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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROJETO FOLHAS 1. IDENTIFICAÇÃO Estabelecimento: Colégio Estadual “Professor Sílvio Tavares” – Cambará/PR NRE: Jacarezinho Autora: Simone Faeda Lucas – e-mail: [email protected] Orientadora: Vanderléia da Silva Oliveira – FAFICOP/UENP Nível de Ensino: Ensino Fundamental – 8ª. série Disciplina: Língua Portuguesa Disciplina da relação interdisciplinar 1: Arte Disciplinas da relação interdisciplinar 2: História/Geografia Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social. Conteúdo Básico: Conteúdo temático. Conteúdo Específico: Leitura, direcionando-se o foco de estudo ao aspecto da interpretação textual. Título: “EDUCAÇÃO E EMOÇÃO: O TEXTO CINEMATOGRÁFICO COMO RECURSO POTENCIALIZADOR DA INTERPRETAÇÃO TEXTUAL” 1

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

PROJETO FOLHAS

1. IDENTIFICAÇÃO

Estabelecimento: Colégio Estadual “Professor Sílvio Tavares” – Cambará/PR

NRE: Jacarezinho

Autora: Simone Faeda Lucas – e-mail: [email protected]

Orientadora: Vanderléia da Silva Oliveira – FAFICOP/UENP

Nível de Ensino: Ensino Fundamental – 8ª. série

Disciplina: Língua Portuguesa

Disciplina da relação interdisciplinar 1: Arte

Disciplinas da relação interdisciplinar 2: História/Geografia

Conteúdo Estruturante: Discurso como prática social.

Conteúdo Básico: Conteúdo temático.

Conteúdo Específico: Leitura, direcionando-se o foco de estudo ao aspecto da

interpretação textual.

Título: “EDUCAÇÃO E EMOÇÃO:

O TEXTO CINEMATOGRÁFICO COMO RECURSO POTENCIALIZADOR DA

INTERPRETAÇÃO TEXTUAL”

1

2. PROVOCAÇÃO

Para entender, no contexto do uso da Língua Portuguesa e dos horizontes da

leitura, o quanto um filme pode fazer você sonhar, se divertir, se comunicar, trocar

idéias e também aprender, compreendendo melhor o mundo a sua volta, reflita sobre

a seguinte questão:

Quando um pé é capaz de ensinar que é a determinação, e não a sorte, que leva o

homem à superação de suas expectativas?

2

3. INTERMEDIAÇÃO

A resposta possível seria esta: na leitura!

Ou melhor, na leitura de mundo a partir de um filme, baseado numa história

verídica, que reconta a trajetória de vida de um homem, acometido por uma paralisia

cerebral desde seu nascimento, capaz de enfrentar suas limitações físicas, o

preconceito e a descrença através de um esforço superador que lhe permitiu realizar

expressões notáveis na arte e na literatura, contando apenas com o domínio de seu

pé esquerdo.

Fonte: http://planetaeducacao.combr/novo/artigo.asp?artigo=305

O filme irlandês “Meu pé esquerdo”, ganhador em duas indicações ao Oscar,

em 1989, não deixa de ser um entretenimento. Mas, essencialmente biográfica, a

narrativa fílmica conduz o olhar do espectador para um drama existencial que toca

na sensibilidade humana.

A partir disso, o filme passa a ser uma boa oportunidade para se refletir sobre

os desafios enfrentados por todos aqueles que, a nossa volta, têm uma deficiência

física e outros tipos de limitações, suportam as condições de adversidade para

transpor as barreiras da indiferença e assegurar, socialmente, sua dignidade

humana e o direito de ser considerado “capaz”.

3

Pelas cenas do filme você poderá imaginar-se, fragilizado, no lugar do

personagem Christy Brown, com a irreversível limitação de seu corpo, a dificuldade

para falar e se expressar intensificada pela consciência de sua condição destinada a

ser um estorvo para os familiares.

Vai ainda sentir a emoção causada pela força de vontade do personagem em

reagir diante de sua deficiência. Seus sentimentos de compaixão e de perseverança

entrarão em conflito a cada crise que o personagem vier a ter. Você recairá com ele

em cada uma de suas fraquezas e acompanhará sua ascensão e seu

reconhecimento com o sentimento de alguém que pensa, agora, de uma forma mais

ética e humana, sobre os problemas sociais.

Essa leitura de mundo

possibilitará a você entender que as

vitórias obtidas ao longo da vida são

resultados de força de vontade e

superação dos limites.

Então, que tal mergulhar nessa

vasta possibilidade de informações e

aprendizagens? Fonte: http://planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=305

Para isso, primeiramente será exibido o filme “Meu pé esquerdo”.

Assistindo a ele, perceba que, como arte cinematográfica, o foco narrativo se

direciona a evidenciar as relações de Christy com o mundo a sua volta.

