universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo lato … · da vida não se desviará dele”. 5 ......

94
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE DINASALDE ALVES BELISÁRIO A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS ORIENTADOR: Prof. Dr. VILSON SÉRGIO CARVALHO Rio de Janeiro 2010

Upload: lytuyen

Post on 12-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

DINASALDE ALVES BELISÁRIO

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES

EDUCACIONAIS ESPECIAIS

ORIENTADOR: Prof. Dr. VILSON SÉRGIO CARVALHO

Rio de Janeiro

2010

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

2

UNIVERSIDADE CANDIDO DE MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTANCIA DO LÚDICO PARA CRIANÇAS COM

NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

Objetivos: Monografia apresentada à

Universidade Candido de Mendes, como um dos

requisitos obrigatórios para obtenção da pós-

graduação.

DINASALDE ALVES BELISÁRIO

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

3

AGRADECIMENTOS

Á Deus, minha família, corpo docente da

instituição “a vez do mestre”, ao professor pela revisão

dos textos, e a todos aqueles que de alguma forma

contribuíram para a realização deste trabalho e, em

especial, o meu esposo, cujo amor e dedicação foram

fundamentais nos momentos mais difíceis.

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

4

DEDICATÓRIA

O Deus por esta oportunidade, a meu esposo com

muito amor e carinho, como pai e educador, aos

meus filhos, Luciana, Ricardo e Thiago.

Segundo provérbios 22:6 que diz: “Eduque a

criança no caminho em que deve andar, e até ao fim

da vida não se desviará dele”.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

5

RESUMO

O presente trabalho aborda como a brincadeira ocupa um espaço

importante na infância. A brincadeira é um meio privilegiado de inserção das

crianças na realidade da vida. Ela é uma forma prazerosa de aprender e é a

principal via no desenvolvimento infantil. Brincando, a criança desenvolve

diferentes habilidades, planejando e antecipando ações, aprendendo,

elaborando e resolvendo situações conflitantes que vivencia no céu cotidiano.

O fato de a criança desde cedo, poder se comunicar por meios de

gestos e sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz

com que ela desenvolva sua imaginação. As atividades lúdicas podem

influenciar significativamente na construção do conhecimento da criança. Para

compreender como acontece, busquei estudo sobre o tema. Procurei me

aprofundar, principalmente, nas perspectivas de Piaget, Vygostsky sobre o

desenvolvimento infantil, o processo de aprendizagem e a brincadeira e o

propriamente do professor como mediador.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

6

METODOLOGIA

O presente tema, A contribuição do lúdico para crianças com

necessidades educacionais especiais, foi escolhido, quando no exercício de

docente na educação infantil, e o interesse maior em me aprofundar nesse

assunto. Deve ser o fato de o lúdico contribuir para o conhecimento,

necessitando para tanto, de recursos e métodos pedagógicos que aliem os

conteúdos programáticos á satisfação de aprender.

A partir dessa perspectiva, foi estabelecida uma pesquisa teórica de

cunho bibliográfico contando assim com a contribuição dos seguintes autores:

Wallon, Freire, kishimoto, Rizzo, Winnicot, Piaget e outros.

Para alcançar os objetivos usaremos uma metodologia de pesquisa

bibliográfica com base em teorias cujos autores irão contribuir para o bom

desenvolvimento do tema. Em termos metodológicos selecionamos alguns

autores que se constituíram marco teórico e referencial para o desenvolvimento

do tema.

Assim a partir de Gadotti (1997), Paulo Freire marcou uma ruptura na

historia pedagógica brasileira. Chama à atenção a maneira pela qual ele vê o

homem sua cultura visão de mundo. Diretrizes Curriculares para Educação

Infantil (1999), cujo conteúdo da ênfase ao direito da criança. A Formação do

Símbolo na Criança Piaget (1996), descreve a importância do cognitivo

relacionado à fase do desenvolvimento.

Gilda, jogos inteligentes: A Construção do Raciocínio na Escola

Natural. Vygostsky (1994) Chama-nos a atenção da formação da criança que

se da através do meio. LDB Garante o direito da criança. Salamanca (1994)

Desenvolvimento & Aprendizagem em Piaget e Vygostsky (A Relevância do

Social). Vygostsky, Luria e Leontiev (1988) Linguagem Desenvolvimento e

Aprendizagem. Referencia Curricular: Resolução CE 13, 01 de abril de 1999.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

7

Winnicot O Brincar e a realidade (1975) Mencionam que a brincadeira exerce

um papel importante na vida da criança através da realidade. Lima, e outros.

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

8

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO INCLUSIVA 16

1.1 Conceito 16

1.2 Portadores de Necessidades Especiais 21

1.3 Educação Especial e a Lei 22

CAPÍTULO II-O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 26

2.1 Conceito de Lúdico 26

2.2 A Contribuição de Wallon 34

2.3 O Lúdico Como Elemento Facilitador na Proposta da Educação Inclusiva 44

2.4 O Cotidiano na Sala de Aula 45

2.5 O Lúdico e o Desenvolvimento Cognitivo da Criança Segundo Piaget 59

CAPÍTULO III - O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA. 66

3.1 O Brincar no Contexto Escolar 70

3.2 A Construção do Desenvolvimento da Criança Segundo Piaget 71

3.3 O que é Brincadeira para Piaget e Vygotsky? 74

3.4 Brinquedos Educativos 78

3.5 Brincadeiras Tradicionais 79

3.6 Brincadeiras de Faz-De-Conta 79

3.7 Jogos de Construção 81

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

9

3.8 Jogos de Computador 81

CONCLUSÃO 83

ÍNDICE 85

BIBLIOGRAFIA 86

WEBGRAFIA 94

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

10

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo apresentar a atividade lúdica como

uma ferramenta essencial para o desenvolvimento e aprendizagem da criança,

sobretudo para aqueles com necessidades educacionais especiais.

Abordaremos a questão da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem

nas séries iniciais do ensino fundamental, devido a enumeras dificuldades que

muitos educadores encontram ao tentar promover um intercambio positivo

entre o brincar e o aprender, já que o brincar tem se tornado uma prerrogativa

da educação infantil, pois parece haver uma interrupção, um corte entre as

brincadeiras e o processo de ensino-aprendizagem, quando a criança passa

para o período escolar propriamente dito.

As palavras brinquedos, brincadeiras, e crianças estão diretamente

ligadas um ás outras. Essa nobre atividade da infância – brincar- é destacada

em várias concepções teóricas entre as quais, as contribuições de Piaget, se

destacam nessa pesquisa. Outros autores respaldam a importância da

brincadeira para o desenvolvimento infantil e aquisição de conhecimentos.

Partindo de concepções teóricas de que a criança tem sua

curiosidade despertada por jogos e brincadeiras e através deles se relaciona

com o meio físico e cognitivo, dessa forma amplia seus conhecimentos,

desenvolvendo habilidades motoras, cognitivas ou lingüísticas. Por que então

as escolas dispensam essas ferramentas?

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

11

“Em todas as culturas as crianças brincam com

música. Jogos e brinquedos musicais a força da cultura

de massa é muito intensa, pois é fonte de vivências

desenvolvimento expressivo musical. Envolvendo o gesto,

o movimento, o canto a dança e o faz- de- conta esses

jogos e brincadeiras são expressões da infância. Brincar

de roda, ciranda, pular corda, amarelinha etc. São

maneiras de estabelecer contato consigo próprio e com o

outro, de se sentir único em, ao mesmo tempo, parte de

um grupo, e de trabalhar com as estruturas de forma

musicais que se apresentam em cada canção e em cada

brinquedo”.

(C.R.N.I.,1998, p. 71)

Brincando as crianças aprendem inúmeras lições preciosas. As

crianças manipulam o ambiente para adquirir uma compreensão das relações

sociais. É brincando que elas aprendem a se relacionar com o seu próprio

mundo e com e com o mundo dos adultos. A importância da brincadeira ou do

jogo como veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual do

ser humano tem sido reconhecido por estudiosos da área de educação. Os

relacionamentos sociais e as atividades lúdicas que preparam as crianças para

lidarem com o mundo em sua volta.

Apesar de vivermos em sociedade marcada pela inclusão social,

inúmeras discussões e propostas sobre a inclusão escolar vêm permeando as

estâncias educativas. Nesse contexto, a contribuição do lúdico para a

educação de alunos considerados com necessidades educacionais especiais

deva ser colocada em questão.

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

12

“O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova

perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem duvida a

qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo

que se tornem aptas para responder ás necessidades de cada um

de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair

nas teias de uma educação especial e suas modalidades de

exclusão”.

( MONTOAN ,1998 apud FERREIRA, GUIMARÃES , 2003. p.115)

O termo inclusão apesar de muito comum, muitas vezes tem o

seu significado distorcido. Desta forma, acreditamos que seja de fundamental

importância se entender que a inclusão é a inserção da pessoa deficiente no

convívio em sociedade. Diversas pessoas acreditam que por causa da

deficiência, a criança seja incapaz de praticar várias ações, como por exemplo,

brincar e por este motivo não incentiva a tal atividade, deixando de descobrir as

habilidades e potencialidades da criança.

Escolheu-se este tema por se tratar de assunto que requer

uma atenção muito especial devido à dificuldade em sua prática, porém é de

fundamental importância na área da educação. Acreditamos que seja de

extrema importância discutir a presença do lúdico tanto para o desenvolvimento

de crianças consideradas normais como também para crianças com

necessidades educacionais especial.

Devido á interesses pessoais pela área de educação,

principalmente pela educação infantil buscaram sempre adquirir novos

conhecimentos a respeito da importância do lúdico para as crianças. Durante

as aulas da professora karol e Deyse e a reflexão sobre os estudos e visitas as

instituições de ensinos especializadas em pessoas com necessidades

educacionais especiais. O trabalho desenvolvido nestas instituições despertou-

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

13

me o interesse por este tema “a Importância do lúdico para crianças com

necessidades educacionais especiais”.

Este trabalho tem por finalidade pesquisar o lúdico brinquedo e

brincadeiras na educação, com a perspectiva de ampliar os conhecimentos.

Para isto investiguei a importância do brincar para crianças com necessidades

educacionais especiais tendo o brinquedo e a brincadeira como peça

fundamental do sistema educacional e que proporcionam o crescimento da

criança como um ser em constante desenvolvimento nas habilidades

cognitivas, afetivas, e psicomotoras.

O interesse em me aprofundar nesse assunto se deve ao fato de

o lúdico contribuir para o conhecimento, sendo assim um instrumento

viabilizado do processo de ensino-aprendizagem, pois os jogos sempre fizeram

parte da atividade humana.

Entendemos que brincar é uma realidade cotidiana na vida de

crianças onde elas podem exercitar sua imaginação. A imaginação é uma

atividade mental que permite ás crianças, relacionarem suas necessidades

com a realidade que poucas pessoas conhecem.

“O brincar de faz-de-conta, por sua vez, possibilita

que as crianças reflitam sobre o mundo. Ao brincar, as

crianças podem reconstruir elementos do mundo que a

cerca com novos significados, tecer novas relações,

desvincular-se dos novos significados imediatamente

perceptíveis e materiais para atribuir-lhes novas

significações, imprimirem-lhes suas idéias e os

conhecimentos que têm sobre si mesmas, sobre as outras

pessoas, sobre o mundo do adulto, sobre lugares

distantes e desconhecidos”.

(R.C.N.E. I ,1998,p.171)

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

14

Brincando as crianças aprendem inúmeras lições preciosas. As

crianças manipulam o ambiente para compreender as relações sociais. É

através da brincadeira que elas aprendem a se relacionar com o seu próprio

mundo e com o mundo dos adultos. A importância da brincadeira ou do jogo

como veículo para o desenvolvimento social, emocional e intelectual do ser

humano tem sido reconhecida por estudiosos na área de educação. Os

relacionamentos sociais e as atividades lúdicas preparam a criança para lidar

com um mundo mais vasto.

A pesar de vivermos em uma sociedade marcada pela inclusão

social, inúmeras discussões e propostas sobre a inclusão escolar vêm

permeando as instancias educativas. Nesse contexto, a contribuição do lúdico

para a educação de alunos considerados com necessidades educacionais

especiais deva ser colocada em questão.

Para desenvolvermos a pesquisa acadêmica usaremos uma

metodologia de pesquisa bibliográfica com base em teorias cujos autores irão

contribuir para o bom desenvolvimento do tema. Assim a partir de Gadotti

(1997), Paulo freire marcou uma ruptura na historia pedagógica brasileira.

Chama a atenção à maneira pela qual ele vê o homem sua cultura visão de

mundo. Diretrizes curriculares para educação infantil (1999), cujo conteúdo da

ênfase ao direito da criança. A formação do símbolo na criança Piaget (1996),

descreve a importância do cognitivo relacionado a fase do desenvolvimento.

Rizzo (2000), jogos inteligentes: a construção do raciocínio na

escola natural. Vygotsky (1994) chama-nos a atenção da formação da criança

que se da através do meio. A LDB garante o direito da criança. salamanca

(1994) desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygostsky (a relevância

do social). Vygostsky, Luria e Leontiev (1988) linguagem desenvolvimento e

aprendizagem. Referencia curricular: resolução CE 13, 01 de abril de 1999.

Winnicot o brincar e a realidade (1975) mencionam que a brincadeira exerce

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

15

um papel importante na vida da criança através da realidade. Lima, atividade

da criança na idade pré-escolar etc.

No primeiro capítulo, descreveremos sobre educação inclusiva.

Já no segundo capítulo, nossa abordagem remete-se para o lúdico na

Educação Inclusiva. No terceiro capítulo, veremos o brincar no

desenvolvimento da criança. Dessa forma poderemos apontar para a resposta

á questão como a brincadeira influencia no desenvolvimento da criança?

E afinal, por que é tão importante brincar?

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

16

CAPÍTULO I

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

1.1 Conceito

A terminologia designada ás pessoas portadoras de

necessidades educacionais especiais vêm sendo modificada ao longo da

história até chegar às duas atuais.

Durante a década de 50, a definição de pessoas portadoras

de necessidades educacionais especiais era equivalente ao conceito de

deficiência, ou seja, o individuo portador de deficiência tinha que ser adaptado

ou treinado para a vida em sociedade, recebendo um “treinamento especial”,

onde a responsabilidade pela adaptação do mesmo ficava a cargo de

instituições especializadas.

Á Partir da década de 60 começou-se a discutir o conceito de

deficiente, e a questionar a idéia de distúrbios permanentes e imutáveis,

passando-se a utilizar o termo pessoas portadoras de necessidades

educacionais especiais.

Segundo a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes,

aprovada pela Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, em nove

de dezembro de 1975, ficou definido que: O termo “pessoas deficientes” refere-

se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcial, as

necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma

deficiência, cognitiva ou não, em suas capacidades físicas e mentais.

O conceito de necessidades educacionais especiais foi

introduzido pela primeira vez somente em 1978, através do documento

“Warnock Report”. Com este documento, os professores passam a enxergar o

aluno não como um deficiente, mas sim como um indivíduo portador de

necessidade educacional especial, encaminhando-o para um atendimento

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

17

especializado centrado no currículo e nas adaptações necessárias, ao invés de

estar centrado no aluno, o estigmatizado.

“Já no início da década de 90, definiram os

indivíduos portadores de necessidades educacionais

especais como pessoas que apresentam algum problema

de aprendizagem ao longo da sua escolarização e que

exigem uma atenção mais específica e maiores decursos

educacionais do que os necessários para os colegas de

sua idade”.

( MARCHESI E MARTIN ,1993, p.11)

A Declaração de Salamanca (1994, p. 18) retoma novamente o

conceito de necessidades educacionais especiais, atribuindo a ele uma nova

definição, tornam-se abrangente a rodas as crianças e jovens cujas carências

se relacionam com deficiências ou dificuldades escolares e consequentemente,

têm necessidades educativas especiais em determinado momento da sua

escolaridade, incluindo nesta definição as “crianças com deficiência ou super

dotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações

remotas ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e

crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais”.

O conceito de pessoas portadoras de necessidades educacionais

especiais apresentados na Declaração de Salamanca ressalta que as

instituições de ensino devem acolher todas as crianças, independente de suas

condições físicas, intelectuais, emocionais, sociais, lingüísticas e outros, com a

utilização de uma pedagogia equilibrada capaz de beneficiar todas as crianças.

