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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM O Papel do Pedagogo Empresarial no Setor Público Por: Regina Célia Gomes Lima Orientadora Profª. Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O Papel do Pedagogo Empresarial no Setor Público

Por: Regina Célia Gomes Lima

Orientadora

Profª. Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O papel do Pedagogo Empresarial no Setor Público

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Pedagogia

Empresarial.

Por: . Regina Célia Gomes Lima

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS pela

minha vida e por tudo que vi, ouvi e

aprendi. Obrigado pela graça. Obrigado

pela vida ! A minha mãe Constância

“In Memorian” que sempre esteve

comigo, muitas vezes presente e hoje

no meu coração e na minha memória,

a Selma que apareceu na minha vida

na hora certa, a minha filha pelo amor,

carinho, respeito e apoio incondicional,

a professora Fabiane Muniz por sua

orientação e conselhos, necessários

para a realização deste trabalho.

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DEDICATÓRIA

.

A minha mãe Constância “In Memorian”,

a minha filha Erica, que sempre me

apoiou e me incentivou e está sempre

presente comigo em todos os momentos

da minha vida, vocês fazem parte dessa

Vitória.

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“Maravilhoso é volver os olhos para trás e constar quantos

obstáculos vencidos, quantos sacrifícios, quantos esforços, quantas

preocupações... Mas é maravilhoso ainda olhar para frente e com fé,

sabendo que existe uma força maior, que nos acompanha dia-a-

dia, e que, ao descortinarmos um novo horizonte poderemos fazer

o bem, dando àqueles que precisam, um pouco do que sabemos”

(autor desconhecido)

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RESUMO

Este trabalho teve a finalidade de análise e apresentação dos resultados

obtidos com relação ao perfil do pedagogo que atua em espaços não escolares,

realizados sob o enfoque do novo profissional exigido pela sociedade

contemporânea, que deverá, sobretudo, ser capaz de integrar a dimensão teórica a

uma preocupação com a prática cotidiana do fazer institucional, bem como de

garantir a articulação entre as abordagens da gestão do trabalho administrativo,

pedagógico e comunitário, como também, da educação profissional, desenvolvidos

em espaços não escolares, evitando-se a fragmentação deste estudo. Utilizei

como base inicial, para o referencial teórico a revisão da literatura.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste estudo foi análise e descrição dos dados

delimitados, de maneira a esclarecer acerca de seus respectivos objetivos,

utilidades e conseqüências. Sobre a pesquisa qualitativa e descritiva por traçar

um panorama acerca das ações pedagógicas no ambiente empresarial.

Quanto à coleta de dados foi feita uma revisão da literatura pertinente, e

a partir da consulta e leitura de livros, trabalhos acadêmicos, publicações

referentes ao assunto que levam ao problema proposto, como leitura de livros,

jornais, revistas, questionários e a resposta, após coleta de dados, pesquisa

bibliográfica, pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, também

através de entrevistas aberta com técnica de investigação, e questionários,

etc.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - O Pedagogo e a Pedagogia 10

CAPÍTULO II - O profissional de Pedagogia nas empresas públicas 16

CAPÍTULO III - O papel do pedagogo 22

CAPÍTULO IV - Pedagogia e gestão do conhecimento 30

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

WEB GRAFIA 40

ANEXOS 41

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ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

INTRODUÇÃO

Espero que este trabalho ajude os profissionais, que como eu que querem

se dedicar ao aspecto mais lindo da vida empresarial, a satisfação e

realização profissional das pessoas, ao manifestarem seus dons e talentos

através do trabalho.

A verdadeira função do Pedagogo, como condutor do conhecimento das

pessoas em direção a um objetivo determinado e da Pedagogia como a

ciência e a arte da Educação, o processo de influências que formam a

personalidade humana.

Além da Escola, as Empresas seriam as grandes beneficiadas pelos

trabalhos e atividades pedagógicas cada vez mais comprovo que a

necessidade dos trabalhos pedagógicos dentro das empresas, e assim o

nosso trabalho é admirado pelos empresários cada vez com mais e obtendo

os melhores resultados. Sei que tanto as empresas como a Pedagogia têm

os mesmos objetivos e ideais. Ambas agem em direção à realização de

objetivos definidos, trabalhando com as mudanças no comportamento das

pessoas.

Este trabalho desenvolveu-se de forma a entender o perfil profissional do

Pedagogo a partir da sua atuação em espaços não escolares. Utilizei como

base inicial, para o referencial teórico a revisão da literatura.

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CAPÍTULO I

O PEDAGOGO E A PEDAGOGIA

“Pedagogia é o campo do conhecimento científico, que se ocupa do estudo sistemático da educação e em suas varias modalidades, e da prática educativa concreta, que se realiza em todos os aspectos que formam uma sociedade. O que a humanidade produz, cria, transforma, em sua atividade histórico – social, vai construindo os saberes que formam o patrimônio cultural acumulado .” (LOPES, Trindade e Cadinha, 2008,p.21)

Como surgiu a Pedagogia

Durante séculos e séculos, o problema educativo (a formação do

caráter e da personalidade das pessoas) foi objeto de estudo e de meditação,

sem que houvesse atribuído a este conjunto de conhecimentos, mais ou

menos sistematizados qualquer designação específica.

Eram os filósofos que estudavam os problemas educativos.

Porém, entre a realidade prática e a filosofia havia uma grande

distância.

Aos poucos, foram surgindo pessoas que começaram a se relacionar

diretamente com as questões práticas educativas – os PEDAGOGOS.

Na Grécia e em Roma, chamava-se PEDAGOGO ao servo ou escravo

que era guardião, conduzia e acompanhava as crianças. O próprio termo

significa, aquele que conduz a criança.

Com o tempo, o PEDAGOGO, que começou como simples condutor

ou guardião da criança, acabou por se transformar, e, Roma, num Preceptor

(mestre encarregado da educação no lar).

Quando Roma (que era guerreira), conquistou a Grécia, entre os

prisioneiros reduzidos à escravidão, vieram muitos atenienses cultos e

ilustrados, com habilidades e conhecimentos que causavam muita admiração

aos romanos.

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11Juvenal, em Roma, escreveu a respeito dos gregos atenienses:

‘Eles têm gênio galhofeiro, audácia pronta, linguagem fluente. Imaginais que

seja um único indivíduo? Pois oculta, dentro de si, uma infinidade. É ao mesmo

tempo gramático, geómetra, pintor, advinho, médico, mágico, sabe tudo quanto

quer saber, compreende tudo quanto quer compreender”.

Diante desta multiplicidade de conhecimentos, os romanos entregaram

a educação dos seus filhos a gregos, seus escravos, muitos dos quais eram

sábios, filósofos, sofistas, oradores, matemáticos, pintores, etc... - Os

PEDAGOGOS-ES-CRAVOS. Com o desaparecimento da escravatura, sob

influência do Cristianismo, o Pedagogo-Escravo deixou de existir.

Passaram, então, a receber o nome de PEDAGOGOS, os estudantes

pobres, que aprendiam com os filósofos e se instalavam, nos castelos

senhoriais e nos solares (morada de famílias nobres), servindo de preceptores

(professores encarregados da educação das crianças no lar) dos filhos dos

fidalgos e dos grandes senhores. Enquanto estudavam, ensinavam. Recebiam

como pagamento pequenas importâncias. Na maioria dos casos, ensinavam a

troco de hospedagem, alimentação, luz e roupa lavada.

Com o tempo, e como a instrução era de difícil acesso, estes

PEDAGOGOS-ESTUDANTES começaram - com autorização dos respectivos

senhores - a reunir aos filhos do palácio onde trabalhavam, outras crianças de

famílias conhecidas da redondeza.

A pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com conhecimentos as competências, as habilidades e as atividades diagnosticadas como indispensáveis para a melhoria da produção da empresa.(Ribeiro, 2004,p.358 )

1.1 Assim surgiram as primeiras escolas particulares.

Nessa época, a palavra PEDAGOGO, começou a ser usada como sinônimo

de Mestre-escola.

Como estes Pedagogos passaram a se apresentar com ar doutoral de

superioridade, o público passou a atribuir à palavra PEDAGOGO, durante muito

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12tempo, o significado de pedante (quem ostenta conhecimentos que na verdade não

tem).

Foi da palavra PEDAGOGO que derivou, o termo PEDAGOGIA, vocábulo

que aparece para designar uma ciência e uma arte que tinha raízes antiqüíssimas,

quase tão velhas como o da própria humanidade e o da educação das pessoas.

No século XVIII surge, pela primeira vez, no Dicionário Língua Francesa, o

vocábulo PEDAGOGIA, como Ciência da Educação, que já se usava na linguagem

corrente.

Com a formação definitiva da Ciência da Educação, o vocábulo

PEDAGOGIA se enobreceu e enobreceu a palavra e a profissão de PEDAGOGO.

· Hoje o PEDAGOGO é o especialista em PEDAGOGIA, a Ciência e a Arte

da Educação.

