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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA SUA FORMA INDIRETA Por: Benedita Silva Gomes Orientador Prof. William Lima Rocha Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA

SUA FORMA INDIRETA

Por: Benedita Silva Gomes

Orientador

Prof. William Lima Rocha

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

A ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA

SUA FORMA INDIRETA

Apresentação de monografia como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em Direito

Público e Tributário

Por: . Benedita Silva Gomes

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AGRADECIMENTOS

À minha querida mãe, aos meus

irmãos e ao meu orientador Professor

William Lima Rocha por toda a atenção

dedicada.

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DEDICATÓRIA

Dedico ao Senhor de minha vida, amigo

mais chegado que um irmão, Jesus

Cristo.

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RESUMO

A Administração pública compreende a Administração Direta e a

Administração Indireta. Quando o Estado exerce a função administrativa

através de seus órgãos desprovidos de personalidade jurídica, está utilizando-

se da centralização. Quando Ele não tem o interesse de desempenhar

determinados serviços públicos que lhe são próprios, ele utiliza-se do instituto

da descentralização, que é a base da Administração Indireta, e cria as

autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de

economia mista para executá-las. Cada uma com a sua personalidade jurídica

própria distinta da personalidade jurídica da entidade a que está vinculada.

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METODOLOGIA

Como metodologia de trabalho foram colhidas informações por meio de

sitis jurídicos via internet, pesquisas bibliográficas em livros doutrinários,

revistas jurídicas de publicação periódica e também dos conhecimentos

adquiridos em sala de aula.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Autarquias 10

CAPÍTULO II - Fundações Públicas 15

CAPÍTULO III –Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista 20

CONCLUSÃO 30

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32

WEBGRAGIA 33

FOLHA DE AVALIAÇÃO 35

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INTRODUÇÃO

O Estado pode executar suas atividades administrativas por si mesmo,

por meio de seus órgãos e agentes, é o que denominamos de centralização

administrativa, como tambem pode desenvolvê-las por meio de outras

pesssoas jurídicas, isto é, indiretamente, é o que chamamos de

descentralização administrativa.

O artigo 4º do Decreto Lei 200, de 25.02. 1967 divide a Administração

Pública Federal em direta e indireta. A Administração Direta é formada por

órgãos que integram os entes federativos e executam de forma centralizada

as atividades administrativas do Estado. No Poder Executivo Federal ela é

regulada pela Lei 10.683, de 28.5.2003, e é composta por órgãos de duas

classes distintas: a Presidência da República e os Ministérios. A Presidência da

República é constituída pela Casa Civil, Secretaria Geral, Secretaria de

Relações Instituionais, Secretaria de Comunicação Social, Gabinete Pessoal,

Gabinete de Segurança Institucional e pelas Secretarias de Assuntos

Estratégicos.

A Administração Indireta compreende as autarquias, as empresas

públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas, sendo

todas entidades dotadas de personalidades jurídicas próprias, conforme

estabelece o artigo 4º, II, do Decreto Lei nº 200/67. Ela nasce quando o Estado

descentraliza a prestação de seus serviços, por meio de outorga, a uma

pessoa jurídica de direito público ou privado.

Necessariamente as entidades da Administração Indireta possuem

cumulativamente as seguintes características: personalidade jurídica,

patrimônio próprio e vinculação a órgãos da Administração Direta.

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Estabelece o artigo 37, inciso XIX, da CRFB/88 que somente por lei

específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa

pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo a lei

complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.

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CAPÍTULO I

AUTARQUIAS

Conceito

O artigo 5º ,I, do Decreto Lei nº 200/67 define a autarquia como serviço

autônomo criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita

próprios para executar atividades típicas da Administração Pública, que

requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira

descentralizada.

Para os autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo as autarquias

são entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com

personalidade jurídica de direito público interno, patrimônio próprio e

atribuições estatais específicas.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello é uma pessoa jurídica de direito

público de capacidade exclusivamente administrativa.

José dos Santos Carvalho Filho define autarquia como sendo uma

pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada

por lei para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam

próprias e típicas do Estado.