De acordo com a Lei Federal n 10.098,20 de dezembro de 2000,

são estabelecidas normas gerais e critérios básicos para a promoção de

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

18

acessibilidade das pessoas portadoras de necessidades educacionais

especiais ou com modalidade reduzida.

Atualmente em vigor, porém ainda não regulamentada, ela traz

em seu artigo segundo, conceitos que se encontram ultrapassados, uma vez

que não abordam o modelo social e transferem para a pessoa a limitação em

relacionar-se com o meio.

III-Pessoa portadora de deficiência ou com modalidade reduzida: a que

temporária ou permanentemente tem limitada sua capacidade de relacionar-se

com o meio e de utilizá-lo.

Vivendo em uma sociedade capitalista, onde os indivíduos visam

à produção e a eficiência, esta parte dos seus integrantes, as pessoas

portadoras de necessidades educacionais especiais são vista como incapazes

de interagir com o meio social.

“A descriminação a exclusão são estigmas, atributos

profundamente depreciativos para muitas categorias de

pessoas marcadas com algum sinal corporal que as

diferencie daquelas tidas como normais”.

(GOFFIMA ,1982, p. 34).

É comum atribuir-se, também, as pessoas com necessidades

educacionais especiais os atributos de seres parasitas e incapazes de lidar

com seus próprios assuntos.

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

19

“Com a citação anterior, no qual o deficiente é

considerado uma criatura inválida e incapaz ao explicar

que: “Nome (ou rótulo)’’deficiente” exprime um significado

especifico, e confere ao indivíduo assim nomeado uma

identidade social e pessoal estereotipada. E como este

estereótipo é por natureza depreciativa, toda a

potencialidade do indivíduo passam a serem vistas

apenas como um exemplo de estigma “.

(GLAT ,1995, p.24).

Faz-se necessário refletir sobre a real inclusão das pessoas

portadoras de necessidades educacionais especiais como um todo, e que

ainda esteja impedindo ou dificultando presença ou permanecia destes sujeitos

no meio social. Afinal, é a sociedade que impõe que esses indivíduos devam se

adaptar ao padrão por ela estabelecido, o que, o ideal seria o grupo social se

adaptar a realidade dos que não se enquadram nestes padrões devido as suas

limitações.

“Estabelecem funções, status preestabelecidos, em

que a valorização da figura passa por fatores relacionados

á capacidade intelectual a e condições de a melhor idéia

de uma classe dominante, considerada como “normal”,

onde tudo que se diferencia deste padrão é vista como

“anormal” e incorreto”. “Vive-se em uma sociedade de

classe com papeis produtividade”.

(FERREIRA E GUIMARÃES , 2003.p.71).

Mesmo com seus direitos sendo mencionados em documentos e

leis, as pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais ainda têm

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

20

encontrado diversos obstáculos para a sua aceitação e participação na

sociedade. Estes obstáculos que precisam ser removidos são: as barreiras

arquitetônicas, falta de formação e informação de professores e acima de tudo,

o preconceito da sociedade que ainda não está preparada para lidar com a

diversidade.

Ao se tratar do termo “necessidades educacionais especiais”

muito já foram feito para alterar nomenclaturas em mudar as ênfases de

“deficiente”, portador de deficiência e, mais recentemente para “portador de

necessidades educacionais especiais” ou ainda pessoa com necessidades

educacionais especiais”.

È inegável que as novas nomenclaturas ajudem no sentido de

apontar para novas ênfases. No entanto, devem ocorrer mudanças

significativas para que o grupo social modifique a maneira de ver esses

indivíduos de tratá-los, educá-los, e inseri-los no meio educativo social. E para

que isso aconteça fez-se necessário provocar reações diferentes no

pensamento e no sentimento das pessoas, ou seja, trata-se de uma verdadeira

tomada de consciência desta nova realidade através de ações conjuntas e não

isoladas.

“Inclusão siguinifica ajudar todas as pessoas

(crianças e adultos) a reconhecer e apreciar os dotes

únicos que cada indivíduo traz para uma situação ou para

uma comunidade”.

( STAINBACK E STAINBCK (,1999. p.178).

Partindo desse pressuposto, o processo de inclusão, apesar de

encontrar sérias resistências por parte de muitos indivíduos, constitui-se em

uma proposta que tem por objetivo resgatar valores sociais voltados para a

igualdade de direito e de oportunidades para todos.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

21

Portanto, ao se falar em necessidades educacionais especiais,

deixa de se pensar nas dificuldades específicas do aluno, para então passar a

significar o que os educadores podem fazer para atender as reais

necessidades dos seus alunos com algum tipo de deficiência.

Portanto, ao se falar em necessidades educacionais especiais,

deixa de se pensar nas dificuldades específicas do aluno, para então passar a

significar o que os educadores podem fazer para atender as reais

necessidades dos alunos com algum tipo de deficiência.

1.2 Portadores de Necessidades Especiais

As pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais

sempre tiveram suas vidas dificultadas pelas barreiras impostas pela

sociedade. No qual, a própria sociedade estipula padrões de normalidade que

segregam todas as pessoas consideradas por elas diferentes. Aquelas pessoas

que, por opção ou circunstância, não aderem aos padrões da normalidade

estabelecidos pelo grupo, tornar-se-às pessoas estigmatizadas.

“O deficiente estigmatizado (considerado inferior e

anormal) é visto fora do grupo social e dominante, cujo

pertencimento natural está ligado aos organicamente

normais. E este estigma é construído no processo de

socialização do indivíduo, através de reapresentações

simbólicas. Assim, a cadeira de roda, a bengala, as

próteses auditivas tornam-se símbolos de estigma, isto é,

signos que são especialmente efetivos para despertar a

atenção sobre uma discrepância degradante de

identidades, e que são referencias ás pessoas com

necessidades educacionais especiais”.

(GOFFMAN ,1982. P.53).

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

22

Em diversas ocasiões essas pessoas com algum tipo de

deficiência causam espanto, curiosidade, repulsão, pena ou até medo, por

serem vistas como “anormais”.

Se a sociedade não acabar com os estigmas a estes deficientes e

não promover e garantir a igualdade de oportunidades, não haverá inclusão.

Uma sociedade inclusiva é aquela que é democrática, onde todos

os cidadãos manifestam suas idéias e debatem sobre elas, e são respeitados

independentemente de seu talento, deficiência, origem sócio-econômica.

1.2 Educação Especial e a Lei

Atualmente, muitos educadores estão preocupados em construir

uma sociedade democrática, proporcionando assim uma educação de

qualidade para todos os indivíduos.

De acordo com a Declaração da Salamanca (1994) toda criança

tem o direito a educação. Portanto, as instituições de ensino têm o dever de

acolher a todo e qualquer sujeito, sempre respeitando a sua singularidade.

“Para que ocorra a educação é necessária práticas

de ensinos adequadas ás diferenças dos alunos em geral,

oferecendo alternativas que contemplem a diversidade,

além de recursos de ensino e equipamentos

especializados que atendam a todas as necessidades

educacionais dos educandos, com ou sem deficiências,

mas sem discriminações”.

(MONTOAN , 2003.p.43).

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

23

A escola inclusiva é aquela que ajuda as crianças oferecendo

modalidades de atendimento para o seu melhor desenvolvimento. E para que

esse desenvolvimento seja favorável, elas devem ser inseridas em classes

regulares.

Ao fazermos isso os educandos aprendem juntos e enriquecem -

se por terem a oportunidade de aprender uns com os outros e a respeitarem as

diferenças e semelhanças individuais.

Quando um aluno com qualquer tipo de deficiência é inserido em

salas regulares, todos os envolvidos são beneficiados, como a família, os

alunos considerados “normais”, professores e sociedade, e não apenas o

aluno.

É importante ressaltar que a inclusão escolar não se refere

apenas ao acesso, como também ao ingresso e permanência desses alunos

em classes regulares. E para que isso ocorra, as instituições escolares devem

estar dispostas a oferecerem serviços complementares, adaptar ao Projeto

Político Pedagógico (PPP), verificando se ele está voltado para a diversidade,

rever posturas e preparar os educadores para receberem em suas classes um

aluno com necessidade educacional especial, fazendo com que os mesmos

adotem práticas criativas na sala de aula.

Esses são alguns dos requisitos que as unidades escolares

necessitam ter para que a inclusão dos alunos com necessidades educacionais

especiais se concretize. Porém, em todos esses requisitos são encontrados

nas escolas atualmente, pois a inclusão é um tema novo na área da educação.

Somente a partir da década de 90 que os profissionais da área de

ensino começaram a se preocupar com a temática da inclusão tornando alvo

de controvérsia e debates freqüentes. Preocupação essa um tanto quanto

tardia, pois o problema da diversidade dentro do ambiente escolar sempre

existiu.

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

24

Devido ser tema de inclusão, ainda requer muita informação e

explicação a todos os cidadãos, profissionais da educação ou não, acadêmicas

ou não.

A Constituição Federal assegura a todos os brasileiros o direito a

educação independente do seu gênero, raça, idade ou classe social, como se

lê no mesma.

Artigo. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da

família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,

visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da

cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Esse direito á educação deve ser respeitado, atendendo ao

principio constitucional da igualdade conforme pode ser observado no artigo

206, inciso l “igualdade de condições para o acesso de permanência á escola”.

Através do artigo 206, garante-se á todos os direitos á educação

e o acesso á escola, não podendo excluir nenhuma pessoa em razão de sua

origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.

No entanto, alguns instrumentos devem existir na rede regular de

ensino para melhor atender ás necessidades dos alunos com deficiências, tais

como o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libra), do código braile, usos de

recursos de informática e outras ferramentas e línguas especificas para cada

deficiência. Permitindo assim, a eliminação das barreiras encontradas por eles

no relacionamento com o ambiente externo. Fato este assegurado pela

Constituição Federal no artigo 208, inciso lll:

Artigo. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado

mediante a garantia de: lll-atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

Devido á utilização do termo “preferencialmente na rede regular

de ensino” não foi excluída a possibilidade desses alunos com necessidades

educacionais serem mantidos em escolas especiais, contanto que este

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

25

atendimento especializado seja um complemento ao ensino regular e não como

um substitutivo do mesmo. Porem, na Lei de Diretrizes e Bases (LDB, 1997)

admite-se a possibilidade do ensino especializado substituir o ensino regular.

É devido a isso que as Instituições de Ensino devem criar

ambientes acolhedores através de ações fortalecidas e regulamentadas no

Plano Político Pedagógico de cada escola, respeitando a singularidade de cada

aluno, pois, cada um tem o seu modo e tempo de aprender,

independentemente de sua deficiência.

Portanto, as instituições escolares devem promover relações

recíprocas, para que assim possa eliminar estigmas, rótulos e etiquetas que

classifiquem comportamentos.

Assim sendo, a escola que promove a verdadeira inclusão social,

é aquela que trabalha as reais necessidades de sua clientela e realiza

mediações no processo de aprendizagem com atividades desafiadoras que

estabelecem os conflitos interiores.

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

26

CAPÍTULO II

O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

2.1 O Conceito de Lúdico

O ato de brincar está no dia-a-dia de crianças, jovens e inclusive

adultos. Através da imaginação que é permitido às crianças, relacionarem seus

interesses e necessidades com a realidade de um mundo que estão

começando a conhecer.

Ao brincar, a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e

reconstrói o mundo do jeito que ela deseja. Afinal, é na brincadeira que a

criança pode se expressar livre e espontaneamente. No brincar, características

como atividade representativa, prazer, autodeterminação, valorização do

processo da brincar e expressão de necessidades são alcançadas, por isso, a

brincadeira é considerada tão importante para o desenvolvimento da criança,

especialmente nos primeiro anos.

Para diversos adultos o ato de brincar é um assunto que não tem

relevância, no qual o brincar é somente visto como uma forma de recreação,

não levando em conta a forma completa que todos têm de comunicar-se

consigo mesmo e com o mundo.

Partindo deste pressuposto, a sociedade atual, compreende o

lúdico, como algo sem importância negada às crianças, cada vez mais cedo,

apenas pela necessidade de preparação para o futuro e o mesmo é observado

em Instituições Educacionais.

A palavra "Iúdico" provém do latim ludus e significa brincar.

Segundo Santin (1994, p. 20) "a vida infantil é cercada pelo mundo do

brinquedo. Um mundo criado pela criança, onde ela mesma se autocria". É

brincando que a criança descobre e conhece o mundo que a cerca. Através

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

27

dos sentidos: como olfato, visão, audição, gustação e tato que ela percebe o

mundo em sua volta, facilitando assim descobertas e a comunicação com as

outras crianças e adultos.

De acordo com Cunha (2002, p. 38) o processo significativo

somente ocorre quando a criança interage com o meio no qual está inserida,

seja através de brincadeiras, desenhos, pintura, modelagem, música,

linguagem, entre outras formas.

O ato de brincar não é somente uma ação poderosa, como

também se pode dizer que é uma necessidade interior, tanto para criança

quanto para adulto. Ou seja, além de proporcionar prazer e diversão, a

brincadeira pode representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da

criança. Por isso, a criança deve ser estimulada a vivenciar o lúdico·desde

pequena. Tanto os educadores quanto os pais podem aproveitar desses

exemplos obtidos nas atividades lúdicas e trazê-Ios para as situações

cotidianas. Fazer com que as crianças participem do estabelecimento de

regras, e mostrar como elas contribuem com o objetivo de todos e,

principalmente, mostrar confiança em que ele será capaz de segui-Ias, poderá

formar um individuo ético. Alguns momentos de reflexão com base nestas

condutas, auxiliados pela narração de histórias bem escolhidas, poderão erigir

uma escala de valores tão necessárias aos homens e mulheres que

pretendemos formar. (Dohme,2003 p.135) Numa perspectiva sócio-cultural, o

brincar torna-se uma forma que as crianças têm de interpretar e assimilar o

mundo, os objetos, a cultura, as relações e o afeto das pessoas; e sendo assim

ela aprende a compreender, lidar e controlar a realidade na qual está inserida,

bem como se relacionar com o outro. Quando a criança brinca interpretando o

mundo pela sua imaginação, ela pode fazer o que quiser: desenhar, pintar,

dançar, cantar, porém, sempre criando um mundo imaginário que vai ao

encontro do seu mundo real. “Conhecer suas possibilidades de ação e também

seus limites”. Segundo Cunha (2002, p. 41), “pela atividade, a criança se

confronta com os outros, com o real, ao fazer descobertas, ao sentir alegrias e

dores, ao viver apegos e conflitos”.

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

28

A ludicidade é uma necessidade natural do ser humano, no qual o

ato de brincar ajuda a criança na adaptação à realidade, assim como serve de

escape, tanto para adultos como para crianças ao servir de exigências reais,

pois no mundo da fantasia tudo é permitido. Embora isso ocorra o brincar não

pode ser visto apenas como diversão. O lúdico é apontado neste presente

trabalho, como uma atividade capaz de envolver seu(s) participante(s) e gerar

prazer.

Segundo a análise de Huizinga (1971), ela aponta algumas

características em relação a esses jogos que a criança realiza. Como o prazer,

o caráter "não-sério", a liberdade, a separação dos fenômenos do cotidiano, as

regras, o caráter fictício ou representativo e sua limitação no tempo e no

espaço. De acordo com o autor, a brincadeira infantil é considerada uma

atividade séria, quando a criança brinca de forma bastante compenetrada. E ao

mesmo tempo, ela se refere à brincadeira como uma atividade "não séria"

quando a relaciona com o cômico, o riso, que por diversas vezes, o ato lúdico

se contrapõe ao trabalho, considerado uma atividade séria.

A brincadeira não representa o mesmo que o jogo e o

divertimento para o adulto. Para alguns adultos, quando a criança brinca, ela

não está fazendo nada, o que não é verdade. É importante que o adulto esteja

atento ao ato de brincar da criança, pois é através do mesmo que ela

desenvolve potencialidades, descobre papéis sociais, limite, experimenta novas

habilidades, forma um novo conceito de si mesma, aprende a viver e avançar

para novas etapas de domínio do mundo que está ao seu redor.