· Hoje o PEDAGOGO é o especialista em conduzir o comportamento das

pessoas - e não apenas as crianças - para uma mudança de comportamento -

aprendizagem – em direção aos objetivos da Educação, o processo de formação da

personalidade humana equilibrada.

1.2. A Mudança e o Desafio na área de Pedagogia Segundo, MANZOLILLO (1995, P. 7):

“A capacidade mutativa, no mundo moderno, é questão de sobrevivência. Uma empresa tem que ser capaz de prever, antecipar-se e resolver problemas. E ser administrada para o futuro. Sem dúvida, não é possível prever-se completamente todas as circunstâncias futuras. Mas a empresa tem que estar preparada “para o que der e vier”, para isso, tem que ser dinâmica, tendo em vista que os problemas não seguem os padrões formais burocráticos. Isto significa que a empresa é uma organização em constante mudança, em mudança acelerada para melhor ou seja, uma organização em desenvolvimento. É sabido que as instituições dependam das pessoas. Daí a importância de se desenvolverem as pessoas para desenvolver as organizações”.

A mudança das reformas dos anos 80 e 90, pouco a pouco trazem novos

desafios para o curso de Pedagogia e percebemos que estas alterações legais

associadas às transformações e exigências sociais fizeram com que, a atuação do

Pedagogo, ultrapassasse as fronteiras das escolas e cargos executivos (diretorias,

secretarias, ministério) e este profissional passa a atuar em outras instituições, até

porque as transformações ocorridas no currículo da Pedagogia o capacita para tal.

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13Há duas décadas, nas várias organizações científicas e profissionais de

educadores, tem se debatido em todo o país, questões relativas ao campo de

estudo da Pedagogia, da identidade profissional do pedagogo, do sistema de

formação de pedagogos, da estrutura do conhecimento pedagógico. LIBÂNEO

comenta que:

Todos os educadores seriamente interessados nas ciências da educação, entre elas a Pedagogia, precisam concentrar esforços em propostas de intervenção pedagógica nas várias esferas do educativo para enfrentamento dos desafios colocados pelas novas realidades do mundo contemporâneo.( 1999, p. 59 )

Diante dos desafios atuais no campo da Educação com mudança na

legislação, mudança do currículo dos cursos de Pedagogia, muitas polêmicas giram

em torno desses cursos e de qual seria sua função neste momento. A Pedagogia

deveria estar integrada ao ensino e a pesquisa, pois não é possível pensar num

pedagogo que não saiba, ou que não possa ensinar/pesquisar.

Podemos acompanhar diariamente profissões antigas e tradicionais sendo

substituídas por novas atuações com novos requisitos em termos de

conhecimentos e perfil profissional. Como profissionais da educação e professores

do curso de pedagogia, sentimos a necessidade de realizar esta pesquisa com a

intenção de possibilitar aos pedagogos a compreensão de sua capacidade de

atuação profissional em ambientes que extrapolem as unidades escolares e

aumentar suas áreas de atuação com o objetivo que se tornem cada vez mais

empregáveis. Para tanto é necessário que o curso de formação forneçam

elementos que façam com que estes profissionais tenham segurança e

competência profissional.

Com as mudanças culturais, financeiras, políticas, tecnológicas que vêm

ocorrendo aceleradamente nos últimos anos na sociedade contemporânea,

podemos perceber a interferência destas mudanças na área educacional e

profissional de várias formações no que enfatiza compromissos com a inclusão

social, percebemos a direta repercussão nos processos formativos dos

profissionais da educação, no caso específico, desta pesquisa: o Pedagogo, o

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14Grupo de Pesquisa Educação e Inclusão Social, na Linha Gestão Educacional e

Educação Profissional, este estudo, tem por objetivo definir o perfil do Pedagogo

que exerce suas atividades profissionais em espaços não escolares o que implica:

não só pensar nas políticas educacionais no Brasil, como na responsabilidade de

um comprometimento com a qualidade social voltada para a cidadania e para a

inclusão social além de propiciar aos pedagogos a compreensão de sua

capacidade profissional e o desenvolvimento de competências em ambientes que

extrapolem as unidades escolares e ainda, aumentem suas áreas de atuação, para

que se tornem cada vez mais empregáveis.

No mundo contemporâneo, com as mudanças nas relações de trabalho, as

empresas também precisaram se reorganizar em relação aos cargos, funções e

atividades dentro das organizações, Minarelli, assim se posiciona:

As grandes empresas e corporações, para sobreviver à crise econômica mundial e atender às novas demandas do mercado, eliminaram ou redesenharam cargos e, em muitos casos, operações inteiras." E em relação às pessoas atuando dentro deste novo contexto profissional.Os trabalhadores precisarão reciclar-se periodicamente para manter seus conhecimentos atualizados e desenvolver outras habilidades. ( 1996, p. 17 e 18)

O mesmo autor completa dizendo que esta mudança tem um deslocamento

do foco no trabalho onde antes era enfatizado as atividades manuais e hoje, a

atenção em relação aos trabalhadores está centrada no intelecto.

Estes acontecimentos são resultantes da nova relação de trabalho

estabelecida no mundo moderno, onde se pode perceber a necessidade de um

profissional com um perfil voltado a ajudar a organização, de qualquer segmento, a

atingir os seus objetivos e metas organizacionais. Onde a atuação deste

profissional está mais relacionada a seu perfil em consonância com a organização,

do que a determinação de uma formação acadêmica. Isto se dá porque as

necessidades do mundo do trabalho hoje estão mais voltadas a uma visão

ampliada e rica do mundo e também por sabermos que alguns conteúdos

específicos para a realização de uma tarefa pode ser facilmente aprendido, mas

interação entre as habilidades do profissional e da instituição já é uma questão

mais profunda e difícil de ser encontrada e desenvolvida.

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15Percebemos que o mundo do trabalho globalizado tem como tarefa

repensar novas formas de relações trabalhistas que possam em alguma medida,

organizar o processo de trabalho e as influências que articulam o desenho do novo

mapa do mundo.

Um dos setores mais sensível, e por isto, mais desestabilizável, é o meio

acadêmico, universitário, de onde provém toda a gama de profissionais lançados

em um mundo já afetado, e ainda não estabilizado, em face de inexorabilidade da

impactologia da maré globalizante que, atinge a todos os setores de atividade

humana.

A constatação da fragmentação dos saberes traz um desafio para a

educação e ensino contemporâneos: religar os conhecimentos dispersos – o que

exige uma nova postura dos sujeitos diante da dinâmica dos sistemas vivos

planetários. Para Morin, educação e ensino são termos que se confundem e se

distanciam igualmente:

A Educação" é uma palavra forte: "Utilização de meios que permitem assegurar a formação e o desenvolvimento de um ser humano (...)". O termo "formação", com suas conotações de moldagem e conformação, tem o defeito de ignorar que a missão do didatismo é encorajar o autodidatismo, despertando, provocando, favorecendo a autonomia do espírito. O ensino, arte ou ação de transmitir os conhecimentos a um aluno, de modo que ele os compreenda e assimile, tem um sentido mais restrito, porque apenas cognitivo. A bem dizer, a palavra ensino não me basta, mas a palavra educação comporta um excesso e uma carência. ( 2001, p. 10)

Assim, verificamos que é de responsabilidade muito especial e pertinente

que a Universidade não apenas acompanhe a reboque as profundas e rápidas

transformações que estão ocorrendo, sobretudo se antecipa, na formação de

profissionais da educação com as qualificações e o perfil que a sociedade do

século XXI exige.

Segundo, MANZOLILLO (1995, P. 7):

“ A capacidade mutativa, no mundo moderno, é questão de sobrevivência. Uma empresa tem que ser capaz de prever, antecipar-se e resolver problemas. E ser administrada para o futuro. Sem dúvida, não é possível prever-se completamente todas as circunstâncias futuras. Mas a empresa tem que estar preparada “para o que der e vier”, para isso, tem que ser dinâmica, tendo em vista que os problemas não seguem os padrões formais burocráticos. Isto significa que a empresa é uma organização em constante mudança, em mudança acelerada para melhor ou seja, uma organização em

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16desenvolvimento. É sabido que as instituições dependam das pessoas. Daí a importância de se desenvolverem as pessoas para desenvolver as organizações”.

“ A educação é uma ação e um processo de formação pelo qual os indivíduos podem integrar-se criativamente na cultura em que vivem”. (LIBÂNEO, 2008, p.162)

CAPÍTULO II

O PROFISSINAL DE PEDAGOGIA NAS EMPRESAS

PUBLICAS

O Pedagogo começou a ser chamado para atuar na empresa no final

da década de 60, início de 70. Esse período foi muito influenciado pela

tecnocracia. Nesse momento, o papel da educação era contribuir para a

aceleração do desenvolvimento econômico e do progresso social. Os

princípios da racionalidade, eficiência e produtividade foram transportados da

economia para a educação, de modo conciliatório com a política

desenvolvimentista. A concepção de educação que predominava trazia consigo

a ideologia desenvolvimentista, fundamentada nos princípios da Teoria do

Capital Humano, muito presente no cenário nacional, respaldando políticas e

ações que visavam o aperfeiçoamento do sistema industrial e econômico

capitalista.