Características

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A autarquia é criada e extinta por lei de iniciativa privativa do chefe do

Poder Executivo. A autarquia vinculada ao Poder Legislatico ou ao Poder

Judiciário é criada e extinta por lei de iniciativa do respectivo Poder a que

esteja vinculada. Como possui personalidade jurídica ela é titular de direitos e

obrigações distintos da pessoa política que a criou.

Ela é uma auxiliar da Administração Pública com patromônio e receita

própios, mas, tutelados pelo Estado. É controlada pelo Poder Legislativo e pelo

ente estatal que a criou. Organiza-se internamente por meio de decretos,

portarias, regimentos ou regulamentos internos.

Com a Reforma Administrativa surgiram as autarquias sob regime

especial, isto é , as agências reguladoras, que são autarquias com auto grau

de especialiação técnica, com a função de regular um setor específico de

atividade econômica, ou de intervir em determinadas relações jurídicas

decorrentes dessas atividades. Elas foram criadas para reprimir os abusos

econômicos e manter a qualidade dos serviços prestados pelo setor privado.

As agências reguladoras receberam da lei instituidora privilégios

específicos, a fim de terem mais autonomias que as demais autarquias

sujeitas ao regime geral do Decreto lei 200/1967, perante o Poder Executivo e

atuarem com imparcialidade perante as partes interessadas.

Muito embora as agências reguladoras pertençam ao Poder Executivo,

elas possuem funções características dos Poderes Executivo, Legislativo e

Judiciário, isto é, elas editam normas que implementam as políticas para o

setor sob sua competência regulatória; fazem a aplicação do direito aos casos

concretos não litigiosos e solucionam os conflitos ocorridos entre o Estado, o

setor econômico regulado, os usuários de serviços e a sociedade em geral.

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As agências reguladoras são competentes para fiscalizar a execução

das atividades que estão sob sua competência, bem como para aplicar

sanções administrativas quando forem verificadas infrações.

O fato das agências reguladoras federais estarem sujeitas ao Chefe do

Poder Executivo e de toda a Administração Indireta federal está vinculada a um

ministério, diminui a possibilidade de conferir-lhes independência.

A função das agências reguladoras é intervir junto a setores privados,

conjunta ou isoladamente, para estabelecer normas de conduta com o objetivo

de obrigá-los a atingir o bem estar da comunidade. Elas buscam conciliar a

qualidade do serviço prestado com a tarifa a ser paga.

O ato de regular varia conforme o modelo do Estado que o desenvolve,

intervencionista ou regulador, mas deve sempre observar o mercado a ser

regulado, os princípios da autonomia e da especialidade, a transição dos

monopólios e, especialmente o interesse público.

Elas devem sempre buscar harmonizar os interesses do consumidor

(preço e qualidade), com os do fornecedor (viabilidade econômica de sua

atividade comercial) como meio de propagar o atendimento aos interesses da

sociedade.

Em respeito ao princípio da jurisdição una, as agências reguladoras

permanecem sujeitas ao crivo do Poder Judiciário, embora elas gozem de

autonomia financeira, estrutural e política.

As agências executivas- são autarquias ou fundações

governamentais definidas por ato do Poder Executivo. Elas têm como

responsabilidade executar determinado serviço público que celebrou com a

Administração Pública por meio de um contrato de gestão. São liberadas de

certos controles e dotadas de privilégios.

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Surgiram com o advento do Decreto nº 2.487 de 02.02.1998 e exercem

atividades de competência exclusiva do Estado com maior autonomia gerencial

e financeira.

Elas divergem das agências reguladoras porque estas geralmente

exercem funções normativas, fiscalizadoras e de adjudicação de conflitos, mas

não o oferecimento de comodidades materiais diretas aos administrados.

Diferentemente, as agências executivas realizam funções administrativas de

execução de serviços públicos de forma direta.

As agências reguladoras têm como função principal o controle sobre

os particulares prestadores de serviços públicos, regulando a relação entre a

oferta de serviços, a demanda por serviços e qualidade dos serviços

prestados. As agências executivas realizam as política públicas, sem a

preocupação de expor normas de eficácia externa ou disciplinar a atuação de

outras entidades.

