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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
RH ESTRATÉGICO NAS ORGANIZAÇÕES
Por: Tatiana Ferreira de Souza Arruda
Orientador
Prof. Paulo José
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
RH ESTRATÉGICO NAS ORGANIZAÇÕES
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Recursos
Humanos
Por: Tatiana Ferreira de Souza Arruda
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AGRADECIMENTOS
Ao meu irmão que foi o mentor desse
estudo, pois me ajudou
financeiramente, agradeço também a
minha mãe pelo apoio e ao meu
marido por ter paciência e me apoiar a
não desistir, quando há obstáculos.
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DEDICATÓRIA
Dedico essa obra as empresas que
tentam de alguma forma implantar um
recursos humanos estratégico e com o
mercado em ebolição encontra dificuldade
pelos constantes desafios que se
apresenta a todo instante.
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RESUMO
O presente estudo tem como objetivo de esclarecer que as empresas que
estão com a área de RH nível estratégico, valorizam o capital humano e obtêm
resultados extraordinários, conforme vem sendo amplamente divulgados. O
capital humano é o recurso mais importante das organizações. Mas há, ainda,
muita dificuldade a ser vencida, para otimizá-lo de forma competente. Para um
RH verdadeiramente estratégico deve ter assento na diretoria e participação
nas decisões, é difícil somente o seu início. O RH precisa participar das
decisões da empresa, desde o planejamento estratégico, para obter,
juntamente com as outras áreas da empresa, a indispensável vantagem
competitiva. O RH hoje precisa ter ênfase nos objetivos e resultados da
empresa; gerenciar vários processos relacionados à gestão das pessoas. Os
profissionais dessa área só conseguirão ser co-autores das estratégias
corporativas quando tiverem domínio dos diferentes negócios da empresa,
visão estratégica, mente empreendedora e clara percepção das competências
essenciais que fazem essa empresa ter lucro e prejuízo. Com RH estratégico e
com profissionais de qualidade, o setor terá sucesso na gestão de pessoas. O
primeiro capítulo conta o início do planejamento do RH e os tipos de gestão. O
segundo capítulo especifica do papel estratégico do RH. E o terceiro capítulo
mostra as dificuldades e impactos nas empresas e desafios e soluções para o
RH.
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METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica foi fundamentada em livros e Internet, tipo
dissertativo possibilitando pessoas leigas no assunto, o fácil entendimento.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I -
Planejamento do RH – O Início 11
1.1 Conceito 12
1.2 Planejamento Operacional 13
1.3 Administração do RH 14
1.4 Abordagem Administrativa 15
1.5 Gestão Estratégica 16
CAPÍTULO II -
O Papel Estratégico do RH 19
2.1 Importância do RH 19
2.2 Objetivos da Gestão de Pessoas 21
2.3 Competência Requerida do Gestor 23
2.4 Tendências na Administração do RH 25
CAPÍTULO III –
As Dificuldades e Impactos nas Empresas e Desafios e Soluções para o RH 27
3.1 As Dificuldades das Empresas 27
3.2 Impactos nas Empresas 29
3.3 Desafios e Apontar os Caminhos e Soluções para o RH 31
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 36
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INTRODUÇÃO
O TCC – Trabalho de Conclusão de Curso, que ora apresentamos, foi
desenvolvido em conformidade com a linha de pesquisa “A importância da
gestão estratégica”, da Universidade Candido Mendes Instituto a Vez do
Mestre no curso de Gestão de RH tendo como título: A Gestão Estratégica dos
Recursos Humanos nas Organizações.
A escolha do tema Recursos Humanos Estratégico, justifica-se com a
tecnologia em alta e a economia aquecida é necessário administrar margens
de lucro menores em operações mais eficientes e enxutas. Por isso se destaca
o talento individual que começa a ter mais valor. Entretanto o RH passa a ser
mais exigente com o perfil do profissional levando em consideração a
importância das pessoas no futuro de uma organização.
O que é preciso para o profissional do RH desenvolva suas
competências e implementar práticas inovadoras? Ser um agente de
mudanças e estar apto a ser um estrategista. Esses e outros questionamentos
serão tratados nessa pesquisa a fim de ajudar as empresas a implementarem
um RH estratégico na sua organização. Nas reuniões decisivas o
representante do RH deveria estar presente, pensando na vantagem
competitiva. As tarefas operacionais pode se tornar um impedimento de
participar de tomada de decisão. Uma das melhores medidas, seria
sistematizar as operações mecânicas ou ainda analisar quais poderiam ser
eliminadas. Isso permite delegar atividade da melhor maneira para focar no
principal objetivo do profissional: Contratar bem.
A relevância do plano estratégico é saber contratar bem os profissionais
que irão atuar na empresa para que se possa atingir aos objetivos. O plano
estratégico será o ponto inicial não só para as políticas e os procedimentos de
RH e para formação de equipe, mas também para a condução e
aperfeiçoamento das organizações formais que compreendem em três níveis:
O institucional em que são decididas as estratégias e o rumo que deve seguir a
organização, o gerencial, administrativo ou intermediário, em que são
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preparados e executados os planos operacionais, e o operacional ou técnico,
no qual são executadas as atividades. O plano estratégico dos Recursos Humanos deve ser alinhado com o
plano estratégico da organização. O RH precisa ter ênfase nos objetivos e nos
resultados da empresa, para gerenciar com competência, os vários processos
relacionados com gestão de pessoas. Para ser considerado um RH estratégico
é necessário atender a organização referente a necessidade de competência,
avaliar a eficiência e a eficácia do RH, analisar se o treinamento atende as
necessidade da organização se os procedimentos do Treinamento são
elevados de acordo com a boa técnica, se os resultados foram alcançados,
participar da tomada de decisão, onde o capital humano passa ser um
diferencial e uma vantagem competitiva da organização. Um dos maiores
desafios para o RH é capacitar os gestores e a grande mudança é na cultura
organizacional no setor de RH que atuará com a implementação da norma ISO
10015, onde haverá resistência pois forçarão aos profissionais saírem do
comodismo. No entanto será compensado em termos de retorno de
investimento, da melhoria da competência e da satisfação do pessoal.
A ISO 10015 consiste em demonstrar através de gráfico e de diretrizes,
como participar do board para planejar suas estratégias e melhorar
continuamente seus resultados.