Na década de 70, observou-se uma crescente automação do

processo de trabalho, de novas tecnologias. No entanto, a classe trabalhadora

se encontrava totalmente despreparada para o estágio de desenvolvimento

industrial. O mercado de trabalho passou, então, reclamar a profissionalização

dos trabalhadores para acompanhar as mutações que estavam ocorrendo no

mundo do trabalho, decorrentes de transformações tecnológicas. A escola

encontrava-se despreparada para oferecer contribuições na profissionalização

dos trabalhadores para que atendessem as perspectivas de desenvolvimento

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17industrial. Sendo assim, buscaram-se outros mecanismos situados fora da

escola formal para formar o trabalhador viável àquele momento. A formação

profissional passou a ter seu âmbito cada vez mais definido no local de

trabalho ou através de treinamentos pela própria empresa.

No momento de sua chegada, o Pedagogo encontrou uma empresa

com características tayloristas-fordistas, com trabalhadores com pouca

escolaridade. O seu papel então se voltou quase exclusivamente para a área

de treinamento. Ele era a pessoa que fazia o levantamento das necessidades,

planejava, ministrava os treinamentos, avaliava, e ainda conduzia alguns

processos de escolarização que ocorriam dentro da organização. Como ratifica

a fala de uma das Pedagogas entrevistadas.

Em um primeiro momento, o Pedagogo era contratado para atuar nos

famosos Centros de Treinamento das Empresas. Estes espaços eram

específicos em treinar o funcionário nas diversas

tarefas que eles teriam de realizar no seu trabalho, os cursos funcionavam

quase como um adestramento. Neste contextos os Pedagogos definiam

horários, métodos de ensino e avaliação, e orientavam os instrutores

operacionais leigos em didática, como "treinar". A eficácia era o quanto os

funcionários sabiam fazer a tarefa, com rapidez e qualidade (Pedagoga).

A presença do Pedagogo na empresa a sua atuação estava voltada

para a coordenação de programas educativos, como a viabilização de

programas de ensino normal que proporcionassem a escolaridade básica aos

empregados que não tinham; a condução dos programas de treinamentos, o

planejamento, a organização, a avaliação dos treinamentos, a formação de

instrutores, e ainda ministrava cursos de relações humanas, motivação,

liderança etc. A ênfase da sua prática estava no pedagógico, no sentido de

trabalhar com o processo de aprendizagem dentro dos programas de ensino

formal e dos treinamentos, para atender as necessidades que a empresa tinha

de possuir um trabalhador que soubesse ler, escrever, contar e ser especialista

em determinada função. Essa forma de atuação atendia aos interesses do

modelo produtivo com características taylorista/fordista que centrava as ações

de formação na construção de um saber técnico, no saber fazer. Nesse

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18período (década de 70) em função de uma crescente automação do processo

de trabalho, e do fato da escola formal não atender às expectativas

imediatistas do mercado, a formação profissional no local de trabalho passou a

ter grande ênfase, proporcionando uma demanda grande de treinamentos.

O pedagogo precisa ter habilidades especificas como saber pensar, escutar, aprender, ter capacidade de tomar decisões, ser criativo e principalmente ter muito conhecimento, além de responsabilidade e inteligência. Todas essas características são fundamentais para se formar um bom profissional. (Libaneo 2001, p. 115 )

No presente cenário de incorporação tecnológica e de mudança

comportamental entre gestores e funcionários dentro das organizações está

obrigando a modernização das mesmas em relação a “ seu próprio projetos”.

Entre as muitas funções da Pedagogia Empresarial que visa a

qualificação de pedagogos e administradores para atuarem no interior das

empresas, visando os processos de planejamento, capacitação, treinamento e

desenvolvimento de seus colaboradores com o propósito de aumentar a

produtividade em consequência a lucratividade da organização.De acordo com

Ribeiro:

A pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com conhecimentos as competências, as habilidades e as atividades diagnosticadas como indispensáveis para a melhoria da produção da empresa.(2004,p.358 )

O pedagogo deve desempenhar atividades de articulador dessas

mudanças nas organizações, sempre em parceria com especialistas

identificando e analisando as vantagens e benefícios dessas mudanças para o

trabalho dos colaboradores. Segundo Lorenzo:

Além do trabalho em corporação, os Pedagogos empresariais podem ampliar seus serviços prestando consultorias. Entretanto, obter sucesso neste campo não é tarefa fácil. È preciso que o Pedagogo tenha experiência, conhecimento teórico e uma ampla rede de contatos. Em outras organizações são vivenciadas a importância da experiência do Pedagogo em situações semelhantes. ( 2003, p.197 )

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Ter uma vasta experiência nas áreas de desenvolvimento de

equipes, o Pedagogo empresarial pode utilizar seus conhecimentos para

liderar projetos inovadores de forma a instruir a empresa a alcançar sucesso

buscando o melhor de sua equipe e também para atuar como conselheiro

entre a equipe e seus líderes de forma a resolver problemas que possam

atrapalhar o desenvolvimento da organização. Usa como estratégia a avaliação

de desempenho e o desenvolvimento dos funcionários e seus dirigentes, tal

processo de modo continuo.

2.1. A natureza da pesquisa

Para atingir os objetivos propostos, optei por fazer uma pesquisa

qualitativa, usando a entrevista aberta como técnica de investigação.

2.2. Sujeitos

Este estudo constituiu-se de chefes da Divisão de Recursos Humanos e

pedagogos que atuam no setor de treinamento e desenvolvimento de três

empresas públicas e privadas.

A escolha das empresas deve-se o fato de ter vários setores de

treinamentos bem estruturados e já possuírem em seu quadro de funcionários,

pedagogos atuando nestes departamentos, além de serem de grande e médio

porte e estarem localizadas no estado do Rio de Janeiro.

A realização deste trabalho, procedeu - se através de contatos

telefônicos e visitas feitas diretamente nos setores de treinamento das

empresas, para que fosse marcada as entrevistas com os devidos

profissionais.

2.3. Coleta de dados

Os dados foram obtidos mediante entrevista aberta (Anexo). Estas

foram realizadas, tendo como base um pequeno conjunto de questões

orientadas visando a obtenção de dados sobre:

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a) Estabelecer a relação existente entre o trabalho desenvolvido

pelo Setor de Divisão de Recursos Humanos e o pedagogo;

b) Verificar se nos centros de treinamentos e a Divisão de Recursos

Humanos, apresentam-se como espaços de trabalhos, oferecendo

perspectivas futuras para o trabalho deste profissional.

Geralmente os Pedagogos são responsáveis pelo Programa de Integração de

novos funcionários, ou seja, eles têm a responsabilidade de veicular, nos

primeiros momentos do empregado novo na empresa, todas as informações

que precisam saber sobre a Organização e sobre a atividade que irá

desenvolver. O momento da integração é fundamental para a empresa porque

é nesse momento que, além de se transmitirem informações sobre a

instituição, informações técnicas, burocráticas, passa-se a ideologia da

organização, a cultura, a missão, os valores e as expectativas com relação ao

trabalhador que está entrando na Organização. Praticamente todas as

empresas que pesquisamos desenvolvem o “programa de integração”, e, em

todas, o Pedagogo é o responsável por esse processo. Ou seja, o Pedagogo

começa a exercer poder e influência a partir do primeiro momento em que o

trabalhador coloca os pés na empresa, é ele que “mostra a cara” da empresa.

O Pedagogo acompanha todo o desenvolvimento profissional do funcionário,

acompanhando a performance, viabilizando cursos internos e externos,

técnicos ou comportamentais, palestras, cursos de idiomas e acompanha o

processo de avaliação de desempenho desse profissional. Sendo assim, a

proximidade e o acesso a todos os funcionários é constante, o que dá

condição a esse profissional de exercer um papel significativo no

desenvolvimento dos empregados.

Um dos propósitos do Pedagogo nas organizações é a de qualificar

todo o pessoal da organização nas áreas administrativas, operacionais e gerenciais, elevando a qualidade e produtividade.(Ferreira,1985, p.254)

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2.4. Procedimentos

Uma vez escolhidos aqueles que eu iria entrevistar e após

confirmação do local, hora e datas das entrevistas, iniciou-se a coleta dos

dados através do contato direto com os profissionais.

A receptividade das empresas foram as melhores possíveis, os

entrevistados geralmente, me apresentavam e indicavam para outros

profissionais da mesma empresa, sendo que de unidades e setores diferentes

ou de outras empresas, para serem entrevistados também.

Os dados foram obtidos através de gravações, anotações e observação feitas

nos locais.

Preparar os empregados dentro das perspectivas do modelo atual é um

grande desafio para as organizações, e o Pedagogo desempenha um papel

importante enquanto facilitador, enquanto agente provocador de mudança de

mentalidade, de cultura.