Será necessário entender, também, o contexto em que Christy nasceu e

cresceu, assim como a cultura de seu país, e o momento histórico vivido.

Dessa forma, o professor interrromperá algumas vezes o filme para fazer

comentários, indagações, provocações a você. Portanto, é interessante que tudo o

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que lhe chamar a atenção no decorrer da exibição seja registrado para tirar as

dúvidas naquele momento. Vamos lá?

Após assistir ao filme, é interessante discutir as idéias que moveram a

história, fazendo uma análise da leitura do filme.

Para tal, serão arroladas algumas questões a fim de ordenar as etapas de

compreensão:

• Revendo o enredo do filme, que particularidades presentes nas ações

de Christy são determinantes para sua autossuperação?

• Sendo o cinema uma forma de arte, muitos dos recursos

cinematográficos são calculadamente empregados para despertar no

espectador sentimentos diversos. Que elementos próprios da arte

cinematográfica são relevantes para que o filme se torne um pretexto

de reflexão sobre coragem e determinação?

• Historicamente, os irlandeses são um povo extremamente ligado a

questões de identidade territorial, cultural, religiosa. Sua trajetória

histórica de lutas por domínio de terras, consciência religiosa e política

nos revela uma nação etnicamente forjada a ter uma determinação de

lutar para manter-se firme em suas raízes.

Até que ponto esse aspecto contribui para entendermos a gana do

personagem em vencer suas próprias barreiras?

Para expandir seus conhecimentos quanto ao contexto histórico irlandês, será

sugerida uma atividade interdisciplinar junto a seus professores de História e

Geografia:

• Dividam-se em dois grandes grupos: metade da sala como grupo 1 e a outra

metade como grupo 2. O grupo 1 ficará incumbido de formular cinco questões

5

ao professor de História, que discorram sobre questões histórico-culturais da

Irlanda.

• O grupo 2 terá a responsabilidade de elaborar outras cinco questões ao

professor de Geografia pontuando sobre as questões territorial, política e

econômica da Irlanda.

• Em seguida, a turma terá um prazo de dois dias para entregar as questões

redigidas seguidas das respectivas respostas colhidas de cada professor.

• Depois, será realizada uma exposição, em sala de aula, de cada um dos

grupos, a respeito das informações histórico-geográficas sobre a Irlanda, com

espaço para perguntas, discussões e outras conclusões.

Agora, já será interessante expor criticamente sua opinião sobre o filme:

• Acesse

http://cineclick.uol.com.br/cinemateca/fichafilme.php?idcine=9293

• Abra a janela de críticas e comentários.

• Redija um pequeno texto opinativo sobre o filme, registrando suas

impressões sobre a história.

Pronto! Você utilizou sua Língua como forma de interagir socialmente. Deu o

seu recado, expôs sua opinião. Agiu criticamente e foi o fato de ler e compreender

coisas sobre o mundo que o levaram a ter uma opinião sobre o filme.

Mas a história de Christy pode lhe ampliar ainda mais os horizontes de

conhecimento, quando articulada com outras leituras. Vamos lá?

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4. ARTICULAÇÃO DAS IDÉIAS

Compreender o estreitamento que um fato aculturado cinematograficamente

causa em torno de uma gama de situações nas quais esbarramos corriqueiramente

é a intencionalidade do ensino da Língua Portuguesa ao propor que um filme pode

ajudar você, estudante, a compreender um universo complexo de informações, de

forma mais reflexiva e consistente, quando da leitura de outros textos.

Assistir a um filme assemelha-se muito à leitura, quando recorremos, em

ambas as práticas, ao recurso da imaginação, da construção de sentidos. Porém,

uma leitura é sempre um meio mais amplo e profundo de liberar a imaginação e

ampliar os entendimentos. Por isso, um filme pode ilustrar-lhe um tema, uma

situação, mas só na leitura é que a abstração disso tudo é sistematizada, porque

depende do exercício de sua imaginação. Assim, a proposta feita aqui articula as

idéias do filme com as de outros textos, e você irá mediar toda esta articulação para

chegar a suas próprias conclusões sobre o que leu e entendeu.

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4.1 ARTICULAÇÃO COM TEXTO NARRATIVO:

A partir das lições nos dadas por Christy, sobre as limitações que muitas

pessoas enfrentam, podemos nos propor reflexões sobre o que é viver com uma

deficiência. Aliás, com a inclusão social dos portadores de necessidades especiais,

somos levados à fronteira de uma convivência em que todos precisam aprender a

respeitar diferenças e transpor as barreiras da indiferença.

Para tanto, está sugerido a seguir um texto narrativo, em que o olhar do

narrador descreve sua admiração pela arte de ler com as mãos...

AS MÃOS QUE LIAM

Minhas amiguinhas (...) tinham uma novidade grande para me contar:

- Enquanto você estava doente, apareceu na aldeia uma moça que sabe ler

as palavras com as pontas dos dedos.