A alta cúpula de gestores inclusive RH devem fazer levantamento de
necessidades e melhoria e definição das necessidades de treinamento isso é
uma alavanca para o RH estratégico, no sentido que as necessidades de
melhorias devem ser separadas das necessidades à competência, das
necessidades da organização. Essas outras necessidades tem haver com
novos equipamentos, melhor sistema de manutenção, investimento em novos
produtos e serviços e de muitas outras melhorias. Melhorar o processo de
seleção, o plano de carreira, plano de remuneração, estrutura e o clima
organizacional, podem ser ações mais eficazes do que o treinamento para
atrair, manter e desenvolver pessoas. Outra solução é tercerização para
contratação de empresa ou profissional devidamente qualificado.
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O primeiro ciclo da definição de necessidades de treinamento é
estratégia pois assegura a orientação para satisfazer as necessidades da
organização.
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CAPÍTULO I
PLANEJAMENTO DOS RECURSOS HUMANOS
O INÍCIO
Cronologicamente, as atividades de recursos humanos começam com a
formação da equipe. O objetivo é ter as pessoas certas nos lugares certos. É
importante que as pessoas “se encaixem” muito bem nas posições disponíveis
na empresa e tenham condições de contribuir para os resultados previstos nos
planos estratégicos da organização (Lacombe, 2005).
Tudo se inicia no planejamento da equipe, que se baseia no plano
estratégico da empresa. Os planos da empresa mudam e com isso as suas
necessidades de pessoal. As pessoas também mudam. Em conseqüência, é
preciso estar constantemente avaliando o pessoal e renovando-o, sem
mencionar o seu aperfeiçoamento, sua condução e a criação de um ambiente
propício à atração de bons colaboradores.
O planejamento dos recursos humanos tem de ser elaborado como
parte do planejamento estratégico da empresa. Do contrário, muitos recursos
serão desperdiçados: um mau recrutamento e seleção, serão realizados
treinamentos inúteis e falta de motivação e até fuga de talentos.
O plano estratégico irá indicar quais pessoas necessárias, suas
qualificações e o que elas precisam fazer para atingir os objetivos previstos no
plano. O plano estratégico será o ponto de partida não só para as políticas e os
procedimentos de recursos humanos e para a formação de equipe. As
organizações formais de maior porte compreendem três grandes níveis: o
institucional em que são decididas as estratégicas e o rumo que deve seguir a
organização; o gerencial, administrativo ou intermediário, em que são
preparados e executadas os planos operacionais; e o operacional, ou técnico,
no qual são executadas as atividades (Lacombe, 2005).
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1.1Conceito
O planejamento estratégico refere-se ao planejamento sistêmico das
metas de longo prazo e dos meios disponíveis para alcançá-las, ou seja, aos
elementos estruturais mais importantes da empresa e à sua área de atuação,
considerando não só os aspectos internos, mas também e principalmente o
ambiente externo no qual ela está inserida. O planejamento estratégico deve
definir os rumos do negócio. Seu propósito geral é influenciar os ambientes
interno e externo, a fim de assegurar o desenvolvimento ótimo de longo prazo
da empresa de acordo com um cenário aprovado. (Lacombe,2005)
O planejamento estratégico se inicia com o diagnóstico da organização,
seus pontos fortes e fraco e das ameaças e oportunidade existentes. Ele é
efetuado pelos dirigentes de mais alto nível da empresa, pois tem uma visão
holística da empresa e têm melhores condições para ficar atento ao que ocorre
no ambiente externo. Depois de reconhecer seus problemas começaremos no
topo da hierarquia. Em qualquer plano empresarial, é preciso haver sintonia
com a realidade.
Nem todo planejamento de longo prazo é estratégico. É necessário que
após um bom diagnóstico, seja definido o cenário que se deseja alcançar em
determinado prazo, bem como a estratégica para visualizá-lo. Cenário é a
previsão da situação geral dos ambientes externos e interno de uma empresa
para determinada época futura, feita, em geral, com a finalidade de se formular
um planejamento estratégico. A estratégia se define os rumos e as decisões
que determinam a natureza da organização.
O cenário traçado deve ser abrangente, incluindo todos os produtos, as
áreas geográficas e as funções da empresa, bem como a forma desejada de
relacionamento com os clientes, os forncedores, os empregados e os
acionistas. O cenário inclui também uma descrição do ambiente externo. Ele
indica aonde se quer chegar.
Uma das formas utilizadas para elaborar o cenário é pedir a cada
executivo de alto nível que faça sua versão do que consideraria o cenário ideal.
Essas versões são progressivamente consolidadas para formarem o cenário
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desejado pela equipe. A decisão sobre a forma final do documento cabe ao
principal executivo da empresa ou ao conselho de administração.
Aprovado o cenário, monta-se a estratégia, que deve visar, acima de
tudo, ao que deve ser feito para se atingir o cenário desejado. Deve-se definir
as ações certas para se chegar aonde se deseja, até mesmo, se necessário,as
ações sobre o ambiente externo com a finalidade de modificá-lo. O
planejamento estratégico deve ser de natureza indicativa, sem os detalhes que
caracterizam os planejamentos operacionais. O cenário deve sempre ser
revisto pois o planejamento não é estático. O planejamento estratégico deve
ser colocado em prática por meio do seu desdobramento em planejamentos
operacionais, de responsabilidade dos dirigentes de cada área e cada órgão
da empresa, sendo o planejamento de recursos humanos um desses
desdobramentos.
O conceito de planejamento estratégico está intimamente vinculado ao
de eficácia, isto é, fazer aquilo que precisa ser feito para atingir resultados que
sejam válidos para a organização. Para isso, um dos aspectos relevantes é o
aproveitamento das oportunidades.
1.2 Planejamento Operacional
O planejamento operacional é uma função gerencial, de acordo com a
concepção de Fayol, e as principais decisões a seu respeito são inerentes à
atividade de administrar de cada um dos chefes das unidades organizacionais.
Trata-se de um planejamento anual, bienal, ou com um horizonte de doze
meses adiante, com detalhamento semanal, mensal ou trimestral. Ele
especifica, com precisão praticável, quais recursos devem estar disponíveis
para cada produto e serviço específico e fornece cronogramas geralmente
precisos para seu uso. Os diversos planejamentos operacionais devem estar
coerentes entre si e com o planejamento estratégico da empresa. No
planejamento está intimamente vinculado. A eficiência consiste em fazer bem-
feito, no sentido mais amplo, aquilo que está sendo feito, considerando todos
os aspectos e tendências. Consiste ainda em usar os recursos disponíveis da
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melhor forma possível e em resolver os problemas, mas sem considerar-se o
que está sendo feito é o que deveria ser feito.