Ao brincar, a criança se empenha e se concentra ao máximo,

incorporando de corpo e alma o que está fazendo da mesma forma que o faz

quando se esforça para aprender a falar, andar, comer e etc.

É necessário ressaltar a seriedade também com que ela lida com

as regras, que quase sempre são regras rígidas, levando-a até mesmo ao

cansaço. Existe ainda um aspecto importante de ser mencionado, é o fato de a

criança detestar ser interrompida em suas brincadeiras e inclusive não admitem

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

29

zombarias, se isso ocorre, a reação imediata é a irritação ou até mesmo a

agressão e quase sempre ela ignora a interrupção. Devido à reação dela,

pode-se perceber que tal atividade não é um mero divertimento, é muito mais.

“Este fato acontece, porque nos seus primeiro anos

de vida, a criança pode chegar a absorver-se tão bem no

seu papel que ela se identifica momentaneamente com o

personagem que representa”.

(CHATEAU ,1987.p. 20)

Apesar de a criança levar a brincadeira a sério, como deve ser a

brincadeira infantil, é, entretanto diferente daquela que os adultos consideram

por objeção ao jogo, à vida séria.

Quando a criança brinca, ela esquece o ambiente real e se torna,

mesmo que por alguns instantes o personagem em questão, o médico, a

polícia, o ladrão, a mãe, o pai, entre outros.

Todas as coisas que são reais desaparecem naquele momento.

Nesta perspectiva Chateau (1987, p. 21) complementa, “tudo acontece como

se o jogo operasse um corte no mundo, destacando no ambiente o objeto

lúdico para apagar todo o resto”.

A brincadeira é um mundo à parte, completamente diferente do

mundo dos adultos, pois é imaginativo, exploratório, é um mundo lúdico. Este

afastamento do ambiente real, não é intencional da criança, ela não age com a

decisão de entrar na brincadeira, apenas reproduz no imaginário da

brincadeira, criando o seu próprio mundo.

Quando a criança cria um mundo distante só para ela,

distanciando do mundo dos adultos, ela pode exercer a sua soberania, ou seja,

pode ser rei, pai, professor, caçador e assim por diante. Ao fazer isso a criança

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

30

não se sente pequena submissa ao adulto, neste momento ela cresce e se

liberta, tentando tornar real, aquilo que ela está vivenciando.

Essas características marcantes de personalidade, que oferece

poder a criança, também são observadas no adulto quando ele também se

utiliza desta evasão procurando seja no jogo de aposta, bilhar ou outro

qualquer, o esquecimento dos seus problemas ou o alívio de suas tensões.

Porém, o afastamento do ambiente real pode acontecer voluntariamente,

quando a criança se utiliza da brincadeira de competição ou de roda, em que

ela faz parte, no qual ela cria um distanciamento a um mundo onde ela tem

poder diferente do mundo dos adultos.

Sendo assim, este afastamento do real funciona como um

juramento de obediência às regras tradicionais, onde o juramento é para

esquecer o mundo da vida séria, no entanto, as regras somente são válidas

quando são combinadas pelo grupo.

O trabalho da criança deve ser único e exclusivamente o brincar,

afinal, esta é a forma onde ela afirma seu ser, proclama seu poder e sua

autonomia, explora o mundo, faz pequenos ensaios, compreende e assimila

gradativamente suas regras e padrões, absorvendo este mundo em doses

pequenas e toleráveis.

A criança brinca por processos íntimos, desejos, problemas e

ansiedades e nunca para apenas passar o tempo. Afinal, é através da atividade

lúdica, que a criança mostra o que está se passando na sua mente. E o brincar

torna-se a linguagem secreta, ou seja, a forma que a criança tem de mostrar

como ela se sente, mesmo que o adulto não entenda esta linguagem, ela deve

ser respeitada e observada atentamente.

A criança tem o direito e a necessidade de brincar para ser ela

mesma, para expor seus sentimentos ou até mesmo para entender o mundo

que chega até ela. E cabe ao adulto, possibilitar o exercício deste direito,

promovendo a construção do saber da criança que está sendo vinculada ao

prazer.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

31

Para Bettlelheim (1978, p. 165), através de uma brincadeira de criança,

podemos compreender como ela vê e constrói o mundo, como ela gostaria que

fossem quais as suas preocupações e' que problemas a estão assediando.

Pela brincadeira, ela expressa o que teria dificuldade de traduzir em palavras.

Através da brincadeira, a criança satisfaz necessidades como a de tentar

reproduzir situações tipicamente de adultos querendo se parecer com eles,

construindo uma situação imaginária e conseqüentemente a brincadeira

acontece.

A criança brinca porque é indispensável ao seu equilíbrio afetivo e

intelectual que possa dispor de um setor de atividade cuja motivação não seja

a adaptação do real, pelo contrário, a assimilação do real ao eu, sem coações

ou sanções [...]. L. (1989, PIAGET e INHELDER apud FONTANA e CRUZ,

1997, p.121) o brincar é uma atividade própria da criança que deve ser

incentivada tanto pelos pais quanto pelos educadores em geral, o ambiente

escolar pode e deve ser um espaço com brincadeiras e jogos, fazendo sentido

para as crianças e não um espaço que passa a difundir um ensino. É relevante

que o professor tenha objetivo e consciência da importância de suas ações

para o aprendizado e desenvolvimento de seus alunos. Sendo assim, cabe a

ele organizar a sala de aula, oferecendo brinquedos, combinando regras,

fornecendo informações e ajudando e incentivando quando as crianças

necessitam.

De acordo com Froebel (1887, p. 55), que considera a brincadeira

uma atividade séria e importante para quem deseja realmente conhecer a

criança: A brincadeira é a fase mais alta do desenvolvimento da criança - do

desenvolvimento humano neste período; pois ela é a representação auto-ativa

do interno - representação do interno, da necessidade e do impulso interno. A

brincadeira é a mais pura, a mais espiritual atividade do homem neste estágio

e, ao mesmo tempo, típica da vida humana como um todo - da vida natural

interna escondida no homem e em todas as coisas. Por isso ela dá alegria,

liberdade, contentamento, descanso interno e externo, paz com o mundo. A

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

32

educação mais eficiente é aquela que proporciona atividade, autoexpressão e

participação social às crianças.

Em se tratando de uma função educativa, o lúdico permite a

aprendizagem do aluno, seu conhecimento, saber e sua compreensão do

mundo. Desta forma, o lúdico se toma um elemento fundamental para o

processo de ensino aprendizagem independentemente de qualquer disciplina.

Com o despreparo de educadores, inserir atividades lúdicas no

cotidiano dos alunos acaba se tomando um desafio e criando resistências na

inserção de práticas educativas da sala de aula, no qual era para ser

considerado um elemento indispensável.

Através do lúdico no processo de ensino e aprendizagem, o

educando toma consciência de si, da realidade e esforça-se na busca do

conhecimento, nunca perdendo o prazer de aprender. Portanto, é necessário

capacitar o educador para que este elemento fundamental à aprendizagem e

desenvolvimento do aluno possa ser considerado como um aspecto

indispensável para o relacionamento educando, aprendizagem e educador.

De acordo com Dewey (1978, apud DOHME, 2003, p.118), cabe

ao educador a tarefa de escolher as atividades educativas conforme o estagio

de amadurecimento de cada aluno. A atividade educativa deve ser sempre

entendida como uma libertação de forças, tendências e impulsos existentes no

individuo e por ele mesmo trabalhado e exercitado, e, portanto, dirigidos,

porque sem direção eles não poderiam exercitar.

Através de atividades lúdicas com objetivos educacionais, o

educador é capaz de transmitir o conteúdo desejado de forma prazerosa. Se

bem escolhidas pelo professor as atividades lúdicas serão vividas com maior

intensidade pelos alunos. Tais atividades orientadas pelo professor, permitem

que o aluno pesquise e experimente, fazendo-o conhecer suas habilidades e

limitações.

E para que este fato aconteça de maneira satisfatória, o educador

precisa conhecer o seu aluno e valorizar as habilidades que ele obtém,

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

33

proporcionando oportunidades para que ele possa desenvolvê-las e potencia-

las ao seu dia a dia.

O professor quando não traz para dentro da sala de aula,

atividades lúdicas de acordo com o interesse dos alunos e não se dedica,

interfere ou participa quando necessário, o mesmo acaba se tornando um mero

expectador, deixando de assumir o seu verdadeiro papel de educador e

mediador da construção do conhecimento dos seus alunos.

A importância da brincadeira foi ressaltada neste trabalho

baseado em diversas obras, na qual foi observado que brincando as crianças

se desenvolvem cognitivamente, emocionalmente, socialmente e

intelectualmente.

Desta forma, para que aconteça uma aprendizagem significativa,

a criança deve sentir prazer em descobrir os fatos desconhecidos, em vivenciar

e dramatizar acontecimentos que ocorrem em seu cotidiano tanto dentro

quanto fora da sala de aula.

Nos lugares em que as escolas são providas de laboratórios,

oficinas e jardins, e em que se usam livremente dramatizações, brinquedos e

jogos, existem oportunidades para reproduzirem as situações de vida, e para

adquirir e aplicar informações e idéias na realização de experiências

progressivas. (DEWEY apud DOHME, 2003, p.113)

Conclui-se assim, que o ato de brincar é essencial para

desenvolver a criatividade, socialização, autoconfiança, autonomia e também

proporcionar um melhor relacionamento com o mundo, com as pessoas e com

sua própria personalidade.

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

34

2.2 A Contribuição de Wallon

“Todas as atividades propostas ás crianças devem

propiciar o desenvolvimento integral de aspectos motores,

intelectuais, sociais e emocionais, fazendo com que elas

exercitem todo o seu corpo em atividades que lhes

proporcionem também alegria e prazer. É importante

compreender que a criança esta sedenta e de ação

(aprendizagem) representada pelo movimento, que

significa para a criança pequena, muito mais que mexer

partes do corpo ou deslocar-se no espaço. Ela se

expressa e se comunica pôr meio de gestos e das

mímicas faciais e se relaciona usando o apoio do corpo”.

( WALLON ,2005.p.4)

Ao pensar na organização do ambiente é necessário refletir sobre a

afetividade, pois as emoções para Wallon, têm papel predominantemente no

desenvolvimento da pessoa. É por meio dela que a criança exterioriza seus

desejos e suas vontades. As emoções dependem fundamentalmente da

organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade, portanto, tem

caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por

sua representação. Entendemos então que o ambiente está representado pelo

cotidiano das crianças, e o educador deve estar atento, observando as

brincadeiras das crianças e como se desenvolvem, o que a criança mais gosta

de fazer, em que espaços preferem ficar, o que mais lhes chamam a atenção,

em que momento fica tranqüilo, ou agitado. Com vários tipos de atividades as

crianças terão liberdade para escolherem o que deseja fazer.

Este momento é importante para a interação entre o adulto e a criança,

pois ele é cheio de gostos, toques, sons e palavras, regras, luzes, cores odores

mobílias, equipamentos e ritmos de vida. A decoração do ambiente deve ser

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

35

mutável, pois se modifica de acordo com a necessidade das crianças. Pois o

ambiente é produção do que ocorre ali, ele é produzido, ele fala, está em

movimento, é a produção dos habitantes; enquanto o espaço físico é

fundamental, também ajuda das estruturas das funções motoras, sensoriais e

simbólicas, lúdicas e relacionais. No início as crianças têm as percepções

centradas no corpo, suas percepções começam a descentrar e estabelecem as

fronteiras do eu do eu e do não eu.

O “eu” e o outro na construção do “eu” na teoria de Wallon

depende essencialmente do outro. Seja para referência, seja para ser negado.

Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada

crise da oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de

instrumento de descoberta de si próprio. Isso se dá aos três anos de idade, a

hora de saber que “eu sou”. Aí surgem as Manipulações (agredir ou se jogar no

chão para alcançar o objetivo), sedução (fazer chantagem emocional com pais

e professores) e imitação do outro são características comuns nessa fase.

É importante compreender que a criança está sedenta de ação

(aprendizagem), representada pelo movimento, que significa para a criança

pequena, muito mais que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. Ela

expressa e se comunica pôr meio de gestos e das mímicas faciais e se

relaciona usando o apoio do corpo.

A dimensão corporal integra-se ao conjunto da atividade da criança. O

ato motor faz-se presente em sua função expressiva, instrumental ou de

sustentação às posturas e aos gestos. A primeira função do ato motor esta

ligada a expressão, permitindo que desejos estados íntimos e necessidades se

manifestem.

No período da imitação a criança faz aquela que ela viu o outro fazendo,

mesmo sem ter a clareza do significado desta ação. A capacidade de imitação

cria condições imaginarias, na qual a criança se apropria de brinquedos

transforma, mistura situações, traz para a realidade infantil o mundo adulto.

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

36

O aspecto que devemos ressaltar é o da dimensão expressiva do ato

motor é a aprendizagem desenvolvimento do gesto simbólico, tanto aqueles

ligados ao faz-de-conta quanto aos que possuem uma indicativa como apontar,

dar tchau...

No plano da consciência corporal há também as brincadeiras no espelho (pôr

volta dos 15 meses) que contribuem para a construção da identidade.

O brinquedo contribui para a aprendizagem utilizando combinação que

funcionam com instrumento de ação e pensamento. As crianças brincam para

crescer e ultrapassar as angústias que vivem, evitando assim de se sentirem

sós.

A prática educativa deve se organizar de forma que as crianças

desenvolvam capacidades como:

• Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo.

• Explorar a possibilidade de gestos e ritmos corporais para expressarem-

se nas brincadeiras e nas demais situações de interação.

• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr

pular...

• Desenvolver atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;

• Explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe lançamento etc.

para uso de objetos diversos.

• Personalismo: ocorre dos três aos seis anos. “Nesse estágio

desenvolve-se a construção da consciência de si mediante as

interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas;

Segundo Aurélio (2001) “personalismo significa qualidade do que é

pessoal”“.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

37

“Acreditamos que a criança é um ser social, um

pequeno cidadão que já trás consigo uma história de vida,

sonhos, expectativa e experiências, conhecimentos

produzidos a partir das relações estabelecidas no

contexto sócio-cultural. Interagindo com diversos grupos,

a criança constrói todo um código de valores, um modo de

ver e entender o mundo, de se expressar, decorrente dos

padrões culturais vigentes no seu meio social. Portanto, a

criança é portadora de conhecimentos produzidos

socialmente, embora às vezes não reconhecidos e que

hoje deverão ser levados em conta no processo da

escolarização”.

(WALLON, 1992, p. 36).

A segurança é de suma importância para a criança no seu

desenvolvimento mediante as interações sociais, Categorial: os processos

intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento

e conquista do mundo exterior; Predominância funcional: ocorre nova definição

dos contornos da personalidade, desestruturados devido ás modificações

corporais resultantes da ação hormonal. Questões pessoais, morais e

existenciais são trazidas á tona.

Na sucessão de estágios há uma alternância entre as formas de

atividades e de interesses da criança, denominada de “alternância funcional”,

onde cada fase predominante (de dominância, afetiva, cognição), incorpora as

conquistas realizadas pela outra fase, construído reciprocamente, num

permanente processo de integração e diferenciação.

Wallon (2005 e1992): deixou-nos uma nova concepção da motricidade,

da emotividade, e da inteligência humana, sobretudo, uma maneira original de

pensar a Psicologia Infantil e reformular os seus problemas. Através da

psicogênese da pessoa completa, Wallon procura explicar os fundamentos da

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

38

psicologia como ciência, seus aspectos espectrológicos, objetivos e

metodológicos.

Entende o organismo como condição primeira do pensamento, pois toda

função psíquica supõe um componente orgânico. Wallon considera que

condição suficiente, pois o objeto de ação mental vem do ambiente no qual o

sujeito está inserido, ou seja, de fora. Entendemos que o homem é

determinado filosófica e socialmente, sujeito ás disposições internas e ás

situações exteriores.

Por isso podemos dizer que a criança aprende muitas coisas em seus

primeiros anos de vida. Alguma coisa aprenderá sozinha, outra aprenderá

através da vivência com outras pessoas e outra só aprenderá se for ensinada.