2.5. Limitações do estudo

Apesar de se tratar de entrevista aberta, o que poderia causar

interferências e até desvios pessoais, os entrevistados não desviaram muito as

suas respostas às perguntas feitas, sentiram-se bem familiarizados com as

questões abordadas e contribuíram bastantes para as questões abordadas

assim como os objetivos propostos.

Algumas limitações foram consideradas ainda:

• A importância de entrevistar um número maior de profissionais de

treinamentos, pelas próprias limitações decorrentes do fato, deste

trabalho ser feito/realizado somente pela autora;

• A pouca literatura existentes sobre as relações entre o Pedagogo e a

empresa;

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22• A impossibilidade de acompanhar, por um período maior, uma

programação de treinamento a fim de vivenciar a prática pedagógica na

empresa.

Apesar dessas pequenas limitações, considerei válida a realização

deste estudo, por ser um tema pouco explorado, contribuindo assim

para a ampliação do conhecimento sobre a relação existente entre a

Divisão de Recursos Humanos, o treinamento e pedagogo.

CAPÍTULO III

O PAPEL DO PEDAGOGO

O Pedagogo Empresarial deve sempre considerar a solução dos

problemas da Educação dos funcionários, principalmente no aspecto social, da

vida em grupo.

O Pedagogo é o agente educacional da empresa, sua função é a

concretização da educação dentro dos interesses empresariais de cada

momento específico. Sendo assim, é dentro do contexto da empresa flexível,

dos programas de controle do processo de trabalho, do modelo das

competências que o Pedagogo se estabelece na empresa como um

profissional que agrega valores, pois juntamente com outros profissionais como

o Psicólogo, o Administrador, o Assistente Social, a equipe de Recursos

Humanos, educa e forma o trabalhador dentro das perspectivas empresariais

atuais.

Nas empresas esses profissionais atuam na área de Recursos

humanos, em setores como: Desenvolvimento e Treinamento, Recrutamento e

Seleção, Desenvolvimento Gerenciado. Eles não têm uma função específica

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23de Pedagogo. Embora se afirme que, devido à sua formação, o seu forte seja

treinamento, ele atua em várias frentes, como recrutamento, seleção e

contratação. De forma geral, é denominado de Analista de Recursos Humanos

ou Consultor de Recursos Humanos, fazendo parte de um grupo, dentro de

Recursos Humanos, do qual fazem parte também, o Psicólogo e o

Administrador.

3.1. As responsabilidades do Pedagogo Empresarial

1. Conhecer e encontrar as soluções práticas para as questões que

envolvem a otimização da produtividade das pessoas humanas - o objetivo de

toda Empresa.

2. Conhecer e trabalhar na direção dos objetivos particulares e sociais

da Empresa onde trabalha.

3. Conduzir com atividades práticas, as pessoas que trabalham na

Empresa - dirigentes e funcionários - na direção dos objetivos humanos, bem

como os definidos pela Empresa.

4. Promover as condições e atividades práticas necessárias aos

treinamentos, eventos, reuniões, festas, feiras, exposições, excursões, etc... no

desenvolvimento integral das pessoas, influenciando-as positivamente

(processo educativo), com o objetivo de otimizar a produtividade pessoal.

5. Aconselhar, de preferência por escrito, sobre as condutas mais

eficazes das chefias para com os funcionários e destes para com as chefias, a

fim de favorecer o desenvolvimento da produtividade empresarial.

6. Conduzir o relacionamento humano na Empresa, através de ações

pedagógicas, que garantam a manutenção do ambiente positivo e agradável,

estimulador da produtividade.

È a capacidade de uma instituição de descobrir erros e corrigi-los, mudando a base de conhecimento e valores para que novas

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24habilidades em solucionar problemas e novas capacidades através da ação sejam possíveis (PROB E BUCHEL, 1994, P. 16)

3.2. O FOCO DO TRABALHO DO PEDAGOGO

Com esse trabalho aprendi que como especialista em aprendizagem e

especialista em Educação. na sua ação educativa em qualquer ambiente, o

PEDAGOGO procura resolver às seguintes questões educacionais.

1. Qual a verdadeira linha de conduta a seguir como base, para todas as

situações, em todas as circunstâncias da vida?

2. Qual a melhor maneira de empregar todas as nossas faculdades,

para o nosso bem e também para o bem dos outros?

3. Como dirigir a nossa inteligência, a nossa capacidade de vencer

dificuldades?

4. Como tratar o nosso corpo e preservar a nossa vitalidade?

5. Com qual objetivo cada um deve educar sua família?

6. Como dar direção social adequada aos negócios?

7. Porque e como cada pessoa deve cumprir seus deveres de cidadão?

8. Como agir diante das situações estressantes, naturais da vida?

9. Como, de que maneira, as pessoas devem utilizar-se de todas as

fontes de felicidade que o Criador concede ao ser humano?

10. Como conduzir as pessoas a viverem uma vida realizadora?

Onde quer que o PEDAGOGO trabalhe, essas são as suas tarefas, o

foco do seu trabalho.

A capacidade de aprender, nos níveis individual e organizacional, é a base da capacidade de se adaptar às circunstâncias em constante mudança e de dominá-las; essa capacidade é, portanto, a base da estratégia eficaz (KOLB, 1997, p. 312)

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3.3. As Ciências que auxiliam o Pedagogo:

A PEDAGOGIA considera a pessoa humana, tanto na sua vida integral,

individual e social.

O PEDAGOGO tem necessidade de conhecer tudo quanto diga respeito

à pessoa humana, para ter condições de orientá-la eficazmente e encontrar

soluções práticas para os problemas que a aflige.

Para isso, utiliza-se de todas as Ciências Humanas nos seus diversos

aspectos.

2. Ciências do homem considerando a si próprio:

· Psicologia Educacional

· Ciências Biológicas

· Antropologia

· Ciências

3. Ciências do homem considerado em grupo

· Sociologia

· Geografia Humana

· Estatística

4. Ciências Filosóficas

· Filosofia

· Filosofia da Educação

· Destacando cada uma:

PSICOLOGIA EDUCACIONAL:

Nada se pode fazer, ou mesmo tentar, em Educação, sem a estreita

colaboração da Psicologia Educacional. Cada dificuldade pedagógica que

surge, é simultaneamente uma dificuldade psicológica. Para conduzir mentes

humanas, é preciso conhecê-las, nas suas manifestações conscientes e

inconscientes.

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26A Psicologia Educacional procura revelar a pessoa humana, na sua

evolução natural, e só diante desse conhecimento possível formular doutrinas

pedagógicas consistentes e métodos educacionais eficazes.

A Psicologia Educacional leva naturalmente ao conhecimento das leis

pedagógicas e os sistemas educativos só tem aplicação prática, quando os

processos psíquicos das pessoas deixam de oferecer resistência ou defesa,

facilitando ao pedagogo a necessária ação pedagógica.

CI ÊNCIAS BIOLÓGICAS:

BIOLOGIA - se dedica ao estudo da estrutura, da atividade, da origem,

da classificação, das relações e posições dos seres vivos no espaço e no

tempo. Aprofunda-se no estudo das leis biológicas, para que a vida, que tanto

nos preocupa, possa produzir tudo quanto pode e deve produzir. Fornece

informações preciosissímas sobre as leis da vida.

FISIOLIGIA - estuda a função dos órgãos, da nutrição, da circulação

sangüínea, da respiração, etc... Permitindo relacionar as funções orgânicas

com as funções psíquicas. A base fisiológica da mente deu relevância ao papel

da Educação Física, para a Pedagogia. Esses conhecimentos comprovaram a

insubstituível função da Educação Física, na eficácia do processo educativo.

ANATOMIA - estuda a estrutura dos seres organizados. Em especial,

ossos, articulações, músculos, sistema vascular,(coração, circulação,

capilares), sistema linfático, sistema nervoso central, sistema nervoso

autônomo...todos aspectos trabalhados também pela Educação Física.

MEDICINA PSICOSSOMÁTICA - detecta distúrbios de comportamento

através de sintomas orgânicos como, preguiça, maldade, estupidez, perversão

de caráter, inveja, etc... Sabe-se, por exemplo, doenças no fígado podem estar

relacionados com sentimentos de inveja, sentimento de orgulho podem

provocar alterações fisiológicas,etc...

HIGIENE - estuda os meios que devem ser utilizados para conservar a

saúde e evitar as doenças. O eficácia da aprendizagem também depende das

condições de higiene e saúde, de quem deve aprender, isto é, de quem deve

mudar.

Por exemplo:

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271. Edifícios e suas condições físicas higiênicas - limpeza, iluminação,

ventilação, mobiliário adequado, dimensão e cubagem das salas, dos locais de

práticas de exercícios físicos, da piscina, uso dos produtos eficazes de higiene

e limpeza, etc...