1.3 Administração do RH
De acordo com Vergara administração dos recursos humanos tem por princípio
aumentar a produtividade e favorecer a busca pela vantagem competitiva da
empresa. As expectativas desses tipos de abordagens fornecerá à empresa
funcionários estáveis, satisfeito, motivados e produtivos. Pesquisas no campo
da psicologia organizacional nos mostra como o sistema de RH podem
provocar e reforçar nas pessoas uma série de comportamentos, tais como:
criatividade, inovação, orientação ao longo prazo, cooperação, confiança,
capacidade de assumir riscos e tolerância com relação à ambigüidade.
Administração dos Recursos Humanos é constituída de um conjunto
articulado de atividades, supondo que os resultados desejados pela
organização podem ser obtido por meio de uma ação voluntária e programada
em termos das funções de atrair, selecionar, reter, incentivar, treinar, avaliar e
remunerar pessoas.
A gestão que trabalha com pessoa, constitui o princípio essencial
contextos e situações que levam as empresas a posicionar de forma
competitiva, cooperativa e diferenciada com clientes, outras organizações e
ambiente de negócios. As vantagens competitivas tornam-se pessoas com
valor, sua raridade, suas inimitáveis e insubstituíveis, ou seja, por combinarem
emoção com razão, subjetividade com objetividade, quando concedem
situações, desempenham tarefas, interagem e decidem. Por isso a gestão
com pessoas torna-se atividade essencial para sobrevivência e o sucesso das
organizações, onde enfrentam cenários mais competitivos e turbulentos.
Administração de recursos humanos se inicia na década de 70 como campo
teórico e prática social. Funda-se nas tradições da psicologia industrial, das
teorias organizacionais da abordagem sócio-técnica, da dinâmica de grupos,
entre outros. Se mantém dos modelos teóricos do behaviorismo organizacional
anglo-saxão e da psicologia comportamentalista americana com expectativa de
encontrar formas de administrar o capital humano nas empresas, visando a
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valorização dos benefícios econômicos advindo do alinhamento entre o
potencial dos empregados e os objetivos empresarias. (VERGARA, 2010)
Segundo Andrade (2008), o planejamento estratégico é uma poderosa
ferramenta para a construção e para a consolidação da imagem da empresa,
pois compreende desde a avaliação do mercado e da concorrência até a
definição de estratégias que combinem diferentes meios de comunicação
interna e externa. É através de planejamento que se pode estabelecer uma
comunicação integrada.
1.4 Abordagens Administrativa de RH
Abordagem estratégica ARH - A divergência de outros campos com a ARH
por explicar e facilitar a influência da gestão sobre os comportamentos das
pessoas, a fim de resultar em um funcionamento eficaz e eficiente da
organização (BRADET,1993).
ARH a cada nova denominação se ajusta uma certa evolução, mas
também a consolidação de um processo de legitimação. Os primeiros
escritórios ou serviços de pessoal apareceram na segunda metade do séc. XIX
Primeiramente nos bancos e mais tarde na indústria. Logo após 1947
Igalens(1999) constata uma generalização da função de pessoal como um
prolongamento dos trabalhos realizados a partir de 1927 nos EUA por Elton
Mayo e seus colaboradores.
Entre a década de 60 e 70 é marcado pelo desenvolvimento das
técnicas, como a descrição e análise de cargos, enriquecimento das tarefas e
a gestão participativa por objetivos. Contudo é a partir da década 70 que ARH
deixa de considerar pessoas unicamente como fatores de custo para vê-las
com recurso às disposição da empresa.
Abordagem Funcionalista da ARH - Para Silvya Vergara (2010), a
abordagem funcionalista sintetiza todo o desenvolvimento do campo teórico
em ARH que, historicamente, construiu-se em torno de técnicas,
procedimentos e ferramentas. A ARH tem por princípio aumentar a
produtividade e favorecer a busca pela vantagem competitiva da empresa. As
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expectativas são as de que a supremacia desse tipo de abordagem fornecerá
à empresa funcionários estáveis,satisfeitos, motivados e produtivos. Nessa
perspectiva ARH tem adotado um tipo de intervenção baseada em tarefas
funcionais de treinamento, seleção, remuneração e avaliação nos objetivos de
análise do ambiente, planejamento das necessidades dos recursos humanos,
avaliação do comportamento, melhoria das condições de trabalho e
estabelecimento e manutenção de relações de trabalho.
Abordagem Política da ARH - A abordagem política considera as zonas de
convergência entre indivíduo e organização e suas dimensões políticas, como
também as divergências entre entre os interesses das pessoas. Ela considera
as questões sociais, organizacionais e individuais como potencialmente
conflituosas, devendo a ARH arbitrar e integrar os interesses desses níveis
diferentes. Porisso é conhecida como modelo da arbitragem administrativo,
onde ação gerencial é prioritariamente,de arbitragem racional e ética entre a
ARH e as pessoas, por intermédio de decisões relacionadas à partilha de
poder e ao design organizacional. De um modo em geral a abordagem política
tende a considerar as diversas formas pelas quais táticas e políticas de
influência afetam os processos de seleção,os de avaliação e o sucesso da
carreira profissional.
1.5 Gestão Estratégica
O Brasil se mostra com forte expectativa de crescimento, impulsionado
pela necessidade de infraestrutura e pela iminência dos grandes eventos
esportivos. O salário mínimo subirá 14% e o enriquecimento da população
tende aumentar o consumo e a produção. Dessa forma as empresas
contratarão mais gente, que enriquecerá e comprará mais.
Nessa perspectiva o RH precisa se estrutura para essa mudanças,
através do planejamento estratégico, desenhando assim o futuro da empresa.
Reforce a cultura corporativa – A pressão por resultados rápidos
aumenta o risco para os negócios e dificulta a sustentação da empresa.
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Onde os presidentes das corporações ficam em média 9 anos na
empresa, hoje fica apenas 3 anos. Num mundo cada vez mais
globalizado, complexo e imprevisíveis, aumenta as incertezas dos
acionistas exigindo resultado rápido. Para sobreviver a esse cenário é
preciso fortalecer a cultura corporativa. A cultura é a forma de a
empresa pensar, atribuir um sentido maior e mais nobre ao seu trabalho
além do apenas cumprir prazos. Organizações com culturas fortes têm
colaborador mais engajados e com isso promovem a empresa a amigos
e familiares, criando mentalmente um equilíbrio entre trabalho e vida
pessoal.