(...) Ela lê com as mãos. Todas as terças-feiras ela vai à igreja para contar a

História Sagrada para as crianças do catecismo. Você quer ir?

(...) Na terça-feira fomos em bando até a igreja e nos sentamos nos primeiros

bancos.

De súbito ela entrou. Caminhava devagarinho pelo corredor, apoiada numa

bengala, da mesma forma que o monge que pedia esmolas. E, quando se aproximou

do altar, fez o sinal da cruz, sentando-se à nossa frente. Tinha a expressão bondosa,

mas distante, posta no vazio. Olhava-nos, mas não nos via.

Abrindo um enorme livro, realizou o milagre. Eu a vi, então, tocando com os

dedos as folhas brancas, inteiramente brancas, sem nenhuma palavra desenhada,

só com alguns pontinhos em relevo, como cabeças de alfinete.

E foi para meu avô que eu fui contar correndo a novidade. Ele, porém, não se

espantou. Era um homem que lia muito, que sabia muito, embora nunca saísse da

aldeia. Ele viajava nos livros.

8

- Fortunatella, como essa moça é cega, aprendeu a ler de maneira diferente

das pessoas que podem enxergar. Cada monte de pontinhos daqueles é uma letra.

E uma reunião de montinhos é uma palavra. Caminhando com os dedos sobre esses

montinhos, ela vai decifrando as frases.

Eu estava perplexa:

- E quem ensinou essa moça a ler desse jeito?

- Não sei, Fortunatella, não sei. Na aldeia isso é novidade.Mas quem inventou

esse jeito de ler foi um cego que morreu na França há mais ou menos quarenta

anos.

Quarenta anos era uma eternidade, que eu nem sabia calcular. E a França

devia ser um reino encantado onde as pessoas – que maravilha! – aprendiam a ler

sem enxergar.

- Vovô Leone, eu também quero ler com as mãos. É mais bonito do que com

os olhos!

- Não diga isso, Fortunatella. Deus pode castigar. Enxergar é uma bênção.

Mas, se você quiser, pode aprender a ler o mundo com os dedos, sim. Você tem

tato: toque, apalpe, sinta.

Fiquei olhando o vovô Leone, admirada de sua sabedoria. E fui tentando, nos

dias que se seguiam, apalpar as coisas que estavam à minha frente. Era uma nova

brincadeira: fechava os olhos e tateava. E assim fui aprendendo a conhecer a lisura

de uma folha de papel, as nervuras de uma folha de árvore, o calor de uma cinza da

lareira, o veludoso da pele de meu rosto, o fofo do miolo do pão, a aspereza de uma

pedra da rua, a fluidez da água da fonte.

E uma noite, depois de acabar de rezar e depois que vovó Catarina apagou a

vela do quarto, eu quis ler o escuro. Ergui as mãos e fui tocando a espessura negra

à volta da cama. E aí a noite ficou presa entre meus dedos, silenciosamente

adormecida até o alvorecer...

Ilka B. Laurito. A menina que fez a América. São Paulo, FTD, 1991. p. 28-31

(In. Faraco e Moura, Linguagem Nova, 6ª. Série. 1999)

O texto nos fala através do narrador, cujo olhar é o de uma menina, aldeã de

costumes simples e apegados à religião.

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Pela forma como o narrador tece a história, percebemos a menina

deslumbrada pelo fato de alguém poder ler com as mãos, como se isso fosse uma

magia, um poder sobrenatural.

• Que elementos, próprios da narração, condicionam, no texto, o clima de

encantamento que rodeia a história?

• Em comparação ao filme, que diferenciação pôde ser percebida quanto ao

direcionamento do foco narrativo sobre a questão de se tratar a deficiência

como uma limitação?

• Nos últimos quatro parágrafos, a narrativa se concentra no desejo de

Fortunatella em ler com as mãos. Nesse trecho, a narrativa passa a se

concentrar nas impressões da menina em tentar perceber o mundo a sua

volta apenas com o tato, contexto em que, além da descrição, prevalece a

linguagem poética, carregada na figuração. Você poderia apontar, no texto,

para alguma construção nesse sentido? Em que isso contribui para nossa

maneira de ver e entender a deficiência física e sua superação?

1

4.2 ARTICULAÇÃO COM TEXTO PUBLICITÁRIO

Estendendo nosso entendimento a partir da questão proposta sobre a

superação da deficiência física, veja como um texto de campanha encaminhou seus

recursos de argumentação na linguagem para sensibilizar o leitor a respeito dos

pintores com a boca e o pé:

1

Fonte: http://www.apbp.com.br/associacao.asp

O recorte acima se trata de uma postagem de mala-direta. É um tipo de

correspondência via correio para fazer divulgação de um trabalho, no caso acima,

dos pintores sem mão.