2. Funcionários e suas condições de trabalho – organização dos

horários, tempo de repouso, exercícios físicos, banhos, medidas profiláticas,

equilíbrio entre o tempo de recreação e o tempo de trabalho, exame médico e

mental dos funcionários, vestuário, asseio corporal, etc...

ANTROPOLOGIA:

É a ciência do homem. Faz a história da espécie humana: sua origem,

raças, desenvolvimento, evolução e adaptação ao meio, dimensões do corpo,

seus usos e costumes, etc... Fornece valiosa contribuição para orientação e

aplicação correta das atividades físicas, culturais, sociais, etc...

SOCIOLOGIA EDUCACIONAL:

A sociologia estuda o comportamento da pessoa humana nos diversos

grupos sociais, desde a sua família e as influências na formação da

personalidade. Estuda o papel da Educação nas sociedades de hoje e a

relação entre a Família e as diversas instituições sociais de um lado e o local

de trabalho de outro.

Não é possível conhecer o desenvolvimento da personalidade a não

ser em função do meio em que vive. É o meio social, em geral, que apresenta

à pessoa, as situações mais complexas e mais difíceis de relacionamento.

GEOGRAFIA HUMANA:

Estuda as mútuas influências existentes entre o homem, de um lado, e

o solo, o clima e a vegetação do outro lado. Mostra como as condições

geográficas podem exercer influencia no desenvolvimento dos usos e

costumes, da cultura dos vários tipos de sociedades..

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ESTATÍSTICA:

Quanto maior é o número de indivíduos que observamos, tanto mais, as particularidades individuais, querem físicas ou morais, se apagam e deixam predominar a série de fatos genéricos, em virtude dos quais a sociedade existe e se conserva (Quételet).

A estatística mede, por meio de métodos científicos de ob- servação, a

freqüência dos fatos ocorridos. Por exemplo:

1. De que maneira um determinado sistema de treinamento funciona

na melhoria da produtividade, numa mesma localidade, nos diferentes

momentos do dia ou mesmo do ano, nas diferentes regiões?

2. De que maneira a produtividade das mulheres reage a um

determinado tipo de treinamento, assim como também a dos os homens, de

uma determinada localidade ou região, etc...?

3. Qual é o horário em que a aprendizagem é mais eficaz, numa

localidade ou região, etc...?

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO:

O Pedagogo sempre tem como base de trabalho os diversos sistemas

educacionais, com sua Filosofia da Educação.

Filosofia é a ciência que estuda e procura dar explicações mais

profundas do Universo, suas origens e seus fins, sobre as razões e as causas

últimas e os pensamentos que geram os acontecimentos.

O Pedagogo diante do problema educativo, seja na empresa ou em

outro ambiente, depara-se com as seguintes questões filosóficas:

· Quem é o ser humano?

· Qual é o destino do ser humano?

· Como devo proceder corretamente com o ser humano?

· Que caminho mais seguro devo tomar?

· Qual a razão por que devo seguir um determinado

caminho e não outro?

São perguntas filosóficas que só encontram respostas na Filosofia da

Educação.

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29Sabemos que a opinião do Pedagogo sobre Educação depende da

opinião dele sobre o ser humano, sua natureza, seu destino, seu fim...

A Filosofia estuda a Ética (Moral), a Lógica, a Matemática - que

fornecem preciosas contribuições para o esclarecimento e solução dos

grandes problemas pedagógicos.

A Ética em especial porque estuda a moral, é base de toda a Educação,

seja ela de que natureza for. A ética estuda as consequências das condutas

corretas ou não, construtivas destrutivas. A ação essencial da Educação

consiste em formar a consciência moral das pessoas (a consciência do bem e

do mal para si e para os outros do seu grupo social e da sociedade).

Os grandes Educadores não duvidam em fazer duas afirmações

básicas para o sucesso da Educação:

- A moral é a higiene eficaz da sociedade.

- A coragem é acima de tudo, um fenômeno moral.

Na base da própria Educação Física, encontra-se a Moral, que ensina

o homem a proceder corretamente e construtivamente dentro do seu grupo

social.

Uma boa educação moral é base sólida para que o homem seja bem

sucedido, se desenvolva bem fisicamente e evite vícios que destroem a sua

saúde e o conduzem à ruína física, mental e social.

A LÓGICA - estuda as leis do pensamento em direção à verdade. A

sua necessidade na obra educativa se refere ao mecanismo das

demonstrações, das definições e do ensino, respeitando os critérios da

verdade.

A METAFÍSICA - estuda os problemas mais transcendentes da vida,

como:

· O Conhecimento (a consciência de si mesmo),

· A Justiça (julgar segundo a consciência e o direito,

· A Religião (processo de ligação ao Ser Criador).

As experimentações de um grande filósofo educador forçaram-no a

afirmar:

A religião é o mais primitivo de todos os fenômenos sociais; no princípio tudo é religioso. É a religião que representa a melhor

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30solução, pois admite o desconhecido, que é tanto do agrado da pessoa humana; além disso, a religião é terapêutica, porque proporciona esperanças e consolos profundamente animadores e acima de tudo, saudáveis (OTTO RANK).

CAPÍTULO IV

PEDAGOGIA E GESTÃO DO CONHECIMENTO

A gestão estratégica, a gestão do conhecimento e da aprendizagem

organizacional constituem-se nos três primeiros pilares que sustentam as

organizações de vanguarda que, atentas às mudanças do ambiente, estão

permanentemente alinhando suas missões e objetivos aos anseios e

demandas da sociedade. A importância crescente desses temas,

especialmente no âmbito organizacional, adquire contornos mais específicos e

contribui para que se desperte o interesse das empresas para compreender

como se alinha ao ambiente minimizando traumas e conseqüências internas

que as impeçam de perceber os fatos e acontecimentos à sua volta.

Obviamente, na essência, o que as empresas buscam é capacitar –se para

gerir o seu próprio processo de mudança.

4.1. O Pedagogo como profissional de treinamento

O Pedagogo como profissional de treinamento é conhecido como solucionador

de problemas do desempenho humano dentro da organização de um modo

geral. O treinamento é : ”Qualquer atividade que deliberadamente tenta

desenvolver a habilidade de certa pessoa no desempenho de uma tarefa”

(HABLIM)

Ao se investir em treinamento espera-se que haja aumento de produtividade, mudanças de comportamento, melhoria do clima humano na organização, redução de custos e de acidentes, rotação de pessoal, além de outros resultados. ( Toledo e Mi;ioni,1986, p. 89 )

4.2. Pedagogo em ação

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Além de contar com um extenso número de profissionais

desempregados e com uma significativa parte de trabalhadores insatisfeitos, o

agente responsável, pelo Recrutamento e Seleção ainda pode desfrutar de

uma que vem se desenvolvendo e facilitando seu trabalho. Segundo Pontes:

Um novo processador a cada seis meses, novas tecnologias em comunicação de dados: robôs cada vez mais sofisticados que substituem tarefas repetitivas. Este são apenas alguns exemplos de avanços tecnológicos em nossos dias. Mudanças sempre houve: o que hoje se constata é a velocidade como mudanças ocorrem ( 2004, p.19 )

Entretanto, ainda que possamos contar com todo esse avanço

tecnológico, não podemos, enquanto profissional, independe de função ou

cargo exercer, delegar funções sem conhecermos o processo como um todo

sendo capazes, caso necessário, de realizá-las sem o auxílio deste

instrumento.

Atribuir funções e operar máquinas, seja ela qual for, é atribuição do

colaborador, a partir do momento em que a máquina começa a comandar o

colaborador torna-se explicito que tal profissional já não é mais necessário a

organização e, num futuro muito breve, será “ eliminado”. Para deixar mais

claro é só pensarmos que, em uma cadeia alimentar, somos predadores, mas

se por acaso, este quadro se reverter, estaremos prestes a sermos extintos,

assim como a nossa espécie tem feito com as outras.

Para se dar o “pontapé inicial” nesse processo é de extrema

necessidade que se faça antes que qualquer item e principalmente antes de

tomar qualquer decisão, a analise de cargos e salários. Devendo assim de

acordo com Pontes: “ identificar a pessoa certa para o lugar certo”. (2004,

p.29) Pontes define isso como:

Analise de cargos é o estudo das atribuições e responsabilidades dos

cargos. Das análises são obtidas as descrições e especificações

(requisitos) dos cargos. Descrição de cargo fornece a relação

sistematizada das atividades, com detalhes que permitem a

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32compreensão do que é feita cada uma das tarefas. A especificação do

cargo contempla as condições exigidas do ocupante com relação à

escolaridade, experiência, iniciativa e quanto às habilidades, bem

como estuda as responsabilidades do ocupante por erros, materiais,

equipamentos, ferramentas, condições de trabalho, requisito físico.

( 2004, p. 52)

Somente quando se tiver fixado o que se quer, para que se quer e o

que se pode oferecer é que poderemos seguir com nossa rotina, definindo todo

o processo restante, sendo o próximo passo o planejamento. Em relação a

isso Pontes afirma que:

O planejamento de pessoal visa estimar as pessoas necessidades futuras, As vagas que serão abertas, e detectar internamente na empresa pessoas com potencial para ocupar essas vagas. ( 2004, p. 65)

Tendo sido realizado o planejamento e tendo-se em mente todo o processo ao

qual se deva iniciar-se o processo de recrutamento.