Antecipe a visibilidade como empregador – Atrair e reter as pessoas
por meio de um pacote de ganhos não funciona mais, principalmente
porque o salário e benefícios são facilmente copiados pelo concorrente.
A estratégia é comunicar para o mercado o que a empresa tem de
melhor, aumentando a visibilidade como empregador. O objetivo não é
ser forte em tudo e mas se diferenciar onde é mais relevante. O RH
pode investir na imagem da empresa, seja qual for o negócio, e
aumentar sua visibilidade como empregador, sem mascarar a realidade.
O primeiro passo é definir sua proposta de valor e em seguida
comunicar ao mercado.
De autonomia nas pontas - Se temos cabeças pensantes a empresa
ganha na agilidade, fortalece a formação das pessoas e cria um
sentimento de “dono” do negócio. Para criar esse sentimento temos que
dar autonomia nas pontas. Isso nos trás a rapidez que a corporação
precisa nas tomadas de decisão, fortalecerá o modelo de resultado nas
unidades de negócio e de sobra ajudará na formação de novos líderes.
Para promover esse dinamismo, porém, é fundamental que a empresa
crie um ambiente de liberdade. Só assim as pessoas podem sentir que
podem, sem julgamento, colocar suas idéias em prática.
Forme líderes modernos – Atualmente existe uma escasses de líderes,
há um apagão de gestores com competência necessária para tocar os
negócios hoje e mais ainda, no futuro. A tendência é termos a liderença
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é criar um sistema interno de identificação e treinamento de potência de
líderes. Os gestores de RH devem treinar os líderes para que eles
atribuam responsabilidade à sua equipe; dêem espaço para que seus
subordinados tomem decisão e acompanhem cada um, para ver se
tem algo a antecipar ou adiar. Isso é baseado na confiança.
Prepare mão de obra para além dos muros – De um lado um país
com má qualidade de educação. De outro, as empresas com carência
de gente. O novo desafio é o conhecimento básico. E aí restam às
companhias três alternativas: apoiar as escolas públicas, criar uma
escola própria ou contratar um professor para ensinar aos funcionários,
pois nenhum trabalhador será capaz de fazer um treinamento técnico ou
operar uma máquina se não souber português e matemática.
Reveja a estrutura do RH - Para ter visão de futuro, o executivo de RH
precisa ter funcionários no planejamento. O RH deve pensar em ter
especialista que conheçam muito temas próprios do RH e sejam
capazes de ter um olhar abrangente, acompanhando as mudanças do
mercado e vendo como adaptar o plano interno e essas mudanças.
RH, cuide de si – Através de pesquisa realizada pela consultoria DBM
em 2011 descobriu-se que os RH´s priorizam valores nobres, ligados à
transformação do indivíduo, como ética,compaixão e envolvimento
comunitário e deixam de lado valores básicos, como a autoestima,
segurança de amar e pertencer. O que é visto na pesquisa o RH não
cuida de si. Quem cuida dos outros são os que precisam estar mais
equilibrados, e para isso precisam cuidar do próprio físico, psicológico e
social ou correm o risco de se desequilibrar. Por isso o profissional do
RH só vai conseguir se organizar se investir em si mesmo.
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CAPÍTULO II
O PAPEL ESTRATÉGICO DO RH
Com a tercerização dos processos operacionais (admissão, demissão,
administração de pessoal, obrigações trabalhistas) o RH precisou se
reposicionar para atuar cada vez mais de forma estratégica e consultiva,
fornecendo todo o apoio aos gestores da empresa, tanto no nível gerencial
quanto na direção. O componente essencial da função estratégica é a
execução e orientação tática para entrega dos objetivos dos acionistas.
2.1 A Importância do RH
Segundo Lacombe (2005), selecionar, formar, integrar e aperfeiçoar um
grupo de pessoas para trabalhar numa empresa como uma verdadeira equipe,
com objetivos definidos, fazendo com que cada membro conheça seu papel,
coopere com os demais e “vista camisa” para reproduzir resultados é a
responsabilidade mais importante dos administradores.
As organizações já se deram conta da importância das pessoas e da
forma como são administradas, diferentemente do que ocorria no passado,
quando o foco recaía apenas na tecnologia do produto ou do processo, nos
mercados protegidos ou regulamentados, no acesso a recursos financeiros e
economias.
É preciso considerar que, embora as pessoas precisem ser
administradas pelas organizações como seus recursos humanos, não se pode
perder de vista que elas são seres humanos, que querem ser felizes e ter
qualidade de vida, que têm outros vínculos além daqueles que mantêm com
suas organizações e que seus objetivos nunca coincidem integralmente com
os da organização, ainda que possam ter muitos pontos coincidentes.
Além de decidir a política de Recursos Humanos a ser adotada, a
empresa também deve deixar claro o posicionamento e o tratamento dado às
pessoas que nela trabalham. Pode escolher como objetivo a produção de
riquezas para um pequeno grupo de administradores e investidores ou
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desenvolver uma organização que seja uma comunidade. A sobrevivência da
organização depende muito da escolha que for feita por seus fundadores. Os
administradores que desejam construir uma organização dão total prioridade
ao desenvolvimento das pessoas.
A alta administração diz “as pessoas são o nosso maior ativo”, e enfatiza
que aquilo que faz a empresa diferente são as pessoas que a compõem,
independentemente de outros recursos que podem ser usados da mesma
forma por qualquer outra empresa. Apesar disso, a maioria dos
administradores sabe que, de todos os recursos, as pessoas são o recurso
menos bem utilizado e que apenas uma pequena parcela do potencial humano
de qualquer organização é efetivamente aplicada no trabalho. Assim, enquanto
os administradores proclamam que as pessoas são o seu maior recurso, as
abordagens tradicionais para administrá-las não as focalizam como recursos,
mas como problemas e custos.
É necessário controlar os custos de mão-de-obra, a produtividade do
trabalho, as reivindicações sindicais. Cuidar disso é necessário e, às vezes,
importante, mas não é administrar pessoas, e sim solucionar os problemas
resultantes das falhas na administração de pessoas.
A existência de pessoas de bom nível, bem selecionadas, treinadas e
integradas e que trabalham como equipe tem um valor inestimável e, quando a
empresa é vendida, influencia o valor atribuído ao seu fundo de comércio,
embora não se possa, apropriar esse valor como ativo no sentido contábil.
