culturas tende a ser mai
coerente, espontâneo e ter mais objetivo se forem orientados para
alcançarem as metas propostas que foram construídas de maneira
que este entendam e concordem. Possuindo um liderança eficaz, os
professores poderão se sentir guiados, auxiliados e capazes de
interagir e realizar sentindo –se seguros e com confiança para
realizar suas práticas.
31
CAPITULO III
A RELEVÂNCIA DE UM SUPERVISOR ARTICULADOR
NA FORMAÇÃO CONTINUADA DO DOCENTE
“Sua carreira é o que você faz em sua vida.
Gosto do exemplo do designer, que junta seus
trabalhos num portfólio e os apresenta às
empresas. Cada projeto precisa ter uma
explicação, uma lógica, uma história. É a sua
assinatura. No caso do profissional, não importa
necessariamente o cargo nem o trabalho, mas
os projetos dos quais participou e como
contribuiu. Cabe a você tornar cada projeto uma
grande experiência”.
(TOM PETERS, Revista VOCÊ
S/A.2003: ed.65)
Atualmente vivemos uma evolução no processo de
transformações com o objetivo de que se consiga alcançar às
exigências e competências do futuro. As mudanças são rápidas,
extremas e, neste mundo interligado, em que a tecnologia se faz
atuante em nosso cotidiano, devemos estar atentos, pois “novas
exigências se impõem para as políticas educacionais em responder
de forma comprometida, ampla e efetiva às necessidades reais e
32
urgentes de formação, qualificação e valorização dos/das
profissionais da educação, a fim de possibilitar, pelo trabalho
educacional, a realização pessoal e profissional que constrói
verdadeiramente os cidadãos e cidadãs brasileiros”, observa
Ferreira.
Diante de uma realidade tão complexa e com supervisores
participantes e responsáveis pela qualidade do ensino, a formação
continuada do professor torna-se um constante desafio em nossa
ação, mesmo estando diante de todas as iniciativas que nos são
disponibilizadas.
Para demonstrar a relevância e a responsabilidade do
supervisor como gestores e articuladores desse processo, Freire
nos lembra que “a gente acha que a formação do professor vai se
dar em um mês, um ,dois ou quatro anos. Não existe formação
que termina. A formação do professor é contínua, permanente.
Porque nesse processo de educar não existe tempo. E toda e
qualquer inquietação individual deve ser coletivizada. Essas duas
coisas andam juntas. Sempre. Não é possível separar o indivíduo
do grupo. Portanto, não existe aquela coisa de eu ditar - ou alguma
pessoa do grupo ditar - alguma necessidade. Ele tem de sugerir a
ser coletivizada, pois não existe indivíduo sem grupo. Nem grupo
sem indivíduo. O saber é construído junto. E aí ele espalha o que
eu sei o que eu não sei. Ele me retrata, retrata você. E isso é
difícil. Porque viver em grupo não é fácil. Mas eu acho que o ato
de educar se dá nele. Fora dele, não há educação”.( FREIRE,
1996, p.72 e 73)
33
E uma vez que a “função precípua do Supervisor de
Ensino se efetiva na prática, quando este profissional consegue
legitimar-se como uma das lideranças fundamentais para o
desenvolvimento das políticas educacionais e consolidação das
propostas pedagógicas das escolas”, para que a ação supervisora
tenha êxito na qualidade do ensino, é necessário que aconteça um
aprendizado freqüente buscando novos caminhos, que levem a
renovação constante.
A qualidade do ensino que tanto buscamos para nossa
prática surgirá a partir do instante em que tomarmos consciência de
que a formação continuada dos professores deve estar voltada para
uma perspectiva reflexiva onde não se deixe de lado a visão crítica
de suas ações, fornecendo ainda aos docentes meios para que
estes possam encontrar dinâmicas que os levem a um pensamento
autônomo .
Para que se leve adiante a transformação da atuação dos
professores e supervisores, partimos do princípio de que todas as
instituições escolares têm, em seu Projeto Político-Pedagógico,
definidos os objetivos e metas prioritárias para discussão das
questões pedagógicas, tornando os docentes mais críticos,
reflexivos, fazendo-os mais participativos e colaboradores,
ressaltando, ainda, que “uma Supervisão Compartilhada entre
professores e supervisores vai permitir, pela confiança que
desperta, um apoio mútuo, uma solidariedade mútua, não só entre
grupos mas, acima de tudo, entre a pessoa do supervisor e a dos
professores”, nos orienta Falcão Filho.