As agências reguladoras gozam de maior estabilidade institucional e

de mais autonomia administrativa e decisória. As agências executivas podem

ser fiscalizadas, seus dirigentes não gozam de estabilidade, e a condição

especial de que gozam pode ser retirada por simples ato administrativo, caso

não cumpram o contrato de gestão feito com a Administração Direta. As

agências reguladoras gozam de autonomia administrativa estável, as agências

executivas não.

A Lei nº 9649/1998, artidos 51 e 52 e parágrafos estabelece que o

Poder Executivo só poderá qualificar como agência executiva as autarquias ou

fundações que tenham cumprido as exigências de possuir plano estratégico

de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento, além da

celebração de contrato de gestão com o Ministério supervisor respectivo . Essa

qualificação é dada pelo Presidente da República por meio de decreto

específico, ou seja, refere-se apenas a uma entidade determinada.

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Os critérios e procedimentos para a elaboração e acompanhamento

dos contratos de gestão e dos programas de reestruturação e de

desenvolvimento institucional das agências executivas são definidos pelo

Poder Executivo. Os contratos de gestão são celebrados por um período

mínimo de um ano e publicados pelo Ministério supervisor, no prazo máximo

de 15 dias de sua celebração, revisão ou renovação, na íntegra, no Diário

Oficial da União.

São exemplos de autarquias federais: Banco Central, UFRJ, INSS,

ANATEL, ANVISA,INSS, INCRA, etc.

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CAPÍTULO II

FUNDAÇÕES PÚBLICAS

Conceito

Decreto Lei nº 200/1967, IV, com redação dada pela Lei 7.596, de

1987: Fundação Pública - a entidade de personalidade jurídica de direito

privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para

o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou

entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio

gerido pelos respectivos órgãos de direção,e funcionamento custeado por

recursos da União e de outras fontes.

Para os autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo as fundações

públicas são entidades integrantes da Administração Indireta, voltadas para o

desempenho de atividades de caráter social.

Maria Sylvia Di Pietro define a fundação pública como o patrimônio,

total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica, de direito

público ou privado, e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do

Estado na ordem social, com capacidade de auto administração e mediante

controle da Administração Pública, nos limites da lei.

Celso Antonio Bandeira de Mello considera incorreta ao entendimento

de que as fundações públicas são pessoas de Direito Privado. Para ele elas

são pessoas jurídicas de Direito Público.

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Para José dos Santos Carvalho Filho as fundações públicas de Direito

Público são verdadeiras autarquias.

Características

As fundações públicas de direito público são pessoas jurídicas, criadas

por ato do Poder Executivo, por meio de autorização em lei especifica. A sua

personalidade jurídica advém diretamente de sua lei instituidora, o que afasta a

exigência de registro. O seu regime jurídico é integralmente público. Elas

recebem recursos do governo e, portanto, se sujeitam a fiscalização estatal do

respectivo ente federado que as criou.

O seu patrimônio é destinado a um fim específico de interesse público,

como educação, cultura, saúde, assitência social, etc. Suas atividades são

sempre de caráter social e coletivo o que justifica a vinculação de bens e

recursos públicos para a sua realização. Elas não têm fim lucrativo.

As fundações públicas gozam de imunidade tributária restrita a seu

patrimônio, rendas e serviços e devem ser diretamente ligados à atividade

essencial das fundações ou destas decorrentes.

Elas também gozam dos seguintes privilégios: estão sujeitas `a

competência privativa da Justiça Federal; prazo em dobro para recorrer e em

quádruplo para contestar; pagamento de custas somente no final da ação;

imprescritibilidade e impenhorabilidade de seus bens;

Como as autarquias, as fundações públicas também têm autonomia

administrativa; sujeição, nos limites da lei, ao controle da Administração Direta

a que estiver subordinada; seus funcionário são submissos ao teto

remuneratório estabelecido no artigo 37, XI, ca CRFB/88; os atos de sua

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administração estão sujeitos à ação popular e ao mandado de segurança;

submetem-se ao controle financeiro e orçamentário do Tribunal de Contas e ao

procedimento licitatório.

Evolução histórica

O Decreto Lei nº 200/67, inicialmente, só previa como integrantes da

Administração Indireta as autarquias, as empresas públicas e as sociedades

de economia mista.