É difícil entender por que as empresas não investem mais em Recursos
Humanos. A razão disso está, em parte, na insegurança que elas têm em
relação à sua capacidade de reter o pessoal competente, à necessidade de
privilegiar, em alguns casos, os resultados de curto prazo e à impossibilidade
de contabilizar como ativo a capacidade dos seus recursos humanos.
É paradoxal o fato da maioria das empresas gastar de 50% a 70% de
seu orçamento em salários e investir menos de 1% de seus recursos em
treinamento ou ainda gastar mais tempo e dinheiro na manutenção de seus
prédios e equipamentos do que na retenção e no desenvolvimento de pessoal.
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Como existe excesso de oferta de mão de obra e escassez de capital, o
trabalho, especialmente o pouco qualificado, é muito mal pago, e o capital, em
virtude da sua escassez, tem remuneração acima do que seria razoável.
Qualquer tentativa de mudar artificialmente esse fato provoca distorções que
não resolvem o problema. A solução é educar a população orientá-lo no seu
planejamento familiar, estimular a poupança e criar condições para
investimentos produtivos.
O êxito de uma empresa depende da competência e da motivação dos
seus empregados; de quem é admitido e de quem é demitido; em suma, de
manter na empresa a equipe adequada para produzir com eficiência e eficácia.
Portanto, um dos aspectos mais importantes para obtenção de resultados
positivos é admitir as pessoas certas no momento certo a fim de formar a
equipe de que a empresa necessita.
O futuro da empresa depende, portanto, de seu processo de seleção. As
empresas precisam deixar de apenas reagir às crises do dia-a-dia para se
preocuparem com as questões de longo prazo. Vários profissionais, em vez de
planejar e delegar, preferem “apagar incêndios” e centralizar todo o trabalho
em si mesmo. Esses gerentes não têm tempo para pensar a empresa ou a sua
unidade. Com freqüência, optam por fazer tudo sozinhos, sem estimular o
crescimento dos subordinados, além de prejudicar sua própria perspectiva de
crescimento na empresa. É nesse contexto que contratar as pessoas certas
adquire papel fundamental para a sobrevivência da empresa. Quanto menor a
empresa, mais importantes são as pessoas.
2.2 Objetivo da Gestão Estratégica de Pessoas
Para Andrade(2008) as pessoas são as peças principais de uma
organização, por isso é necessário tomar as organizações conscientes e fazer
com que elas sejam mais atenciosas com seus funcionários. De acordo com é
necessário que as pessoas sejam tratadas como elementos básicos para a
eficácia organizacional.
A gestão de pessoa deve contribuir com a organização:
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Ajudando a organização a alcançar seus objetivos e realizar sua missão.
Proporcionando competitividade a organização, empregando as
habilidades e competências da força de trabalho.
Proporcionando a organização, pessoas bem treinadas e bem
motivadas, preparando e capacitando continuamente as pessoas.
Aumentando a auto-realização e a satisfação das pessoas no trabalho.
Para que sejam produtivas, as pessoas devem sentir que o trabalho é
adequado as suas capacidades e que estão sendo tratadas
adequadamente.
Desenvolvendo e mantendo qualidade de vida no trabalho. A
estruturação do trabalho e do ambiente de trabalho ajuda a satisfazer as
necessidades individuais das pessoas tornando o local de trabalho
agradável.
Administrando e impulsionando a mudança. Os avanços trazem
benefícios não só as organizações, mas também aos indivíduos.
Mantendo políticas éticas e comportamento social respeitável. As
pessoas devem ser respeitadas e seus direitos devem ser garantidos.
Para Albuquerque comreender o significado da gestão de estratégica de
pessoas pode corresponder ao ato de destituir a despersonalização nas
relações entre as pessoas, da categoria de conseqüência mais grave e mais
danosa de um modelo mecanicista e reducionista, com o qual as organizações
foram projetadas e administradas ao longo de tantas décadas.
A compreensão e a forma de lidar com as organizações sociais têm se
constituído em desafio constante para as ciências do comportamento, bem
como em fonte inesgotável de especulações. A história necessita ser
construída, destruída e reconstituída para poder mudar.
Administração de RH, área de gestão de pessoas ou gestoras do fator
humano, enquanto denominações, carecem preconizar um espaço para além
dos modismos e enfatizar a prática de ações exitosas baseada no binômio
ético coerência/consciência, somente assim capaz de afastar os riscos de
amenizar o potencial humano depositado nas organizações.
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2.3 Competências Requeridas pelo Gestor
Admitimos a necessidade de adaptação das empresas, em resposta às
mudanças no ambiente de negócio; no entanto, nem sempre reconhecemos a
necessidade de novas qualificações profissionais. É como se empresas
flexíveis, adaptáveis às mudanças, socialmente responsáveis e comprometidas
com a aprendizagem, pudessem prescindir, abrir mão de pessoas com
idênticas características. Atuação as empresas em um mercado global sobre o
processo de desenvolvimento de gerentes, propõem um ciclo de aprendizado
de competência global, no qual relaciona: mentalidade, característica pessoal e
competência.
Pessoas com mentalidade global são as que investem na imagem mais ampla;
aceitam a vida como um equilíbrio de forças contraditórias que devem ser
apreciadas, ponderadas e geridas; confiam no processo, a fim de lidar com o
inesperado, em vez de confiarem na estrutura; dão valor à diversidade e ao
trabalho em equipes multiculturais como o fórum básico dentro do qual
realizam objetivos pessoais e organizacionais; vêem mudança como
oportunidade; sentem-se à vontade com surpresas e ambigüidades; buscam
continuamente estar abertas a si mesmas e aos demais; repensam limites e
encontram novos significados, mudando sua direção e conduta.
Associada às mentalidades, foi listadas seis características pessoais.
São elas: conhecimento, conceituação, flexibilidade, sensibilidade, julgamento,
reflexão.
Conhecimento – precisa ser amplo e profundo, cobrindo aspectos técnicos e
do negócio e contribuindo para gerir adequadamente o processo competitivo.
Conceituação – diz respeito ao pensamento abstrato, à capacidade conceitual
necessária para lidar com a complexidade das organizações atuais. Para tanto,
gestores devem ser, simultaneamente, especializados e holísticos em sua
maneira de pensar, o que implica conciliar análise e síntese.
Flexibilidade - refere-se à adaptabilidade necessária para lidar com as
mudanças rápidas do ambiente, o que permitirá ser capaz de lidar com
processos, em vez de regras e procedimentos.