34
Um processo de formação continuada que permita um
crescimento sobre o conhecimento do processo de ensino-
aprendizagem é parte essencial da estratégia de melhoria da
qualidade da educação que irá conduzir a novos horizontes na
atuação profissional. Essa tarefa transformadora é difícil, não existe
método pronto a ser aplicado. As mudanças na prática pedagógica
não é uma tarefa técnica. A mudança de práticas exige uma
reflexão profunda para que se reconheça as limitações e
deficiências do seu próprio trabalho.
É neste contexto que deve caminhar paralelamente a
função do professor e do supervisor, buscando o melhor para sala
de aula, para que os alunos possam se sentir mais estimulados e
encontrem na escola os subsídios necessários para que se
estabeleça para ele um futuro promissor.
É justamente assim, que o supervisor deve interagir no
processo de aprendizagem, capacitando e promovendo o sucesso
do professor e dos alunos.
A qualidade da instituição aonde trabalha também é uma
questão que preocupa bastante o supervisor onde o cenário de
mudanças e transformações que deve ser encarado como uma
oportunidade de renovação para a vida do ser humano em sua
tomada de consciência e de suas possibilidades na sociedade.
A qualidade de educação é definida pela capacidade de
atender pais e alunos e os próprios professores levando em conta
35
as suas principais necessidades e as melhoria e restrições
utilizando tudo o que for preciso dentro e fora da escola.
Nessa visão, acredita-se que o professor pode ser um
articulador de uma educação de qualidade. Ele deve ultrapassar as
barreiras do conhecimento comum e adequar-se ao momento frete
a sociedade globalizada.
Para que todo experimento seja validado nos âmbitos
escolares é preciso à renovação constante, tornando cada dia uma
conquista. Onde o supervisor e o professor trabalhando juntos,
buscando sempre um auto-avaliação, se aperfeiçoando e
conhecendo as suas deficiências buscando recursos que as
eliminem.
Esse binômio, professor e educador, deve interagir com
muita inteligência e força de vontade, acreditando sempre, no seu
trabalho, como meio multiplicador de idéias que venham
transformar a educação. Conforme FREIRE (1987), o equilíbrio,
entre estas duas posturas chama-se possibilidade. Que
normalmente não se encontra de forma concreta na realidade
objetiva.
Portanto, voltando-se para idéia central deste capitulo, o
trabalho do supervisor na formação do docente,faz-se necessário
deixar bem claro que , todo esse processo descrito nas linhas
anteriores depende muita da interação das idéias e do envolvimento
de todos os profissionais da instituição escolar, principalmente no
que diz respeito ao supervisor e ao relacionamento com o
36
professor, pois como já dito anteriormente é bem difícil estar a par
de tais mudanças e estar pronto para uma nova geração
educacional.
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CONCLUSÃO
Este estudo propõe a reflexão de que o Supervisor, apesar de
todas as atribuições inerentes à função e da atual desvalorização
profissional, assuma o papel de co-agente na construção de uma
prática empreendedora na gestão pedagógica. Ao professor
compete adotar uma postura de parceria e, como mediador, propor
situações de aprendizagem desafiadoras, tornando a sala de aula
num espaço prazeroso de transformação, de pesquisa, de
investigação, que permita ser o aluno o construtor de um novo
saber, tornando-o capaz de interagir de forma crítica, ética e
inovadora na sociedade.
O trabalho do supervisor é bastante desafiador,
especialmente na tarefa de contribuir com a formação contínua dos
professores. E acredita-se que o trabalho deste profissional é capaz
de transformar a escola no exercício de uma função comprometida
com uma proposta política e não somente com um papel assumido
de forma alienada.
Sendo a ação do supervisor pautada pela ética,
sensibilidade e transparência, trabalhando em equipe, tendo
perseverança, comprometimento e cumplicidade, estaremos em
constante busca da qualidade do ensino e, dessa forma nos
tornaremos “parceiros político-pedagógico do professor[...],pois é o
trabalho do professor regente de classe que dá sentido ao trabalho
do supervisor no interior da escola. O trabalho do professor abre
espaço e indica o objeto de ação/reflexão, ou de reflexão/ação para
o desenvolvimento da ação supervisora.