Essa correspondência é estruturada a partir de um texto: uma carta. Mas

também, há outros elementos fundamentais, como a foto da autora da carta, e ao

lado um breve histórico de sua vida. No topo do recorte, como um cabeçalho, está o

logotipo e a denominação da Instituição à qual pertence a autora da carta.

Perceba que esse texto, pelo caráter de suas especificidades, assume a

estrutura de um texto publicitário.

Você sabe que o texto publicitário tem como finalidade a venda de um

produto. Todo o trabalho com a linguagem, a ambigüidade, os recursos visuais,

como fotos, desenhos, ilustrações tem um objetivo: promover o produto, ressaltar

sua qualidade e importância e instigar o leitor a consumir.

• No caso do texto acima, que produto está à venda?

• Além da venda do produto, esse texto visa levar ao conhecimento das

pessoas, uma realidade que serve como exemplo de vida. Para isso, foram

utilizados dois recursos de linguagem: verbal e visual. Leia o texto novamente

e comente o emprego de cada uma dessas linguagens, e no que isso

contribui para o objetivo do texto.

• O anverso do texto publicitário traz uma nota explicativa sobre a Associação

dos Pintores com a boca e os pés, cujo conteúdo se concentra na

apresentação da sua finalidade, mostrando exemplos e relatando as histórias

vitoriosas de alguns de seus artistas, que se assemelham muito à de Christy.

Refletindo sobre o filme, o texto narrativo e o publicitário, o que é possível

perceber em todos eles, no tocante ao processo de superação física?

1

4.3 ARTICULAÇÃO COM TEXTO POÉTICO:

E por falar em superação, você já pensou o quanto o verbo “superar” pode

alcançar significados diferentes?

Além dos exemplos vistos e lidos até aqui, manter viva a chama de um sonho

difícil de realizar em nossas vidas, ou continuar acreditando num ideal impossível e

inviável é uma forma de superar-se, de firmar uma crença, de manter uma

esperança diante das adversidades.

Para ilustrar melhor este amplo alcance de entendimentos, leia o poema

abaixo:

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!

Não é motivo para não querê-las...

Que tristes os caminhos se não fora

A mágica presença das estrelas!

Mário Quintana. Espelho Mágico, 1948.

• Como você sabe, o poema vem escrito na forma de versos. Observando o

texto, percebemos que as palavras ganharam beleza, musicalidade, novos

sentidos, o que agrada aos nossos ouvidos e toca nossos corações. Qual

recurso da estrutura poética qualifica os versos para a percepção destas

especificidades? E que mensagem o poeta nos transmite em seus versos?

• É muito comum o sentido figurativo das palavras na linguagem poética para

dar expressividade ao discurso. Quais os sentidos que a palavra “estrela”

1

assume no texto, e o que a sua imagem tem a ver com a expressão “presença

mágica”?

Percebe-se que a idéia de superação ocorre de forma sutil na palavra “utopia”,

no sentido de expressar o valor dos ideais na vida das pessoas. No entanto, em seu

sentido estrito, utopia significa algo impossível de realizar, ou que só pode existir no

mundo imaginário, irreal.

• Reportando-nos ao filme, em que aspecto o personagem Christy tem o

mesmo sentimento do poeta, em “Utopias”, e o que isso nos instiga a

questionar sobre como direcionamos nossa vida diante de suas muitas

dificuldades?

Contribuindo para a ampliação desse entendimento, leia outro poema:

NO MEIO DO CAMINHO

No meio do caminho tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

Tinha uma pedra

No meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento

Na vida de minhas retinas tão fatigadas.

Nunca me esquecerei que no meio do caminho

Tinha uma pedra

Tinha uma pedra no meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra.

Carlos Drummond de Andrade. Alguma Poesia, 1930.

(In Antologia Poética, p. 267)

1

Nesse poema, o autor deixa um espaço aberto para várias interpretações a

respeito da “pedra” no “meio do caminho”, o que, de fato, provocou muito comentário

desde sua publicação, em 1928, na Revista de Antropofagia.

O entanto, direcionando o foco de leitura para a questão já tratada até aqui,

“pedra” ganha facilmente o significado de “dificuldade”, “tropeço”, “entrave”, o que,

da mesma forma, seria a limitação física para alguém.

É aí que entra a segunda parte da interpretação e a base em que reside todo

o encanto do poema: refletir sobre a particularidade da palavra meio, que, em “a

pedra estava no meio do caminho”, pode assumir tanto os sentidos de “à frente”

quanto de “metade”.

Essa palavra, assumindo no texto quaisquer dos sentidos, tanto a locução

adverbial quanto o numeral fracionário, nos impele a um mesmo entendimento que,

simultaneamente, serve-nos como uma exortação: nunca desista!

