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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS E PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL NA GESTÃO DE PESSOAS Por: Flávio Carvalho de Faria Orientador Profª. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS

AMBIENTAIS E PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE

SAÚDE OCUPACIONAL NA GESTÃO DE PESSOAS

Por: Flávio Carvalho de Faria

Orientador

Profª. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS

AMBIENTAIS E PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE

SAÚDE OCUPACIONAL NA GESTÃO DE PESSOAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão de Recursos

Humanos

Por: Flávio Carvalho de Faria

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao meu querido e bom Deus

pela saúde e família. A minha esposa

Flávia pelo incentivo, paciência e

compreensão. Às colegas de classe

Sandra Mara e Diane pelo apoio nos

trabalhos durante o curso.

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha amada

esposa Flávia, aos meus lindos filhos

Flávio Jr. e Flávio Felipe, aos meus

sobrinhos: Luiz Eduardo, Alicia, Juliana,

Ana Júlia e Luiz Gustavo. À minha

querida avó Adelina que já dorme com

Deus.

5

RESUMO

As empresas estão cada vez mais, em busca da excelência na

prestação dos seus serviços. A busca das certificações de qualidade não pode

ignorar a figura do trabalhador e do meio ambiente. Para isto os trabalhadores

precisam estar alinhados a Missão e Valores da Organização.

Este trabalho tem como objetivo demonstrar a importância do Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e Programa de Controle Médico

de Saúde Ocupacional – PCMSO, como aliados da gestão de Recursos

Humanos.

Demonstrar a eficácia desses programas, identificando os riscos

ambientais que os trabalhadores estão expostos e as ações preventivas para

eliminação ou minimização desses riscos a favor do bem estar físico, social e

emocional dos trabalhadores.

6

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho foi utilizado um estudo sobre as

Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, em especial

as NR’s 7 e 9.

Fiz anotações de artigos, acessos à internet e principalmente na leitura

de livros, destacando dois autores que muito contribuíram para o objeto de

estudo desta monografia, o médico e auditor fiscal do trabalho Luiz Antônio

Rabelo Rocha (2011) e de Idalberto Chiavenato (1997 e 1999), mais a

legislação vigente no país.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Segurança e medicina do trabalho 10

CAPÍTULO II - O Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais 16

CAPÍTULO II I - O Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional 22

CAPÍTULO IV – Relação dos Programas de

segurança e medicina do trabalho com a gestão

de Pessoas 30

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

8

INTRODUÇÃO

Segundo Rocha (2011) a disputa entre as empresas pelo mercado está

muito acirrada. Principalmente no sistema capitalista, as pessoas estão numa

busca incessante pela lucratividade e muitas das vezes ignoram a situação dos

trabalhadores que executam suas tarefas independentes de boas condições de

trabalho ou não.

Em muitos casos as condições de trabalho e dos riscos ocupacionais

existentes no ambiente de trabalho são ignoradas pelas Organizações.

Com certeza um trabalhador insatisfeito, desmotivado ou doente não

agrega valores para empresa, que é prejudicada pelos altos índices de

absenteísmo e rotatividade.

A instituição das Normas Regulamentadoras relativas à Segurança e

Medicina do Trabalho, foi sem dúvida nenhuma uma grande conquista. De

acordo com Rocha (2011) o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais –

PPRA e Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO,

foram avanços importantíssimos na prevenção dos adoecimentos

ocupacionais.

A eficácia desses programas, quando levados à sérios, contribuem

efetivamente para diminuição na rotatividade de pessoal e também nos índices

de absenteísmo. Também melhora a qualidade de vida dos trabalhadores,

quando são implementados ações preventivas relacionadas a segurança e

saúde.

As empresas devem se conscientizar que o trabalhador é o maior

patrimônio existente na empresa, pois são eles que participam diretamente do

processo de produção, sejam de bens ou serviços.

O capital humano, segundo Chiavenato (1997) precisa estar motivado, o

clima organizacional deve estar alto, ou seja, trabalhador satisfeito tende a

produzir mais e colabora diretamente para os resultados da empresa.

Programas de Segurança e Medicina do Trabalho não é um mero

gerador de atestados médicos, como o Atestado de Saúde Ocupacional, não é

9

um mero assistente para preencher relatórios e estatísticas, mas forte aliado

para contribuir com a melhoria e condições de trabalho e saúde nas empresas.

O gestor de Recursos Humanos pode atuar em parceria com a

Segurança e Medicina do Trabalho, promovendo eventos e até sugerindo a

cúpula da empresa, a avaliar e aceitar os projetos de melhorias apresentada

pela Área de Segurança e Medicina do Trabalho, que tem como objetivo fim,

atingir as metas da empresa.

Esta parceria contribui não apenas no combate às ausências de

trabalhadores, mas também na retenção desses trabalhadores na empresa.

10

CAPÍTULO I

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

Podemos dizer que Segurança do trabalho é o conjunto de medidas

técnicas, médicas e educacionais, empregadas para prevenir acidentes, quer

eliminando condições inseguras do ambiente de trabalho quer instruindo ou

convencionando pessoas na implantação de práticas preventivas. Temos

algumas definições, conforme Chiavenato, diz que:

“Refere-se a um conjunto de normas e procedimentos

que visa à proteção da integridade física e mental do

trabalhador, preservando-o dos riscos de saúde inerentes

às tarefas do cargo e ao ambiente físico onde

executadas”. (CHIAVENATO, 1997, p.441).