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Sensibilidade – é necessária para lidar com as diferenças individuais
presentes nas equipes. Para isso, é importante não só estar integrado e
emocionalmente estável, como também aberto para outros pontos de vista e
predisposto a questionar suposições, valores e convicções.
Julgamento – está associado à qualidade de lidar coma incerteza, cada vez
mais presente nas decisões gerenciais.
Reflexão – oferece a perspectiva necessária para lidar com as exigências de
um aprendizado contínuo.
Após relacionar mentalidades e características pessoais, argumenta-se que
elas representam o lado ser da gestão, enquanto as competências referem-se
ao lado fazer. Competência é uma capacidade específica de executar a ação
em um nível de habilidade que seja suficiente para alcançar o efeito desejado.
Uma competência é desenvolvida pelo fluxo constante entre
mentalidade, prática e tarefa; portanto, mentalidade não é competência. Na
verdade uma competência só se estabelece quando a mentalidade é
transformada em comportamento. Da mesma forma, característica não é
competência. Uma pessoa pode ser sensível para lidar com diferenças
individuais e, no entanto, não aplicar essa sensibilidade no trabalho em equipe.
A sensibilidade transforma-se em competência gerencial quando um gestor a
usa para conhecer a si e aos outros, bem como para criar, desenvolver e
manter equipes de trabalho.
As competências são:
Gestão de competitividade – refere-se à capacidade de coletar informações
em uma base global e utilizá-las.
Gestão da complexidade - diz respeito ao que outro teórico – Senge -
chamou de pensamento sistêmico. Trata-se da capacidade de lidar com muitos
interessantes concorrentes, contradições, conflitos.
Gestão da adaptabilidade – está relacionada à flexibilidade e à disposição
para a mudança.
Gestão de equipes – diz respeito à capacidade para lidar com múltiplas
habilidades funcionais, níveis diferenciados de experiências e múltiplas origens
culturais.
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Gestão de incertezas- refere-se à capacidade de lidar com as mudanças
contínuas, pelo equilíbrio adequado entre fluxo e controle. Para não
desfrutarem da sensação de impotência e frustração, é melhor que os gestores
se preparem para a mudança, e não contra a mudança.
Gestão do aprendizado – relaciona-se à capacidade de aprender sobre si
mesmo, assim como de facilitar o aprendizado dos outros.
Existem três habilidades no interior das empresas: técnicas, humanas e
conceituais. Tais habilidades variariam à medida que se caminhasse entre os
níveis de supervisão, intermediário e de alta direção. Ao passar dos níveis
inferiores da hierarquia organizacional para os níveis superiores, aumentaria a
necessidade das habilidades conceituais, em detrimento das técnicas. Ocorre
que as empresas mudaram e as estruturas hierárquicas que davam sentido a
esse raciocínio estão esfacelando-se. Diante da complexidade do contexto em
que os gestores têm que atuar, ficam cada vez mais tênues, mais fracas, as
distinção entre os momentos e os espaços em que as diversas competências
se fazem necessárias. Se a visão sistêmica e a orientação estratégica, por
exemplo, são as competências hoje requeridas de todos os membros da
empresa.
2.4 Tendência na Administração do RH
A provável tendência das organizações é a de manter um pequeno
órgão central de RH , de alto nível, com grande domínio dos assuntos dessa
área e bons conhecimentos dos negócios da empresa, para consultoria interna
e apoio aos gerentes de linha. Nas empresas do séc. XXI, as comunicações
serão intensas e tanto mais eficientes quanto maior for a qualificação dos
administradores. A área de RH terá de participar intensamente na formulação e
na implementação das estratégias da empresa, pois elas dependem cada vez
mais das pessoas em todos os níveis. O pessoal dessa área terá de dominar a
tecnologia da informação e proporcionar orientações por meio da intranet e dos
portais da empresa. A velocidade das respostas aos desafios do ambientes
externos e interno precisa ser rápida e eficaz.
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A força de trabalho está ficando mais velha. A média de idade dos
empregados aumentará continuamente num futuro próximo. Isso forçará uma
mudança na forma de administrar pessoas, o órgão central de RH deve ser
capaz não só de acompanhar essas mudanças, mas também de antecipá-las.
Os novos métodos de administração preocupam-se essencialmente com
a administração do capital humano, representado pelos profissionais do
conhecimento, que não podem simplesmente receber ordens e metas para
serem atingidas num prazo determinado.
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CAPÍTULO III
AS DIFICULDADES E IMPACTOS NAS EMPRESAS
DESAFIOS E SOLUÇÕES PARA O RH
3.1 As dificuldades das empresas
As dificuldades do mundo contemporâneo vêm das constantes
mudanças que estão acontecendo. A mudança é, portanto, uma constante. A
mudança não é característica somente do mundo contemporâneo. Sempre
existiu. A característica do mundo contemporâneo é a velocidade com que as
mudanças ocorrem.
A era da informação e o processo de globalização
No passado, agricultura constituía a base da sociedade. Embora se
possa dizer que embriões de fábricas existiram na antiga Grécia e em Roma,
há dois milênios, nada havia que pudesse assemelhar-se ao que viria depois: a
sociedade industrial. A sociedade agrícola tirava sua energia de homens,
animais, sol, vento, água. A sociedade industrial tirava-a do carvão, do gás, do
petróleo, de combustíveis fósseis.
São características da sociedade agrícola o enraizamento das famílias
com seus membros bem unidos e canais de comunicação reservados a ricos e
poderosos. São característica da sociedade industrial relações alteradas nas
famílias, educação em massa, canais de comunicação aberto, separação entre
produtor e consumidor, padronização da organização do trabalho,
especialização.
A sociedade industrial foi o palco iluminado para a burocracia, uma
forma de organização do trabalho que privilegia:
a divisão do trabalho, visando à especialização;
a hierarquia, percebida como propulsora da eficiência;
a padronização, que, acredita, leva à previsibilidade de tudo, inclusive
do comportamento humano;
a impessoalidade, pois na burocracia as regras existem para o cargo,
independentemente de quem o ocupe;
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a meritocracia, uma vez que os membros da burocracias, sendo
especialistas treinados, fazem carreira de acordo com seus méritos;
o administrador que não é necessariamente, o dono dos meios de
produção; é um profissional contratado para administrar;
o contrato, a carreira, o salário e a aposentadoria.
Se tivemos a sociedade agrícola e industrial, hoje vivemos uma nova
sociedade: a da informação e do conhecimento. Ela introduz movimentos
interessantes, como a mudança do eixo do poder dos músculos para a mente
e a identificação do conhecimento como recurso primeiro, em detrimento da
terra, capital e trabalho braçal, que assumem papel secundário.