Ora, se a pedra (entrave, dificuldade) estava no meio do caminho, temos

então um divisor de águas – antes e depois da pedra – o que nos provoca ao

questionamento – o que fazer ao encontrar uma pedra no meio do caminho, ou seja,

que atitude tomar depois de sermos surpreendidos na vida por algo desagradável,

tolhedor, incomodativo? Recuar diante de uma barreira, agora que já percorreu a

metade de todo o caminho? Ou enfrentar a barreira, lutando contra todo tipo de

adversidade, e ter a oportunidade de continuar a seguir o restante do caminho

iniciado? Em outras palavras, diante do temor, desistir ou continuar?

Da mesma forma, a repetição frasal – no meio do caminho tinha uma pedra –

possibilita o entendimento de que não só uma vez na vida teremos dificuldades; ao

contrário, as dificuldades serão constantes, e muitas vezes teremos de vencer

barreiras para alcançarmos nossos objetivos.

Conferindo que o grande propósito do poema é, então, uma tomada de

postura diante das dificuldades, e resgatando as lições de vida mostradas no filme e

1

nos textos narrativo e publicitário, lidos anteriormente, leia a primeira estrofe de outro

poema de Drummond para efetivar as atividades propostas:

Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

(...)

Carlos Drummond de Andrade. Poema das sete faces. Alguma Poesia, 1948.

(In Antologia Poética, p. 21)

Considerando-se que a palavra “gauche” (gôx), de origem francesa,

corresponde a “esquerdo” em nosso idioma e assume, em sentido figurado, o

significado de “acanhado”, ou “que fica à margem” e “afastado” da realidade,

responda:

• Christy, “a moça que lia em braille” e “os pintores sem mão” podem ser, diante

de sua condição física e na ótica dos socialmente chamados normais,

considerados nascidos para ser “gauche” na vida? Por quê?

• Na ação do anjo torto em “anunciar” ao eu-lírico, percebe-se a fatalidade de

uma predestinação, uma marca. Você acha que as pessoas já nascem

predestinadas a serem felizes, ou de outra forma, a sofrerem, sem que seja

possível lutar contra as pedras do caminho, mudando a situação?

A partir dessas reflexões, você irá trabalhar sob a inspiração poética dos três

últimos textos analisados até aqui: “Utopias”, “No meio do caminho” e “ Poema de

sete faces”.

Assim como Mário Quintana provocou questionamentos sobre a esperança, e

Drummond propôs reflexões sobre os entraves e seu enfrentamento, e sobre a

possibilidade de mudanças, será proposta a seguinte atividade intertextual:

1

• Elabore um texto poético, considerando todo seu entendimento até aqui e

principalmente seus sentimentos em relação a suas próprias limitações e

percalços já enfrentados, em que as idéias de superação, enfrentamento das

dificuldades, mudança de situação estejam presentes, a partir do mote escrito

especialmente para você:

“Quando nasci, um anjo torto

desses que vivem na sombra

disse: Vai, _________________! ser gauche na vida.”

(Leia na lacuna o seu nome)

A atividade realizada possibilitou a você compreender que registrar nossos

sentimentos em forma de poemas ou outros textos, nos impele ao exercício de não

só termos um jeito de encarar a vida, mas também de o expormos, como expressão

de nossa determinação.

No caso do tema da superação, o texto poético ressalta o ímpeto de

enfrentamento ou resistência, porque mescla a liberdade de se expressar os

pensamentos com sensibilidade, por isso muito mais marcante.

1

4.4 ARTICULAÇÃO COM TEXTO ARGUMENTATIVO

A superação dos limites, analisada até aqui, suscita outras situações em que

fronteiras imensas, que não somente física, mas de natureza cultural, étnica,

religiosa, dentre outras, foram e são atravessadas por pessoas comuns, para

atingirem o patamar de reconhecimento e respeito frente a nossa sociedade

discriminadora.

O texto a seguir evoca questionamentos sobre isso:

ÍNDIO COM DIPLOMA NÃO É MAIS ÍNDIO?

Algumas pessoas ainda acham estranho um índio ter bacharelado, mestrado

e doutorado, mas muitos deles já são formados em áreas como história, direito,

ciências sociais, engenharia, pedagogia e outras. A maioria dos que conseguiram

essa formação não teve ajuda do governo para tal, e continuam não tendo. Os

estudantes indígenas às vezes passam por dificuldades nas cidades, mas por

compromisso com suas comunidades insistem em adquirir ferramentas científicas e

tecnológicas. Isso os permite discutir de igual para igual com os governos um

planejamento de políticas públicas indígenas condizentes com a realidade. Mas por

que tanta dificuldade para ajudar um pequeno número de indígenas a concluir os

estudos? Índio não precisa estudar?