A atividade empresarial lida com a produção, prestação de serviços ou

comércio com vistas ao crescimento econômico, à melhoria contínua de

produção, à busca da excelência na prestação de serviços, à redução de

custos operacionais e aumento dos lucros monetários. O empresário pensa

sempre no incremento da produtividade nos seus negócios. Com certeza, a

atividade empresarial beneficia a sociedade sob muitos aspectos, melhora o

conforto das pessoas, gera empregos e riquezas. O médico do Trabalho

Rocha, cita a relação entre a atividade empresarial e a atuação da Segurança

e Medicina do Trabalho, dizendo:

“A medicina do trabalho visa à preservação da saúde das

pessoas e à recuperação dos que sofrem distúrbios no

seu funcionamento orgânico ou lesões decorrentes de

acidente do trabalho”. (ROCHA, 2011, p.15).

11

Chiavenato, também cita “Os programas de segurança e de saúde,

constituem algumas dessas atividades paralelas importantes para a

manutenção das condições físicas e psicológicas do pessoal.” (1997, p. 441).

Do ponto de vista da Administração de Recursos Humanos, a saúde e a

segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a

preservação da força de trabalho adequada. De acordo com a Organização

Mundial de Saúde - OMS, a saúde é um estado completo de bem estar físico,

mental e social e que não consiste somente na ausência de doença ou de

enfermidade.

1.1 – Contexto histórico

Nos últimos anos temos assistido a um movimento empresarial intenso

no sentido da melhoria da produção e aperfeiçoamento da prestação de

serviços. As empresas buscam a excelência no campo produtivo e a qualidade

superior dos produtos e serviços. O alto grau de competividade fez com que as

empresas buscassem certificações de qualidade. Segundo Rocha “esse

movimento gerou as certificações de qualidade, uma espécie de credencial

que abre as portas dos negócios para as empresas de nível nacional e

internacional”. (2011, p. 16)

Todo esse movimento incluiu estudos diversos de produtividade,

diminuiu ou até aboliu as chamadas pausas naturais do trabalho, e a

conhecida reengenharia modificou a dinâmica do trabalho, em muitas

situações promovendo uma sobrecarga de trabalho. Em muitas empresas,

funções que eram desempenhadas por dois ou três trabalhadores passaram a

ser encargo de apenas um, exigindo uma adaptação dos trabalhadores aos

novos modelos da modernidade. Temos como exemplo os ônibus (transporte

coletivo), antes tínhamos a figura do motorista e cobrador, atualmente em

muitos casos, temos apenas os motoristas que além de desempenharem a sua

função, foi agregada a função de cobrador.

12

A resposta da fisiologia orgânica não tardou a apresentar seus sinais

diante desta realidade. Começaram a surgir muitos casos de distúrbios de

estruturas ósseas, musculares, tendíneas, articulares e nervosas em muitos

trabalhadores, ocasionando uma síndrome que ficou conhecida como LER –

Lesões por Esforços Repetitivos. Além disso, os trabalhadores de modo geral

estão sujeitos a vários tipos de riscos.

Para Chiavenato:

“Medicina e Segurança do Trabalho constituem duas

atividades intimamente relacionadas, no sentido de

garantir condições pessoais e materiais de trabalho

capazes de manter certo nível de saúde dos

empregados”. (CHIAVENATO, 1997, p.441).

1.2 – Prevenção

De acordo com Chiavenato:

“A higiene do trabalho tem caráter eminentemente

preventivo, pois objetiva a saúde e o conforto do

trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória

ou definitivamente do trabalho”. (CHIAVENATO, 1997, p.

443).

De acordo com Rocha:

Prevenção – conjunto de ações que visa identificar e

corrigir o mais precocemente possível qualquer desvio da

normalidade, de forma a recolocar o indivíduo de imediato

na situação saudável. Tem como objetivo a diminuição da

13

prevalência das doenças. Abrange o diagnóstico precoce

e tratamento imediato, podendo indicar soluções para a

melhoria dos ambientes de trabalho e da organização das

atividades individual e coletivamente. (ROCHA, 2011, p.

23).

A Segurança e Medicina do trabalho atuam em dois campos distintos,

mais relacionados entre si. A Medicina ou higiene do trabalho como é tratado

por muitos, trata da prevenção da saúde do trabalhador, enquanto que, a

Segurança propriamente dita, cuida da prevenção de acidentes.

1.3 – Normas regulamentadoras

A CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, instituída pelo Decreto Lei

nº 5.452 de 1º de maio de 1943, sofreu diversas emendas e substituições em

parte de sua redação inicial. A saúde do trabalhador que foi alterada pela Lei

nº 6.514 de 22 de dezembro de 1977 instituiu as NR’s – Normas

Regulamentadoras, que foi aprovada, de acordo com a Portaria nº 3.214 de 08

de junho de 1978.