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Nesse sentido, enquanto articuladores do processo de formação
continuada do professor, nosso grande desafio, numa sociedade da
informação, temos que fazer diferente. E o que é fazer diferente? É
sermos inovadores, estarmos ligados no momento, mergulharmos
no desconhecido, vivenciarmos experiências enriquecedoras, ter a
cultura do trabalho em equipe e nesse sentido, vale ressaltar que
uma das nossas funções é despertar o talento latente dos que
trabalham conosco (ou para nós) oferecendo-lhes oportunidades
que justifiquem sua opção de investir em seus mais preciosos
recursos: seu tempo e seu comprometimento emocional.
Vamos reinventar o nosso fazer, repensar novas estratégias,
façamos diferente, pois existe espaço para a ação supervisora e
este espaço pode ser ocupado por aqueles supervisores que
desejarem problematizar, responder e duvidar, refletir/reagir e agir a
respeito do seu próprio trabalho, cujo objeto é a produção do
professor e do aluno no ato de ensinar e aprender. Dessa forma
seremos co-agentes na formação integral dos alunos, que deve ser
entendida como “saber essencial”, isto é, aquela que proporciona
ao ser humano o “saber inovar”, saber sentir”, “ saber refletir”,”
saber fazer”, “saber ser crítico”, “saber ser ético” e, principalmente
saber atuar com competência para analisar o cenário e as
tendências do mercado de trabalho, lembrando que a educação por
si só não faz milagres. Ela tem de fazer parte de um projeto integral
de sociedade.
Como bem exposto em nos capítulos , a atuação do
supervisor é fundamental para que se constitua uma liderança
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técnico-pedagógica, sendo responsável pela interação entre
professores, diretores, alunos e pais sem perder o foco nas
implicações e desdobramentos de todo o processo educativo.
Diante das transformações que a sociedade vem sofrendo
durante o passar dos anos, a família e escola enfrentam, a
democratização da gestão escolar talvez que acaba por ser tornar a
relação mais comprometida. Muito se diz em descentralizar o poder
e dividir as funções, mas a inexperiência e a má formação fazem
com que os supervisores trabalhem isoladamente, como se um não
dependesse do outro. Como diz Vasconcellos, “É tarefa
intransferível da equipe comprometer-se com a melhoria das
condições de trabalho dos profissionais da educação. Sem isto,
todo o resto corre o risco de ser remendo novo sobre o tecido
velho”(ibid,p.57)
Várias são as competências e habilidades para que se
exerça a função de supervisor escolar atualmente, principalmente a
de ver a escola como um todo. Porém, ainda há muito que se
esclarecer no que diz respeito a verdadeira função do supervisor,
para que esta deixe de ser vista de maneira fragmentada . Para
tanto conclui-se, que o supervisor é co-responsável pela construção
de uma equipe escolar integrada, coesa, engajada e formalizada
com a proposta de trabalho da escola.
40
BIBLIOGRAFIA
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CELESTINO, A. S. J. Nove olhares sobre a supervisão. São Paulo: Papirus, 1997.
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41
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RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: métodos e técnicas.(3 ed). São Paulo: Atlas, 1999.
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ZANIRATO, Maria Luiza B. Atribuições dos Especialistas em Educação: um levantamento inicial. In cadernos de Educação, Ano II, n° 08, São Paulo, outubro de 1997.
42
ÍNDICE
INTRODUÇÃO HHHHHHHHHHHHHHH... 8
CAPITULO I HHHHHHHHHHHHHH....... 11
Um breve histórico do papel do Supervisor Escolar.
CAPITULO II ........................................................... 19
A ação supervisora no mundo contemporâneo.
2.1- O Supervisor escolar frente a uma gestão democrática. ......................................................... 26
CAPITULO III ............................................................ 31
A relevância de um supervisor articulador na formação
continuada do docente.
CONCLUSÃO ........................................................... 37
BIBLIOGRAFIA ........................................................ 40
ÍNDICE ...................................................................... 42