Há vinte anos, o governo militar achava que lugar de índio era só na aldeia e

queria mandar os estudantes indígenas de Brasília de volta para casa. Na época, os

alunos adotaram uma frase de protesto: “Posso ser o que você é sem deixar de ser

o que sou!”. Contudo, a visão de que o índio que sai da aldeia abandona a própria

cultura ainda persiste como preconceito. Ele não pode ter diploma e continuar sendo

índio?

Jorge Terena. Revista Galileu. São Paulo, Globo, maio de 2004.

1

(In Novo Diálogo. 7ª. Série. p. 219)

Neste breve texto, a questão da superação reside na expectativa para o

futuro, através da conquista do diploma por um índio, indivíduo que, sob o ponto de

vista de um pré-conceito internalizado em nossa cultura, não precisa estudar.

• Levando em conta a sociedade em que vivemos e as exigências do mercado

de trabalho, estabeleça hipóteses que justifiquem o fato de o índio necessitar

de uma educação escolar indígena.

• No filme, o pé esquerdo de Christy foi a “alavanca”, “instrumento” para sua

superação. No texto, o instrumento e o meio legal de superação do índio é o

diploma. Em que sentido o diploma viabiliza a superação das dificuldades

deste povo, possibilitando a participação ativa do índio na sociedade?

• Esse texto é argumentativo, ou seja, ele expõe um certo ponto de vista sobre

o assunto tratado. Neste tipo de texto, a intenção é que, expondo e

sustentando uma opinião, o leitor assimile os prós e contras e passe a ter uma

opinião própria a respeito.

O autor usou alguns argumentos para defender seu ponto de vista de que é

importante para o índio ter um curso superior. Que argumentos são estes?

Eles são suficientes? Há outros que você poderia citar?

• No último parágrafo, o autor propõe uma solução para o problema exposto na

introdução. O que ele propõe?

1

4.5 ARTICULAÇÃO COM TEXTO INFORMATIVO

A respeito do Sistema Integrado de Educação, proposto no texto anterior, leia

o informativo a seguir. Ele trata sobre as inscrições, no ano de 2005, ao Vestibular

para índios nas Universidades do Paraná.

VESTIBULAR PARA ÍNDIOS TEM INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ DIA 30

A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI) e da

Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) mantém abertas até 30 de

novembro as inscrições para o 5º. Vestibular dos Povos Indígenas.

As provas serão aplicadas de 7 a 9 de fevereiro de 2006, em Ponta Grossa,

sob a coordenação da Comissão Permanente de Seleção (CPS) da UEPG, que

integra a Comissão Universidade para os Índios – CUIA – instituída pela Seti ,

responsável pelo projeto do concurso. As inscrições podem ser feitas na Fundação

Nacional do Índio (Funai) ou nas universidades ou faculdades estaduais do Paraná.

A Cuia foi instituída pela Seti com a responsabilidade de discutir, avaliar ou

propor instrumentos legais do processo seletivo para o vestibular indígena. Além

desta tarefa, a comissão se incumbe do acompanhamento pedagógico dos

acadêmicos durante o curso, a avaliação do processo de inclusão e permanência

dos alunos nas instituições e o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e

extensão, envolvendo os alunos e suas comunidades.

(...)

O lançamento da quinta edição do Vestibular Indígena aconteceu no último

dia 31, no campus central da UEPG. (...) De acordo com a Lei 13.134/01, que

instituiu o concurso dirigido exclusivamente às comunidades indígenas, a cada ano

uma das universidades mantidas pelo Governo paranaense sedia e executa o

vestibular. Em 2001, a primeira seleção foi realizada em Guarapuava, sob a

coordenação da Unicentro. Nos anos seguintes, os testes foram aplicados pela UEL,

Unioeste e UEM.

2

Independente das vagas regulares ofertadas pelas universidades estaduais

para cursos de graduação, anualmente elas abrem vagas extras para os povos

indígenas. Para a quinta edição do Vestibular dos Povos Indígenas, serão ofertadas

23 vagas extras, sendo 18 vagas (três em cada instituição) nas seis universidades

estaduais para candidatos de etnias indígenas residentes no Paraná, e mais cinco

vagas, para índios de todo o território nacional, na UFPR.

Agência Estadual de Notícias – versão eletrônica – novembro/2005

• A partir da proposta do texto “Índio com diploma não é mais índio?” na qual

haveria uma necessidade da implantação de um sistema integrado de

educação indígena, desde a educação básica até a superior, e considerando

o recorte da Agência Nacional de Notícias lido anteriormente, a que

conclusões você chega sobre a iniciativa do Estado do Paraná, em gerar

garantias para o acesso universitário aos índios?

• O recorte noticiário é um texto informativo. Sua função é a de veicular

informações sem a intenção de formar opiniões. No entanto, quando

articulado ao texto de argumentação, ele reforça uma linha de pensamento,

que poderia ser entendido como um ponto de vista de um determinado

segmento social. Que ponto de vista seria este?