Toda atividade será afetada pela condição do meio em que a criança vive e das

relações que ela estabelece com os outros seres humanos. É importante

lembramos que cada criança tem um ritmo de desenvolvimento e crescimento,

e também apresentam diferenças individuais desde muito pequenas. É

importante observarmos para vermos quais são as preferências e interesses,

os ritmos das crianças, a medida do possível respeitá-los.

Entendemos que o desenvolvimento da criança dependerá da

possibilidade que ela tenha de explorar o seu ambiente, expressar suas

emoções, ter contato com várias coisas e pessoas, estabelecer relações

afetivas. Dependerá de executar o que é próprio do seu período do seu

desenvolvimento, permitindo que se sinta mais segura, desenvolvendo sua

autonomia e constituindo-se como indivíduo. Em seus primeiros anos de vida, a

criança precisa muito movimentar-se. É através do movimento que ela explora

seu corpo, entra em interação com outras crianças e que explora seu ambiente.

O movimento está presente nas relações com os objetos: dirigir-se ou

distanciar-se deles, caçá-los, ou manipulá-los, transformá-lo.

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

39

“Entendemos que o espaço físico é o lugar do

Desenvolvimento de múltiplas habilidades e

sensações e, a partir de sua riqueza e diversidade,

ela desafia permanentemente aqueles que o

ocupam. Esse desafio constrói-se pelos símbolos e

pelas outros surgem porque Wallon não consegue

dissociá-lo do conjunto de funcionamento da pessoa

linguagens que o transformam o recriam

continuamente”.

(BARBOSA ,1999, p. 120).

A psicogênese da motricidade (não se estranha à expressão, porque,

em Wallon, “motor” é sempre sinônimo de “psicomotor”) se confunde com

psicogênese da pessoa, e a patologia do movimento com a patologia do

funcionamento da personalidade. Por “esse motivo pela abrangência da sua

compreensão do significado psicológico do movimento”.A Referencia foi tão

aproveitado por Le Bloch, cuja psicogenética e propostas de educação

psicomotora se caracterizam.

Francês, buscando a compreensão do psiquismo humano, tornou-se

médico. Ao longo da sua carreira foi cada vez mais possível sua aproximação

com a educação.

HENRI WALLON, filósofo tido biopsicológico norteou toda a sua obra. A teoria

walloniana partiu de experiências concretas vividas na guerra, onde estudaram

como médico, as perturbações nervosas e psíquicas ocasionadas por feridas

do cérebro e alterações emocionais. Acrescentando, também observações

feitas em crianças com anomalias psicomotoras e retardos.

Henri Wallon demonstrou interesse pela infância como problema

concreto enfatizando a importância da escola que para ele, era obra

fundamental da sociedade contemporânea. Contribuiu muito ao romper com a

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

40

compreensão fraguimentada do ser humano, enfatizou ser o homem um ser

concreto, que interage num espaço físico e cultural num tempo histórico.

Para wallon, Acode Galvão (1993) à psicologia genética que parte da

análise dos processos primeiros e mais simples, pelos quais cronologicamente

passa o sujeito, é a única forma de não dissolver em elementos separados

abstratos a totalidade da vida psíquica. Wallon propõe a psicogênese da

pessoa completa, ou seja, o estudo integral do desenvolvimento. Considera

que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e vê o

desenvolvimento nos vários campos funcionais nos qual se distribui a atividade

infantil (afetivo motor e cognitivo). Para ele o estudo do desenvolvimento

humano deve considerar o sujeito com ‘’geneticamente social’’ e estudar a

criança contextualizada, nas relações com o meio. Wallon recorreu a outros

campos de conhecimento para aprofundar a explicação dos fatores de

desenvolvimento (neurologia, psicopatologia, antropologia, psicologia animal).

Para ele a atividade do homem é inconcebível sem o meio social; porém as

sociedades não poderiam existir sem indivíduos que possuam aptidões como a

da linguagem que pressupõe uma confirmação determinada do cérebro. Haja

vista que certas perturbações de sua integridade privam o indivíduo da palavra.

Vemos então que para ele não é possível dissociar o biólogo do social no

homem. Esta é uma das características básicas da sua Teoria do

desenvolvimento.

HENRI WALLON reconstruiu o seu modelo de análise ao pensar no

desenvolvimento humano, estudando a partir do desenvolvimento psíquico da

criança. Assim, o desenvolvimento da criança aparece descontínuo, marcado

por rupturas, retrocessos e revira voltas, por contradições e conflitos, resultado

da maturação e das condições ambientais, provocando alterações qualitativas

no seu comportamento em geral. Nesse sentido, a passagem dos estágios do

desenvolvimento não se dá linearmente, Por ampliação, mas por reformulação,

instalando-se no movimento da passagem de uma etapa para outra, crises que

afetam a condita da criança.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

41

Entendemos que os cincos estágios do desenvolvimento apresentado

por Galvão (1995) sucedem-se em fases com predominância afetiva e

cognitiva:

Impulso-emocional: que ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da

afetividade orienta as primeiras reações do bebê ás pessoas, ás quais

entremeiam sua relação com o mundo físico.

“As emoções, assim como os sentimentos e os

desejos, são manifestações da vida afetiva. Na

linguagem comum costuma-se substituir emoção por

afetividade, tratando os termos como sinônimos.

Todavia, não o são. A afetividade é um conceito mais

abrangente no qual se inserem várias manifestações. As

emoções possuem características específicas que as

distinguem de outras manifestações da “ a afetividade

são sempre acompanhadas de alterações orgânicas,

com aceleração dos batimentos cardíacos, mudanças no

ritmo respiração, dificuldades na digestão secura na

boca. Além dessas variações no funcionamento

neurovegetativo, perceptíveis para quem as vivem, as

emoções provocam alterações mímica da facial, na

postura, na forma como executa como gestos.

“Acompanha-se de modificações visíveis do exterior,

expressiva que são responsáveis por seu caráter e por

seu poder mobilizador altamentecontegioso do meio

humano”.

( GALVÃO ,2007. p.61).

E importante ressalta que e o diálogo e o único meio de reconciliar

educador e educando, não permitindo que somente o educador pense, mas

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

42

que ambos o façam. No processo de aquisição de conhecimentos entre

educador e educados, o dialogo é a marca das relações entre ambos. Por sua

vez, requer uma confrontação crítica com a realidade no que se refere à

transformação. Pois podemos entender que o dialogo favorece ao homem

podendo assim haver um encontro dos homens para a pronúncia do mundo

que tem fundamental importância para sua real humanização. Sendo assim,

para Freire (2000) aqueles que decidem por uma prática libertadora, devem se

envolver com o povo e sugerir transformações em seu contexto social para que

possam galgar maiores perspectivas de vida.

Quanto ao sensório-motor e projetivo: que vai até aos três anos. A

aquisição da marcha de apreensão dá á criança maior autonomia na

manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio,

ocorre o desenvolvimento da função simbólica a da linguagem. O termo

projetivo refere-se ao fato de a ação do pensamento precisar dos gestos para

se exteriorizar. O ato mental “projeta-se” em atos motores.

Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

43

“Entendemos também que na base de todo

conhecimento há sempre um ato perceptivo. É através da

ação exploratória, usando seus olhos, boca, nariz,

ouvidos e mãozinhas que a criança descobre o mundo ao

seu redor e forma imagens deste, que vai acumulando

como ilhas de memória em seu cérebro em

desenvolvimento. Continuando sua ação exploratória,

experimentando seu corpo junto aos objetos que olha, vê

pega, ouve, cheira e leva á boca, a criança vai

organizando, gradativamente, em sua memória os

conceitos e relações como traços mnemônicos, que se

ampliam e se organizam em estrutura de conhecimento.

“São ações motoras, portanto, a base do conhecimento,

fruto da sua função cognitiva da inteligência humana,

subordinada também ao seu aspecto da educação infantil

emocional”.

(RIZZO , 2000, p.112).

Entendemos que a criança vai aprender muitas coisas relacionadas

aos jogos brinquedos e brincadeiras, principalmente nos seus primeiros anos

de vida. Algumas coisas aprenderão sozinhas, outra, aprenderá através da

vivencia com outras pessoas e outras, só aprenderá se for ensinada. Toda

aprendizagem será afetada pelas condições do meio em que a criança vive e

das relações que ela estabelece com os outros seres humanos.

É importante lembrarmos que cada criança tem um ritmo de

desenvolvimento e crescimento, também apresentam diferenças individuais

desde muito pequenas cabe ao educador observar as preferências e o

interesse de cada criança ritmo de desenvolvimento e através do lúdico

proporcionar um ambiente rico aonde à criança venha desenvolver suas

potencialidades.

Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

44

2.3 O Lúdico Como Elemento Facilitador na Proposta da

Educação Inclusiva

Entendemos que o lúdico é um instrumento fundamental para o

desenvolvimento da criança, pois é através dele que a criança desenvolve a

imaginação, curiosidade, iniciativa, confiança, autocontrole e espírito

cooperativo. A partir disso, a criança compreende o mundo.

Segundo Kadu e Pierri(1994), é através do brincar que a criança inicia

seu processo de auto conhecimento,toma contato com a realidade externa, á

partir de relações vinculares, passa a interagir com o mundo. O brinquedo

torna-se o instrumento de exploração e capacidade motora e cognitiva da

criança. Brincando ela tem a oportunidade de exercitar suas funções,

experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira espontânea

natural.

Ao contrário do que muitos indivíduos pensam, as crianças com

necessidades educacionais especiais também podem e devem brincar.

Infelizmente , ainda existem muitas pessoas que consideram estas crianças

deficientes incapazes de brincar e por este motivo não se preocupam nem

incentivam as mesmas para tal atividade.

Para o autor Mcconkey (1985, apud Dohme, 2003), existem duas formas

(distorcidas) de se conceber o papel do brincar e sua avaliação para o

desenvolvimento da criança com deficiência: “a criança com deficiência brinca”,

e “brincar é uma forma da criança com deficiência passar o tempo”

Esta crença que o autor se refere, relaciona-se a o fato de que o

“brincar’’ da criança com deficiência não corresponde ás devidas expectativas

das pessoas que consideram que esse brincar é apenas para entretê-las,

quando na verdade, o lúdico facilita a socialização e aprendizagem desta

criança.

Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

45

O desenvolvimento da evolução da atividade lúdica é mais lento quando

se trata de uma criança com necessidades educacionais especiais em relação

a uma criança considerada normal. E por diversas vezes, é preciso auxiliá-las

a entrar em uma brincadeira, o que para as criança sem deficiências ocorre de

maneira espontânea e natural. Por algumas dificuldades apresentadas, as

crianças com deficiência têm menor possibilidade de aproveitar as situações a

sua volta, de extrair do meio estímulos provocadores de ação diante do

brinquedos e algumas vezes, as mesmas não demonstram qualquer tipo de

interesses por brinquedos e atividades lúdicas.

A partir disso, faz-se Necessário incentivá-las mostrando o

funcionamento dos brinquedos a e a estimulação da participação delas em

brincadeiras coletivas.

De acordo com Cunha (1988) ao se tratar de uma brincadeira: a criança

ousa tentar novas alternativas, tomar iniciativa, mostrar-se mais ativa, sem

preocupação de alcançar o resultado, ma sim de experimentar e vivenciar

situações, No brincar, o mais importante é a atividade em si e não seus

resultados. É particularmente importante que os adultos, pais e professores

queiram dar as crianças incapacitada as mesmas possibilidades de brincar que

aquelas normalmente encontradas entre as outras crianças. Esta atividade e

sua evolução podem ser estimuladas e influenciadas através de um meio

ambiente favorável.

2.4 O Cotidiano na Sala de Aula

Para falarmos do cotidiano escolar do aluno com deficiência mental

não se pode antes deixar de mencionar que este cotidiano terá sempre como

norte uma determinada abordagem de ensino.

Hoje no panorama educacional brasileiro, o referencial teórico que mais

vem respaldando os projetos educacionais é a abordagem construtivista cujos

Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

46

grandes representantes destas abordagens são Piaget e Vygostsky, o primeiro

enfatiza que o sujeito é o construtor do seu próprio conhecimento através de

com ação sobre o meio, entretanto, o segundo defende a idéia de que a

construção do conhecimento implica uma ação compartilhada, ou seja, é

através dos outros que as relações entre sujeito a objeto de conhecimento são

estabelecidas.

“ È possível entendermos, que o mundo ode as

crianças vivem se constituí em um conjunto de fenômenos

naturais a e sociais indissociáveis diante do qual elas se

mostram curiosas e investigativas. Desde muito

pequenas, pela interação com o meio natural e social no

qual vivem as crianças aprendem sobre o mundo, fazendo

perguntes e procurando respostas ás suas indagações a

questões. Como integrantes de grupos socioculturais

singulares, vivenciam experiência e interagem num

contexto de conceitos, valores, idéias, objetos e

representações sobre os mais diversos temas a que têm

acesso na vida cotidiana, construindo um conjunto de

conhecimentos sobre o mundo que cerca”.

(R.C.N.E. I. ,1998, P.163).

Cabe-nos, entretanto, ressaltar que a grande maioria das experiências

educacionais no rio de Janeiro pauta-se na teoria construtivista-interacionista

de Piaget. Assim, o nosso pensamento terá como fio condutor este referencial.

As experiências de Piaget Inhelder (1946) demonstram que as crianças

e adolescentes com deficiência mental são capazes de construírem seu próprio

conhecimento, embora esta construção seja uma construção operatória

inacabada. Entendemos então que estes estudiosos comprovaram através de

pesquisas que estas pessoas não atingem estágios hipotético dedutivo de

Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

47

inteligência, ou seja, só são capazes de alcançar até o estágio operatório

concreto. Entretanto, entendem estes sujeitos estes sujeitos como um ser

pensante, desejaste e social, capazes de alcançar a autonomia intelectual,

moral, e social. São pessoas que podem criar criticar, descobrir e reinventar o

conhecimento á partir de uma inter-relação com o meio.

Dessa forma, em se tratando de um trabalho educacional com

deficiência mental, é de fundamental importância que o professor esteja alerta

para favorecer situações que incentivem estes alunos a fazerem escolhas e

decidir sobre o que planejar. Esta opção metodológica fundamenta-se no

método ativo, para que cada vez mais o aluno através da ação seja sujeito do

seu próprio conhecimento adquirindo assim sua autonomia. Segundo Freire

(2000) “O respeito á autonomia e á dignidade de cada um é um imperativo

ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros”. Mas não

basta que só o aluno seja ativo, faz-se necessário que o professor seja ativo,

crítico e criador, propondo situações problemas cujas soluções sejam

encontradas pelos alunos, levando, então, a descobrir ou inventar o

conhecimento. O professor deve sempre solicitar atividade espontânea do

aluno e intressar-se pelo que ele faz, não com a preocupação de respostas

certas ou erradas, mas, principalmente, com os processos que levam a estas

respostas.

Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

48

“A conquista da autonomia e maternas levam a mãe,

quando boa educadora, a orientar o filho para exploração

do meio ambiente e, assim, conseguir fazê-lo alcançar

gradativamente tanto domínio e conhecimento das coisas

á sua volta, quanto a sua progressiva autonomia, o

currículo de atividades da criança deve construir de

diferentes experiências exploratórias, conduzidas tanto

pelas oportunidades, quanto pela participação

independência da criança, objetivo final do trabalho

educativo, se dá frente ás solicitações do meio ambiente,

e isso são feito de forma oral-afetiva, não sistemática,

apoiada nas oportunidades dos estímulos do meio

ambiente. Da mesma forma que as intuições cooperativas

do adulto educador”.

(RIZZO , 2000, p.93).

Para que a atividade seja espontânea o ambiente deve ser rico e precisa

atender a criança nas áreas: afetiva, psicomotora, cognitiva e social

conseqüentemente há uma organização no cotidiano das crianças mostrando a

leitura que fazemos do grupo. A partir desta leitura começamos dar

ferramentas para os desenvolvimentos deste grupo. Entendemos também que

ao pensar na organização do ambiente, de modo geral, devem-se levar em

consideração as necessidades da criança como um ser que brinca, corre, pula

e interage tanto com o meio, quanto com outras crianças. O ambiente deve ser

planejado visando bom desenvolvimento da criança e não as necessidades do

adulto

Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

49

“A curiosidade como inquietação indagadora, com

inclinação ao desvelamento de algo, com pergunta verbalizada

ou não, como procura de esclarecimentos, como sinal de

atenção que sugere alerta faz parte integrante do fenômeno

vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que cós move

e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo

que não fizemos, acrescentando a ele algo que fizemos”.