O parágrafo 2º do seu artigo 4º, posteriormente revogado pelo Decreto

Lei nº 900/69, dispunha que as fundações criadas pelo Poder Público eram

apenas equiparadas às empresas Públicas.

O Decreto Lei nº 900/69 estabeleceu requisitos e condições para a

criação de novas fundações. Ele revogou o parágrafo 2º, do artigo 4º, do

Decreto Lei nº 200/67 e disciplinou em seu artigo 3º que as fundações

instituídas por lei federal não compõem a Administração Indireta e estabeleceu

que elas também estão sujeitas à supervisão ministerial quando recebem

subvenções ou transferências do orçamento público.

O Decreto Lei nº 2.299/86 modificou o entendimento vigente,

revogando os dispositivos em contrário e incluiu o parágrafo 2º ao artigo 4º do

Decreto Lei nº 200/67, determinando que as fundações públicas passariam a

compor a Administração Indireta.

A Lei nº 7.596/87 incluiu a alínea “d” do inciso II, do artigo 4º do

Decreto Lei nº 200/67, estabelecendo as fundações instituídas por lei federal

como entidades da Administração Indireta e conceituando-as como fundações

públicas nos artigos 2º e 5º, IV, do citado decreto.

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A CRFB/88 manteve o entendimento da Lei nº 7.596/87, porém

estabeleceu a necessidade de lei especifica para a sua criação.

A Emenda Constitucional nº 19/98 modificou o inciso XIX e a exigência

de lei específica permaneceu apenas para a criação das autarquias. As

fundações públicas e as sociedades de economia mista necessitam somente

de lei específica que autorize sua criação. A fim de especializar as fundações

públicas e impedir a criação indiscriminada de novas entidades desse tipo,

passou a vigorar a exigência de lei complementar que defina sua área de

atuação.

São exemplos de fundações públicas de direito público: a Fundação

Nacional do Índio, a Fundação Nacional de Saúde, fundações de

universidades federais, etc.

Polêmica sobre a natureza jurídica das fundações públicas

Antes do advendo da CRFB/88, a fundação pública dividia a doutrina

quanto a sua natureza jurídica e seu regime. Após a entrada em vigor da

CRFB/88 e a alteração de grande parte do regime jurídico referente as

fundações públicas, grande parte da doutrina se posicionou no sentido de que

as fundações públicas seriam pessoas jurídicas de direito público,

prevalecendo, assim, a tese da autarquia fundacional.

Porém, em 1998 a EC nº 19 equiparou as fundações públicas às

empresas públicas e às sociedades de economia mista e diferenciou a

autarquia em sentido estrito da fundação, inclusive quanto ao processo

criação. A emenda acima citada alterou o artigo 37,XIX, da Constituição

Federal, que passou a exigir lei especial para a criação da autarquia, mas em

relação a fundação pública a lei especial é simplesmente um instrumento

autorizativo.

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A maioria dos doutrinadores passaram a admitir uma natureza híbrida

das fundações, surgindo assim duas as correntes tratando da matéria . A

primeira corrente, que é a dominante, entende que existem duas espécies de

fundações públicas na Administração Indireta, uma com personalidade jurídica

de direito público e outra com personalidade jurídica de direito privado. A

segunda corrente defende que mesmo sendo instituídas pelo Poder Público,

todas as fundações públicas têm personalidade jurídica de direito privado.

Hely Lopes Meirelles e Maria Sylvia Di Pietro entendem que,

dependendo da lei nstituidora, a fundação pública pode ser de direito público

ou de direito privado.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, que defendia a tese da

autarquia fundacional, todas as fundações públicas são pessoas jurídicas de

direito público, portanto, são espécies do gênero autarquias.

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CAPÍTULO III

EMPRESA PÚBLICA E SOCIEDADE DE

ECONOMIA MISTA

CONCEITO

...

Conceito

Decreto Lei nº 200/1967, com dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969:

II- Empresa Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de

direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por

lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a

exercer por força de contigência ou de conveniência administrativa podendo

revestir-se de quaisquer das formas admitidas em direito.

III- Sociedade de Economia Mista – a entidade dotada de

personalidade jurídica de direito privado, criada por lei para a exploração de

atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima , cujas ações com

direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da

administração Indireta.