2

4.6 ARTICULAÇÃO COM SUAS PRÓPRIAS CONCLUSÕES

Você seguiu, até aqui, por um caminho de muitas leituras, reflexões,

ponderações intertextuais. Cada texto propôs, à sua maneira, uma forma de

enxergar o enfrentamento das limitações.

Cada texto expôs sua especificidade e, segundo a visão de seu autor,

complementava as idéias presentes no filme “Meu pé esquerdo”, que como leitura de

uma narrativa fílmica, também lhe forneceu visões de mundo.

Todas as conclusões a que você pôde chegar contribuíram para sua

ampliação de horizontes sobre esse assunto. A partir disso, você terá uma forma

toda própria de encarar a questão da limitação física.

Por isso, é chegado o momento de você se expressar. Afinal, todo o processo

de aprendizagem deve culminar numa amostra do que se aprendeu.

Assim sendo, será proposta uma atividade de produção textual em que você

desenvolverá um texto dissertativo, abordando inicialmente a questão da inclusão

social, e desenvolvendo, a seguir, argumentos para sustentar suas considerações e

pontos de vista a respeito de sua concepção sobre superação, igualdade e

diferenças, diversidade e inclusão, a partir do mote contido na célebre frase de

Platão:

“Vencer a si próprio é a maior das vitórias.”

2

5. CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES

O filme “Meu pé esquerdo” e os textos seqüenciais propuseram uma reflexão

sobre o princípio da auto-superação, e junto dele outros aspectos foram surgindo e

lhe proporcionando outras formas de ver o mundo.

O texto a seguir é uma leitura de desfecho sobre o assunto tratado aqui. Mas

ele não se esgota nisso. Você tem uma amplitude de sugestões para leituras e

outros filmes que podem lhe despertar novos interesses.

O importante é isso, nunca se contentar com o que você acabou de ler ou de

concluir. Sempre é possível ir além, conhecer mais, superar seus limites. Assim

como Christy Brown fez com seu pé esquerdo.

Boa leitura!

O PRECONCEITO NÃO É INSTINTIVO

Os seres humanos não nascem preconceituosos, ou seja, o preconceito não é

um fenômeno natural, instintivo ou inevitável. Ao contrário. Atitudes, sentimentos e

comportamentos preconceituosos são aprendidos, interiorizados pelas pessoas

desde a mais tenra idade.

Inconscientemente, as crianças absorvem noções preconcebidas, sem que

tenham possibilidade de avaliá-las de maneira crítica, o que torna muito difícil revê-

las na vida adulta. Além disso, são geralmente os adultos (e a autoridade dos mais

velhos não costuma ser contestada na infância) os responsáveis pela difusão dos

preconceitos.

Por outro lado, expressões preconceituosas têm forte apelo emocional,

resultando em manifestações profundamente irracionais.

Assim, as crianças passam longos anos ouvindo dos adultos frases como:

“Homem não chora”; “Você deve aprender a cozinhar para que possa se casar”;

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“Lugar de mulher é na cozinha”; “Os negros têm o samba no sangue”; “Eu odeio

judeus”; “Os nordestinos são todos preguiçosos”. [...]

Jogos e brincadeiras infantis, aparentemente ingênuos, constituem poderosos

meios de socialização da criança. Eles também não escapam à atuação do

preconceito. [...]

Desse modo, idéias preconceituosas e estereotipadas vão sendo criadas,

cristalizadas e transmitidas de geração a geração (no meio familiar, no convívio

social mais amplo, na escola ou através da mídia), sem que as pessoas se dêem ao

trabalho de verificar se são falsas ou não.

Renato da Silva Queiroz. Não vi e não gostei: o fenômeno do preconceito

In. Novo Diálogo. 7ª. Série, p. 85

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6.SUGESTÕES DE LEITURA

CARRASCO, Walcyr. Vida de droga. São Paulo: Ática, 2000.

Dora, garota rica, tem tudo que quer, seu irmão André fala que dá até pra

montar uma loja de tanta roupa que ela tem. Sua mãe Cleusa acha exagero, mas

seu pai Joel diz que só quer o melhor para sua filha. Mas tudo isso acaba um dia,

quando seu pai perde o emprego. Daí pra frente sua vida vira um inferno! Seu pai

vende tudo pra pagar as contas, compra um apartamento numa periferia onde vão

morar. Joel vai para a Amazônia trabalhar em um emprego que havia arrumado.

Escola nova, novos amigos. Dora se entrega às drogas, ela acaba fumando crack e

até mesmo a se prostituir para bancar o seu vício. A dura realidade das ruas, a

degradação, o fundo do poço... A mãe acaba descobrindo tudo e interna Dora numa

clínica. Mas por pouco tempo, pois Dora volta pra casa e volta para as drogas...