De acordo com a NR 1, item 1.1:

“As Normas Regulamentadoras – NR, relativas à

segurança e medicina do trabalho, são de observância

obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos

órgãos públicos da administração direta e indireta, bem

como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário,

que possuam empregados regidos pela Consolidação das

Leis do Trabalho – CLT”. (BRASIL, MTE, 2012).

As Normas Regulamentadoras é um conjunto de normas e orientações

que tem relação com a Segurança e Medicina do Trabalho, tais normas são de

14

uso obrigatório por parte das empresas, como determina a Consolidação das

Leis do Trabalho – CLT. O objetivo das Normas é a adequação do ambiente de

trabalho para os trabalhadores, minimizando os riscos que estão expostos a

doenças e acidentes nas empresas, preservando a integridade física dos

trabalhadores.

Atualmente, temos trinta e quatro Normas Regulamentadoras que trata

de vários temas específicos, mas destacarei apenas as NR’s 7 e 9, que tratam

respectivamente do PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional e do PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

De acordo com a NR 9, item 9.1.3:

“O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das

iniciativas da empresa no campo da preservação da

saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar

articulado com o disposto nas demais NR, em especial

com o Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional – PCMSO previsto na NR7”. (BRASIL, MTE,

2012).

Segundo Rocha, “O conhecimento da população trabalhadora em foco é

questão fundamental para a adoção de condutas médicas de avaliação e

controle.” (2011, p. 32)

A elaboração e implementação do PPRA - Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais e PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional, são de obrigatoriedade de todos empregadores, independente do

grau de risco ou da quantidade de empregados. O não cumprimento dessas

Normas pode gerar multas para as empresas, além dos grandes prejuízos

financeiros com afastamentos desses trabalhadores, que podem ser originados

se não houver a identificação correta dos riscos e o controle para minimizar

esses riscos.

15

CAPÍTULO II

PPRA – PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS

AMBIENTAIS

De acordo com a NR 9, item 9.1.1:

“Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece a

obrigatoriedade da elaboração e implementação, por

parte de todos os empregadores e instituições que

admitam trabalhadores como empregados, do Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando a

preservação da saúde e da integridade dos

trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento,

avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos

ambientais existentes ou que venham a existir no

ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção

do meio ambiente e dos recursos naturais”. (BRASIL,

MTE, 2012).

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA visa preservar

a saúde e a integridade dos trabalhadores por meio da prevenção de riscos, e

isto significa: antecipar; reconhecer; avaliar e controlar riscos existentes e que

venham a ser introduzidos no ambiente do trabalho.

De acordo com a NR 9, as ações do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais – PPRA, está sob a responsabilidade dos empregadores, mas com

a participação dos empregados. O Programa deve ser desenvolvido no âmbito

de cada estabelecimento da empresa, a fim de levantar os riscos do local que

aqueles trabalhadores estão realizando suas tarefas. Em caso de não

identificar riscos ambientais, deve ocorrer o registro e divulgação dos dados.

2.1 – Riscos ambientais

16

De acordo com a NR 9, item 9.1.5:

“Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais

os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos

ambientes de trabalho que, em função de sua natureza,

concentração ou intensidade e tempo de exposição, são

capazes de causar danos à saúde do trabalhador”.

(BRASIL, MTE, 2012).

A NR 9 considera três fatores como riscos ambientais: físico, químico e

biológicos.

- Agentes físicos

De acordo com a NR 9, item 9.1.5.1:

“Consideram-se agentes físicos as diversas formas de

energia a que possam estar exposto os trabalhadores,

tais como: ruído, vibrações, pressões anormais,

temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações

não ionizantes, bem como o infra-som e o ultra-som”.

(BRASIL, MTE, 2012).

- Agentes químicos

De acordo com a NR 9, item 9.1.5.1:

“Consideram-se agentes químicos as substâncias,

compostos ou produtos que possam penetrar no

organismo pela via respiratória, nas formas de poeira,

fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela

17

natureza da atividade de exposição, possam ter contato

ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por

ingestão”. (BRASIL, MTE, 2012).

- Agentes biológicos

De acordo com a NR 9, item 9.1.5.1: “Consideram-se agentes biológicos

as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros”.

(BRASIL, MTE, 2012).

Para que sejam considerados fatores de riscos ambientais estes

agentes precisam estar presentes no ambiente de trabalho em determinadas

concentrações ou intensidade, e o tempo máximo de exposição do trabalhador

a eles é determinado por limites pré-estabelecidos.

2.2 – Estrutura do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais - PPRA

Ainda de acordo com a NR 9, o Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais – PPRA deverá conter no mínimo, a seguinte estrutura:

a) Planejamento anual com estabelecimento de metas, prioridades e

cronograma;

b) Estratégia e metodologia da ação;

c) Forma de registro, manutenção e divulgação dos dados;

d) Periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA.

De acordo com a NR 9, item 9.2.1.1:

“Deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo

menos uma vez ao ano, uma análise global do PPRA

18

para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos

ajustes necessários e estabelecimento de novas metas e

prioridades”. (BRASIL, MTE, 2012).

