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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES FACULDADE INTEGRADA AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU O DESENHO E O UNIVERSO INFANTIL: A AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA JUNTO A EQUIPE DOCENTE NA OBSERVAÇÃO DO GRAFISMO Sônia Regina de Araujo Profª. Orientador (a): Simone Ferreira Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O DESENHO E O UNIVERSO INFANTIL: A AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA JUNTO A EQUIPE DOCENTE NA

OBSERVAÇÃO DO GRAFISMO

Sônia Regina de Araujo

Profª. Orientador (a): Simone Ferreira

Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

FACULDADE INTEGRADA AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

O DESENHO E O UNIVERSO INFANTIL: A AVALIAÇÃO PSICOPEDAGÓGICA JUNTO A EQUIPE DOCENTE NA

OBSERVAÇÃO DO GRAFISMO

Sônia Regina de Araujo

Monografia de conclusão de curso apresentada ao Curso de Pós-Graduação Latu Sensu em Psicopedagogia Clínica e Institucional da Universidade Candido Mendes– Faculdade Integrada AVM, como requisito parcial para obtenção do grau em Pós-Graduação, sobre a orietanção da Profª. (a): Simone Ferreira.

Rio de Janeiro 2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, pela força, que não foi fácil chegar até aqui.

A minha mãe que esteve sempre ao meu lado nas horas mais difíceis, me incentivando e me dando força.

A todos os meus amigos que direta e indiretamente me apoiaram nesta nova empreitada de sucesso na educação.

Obrigada de coração, pois, todos fazem parte da minha história.

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DEDICATÓRIA

Dedico exclusivamente a minha mãe, pela total conquista.

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RESUMO

Este projeto tem por finalidade abordar o tema O desenho e o

universo infantil no interior do universo da educação que é de extrema

importância para o conhecimento do educador na sua profissão, com a

intenção de entender a evolução dos desenhos feitos pelos seus alunos e qual

a importância desta fase no âmbito do universo pedagógico. A metodologia

utilizada foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica descritiva. O tema o

desenho e o universo infantil será pesquisado inspirado em crianças de zero a

seis anos e tendo-se exposto passo a passo de cada fase, porque passam,

sempre tendo como referência a bibliografia pesquisada afim de, ter um

entendimento mais profundo dos desenhos e rabiscos realizados pelas

crianças. A criança possui suas próprias idéias, interpretações, representações

e teorias sobre a produção da arte e o fazer artístico. Tais construções são

edificadas nas suas próprias experiências que envolvem a produção da arte,

com o mundo físico e com seu próprio ser. A criança age, reflete,abstrai

sentidos de sua experiência. A partir daí edifica significados sobre de como faz,

o que é, para que serve, sobre outros conhecimentos a respeito de arte. A

conclusão obtida desta pesquisa é que o desenho é fundamental para o

desenvolvimento cognitivo da criança e os processos de aprendizagem na

observação do psicopedagogo junto a equipe pedagógica.

Palavras-Chave: Desenho, Universo, Infantil, Aprendizagem, Psicopedagogo

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada destina-se a chamar a atenção do

educadores em Educação Infantil em relação ao desenho e ao universo infantil,

pois, através do desenho a criança demonstra seus medos, anseios, alegria,

enfim, emoções, tornado o assunto mais atraente e compreensível aos

docentes.

A proposta deste estudo é valorizar o desenho e alertar aos

professores a valorizar os desenhos de seus alunos.

Os livros e artigos que foram utilizados para estrutura da presente

pesquisa foi de grande aprendizado. Sendo, renomados autores que falam

sobre o respectivo tema na área da educação e o universo infantil.

Contudo, espero ter alcançado o meu objetivo em levar

conhecimento aos futuros leitores e a importância do desenho no

desenvolvimento cognitivo, mental e social da criança.

A linha de pesquisa que norteia este trabalho será a "gestão

pedagógica e o cotidiano escolar", pois, esta analisa as questões referentes a

prática pedagógica, sua implementação e também o desempenho do

psicopedagogo junto a equipe docente na observação do grafismo na

educação infantil. Portanto, para elaboração deste trabalho serão utilizados os

renomados autores: Menegolla (2000), Moram (2000), Sara Pain (2004), entre

outros.

A metodologia empregada neste trabalho será uma pesquisa

bibliográfica de caráter descritivo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................08 CAPÍTULO I O DESENHO INFANTIL....................................................................................10 CAPÍTULO II O DESENHO E A INTERPRETAÇÃO...............................................................22 CAPÍTULO III O DESENHO COMO INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO..............................28 CAPÍTULO IV O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO E A UTILIZAÇÃO DO DESENHO..............31 CONCLUSÃO....................................................................................................35 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................37 ÍNDICE...............................................................................................................38

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INTRODUÇÃO

Este trabalho acadêmico reporta sobre O Desenho e o Universo

Infantil, tendo como tema: Avaliação psicopedagogica junto a equipe docente

na observação do grafismo na educação infantil. Tendo como problema

desenvolver a idéia de como o desenho infantil pode ser um instrumento

diagnóstico no trabalho psicopedagógico. Demonstrar que uma análise do

desenho pode levar a um diagnóstico bem próximo da realidade da criança,

tendo o psicopedagogo uma visão ampla das áreas da vida da mesma, que

precisam de uma interferência ou encaminhamento para um atendimento

multidisciplinar.

A escolha deste tema refere-se ao fato do grafismo ser de grande

relevância para o conhecimento do educador dentro da sua profissão, pois,

este deve entender a evolução dos desenhos feitos pelos alunos e qual a

importância desta fase dentro da realidade da criança. A mesma tem suas

próprias idéias, interpretações sobre a produção de arte e o fazer artístico.A

criança age, reflete e abstraí sentidos de sua experiência. Portanto, o desenho

é fundamental para o desenvolvimento cognitivo da criança no processos de

aprendizagem? Logo, O desenho na educação infantil é relevante?

Assim, tendo como objetivo geral: A reflexão sobre a importância do

desenho no contexto de educação infantil, estabelecendo os objetivos

específicos abaixo:

O primeiro capítulo trata do histórico do desenho infantil, sua

evolução e características, na visão de alguns autores como: Florence de

Méredieu, Philippe Greig e Luquet.