( FREIRE ,2000,p.35).

Quanto ao espaço da sala de aula deve ser um ambiente rico em

desafios, que vão propiciar ao aluno a construção de suas próprias convicções.

As atividades em salas de aulas devem ser individuais, coletivas, ou em

grupos; essas duas últimas favorecem do aluno com seus pares, oportunizando

troca de pontos de vista que muito ajudarão o alcance da cooperação. Para

Kamii (1985) “quando a criança esta em conflito com a outra, o educador

deverá tentar facilitar uma troca uma troca de ponto de vista, de modo que as

crianças possam chegar a uma resolução de seu conflito”, sempre com cuidado

de deixar que por si só cheguem ás soluções. Cabe ainda, lembrar que a

relação professor-aluno deve ser de respeito mútuo e que sensações, se

necessárias, sejam de reciprocidade. Para Freire (2000) “É no respeito ás

diferenças entre mim e eles ou elas, coerência entre o que faço o que digo que

me encontro com eles e elas”.

Na abordagem construtivista é preciso tornar o aluno capaz de julgar

autonomamente o que é certo e o que é errado. Independente do que leva a

uma recompensa ou punição. Na verdade deseja-se que o professor em sua

prática pedagógica esteja sempre atento ás atividades que o aluno realiza,

acompanhando sempre seu pensamento, desafiando-o de forma livre, sem

preocupar com questionamentos já estereotipados, oferecendo-lhe

oportunidade de tomada de consciência e de descobertas ou reinvenção do

conhecimento.

Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

50

Para o melhor desempenho dos alunos é necessário propormos

atividades que desafiem o seu pensamento, que propiciem o alcance da

autonomia moral, social e intelectual. Tais atividades não devem ter como

finalidade antecipar as aquisições da estruturação ou Coordenação das

próprias ações dos alunos.

Dessa forma, gostaríamos de apresentar alguns esclarecimentos a

despeito da sala de aula, como espaço físico. Para se oferecer ao aluno um

ambiente rico em desafios, é preciso uma grande variedade de material

pedagógico, lembrando que os materiais do mundo são mais estimuladores do

que os da fábrica, é muito bons o uso da sucata. Para que as crianças

manipulem tais materiais de forma bem livre, é necessário que o espaço tenha

uma metragem que possibilite uma boa circulação dos alunos na sala, fazendo

assim atividades individuais e em grupos. A existência de armários, estantes,

materiais de sucata, muitos jogos, tintas, pincéis, lápis, gravuras, embalagens

variadas entendemos que a organização do espaço deve refletir a prática

educacional. Entendemos que para o bom desenvolvimento do aluno a sala

deve ser bem organizada que todos se sintam responsável por esta

organização e arrumação.

A arrumação da sala em “espaços”, cada um com suas finalidades

próprias favorece o deslocamento e iniciativa dos alunos, havendo, portanto o

consenso. Que todos se sintam responsáveis por esta organização e

arrumação, possibilitando já de início uma interação entre professor-aluno e

alunos e alunos. A arrumação da sala em “espaços”, cada um com sua

finalidade própria favorece o deslocamento e iniciativa dos alunos, propiciando

atividades individuais e de grupos de forma simultânea, possibilitando a

exploração, a descobertas de novos conhecimentos. “Podemos exemplificar

espaço da pintura, livros, teatro, dos animais, das novidades”. “Espaço da

casinha”, que dão oportunidade para que o aluno seja estimulado a expressar

seus sentimentos e emoções.

Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

51

“Estimulação essencial é toda ação

psicopedagógica, de base afetivo-social, exercida que

estimulação sobre a criança, e reside no oferecimento e

manutenção de condições essenciais ao seu

desenvolvimento pleno e harmonioso. É realizado de

forma oral e afetiva, sistemática e assistematicamente,

ligada diretamente ás situações vivenciadas pela criança

no ambiente da vida natural. A estimulação essencial só

pode ser exercida quando existe disponibilidade afetiva do

adulto educador. Sem esta condição, não existam

brinquedos capazes se mobilizarem, na sua plenitude e

integração, as forças necessárias á exploração e ao

conhecimento do mundo. O adulto precisará ser o

mediador entre a criança e o objeto de sua exploração.

Mesmo que os objetos sejam atraentes, é a confiança no

adulto, por sua natureza essencial, que faz com que a

criança tome iniciativas de investigações se realize as

indispensáveis trocas com estes”.

(RIZZO, 2000, p.130).

Quanto ao “espaço teatral” o ideal seria um palquinho, brinquedo já

industrializado, entretanto a criatividade pode levar o professor a um improviso

desse espaço utilizando sucate, cabo de vassoura e pano para cortina, e,

também, existência de fantoches industrializados ou confeccionados pelos

alunos com a ajuda do professor, utilizando vários materiais como: saco de

papel, meias, máscaras de cartolina, e também roupas usadas, sapatos de

adultos, bijuterias, maquilagem etc.

Para o espaço da casinha é importante que nele existam vários

cômodos de uma casa separados por um material e que nesses cômodos haja

materiais que os indiquem, por exemplo, na cozinha; Poá, geladeira...; na sala,

mesa, cadeira...

Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

52

Mantoam (1989) nos ensina que “os cantos se constituem em fontes de

classificação e ordenação do pequeno mundo quem é a classe. Através deles o

aluno constrói relações que o ajudarão a organizar o mundo em que vive lá fora

e dentro de si mesmo”. Vale, também, lembrar que os materiais existentes nos

espaços devem ser renovados, para que o interesse a curiosidade sejam

mantidos.

É importante que o professor fique atento para não permitir que o aluno

para não Permitir que o aluno se fixe num só “espaço” ou em determinados

materiais, abrir mão daqueles que sinta maiores dificuldades. O professor no

momento em que os alunos estão trabalhando nesses espaços deve circular

pela sala, conversando com eles, criando situações problematizadoras, porque

esses espaços existem na sala de aula com a finalidade de propiciar aos

alunos a construção das autonomias e da cooperação. Não podemos

esquecer-nos de dizer que o trabalho pedagógico não pode se resumir apenas

á sala de aula; outras situações devem ser oferecidas aos alunos para

vivenciarem a escola na sua totalidade: pátio, cozinha, dispensa secretaria mas

sempre de forma organizada e planejada.

Sugerimos abaixo a organização por espaço de uma sala de aula.

Mesas de trabalho

Espaços de livros

Armário

Cavalete de pintura

Espaço de casinha

Espelho

Espaço da construção

Espaços de jogos

Espaço da música

Espaço do teatro

Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

53

Na arrumação da sala devemos ter o cuidado de não ficarem espaços

ativos ou movimentados próximo de espaços mais tranqüilos.

Além desses espaços deve existir na sala de aula um quadro de

chamada que oportuniza o desenvolvimento do conhecimento social e lógico-

matemático, o quadro de planejamento cooperativo muito importante porque

promove o desenvolvimento das imagens antecipatórias, retroativas e de

simultaneidade pelo aluno, conhecimento social e lógico-matemático.

“Entende-se o conhecimento lógico – matemático” Á

medida que vivencia experiências concretas com os

objetos, acriança estabelece relação entre eles, quando

acontece quando ela compara dias folhas de papel e

descobre que ima é maior do que a outra, mais fina, mais

clara oi de tom deferente. “Descobre a diferença entre ela,

mas as diferenças cão estão nas folhas de papel, e sim

nas relações estabelecidas, isto é, estão com

pensamento, são fruto do conhecimento lógico –

matemático”

(AROEIRA, SOARES, E MENDES ,1996, P. 32).

1- De jogos:

É necessário ressaltar que o jogo na sala é uma ótima proposta pedagógica

que propicia relação entre parceiros e grupos, e nestas relações podemos

observar a diversidade de comportamento das crianças para construir

estratégias para vitória, como também as relações diante da derrota. Assim a

professora deve utilizar o jogo como um recurso para desenvolver todos os

conteúdos de seu planejamento através de:

Jogo de memória

Quebra-cabeças

Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

54

Animais em plásticos (domésticos e selvagens)

Flores, frutas, legumes de plásticos.

Regras (pega-vareta, jogo da velha, resta um)

Encaixe por forma, cor, tamanho etc.

2- De construção

Pedaços de isopor Eucatex

Cola tesoura

Fios linhas botões e etc.

3- Desenho, pintura e modelagem.

Papéis variados

Tinta guache

Lápis cera

Argila

Anilina e etc.

4- De teatro

Sapatos masculinos

Bolsas

Máscaras

Espelho

Roupas de adultos e crianças

5- De música

Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

55

“O ambiente sonoro, assim como a presença de

música da música em diferentes e variadas situações do

cotidiano fazem com que os bebes e crianças iniciem seu

processo de musicalização de forma intuitiva. Adultos

cantavam melodias curtas, cantigas de ninar, fazem

brincadeiras cantadas, com rimas, parlendas etc.;

reconhecendo o fascismo que tais jogos exercem.

Encantados com o que ouvem, os bebes tentam imitar e

responder, criando momentos significativos no

desenvolvimento afetivo e cognitivo, responsáveis pela

criação de vínculos tanto com os adultos quanto com a

música. Na interação que se estabelecem, eles constroem

um repertório que lhes permite iniciar uma forma de

comunicação por meios de sons”.

(R.C.N.E. I. ,1998, P.51).

Instrumentos musicais industrializados ou confeccionados pelos alunos com a

ajuda do professor

Rádios gravadores, DVD etc.

Para que haja um bom desenvolvimento da linguagem é importante

um ambiente rico e diversificado com os seguintes recursos:

6- De livros de panos confeccionados pelo aluno

Livros tradicionais de histórias

Revistas em quadrinhos, jornais, folhetos de propaganda.

Livros de receitas, bulas de remédios e etc.

Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

56

“A linguagem não é apenas vocabulário, lista de

palavras ou sentenças. É por meio do diálogo que a

comunicação acontece. São os sujeitos em interações

singulares que contribuem sentidos únicos as falas,

diferenças nos grãs de formalidade e nas convenções do

que se pode e deve falar em determinadas situações

comunicativas. Quanto maus as crianças puderem falar

em situações diferentes, como contar o que lhes

aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado,

explicar um jogo ou pedir uma informação, mais poderá

desenvolver suas capacidades comunicativas de maneira

significativa”.

(R.C.N.E. I. , 1998, P. 121)

7- De plantas

Vasos com plantas

Sementes, terra, adubos etc.

8-De limpeza

Balde

Pano de chão

Pano de pó

Espanador

Vassoura e etc.

8- De ciências

Coleção de insetos

Coleção de folhas

Aquário de peixes

Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

57

Aparelhos sem uso para abrir e explorar

9- Estudos sociais

Globo terrestre Atlas geográfico

Maquete do bairro

Brinquedos representando meios de transportes etc.

10- Do descanso

Esteiras

11- Da casinha

Móveis de sala

Móveis de quarto

Colcha, lençóis e travesseiros.

Telefone

Panelas

Pia

Fogão

Prato, talheres, joga de café.

Carrinho de feira

12- Das novidades

Espaços reservados para serem colocados materiais trazidos pelos

alunos ou pelo professor.

Devemos lembrar, ainda, que são necessários materiais para serem

usados fora da sala de aula como: bambolês, minhocão, cordas, bolas,

petecas:

È necessário à conservação de todo material; tal conservação e reparo

devem ser da competência do grupo que inicialmente já deve ter estabelecido

de forma conjunta esta regra. Nós professores devemos orientar os alunos

Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

58

usando criatividade, a motivação em um clima socioafetivo de muita

organização e cooperação.

É necessário existir na sala de aula, o quadro-de-giz, blocão paras

registro de algum acontecimento, relógio de papelão e quadro com janela do

tempo. Entendemos também que o professor deve imprimir no seu cotidiano de

sala de aula uma rotina, começando sempre pelo planejamento do dia, que n

início para esses alunos será um momento difícil onde eles terão que tomar

decisão em relação à rotina. A própria organização do planejamento para eles

é difícil; É necessário que ao final de cada atividade a início de outra, retomar o

cartaz do planejamento para que os alunos tomem consciência do que

acabaram de fazer e o que farão a seguir. Esta rotina diária é muito importante

porque ala vai favorecer ao aluno a segurança e a tomada de consciência do

que acabaram de fazer e o que farão a seguir. A rotina diária é importante

porque ela vai favorece ao aluno a segurança e a tomada de consciência do

seu papel nas atividades escolares. plano diário, rotina, jornada, etc.” uma

concepção de educação e de cuidado“ as importâncias das rotinas na

educação infantil provem da possibilidade de construir uma visão própria como

concretização paradigmática de”.

“se que a rotina é uma categoria que os

responsáveis pela educação infantil estruturaram para, á

partir dela, desenvolver o trabalho cotidiano nas instituições

de educação infantil. As denominações dadas á rotina são

diversas: horário, emprego do tempo, seqüência de ações,

trabalho dos adultos e das crianças”.

( SILVEIRA ,2007, 35).

Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

59

2.5 O Lúdico e o Desenvolvimento Cognitivo da Criança

Segundo Piaget

Piaget há décadas atrás, já influenciava com suas teoria construtivistas

que afirmava que o desenvolvimento da criança é um processo que depende

essencialmente da equilibração, que é a capacidade natural de auto regulação

do indivíduo.(1979)

Importante ressaltarmos que a teoria de Piaget a respeito da construção

de conhecimentos, insistia em mencionar a importância da ação em toda

construção do conhecimento. É ao partir da ação que a criança vai conhecendo

a compreendendo o mundo que a cerca. Esta ação se dá quando a criança

realiza uma atividade buscando semelhanças e diferenças entre as coisas,

quando compara, ordena, busca regularidades, etc. que lhe permitam

interpretar dados da realidade, mesmo que não estejam manipulando objetos.

Esta é a concepção pela epistemologia genética como uma permanente

interação entre o sujeito d o meio. A partir da assimilação e da acomodação, a

criança vai estruturando seu mundo e construindo suas próprias estruturas de

pensamento. Será em função dessa permanente interação com o meio que irão

se modificando as estruturas cognitivas do sujeito, atingindo, cada vez mais,

novos e melhores níveis de equilíbrio.

Na assimilação o sujeito se própria de conhecimentos, objetos ou

circunstâncias, dentro de modos de pensar, que compõe os sistemas mentais

ordenados. Na acomodação, as estruturas mentais existem e reordena-se para

internalizar novas características que estão fora do seu eu.

Ao longo do ato de inteligência, o sujeito torna-se apto ás determinações

ambiente externo, ao passo que, ao mesmo tempo, conserva sua estrutura

mental inalterável. O brincar, neste caso, é determinado pela prioridade da

Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

60

assimilação sobre a acomodação, o sujeito apropria-se de conhecimentos e

objetos incorporando-os á sua estrutura mental e ao seu eu.

De acordo com a teoria piagetiana (1979), cada criança cada criança

evolui de estágio para outra, em diferentes idades. Porém, ela pode estar em

estágios diferentes simultaneamente, Isto é, ser capaz de realizar algumas

atividades ou apresentar desempenhos compatíveis com um determinado

estágio e realizar ou apresentar outros desempenhos compatíveis com o

estágio seguinte ou com o interior, ao mesmo tempo.

É necessária uma correspondência entre o desenvolvimento

psicogenético criança e as atividades propostas pela escola, lembrando

sempre que o pensamento cresce á partir de ações e vai do concreto para o

abstrato, da manipulação para a representação e desta para a simbolização. A

partir do desenvolvimento da criança que o lúdico começa a ter mais

significado.