2.3 – Desenvolvimento do Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais - PPRA

Ainda de acordo com a NR 9, o Programa de Prevenção de Riscos

Ambientais – PPRA deverá incluir

a) Antecipação e reconhecimento dos riscos;

b) Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;

c) Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;

d) Implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;

e) Monitoramento da exposição aos riscos;

f) Registro e divulgação dos dados.

De acordo com a NR 9, item 9.3.1.1:

“A elaboração, implementação, acompanhamento e

avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo Serviço

Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina

do Trabalho – SESMT ou por pessoa ou equipe de

pessoas que, a critério do empregador, sejam capazes de

desenvolver o disposto nesta NR”. (BRASIL, MTE, 2012).

No processo de antecipação dos riscos deverá ser feita uma análise de

projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de

modificação dos já existentes, visando identificar os riscos potenciais e

introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação.

2.4 – Reconhecimento e avaliação dos riscos

19

O reconhecimento dos riscos ambientais deverá conter os

seguintes itens, quando aplicáveis, de acordo com a NR 9, item 9.3.3:

a) A sua identificação;

b) A determinação e localização das possíveis fontes geradoras;;

c) A identificação das possíveis trajetórias e dos meios de propagação dos

agentes no ambiente de trabalho;

d) A identificação das funções e determinação do número de trabalhadores

expostos;

e) A caracterização das atividades e do tipo da exposição;

f) A obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possível

comprometimento da saúde decorrente do trabalho;

g) Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identificados,

disponíveis na literatura técnica;

h) A descrição das medidas de controle já existentes.

Em relação a avaliação quantitativa deverá ser realizada sempre que

necessária para comprovar o controle da exposição ou inexistência dos riscos

identificados na etapa de reconhecimento; dimensionar a exposição dos

trabalhadores e subsidiar o equacionamento das medidas de controle.

De acordo com a NR 9, item 9.3.5.6:

“O PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de

avaliação da eficácia das medidas de proteção

implantadas considerando os dados obtidos nas

avaliações realizadas e no controle médico da saúde

previsto na NR 7”. (BRASIL, MTE, 2012).

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA é um

instrumento dinâmico que visa proteger a saúde do trabalhador e, portanto

20

deve ser simples, prático e objetivo. Os empregados devem ter acesso ao

Programa e devem ser conscientizados em relação aos riscos existentes e

desenvolver práticas sobre os meios de prevenção e proteção em seus locais

de trabalho.

Além de ser uma obrigatoriedade legal, passível de punição, o Programa

de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, quando levado a sério pelas

organizações, melhora a qualidade, produtividade e condições de trabalho.

21

CAPÍTULO III

PCMSO – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE

SAÚDE OCUPACIONAL

De acordo com a NR 7, item 7.1.1:

“Esta Norma Regulamentadora – NR estabelece a

obrigatoriedade da elaboração e implementação, por

parte de todos os empregadores e instituições que

admitam trabalhadores como empregados, do Programa

de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO,

com o objetivo de promoção e preservação da saúde do

conjunto dos seus trabalhadores”. (BRASIL, MTE, 2012).

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO,

segundo Rocha (2011), trata-se de uma metodologia de atuação médica,

centrada na saúde de grupos específicos de trabalhadores, avaliando-os

individual e coletivamente, atenta a todos os fatores ligados à ocupação

profissional e que possam ocasionar distúrbios da saúde, sempre voltada para

as condutas preventiva e diagnóstica precoces, ou seja, em momentos que a

doença ainda não se instalou de forma definitiva no organismo do trabalhador.

Rocha define o conceito de Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional – PCMSO como:

“Programa de atenção à saúde ocupacional, integrado ao

contexto de trabalho, com abordagem clínica e

epidemiológica da relação entre saúde e trabalho, focado

na prevenção e rastreamento dos agravos à saúde, com

especial atenção ao diagnóstico em fases subclínicas das

doenças”. (ROCHA, 2011, p. 21).

22

3.1 – Objetivos do Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional - PCMSO

Toda ação médica tem dois claros objetivos. O primeiro é realizar um

diagnóstico correto e seguro de determinada situação que está sob avaliação,

o segundo, determinar um tratamento para os possíveis desequilíbrios

detectados.

Segundo Rocha:

“O primeiro passo é sempre um diagnóstico correto da

situação em foco. Entretanto, na medicina ocupacional o

diagnóstico deve ser individual, como na medicina clínica

e cirúrgica em geral, porém, aqui devemos acrescer o

aspecto coletivo da situação”. (ROCHA, 2011, p. 27).

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO é um

programa que envolve controles médicos de natureza individual e coletiva, em

função das características observadas no universo dos trabalhadores

brasileiros. Com os resultados dos diagnósticos em mãos, cabe a adoção de

ações preventivas de saúde no sentido de minimizar os riscos ocupacionais.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO é um

programa que lida com a saúde ocupacional. Conforme Rocha o conceito de

saúde ocupacional é bastante amplo.