Para os autores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo empresas

públicas são pessoas jurídicas de direito privado, instituídas pelo Poder

Público, mediante autorização de lei específica, sob qualquer forma

jurídica(Ltda, S/A, etc) e com capital exclusivamente público, para a exploração

de atividades de natureza econômica ou execução de serviços públicos. As

Sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado,

integrantes da Administração Indireta, instituídas pelo Poder Público, mediante

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autorização legal, sob a forma de sociedade anônima e com capital público e

privado, para a exploração de atividades de natureza econômica ou execução

de serviços públicos.

Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua a empresa pública federal

como pessoa jurídica criada por força de autorização legal como instrumento

de ação do Estado, dotada de personalidade jurídica de direito privado, mas

submetida a certas regras especiais decorrentes de ser coadjuvante da ação

governamental, constituída sob quaisquer das formas admitidas em direito e

cujo capital seja formado unicamente por recursos de pessoas de direito

público interno ou de pessoas de suas Adminstrações Indiretas, com

predominância acionária residente na esfera federal. A Sociedade de

economia mista federal é uma pessoa jurídica cuja criação é autorizada por

lei, como um instrumento de ação do Estado, dotada de personalidade jurídica

de direito privado, mas submetida a certas regras especiais decorrentes desta

sua natureza auxiliar da atuação governamental, constituída sob a forma de

sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria

à União ou entidade de sua Administração Indireta, sobre remanescente

acionário de propriedade particular.

No entendimento de José dos Santos Carvalho Filho empresas

públicas são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da

Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer

forma jurídica adequada a sua natureza, para que o governo exerça atividades

gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de

serviços públicos. As sociedades de economia mistas sãopessoas jurídicas

de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por

autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle acionário

pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de

atividadesgerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação

de serviços públicos.

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A criação de empresas públicas e de sociedades de economia mista

depende de lei específica autorizativa, nos termos do artigo 37, XIX, da

Constituição Federal, conforme redação dada pela Emenda Constitucional

19/1998.

A lei específica autoriza o Poder Executivo a, por por meio de um

decreto, proceder a instituição da entidade. O Poder Executivo deverá

providenciar o registro dos estatutos da entidade no registro competente, visto

que é esse registro que dá nascimento à pessoa jurídica, e não a edição da lei

autorizativa.

Na esfera federal, a lei específica que autoriza a criação de uma

empresa pública ou de uma sociedade de economia mista deve ser de

iniciativa privativa do Presidente da República, em face do disposto no artigo

61,§ 1º, II, letra “e”, CRFB/88. Essa regra de reserva de iniciativa para o projeto

de lei acerca da criação da entidade vinculada ao Poder Executivo é aplicável

também aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, adequando-se a

iniciativa privativa do Governador ou do Prefeito, conforme o caso.

A extinção de uma empresa pública ou de uma sociedade de economia

mista é feita pelo Poder Executivo, mas dependerá de lei autorizadora

específica, em respeito ao princípio da simetria jurídica. A iniciativa dessa lei

tambem é privativa do Chefe do Poder Executivo.

Na hipótese de criação ou extinção de uma empresa pública ou de

uma sociedade de economia mista vinculada ao Poder Legislativo, ou

vinculada ao Poder Judiciário, a iniciativa da lei respectiva não será do Chefe

do Poder Executivo, mas sim do respectivo Poder a que esteja vinculada a

entidade.

A criação de subsidiárias pelas empresas públicas e sociedades de

economia mista, bem como sua participação em empresas privadas, depende

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de autorização legislativa ( art. 37,XX, CRFB/88). O STF, no julgamento da

ADIN 1.649-1, firmou o entendimento segundo o qual “é dispensável a

autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, desde que

haja previsão para esse fim na própria lei que instituiu a empresa de economia

mista matriz, visto que a lei criadora é a própia medida autorizadora.

Com isso o STF afastou a necessidade de autorização específica do

Poder Legislativo para a instituição de cada uma das subsidiárias de uma

mesma entidade, considerando suficiente a existência de um dispositivo

genérico na própria lei que autorizou a criação da empresa pública ou da

sociedade de economia mista prevendo a possibilidade de ela criar subsidiária.

Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista

são criadas com o objetivo precípuo de permitir ao Estado a exploração de

atividades de caráter econômico.

Na forma em que estão estabelecidos os princípios gerais da ordem

econômica na atual Constituição, o Estado, só excepcionalmente, está

autorizado a dedicar-se à exploração direta de atividade econômica. O artigo

173, da CRFB/88 não deixa dúvida ao prescrever que a exploração direta de

atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos

imperativos de segurança nacional, ou a relevante interesse coletivo, conforme

definidos em lei.

Ainda que tais entidades estejam intimamente ligadas a idéia de

exploração de atividade econômica de cunho lucrativo, há empresas públicas e

sociedades de economia mista que prestam serviços públicos, sujeitando-se a

regime jurídico distinto daquele aplicável às que se dedicam a atividades

econômicas. Qualquer que seja o seu objeto, elas sempre têm personalidade

jurídica de direito privado.

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Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista

têm natureza híbrida. Formalmente são pessoas jurídicas de direito privado,

porém não atuam integralmente sob a regência do Direito Privado. Elas têm

seu regime jurídico determinado, essencialmente pela natureza de seu objeto,

de suas atividades.

Essas entidades, quando atuam na exploração de atividades

econômicas propriamente ditas, se aproximam das pessoas jurídicas privadas,

embora sejam integrantes da Administração Pública em sentido formal.

Elas somente se submetem as normas de Direito Público naquilo em

que a Constituição expressamente estabelece ou quando houver disposição

legal específica, ainda se a lei não contrariar normas e princípios

constitucionais concernentes à atuação do Estado na economia.

Mesmo sendo também pessoas jurídicas de direito privado, as

empresas públicas e as sociedades de economia mista estão sujeitas a

diversas normas e princípios do Direito Público, especialmente em razão do

princípio da continuidade dos serviços públicos.

A partir dessa dupla atividades (intervenção no domínio econômico ou

prestação de serviços públicos) desenvolvidas pelas empresas públicas e

pelas sociedades de economia mista, a doutrina majoritária firmou o

entendimento segundo o qual, a depender da atividade desenvolvida pela

entidade, terá ela regime jurídico distinto, isto é, aquelas que se dedicam a

exploração de atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das

empresas privadas, estabelecido no artigo 173, da CRFB/88. Aquelas que se

dedicam à prestação de serviços públicos sujeitam-se ao regime administrativo

próprio das entidades públicas, conforme o artigo 175, da CRFB/88.

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Semelhanças entre as empresas públicas e as sociedades de

economia mistas

Ambas são pessoas jurídicas de direito privado, voltadas para a

desempenho de atividade de natureza econômica. Dependem, para sua

criação e extinção, de lei específica autorizativa, conforme artigo 37,XIX,

CRFB/88. Têm natureza híbrida, isto é, de um lado são pessoas jurídicas de

direito privado e, de outro, são pessoas sob o controle do Estado.

Diferenças

Enquanto o capital das empresas públicas é integralmente público, isto

é, oriundo de pessoas de direito público interno ou de entidades da

Administração Indireta, o capital das sociedades de economia mista é

formado por capital público e privado, ou seja, as ações que representam o

capital são divididas entre a entidade governamental e a iniciativa privada.

As empresas públicas podem adotar qualquer forma admitida em

direito (Sociedade Civil, Sociedades Comerciais, S/A, Ltda, etc. ). As

sociedades de economia mista devem ter, obrigatoriamente, a forma de

Sociedade Anônima e são basicamente reguladas pela Lei das Sociedades por

Ações.

As causas em que as empresas públicas forem autoras, rés,

assistentes ou opoentes, salvo algumas exceções como as de falência, as de

acidente de trabalho, as da competência da Justiça do Trabalho e da Justiça

Eleitoral, serão processadas e julgadas pela Justiça Federal, conforme

determina o artigo 109, I, da CRFB/88.

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São exemplos de empresas públicas: a Casa da Moeda, Caixa

Econômica Federal, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, o BNDS,

etc.

São exemplos de sociedades de economia mista o Banco do Brasil

S/A, a Petrobrás, etc.