O recrutamanto corresponde ao processo pelo qual a organização atrai candidatos no MRH para abastecer seu processo seletivo. Na verdade, o recrutamanto funciona como um processo de comunicação: a organização divulga e oferece oportunidades de trabalho ao MRH. O recrutamento – tal como ocorre com o processo de comunicação – é um processo de duas mãos: ele comunica e divulga oportunidades de emprego, ao mesmo tempo em que atrai os candidatos para o processo seletivo. Se o recrutamento apenas comunica e divulga, ele não atinge seus objetivos básicos. O fundamental é que atraia e traga candidatos para serem selecionados.( Chiavenato, 1999, p. 91 )

4.3. A Importância do Treinamento

Treinar é o ato intencional de fornecer os meios para proporcionar a

aprendizagem, é educar, ensinar, é mudar o comportamento, é fazer com que

as pessoas adquiram novos conhecimentos, novas habilidades, é ensiná-las a

mudar de atitudes. Treinar, no sentido mais profundo, é ensinar a pensar, a

criar e a aprender a aprender. A missão do treinamento pode ser descrita

como uma atividade que visa: ambientar os novos funcionários; fornecer aos

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33mesmos novos conhecimentos e desenvolver comportamentos necessários

para o bom andamento do trabalho; e conscientizá-los da real importância de

auto-desenvolver-se 2.

Há vários fatores que impulsionam as empresas a treinarem seus

funcionários. São eles:

• a existência de recém-formados, que possuem, no

máximo, uma boa base teórica, cabendo, assim, à empresa

desenvolver alguns aspectos e habilidades necessárias ao bom

desempenho do funcionário;

• os cargos e suas funções estão se modificando a

cada dia, provocando a necessidade de um contínuo ciclo de

aprendizagem;

• novos empregados devem estar preparados para as

suas responsabilidades;

• conflitos internos que geram problemas

interpessoais entre chefes e subordinados;

• a exigência mundial, onde somente a

multifuncionalidade tornará uma pessoa empregável.

Ao se realizar um treinamento bem planejado e orientado, este pode

se tornar um dos instrumentos mais valiosos na solução de muitos problemas

ocorridos nas empresas, tais como:

• atrasos e faltas no trabalho;

• conflitos internos;

• gastos inúteis de materiais;

• acomodação;

• perda da motivação de buscar novos conhecimentos;

• diminuição da capacidade produtiva;

• perda da qualidade;

• falta de sintonia com os avanços científicos e tecnológicos;

• danos em ferramentas e máquinas;

• lentidão na execução das tarefas;

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34• má atendimento ao público.

Ao se treinar um empregado, este pode se sentir prestigiado perante

sua empresa, pois desta forma ela demonstra sua preocupação em capacitar

bem seus profissionais, dando-lhe a oportunidade de crescimento pessoal e

profissional. O ato de treinar o funcionário, pode trazer outras vantagens a

empresa, como:

• aumento de produtividade;

• redução de custos;

• melhoria da qualidade;

• redução na rotatividade de pessoal;

• flexibilidade dos empregados;

• entrosamento;

• equipe auto-gerenciada;

• velocidade no ritmo das tarefas;

• empresa mais competitiva;

• busca de aperfeiçoamento contínuo;

• descobertas de novas aptidões e habilidades.

Como vimos anteriormente, treinar é proporcionar o aprendizado. Este

aprendizado pode ser divido em três tipos. O primeiro, visa a transmitir um

conhecimento dos aspectos gerais e culturais da organização. O segundo,

busca a mudança de atitudes e a transformação de comportamentos negativos

para positivos e benéficos, bem como, desenvolver a sensibilidade individual e

aguçar a percepção do profissional para problemas do grupo. Este tipo de

treinamento provoca a aquisição de novos hábitos e atitudes. E o terceiro,

prepara o funcionário para um cargo onde exijam conhecimentos e habilidades

técnicas.

Os tipos de treinamento podem ser utilizados isolados ou em conjunto 4 . Por exemplo, podemos citar um programa de treinamento para vendedores.

Para estes treinados, o programa a ser elaborado deverá levar em

consideração os seguintes fatores: devem conhecer as características da

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35empresa e de seus produtos (organizacional), devem saber tratar os clientes

com educação e contornar os possíveis problemas que irão surgir em seu dia-

a-dia (comportamental), e devem conhecer o manuseio de uma máquina de

calcular e / ou de um computador (técnico). Como já ressaltamos, o

treinamento é uma responsabilidade gerencial, onde a área de treinamento

servirá para dar apoio ao gerente, fornecendo, recursos, programas, material

didáticos e assessorar o gerente na elaboração dos programas de treinamento.

O gerente deve se preocupar com a capacitação de sua equipe cuidando para

que ela receba treinamento adequado continuamente.

O papel do treinamento na empresa, será sempre um dos recursos para melhorar os processos de produção, maximinizar resultados e consequentemente, atingir os objetivos da organização. (DAVID BOMFIM, 1995)

4.4. Algumas considerações sobre treinamento

Não há possibilidade de nos desenvolvermos economicamente e,

conseqüentemente, elevarmos o nosso nível social, sem aumentarmos as

nossas habilidades, sejam elas intelectuais ou técnicas. Logo, aumentar a

capacitação e as habilidades das pessoas é função primordial do treinamento.

O treinamento é uma das responsabilidades gerenciais de maior importância

nos dias de hoje, pois o fim de toda a empresa é ter lucro. Para ter lucro uma

empresa precisa ter clientes satisfeitos que comprem seus produtos e / ou

serviços e, divulguem a sua satisfação para outras pessoas, garantido assim

uma penetração de mercado mais elevada. Para ter clientes satisfeitos, a

empresa deve produzir e / ou fazer algo com qualidade que venha a saciar os

desejos e as necessidades do consumidor. Para ter qualidade em tudo o que

se faz, deve-se ter pessoas qualificadas produzindo, e para ter estas pessoas,

a empresa deve investir na preparação das mesmas através de treinamentos.

As mudanças em curso constituem um formidável desafio e que o

objetivo primário da educação e da empresa é de preparar os

indivíduos para se anteciparem, os mais efetivamente possível, a

essa mudanças.(LEME.)

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36

Segundo Chiavenato, que aponta o recrutamento como “ um processo

de dupla escolha no qual o recrutador poderá lançar mão de uma delas” (

1999, p. 72) ou seja, do processo interno ou do processo externo, na jornada

que se seguirá até o momento em que se iniciará o processo de seleção.

Alguns autores vão além e incorporam a este processo uma terceira opção

configurando o recrutamanto misto.

Quando falamos em recrutamento, referimo-nos à forma de como buscar a mão de obra que necessitamos no mercado de trabalho através de várias ferramentas como anúncio em jornais, revistas, recrutamento interno/externo ou até a utilização das duas formas que denominamos recrutamento misto.

( www. rh.com.br, acessado dia 11/05/2011, às 15:30.)

Durante todo o processo de recrutamento há uma tora de dado entre

os candidatos. Rocha afirma que:

Um processo justo, com regras e critérios claros e conhecidos por todos , é fundamental para que a empresa seja percebida como ética, honesta e respeitosa com os candidatos. A capacitação de candidatos também pode ser pensada com um momento de sedução: os candidatos apresentam suas competências e a empresa suas qualidades. ( 2003, p.63 )

Como bem relatado por Chiavenato, atrair pessoas é fundamental,

para isso há necessidade de um marketing bem feito, além de ter que contar

com sua “ imagem, que aliada à remuneração oferecida, carreira, segurança

etc. conforme já visto, levará a empresa a ter maiores facilidades na disputa

pelos melhores profissionais do mercado de trabalho” ( Pontes, 2004, p.85)

O treinamento é um processo que tem como finalidade melhorar o

desenvolvimento profissional do ser humano na sua organização e no

desempenho das suas funções, além de ser o processo que visa á preparação

e o aperfeiçoamento das habilidades e dos conhecimentos dos funcionários de

uma organização. MARRAS afirma que.

Treinamento é um processo de assimilação cultural a curto prazo,

que objetiva repassar ou reciclar conhecimentos , habilidades ou

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37atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas ou à sua

otimização no trabalho.” ( 2001, p. 145 )

ROBBINS afirma que: “A maioria dos treinamentos visa à atualização e

ao aperfeiçoamento das habilidades técnicas dos funcionários” ( 2002, p.469 ).

Podemos perceber que o treinamento pode trazer um grande retorno

para o profissional e par AA empresa, pois um profissional bem mais

qualificado terá uma motivação maior e o seu resultado na execução das

tarefas será maior e mais produtivo, consequentemente a maior produtividade

do empregado poderá contribuir efetivamente para os resultados da

organização.