“Saúde ocupacional – qualquer fator relacionado à

ocupação profissional que influa na saúde do trabalhador é

objeto de estudo do Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional”. (ROCHA, 2011, p. 28)

23

A idéia é não restringir a atenção médica para as doenças já

caracterizadas como inerentes a determinadas atividades profissionais. Deve-

se abrir o leque de avaliação médica, atentando para os diversos tipos de

doenças que acompanham as atividades dos trabalhadores e que podem ser

chamadas de doenças relacionadas ao trabalho. Além disso, o Programa de

Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO é um programa de caráter

preventivo. O ideal não seria lidar com as doenças e sim, nas origens para que

os trabalhadores não adoecessem.

A NR 7, item 7.2.4, sobre as diretrizes cita:

“O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base

nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os

identificados nas avaliações previstas nas demais

Normas Regulamentadoras”. (BRASIL, MTE, 2012).

Portanto, para que o médico do trabalho desenvolva um programa

realmente eficaz, deve ter um olhar atento para todos os fatores do ambiente

de trabalho, observando não apenas os aspectos físicos e objetivos do

trabalho, mas também a forma de organização do trabalho e o clima

organizacional no ambiente de trabalho. Rocha ainda complementa sobre os

objetivos do Programa:

“Para que atinja os objetivos pretendidos, o PCMSO deve

ser organizado de forma sistemática e coerente com as

características do grupo trabalhador acompanhado pelo

médico coordenador”. (ROCHA, 2011, p. 29)

3.2 – Elaborando o Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional - PCMSO

Muitos médicos elaboram o Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional – PCMSO sem visitar o local de trabalho onde os trabalhadores

24

executam suas tarefas, para isto, baseiam-se pelas informações contidas no

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, que é muito

importante, mas não o suficiente para elaboração do PCMSO. O médico

precisa, segundo Rocha “ter conhecimento detalhado da população

trabalhadora que será alvo de suas ações” (2011, p. 31). Torna-se

imprescindível a visita técnica aos locais de trabalho para verificação das

informações obtidas e conhecer o processo de cada atividade, incluindo o

clima, a jornada de trabalho, o descanso e a atuação dos gestores.

Segundo Rocha:

“O conhecimento da população trabalhadora em foco é

questão fundamental para a adoção de condutas médicas

de avaliação e controle. Deve-se saber se predomina

nesse grupo de empregados o sexo masculino ou

feminino, a faixa etária predominante entre os

trabalhadores, a existência ou não de suscetibilidades

específicas entre os trabalhadores, isto é, situações em

que os riscos ocupacionais das atividades laborais

agravam fatores já existentes entre a população”.

(ROCHA, 2011, p. 32).

Outro cuidado que deve ser tomado na elaboração do Programa de

Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO é a descrição dos cargos ou

funções adotadas, deverá obter a descrição das atividades para cada cargo,

para verificar a exposição aos riscos ocupacionais. Tomar cuidado com os

cargos ou funções genéricas, ou seja, a mesma função para setores diferentes

(exposto a riscos diferentes).

De acordo com Rocha (2011), conhecidos então de forma detalhada o

perfil da população trabalhadora e os riscos ocupacionais a que ficarão ou

estão expostos esses trabalhadores, cabe ao médico coordenador do

25

programa estabelecer as condutas médicas a serem seguidas durante o

desenvolvimento do programa e suas periodicidades, levando em conta as

exigências legais existentes, sem nunca se esquecer dos aspectos técnicos

envolvidos. A legislação fixa algumas periodicidades mínimas, porém, o

coordenador poderá reduzi-las, caso assim julgue necessário.

3.3 – Exames médicos

De acordo com a NR 7, item 7.4.1, o Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional – PCMSO deve incluir, entre outros, a realização

obrigatória dos exames médicos:

a) Admissional – “deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas

atividades” (BRASIL, MTE, 2012, item 7.4.3.1);

b) Periódico – “De um modo geral, esses exames serão repetidos a cada ano

para trabalhadores expostos a riscos e a cada dois anos para trabalhadores

não expostos, conforme avaliação do médico” (ROCHA, 2011, p. 36);

c) De retorno ao trabalho – “O exame de retorno ao trabalho será realizado

sempre que o trabalhador permanecer afastado por um período superior a

trinta dias, exceto as férias” (ROCHA, 2011, p. 36);

3.4 – ASO – Atestado de Saúde Ocupacional

O Atestado de Saúde Ocupacional, conhecido pela sigla ASO, deve ser

elaborado com bastante cuidado e atenção pelo médico coordenador do

Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO ou pelo

médico examinador indicado para realizar o exame médico ocupacional, em

duas vias, uma para o trabalhador e outra para empresa.

Segundo Rocha:

26

“ASO – tem por objetivo atestar a aptidão do candidato a

emprego ou empregado que vai exercer ou exerce

determinada função ou cargo na empresa, e também em

relação ao empregado que está sendo demitido”.

(ROCHA, 2011, p. 32).

Não se deve esquecer que o ASO poderá ser objeto de avaliação em

ações judiciais e fiscalizações do Ministério do Trabalho. Trata-se de um

documento público, que será examinado por médicos ou não, daí a

necessidade de clareza e adequação quanto às exigências técnicas e legais.

De acordo com a NR 7, item 7.4.4.3, o ASO deverá conter no mínimo:

a) Nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e

sua função;

b) Os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na

atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela

Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho;

c) Indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador,

incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados;

d) O nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM;

e) Definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador vai

exercer, exerce ou exerceu;

f) Nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato;

g) Data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo

seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina.