O desenho e a interpretação baseando-se nas identificações de

pistas reveladoras contidas nos desenhos sobre o nivel de desenvolvimento e

aprendizagem na educação infantil: tendo embasamento nos seguintes

autores: Gardner, Lowenfeld e Philippe Greig;

No terceiro capítulo falaremos sobre o papel do psicopedagogo

enquanto orientador junto ao professor na dificuldade e desenvolvimento da

criança: autores Pain, Visca e Moreira.

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Sendo assim, diante de um problema a postura do psicopedagogo,

dentro de uma instituição é de suma importância através de seu diagnóstico,

que resulta em ajudar esta “criança” a alcançar um desenvolvimento desejável.

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CAPÍTULO I- O DESENHO INFANTIL

1.1- Histórico

No final do século passado se despertou o interesse pelo desenho

infantil, isto relacionando-se aos primeiros trabalhos de psicologia

experimental, muitos estudo foram tomando forma em várias disciplinas como a

pedagogia, a psicologia, a sociologia e até a estética se beneficiou com a

contribuição desses trabalhos. De 1880 até 1900, descobre-se a originalidade

da infância, logo após com influência das idéias de Rousseau na pedagogia

muitas etapas do desenvolvimento gráfico da criança são descobertos. E assim

o desenho infantil é introduzido na psicanálise.

Muitos autores como Morgenstern, Probst e Rioux se preocuparam

em estudar o desenho infantil em diversas áreas durante os anos do século

passado. Há uma valorização do desenho.

No momento atual os estudos sobre o desenho beneficiam-se da

contribuição considerável da psicologia infantil.

1.2- A criança e o desenho

Todo ser humano já nasce com um artista dentro de si, pois muito

antes de aprender a ler e escrever, ele reage positivamente a estímulos

artísticos, e assim desenha. O suficiente é ter lápis e papel, podendo ter tintas

ou qualquer outro material que se possa utilizar para se expressar

artisticamente.

Para Greig ( 2004, p.11 ):

“ Mal começa a andar, a criança apodera-se do lápis. Qualquer objeto parecido lhe basta, pois ela se contenta com um jogo de imitação. Mas, ao longo do segundo ano, a criança empunha e utiliza para valer o lápis ou a caneta hidrográfica e constata com satisfação que seu gesto deixa uma marca.”

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Desenhar é um ato muito importante para criança, nele ela procura

expressar sempre o que há de mais importante e significativo no momento. Por

esta razão que não há desenho igual mesmo que muitas crianças desenhem

sobre o mesmo tema, pois cada criança fará sua interpretação particular.

Enquanto desenha, a criança não se preocupa com aspectos

estéticos como cor e proporções, ela tem um desejo ardente de se expressar.

Nele ela emprega toda carga emocional seja ela positiva ou negativa. Os

desenhos das crianças são repletos de emoções, todas as figuras

representadas, os detalhes, as cores, e o que quer que se apresente no

desenho tem seu significado e sua importância.

Como cita Greig (2004, p.15) : “A criança é o elemento central da

proposição: seu desenho é apenas uma forma particular da emergência da

linguagem, um reflexo de seu crescimento psíquico.”

1.3- Evolução do desenho infantil

A evolução do desenho infantil começa a partir do que se chama de

desenho informal, e não abstrato, tendo em vista que a criança pequena não

tem desejo nenhum de não-figuração. Nesse estágio, a expressão infantil

começa pelo borrão, ou aglomeração, isto num plano plástico. No plano gráfico,

começa pelo rabisco, um movimento oscilante, depois giratório. O estudo

dessas primeiras manifestações é de suma importância para compreensão da

arte infantil, pois a partir ela se estabelece toda a atividade futura da criança e

se constitui uma verdadeira “pré-história” do desenho.

A pesquisa sobre o rabisco são desenvolvidas desde o fim do século

passado, por William Preyer, que estuda as primeiras manifestações gráficas

do bebê. O rabisco aparece com a aprendizagem do andar e do sentido do

equilíbrio.

A evolução do desenho de uma criança se dá de forma natural e

progressiva, pode-se notar isto no desenho de uma criança pequena, onde não

há intenção ou desejo de figuração, denomina-se de desenho informal.

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Realismo fortuito – este estágio começa por volta dos dois anos e põe fim ao

período chamado rabisco. A criança começa a traçar signos sem desejo de

representação e descobre por acaso uma analogia entre um objeto e o seu

traçado. Assim nomeia de seu desenho.

Realismo fracassado – a criança descobre a identidade forma-objeto e

procura reproduzir. Tem início uma fase de aprendizagem calcada em

fracassos e de sucessos parciais, fase esta que começa geralmente entre os

três e quatro anos.

Realismo intelectual – principal estágio que vai dos quatro até por volta dos

dez ou doze anos. Nesta fase a criança desenha não aquilo que vê, mas o que

sabe. Se utiliza de dois processos, o plano deitado (os objetos sem

perspectiva) e a transparência ou representação simultânea do objeto e seu

conteúdo, isto porque a criança mistura diversos pontos de vista.

Realismo visual – geralmente se inicia por volta dos doze anos, marca o fim

do desenho infantil, um ponto muito peculiar é a descoberta da perspectiva e a

submissão as leis, daí o empobrecimento progressivo do grafismo, perde seu

humor e tende a assemelhar-se as produções dos adultos.

Acrescentamos ainda que a competência pictórica possui no

desenho seu sistema simbólico. Gardner (2002), afirma que a linguagem, a

matemática e o desenho são três sistemas simbólicos que se tornaram

importantes no mundo inteiro para a sobrevivência e a produtividade humana.

No desenho, cada traço, cada cor, cada mancha carrega um valor

simbólico e cada elemento quer dizer alguma coisa compreensível à

inteligência.

Observando essas teorias, o educador pode iniciar o ensino das

artes visuais na Educação Infantil, observando o conhecimento afetivo e

perceptivo em cada faixa etária.

Portanto, a construção de conhecimento parte do princípio de que

suas crianças, no seu contato com os elementos das linguagens gráficas, vão

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elaborando suas hipóteses diante das suas percepções e afetividades,

construindo representações, reorganizando e modificando seu saber.