CHIAVENATO comenta que: “ O treinamento é uma maneira eficaz de

delegar valor as pessoas, a organização e aos clientes. Ele enriquece o

patrimônio humano das organizações.”( 1999, p.294.). É importante resaltar

que existe uma diferença entre treinamento e desenvolvimento de pessoas.

Entende-se que o treinamento tem a finalidade de melhorar as habilidades do

profissional no desempenho de suas funções. Já o desenvolvimento de

pessoas tem como foco voltado na novos cargos s serem abertos na

organização com novas capacidades e habilidades a serem aprendidas pelo

empregado.

Segundo CHIAVENATO “ O treinamento é orientado par ao presente

(...) e o desenvolvimento de pessoas para cargos que será ocupado

futuramente.”(1999, p. 295). Sabe-se que a principal estratégia para a

realização do treinamento é a estrutura preparada e desenvolvida pela

organização. Pois este processo deve estar equilibrado em uma linha de

realizações. De acordo com CHIAVENATO: “ O treinamento é um processo

cíclico e continuo composto de quatro etapas: diagnostico, desenho,

implementação e avaliação”. (1999, p. 297). O importante é lembrar que o

treinamento tem a responsabilidade de atingir níveis de desempenho

estabelecido pelas organizações, através da continuidade do seu

desenvolvimento. ROBBINS aborda que um dos motivos para a crescente

importância do treinamento é devido: “ A competição intensificada, as

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38mudanças tecnológicas e a busca de aumento da produtividade estão

aumentando as demandas de qualificação dos funcionários.” ( 2002, p. 241 ).

Já para MINICUCCII “ O treinamento pode ser considerado um esforço

planejado, organizado, especialmente projetado para auxiliar os indivíduos a

desenvolverem suas capacidade.” ( 1995, p. 182 ).

Um processo desenvolvido partir da realidade fornecida pelos diagnósticos e que visa proporcionar com a máxima eficácia possível o desencadeamento das ações necessárias para o alcance dos objetivos pretendidos. (Gil,1994, p. 70)

CONCLUSÃO

O presente trabalho monográfico, observou a área da Pedagogia

Empresarial, enfocando o papel do pedagogo no ambiente empresarial. Para

tal foram apresentadas as principais características, funções e atribuições do

Pedagogo Empresarial.

Com as mudanças geradas pelo processo de globalização e a atual

era da informação levaram as empresas e seu dirigentes a se confrontarem

com uma nova realidade. O capital humano e a gestão de pessoas passaram

a ser um núcleo de grande importância dentro das empresas.

Nesse âmbito o Pedagogo Empresarial surge no ambiente empresarial de

modo a buscar novas metodologias de trabalho para orientar o processo

organizacional.

O treinamento teve um capítulo destinado a sua abordagem de modo

a situar a relevância do desenvolvimento e aperfeiçoamento de pessoas de

maneira estratégia.

È possível concluir que o pedagogo empresarial hoje assume um

papel de grande relevância e muito mais abrangente dentro do seu campo de

atuação. Ele não é mais um profissional que atua somente na instituição de

ensino, (no espaço escolar) atuando também dentro dos mais diversos

ramos/setores empresariais.

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O homem educado torna-se mais exigente em termos qualitativos,

alteram-se os padrões de conduta e as competências diversificam-se,

ganhando sempre novas expressões,como força motiva dor a

parar,melhores desempenho” (MATOS, 1988, p. 64)

BIBLIOGRAFIA

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<http:lite.fae.unicamp.br/anfope> Acesso em: 10 Jul. 2001/Mai 2002.

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40GADOTTI, Moacir. Revisão crítica do papel do Pedagogo na atual

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41

ANEXOS

Índice de anexos

ANEXO 1

Conteúdo de revistas especializadas

EMPRESAS DESCOBREM A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO TRABALHO E ABREM AS

PORTAS PARA PEDAGOGOS

Já passou a época em que o pedagogo ocupava-se somente da educação infantil. A pedagogia hoje dispõe de uma vasta área de atuação, que inclui, além de instituições de ensino, empresas dos mais diversos setores. "É

necessário separar o que é escolar do que é educativo. O pedagogo pode atuar em todas as áreas que requerem um trabalho educativo", ressalta Neide Noffs, professora da Faculdade de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Mas apenas formar-se pedagogo não é suficiente para conquistar um cargo em uma companhia. É necessário buscar outros conhecimentos relacionados à educação corporativa e à andragogia (educação de adultos) por meio de cursos de especialização, mestrados e doutorados.

"O curso de pedagogia ainda está muito voltado para a escola, mas isso está mudando. As faculdades já estão revisando seus currículos, de modo que a formação de profissionais seja melhor direcionada. Hoje, os alunos freqüentam estágios focados no trabalho em empresas, mas não saem da faculdade especialistas nesta área. Futuramente, o curso será mais específico e passará a adotar a nomenclatura de pedagogia com ênfase em empresas", explica a professora da PUC. De acordo com ela, ainda é preciso analisar quais conhecimentos e habilidades específicas serão exigidas no curso para que não surjam problemas no exercício da profissão. "Este assunto requer muito estudo para evitar que o trabalho do pedagogo empresarial colida com o de outros profissionais, como assistente social ou psicólogo organizacional" (veja VENCER! , edição 41), ressalta.

Como não poderia deixar de ser, as funções desempenhadas pelo pedagogo dentro de uma companhia estão em constante movimento, já que são influenciadas por diversos fatores, como o desenvolvimento tecnológico, a competitividade e as exigências de mercado. "Hoje, as palavras-de-ordem dentro das organizações são: mudança e gestão do conhecimento. Nesse contexto, o papel do pedagogo é fundamental, pois todo processo de mudança exige uma ação educacional e gerir o conhecimento é uma tarefa, antes de tudo, de modificação de valores organizacionais", explica Vera Martins, pedagoga especialista em treinamento e desenvolvimento de pessoas em empresas.

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42O pedagogo empresarial pode focar seus conhecimentos em duas direções: no funcionário ou no produto da empresa. No primeiro caso, trata-se da atuação no departamento de Recursos Humanos (RH), realizando atividades relacionadas ao treinamento e desenvolvimento do trabalhador. "O pedagogo é o responsável pela criação de projetos educacionais que visam facilitar o aprendizado dos funcionários. Para tanto, realiza pesquisas para verificar quais as necessidades de aprimoramento de cada um e qual método pedagógico é mais adequado. A partir daí, trabalha em conjunto com outros profissionais de RH na aplicação e coordenação desses projetos", explica a pedagoga Leslie dos Santos, consultora de RH do BankBoston. Já no segundo caso, o pedagogo irá atuar em empresas que trabalham com educação, como editoras, sites e organizações não-governamentais (ONGs). "Uma das minhas funções dentro da editora é apresentar o produto ou serviço da maneira mais atraente possível ao cliente, que em geral são professores. Para isso, desenvolvo projetos pedagógicos e estratégias de divulgação de livros, CDs, revistas, vídeos e DVDs", explica Cláudia Onofre, pedagoga responsável pelo departamento de divulgação da Editora Paulus.

Novos caminhos

Além do trabalho em corporações, os pedagogos empresariais podem ampliar seus serviços prestando consultoria. Obter sucesso neste campo, no entanto, não é tarefa fácil. É necessário ter experiência, conhecimento teórico e manter uma ampla rede de contatos.

O pedagogo José Emídio Teixeira trabalhou 16 anos na empresa de produtos químicos Rhodia antes de optar pela consultoria. "Em 1982, quando entrei na Rhodia, tracei um plano para tornar-me consultor. Comecei a desenvolver uma série de atividades dentro da empresa, tendo a preocupação de buscar sempre projetos inovadores, ambiciosos. Ao coordenar e desenvolver estes projetos eu me preparava para ser consultor", explica.

De acordo com José Emídio, há uma forte tendência para a terceirização dos serviços de pedagogia empresarial. "Por não estar envolvido no dia-a-dia da empresa, o consultor avalia os problemas, a cultura e o desempenho da companhia com mais isenção, com uma visão mais crítica. Além disso, geralmente o consultor é um profissional mais experiente, com passagem por diversas empresas, o que possibilita a ele trazer novas idéias, conceitos e soluções para a companhia", ressalta.

São vários os trabalhos desenvolvidos pelos consultores. Eles podem liderar projetos inovadores, atuar como conselheiros de carreira de gerentes e executivos (coaching), representar a empresa em negociações, aportar novas tecnologias e processos, avaliar desempenho, treinar funcionários, entre outras funções. No entanto, os campos que apresentam maior potencial de crescimento, segundo Teixeira, são os que exigem assessoria metodológica (didática, tecnologia e recursos instrucionais), planejamento e administração educacional.

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43"As empresas passaram a se preocupar não só com treinamento, mas com educação também. Elas perceberam que a pedagogia aumenta a eficácia dos programas de treinamento porque as pessoas aprendem melhor. E, quanto maior a coerência entre a cultura da companhia e os princípios pedagógicos aplicados, maior será o sucesso da empresa no mercado", afirma Marisa Éboli, professora de Educação Corporativa da Universidade de São Paulo (USP).