27

Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e

exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas deverão ser

registradas em prontuário clínico individual, que ficará sob a responsabilidade

do médico coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional – PCMSO. Após o desligamento do empregado os registros ainda

devem ser guardados por período mínimo de vinte anos.

3.5 – Relatório anual

O relatório anual do Programa de Controle Médico de Saúde

Ocupacional – PCMSO tem por objetivo aglutinar todas as informações

importantes que tenham ocorrido durante o ano a que se refere.

A respeito do relatório anual, Rocha cita:

“Relatório anual – pretende-se que seja uma radiografia

dos aspectos de saúde / doença na empresa, e possa

constituir-se numa fonte de consultas fidedigna para

conhecimento da situação e também para fins de

planejamento para o próximo exercício de trabalho médico”

(ROCHA, 2011, p. 72).

O relatório anual deverá ser elaborado pelo médico coordenador do

programa após um ano de implantação e a cada ano de vigência do Programa

de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, sintetizando as

principais informações sobre as ocorrências médicas naquele ano de trabalho

e estabelecendo a programação planejada para o próximo período.

De acordo com a NR 7, item 7.4.6.1:

28

“O relatório anual deverá discriminar, por setores da

empresa, o número e a natureza dos exames médicos,

incluindo avaliações clínicas e exames complementares,

estatísticas de resultados considerados anormais, assim

como o planejamento para o próximo ano”. (BRASIL,

MTE, 2012).

29

CAPÍTULO IV

RELAÇÃO DOS PROGRAMAS DE SEGURANÇA E

MEDICINA DO TRABALHO COM A GESTÃO DE

PESSOAS

A elaboração do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA

e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, são de

obrigatoriedade para todos que admitem trabalhadores, logo, podemos afirmar

que são programas de grande importância para o gestor de Recursos

Humanos das empresas.

Dos documentos necessários para um processo de admissão e

demissão de empregados numa organização, o ASO – Atestado de Saúde

Ocupacional, é indispensável.

Para que o ASO seja elaborado, depende diretamente do Programa de

Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, que determina como o

ASO será elaborado, que também, está ligado ao Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais – PPRA, que analisa os riscos que os trabalhadores estarão

expostos.

Segundo Chiavenato, “os subsistemas de manutenção de RH exigem

também condições de trabalho que garantam condições de saúde e de bem

estar” (1997, p. 464)

Há muitas empresas que fazem um controle estatístico das faltas e

afastamentos no trabalho, em alguns casos, os prejuízos financeiros são

enormes. Cabe ao profissional especializado em Segurança e Medicina do

Trabalho realizar um estudo técnico do conjunto de faltas ao trabalho, no

sentido de compreender a natureza do fenômeno em estudo e adotar medidas

técnicas para redução e do adoecimento dos trabalhadores. Segundo Rocha “a

30

redução do número de faltas ao trabalho poderá ser um efeito secundário, em

função da melhoria de aspectos ligados ao trabalho e a diminuição do

adoecimento ocupacional” (2011, p. 50).

Ainda segundo Rocha (2011) a sistematização dos dados obtidos e um

estudo levarão o médico a compreender várias facetas da relação de emprego

e do sentimento dos trabalhadores em determinadas situações.

4.1 – Absenteísmo

O absenteísmo é uma expressão utilizada para designar as faltas ou

ausências dos empregados ao trabalho. É a soma dos períodos em que os

empregados da organização se encontram ausentes do trabalho. Segundo

Chiavenato:

“O absenteísmo refere-se a ausências em momentos que

os empregados deveriam estar trabalhando normalmente.

Nem sempre as causas do absenteísmo estão no próprio

empregado, mas na organização, na supervisão

deficiente, no empobrecimento das tarefas, na falta de

motivação e estímulo, nas condições desagradáveis de

trabalho, na precária integração do empregado à

organização e nos impactos psicológicos de uma direção

deficiente”. (CHIAVENATO, 1997, p. 199).

São muitos os fatores que podem contribuir para o absenteísmo, desde

um problema no transporte a uma doença ou acidente de trabalho. O fato é

que as empresas sofrem com este tipo de problema. Segundo Chiavenato

(1997) muitas organizações procuram combater o absenteísmo atuando sobre

os efeitos, ao invés de atuar sobre as causas. Não adianta simplesmente punir

o trabalhador com advertências, suspensões e cortes de benefícios. É preciso

diagnosticar a causa, a origem do problema, analisar o que a empresa pode

31

fazer para alterar este quadro. Há muitas empresas que estão modificando

suas políticas de pessoal, redesenhando os cargos, mas algo é fundamental,

analisar se os riscos que estes trabalhadores estão expostos, se não estão

interferindo nesta situação. Segundo Rocha o médico do trabalho pode

contribuir para resolução ou minimização do absenteísmo.

“Uma convicção segura e atitudes equilibradas somente

poderão ser tomadas quando o profissional médico do

trabalho coordenador do PCMSO tiver em mãos dados

seguros e evidências claras das situações, com registros

consistentes e documentação conclusiva”. (ROCHA,

2011, p. 53).