Entendemos segundo a teoria de Piaget (1977) destaca o papel ativo da

criança no processo de construção do conhecimento, deste modo, ele te tido

grande influência sobre a prática pedagógica que passa a compreender que: o

papel fundamental da escola é dar a criança oportunidade de agir sobre os

objetos de conhecimento, o professor não deve ser aquele que transmite as

informações á criança, mas sim um agente facilitador e desafiador de seus

processos de elaboração e que a criança é quem constrói o seu próprio

conhecimento. Tais propostas têm contribuído, consideravelmente, na busca

por um novo processo de ensino-aprendizagem que envolve muito mais do que

apenas uma sala de aula cheia de mesas, cadeiras e quadro negro; envolve a

imaginação, a criatividade e o prazer da descoberta através de atividades

lúdicas.

Piaget (1977) estuda ao longo do período infantil três sistemas contínuos

de jogos: de exercício, simbólicos e de regras. O jogo de exercício que surge

durante os primeiros 18 meses de vida implica na repetição segmentos já

Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

61

determinadas por atos de manipulações, não com intenções de fácil utilização

ou instrumentais, mas por simples satisfação, originada da regência de ações e

motoras, que é fundamentada nos cincos sentidos e na motricidade.

“Todas as atividades propostas ás crianças

devem propiciar o desenvolvimento o

desenvolvimento integrado de aspectos motores,

intelectuais, sociais e emocionais, fazendo com que

elas exercitem todo o deu corpo em atividades que

lhes proporcionem também alegria e prazer”.

(RIZZO ,2000, p.112).

Por volta de um ano de idade esses exercícios de fácil utilização ou

instrumentais, mas por simples satisfações, originada da regência de ações

motoras, que é fundamentada nos cincos sentidos e na motricidade. Por volta

de um ano de idade esses exercícios de fácil utilização tornam-se menor

quantidade e declinam em valor. Eles dão início transformação de outras

formas: a criança começa a fazer repetições eventuais e associações de ações

e manipulações, depois, determina objetos para si mesmos e os jogos recebem

regras claras e, nesse caso, transformam-se em jogos de regras.

Já os jogos simbólicos aparecem durante o segundo ano de vida, com o

surgimento da interpretação e da linguagem. Segundo Piaget, a brincadeira de

faz – de- conta é, em princípio, uma atividade solitária, abrangendo a utilização

pessoal de símbolos: brincadeiras sócio-dramáticas utilizando símbolos

coletivos surgirão no terceiro ano de vida. No modelo Piagetiano, a faz-de-

conta antecipado abrange elementos cujas associações mudam com o tempo: -

conduta descontextualizada como: dormir, comer, realizações com outros,

como dar comida ao ursinho; utilizar objetos no lugar de outros e associações

em segmentos reproduzindo ações, fazendo com que haja um processo no

jogo do faz-de-conta.

Page 62: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

62

“As modificações no espaço, a construções de

diferentes circuitos de obstáculos com cadeiras,

mesas, pneus e panos por onde as crianças possam

engatinhar ou andar-subindo, descendo, passando

por dentro, por cima, por baixo - permite a

construção gradativa de conceitos, dentro de um

contexto significativo, ampliando experiências. As

brincadeiras de construir torres, pistas pata carrinhos

e cidades, com blocos de madeiras ou encaixe,

possibilitam representar o espaço numa outra

dimensão. O faz- de –conta das crianças pode ser

enriquecida, organizando-se espaços próprios com

objetos e brinquedos que contenham números, como

telefone máquina de calcular, relógio etc”.

(P. C. E. I. ,1998, p.218).

O auge do jogo simbólico situa-se entre dois e quatro anos, declinando a

partir daí. Ao surgir o jogo simbólico, a criança vai alem de um mero prazer da

manipulação, vai apropriar-se da realidade que está fora do seu eu, mudando o

sentido das coisas ou ultrapassando-as. Da mesma maneira os jogos

simbólicos são utilizados para buscar satisfação fantasiosa através de

equilíbrio, aniquilação de situações conflitantes, desempenha de desejos.

Quanto mais avança em idade, mais a criança caminha para a realidade.

Outra modalidade de jogo que Piaget analisa é a de regras, que marca a

passagem da atividade individual para a socializada. Esse jogo não acontece

antes de quatro a sete anos e prevalece no período de sete a nove anos. Para

Piaget (1979) a regra presume a ação mutua de dois indivíduos, e sua função é

regular e é adaptada ao seu grupo social. Piaget faz distinção de dois tipos de

regras: as que vêm de fora e as que são construídas voluntariamente. Ele

Page 63: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

63

focaliza os jogos espontâneos como regras fundamentadas em acordo

temporário. Com a interpretação de resultados da socialização originária de

jogos de exercícios simbólicos. Piaget garante que o desenvolvimento progride

de processo puramente individuais e simbólicos pessoais, privados que se

originam da estrutura mental da criança e que põem ser aplicados somente

pelas próprias crianças. Com o aparecimento da capacidade de interpretação,

a assimilação fica destorcida e flui em deliberados “faz – de- conta” coloca a

criança a examinar cuidadosamente a experiência pela qual ela passou. O jogo

de faz- de- conta coloca a criança a examinar cuidadosamente a experiência

pala qual ela passou para a satisfação do ego mais do que a dominação da

realidade. Antes de mias nada, a brincadeira é uma atividade voluntária,

“desinteressada” e isolada. Quando se faz referencia a uma atividade

desinteressada, não se quer dizer que a criança não tenha interesse por sua

brincadeira. Pelo contrario, dificilmente se pode ver crianças que estão

brincando, num estado de aborrecimento. O “interessante” refere-se ao fato de

haver um distanciamento da satisfação de um desejo imediato. Acriança brinca

pelo simples prazer que isso lhe proporciona ao longo da brincadeira.

“O brincar imaginativo e de faz–de-conta, são tipos

de brincar que são muito abrangente e pode ocorrer em

qualquer lugar, mas parece ser particularmente

estimulado pelo que é comumente chamado de “cantinho

caseiro” (Home Córner). Uma casinha de brinquedo cão é

imprescindível e pode ocupar espaço demais nas salas de

grupos, mas é importante que a área escolhida seja

permanente e que o brincar dentro e fora dessa área não

seja perturbado”.

(GOLDSCHMIED E JACKSON , 2007,p.46).

Page 64: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

64

De acordo com Piaget (1978), o “jogo” desinteressado desvinculado de

um interesse pessoal imediato - irá aparecer também quando a criança começa

a jogar junto com as outras crianças. Neste sentido, o jogo pode ser

compreendido como uma atividade em que as crianças se engajam juntas, com

princípios e ação consensualmente combinados ou resultantes de acordos

estabelecidos entre resistência, por parte das crianças. Aquilo de gostam mais

são tentativas de tornar as regras cada vez mais complexas. A razão pela qual

jogam é a aquisição, mas este não constitui o próprio jogo; a complexidade das

regras adia ao máximo a finalidade aquisitiva, prolongando, portanto, o prazer

de jogar.

Percebemos então que as regras são atos de auto distanciamento, isto

é, somente através delas o jogo pode ser entendido como exercício de

sociabilidade, desligado de um fim pessoal em si. A criança precisa se auto

distanciar de suas próprias intenções e finalidades para poder jogar. Isso não

significa dizer que a criança joga por jogar, sem nenhuma finalidade, aliás,

muitas vezes a finalidade de alcançara vitória, ma ela só pode ser atingida pelo

jogo e conforme suas regras para ter legitimidade. O jogo é um contrato social.

Aqueles que tentam trapacear, logrando, portanto, as regras, logo são

reconhecidas como os que “não sabem jogar”, em outras palavras, não sabem

viver em sociedade.

Segundo “Piaget, o jogo de regras é o que aparece e desenvolve-se

mais tarde, pois ele é precedido de um jogo” “simbólico” e de um jogo de”

exercício “. Porém, ele subsiste e desenvolve-se mesmo durante a toda a vida.

Acredita ainda que a razão de tal situação seja que “o jogo de regras é a

atividade lúdica do ser socializado” (ibid, p. 182) e que são os únicos resíduos

de uma imensa variedade e abundancia de jogos infantis, que se perdem em

proveito de ima construção adaptada (inteligente).

Page 65: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

65

“Em suma, a partir das contribuições fornecidas

pelas teorias de Piaget, torna-se evidente que a escola

precisa se dar conta que através do lúdico as crianças

tem chances de crescerem e se adaptarem ao mundo

coletivo. O lúdico deve ser considerado como parte

integrante da vida do homem não só no aspecto de

divertimento ou como forma de descarregar tensões, mas

também como uma forma de penetrar no âmbito da

realidade, inclusive na realidade social. Sobre o aspecto

lúdico”.

(RIZZO , 2000, P. 144).

“A ação do adulto deve ser um misto adequado de proteção e encorajamento

que leve a criança a interessar-se por experimentar coisas novas e a fazer,

cada vez mais, tentativas para alcançar o domínio de corpo e movimentos.”

Page 66: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

66

CAPÍTULO III

O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA

Uma das funções mais importantes da atividade de brincar é

ajudar o bebê a lidar com todas as complexas emoções de sua vida: amor,

ódio, agressão, ansiedade. Antes de falar, o bebê já tem conceitos; a história

do desenvolvimento da linguagem os desenvolve desde cedo na sua vida. Ele

é levado, a partir de pressões internas inconscientes, a dar sentido ao que lhe

ocorre. Pode-se observar isso nas brincadeiras de colocar coisas umas dentro

das outras e retira-Ias, assim como colocar os objetos dentro e fora da boca.

De certa maneira, a criança está tentando compreender o que ocorre com o

seio que entra e sai de sua boca, com o leite que entra, mas não sai. Lágrimas

saem de seus olhos e sons de sua boca.

Por volta dos seis meses, às experiências físicas mais primitivas,

que eram bastante indistintas das mentais, começam a se separar. Ele começa

a pensar sobre semelhanças e diferenças Para uma criança, o mundo é um

lugar fascinante, com uma variedade infinita de segredos a serem descobertos.

Uma vez de pé, o plano de visão do bebê muda e suas

mãozinhas agora estão livres para fazerem outras coisas. Ele passa a ter

acesso a muitas situações, os que fazem com que alguns objetos tenham que

ser colocados fora do seu alcance.

Por volta dos 12 meses, muitas crianças desenvolvem um

interesse por recipientes e lugares fechados e por coisas a eles associados,

como tampas, portas e maçanetas. Muitas passam um longo tempo, colocando

coisas dentro de outras e, o que ainda é freqüentente mais importante, tirando-

se dentro de novo. Um jogo de encaixe, com os respectivos módulos, pode ser

logo de início, usado desse modo, antes mesmo de que criança se interesse

pela idéia de colocar os módulos nos lugares certos. Uma extensão disso é o

interesse dela por armários abre os e tira tudo para fora. Brincar derrubar as

Page 67: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

67

coisas ou de espalha-Ias dá à criança a oportunidade de expressar os

sentimentos destrutivos de uma maneira segura e controlada. Aos poucos, o

bebê vai-se mostrar mais interessado colocar os módulos nos buracos certos,

ou em montar um quebra-cabeça simples. Nesse estágio, ele precisa,

principalmente, que os pais dediquem certo tempo para brincar com seu filho,

de preferência seguindo as indicações e vontade dele, facilitando a brincadeira

e não tentando dirigi-Ia. Às vezes, os pais ficam impacientes observando o filho

fazer alguma coisa sem muito jeito. Surge uma grande tentação ou de fazer

para ele, ou de mostrar-lhe o melhor e mais rápido modo de chegar ao sucesso

de seu empreendimento. No entanto, agir assim constantemente vai minar a

autoconfiança da criança impediria de adquirir experiência de perseverar e de

tolerar a frustração.

No segundo ano de vida é que as crianças começam a brincarem

juntas, mas antes que cheguem a esses estágios podem beneficiar-se muito

com a companhia de crianças da mesma idade que também e podem brincar

ao lado delas. No começo, provavelmente, elas ficarão paradas olhando umas

para as outras, como se estivessem se avaliando.

Brincar de esconde-esconde, jogar longe os brinquedos e

apanhá-Ios de novo, ou querer que alguém os apanhe, é, às vezes, uma

maneira de a criança trabalhar as ansiedades geradas pelas idas e vindas das

outras pessoas, de um modo que não conseguia quando a mãe saia de casa,

ou quando o colocava na cama à noite.

Page 68: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

68

“Existe sempre um elemento de ansiedade na

brincadeira das crianças Com o passar do segundo ano

de vida, as brincadeiras tomam-se mais imaginativas,

explorando, por exemplo, a possibilidade de fazer o que

vêem a mãe ou o pai fazerem. A criança inventa

brincadeiras de faz-de-conta, nas quais representa papéis

diferentes e cria regras Tanto os meninos como as

meninas dessa idade brincam de dar de comer ou de

mudar as fraldinhas das bonecas”.

(WINNICOTT,1975, p.12)

A criança de dois anos começa a brincar desde o momento em

que acorda. Essa atividade a faz trabalhar sua concentração e absorção do

mundo. É a possibilidade de lidar com emoções fortes que sentimentos

transferindo-as para boneca ou o ursinho.

Pode-se dizer que brincar é o trabalho da criança entre 3 e 4

anos. Através dele, a criança explora não só o mundo exterior de pessoas e

coisas, mas também o mundo interior de seus próprios pensamentos e

emoções.

Elas querem saber como as coisas funcionam e são feitas.

Através das experiências de fabricar e fazer coisas se sentem capazes e boas,

além de começarem a estabelecer a distinção entre o mundo da imaginação e

o da realidade, entre o que realmente acontece ou o que temem que possa

acontecer.

Através dos jogos e das brincadeiras, podem organizar suas

fantasias e seus desejos livremente. É mediante essas atividades que a função

simbólica, o conhecimento de si mesmo, dos outros e do mundo que as

rodeiam, se desenvolvem. Os jogos fazem a ponte entre realidade interna e

externa, brincar é aprender a ser, é aprender a viver tanto sozinho, quanto em

grupo.

Page 69: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

69

Entretanto, todas as situações extremas devem ser investigadas.

Com relação aos brinquedos e ao brincar, deve-se ficar atento às crianças que,

por exemplo, são muito medrosas, ou muito aflitas, que parecem negar os

perigos e medos; que não sabem nunca brincar sozinhas, que tem brinquedos

demais. Quando estas últimas são insaciáveis querendo sempre mais e mais,

podem estar tentando comunicar que sentem como se algo estivesse faltando.

É mais importante olhar em volta e ver qual é o problema do que calar as

queixas com mimos.

Com cerca de 5 anos, a criança aprende a brincar em grupo, que

é um processo que requer a capacidade de estar a par das necessidades dos

outros. Tal fase só pode ocorrer quando a criança tiver desenvolvido certo

senso de si mesma que a faça sentir-se segura o bastante para pensar nas

necessidades alheias. Se reparar num jogo aparentemente grupal, é revelado

que, em uma atividade envolvendo duas crianças, por exemplo, a brincadeira,

é determinada por uma das duas, que instrui sua companheira a cada passo do

jogo. Enquanto uma criança mais passiva se satisfaz com esse jogo, ele pode

prosseguir, mas é freqüente terminar quando uma delas não se encontra mais

à vontade no papel lhe coube. É necessário que haja uma boa dose de

negociação para um jogo verdadeiramente cooperativo, com o conhecimento e

a aceitação das necessidades do outro, bem como das suas próprias. Este é

um processo que requer certa capacidade de tolerar frustrações.

Com relação aos jogos, as crianças pequenas ainda não

atingiram estágio daqueles com regras, tais como futebol ou pega-pega. Em

vez, disso, elas optam por participar de atividades que envolvam a

representação de papéis, quase sempre baseados no programa favorito de

televisão: Batman, Super-homem, Outros jogos podem ser variantes de "papai

e mamãe" ou "escolinha", que refletem a preocupação da criança desta, idade

com as relações interpessoais, uma parte necessária no processo de

renascimento e de descoberta de como se relacionar com os o outros em

vários contextos. As atividades físicas também são de grande importância, pois

são fundamentais para o desenvolvimento habilidades motoras Já as crianças

Page 70: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

70

de 6 anos, em suas brincadeiras, preferem se separar em grupos de meninos,

meninas. Isso tem a função de permitir que a criança consolide e exerça sua

identidade, e também porque os traços com os quais o grupo se sente

desconfortável ou envergonhado são atribuídos ao sexo oposto. Outros

aspectos envolvidos em suas brincadeiras são os tempos que afastam

estipulando regras e hierárquicas. Muitas vezes esse processo parece se

principal do jogo.