A sociedade da informação desnuda a complexidade das relações
econômicas, políticas, sociais, tecnológicas, culturais e dos valores pessoais,
isto é, sociedade instruída, aquela que se organiza em torno da aplicação dos
conhecimentos de seus membros.
A era da informação também tem seus problemas. Um deles é que
excesso de informação atrapalha e ainda não aprendemos a selecionar aquela
que é, realmente, importante. Além disso, nem sempre sabemos transformar
informação em conhecimento.
De qualquer forma, a informação viola as fronteiras geográficas e revela
o movimento de globalização. Tem-se, então, a integração do espaço físico
aliada à aceleração do tempo e à construção de um sistema cada vez mais
independente, que envolve países, estados, cidades, organizações, pessoas.
A sociedade da informação, os centros de decisão movem-se por
continentes e países, embalados por negócios, movimentos do mercado e
exigências de produção do capital; invadem cidades, pequena e grandes
empresas, fluxo de comércio de bens e serviços, mercados de ações,
telecomunicações, formas de trabalho e de vida, modos de ser e pensar e
produções culturais.
A sociedade da informação gera e nutre a sociedade do conhecimento,
aquele que resulta de experiências, de valores, do estabelecimento de
relações, da elaboração da informação de forma contextualizada e refletida.
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Características da sociedad da informação e o processo de
globalização:
desnudamento dos paradigmas, das contradições. Elas saltam aos
nossos olhos;
alta complexidade, velocidade e quantidade das informações, migração
de idéias;
interdependência dos fenômenos;
economia sem fronteiras, globalização e também fragmentação,
regionalismos, postulações tribais;
alta competitividade e também parcerias, alianças;
crescente participação feminina e envelhecimento das populações.
Neste mundo de mudanças tão rápidas, a grande mudança foi o avanço da
tecnologia. Não há dúvida de que a tecnologia tem facilitado nossas vidas, por
si, não tem sido capaz de aumentar o Índice de Desenvolvimento Humano. O
Relatório do Desenvolvimento Humano publicado pela ONU em 2007 afirma
que na última década o IDH tem aumentado em todas as regiões em
desenvolvimento; no entanto, muitos países sofreram retrocessos.
3.2 Impactos na empresa
Mudança Tecnológica - A tecnologia impacta profundamente o ambiente de
negócios, expressa-se nas formas de organização do trabalho, nos fluxos de
tarefas e na exigência de novas habilidades por parte dos empregados. Ao
mesmo tempo em que requer habilidades diferenciadas, a tecnologia muitas
vezes se faz presente na forma de equipamentos e de processos que
dispensam a presença do trabalhador para a execução da tarefa,conforme
pode ser observado em inúmeros casos de automação e de informatização.
Se considerada separadamente, a tecnologia da informação, que conta
como aliados os avanços da microeletrônica e das telecomunicações, promove
enorme impacto no fluxo e tratamento das informações. Apesar de não garantir
melhor desempenho quanto à comunicação, que continua a ser o maior
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problema de todas as empresas, bem como quanto a tomada de decisão, que
envolve aspectos técnicos, políticos, organizacionais e psicológicos, a
tecnologia da informação torna possível melhorias substancias e rapidez no
fluxo das informações.
Por outro lado, a tecnologia traz a oportunidade do que se convencionou
chamar organização virtual ou teletrabalho. Pessoas podem ter sua home
Office, ligando-se às empresas por meios eletrônicos. Sem dúvida, isto muda
as relações de trabalho e conceitos tão caros à administração como, por
exemplo, o de controle e o de subordinação. Empresas precisam, então,
aprender a trabalhar com parceiros e a controlar, não mais pessoas e seu
tempo, mas resultados.
A dimensão humana das mudanças - Por trás das mudanças é possível
identificar o caráter de não permanência que está marcando as relações
empregador-empregado. Se, antes, essas relações giravam em torno de um
pacto psicológico no qual, de um lado, oferecia-se um bom salário, benefícios
e garantias de emprego e, de outro, lealdade, assiduidade e pontualidade, hoje
elas são bem diferentes.
Por outro lado, nas atuais relações de trabalho o paternalismo dá lugar
ao compartilhamento de responsabilidades, espera-se que as empresas
ofereçam oportunidades para o desenvolvimento de seus empregados e
parceiros e que estes cuidem de suas próprias carreiras e comprometam-se
com resultados. A esse novo pacto podem ser somadas as expectativas
provenientes de valores emergentes da sociedade, como, por exemplo, o
desejo de maior participação e a busca de auto-realização.
Outro aspecto das mudanças de natureza humana diz respeito à ética,
que passa a ser exigida no ambiente de negócio e no interior de cada
empresa. Nas relações que se vêm estabelecendo entre fornecedores e
concorrentes, confiança e ética são pilares fundamentais. Não é diferente
dentro da empresa. As crescentes demandas por parte da sociedade por
decisões e ações empresariais responsáveis relacionam-se a posicionamentos
éticos no nível individual.
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Mudanças organizacional - Têm surgido novas estruturas organizacionais
que tornam bem mais frágil a tradicional pirâmide hierárquica e, dessa forma,
reduzem as barreiras que separam a empresa de seu ambiente, bem como
aquelas que separam suas áreas internas. Ganham destaque a redução dos
níveis hierárquicos pela horizontalização das estruturas e as estruturas em
rede.
Verifica-se ênfase crescente em equipes multifuncionais com bastante
grau de autonomia, aquilo que se convencionou chamar de equipes
autogerenciadas, bem como em levar a decisão cada vez mais para perto do
cliente. Exercita-se a capacitação das pessoas dentro das empresas, bem
como o compartilhamento de poder. O conceito de delegação amplia-se.
Espera-se que a visão e ação estratégica que, praticamente, sempre
estiveram restritas à alta direção façam hoje parte do cotidiano de todas as
pessoas na empresa, à medida que se orientem para resultados pretendidos e
para tarefas que adicionem valor ao que é produzido.
3.3 Desafios e apontar o caminho e soluções para o RH
Atração – Romper com a competição entre empresas e pensar numa ação
compartilhada para formar gente para o mercado e não apenas para seu
negócio. Dessa forma as empresas criam juntas um celeiro de
profissionais, evitando que se roubem pessoas de um lado ao outro.
Desenvolvimento – Além dos cursos de formação, há outros métodos para
desenvolvimento de seus profissionais, promovendo as práticas de job
rotation, expatriação e liderança de projetos, de forma a agregar
competência, habilidade e novos conhecimentos nos currículos. O
investimento feito no colaborador não deve ter apenas a pretensão de
promovê-la a um cargo superior. Desenvolver pessoas significa torná-la
excelente para desempenhar suas funções e assumir posições complexas
não necessariamente de liderança.
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Retenção - O salário não é suficiente para segurar um profissional na
empresa. A empresa deve ser o veículo que levará a pessoa de onde está
para onde quer chegar. A companhia deve ser sadia para falar sobre a vida,
motivação e satisfação pessoal no trabalho e compreender que recompesar
é muito mais que remunerar. Tem a ver com perspectiva de vida e isso vai
impactar nos planos de sucessão de cada um não apenas no topo. Por isso
é preciso pensar em turnover forçado de liderança para que os novos
desafios e as oportunidade de carreiras sejam colocados aos talentos retido
na pirâmide. A comunicação é ponto crucial na estratégia de retenção.
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CONCLUSÃO
O mundo corporativo, nas últimas décadas, a uma progressiva e
contínua mudança na atuação da área de recursos humanos das empresas. O
antigo departamento de pessoal era geralmente associado como responsável
pela burocracia de admissão, demissão, administração de pessoal, obrigações
trabalhistas, entre outros procedimentos considerados menos estratégicos
dentro das corporações.
Com a maturidade do mercado, estes serviços, até então conhecidos
como “atividades do RH”, passaram por uma tercerização. Essa tercerização
não parou no fornecimento de mão de obra à execução das rotinas. Além
disso, os parceiros de serviços tercerizados também propuseram a oferecer
metodologia, software, hardware, infraestrutura de hospedagem de aplicações
e de rede comunicações, entre outros, além de se tornarem agentes agentes
co-participativo na administração de mudanças, definição de políticas de
remuneração e pesquisa de clima operacional das empresas.
Liberado de suas antigas funções acentuadas operacionais, o RH
precisou se reposicionar para atuar cada vez mais de forma estratégica e
consultiva, fornecendo todo apoio aos gestores da empresa, tanto no nível
gerencial quanto na direção. O componente essencial da função estratégica é
a execução e orientação tática para a entrega dos objetivos dos acionistas.
Esta mudança ainda não terminou, o papel do RH dentro das empresas
ainda segue evoluindo, e , em nossa opinião, a partir de agora, precisa olhar
para dentro e para fora da organização, afim de aprender sua linguagem,
necessidades internas, e também seu mercado, e saber avaliar os aspectos
relevantes de sucesso e usar esse conhecimento para melhor desenvolver a
estratégica e política de gestão de pessoas que a empresa necessita.
Por que algumas companhias falham nesse momento? A resposta, nas
maioria das vezes, está na própria empresa. Ocorre que na organização
certamente há um contigentes de pessoas capazes, realmente habilitadas em
poder direcionar as estratégias que conduzirão aos objetivos. O erro fica por
34
conta do RH, que deveria ter como principal missão a tática e execução da
estratégia da corporação.
Recursos Humanos, gestão de pessoas ou capital humano e outros
tantos nomes criados não diferem na atuação. As pessoas são a chave de
todo esse processo, de tal forma que o RH poderia ser reconhecido como uma
área de “estratégia de pessoas”. O novo RH deve se encarregar da criação de
ambientes de geração de conhecimento, através de treinamento incial e
contínuo, além da manutenção de um clima organizacional saudável, por meio
da educação e implantação de uma infraestrutura adequada. O restante pode
muito bem ser tercerização ou transferido para área do centro de serviços
administrativos. Eles saberão fazer contas e controlar as políticas
estabelecidas.
Cabe ao RH, em nível estratégico, promover práticas de gestão que
estimulem a motivação e a satisfação no trabalho e fortaleçam o
comprometimento de todos os empregados com as metas corporativas. Gerar
uma cultura empresarial única, que respeite os valores locais e priorize o
reconhecimento e a recompensa pelos resultados das equipes e dos
indivíduos.
O papel do RH é, nesse sentidos, o de ser mais consultivo e atuar junto
aos gestores, mostrando as ferramentas e quais as opções que eles têm para
desenvolver dentro da equipe. A forma como eles podem trabalhar os
liderados, qual é o caminho para que possam alcançar as metas estratégicas e
táticas da empresa, sendo esse fator que será responsável por gerar o
crescimento dessas pessoas na companhia, sempre priorizando a questão das
competências.
Esse novo Rh que vem emergindo dentro dessa nova relação, deve ser
um provedor de resultados e avanços e ter como incumbência, diante desse
desafio, uma transformação também contínua de suas atividades, para que o
trabalho seja considerado diferencial, contribuindo para uma maior
competitividade e sustentabilidade. O pessoal de Rh precisa ter uma formação
diversificada, e não vir somente da área de ciências humanas ou psicologia.
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Conhecimentos em negócios e experiência em gestão operacional também
são relevantes.
Portanto a busca constante da ruptura é um dos valores que precisam
estar no centro das decisões desse novo RH: a inovação. Para isso são pontos
importantes a adoção de tecnologias, metodologias e orientação para o
simples, que entrega agilidade e qualidade. Desenvolver e analisar indicadores
de desempenho e resultados que garantam a linearidade do sistema e,
consequentemente, um direcional para um processo de aumento da
performance.
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBUQUERQUE, Lindolfo, LEITE, Nildes. Gestão de Pessoas: Perspectivas
Estratégicas. São Paulo: Atlas, 2009.
DAVEL, Eduardo; VERGARA Silvya. Gestão com Pessoas e Subjetividade, 4ª Ed. São Paulo: Atlas, 2010. LACOMBE, Francisco. Recursos Humanos: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2005. WOOD, Jr Thomaz. Gestão Empresarial - Oito Proposta para o Terceiro Milênio, 1ª Ed., São Paulo: Atlas, 2006. VERGARA, Sylvia Constant. Gestão de Pessoas. 10ª Ed. São Paulo: Atlas, 2011. www.portalrh.com.br. Portal RH – artigos Recursos Para Implementar O RH Estratégico (Janeiro 0-2010-15:1), acesso 12/10/2011 www.portalrh.com.br. Portal RH – artigo O Rh Estratégico E sua Importância nas Empresas (5-,2009-31:0), acesso 12/10/2011 Você RH. Decisões Estratégica: 19 Ed. Jan/Fev-12, Abril. p. 21 a 34.