Entretanto, o mais importante é compreender a dinâmica da saúde do

grupo trabalhador, alvo do programa, e adotar as estratégias para

desenvolvimento do programa mais coerentes com as situações detectadas,

privilegiando sempre a prevenção e a melhoria das condições de trabalho.

4.2 – Doenças relacionadas ao trabalho

Doenças relacionadas ao trabalho são causadas pelas condições e

processos de trabalho. De acordo com Rocha

“A existência de doenças relacionadas ao trabalho entre

os trabalhadores de muitas empresas no país é muito

mais freqüente do que se possa imaginar a princípio.

Lamentavelmente, a subnotificação tem prevalecido na

conduta das empresas e também nas posturas de muitos

profissionais da saúde, prejudicando diretamente os

trabalhadores e, indiretamente, toda a sociedade”.

(ROCHA, 2011, p. 56).

32

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO é um

programa prevencionista, e quaisquer patologias que estejam ligadas ao

trabalho deverão, sempre que possível, ser identificadas antes que estejam

instaladas no organismo do trabalhador. Um contato freqüente com o Recursos

Humanos da empresa, pode resultar num valioso banco de dados para o

médico do trabalho, já que o RH está sempre pesquisando o estado de ânimo

dos trabalhadores.

4.3 – Estresse

Estresse é um conjunto de reações físicas, químicas e mentais de uma

pessoa a estímulos ou estressores no ambiente. De acordo com Chiavenato:

“O estresse é a soma das perturbações orgânicas e

psíquicas provocadas por diversos agentes agressores

como trauma, emoções fortes, fadiga, exposição a

situações conflitivas e problemáticas etc.”.

(CHIAVENATO, 1999, p. 377).

Segundo Chiavenato (1999) alguns fatores contribuem para o estresse

no ambiente de trabalho, como o autoritarismo do chefe, a desconfiança, a

pressão das exigências e cobranças, o cumprimento do horário de trabalho, a

chateza e monotonia de certas tarefas, a falta de perspectiva de progresso

profissional e a insatisfação pessoal.

A Segurança e medicina do trabalho em parceria com a gestão de

Recursos Humanos devem estar atentos ao estresse, que tem sido muito

comum nas organizações de um modo geral. Em alguns casos, o alcoolismo e

dependência das drogas, podem ser decorrentes do estresse no ambiente de

trabalho. Isto ocasiona prejuízos tanto para o trabalhador como para o

empregador que sofre com o absenteísmo e até mesmo com o

33

comprometimento com a qualidade. Albrecht (1979) cita alguns fatores que

podem reduzir o estresse no ambiente de trabalho:

a) Não tentar obter mais do que cada um pode fazer;

b) Negociar com o gerente metas realísticas para o trabalho;

c) Encontre tempo para desligar-se das preocupações e relaxar;

d) Verifique os ruídos em seu trabalho e busque meios para reduzi-los;

e) Não fique muito tempo lidando com problemas desagradáveis;

O planejamento das atividades prevendo as dificuldades enfrentadas

pelos trabalhadores, podem contribuir para uma melhor administração,

colaborando para o bem estar de todos.

4.4 – Ações preventivas

Talvez seja difícil eliminar totalmente os riscos ocupacionais existentes

em todas atividades profissionais, bem como estabelecer mecanismos de

prevenção em todas elas. Mas, a diretoria de Recursos Humanos, em parceria

com a Segurança e Medicina do Trabalho podem implementar ações

preventivas com a finalidade do bem estar físico, social e emocional do

trabalhador.

O médico do trabalho Rocha (2011) cita algumas ações que podemos

colocar em prática:

- Acompanhamento nutricional;

- Ginástica laboral;

- Programas de adaptação do mobiliário e de posturas no trabalho;

- Programas de atividades físicas, como disponibilização de academias;

- Palestras e treinamentos;

- Programas antiestresse;

- Conservação de condições sanitárias no trabalho.

34

As ações preventivas tem como objetivos: sensibilizar e capacitar as

pessoas em programas de forma sistemática e contínua; desenvolver um

relacionamento de comunicação, ou seja, diálogo aberto entre empregadores e

empregados.

Analisar situações críticas é uma prática que requer tempo, preparação

e esforço, por isso precisa ser planejado com cuidado. Não tem como ser

realizado de qualquer forma, também é necessário conhecimento. Portanto,

para uma análise crítica e objetiva é necessário que estejam presentes

pessoas que participam do processo e conheçam os resultados esperados e

os resultados obtidos. Com essas duas ferramentas, disposição e

conhecimento são possíveis iniciar uma rotina voltada para ações preventivas.

Os trabalhadores devem sentir-se a motivados para participarem dessas

ações preventivas, considerando que trabalhar é importante para sua

subsistência, mas que há sempre uma família que o aguarda em casa sem

levar consigo os problemas do trabalho.

4.5 – Qualidade de vida no trabalho - QVT

Segundo Chiavenato (1999), o conceito de qualidade de vida no

trabalho - QVT, envolve os aspectos físicos e ambientais como os aspectos

psicológicos do local de trabalho.