3.1 - O Brincar no Contexto Escolar

O fundador do primeiro Jardim de Infância (Kindergarten), onde

como o próprio nome diz, pretendia-se cultivar as almas das crianças. Ele

diverge de Rousseau ao apontar a necessidade da jardineira, o profissional que

deve, à semelhança do jardineiro, cuidar da planta, podá-Ia e regá-Ia, no jardim

de infância, a metáfora da criança semelhante à planta em crescimento.

Ele possuía uma visão humanitária. Deu muita importância ao

lúdico, introduziu o brincar para educar e desenvolver a criança. Sua teoria

metafísica pressupõe que o brincar permite o estabelecimento de relações

entre objetos culturais e a natureza, unificados pelo mundo espiritual.

“Frõebel foi o primeiro a reconhecer

verdadeiramente toda importância educativa do jogo, a

criança que brinca tranqüilamente com espontânea

atividade, resistindo à fadiga, chegará por certo a ser

homem também ativo, resistente, capaz de sacrificar-se

pelo bem próprio e alheio”.

(LUZURIAGA ,1973, p.202).

Frõebel concebe o brincar como atividade livre e espontânea,

responsável pelo desenvolvimento físico moral, cognitivo, e os dons ou

Page 71: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

71

brinquedos, objetos que subsidiam atividades infantis. Entende, também, que a

criança necessita de orientação para seu desenvolvimento. E afinal, por que é

tão importante brincar?

As brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida

do ser desde os mais funcionais até os de regras, mais elaborados é ele

talentos que lhe proporcionarão estas experiências possibilitando a conquista

da sua identidade.

Estas mesmas atividades possibilitam que as crianças

ultrapassem sentimentos e fatos Conflitando-os entre si, reelaborando-os e

edificando nova possibilidade de interpretação e de representação do real, de

acordo com suas afeições, suas necessidades, seus desejos e suas paixões.

Frõebel introduz a discussão sobre a importância dos jogos e brincadeiras na

escola. Os estudos de Piaget e Vygotsky nos permitem relacionar ainda mais

profundamente tais atividades com o processo de apropriação e construção

dos conhecimentos do mundo pela criança.

3.2 Construção do Desenvolvimento Cognitivo da Criança

Segundo Piaget

Piaget era biólogo e epistemólogo e não deixou nenhum método

de ensino, mas seus estudos são a base para a maioria das abordagens. Para

ele a base da estruturação da inteligência é a ação, ou seja, aprender fazendo.

Segundo Piaget (1994), o ser humano nasce inteligente e é capaz

de responder aos estímulos provocados pelo meio, agindo sobre ele para

construir e organizar o seu próprio conhecimento. Através de procedimentos de

abordagem livre, Piaget buscou averiguar os fundamentos da capacidade

cognitiva da criança.

Page 72: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

72

Para ele, o ser se desenvolve e se integra através dos

conhecimentos adquiridos, das experiências vividas e das heranças universais.

Afirma que o sujeito desde a infância até a vida adulta constrói o conhecimento,

pois nasce apenas com reflexos primários e o desenvolvimento intelectual

acontece em quatro períodos que varia de indivíduo para indivíduo.

Os períodos denominam-se em:

1- Período - De O a 2 anos -sensório-motor: o conhecimento chega por

meio dos órgãos dos sentidos e motores (reflexos) -Não representativos; não

existem imagens mentais, os esquemas de ação vão se construindo; a

inteligência encontra-se no plano da materialidade.

2- Período - De 2 a 7 anos -Pré-operatório:"há o desenvolvimento de

representações de esquemas, progresso de linguagem e de socialização. A

competência intelectual se completa por meio de imagens mentais e símbolos.

3- Período - De 7 a 12 anos-Operatórios concreto: o indivíduo é capaz de

operar mentalmente os esquemas de ação desde que o mesmo já tenha feito

parte de suas experiências.

4- Período -12 a 16 anos-Operatórios formal: capacidade de adaptação, ápice

que toma o indivíduo capacitado para compreender melhor a realidade para

poder participar de suas transformações. Piaget considera que estas etapas

consistem no desenvolvimento através das estruturas de mecanismos

funcionais promovendo transformações que serão incorporadas pela criança

para sua adaptação ao mundo Construtivismo e lnternacionalismo. A proposta

construtivista procura levar em conta um processo educativo que priorize a

ação do aluno sobre o objeto, construindo assim o seu próprio conhecimento.

Esse pressuposto pedagógico norteia uma aprendizagem significativa e

prazerosa, através dos aspectos cognitivos, afetivos e sociais. O ensino escolar

que visa essa ação do aluno sobre o meio oferece condições para que faça

suas próprias descobertas. Descobertas estas que o levarão a resolver

desafios e ultrapassar obstáculos alcançando, assim, novas etapas do

conhecimento.

Page 73: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

73

O construtivismo tem em sua base, os estudos de Piaget acerca

das fases do desenvolvimento da criança. Propõe que o aluno aos poucos vá

adquirindo habilidades que o façam buscar soluções para situações-problema,

tomando-se um indivíduo autônomo e consciente da realidade.

Os profissionais da área de educação que se fundamentam e se

baseiam na teoria de Piaget adotam uma linha pedagógica que se preocupa

com a formação do indivíduo para a sociedade e aposta no aprendizado guiado

pelo conhecimento dos sujeitos atuantes e pelos conhecimentos dos fatos que

acontecem no mundo. "Tudo que se ensina à criança impede que ela aprenda

ou crie”. (PIAGET, 1994, p.73)

Enquanto no referencial construtivista, o conhecimento se dá a

partir da ação do sujeito sobre a realidade (sendo o sujeito considerado ativo),

para Vygotsky (1984), esse mesmo sujeito não é apenas ativo, mas interativo,

porque constitui conhecimentos e se constitui a partir de relações intra é

interpessoais. Resta forma, o sujeito do conhecimento, para Vygosky, não é

apenas passivo, regulado por forças internas; ele é interativo. Ternalizando

conhecimentos, papéis e funções sociais, o que permite 'a constituição de

conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que

caminha, do plano sociais-relações interpessoais para o plano individual

internas-relações interpessoais. Desta forma, o sujeito do conhecimento, para

Vygotsky, não é apenas passivo, regulado por forças internas; ele e interativo.

Para Vygotsky, a criança participa ativamente da construção de sua própria

cultura e de sua história, modificando-se e provocando transformações nos

demais sujeitos que com ela interagem Alguns projetos educacionais se

autodenominam interacionistas, pois se baseiam nestes pressupostos.

Enquanto para Piaget a aprendizagem depende do estágio de

desenvolvimento atingido pelo sujeito, para Vygotsky, a aprendizagem favorece

o desenvolvimento das funções mentais. "Aprendizado adequadamente

organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários

Page 74: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

74

processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de

acontecer”. (Vygotsky, 1987 p.101)

3.3 O que é Brincadeira para Piaget e Vygotsky?

Para Piaget (1971), a criança quando brinca assimila o mundo a sua

maneira sem compromisso com a realidade, pois sua interação com o objeto

não depende da natureza deste objeto. Ela atribui significados diferentes

daquilo que realmente este possui. O brinquedo torna-se meio através do qual

a criança sai de uma relação centrada num objeto, para torná-lo um utensílio

mediador entre ela e as outras crianças e de forma generalizada entre eu e o

“mundo”. O brinquedo adquire significado, torna-se uma, abertura para o

diálogo com o mundo dos adultos. A criança quando brinca imita o adulto

representa o seu modo de vida, muitas vezes assume o papel do pai, da mãe,

do professor e do médico.

Para Piaget todo conhecimento é uma construção resultante das

ações da criança. A importância da ação física e da percepção deve ser levada

em conta se quisermos avançar na estruturação da inteligência.

Segundo ele (1945), na obra "A firmação do símbolo na criança",

o jogo é identificado por três tipos de estrutura: o exercício, os símbolos e a

regra, constituindo o jogo de construção, a transição entre os três tipos de

estrutura e condutas adaptadas. Os jogos não são apenas uma forma de

entretenimento, são meios que contribuem e enriquecem desenvolvimento

intelectual. A brincadeira e os jogos são considerados o modo integrador dos

aspectos morais, sociais e cognitivos.

O jogo faz com que a criança pensa, analisa e tome decisões

possibilitando assim o desenvolvimento cognitivo. Do ponto de vista fisico-

motor adotam-se posturas e movimentos específicos do corpo. O brincar e o

jogar se caracterizam pela primazia de assimilação sobre a acomodação onde

Page 75: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

75

através da ação, o pensamento da criança se desenvolve. A importância dos

jogos ultrapassa a questão do domínio dos movimentos, pois são essenciais no

que diz respeito ao processo de socialização. A partir do brincar e do jogar, a

criança constrói os conhecimentos e desenvolve ao mesmo tempo dois

vocabulários que são o lingüístico e o psicomotor, além do ajustamento afetivo

e emocional decorrente destas atividades. Na brincadeira a criança realiza uma

aprendizagem significativa experimentando várias situações construindo novas

realidades.

Para Vygotsky (1984), a brincadeira também tem papel

importante, pois é uma atividade básica da criança, ou seja, é um motivo para a

ação. O brinquedo estimula o imaginário infantil permitindo à criança várias

formas de brincadeiras. Uma boneca permite que a criança vivencie situações

da realidade como, por exemplo, brincar de mãe filha (família). Para Vygotsky

(1984), no entanto, o que define o brincar é a situação imaginária criada pela

criança. O jogo; a criança explora o próprio corpo e estabelece-relações com o

outro, explorando objetos e sentindo emoções. E através da interação com

objetos e pessoas que ela constrói conhecimento. Por meio da imitação

representativa, por exemplo, a criança vai aprendendo a lidar com regras e

normas sociais. Nesse processo, desenvolve a capacidade de interação e

aprende a lidar com o limite. O brincar para o autor permite que a criança

aprenda a elaborar e resolver situações conflitantes que vivencia no seu dia-a-

dia.

Segundo Vygotsky (1991), na idade pré-escolar há uma grande

quantidade de desejos que a criança não consegue satisfazer é nesse

momento que as brincadeiras são inventadas, para que possam experimentar o

imaginário, onde seus desejos podem ser validados. A imaginação é um

processo novo para a criança, pois constitui uma característica típica da

atividade humana. Ele afirma que é certo que a imaginação surge da ação.

A brincadeira e o jogo são atividades que estimulam a vida social.

Os jogos permitem que o grupo se estruture e que as relações se estabeleçam.

Page 76: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

76

As crianças aprendem se conscientizam de que podem ganhar ou perder. As

brincadeiras e os jogos, na visão do teórico, estimulam as habilidades

necessárias para o processo de construção do conhecimento e possibilita o

desenvolvimento integrado da criança já que ela se envolve afetivamente,

convive socialmente e opera mentalmente tendo a apreensão da realidade. Por

tudo que foi até o momento apresentado, quero chamar a atenção para a

necessidade das brincadeiras ocuparem um lugar de destaque nas atividades

de alfabetização, porque através de jogos e brincadeiras de faz-de-conta, as

crianças exercitam sua imaginação e a capacidade de simular situações

cotidianas. Estas experiências favorecem a aquisição de conteúdos de

linguagem e possibilidades de expressão na escrita e o educador e as

atividades lúdicas: Será que o educador está preparado para lidar estas

questões do mundo infantil?

Vimos com Piaget que, através das experiências proporcionadas pelo lúdico, a

criança pode estruturar sua inteligência:

(...) essas formas de jogo que consistem, pois, em

liquidar uma situação desagradável revivendo a

ficticiamente, mostram, com particular clareza, a função

do jogo simbólico, que é a de assimilar o real ao seu,

libertando este das necessidades de acomodar (PIAGET

,1994, p.73), Ao levar-se em consideração o papel do

professor, não se pretende estabelecer uma visão

unilateral da relação ensino-aprendizagem, por (m é

evidente, a sua parcela de responsabilidade no processo

educativo).

As estruturas conscientes e/ou inconscientes existentes nesse

adulto que ensina se refletem, fundamentalmente, na sua prática pedagógica.

Assim, um professor que não sabe e/ou não gosta de brincar, dificilmente

Page 77: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

77

desenvolverá um "olhar sensível" para a prática lúdica do seu aluno, tampouco

reconhecerá o valor das brincadeiras na vida da criança.

Na Educação Infantil, a brincadeira deveria ser o principal

componente do currículo. A valorização da Educação Infantil já deu um passo

neste sentido, após a promulgação da nova lei de Diretrizes e Bases (LDB). O

Ministério da Educação propôs um documento chamado Referencial Curricular

Nacional Para a Educação Infantil (RCNEI), cuja finalidade é a sugestão de

conteúdos e práticas mínimos a serem explorados nessa faixa etária, conforme

Resolução CE 13 no1, de abril de1999. De acordo com esse documento, a

tarefa do professor é fornecer às crianças experiências que possam levar a

formas desejáveis de aprendizado (tanto cognitiva como social), oferecer uma

variedade de atividades lúdicas e ajudar as crianças a explorá-Ias ao máximo.

É importante também que o professor encoraje as crianças a verbalizarem o

que estão fazendo, ou seja: descrever suas ações, dizer por que estão sendo

feitas e oferecer sugestões sobre os resultados decorrentes de tais ações.

Assim, as crianças são auxiliadas a desenvolver habilidades lingüísticas e

cognitivas e a ganhar confiança em sua própria habilidade de utilizar estruturas

vocabulares apropriadas, ao mesmo tempo em que ampliam seu conhecimento

e o modo como se comportam para lidar com esse mundo.

Para que o professor utilize as brincadeiras no âmbito do espaço

escolar com devida seriedade importante que ele reflita sobre a prática. Deve

saber relacionar o processo de desenvolvimento infantil ao surgimento das

brincadeiras, considerando que o brincar vai além das questões estritamente

cognitivas, sendo, culturalmente, uma atividade humana.

Observa-se, porém, que existe um despreparo dos profissionais

de Educação Infantil e Ensino fundamental (até a 4-a série), no que diz respeito

a lidar adequadamente com o "brincar infantil" no âmbito escolar.

São vários os tipos de brinquedos e brincadeiras e o

conhecimento sobre esse acervo permite que o professor ofereça um ambiente

rico de experiências lúdicas.

Page 78: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

78

3.4 Brinquedos Educativos:

O brinquedo educativo, por exemplo, é um recurso que ensina,desenvolve e

educa de forma prazerosa. Materializa-se no quebra-cabeça destinado a

ensinar formas e cores, nos brinquedos de tabuleiro que exigem a

compreensão do número e das operações matemáticas, nos brinquedos de

encaixe, que trabalham noções de seqüência, de tamanho e de forma, nos

múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu um olhar para o

desenvolvimento infantil e a materialização da função psicopedagógica:

móbiles destinados à percepção visual, sonora ou motora, carrinhos munidos

de pinos que se encaixam para desenvolver a coordenação motora e etc.

Ao assumir a função lúdica, o brinquedo propicia diversão, prazer

e até desprazer, quando escolhido voluntariamente na função educativa, o'

'brinquedo ensina qualquer coisa que compete o indivíduo em seu saber, seus

conhecimentos e sua apreensão do mundo.

“De acordo com Kishimoto: Os brinquedos, os

jogos e materiais pedagógicos não são objetos que

trazem em seu bojo um saber pronto e acabado. Mas

num saber em potencial que pode ou não ser ativado

pelo aluno: o material pedagógico não deve ser visto

como um objeto estático, sempre igual para todos os

sujeitos, sim é dinâmico e se altera em função da

cadeia simbólica e imaginaria da criança. O material

pedagógico-traz em seu bojo um potencial

relacionamento, que pode ou não desencadear

relações entre pessoas, por fim os materiais

pedagógicos trazem em seu bojo uma historicidade

própria. Além da história do professor e do aluno,

Page 79: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

79

apresentam também a, historicidade da cultura de

uma dada época”. (KISHIMOTO ,1999, P.128).