As crianças entendem seus desenhos como criação de um estilo

próprio a partir do momento em que entram em contato com diferentes tipos

de obras e culturas, como por exemplo a idéia modernista de “Tarsila do

Amaral”, que é semelhante ao processo de trabalho dos alunos,

principalmente nas aulas de percurso, pois funciona como estímulo nas duas

direções, na curiosidade pela história da arte e para a produção consciente

nas atividades. Os alunos já começam a lidar com informações que serão

aprofundadas no período escolar.

Para que se perceba como a diferença de repertório enriquece a

produção artística, o professor deve propor aos seus alunos atividades

relacionadas às obras do artista que está sendo trabalhado. O resultado é uma

coleção de trabalhos sobre o mesmo tema e cabe ao professor continuar o

estímulo, apreciando o trabalho e conversando com os alunos a respeito da

riqueza que diferentes interpretações dão ao mesmo, e que estas

interpretações são frutos da soma de conhecimentos, e eis ai a importância de

apreciar e estimular a produção das crianças.

1.4 – Etapas do desenho infantil

1.4.1 – Rabiscação

A maioria das crianças sente muito prazer com a atividade a que

chamamos rabiscação.

Pensava-se antigamente que este prazer provinha do movimento

ritmado do braço e que os traços surgidos no papel não representavam

nenhuma importância para a criança. Na realidade, quando as crianças

recebem um objeto parecido com um lápis e estes não rabiscavam ou deixam

marcas, elas rapidamente perdem o interesse na atividade. Porém, não se

preocupavam em preservar seu trabalho anterior e com freqüência rabiscam

em cima dos traços desenhados anteriormente.

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Ao mover os braços para trás e para frente, a criança produz

rabiscos ondulados, trazendo a mesma surpresa, apesar de não ter sido

intencional. Praticando simultaneamente este movimento, a criança tornou-se

capaz de manter seus rabiscos dentro do limite do papel e mais tarde, seus

movimentos largos e abrangentes darão lugar a movimentos mais controlados

e precisos. Rabiscar repetida e deliberadamente pode indicar que a criança

está em processo de dominar determinadas formas e sua capacidade criativa

não deverá nunca ser desencorajada.

Enquanto a criança continua explorando, criando, ela descobre que

pode fazer vários tipos de traços e talvez adquira um bom repertório de

rabiscos. Kellog (2001), observou e pesquisou vários desenhos infantis,

identificando vinte tipos de rabiscos básicos, embora não signifique que a

criança seja obrigada a produzir todos.

Muitas crianças fazem combinações em modos e formas com os

vários tipos de rabiscos.

Existem provas de que as crianças não precisam passar por uma

determinada fase de rabiscos. Algumas culturas omitem em suas crianças,

etapas intermediárias desses desenhos, fazendo com que as mesmas

comecem a desenhar formas figurativas.

Segundo Cox (2001), o desenho figurativo não deve

necessariamente ser precedido por uma fase de rabiscos, e rabiscar, por certo,

não leva necessariamente, ao desenho figurativo.

O desenho começa pelo rabisco, gesto essencialmente motor. O

rabisco ainda é muitas das vezes considerado um exercício desnecessário,

pois foi ignorado dando lugar ao desenho orientado, para a representação de

uma realidade visual, que ao contrário da realidade pulsional, não apresenta

problemas de reconhecimento.

De acordo com Derdeyk (2002), a criança rabisca e de repente

percebe que deste rabisco surge uma “gente”, uma semente, qualquer forma,

seja ela quadrada, redonda, separada, junta, preenchendo um horizonte de

significados.

A criança vai formando uma coleção gráfica como num grande

quebra-cabeça. Suas construções são paisagens, universos de quatro paredes

que ela imagina ser seu para interar-se e integrar-se de todas as sensações.

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O gesto gráfico é o exercício da sensibilidade. Desde pequena, a

criança descobre que da ponta de seus dedos surge o impulso da vida. Mais

tarde, ela já percebe que suas mãos seguram o objeto capaz de produzir

marcas sobre qualquer superfície.

Iniciado pelo simples prazer do gesto, o rabisco é antes de tudo

motor. Somente depois é que a criança, ao observar que seu gesto produziu

um traço, novamente o faz, desta vez pelo prazer do efeito surgido.

1.4.2- Garatujas

Moreira (2003) afirma através dos estudos de Lowenfeld (2000) que

por volta dos 18 meses surge o primeiro rabisco infantil, sendo essa garatuja

essencial no desenvolvimento do desenho, pois é o início da locução, na qual

conduzirá ao processo evolutivo do desenho.

Os primeiros rabiscos são constituídos por traços desordenados.

Gradativamente evoluem para desenhos que são de fácil percepção do adulto.

Entre a faixa etária de 18 meses e quatro anos aproximadamente,

ocorre o desenvolvimento dessas garatujas, aparecendo às primeiras imagens

visuais.

Com o aparecimento das “células”, a garatuja começa a ganhar

nomes e outros sinais, como olhos, pernas e cabelos. Os sinais e nomes

variam sempre, mas Moreira afirma que a intenção de dizer algo marca o

aparecimento da representação. Nessa fase, a criança não usa a cor de acordo

com o real, ela gosta de experimentar cores diferentes. Aos poucos, a criança

passa a combinar elementos gráficos, tais como cruzes, retas perpendiculares,

diagonais, paralelas, quadrados, arcos e triângulos para gerar novas

configurações que ganharão ares de diagramas. Essa mudança demonstra

uma habilidade quanto ao uso da linha e da memória, na medida em que a

criança congrega elementos, compondo-os. É possível, segundo Derdyck

(2002), que se constate nesse momento uma certa maturidade intelectual para

perceber diferenças e semelhanças, para generalizar, abstrair e classificar,

envolvendo noções mais precisas sobre idéias e objetos. O ato de desenhar,

quer até então era fruto de uma ação e de uma percepção, passa a processar

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idéias próprias sobre ela e de noções que são captadas através de reflexões

sobre o que a criança pensa do que percebe e observa.

Lowenfeld (2000) distingue três estágios da garatuja: desordenadas,

controladas e a atribuições de nome.