Marisa é coordenadora de projetos de Universidades Corporativas (UC), adotados por diversas companhias, como Embratel, Caixa Econômica Federal, Ambev e BankBoston. "As empresas que desenvolvem universidades corporativas criam um sistema de aprendizado contínuo no qual os funcionários aprendem a trabalhar com novos processos e novas soluções, além de compreenderem a importância dessa aprendizagem em relação ao cumprimento das metas da empresa",explica a professora. "A universidade corporativa vem também para suprir uma deficiência das universidades abertas. Falta parceria entre escola e empresa para formar o profissional de acordo com as necessidades do mercado de trabalho. As empresas exigem habilidades de comunicação, relacionamento interpessoal, administração de conflitos.

Mas qual é o curso superior que ensina isto?", complementa a pedagoga Patrícia Felisbino, analista de Recursos Humanos da empresa química Oxiteno.

A Accor, empresa do ramo hoteleiro, foi a primeira companhia no Brasil a apostar nesse sistema de educação empresarial. Há dez anos, implantou sua universidade corporativa, que hoje conta com a participação de mais de 22.500 funcionários - 84% dos empregados. "Com o tempo, começamos a perceber que os profissionais precisavam aperfeiçoar seus conhecimentos. O mundo corporativo passa constantemente por mudanças e o funcionário tem que estar sempre se atualizando", explica Célia Ferraz, diretora de Educação e Comunicação da Accor.

Nas universidades corporativas os pedagogos são os responsáveis pela avaliação de cursos, profissionais e programas de faculdades no estabelecimento de parcerias. "O pedagogo escolhe entre as opções disponíveis aquela que melhor atende às necessidades da empresa. Às vezes, é necessário adaptar o currículo do curso e isso também é feito pelo pedagogo, em conjunto com outros profissionais de educação", afirma Célia.

Além dos cursos realizados dentro da empresa, os funcionários podem participar de programas on-line, que contam com a orientação de pedagogos. "As empresas já estão oferecendo a opção de cursos via internet a seus empregados. Essa é uma tendência e as companhias que seguirem este caminho terão maior sucesso", afirma a consultora de RH do BankBoston.

Em alguns casos, no entanto, as aulas tradicionais são insubstituíveis. O treinamento de chefes é um exemplo. "Os pedagogos preparam os executivos para melhor lidarem com seus subordinados, ensinando didática e técnicas de

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44apresentação. Isso facilita a comunicação e propicia melhores resultados", comenta Célia.

Segundo Marisa Éboli, a crescente preocupação das empresas em investir em educação está ampliando a demanda por pedagogos empresariais. "As companhias buscam profissionais que saibam convergir as teorias educacionais para a prática empresarial. Esta é uma área recente, que está sendo muito valorizada pelas empresas. Nos últimos anos, o número de universidades corporativas cresceu bastante e esse processo deve se intensificar nos próximos anos", afirma a professora da USP.

O que faz um pedagogo empresarial?

- Desenvolve e coordena projetos educacionais que serão utilizados no treinamento de funcionários. - Desenvolve projetos educacionais voltados para a divulgação de produtos. - Elabora programas de avaliação de performance. - Atua como conselheiro de carreira de gerentes e executivos (coaching). - Analisa a necessidade de aprendizado de cada funcionário e determina qual a melhor metodologia para cada caso. - Pesquisa, analisa e seleciona cursos e projetos a serem adotados pela empresa. - Orienta funcionários nos cursos via internet. - Trabalha a cultura empresarial (valores e objetivos) junto a funcionários.

Dicas de quem entende

Veja os conselhos de profissionais e professores para quem deseja subir na carreira. - Mantenha-se atualizado. Estude, leia, desenvolva pesquisas, participe de cursos e treinamentos, associe-se a órgãos e sindicatos. Mas cuidado para não se perder entre as diversas opções. "Cada profissional deve procurar saber o que realmente o satisfaz e investir nisso. Deve-se procurar ser único e não igual a todos que seguem as mesmas receitas", alerta Patrícia Felisbino, analista de Recursos Humanos da empresa química Oxiteno. - Conheça todas as áreas da empresa na qual está trabalhando. Isso possibilita entender quais problemas a empresa enfrenta e como eles podem ser resolvidos. - Desenvolva sua capacidade de trabalhar em equipe e seja dinâmico. - Seja humilde. O aprendizado é uma via de mão dupla - ensine e aprenda com seus colegas e clientes. - Crie um ambiente de trabalho que valorize e motive a participação e opiniões dos funcionários. - Busque um profissional mais experiente para ser seu conselheiro. Ele poderá contribuir com aprimoramento profissional ao compartilhar experiências e uma visão empresarial mais sólida. - Tenha a tecnologia a seu favor. Utilize ferramentas como internet e DVD em

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45projetos educacionais. - Seja generalista. Busque conhecimentos também em áreas que não estão diretamente relacionadas à educação. - Não se deixe abater pelas dificuldades. Elas geram oportunidades de crescimento.

*Outros cursos de pós-graduação, voltados à gestão de recursos humanos, também qualificam o pedagogo a atuar em empresas.

"As empresas que desenvolvem universidades corporativas criam um sistema de aprendizado contínuo no qual os funcionários aprendem a trabalhar com novos processos e novas soluções, além de compreenderem a importância dessa aprendizagem em relação ao cumprimento das metas da empresa". Marisa Éboli

"Por não estar envolvido no dia-a-dia da empresa, o consultor avalia os problemas, a cultura e o desempenho da companhia com mais isenção, com uma visão mais crítica. Além disso, geralmente o consultor é um profissional mais experiente, com passagem por diversas empresas, o que possibilita a ele trazer novas idéias, conceitos e soluções para a companhia". José Emídio Teixeira.

"Hoje, as palavras-de-ordem dentro das organizações são: mudança e gestão do conhecimento. Nesse contexto, o papel do pedagogo é fundamental, pois todo processo de mudança exige uma ação educacional e gerir o conhecimento é uma tarefa, antes de tudo, de modificação de valores organizacionais". Vera Martins

Fonte: Revista Você Sa

ANEXO 2

Roteiros das Entrevistas Perguntas elaboradas para os Pedagogos que trabalham na área de RH 01) O que fez você trabalhar em empresa e não em escola ? 02) Porque a escolha por trabalhar na empresa ? 03) Como você ingressou nesse ramo de trabalho ? 04) O fator econômico (salário) pesou nessa escolha ? 05) Você acha que o seu trabalho é mais reconhecido e respeitado na Empresa ou na Escola ? 06) Qual a diferença neste novo campo de trabalho e a escola ? 07) Você acha que cresceu enquanto Profissional ? O que mudou ? 08) Você acha que o Pedagogo na empresa tem condições de crescimento, não só profissional, mas humano, que na escola ?

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4609) Você se realizou mais a nível de empresa ou do magistério, Porque ? 10) Qual a outra área que você acha que poderia atuar dentro da empresa ? 11) È repassado para você, quanto profissional, os resultados, sejam eles positivos ou negativos, de suas funções em relação as perspectivas da empresa ? De que forma isto é trabalhado ? 12) Quais as perspectivas futuras que você vê na empresa em relação ao seu trabalho ? 13) quais os atributos necessários para que esse profissional trabalho nesta área ? 14) Qual a sua visão sobre a relação do Pedagogo e a empresa ? 15) Pra você o Pedagogo pode ser aproveitado em outras áreas, que não sejam RH e treinamento ? Como ?

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 6

METODOLOGIA 7

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

O Pedagogo e a Pedagogia 10

Como surgiu a Pedagogia 10

1.1. Assim surgiram as primeiras escolas particulares 11

1.2. A mudança e o Desafio na área de Pedadogia 12

CAPÍTULO II

O Profissional de Pedagogia nas empresas publicas 16

2.1. A Natureza da pesquisa 19

2.2. Sujeitos 19

2.3. Coleta de dados 19

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472.4. Procedimentos 21

2.5. Limitações do estudo 21

CAPÍTULO III

O Papel do Pedagogo 22

3.1. As responsabilidades do Pedagogo Empresarial 23

3.2. O Foco do Trabalho do Pedagogo 24

3.3. As ciências que auxiliam o Pedagogo 25

CAPÍTULO IV

Pedagogia e gestão do conhecimento 30

4.1. O Pedagogo como profissional de treinamento 30

4.2. O Pedagogo em ação 30

4.3. A Importância do Treinamento 32

4.4. Algumas considerações sobre treinamento 35

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39

WEB GRAFIA 40

ANEXOS 41

ÍNDICE 46

FOLHA DE AVALIAÇÃO 48

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48

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

Título da Monografia: O Papel do Pedagogo Empresarial no Setor Público

Autora: Regina Célia Gomes Lima

Data da entrega: 27/07/2011

Avaliado por:

Conceito:

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