3.5 Brincadeiras Tradicionais:

Por ser um elemento folclórico, a brincadeira tradicional infantil assume

características de anonimato, tradicional idade, transmissão oral, conservação,

mudança e universalidade. Não se conhece a origem da amarelinha, do pião,

das parlendas. Tais brincadeiras foram transmitidas de geração em geração

através de conhecimentos empíricos e permanecem na memória infantil.

Muitas brincadeiras preservam sua estrutura inicial, outras se modificaram,

recebendo novos conteúdos. A força de tais brincadeiras explica-se pelo poder

da expressão oral. Enquanto manifestação livre e espontânea da cultura

popular, a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil,

desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de brincar. Por

pertencer à categoria de experiências transmitidas espontaneamente conforme

motivações internas da criança, a brincadeira infantil garante a presença do

lúdico, da situação imaginária.

3.6 Brincadeiras de Faz-de-Conta:

A importância dessa modalidade de brincadeira justifica-se pela aquisição do

símbolo. É alterado o significado de objetos, de situações, é criando novos

significados que se desenvolve a função simbólica, o elemento que garante a

racionalidade ao ser humano.

Page 80: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

80

“Quando vemos uma criança brincando de faz-de-

conta, sentimo-nos atraídos pelas representações que ela

desenvolve. A primeira impressão que nos causa é a de

que as cenas se desenrolam de maneira a não deixar

dúvida do significado que os objetos assumem dentro de

um contexto. Assim os papeis são desempenados com

clareza: a menina toma-se mãe, tia, irmã, professora: o

menino toma-se pai, índio, policial ou ladrão”.

(RIZZO ,1996, P.57).

Ao brincar de faz-de-conta a criança está aprendendo a criar

símbolos, o objeto adquire a função de signo com características e, histórias

próprias-que ligam ao sabor das necessidades e desejos das crianças. Para

Vygotsky (1988), ocorre. Um movimento no campo do significado sobre o

objeto e sobre a ação/situação observada, a partir do aparecimento da

brincadeira, introduz o pensamento infantil, num mundo absolutamente novo,

independente das restrições situacionais próprias das crianças. Livres, o

pensamento pode imaginar criar, inventar e representar. Enfim, toma-se

instrumento para acompreensão e transformação do mundo objetivo.

De “acordo com Kishimoto (1999, p.61) somente brincando é que ela vai

começar a percebe’” o objeto, não da maneira que ele é, mas como desejaria

que fosse. Na aprendizagem formal isso não é possível, mas no brinquedo isso

acontece, por que é onde os objetos perdem sua força deterninadora. A

criança não vê o objeto como ele é, mas lhe confere um novo significado.

(Kishimoto, 1999, p.61). É através dessa brincadeira e por causa de seu

caráter sócio-cultural, as crianças podem recriar situações cotidianas,

explicitando o conhecimento social que tem sobre objetos, sobre convenções

sociais. Podem, pois, experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando

suas concepções sobre as coisas e as pessoas através do desempenho dos

vários papéis sociais ou personagens tendo oportunidade de vivenciar

Page 81: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

81

concretamente a elaboração e negociação de regras de convivência, assim

como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos,

das emoções e das construções humanas.

3.7 Jogos de Construção

Os jogos de construção são considerados de grande importância

por enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver

habilidades nas crianças. Construindo, transformando e destruindo, a criança

expressa seu imaginário, seus problemas permite aos terapeutas o diagnóstico

de dificuldades de adaptação bem como a educadores o estímulo da

imaginação infantil e o desenvolvimento afetivo e intelectual. Dessa forma,

quando está construindo, a criança está expressando suas representações

mentais, além de manipular objetos.

O jogo de construção tem uma estreita relação com o faz-de-

conta. Brincar com materiais de construção permite uma exploração mais

aprofundada das propriedades e características associativas dos objetos assim

como de seus usos sociais e simbólicos. Não se trata de manipular livremente

tijolinhos de construção, mas de construir casas, móveis ou cenários para as

brincadeiras simbólicas.

As construções se transformam em temas de brincadeiras e

evoluem com complexidade de acordo com o desenvolvimento da criança.

3.8 Jogos de Computador

Os jogos de computador podem ajudar a desenvolver certas

habilidades de pensamento, aguçar os reflexos e ajudar no controle de

impulsos. Podem também, incentivar a autoconfiança, e a auto-estima da

Page 82: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

82

criança e induzir uma atitude positiva perante o aprendizado mais formal por

computador.

Na tecnologia da computação há uma infinidade de programas e

jogos educativos. Sem dúvida, as crianças da geração da informática serão

beneficiadas, porque, desde cedo, encontram-se mergulhadas no mundo dos

símbolos e dos códigos, manipulam seus brinquedos e aparelhos eletrônicos

com maior facilidade e destreza.

Page 83: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

83

Conclusão

Nesse trabalho foi possível verificar que brincar constitui paras a

criança, uma necessidade fundamental no seu desenvolvimento.

O ato de brincar deve ser levado a sério e não somente para preencher

só as horas de lazer da criança, ma também precisa ser mais bem

compreendido pelos educadores e pais.

No caso das crianças com deficiência deve-se evitar a preocupação

demasiada em relação ás limitações dessa criança, ou seja, não pensar nessa

criança como incapaz e sim observar o que ela pode fazer quais as sua

habilidades.

As adaptações como às atividades lúdicas na prática educativa na sala

de aula têm sido marcadas por uma serie de equívocos. Um deles é o fato de

alguns pais educadores pensarem no ato de brincar como uma atividade sem

significação e outro equívoco ocorre quando o educador se torna um mero

expectador, deixando de assumir o verdadeiro papel de educador e mediador

da construção do conhecimento de seus alunos, agindo como se o processo de

aprendizagem não exigisse trabalho de dedicação, intervenção e

principalmente participação.

Com esse trabalho foi possível mostrar a importância da brincadeira e

sua relação com o desenvolvimento das crianças ditas como normais se

desenvolvem cognitivamente, emocionalmente e socialmente.

É importante ressaltar que a importância do brinquedo na educação se

dá pelo uso que a criança faz dele. Sua função educativa varia de acordo com

os suportes materiais que estão ao alcance da criança.

“O que a criança realiza é uma prática educativa que recusa o universo

de coisas prontas e a elas confere novo significado.” (Ferreira, 1992)

Acredito que deveríamos reconstruir a escola de nosso tempo,

possibilitando uma reflexão permanente por parte de seus educadores acerca

das inúmeras práticas pedagógicas em sala de aula e em todo o processo

Page 84: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

84

educativo, no âmbito escolar; logo, a finalidade principal das séries iniciais será

sempre a de criar condições satisfatório ás crianças, oferecendo-lhes um bem

estar físico.

Page 85: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

85

INDICE

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - EDUCAÇÃO INCLUSIVA

CAPÍTULO II - O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

CAPÍTULO lll - O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA

CRIANÇA

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

ÍNDICE FOLHA DE ROSTO

Page 86: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

86

BIBLIOGRAFIA

ADOLESCENTE P; LEIS NÚMEROS 8.069, DE 13 DE JUNHO DE 1990, PG.7

ARTIGO 15 E 16 INCISOS, I, IV, VI.

AMORIM, MARÍLIA. Atirei o Pau no Gato. São Paulo: Brasiliense, 1986.

ÁRIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. 2 ed. Rio de

Janeiro: Guanabara KOOGAN, 1981.

.___ Uma nova metodologia da educação pré-escolar. São Paulo: Pioneira,

1979.

ASSIS, ORLY ZUCATTO MANTOVANI DE. Uma nova metodologia da

educação pré-escolar, D. w. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago,

1975.

.___ Uma nova metodologia da educação pré-escolar. São Paulo: Pioneira,

1979.

ANGHER, Anne Joyce (Coord.). Código penal, código de processo penal,

Constituição Federal. 4. ed. São Paulo: Rideel, 2004.

ARRUDA, Maria Lucia Aranha. História da Educação. 2 ed. São

Paulo:Moderna, 1997. De Janeiro: Bertrand Brasil, 2000 p.69.

BARBOSA, Maria Carmem Silva. Por amor e por força: rotinas na educação

infantil. Porto alegre: Artmed, 2006.

Page 87: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

87

BEATRIZ, Alice B e BASTO, Izique. A construção da pessoa em Wallon e a

constituição do sujeito em Lacan. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

BETTELHEIM, Bruno. Uma vida para o seu filho. São Paulo: Campos, 1997.

BROUGERE, Gilhes. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 1995.

CABRAL, A e OITICICA, C.M. Jean Piaget. A formação do símbolo na

criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1971.

Cunha, N.H.D. Brinquedo, desafio e descoberta: Subsídios para a

utilização e confecção de brinquedos. Rio de Janeiro FAE, 1988.

CASTRO Amélia Domingues: Piaget e a pré-escola. 3 ed. São Paulo:

Pioneira, 1986.

DOHME, Vânia. Atividades lúdicas na educação: O caminho de tijolos

amarelos do aprendizado. Petrópolis, Vozes, 2003.

FERREIRA, Izabel Neves. Caminhos do aprender. Uma alternativa

educacional para a criança portadora de deficiência mental. Rio de Janeiro:

I.N. Ferreira, 1998.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: sabres necessários á prática

educativa. 15ª Ed., São Paulo: Paz e Terra, 2000.

Page 88: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

88

Fonodiologia e Terapia Ocupacional em Pediatria. 2 ed.São Paulo: Savier,

1999.

GADOTT, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo: Ática.

1997.

GALVÃO, ISABEL. Henrique Wallon: Uma concepção dialética do

desenvolvimento infantil. Petrópolis, RJ: vozes 2005.

GOLDSCHMIDT, e JACKSON, Educação de zero a3 anos: o atendimento

em creche. Reempreensão. 2° ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.

GLAT, Rosana. A integração social dos portadores de deficiência: uma

reflexão. Rio de Janeiro: Sette JE letras1, 995.

HENRIQUE, Wallon. Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil.

Isabel Galvão, Petrópolis, VOZES 2005.

JOBIM, e SOUZA, Solange& KRAMER. Educação e Tutela. A Criança de

zero a seis anos. São Paulo, Loyola, 1998.

KISHIMOTO, Tizuco M. (org.) Jogo, brinquedo, brincadeira, e a educação.

São Paulo: Cortez, 1999.

____ Jogos Infantis: O jogo, a Criança e a educação. Petrópolis, RJ: Vozes,

1993.

Page 89: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

89

KRAMER, SÔNIA (ORG). Educação infantil em curso. São Paulo: Ática,

1997.

LANTER, Ana Paula Santos Lima. O Profissional de Educação Infantil e as

políticas Públicas: O projeto de Formação em Serviço da Secretaria

Municipal de Educação do Rio de Janeiro. Tese de Mestrado/ Universidade

do Estado Rio de Janeiro, Março de 1999.

LONTIEV, A. Vygotsky, L. E LURIA, A. Linguagem, Desenvolvimento

Aprendizagem. São Paulo: Ícone, 1988.

MANTOAM, Maria Tereza Egler. Compreendendo a Deficiência Mental:

novos Caminhos Educacionais. São Paulo: Scipione, 1989.

MORAIS, Lídia M. Sodré de. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO

ADOLESCENTE; LEIS NUMEROS 8.069, DE 13 DE JUNHO DE 1990, PG.7

ARTIGO 15 E 16 INCISOS, I, IV, VI.

PAPERT, S LOGO: Computadores e Educação. São Paulo: Brasiliense, 1988

REFERENCAL CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO INFANTIL: Conhecimento

de um Mundo. Brasília: 1998. ,

RIZZO, Gilda. Creche: Organização, Currículo, Montagem e

Funcionamento. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2000.

Page 90: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

90

SANTIN, S. Da alegria do lúdico à opressão do rendimento. Porto Alegre,

1994.

____Jogos, Inteligência e Construção do Raciocínio na Escola Natural.

Rio de Janeiro, 1996.

Souza, Paulo Nathanael Pereira; EurideS Brito da. Como Entender e Aplicar

a nova LDB: LEI 9.394/96. São Paulo: Pioneira, 1979.

TAILIEE, Y, Kohl de Oliveira M. & DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon:

Teoria psicogenética em discussão. São Paulo: Summus, 1992.

VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins fontes,

1989.

WINNICOT AMORIM, MARÍLIA. Atirei o pau no gato. São Paulo: Brasiliense,

1986.

WINNICOTT, D.W. Acriança e seu número. RIO DE JANEIRO: Zahar, 1975.

CASTRO, Amélia Domingues: Piaget e a pré-escola. 3 ed. São Paulo:

Pioneira, 1986.

CUNHA, N.H.D. Brinquedo, desafio e descoberta: Subsídios para a

utilização e confecção de brinquedos. Rio de Janeiro FAE, 1988.

Page 91: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

91

CUNHA, S. R. V. Pintando, bordando, rasgando, desenhando e melecando

na educação infantil. Porto Alegre: Mediação, 2002.

GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade

deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.

HUIZINGA, J. Homo Luduns -1938. Tradução de J. P. Monteiro. São Paulo:

Perspectiva, 1971

KAMLL, Constance. Educação construtivista: uma orientação para o

século 21. Trad. Zaíra Freitas Guimarães, 1982. Mimeo.

KUDO, Aide Mitiee PERRE, Samira Álvares de Fisioterapeuta, Fonodiologia

e Terapia Ocupacional em Pediatria. 2 ed.São Paulo: Savier, 1999.

MANTOAM, Maria Tereza Egler. Compreendendo a deficiência mental:

novos caminhos educacionais. São Paulo: Scipione, 1989.

ANGHER, Anne Joyce (Coord.). Código penal, código de processo penal,

Constituição Federal. 4. ed. São Paulo: Rideel, 2004.

BETTELHEIN, Bruno. Uma vida para seu filho: Pais bons o bastante. Rio de

Janeiro: Campus, 1988.

CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summes, 1987.

Page 92: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

92

DOHME, Vânia. Atividades lúdicas na educação: O caminho de tijolos

amarelos do aprendizado. Petrópolis, Vozes, 2003.

FERREIRA, Maria Elisa Caputo; GUIMARÃES, Marey. Educação Inclusiva.

Rio de Janeiro: OP&A, 2003.

FEREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua

Portuguesa. Rio de Janeiro, 1975.

FONTANA, R; CRUZ, M. N. Psicologia e trabalho pedagógico. São Paulo:

Atual, 1997.

Fonoaudióloga e Terapia Ocupacional em Pediatria. 2a ed. SãoPaulo:

Savier, 1999.

GLAT, Rosana. A integração social dos portadores de deficiência: uma

reflexão. Rio de Janeiro: Sette JE letras1,995.

GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade

deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.

.

HUIZINGA, J. Homo Luduns -1938. Tradução de J. P. Monteiro. São Paulo:

Perspectiva, 1971.

KISHIMOTO, Tisuko. O brincar e suas teorias. São Paulo: Pioneira, 1998.

Aide Mitie e PIERRE, Samira Álvares de. Fisioterapia,

Page 93: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

93

KISHIMOTO, Tisuko. M. (ORG). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação.

SÃO PAULO, Cortez, 1999.

MANTOAN, Maria Tereza Egler. Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como

fazer? São Paulo: Moderna, 2003.

MARCHESI, Á.; MARTIN, E da terminologia do distúrbio às Necessidades.

Especiais. In: COLL, C. PALACIOS, J. MARCHESI, A. (Org.)

Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre: Artes Médicas,

1995.

PÁTIO, Porto Alegre: Artmed, n 5, dez. 2003/mar. 2004.

PIAGET, VYGOTSKY, WALLON. Teoria psicogenética em discussão.

Taillee, y, Kohl de Oliveira, M. & Dantas. H. São Paulo: ed. Summuf, 1992.

SANTIN, S. Da alegria do lúdico à opressão do rendimento. Porto Alegre,

1994.

UNESCO. Organização das Nações Unidas. Declaração de Salamanca

linha de ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Tradução Edílson

Alckmin da Cunha. 2. ed. Brasília: COROE 1997.

Page 94: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · da vida não se desviará dele”. 5 ... em várias concepções teóricas entre as quais, ... Paulo freire marcou uma ruptura

94

WEBGRAFIA

MARTINS, Marilena Flores. O Homem Lúdico (2004). Disponível em:

HTTP: // WWW.ipa-br org.br. Acesso em: 19-11-2005, às 20h e 51 min.