“Para alcançar níveis elevados de qualidade e

produtividade, as organizações precisam de pessoas

motivadas, que participem ativamente nos trabalhos que

executam e que sejam adequadamente recompensadas

pelas suas contribuições”. (CHIAVENATO, 1999, p. 391).

O conceito de Qualidade de Vida no trabalho envolve um profundo

respeito pelas pessoas. As organizações para atingirem seus objetivos, suas

35

missões e valores, precisam satisfazer primeiramente os seus trabalhadores

que são diretamente responsáveis pelo processo de fabricação do produto ou

pela prestação de serviços oferecidos.

A Organização que investe em Programas da área de Segurança e

Medicina do Trabalho, levando a sério a saúde do trabalhador e a sua

satisfação pessoal, além do grau de motivação na empresa, só trarão

resultados positivos que refletirão no consumidor final. O respeito mútuo entre

empregado x empregador é fundamental. O empregador deve trabalhar

sempre para criar condições ideais para que as tarefas sejam bem executadas,

minimizando qualquer tipo de prejuízo para o empregado, que também tem a

sua participação em zelar pelo cumprimento das normas e cooperar com

atitudes pró-ativas.

36

CONCLUSÃO

O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e o Programa

de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO são essenciais para as

Organizações.

Deve haver por parte de todos, empregados e empregadores,

compromisso mútuo de colaboração, para que as atitudes diárias contribuam

para a preservação do homem e do planeta.

Que os programas de Segurança e Medicina do Trabalho sejam

colocados em prática, não apenas por se tratar de uma obrigação legal, mas

pelo sentimento de amor, de solidariedade e também em respeito às novas

gerações.

Precisamos entender que os trabalhadores não são simplesmente mão

de obra descartáveis, que podem ser trocados por outros quando bem

entenderem, mas que tratamos com pessoas, dotadas de sentimentos e que

merecem o devido respeito por parte das Organizações.

Precisamos entender que quando o trabalhador está exposto a qualquer

risco e, deixo de contribuir para melhoria neste processo, estou causando

prejuízos para este trabalhador, mas também para sua família que o aguarda

em casa todos os dias em segurança.

Quando ignoramos o bem estar físico, social e emocional deste

trabalhador, contribuímos para uma sociedade mais injusta e egoísta.

As empresas também precisam estar cientes dos efeitos ruins causados

pela má conservação do meio ambiente, não adianta gastar os recursos

naturais se não houver atitudes voltadas para conservação. Não adianta tratar

os empregados como objetos que simplesmente produzem alguma coisa. Este

empregado insatisfeito será um péssimo cartão de visita para qualquer

organização.

Atualmente o cliente está mais rigoroso, está tendo acesso as

informações e na hora de adquirir um bem ou serviço, quer tomar

conhecimento da cadeia produtiva e saber se de fato estão sendo empregados

atitudes que valorizem o meio ambiente e as pessoas que ali trabalham.

37

O objetivo final deste trabalho é destacar a importância de levarmos

adiante procedimentos capazes de promover boas mudanças.

Que as pessoas em geral, os profissionais, independente da posição

hierárquica, que as Organizações, políticos, alunos e professores, entendam

que Segurança e Medicina do Trabalho, Programas como o Programa de

Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA e Programa de Controle Médico de

Saúde Ocupacional – PCMSO, não devem ser utilizados como marketing

social, mas como exercício pleno da cidadania.

38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALBRECHT, Karl. Stress and the manager. Englewood Cliffs: Spectrum, 1979.

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas. São Paulo: Atlas, 1999.

CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 1997.

ROCHA, Luiz Antônio Rabelo. PCMSO Teoria e Prática. São Paulo: LTR,

2011.

Segurança e Medicina do Trabalho. Editora Saraiva, 2009.

Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria 3.214 de 08/06/1978. Brasília-DF,

1966.

<http://www.segurancanotrabalho.vilabol.uol.com.br/pcmso.html>. Acesso em

29/11/2011

< http://www.vidacare.com.br/servicos_pcmso.asp >. Acesso em 29/11/2011

39

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO 10

1.1. – Contexto histórico 11

1.2. – Prevenção 12

1.3. – Normas regulamentadoras 13

CAPÍTULO II

Programa de prevenção de riscos ambientais 16

2.1. – Riscos ambientais 17

2.2. – Estrutura do Programa de prevenção de riscos

Ambientais 18

2.3. – Desenvolvimento do Programa de prevenção de

riscos ambientais 19

2.4. – Reconhecimento e avaliação dos riscos 20

CAPÍTULO III

Programa de controle médico de saúde ocupacional 22

3.1. – Objetivos do Programa de controle médico de saúde

ocupacional 23

3.2. – Elaborando o Programa de controle médico de saúde

Ocupacional 25

3.3. – Exames médicos 26

40

3.4. – ASO – Atestado de saúde ocupacional 26

3.5. – Relatório anual 28

CAPÍTULO IV

Relação dos Programas de segurança e medicina do

trabalho com a gestão de pessoas 30

4.1. – Absenteísmo 31

4.2. – Doenças relacionadas ao trabalho 32

4.3. – Estresse 33

4.4. – Ações preventivas 34

4.5. – Qualidade de vida no trabalho - QVT 35

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

ÍNDICE 40