A trajetória de uma garota que conheceu o lado escuro da vida e teve forças

para reencontrar o caminho de volta vai, com certeza, mexer com sua emoção.

(fonte: http://pt.shvoong.com/books/1762677 - vida de droga/)

TEZZA, Cristóvão. O filho eterno. 1ª. Edição. RJ: Editora Record, 2007.

O filho eterno é a história do relacionamento entre duas personagens: um pai

e um filho. Apresenta ao longo da narrativa os sentimentos e as emoções de um pai

que depositou todas as suas expectativas no nascimento do primeiro filho, Felipe. A

espera e as ansiedade pela vinda deste filho ao mundo suscitaram uma reflexão

sobre sua vida. O pai se imaginava num futuro pleno de realizações pessoais e

profissionais, podendo assim, servir de referência para o filho. Toda sua ansiedade

transformou-se em decepção quando constatou que o menino nascera com

síndrome de Down. Diante dessa difícil constatação chegou a desejar a morte do

menino, pois assim poderia livrar-se do problema que tinha nas mãos e da vergonha

que teria de enfrentar por toda a vida. O tempo transformou o desejo inicial de morte,

numa busca inconsciente pela vida do menino, marcando assim a evolução de

Felipe e a transformação de seu pai, que mesmo sem conseguir admitir, passou a

identificar características suas no filho, e associá-las a alguma passagem de sua

vida. De igual forma ocorreu a manifestação emocional, expressa na angústia e no

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medo que sentiu quanto Felipe desapareceu momentaneamente, e ele pôde sentir

de forma concreta a possibilidade de perdê-lo para sempre. Durante os vinte e seis

anos do eterno menino, narrados no livro, o pai foi descobrindo o filho, e assim, pôde

descobrir a si próprio.

(fonte/ http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/CCL/projeto_todasasletras/inicie/OFilhoEterno.pdf)

7. SUGESTÕES DE FILMES

• Superação/Solidariedade:

Meu nome é Rádio. Direção de Michael Tollin. EUA. Revolution Studios. 2003. 109

min. Cor. Título original/ Radio.

A amizade entre um técnico de futebol e Rádio, um estudante de colegial que

é deficiente mental. O relacionamento dos dois acaba por transformar Radio, um

garoto tímido e atormentado, em uma inspiração para a comunidade onde vive.

• Pluralidade cultural/Preconceito racial:

Adivinhe quem vem para o jantar. Direção de Stanleyn Kramer. EUA.

LKTel/Columbia, 1967. 103 min. Cor. Título original/ Guess who’s coming to dinner.

O filme se passa durante uma visita que o noivo faz à família da noiva, e os

diálogos e as situações, muito bem construídos do ponto de vista dramático,

fornecem amplo material de reflexão e discussão sobre o racismo nas relações

interpessoais e cotidianas.

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8. FONTES BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, Carlos Drummond de. Antologia Poética (organização do autor). Editora Record, 54ª. Ed. Rio de Janeiro, 2004.

BELTRÃO, Eliana Santos. GORDILHO, Tereza. Novo Diálogo. 7ª. Série. Editora FTD. São Paulo. 1ª. Ed. 2006.

BELTRÃO, Eliana Santos. GORDILHO, Tereza. Novo Diálogo. 8ª. Série. Editora FTD. São Paulo. 1ª. Ed. 2006.

EDIÇÕES DE OURO. O livro das citações e frases célebres. Editora Tecnoprint. Rio de Janeiro. Sem data.

FARACO, Carlos Emílio. MOURA, Francisco Marto de. Linguagem Nova. 6ª. Série. Editora Ática. 10ª. Ed. São Paulo. 1999.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema em sala de aula. 4. ed. São Paulo, Contexto, 2006.

QUINTANA, Mário. Antologia Poética (seleção e apresentação Walmir Ayala). Ediouro, 5ª. Ed. Rio de Janeiro. 1997.

9. FONTE VIDEOGRÁFICA

MEU PÉ ESQUERDO. Direção de Jim Sheridan. Irlanda: Miramax, 1989. 103 min. Cor. Título original: My left foot.

10. FONTES DA WEB

AGÊNCIA ESTADUAL DE NOTÍCIAS (versão eletrônica). Disponível em: <http://www.aenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid=16703>Acesso em: 21/11/08.

ASSOCIAÇÃO DOS PINTORES COM A BOCA E OS PÉS. Disponível em:<http://www.apbp.com.br/associacao.asp> . Acesso em: 06/12/08

CINECLICK – TUDO SOBRE CINEMA. Disponível em: <http://cineclick.uol.com.br/cinemateca/fichafilme.php?idcine=9293>Acesso em 26/08/08.

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PLANETA EDUCAÇÃO – UM MUNDO DE SERVIÇOS PARA A ESCOLA.Disponível em: <http://www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=305>Acesso em: 03/09/08

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