Formas de nomeação e de exoneração dos dirigentes

A forma de investidura dos dirigentes das autarquias será a que estiver

prevista na lei instituidora da entidade.

Conforme o artigo 84, XXV, da CRFB/88, a competência para a

nomeação nas autarquias federais é do Presidente da República, nos Estados

e no Distrito Federal será dos Governadores e nos Municípios será do Prefeito.

A prévia autorização pelo Senado Federal poderá ser exigida (artigo

84,XIV,CRFB/88). Há casos em que a aprovação prévia pelo Senado Federal é

condição imposta pela própria Constituição Federal, como por exemplo, para

os cargos de presidente e diretores do Banco Central e de Procurador Geral

da República( artigo 52,III, “d” e “e”, CRFB/88 ). Em outros casos, a exigência

de aprovação prévia pelo Senado Federal consta somente de lei, com

fundamento no artigo 52,II, “f”, CRFB/88 ( é o que ocorre atualmente na

nomeação dos dirigentes das agências reguladoras federais, como a ANATEL,

a ANEEL e a ANP).

Quanto aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, com base

no princípio da simetria, tendo em vista o disposto no artigo 52,III,”f”, da

CRFB/88, consolidou a jurisprudência do STF no sentido da validade de

normas locais que subordinam a nomeação dos dirigentes de autarquias ou

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fundações públicas à prévia aprovação da Assembléia Legislativa (ADI-MC

2.225/SC, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 29.06.2000).

Os Estados, o Distrito Federal e os Municipios, com base na simetria,

conforme o estabelecido no artigo 52, II, ”f”, da CRFB/88, consolidou-se a

jurísprudência do STF de validade de normas locais que subordinam a

nomeação de dirigentes de autarquias ou fundações públicas à aprovação do

respectivo Poder Legislativo ( ADI-MC 2.225).

Nas empresas públicas e nas sociedades de economia mista o Supremo

Tribunal Federal firmou entendimento, embora ainda liminar, de que não é

válida a exigência de prévia aprovação do Poder Legislativo para a nomeação

de dirigente de empresa pública ou sociedade de economia mista pelo Chefe

do Poder Executivo, diferentemente do que ocorre quando se trata de

autarquias ou fundações públicas, para as quais a imposição de tal condição é

plenamente constitucional. A Suprema Corte no julgamento da ADI-MC

2.225/SC assim expôs sua posição: “A vista da cláusula final de abertura do

artigo 52,III, “f”, da CRFB/88 da Constituição Federal, consolidou-se a

jurisprudência do STF no sentido da validade de normas locais que

subordinam a nomeação dos dirigentes de autarquias ou fundações públicas à

prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Diversamente, contudo, atento ao

artigo 173 da Constituição, propende o Tribunal a reputar ilegítima a mesma

intervenção parlamentar no processo de provimento da direção das entidades

privadas, empresas públicas e sociedades de economia mista da

administração indireta dos Estados.”

Conforme a ementa acima transcrita , a Corte Suprema fundamentou

seu entendimento no artigo 173, da Constituição. Ocorre que esse julgamento

trata da atuação do Estado como agente econômico, em atividades

econômicas em sentido estrito. Não se aplica aos serviços públicos, que são

regidos pelo artigo 175 da Carta Política.

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Porém, no julgamento em apreço, não se faz distinção, em momento

algum, entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista

exploradoras de atividades econômicas e as prestadoras de serviços públicos.

Há diversos julgados em que o Supremo Tribunal Federal faz explicitamente

distinção entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista

exploradoras de atividades ecônomicas e as prestadoras de serviçod públicos,

mas na ADI-MC 2.225 essa diferenciação não foi sequer aventada.

A orientação hoje existente no Supremo Tribunal Federal é pela

inconstitucionalidade da exigência de aprovação prévia do Poder Legislativo

como condição para a nomeação, pelo Chefe do Poder Executivo, de dirigente

de quaisquer empresas públicas e sociedades de economia mista.