1.4.3 – Garatujas Desordenadas

A criança quando se encontra nessa fase, geralmente seus

primeiros traços são casuais, variando de comprimento e direção. A momento

em que a criança limita o braço no movimento de “trás e frente”. A criança

nesta fase realiza a atividade, podendo estar com a sua atenção voltada para

outra direção.

É inviável na fase da garatuja desordenada o adulto oferecer

exemplos de desenhos prontos para a criança, pois nesta idade a criança ainda

não possui controle visual de seus movimentos. Caso sejam exigidas idéias

além da capacidade da criança, estará influenciando de forma que prejudicará

o seu desenvolvimento.

É importante no processo de construção demonstrar interesse pelas

criações da criança, sendo fundamental que ela sinta que nesse meio de

comunicação é aceito.

1.4.4 – Garatujas Controladas

Ao adquirir o controle visual sobre os traços, a criança descobrirá

uma ligação existente entre seus caminhos, mesmo que ainda não se perceba

uma grande diferença entre seus desenhos. A maioria das crianças nesta fase,

já demonstra entusiasmo ao desenhar, pois, a conquista da coordenação entre

seu desenvolvimento visual e motor é de grande importância.

Ao obter outros movimentos a criança passa a ousar um pouco

mais. Torna-se comum em suas garatujas o aparecimento de linhas que podem

ser feitas na horizontal ou na vertical ou até mesmo “esboçando” círculos.

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A criança passa também a adquirir uma maior concentração na

atividade de desenhar, explorando mais cores e sentindo um enorme prazer

em preencher todo o espaço disponível do papel, ao passo que antes tinha

dificuldade em respeitar o limite do mesmo.

1.4.5 – Atribuições de nomes às garatujas

Esta nova etapa é de grande interesse no desenvolvimento infantil.

A criança começa a pensar sobre as garatujas e a nomeá-las, mesmo que

ainda não seja possível visualizar (identificar) o que a criança diz ter

desenhado. Quando a criança começa a nomear suas garatujas, significa que o

seu pensar está começando a passar por uma transformação.

Nesta fase a criança une seus movimentos com o mundo que está a

sua volta, transferido-se do pensamento cinéstésico para o pensamento

imaginativo. É por volta dos três anos que a criança encontra-se neste

processo, desenvolvendo uma base para a retenção visual.

Mesmo não tendo uma grande diferença visual entre as primeiras

garatujas, agora a criança já possui uma idéia sobre o que irá desenhar. A

partir dos três anos e meio a criança começa a anunciar o que pretende

desenhar, consumindo um espaço ainda maior de tempo.

Nesta fase, a criança não tem noção final das suas garatujas, ela

pode começar o desenho dizendo que é uma árvore e logo após de estar

pronto afirmar que desenhou uma casa.

O importante, segundo Lowenfeld (2000), é que os rabiscos e traços

tenham um significado real para a criança que os desenha. Sua vontade de

imitar o adulto nesta fase é mais evidente, traduzindo-se no desejo de

escrever, de comunicar-se com alguém.

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1.4.6 – Desenhos pré-esquemáticos

Pelos estudos de Lowenfeld (2000), a partir dos quatro anos, as

garatujas evoluem e os traços e rabiscos das crianças tomam formas já visíveis

pelos adultos.

A criança agora cria conscientemente, seus rabiscos são

controlados usando exemplos que estão a sua volta e com uma forte relação

com o mundo.

Esses novos desenhos são tão importantes para o professor ou pais,

quanto para as crianças, pois, já dispõem de um registro próprio no processo

do desenvolvimento infantil.

O primeiro símbolo produzido pela criança em geral é a figura

humana, uma representação constante nos desenhos da primeira infância.

Tipicamente nesta fase a figura humana é desenhada com um círculo

indicando a cabeça e duas linhas verticais indicando as pernas.

Segundo Lowenfeld (2000) essas representações “cabeça-pés” são

comuns às crianças de 5 anos, porém o que observamos nas crianças atuais é

que esse período da evolução do desenho está bem adiantado, no qual é

possível obter essas representações em crianças no final de três e início de

quatro anos. Isto acontece devido à estimulação que a criança vem recebendo

no decorrer do seu desenvolvimento, pois, as mesmas têm começado a

freqüentar a escola mais cedo. Outro fator considerável é a maturidade do

pensamento cognitivo da criança. Suas experiências e vivências também têm

uma grande importância nesse desenvolvimento.

Lowenfeld (2000), admitem que a “representação cabeça-pés é o

que a criança, de fato, sabe sobre si mesma, e não uma representação visual

do todo”. Como destacam os mesmos autores, Piaget descobriu que as

crianças de 6 anos creditavam que o processo de pensar ocorria na boca.

Neste processo de desenvolvimento do desenho, todos os sentidos

da criança estão interligados. Por exemplo, o sentido do tato é tão importante

quanto a percepção visual. Ao tocar e sentir um objeto a criança poderá

representá-lo com uma maior compreensão de seu significado.

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A percepção que a criança tem de sua posição no espaço e no

Mundo aparece no tamanho dos desenhos.

Nesta etapa de tradução, a criança está sempre buscando novos

conceitos e suas representações mudam constantemente. É possível observar

a evolução do traçado e de formas no desenho de uma criança no período de

seis meses a um ano.

1.4.7 – Figuras soltas

Lowenfeld (2000), afirma que os desenhos da criança vão

evoluindo, e perto dos 4 anos começa a desenhar figuras que ficam soltas

no papel como se estivessem flutuando. Essas figuras têm agora bastante

relação com os objetos ou pessoas, geralmente representam a figura

humana, casas, animais, sol, flores. Experiências diversificadas vão

aprimorar e enriquecer essas figuras. É interessante notar que a criança

nessa fase desenha o que sabe das coisas, a cor e o tamanho ainda não

têm muita relação com o real, estando mais ligados a estados emotivos. A

ocupação do papel também não é organizada. Algumas crianças começam a

comentar, descrever qualidades dos seus desenhos.

1.4.8 – Cenas

De acordo com Lowenfeld (2000), a principal característica dos

desenhos da criança é que as figuras não aparecem mais soltas no papel. Elas

aparecem organizadas no espaço ou em qualquer outro lugar em que a criança

desenhe. O que fica pousado no chão como: pessoas, casas, árvores, fica na

parte de baixo do papel. Na parte de cima, ela coloca sol, nuvens, pássaros,

aviões, etc.

As figuras encontram-se também relacionadas dentro de um tema. A

cor, geralmente tem relação com o real. O tamanho das pessoas e objetos

apresentam uma certa proporção.

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Nesta fase, Lowenfeld (2000), também observa uma evolução:

a. Cena simples: O desenho tem pouca variedade de elementos, poucos

detalhes e poucas cores.

b. Cena completa: há um maior número de elementos no desenho e uma

maior relação entre eles e também mais detalhes nas pessoas e nos objetos.

Nesta fase também a linguagem da criança sobre o desenho se amplia e elas

contam pequenas histórias relacionadas com eles.

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CAPÍTULO II- PISTAS REVELADORAS CONTIDAS NOS DESENHOS SOBRE O NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL

De acordo com Nicole Bédard (2000), através do desenho e de seus

traços é que a criança demonstra suas emoções, sentimentos, enfim suas

ilusões e desilusões. Na primeira infância, ou seja, entre os dezoito e os vinte e

quatro meses, a criança experimenta muito mais do que expressa, seus traços

orientam-se e vão tomando forma.A criança começa a controlar esse meio

e,em seguida poderá expressar-se através dele.

O desenho representa, em parte, a mente consciente, mas também,

e de uma maneira mais importante, faz referência ao inconsciente. Não

devemos esquecer-nos de que nos interessa é o simbolismo e as mensagens

que o desenho transmite-nos,não sua perfeição estética.

Ainda de acordo com Nicole Bédard (2000), é recomendável deixar

que sua imaginação manifeste-se com toda liberdade.

Em algumas crianças, o desejo de expressão canaliza-se através de

outros meios como a música, dança, o canto, os esportes. Cada qual

encontrará o que mais lhe convier.

Expondo-se cada etapa de evolução que experimenta o desenho na

criança.

Cada criança possui um ritmo próprio, é possível que as idades

mencionadas variem ligeiramente.

DEZOITO MESES A DOIS ANOS: Agrada-lhe rabiscar livremente sobre

grandes superfícies. Todavia sua coordenação motora costuma ser

desajeitada.

DOIS A TRÊS ANOS: De dois a três anos a criança deseja experimentar

ferramentas diferentes: o carimbo, aquarela, os lápis de cera,etc.Nesta fase a

experimentação predomina sobre a expressão.A coordenação vai-se

desenvolvendo r logo chega a segurar firmemente na mão o lápis que está

utilizando.

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ENTRE TRÊS E QUATRO ANOS: A criança começa a se expressar através

dos seus desenhos. Algumas vezes, antes de realizar os primeiros traços no

papel, ela nos diz o que pretende desenhar.

DE QUATRO A CINCO ANOS: Escolhe as cores em função da realidade (uma

árvore marrom com folhas verdes, por exemplo) e talvez,ao começar a

escrever,perca o interesse no desenho.Sua capacidade imaginativa é muito

forte,razão pela qual os contos de fada atraem muito mais sua atenção.

2.1- A REAÇÃO DA CRIANÇA DIANTE DO DESENHO

De acordo com Florence Mèredieu (2000), quando á criança coloca-

se diante de um papel, disposta a desenhar, sua atitude pode ser idêntica.

Algumas vezes começa o desenho e logo o risca, começando outro no mesmo

papel.

Um desenho riscado revela que a criança experimenta uma certa

agressividade, procedente de um acontecimento determinado, enquanto que o

desenho atirado ao cesto denota afirmação e determinação.Sua mensagem é

clara:significa que ainda que haja ocorrido algo negativo,a criança o repudiou e

o atirou ao cesto do esquecimento.

De vez em quando é importante dar uma olhada, porém de modo

discreto.

Ainda de acordo com a autora algumas crianças desenham em

silêncio, outras cantarolam, enquanto que outras dão explicações sobre os

traços a que estão dando forma ao papel.

Um desenho feito ao silêncio da criança indica concentração e será

muito mais significativo na hora de interpretá-lo. A uma necessidade do

ambiente ser animado, pois o canto,de algum modo , protege contra o

isolamento e ao,mesmo tempo,é um modo sutil de atrair e reter a atenção dos

demais.

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2.2- A REAÇÃO DOS PAIS EM RELAÇÃO AOS DESENHOS DO SEU FILHO

Alguns pais ficam extasiados diante dos desenhos de seus filhos,

enquanto outros adotam do desenho uma postura crítica, preferindo dirigir-se á

criança: “Faz-se assim, não desta forma....”

Devemos ser sinceros. Se nossa reação não for natural.

De acordo com Picasso apud Florence de Mèridieu (2000, p.01):

“Antes eu desenhava como Rafael, mas precisei de toda uma existência para

aprender a desenhar como as crianças.” (PICASSO)

2.3- A IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE CUIDADOSA DOS DESENHOS

“As análises infantis demonstram sempre que por detrás do desenho, da pintura e da fotografia, esconde-se uma atividade inconsciente muito mais profunda:trata-se da procriação e produção no inconsciente do objeto representado.” (Helena Coelho apud MELANIE KLEIN 2000, p.16)

Praticamente todos os trabalhos sobre desenho infantil efetuados

até hoje inscrevem-se numa ótica psicológica. Seria impossível expor e

analisar em algumas páginas a totalidade deste material e dos problemas

abordados. De acordo com a autora acima a expressão gráfica e plástica é

utilizada por Mélanie Klein, da mesma que os outros brinquedos: bonecas,

objetos pequenos, jogos com água, etc. O desenho representa uma simples

atividade lúdica. Numerosos são os analistas que atualmente se apóiam sobre

o desenho durante o tratamento, conjuntamente com outros modos de

expressão: modelagem,jogos com areia e água, etc.Por isso a importância da

observação do desenho da criança.e a análise do mesmo. Um diagnóstico

errado acarretará num futuro problema para está criança.

De acordo com Maria Helena Coelho (2002), é forçoso constatar que

o mais nos embaraça na observação provocada é o fato de sermos obrigados a

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utilizar a linguagem verbal, quanto mais não seja para definir as instruções.

Enfim a compreensão da linguagem gráfica pela escola que é, decerto, um

aspecto dos fatores culturais. È assim que, nas nossas sociedades latinas, se

utiliza pouco o desenho para a criança se exprimir e quando o utiliza é

geralmente o adulto que impõe o seu modelo.

O psicólogo é muitas vezes obrigado a interpretar, fato que não é

muito prejudicial, porque, se a produção é estável, a criança é sempre

comparada consigo mesmo. O desenho dá-nos três tipos de informações são

eles:

Desenvolvimento psicogenético: O desenho da criança é um testemunho

insubstituível do seu conhecimento e da sua própria organização. Um

fenômeno significativo: quando a criança faz a experiência do traçado e do

espaço gráfico.

Organização dinâmica: Evidência as capacidades neuroperceptivo – motoras

em relação com o conhecimento do meio ambiente imediato, e dos objetos, e

depois do meio ambiente alargado ao mundo conhecido.

Expressão simbólica: No desenho provocado mas, sobretudo, como veremos

no desenho espontâneo na qual a criança projeta a sua personalidade, suas

tendências, seus desejos.

2.4- Propostas práticas de desenho

De acordo com a autora Derdyck (2002), estas propostas

apresentam alguns resultados obtidos por um grupo de educadores e artistas

gráficos que participaram da experiência inicial. Espera-se que todos os que

estejam envolvidos com a arte-educação também realizem estas propostas

práticas, com o intuito de comparar as propostas formalizadas, com intuito de

comparar as propostas já formalizadas, vivenciando, observando, analisando.

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A estruturas dos exercícios que vêm a seguir foi organizada da

seguinte maneira:

1-formalização da proposta a ser realizada.

2-Apresentação de reproduções, constituídas por desenhos de crianças e de

artistas, que mantêm algum tipo de relação.

3-A apresentação de alguns resultados práticos , fruto da disposição de

algumas pessoas ligadas á educação,que se dispuseram á trabalhar

experimentalmente com as propostas aqui apresentadas, a fim de fornecer

subsídios para este trabalho.

4-Comentários gerais a respeito dos resultados obtidos em cada proposta, com

o levantamento de algumas questões que merecem ser observadas de forma

que o leitor possa experimentar a proposta de maneira prática, tendo a

oportunidade de confrontar seus próprios resultados com os demais. Os

comentários visam auxiliar o leitor na compreensão de todas as possibilidades

contidas na proposta, permitindo, assim, dar-lhes continuidade.

1°proposta: Ato de rabiscar, preenchendo os espaços e ocupando o campo do

papel de diferentes maneiras. A mão conduz o movimento, sugerindo ritmo,

intensidade, pulsação e indicando o tempo de duração do movimento do lápis

no papel. Não se preocupar em figuras ou representar.

2°proposta: Considerando o gesto como a linha de projeção no espaço do

papel . Existe uma estreita relação entre o resultado gráfico da linha e a

interação mão/gestos/instrumento. Realizando uma pequena pesquisa gestual.

Neste ponto observaremos os gestos ligados às varias sensações: gesto doce,

azedo, duro, mole, frio, quente, suave, amargo, áspero, etc...

3°proposta: Ato de reproduzir para orientar. A linha é uma personagem que

passeia continuamente pelo espaço do papel.

4°proposta: Movimentos circulares através da linha ou de um conjunto de

linhas, através de formas, pontos e massas. Relacionar os elementos no papel:

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ora contendo-os.ora se sobrepondo, ora se justapondo,ora variando suas

dimensões.

“A criança, ser global, mescla suas manifestações através do desenhar, pinta o corpo ao representar,dança enquanto canta,desenha enquanto ouve música,historia, ela representa enquanto fala...”. DERDYK (2002-p15)

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CAPÍTULO III- O DESENHO COMO INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO

Méredieu (2000), relata que a maior parte da literatura sobre o

desenho infantil tem como objeto a descrição de teste que permitam

estabelecer um diagnostico com base no grafismo. Distinguem-se dois

conjuntos: os testes de inteligência e os testes de personalidade.

Os testes de inteligência de acordo com Méredieu (2000),

pressupondo a existência de um tipo de grafismo próprio a cada idade,

inseparável, pois, da noção de fases progressivas, as provas de desenho foram

amplamente utilizadas para determinar o grau de maturação intelectual. Daí

seu emprego para determinar os sinais de debilidade e de deficiência mentais.

Propõe á criança modelos de figuras geométricas para reproduzir, ou então o

desenho de imaginação, ou ainda o desenho ao natural, sendo o teste mais

conhecido o da figura humana esquematizada.

Os testes de personalidade ainda de acordo com Meredieu esse

teste especificamente tem um valor projetivo uma vez que é reconhecido como

espelho e reflexo de toda a personalidade, fenômeno pela qual nos existimos.

“Tentação que é inerente á própria sociedade: fazer da criança um ser que deve adaptar-se aos mitos do grupo e do qual dos adultos esperam a realização de seus próprios sonhos ou reparações de seus fracassos....” MEREDIEU (2000, p. 40)

3.1- Papel da escola nesse contexto o “desenho”

O grau de sensibilidade de acordo com Meredieu (2000), á criança

ás influências exteriores varia em função da idade considerada. Bem pequena,

a criança escapa destas, em grande parte, mas logo ela se encontra integrada

num universo que lhe fornece um conjunto de informações sociais.As tentativas

para incluir o ensino do desenho numa ótica estetizante ultrapassadas, já as

criticamos mais atrás. Um ponto importante deve entretanto, ser precisado. Ao

lado da escola é preciso mencionar os ateliês de desenho e de expressões

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plásticas cada vez numerosas que constituem um fenômeno novo. Se alguns

existem há muito tempo, sua voga é recente. Os chamados livres de expressão

parecem-lhes sinônimos de “laisser-faire” e de „laisser-aller”.

Edith Derdyk (2002, p. 61) diz:

“Que alguns professores da pré-escola ansiosamente descarregam técnicas para á criança “aprender a desenhar”, assim inibindo desta forma á criança. A criança enquanto desenha canta, desenha, dança, ou ate mesmo se silencia. O ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal do imaginário”.

De acordo com (Rhoda kellog,1969 p.37) afirma:

“A criança saudável está integralmente presente em qualquer situação, mesmo que seja pela negação desta. Seus gestos não são gratuitos, carregam uma verdade. A criança que tem bastante oportunidade para desenhar, certamente irá explorar uma maior quantidade de tipos variados de grafismos. A percepção se torna aguçada. A partir dos rabiscos é que, futuramente, irão surgir certas formas básicas”.

Assim, sendo, o desenho observado a partir dos métodos que a

criança utiliza para sua produção afirma-se como objeto da cultura infantil e

conforme as oportunidades, poderá alimentar-se da produção cultural adulta e

histórica.

Isso significa que, para alcançar um conjunto de idéias que darão

suporte a ação no desenho, é necessário que a criança atinja certo grau de

desenvolvimento cognitivo. Isso não garante, porém, que ela alcance o nível

que lhe poderia ser correspondente em relação as representações sobre

desenho. A criança expressa o que sente e pensa ao desenhar, utilizando suas

maõzinhas espertas e ligeiras, ou seja, está sendo criando. Elas são parecidas

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com os artistas, tem traçados livres e espontâneos, desenham, pintam,

constroem, colocando-se por inteiro.

O desenho é uma das formas de expressão mais fortes que o ser

humano conseguiu criar desde o começo da civilização e para criança o

desenho é uma atividade que envolve um conjunto de suas potencialidades

necessárias. O professor da pré-escola deve possuir uma vivência prática e

efetiva das linguagens expressivas e assim não acontecerão erros grosseiros

na avaliação daquelas garatujas e rabisbos aparentemente sem significado,

dando assim uma maior importância a essas produções de seus alunos.

Moreira (2000), afirma que é essencial absorver a noção da possível inter-

relação e interdependência de todas as instâncias físicas, emocionais,

culturais, simbólicas, e de tudo que ocorre para o pleno desenvolvimento da

criança.

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CAPÍTULO IV- O PSICOPEDAGOGO E A UTILIZAÇÃO DO DESENHO

4.1- A criança e a escola na busca de um ideal

De acordo com Bossa (2000), relata que temos procurado

estabelecer o objeto e nosso interesse: a escola. Dessa forma, esboçamos até

aqui as construções humanas (idéias, ideais, crenças, mitos, tradições) que

estiverem presentes na criação dessa instituição. Interessa-nos estudar a

escola como construção eminentemente subjetiva, ainda que o social e o

cultural; a escola como foi o desejo daqueles que primeiro a conceberam; a

escola ideal, como síntese de uma variedade de intenções e crenças; e

finalmente, estudá-la como geradora de uma sintomatologia.

Quando a criança chega na escola ela traz consigo uma grande

curiosidade infantil deste modo é de suma importância a orientação do

psicopedagogo diante desta problemática de Como o gestor poderá auxiliar o

corpo docente a detecta futuras ou porque não dizer reais problemas com á

criança através do desenho?

O trabalho do psicopedagogo é auxiliar o educador a valorizar o

desenho de seus alunos, pois através do desenho ela se expressa seus reais

sentimentos, suas angústias, seus anseios, etc.

De acordo com (Bossa,2000 p.20), em geral as pessoas

experimentam seu presente de forma ingênua, por assim dizer, sem serem

capazes de fazer uma estimativa sobre seu, contudo; têm primeiro de se

colocar a certa distância dele: isto é, o presente tem de se tornar o passado

para que possa produzir pontos de observação a partir dos quais elas julguem

o futuro. A criança é o elemento central da proposição, seu desenho é apenas

uma forma particular da emergência da linguagem, um reflexo de seu

crescimento psíquico.

O grau de sensibilidade da criança ás influências exteriores varia da

idade considerada. Bem pequena, a criança escapa desta em grande parte,

mais logo ela se encontra integrada num universo que lhe fornece um conjunto

de informações sociais. Aí que entra o psicopedagogo para auxiliar o corpo

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docente neste sentido, orientando o professor á valorizar o desenho de seus

alunos dentro da sala de aula. Ao lado da escola, é preciso mencionar os

ateliês de desenho e de expressões plásticas cada vez mais numerosas e que

constituem um fenômeno novo. Ainda de acordo com Bossa (2000), deveria ser

imprescindível o uso de salas de artes em toda rede da educação escolar, pois

ainda se faz falta de espaços para esse tipo de ateliês com essa finalidade. A

matéria de artes é mais um fator de preenchimento no currículo escolar.

Mèredieu (2000, p.18) cita que:

O desenho infantil possa ser encarado como uma língua, eis aí algo que, até uma análise mais ampla, permanece num terreno hipotético, ou melhor, metafórico. Não se pode negar que ele constituiu um sistema de signos, mas quanto ao saber, quais são as propriedades do signo gráfico infantil, isso é a outra questão que permanece aberta e que demandaria estudos precisos.

Sem perceber, no momento de desenhar á criança transporta para o

papel seu estado de espírito, em todos os detalhes. È por isso que os

desenhos delas permitem-nos incrementar consideravelmente nossos dados

sobre o seu temperamento, caráter e personalidade e também porque não

dizer as suas necessidades. Os educadores têm que mudar sua forma de

pensar sobre o desenho, tendo como ponto de partida á própria avaliação do

aluno através dele. O desenho constituí uma importante contribuição para os

educadores interessados em compreender o pensamento da criança e a visão

do artista expressos através da linguagem gráfica. È um trabalho que busca

desvendar o ato de desenhar da criança e do artista com a intimidade de quem

conhece bem o caminho.

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4.2- O papel do psicopedagogo enquanto orientador no desenvolvimento da aprendizagem da criança

O psicopedagogo deve atuar auxiliando o professor nas dificuldades

que surgirem ao longo das atividades proposta na escola, pois, desta forma

estará contribuindo no processo ensino-aprendizagem.

Deve estar preparado para interferir positivamente na realidade da

criança, tendo uma postura crítica, criativa e comprometimento com a formação

da cidadania.

A atividade do gestor auxiliado pelo psicopedagogo é marcada pela

liderança, assumindo o seu papel na perspectiva da educação.

O gestor junto ao psicopedagogo são aqueles que respeitam os

valores morais do grupo a que pertence, mantêm a postura e a ética

profissional da classe, desenvolvendo continuamente a iniciativa, criatividade,

objetividade, autonomia, autocrítica, crítica com propostas novas,

comprometimento político e pedagógico.

De acordo com Padilha (2002) e Menegolla (2002), o gestor

auxiliado pelo psicopedagogo deve orientar o professor da seguinte forma:

1. Orientar o professor no desenvolvimento da criança através de sua ação

cooperativa;

2. Trabalhar com o professor partilhando idéias, estimulando e proporcionando

o trabalho de equipe, troca de experiências;

3. Procurar constatar possíveis falhas e a dificuldade que o professor enfrenta

diariamente de maneira positiva, mantendo o respeito mútuo;

4. Criar oportunidades nas quais a criança possa traçar seus caminhos;

5. Estimular a iniciativa do professor, bem como a melhoria de sua atuação;

6. Coordenar, organizar e prever momentos de integração.

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O papel do psicopedagogo junto ao gestor é importante para esse

processo e para o projeto da escola, pois, tem que criar atividades que estejam

de acordo com a realidade do aluno.

O psicopedagogo junto ao gestor promove reuniões para avaliar se

os professores estão ensinando e os alunos aprendendo, pois, desta forma

escolher os métodos e técnicas adequadas, assim, como os livros a serem

adotados para cada faixa etária.

O gestor junto com o psicopedagogo ao desenvolver uma liderança

preocupa-se com a produção, mas, nunca negligencia todo o processo, as

relações essenciais entre os componentes da escola, pois, são essas relações

que mantêm a unidade do sistema e assim, para que o mesmo possa funcionar

de maneira eficaz. Logo, a função do psicopedagogo diante deste quadro é

elaborar, orientar de maneira ética como o gestor e sua equipe pedagógica

poderão colaborar nas séries iniciais como o desenho é importante para o

desenvolvimento da criança.

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CONCLUSÃO

Conclui-se que um dos maiores obstáculos para educação, tem

relação com a criança com problemas de aprendizagem e a falta de

profissionais capacitados para trabalhar com esses alunos, que se sentem

excluídos diante de sua deficiência.

A brincadeira e o desenho da criança de zero a seis anos, onde a

criança ao brincar e desenhar revela sua forma de pensar, sentir e agir,

evoluindo de forma cada vez mais abstrata. Através da utilização de

manifestações simbólicas, imagem mental, desenho, imitação do modelo,

lúdica, adquire condições para ir se percebendo como alguém que constrói a

própria história de vida e vai interagindo com o meio.

De acordo com o objetivo que foi a apresentação como a criança

desenha em fases diferentes de desenvolvimento psicológico; relacionar o

desenho com a identificação de problemas infantis; ressaltar a importância de

analisar um desenho com uma visão ampla; demonstrar algumas técnicas

empregadas e discutir o papel do psicopedagogo diante de um desenho fora

das expectativas.

O desenho deve ser entendido como uma técnica de trabalho usada

pela escola e pelos professores, e, portanto, deve ser amplamente discutido

dentro do planejamento educacional, tendo em vista que é um instrumento

básico para todo o processo.

Para compreender esse homem (criança), é necessário entender o

seu aparelho funcional psíquico, no qual existe uma relação de continuidade,

de transformação, onde ocorre à motricidade, o ego, a realidade e experiência

de satisfação, ou ocorre etapa deficitária. Partindo do ponto da transferência,

trabalha-se: atividade livre, observação e interpretação.

Diante deste contexto analisa-se como o psicopedagogo, poderá

orientar no desenvolvimento desta criança através do desenho e detectar a sua

deficiência. O marco curricular pertinente dos propósitos deste trabalho vem

sendo conceitualizados por educadores que compreendem as questões da

interação direta da criança com os objetos de conhecimento, e ainda, os

aspectos sociais, porém, ainda há muita resistência por parte de alguns

educadores sobre tal assunto, conforme foi observado através deste estudo.

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Todavia, o psicopedagogo, em relação à escola, deve observar a

metodologia usada, o uso de sansões ou castigos e prêmios, e a coerência

entre ensino proposto e a etapa de desenvolvimento da criança.

Portanto, concluí-se que o trabalho em conjunto com toda equipe

pedagógica defini-se com um só objetivo que ambos deverão ter um olhar

especial para esta criança e a sua formação.

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BIBLIOGRAFIAS

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO...........................................................................................01

AGRADECIMENTOS........................................................................................03

DEDICATÓRIA..................................................................................................04

RESUMO...........................................................................................................05

METODOLOGIA................................................................................................06

SUMÁRIO..........................................................................................................07

INTRODUÇÃO...................................................................................................08

CAPÍTULO I

O DESENHO INFANTIL....................................................................................10

1.1- Histórico......................................................................................................10

1.2- A criança e o desenho................................................................................10

1.3- Evolução do desenho infantil......................................................................11

1.4- Etapas do desenho infantil.........................................................................14

1.4.1- Rabiscação..............................................................................................14

1.4.2- Garatujas.................................................................................................16

1.4.3- Garatujas desordenadas.........................................................................17

1.4.4- Garatujas controladas.............................................................................18

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1.4.5- Atribuições de nomes às garatujas..........................................................18

1.4.6- Desenhos pré-esquemáticos...................................................................19

1.4.7- Figuras soltas..........................................................................................20

1.4.8- Cenas......................................................................................................21

CAPÍTULO II

O DESENHO E A INTERPRETAÇÃO...............................................................22

2.1- A reação da criança diante do desenho....................................................23

2.2- A reação dos pais em relação aos desenhos do seu filho........................24

2.3- A importância da análise cuidadosa dos desenhos....................................24

2.4- Propostas práticas de desenho..................................................................25

CAPÍTULO III

O DESENHO COMO INSTRUMENTO DE DIAGNÓSTICO..............................28

3.1- Papel da escola nesse contexto o “desenho”.............................................28

CAPÍTULO IV

O PAPEL DO PSICOPEDAGOGO E A UTILIZAÇÃO DO DESENHO..............31

4.1- A criança e a escola na busca de um ideal................................................31

4.2-O papel do psicopedagogo enquanto orientador no desenvolvimento da

aprendizagem da criança...................................................................................33

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CONCLUSÃO....................................................................................................35

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................37