O STF firmou entendimento no sentido de que a lei não pode, de forma

alguma, estabelecer hipóteses de exigência de aprovação legislativa prévia

para a exoneração de dirigentes de entidades da Administração Indireta pelo

Chefe d Poder Executivo. Não pode, tampouco, a lei prevê que a exoneração

seja efetuada diretamente pelo Poder Legislativo. A Nossa Constituição

Federal não confere tais competências ao Poder Legislativo, descabendo,

portanto, tambem aos entes federados menores fazê-lo, invocando o princípio

da simetria com algum preceito constitucional. A Carta Política de 1988 contém

uma única hipótese, taxativa, de exigência de autorização legislativa para a

exoneração: a do Procurador Geral da República, artigo 52,XI, CRFB/88.

Também não há dispositivo constitucional prevendo exoneração, pelo Poder

Legislativo, de ocupante de órgão ou entidade do Poder Executivo.

Portanto, segundo orientação do Supremo Tribunal Federal,

disposições legais com exigência de aprovação legislativa prévia para

exoneração de ocupantes de cargos do Poder Executivo, ou previsão de

exoneração direta de tais servidores pelo próprio Poder Legislativo, são

inconstitucionais, por ofensa ao princípio da separação entre os poderes (ADI-

MC 1.949/RS, rel. Min Sepúlveda Pertence, 18.11.1999).

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Resumindo, podemos dizer que são constitucionais as leis federais,

estaduais, distritais ou municipais que exijam aprovação prévia pelo Poder

Legislativo respectivo para a nomeação, pelo Chefe do Executivo, de dirigentes

de autarquias e fundações públicas, tanto as fundações públicas com

personalidade jurídica de direito público quanto as fundações públicas com

personalidade jurídica de direito privado;

São inconstitucionais as leis federais, estaduais, distritais ou

municipais que façam exigência de aprovação prévia pelo Poder Legislativo

respectivo para a nomeação, pelo Chefe do Executivo, de dirigentes de

empresas públicas e sociedades de economia mista, tanto as exploradoras de

atividades econômicas quanto as prestadoras de serviços públicos.

São declaradas inconstitucionais as leis federais, estaduais, distritais ou

municipais que exijam aprovação prévia pelo Poder Legislativo respectivo para

exoneração, pelo Chefe do Executivo, de dirigentes de quaisquer entidades da

Administração Indireta.

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CONCLUSÃO

Mostramos que foi o Decreto Lei nº 200/67, também denominado de

Estatuto da Reforma Administrativa, quem aperfeiçoou e simplificou a

Administração Pública e no seu artigo 4º a classificou em Administração

Pública Direta e Indireta. Seu objetivo principal e imediato era a fixação de

diretrizes e princípios que tornassem a Administração Federal mais funcional e

dinâmica.

Vimos que a Administração Pública Indireta é composta pelas

autarquias, fundações públicas, empresas públicas e as sociedades de

economia mista, e, que somente por lei específica são criadas as autarquias e

autorizada a instituição das empresas públicas , das sociedades de economia

mista e das fundações.

As autarquias têm personalidade jurídica de direito público, capacidade

de auto administração, pois têm patrimônio e receita próprio, especialização

dos fins ou atividades e sujeição a controle ou tutela pelo Estado.

As fundações públicas recebem recursos do governo e, por isso, ficam

sujeitas a fiscalização estatal do respectivo ente federado que as criou.

Analisamos as questões polêmicas referentes a natureza jurídica das

fundações públicas.

As empresas públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito

privado, com patrimônio próprio e capital exclusivamente público. São criadas

para a exploração de atividade econômicaou prestação de serviços públicos e

podem revestir-se de quaisquer das formas admitidas em direito.

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O regime de seus servidores é híbrido. Elas têm privilégio de foro,

prazo processual em dobro para recorrer e em quadruplo para contestar.

As sociedades de economia mista têm personalidade jurídica de Direito

Privado, com participaçãodo Poder Público e de particulares em seu capital e

em sua administração para realizar atividade econômica ou serviço público

consentido pelo Estado. São criadas por lei, admitem lucro e têm a forma de

sociedade anônima.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes - Instituto A Vez do

Mestre

Título da Monografia: A organização da Administração Pública na sua forma

Indireta

Autor: Benedita Silva Gomes

Data da entrega: 13.01.2010

Avaliado por: Conceito: