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0 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES AVM FACULDADE INTEGRADA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU A IMPORTÂNCIA DA ÁREA DE SUPRIMENTOS NAS ORGANIZAÇÕES Érika dos Santos Guimarães de Lima Orientador: Profº: Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio De Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A IMPORTÂNCIA DA ÁREA DE SUPRIMENTOS NAS ORGANIZAÇÕES

Érika dos Santos Guimarães de Lima

Orientador:

Profº: Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio De Janeiro 2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

AVM – FACULDADE INTEGRADA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

A IMPORTÂNCIA DA ÁREA DE SUPRIMENTOS NAS ORGANIZAÇÕES

Rio De Janeiro 2015

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Compras e Suprimentos. Por: Érika dos Santos Guimarães de Lima

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me dar saúde e determinação para ultrapassar todos os desafios desta caminhada. Agradeço à minha mãe, Kátia Oliveira dos Santos por tudo que me ensinou e ensina. Ao Aymard Ferreira Gomes (in memoria) por me ensinar que devemos sempre lutar pelos nossos sonhos. Aos meus irmãos e ao meu esposo por me incentivarem e apoiarem na realização do curso. Aos amigos e colegas que sempre estiveram ao meu lado durante todo este tempo. A todos que torcem por mim e acreditam no meu sucesso. Ao Professor Jorge Tadeu Vieira Lourenço, que não mediu esforços para me orientar na realização deste trabalho. A todos os professores do curso de MBA que, de alguma maneira, contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.

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METODOLOGIA

Para Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos,

estudo sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da

organização, dos caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa

ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, significa o estudo

dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica.

Minayo (2007, p. 44) define metodologia de forma abrangente e

concomitante:

(...) a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do

pensamento” que o tema ou o objeto de investigação requer; b)

como a apresentação adequada e justificada dos métodos,

técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados

para as buscas relativas às indagações da investigação; c) e como

a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e

específica na forma de articular teoria, métodos, achados

experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico

de resposta às indagações específicas.

Este estudo conta com uma abordagem qualitativa, caracterizada

pelos atributos e aspectos não mensuráveis podendo ser definida também

como descritiva. Fachin (2006) esboça que o objetivo deste tipo de pesquisa

não é mensurar e quantificar, mediante o emprego de procedimentos

estatísticos, dados obtidos no estudo de caso, que serão apenas descritos,

interpretados e analisados em maior grau de profundidade.

A presente pesquisa pode ser considerada exploratória, sendo que

os resultados desejados foram alcançados por meio de uma revisão

bibliográfica. Entende-se que a revisão bibliográfica é um passo essencial na

estruturação de estudos em campos de pesquisa pouco explorados

(EASTERBY-SMITH; THORPE; LOWE, 2002).

A pesquisa bibliográfica implica em que os dados e informações

necessárias sejam obtidos a partir do levantamento de autores especializados

através de livros, artigos científicos e revistas especializadas, entre outras

fontes.

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"A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de

referências teóricas publicadas em documentos" (CERVO; BERVIAN, 1996).

O estudo foi iniciado entre os meses de Setembro/2015 a Dezembro/

2015. Uma pesquisa bibliográfica consiste em ser também descritiva, podendo

ser definida como aquela que "observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou

fenômenos (variáveis) sem manipulá-los" (JARDILINO, ROSSI, SANTOS,

2000).

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RESUMO

A cadeia de suprimentos é compreendica como sendo, um conjunto de instalações dispersas geograficamente interagindo entre si. Para demonstrar a importância da área de suprimentos dentro das organizações, este estudo buscou nortear a questão: Como a área de Suprimentos pode contribuir para a redução de custos das aquisições e contratações das empresas?Sobre os aspectos metodológicos, a elaboração dessa pesquisa possui uma abordagem qualitativa, podendo ser definida também como descritiva. O conceito de cadeia de suprimentos é utilizado para designar todas as unidades produtivas ligadas para prover o suprimento de bens e serviços até o cliente, assim a gestão da cadeia de suprimentos tem representado uma nova e promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de vantagens competitivas de forma efetiva. Um dos objetivos da gestão da cadeia de suprimentos é a satisfação efetiva dos consumidores finais, atuando eficientemente na redução de custos. Através desse estudo, foi concluido que a melhoria na cadeia de suprimentos se faz necessária para viabilizar o fluxo de compras e garantir melhores distribuições dos estoques fazendo com que a empresa esteja sempre em expansão e que nenhum setor fique dependendo da rotatividade das atividades do outro. O atual cenário econômico exige que as organizações desenvolvam vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. Contudo, não basta reagirem às mudanças tecnológicas, demandas de clientes, tendências de mercado ou especulações da concorrência, é preciso voltar a atenção para todo o processo da cadeia, identificando seus pontos fortes e fracos, avaliando principalmente as atividades que compõem sua cadeia de valor.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I 10

A Cadeia de Suprimentos 10

1.1. Um Breve Histórico 10

1.2. Gestão Da Cadeia De Suprimentos – conceitos 11

1.3. O Setor de Compras e a Cadeia de Suprimentos 14

1.4. Sistema de Informação na Cadeia de Suprimentos 17

CAPÍTULO II 19

Ambiente Transacional 19

2.1. Compras, Conceito e Evolução 19

2.2. Algumas Considerações Sobre Redes de Relações Cliente/Fornecedor 22

2.3. Relacionamento com Fornecedores 27

2.4. Contratos 31

2.5. Vantagens e Desvantagens da Centralização de Compras 33

2.6. Sustentabilidade Na Cadeia De Suprimentos 34

CAPÍTULO III 35

Análise dos Dados Coletados 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 40

ÍNDICE 45

ÍNDICE DE FIGURAS 46

ÍNDICE DE QUADROS 47

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INTRODUÇÃO

Compreende-se como cadeia de suprimentos, um conjunto de

instalações dispersas geograficamente interagindo entre si. Como exemplo

dessas instalações tem-se: fornecedores de matéria-prima, plantas produtivas,

centros de distribuição, varejistas, estoque em trânsito, produtos intermediários

e produtos acabados entre as instalações. (YIN, 1991, apud SOUZA,

CARVALHO, LIBOREIRO, 2006).

A cadeia de suprimentos é um subconjunto da cadeia de valor, a qual é

focada em agregar valor a um serviço ou a um produto físico, enquanto a

cadeia de suprimentos é preocupada principalmente com a produção,

distribuição e vendas de produtos físicos. (SIMCHI-LEVI, 2000, apud SOUZA,

CARVALHO, LIBOREIRO, 2006). Na gestão da cadeia de suprimentos o foco é

a integração da cada componente, com maximização da eficiência

determinando maior satisfação do cliente.

A tentativa das organizações de obterem diferenciação no mercado e

redução de custos criou um grande movimento para que o setor de

suprimentos reforçasse seus relacionamentos com fornecedores. O

desenvolvimento e compartilhamento de idéias visam à melhoria dos produtos

e serviços e à redução de riscos, para tornar possível uma maior vantagem

competitiva para os participantes. Um dos processos chave do Supply Chain

Management (SCM) é justamente gerenciar o relacionamento com

fornecedores, para se ter flexibilidade a fim de atender o mercado no “timing” e

na forma demandados. A garantia dos relacionamentos de longo prazo está

baseada em contratos que estabelecem direitos e obrigações das partes,

gerando estabilidade e resguardando a confiança dos parceiros.

Com o intuito de demonstrar a importância da área de suprimentos

dentro das organizações, este estudo apresenta a seguinte questão

norteadora: Como a área de Suprimentos pode contribuir para a redução de

custos das aquisições e contratações das empresas?

Para responder o questionamento proposto o presente estudo

apresenta como objetivo geral demonstrar a importância da centralização de

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compras para as organizações e a implantação de processos para controle e

demonstração dos resultados alcançados.

Visando elucidar ainda mais o entendimento o trabalho apresenta a

seguir os seguintes objetivos específicos, quais sejam:

- A real importância da área de Suprimentos para a economia das

organizações, quando as concorrências e contratações são feitas obedecendo

às boas práticas de mercado com fogo em negociações buscam parcerias de

longo prazo;

- Evidenciar a evolução da atividade de compras;

- Demonstrar que o relacionamento com fornecedores, através de

contratos, provê redução de custos e prazos, melhorando o desempenho da

operação da cadeia de suprimentos;

- Destacar a importância da estratégia de compras no âmbito

organizacional

- O perfil exigido dos profissionais para atuarem na área de

Suprimentos.

Através da construção deste estudo, busca-se ampliar os

conhecimentos inerentes às áreas que o norteiam.

Como justificativa prática o trabalho ora apresentado tende a

identificar os aspectos mais relevantes que vem sendo discutidos acerca da

cadeia de suprimentos nas organizações.

Para atingir o objetivo aborda-se, na revisão de literatura, a evolução

de compras e os vários tipos de relacionamentos com fornecedores surgidos

nos últimos tempos, até que, num certo ponto, o nível de desenvolvimento da

atividade de compras e o tipo de relacionamento adotado com os fornecedores

se entrelaçam fortemente, emergindo a importância dos contratos com

fornecedores.

Sobre os aspectos metodológicos vale ressaltar a elaboração dessa

pesquisa possui uma abordagem qualitativa, caracterizada pelos atributos e

aspectos não mensuráveis podendo ser definida também como descritiva.

Fachin (2006) esboça que o objetivo deste tipo de pesquisa não é mensurar e

quantificar, mediante o emprego de procedimentos estatísticos, os diálogos

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entre os autores serão apenas descritos, interpretados e analisados em maior

grau de profundidade.

O estudo foi realizado, com base pesquisa bibliográfica, que é

definida por Robson (1993) como uma investigação de fenômenos já

evidenciados que estão relatados em material existente como: livros de leitura

corrente, livros de referência, publicações periódicas e impressos diversos, em

documentários, palestras, congressos, mídias eletrônicas, revistas com foco na

área de Suprimentos, a análise da nova concepção da área de suprimentos no

Brasil nos últimos 15 anos.

O texto está dividido em três capítulos incluindo esta introdução. O

capítulo um e dois compõe a literatura acadêmica que serve como

fundamentação para a pesquisa, discorrendo sobre a cadeia de suprimentos e

o ambiente transacional. O capítulo três apresenta a forma como os dados

foram obtidos e as análises realizadas, discutindo os resultados encontrados e,

em seguida serão apresentadas as considerações finais da pesquisa, seguidas

das referências consultadas.

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CAPÍTULO I

A CADEIA DE SUPRIMENTOS

1.1. Um Breve Histórico

Em seu sentido mais amplo, uma cadeia de suprimentos refere-se à

maneira pela qual os materiais fluem através de diferentes organizações,

iniciando com as matérias-primas e encerrando com produtos acabados,

entregue ao consumidor final (GAITHER; FRAZIER, 2001).

O conceito de cadeia de suprimentos é utilizado para designar todas

as unidades produtivas ligadas para prover o suprimento de bens e serviços

até o cliente final, embora Slack et al (1999, p. 305) conceitue como “rede”. A

gestão da cadeia de suprimentos é gestão da interconexão das empresas que

se relacionam por meio de ligações à montante e à jusante entre os diferentes

processos, no entanto para Baily et al (2000) a expressão “cadeia de

suprimento” está em proeminência, embora ache a terminologia competente,

como a expressão “fluxo de valor” preferida pelos promotores da “produção

enxuta”.

Nos Estados Unidos, o termo Suprimento foi utilizado no passado

pela indústria relacionada ao fornecimento de lojas, à função de almoxarifados,

ou ao consumo interno de itens tais como artigos de papelaria e de escritório.

Entretanto, hoje a terminologia é usada e interpretada mais além da linha

limítrofe do que é usado na Europa e no Reino Unido, onde o suprimento tem

adquirido um grande significado por incluir primeiramente as compras, lojas e

recepção. O setor governamental também usa esta ampla interpretação.

Para a CAPS (Associação Nacional de Gestão de Compras - EUA) a

gestão de cadeia de suprimentos como um conceito de gerenciamento dos

sistemas empregados por várias organizações, feitos para otimizar os fatores

de custos de materiais, qualidade e serviços.

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Torna-se possível, desta forma consolidar as seguintes atividades:

compras, transporte, almoxarifados, garantia da qualidade para os materiais

entrantes, gerenciamento dos inventários e a distribuição interna dos materiais.

A gestão da cadeia de suprimentos é um conceito desenvolvido com

uma abrangência bem maior e com um enfoque holístico, que gerencia além

das fronteiras da empresa.

Reconhece-se que há benefícios significativos a serem ganhos ao

tentar dirigir estrategicamente toda a cadeia em direção à satisfação do cliente

final, no entender de Slack et al. (1999). Já, na opinião de Ritzman e Krajewski

(2004), a gestão de cadeias de suprimentos é tão importante para os

prestadores de serviços como para as indústrias, pois os prestadores de

serviços precisam adquirir os equipamentos, os suprimentos e os serviços que

necessitam a fim de produzir seus próprios serviços.

Atualmente, as empresas têm como principal objetivo minimizar

custos e melhorar a eficiência no atendimento ao cliente.

1.2. Gestão Da Cadeia De Suprimentos - Conceitos

Pires (2009, p. 29), utilizando uma definição do American Production

Inventory Control Society, apresenta a cadeia de suprimentos como sendo “os

processos que envolvem fornecedores-clientes e ligam empresas desde a fonte

inicial de matéria-prima até o ponto de consumo do produto acabado”. Ayers

(2006) explica que a mesma, envolve o projeto, manutenção, e operação dos

processos da cadeia de suprimentos, incluindo aqueles responsáveis pelas

características estendidas do produto, com o objetivo de satisfazer as

necessidades do usuário final. As características estendidas compreendem

todo valor agregado ao produto básico, ou seja, àquele imediatamente

posterior à manufatura, tais como os acrescidos pela logística, publicidade,

serviços ao cliente, marca, dentre outros.

O conceito de cadeia de suprimentos está vinculado ao conceito de

logística. Este se trata de um termo amplo que envolve várias atividades. De

acordo com Bowersox e Closs (2004, p. 21):

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A logística inclui todas as atividades relacionadas à movimentação

de produtos e transferência de informações dos participantes de

uma cadeia de suprimentos. A cadeia de suprimentos, por sua

vez, se constitui como uma estrutura logística que possibilita o

trabalho em conjunto com o intuito de levar produtos, serviços e

informações, de forma eficiente até o consumidor final.

Com base em Chopra e Meindl (2003), a cadeia de suprimentos

envolve desde o atendimento até a entrega do pedido de um cliente. Para Pires

et al (2009, p. 31) cadeia de suprimentos consiste em “uma rede de

companhias efetivamente responsáveis pela obtenção, fabricação e

disponibilização de um produto ou serviço qualquer ao elo final, ou seja, o

cliente”.

Também denominada gestão de suprimentos por se tratar não

somente de um ato de negociação e compra, mas também de uma gestão de

relacionamento com os fornecedores. O termo Gestão da Cadeia de

Suprimentos (GCS) vem do inglês Supply Chain Management (SCM). Surgiu

por volta das décadas de 80 e 90 a partir da necessidade de integração dos

departamentos internos das empresas

(PIRES, 2009).

Desta forma, a gestão da cadeia de suprimentos trata de uma

integração de todos os processos logísticos, ressaltando-se que podem

acontecer conflitos durante o processo, já que ocorre uma centralização onde

as atividades se dão de uma forma interpolada de acordo com a necessidade

de seu desenvolvimento (RUSSEL, 1998).

Como definição, Pires (2009, p. 70) afirma que se trata de:

Um modelo gerencial que busca atender as sinergias através da

integração dos processos de negócios chaves ao longo da cadeia

de suprimentos. O objetivo principal é atender ao consumidor final

e outros stakeholders de forma mais eficaz e eficiente possível, ou

seja, com produtos e/ou serviços de maior valor percebido pelo

cliente final e obtido através do menor custo possível.

Assim, o objetivo principal da gestão da cadeia de suprimentos é

focar no cliente final, onde se visa maximizar o valor global gerado, ou seja, o

montante financeiro que será recebido pelos produtos e serviços oferecidos

pela empresa, tornando-a rentável (CHOPRA; MEINDL, 2003).

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Complementando a observação de Chopra e Meindl (2003), Womack (et. al,

2004, p. 121) afirmam:

Entende-se por “valor global gerado” a diferença entre o valor do

produto final percebido pelo cliente, refletido no preço que ele está

disposto a pagar, e o esforço realizado pela cadeia para atender

ao seu pedido, ou seja, o quanto cada estágio foi responsável pelo

incremento do valor final.

A complexidade e multiplicidade de relacionamentos dentro da

cadeia de comercialização têm que ser equacionadas para um mesmo objetivo,

que é a missão da empresa. Essa missão do comprador tem que estar

equacionada com a missão do fornecedor, suas práticas de mercado e padrão

ético. O gerenciamento eficaz do SCM é baseado no relacionamento direto dos

que trabalham diariamente, pois a idéia é reduzir os lead-times e estoques ao

mínimo necessário.

É preciso verificar que atividades geram valor agregado para a

empresa e também qual a divisão mais adequada do valor global gerado na

cadeia. Assim, o sucesso de uma cadeia de suprimentos depende da

lucratividade total que deve ser dividida entre todos os estágios da cadeia e do

que é realizado para atrair o cliente final (PIRES, 2009). De acordo com

Rodrigues e Santin (2004, p. 98), a cadeia de suprimentos tem como objetivo:

- Integrar todos os processos desde a fabricação até a distribuição

do produto, com o intuito de otimizar custos para o fabricante e agregar

maiores valores ao consumidor final, por meio de funções que atendam as

suas necessidades. Tudo isso deve acontecer com um rápido tem de resposta

desde o atendimento do pedido até a entrega do produto.

Para Lambert et al (1998), para que a cadeia de suprimentos

obtenha êxito é de suma importância que seja analisada. Para tanto se deve

conhecer a configuração da cadeia de suprimentos, sendo o primeiro passo

definir seus elos.

Tais elos podem ser divididos em primários ou de suporte. Os elos

primários se configuram como as companhias ou negócios estratégicos

responsáveis por desenvolver atividades operacionais ou de gestão nos

processos de negócios necessários para produzir um produto ou serviço para

um cliente ou para determinado mercado e de suporte. Já os elos de suporte

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são as companhias que apenas oferecem recursos, conhecimentos, utilidades

ou ativos para os elos primários. (LAMBERT et al., 1998).

Segundo Chopra e Meindl (2003) para se desenhar a configuração

de uma cadeia de suprimentos cinco elos primários são identificados, os quais:

fornecedores de matéria-prima em vários níveis; fabricantes;

atacadistas/Distribuidores (ou Centros de Distribuição); varejistas; clientes.

Assim, vale salientar que não é necessário que a cadeia de

suprimentos considere todos os elos citados. Dependendo da especificidade de

cada cadeia de suprimentos, devendo ter foco nas necessidades dos clientes,

e dos elos necessário para atendê-las.

1.3. O Setor de Compras e a Cadeia de Suprimentos

Hoje em dia as empresas vivem uma realidade de competição e

forte concorrência. Diante disso, as estruturadas obrigatoriamente devem

conhecer suas necessidades e saber lidar com as adversidades ocasionadas

por riscos de redução de fontes de fornecimento, escassez de materiais e

produtos, instabilidade econômica e política dentre muitas outras ameaças à

continuidade do suprimento de materiais, produtos e componentes necessários

para a vida sadia e conseqüente estabilização no mercado competitivo. Vale

reforçar a expressão: “Quem for competente se estabelece”. Importante

ressaltar que uma eficaz estruturação desses componentes dentro de um

sistema de gestão irá:

Auxiliar a empresa na medida em que o modelo privilegie a

centralização de informações sobre demanda, capacidade e fluxo de materiais,

permitindo o melhor planejamento da utilização de recursos produtivos, das

necessidades de materiais, gerando uma solução logística de melhor qualidade

(MANHAES, 2007, p. 27).

Permitirá ainda o efetivo controle das operações, utilizando-se de um

banco de dados centralizado em uma rede que considere todas as plantas

industriais e centros de distribuição, possibilitando a conexão com clientes,

através do Customer Relationship Management (CRM), bem como dos

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fornecedores através do Supplier Relationship Management (SRM). A

utilização da internet torna-se então, fonte e ferramenta indispensável.

O CRM traduzido para o português como gestão de relacionamento

com o cliente trata-se de um processo que busca colocar o cliente como centro

das atenções para a empresa. Tem como benefício o ganho da qualidade e

eficiência, redução de custos e aumento dos lucros. O SRM traduzido para o

português significa gestão da relação com o fornecedor e objetiva fazer com

que a empresa melhore sua comunicação com diferentes fornecedores para

que se possa otimizar o processo de abastecimento (KIOSKEA, 2013).

A logística, as estratégicas, sistemas integrados, o planejamento, as

operações e as compras compõem o que são denominados componentes

indispensáveis para um sistema bem estruturado para a gestão da cadeia de

suprimentos. Estes componentes a seguir estão definidos por Cunha, Gomes e

Silvério apud Marreiro (2013, p. 14) da seguinte forma:

Operações na Cadeia de Suprimentos: Faz com que as

organizações ganhem maior eficiência em suas operações obtendo uma

melhoria na sua cadeia de suprimentos, habilidade de análises e de integração.

Focados nos serviços dos clientes, qualidade do produto, redução do ciclo de

tempo, utilização dos ativos e flexibilidade operacional. Essas capacidades

incluem o gerenciamento da demanda, serviços operacionais enxutos,

gerenciamento de ordem distribuída, gerenciamento de ativos e sincronização

de suprimentos/demanda.

Logística: Ajuda no gerenciamento de mercadorias através da

cadeia de suprimentos buscando a redução de custos ao mesmo tempo em

que o serviço ao cliente é otimizado. Visa o aperfeiçoamento da utilização da

rede de distribuição e a implementação de tecnologias avançadas em

"warehousing", transporte e gerenciamento de funções.

Estratégia para Cadeia de Suprimentos: Foca na otimização da

cadeia de suprimentos. Através de uma avaliação para ajudar a identificar a

maturidade da demanda da cadeia de suprimentos e o desempenho dos

objetivos do negócio. Oferece estratégias de longo prazo que abrangem

infraestrutura, ativos, organização, processos e tecnologia.

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Sistemas Integrados da Cadeia de Suprimentos: Apoia com a

integração de soluções de ERP otimizando a troca de informações na cadeia

de suprimentos. Ajuda empresas que já possuem ERP a expandir suas

soluções implantadas e a novos parceiros que desejam integrar o ERP (ou

sistema legado) de sua empresa através de sua cadeia de suprimentos.

Planejamento da Cadeia de Suprimentos: Inclui processos de

negócios que planejam e gerenciam a demanda através de toda cadeia de

suprimentos. A solução de métodos e ferramentas facilita o planejamento e a

gestão operacional da cadeia de suprimentos, na qual estão as chaves para o

crescimento e melhoria do desempenho da empresa, tais como: redução de

custos de inventário, otimizando recursos e níveis de serviço do cliente, para

maior lucratividade.

Compras: Possibilita a otimização da operação de compras,

buscando vantagens na negociação de preços, melhor eficiência, controle mais

rigoroso dos gastos e melhores níveis de serviços.

A gestão de compras baseia-se na aquisição de matérias-primas,

produtos acabados, componentes, recursos e serviços. A produção abrange

todas as atividades necessárias à produção. A movimentação refere-se ao

transporte de materiais e de pessoas dentro e fora da cadeia de suprimentos.

A estocagem envolve produtos acabados e a matéria-prima à espera

de transporte ou para transformação. As vendas são os objetivos de qualquer

empresa, com lucro capaz de dar continuidade a tudo em círculo, fazendo girar

o capital, contribuindo com o desenvolvimento sócio e econômico do país.

Comprar afeta indiretamente o fluxo de produtos no canal de

suprimento físico. As decisões relativas à seleção dos pontos de embarque do

fornecedor, a determinação das quantidades de compra e os métodos de

transporte, são algumas das decisões importantes que afetam os custos

logísticos (BALLOU, 2006, p. 327).

Conclui-se, portanto, que os resultados positivos mostram a

importância da adoção das boas práticas de compras e apontam para os

benefícios organizacionais, como um bom lucro, que podem ser obtidos a partir

das estratégias de compras e outras implantações funcionais que envolvam

outros setores das empresas.

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1.4. Sistema de Informação na Cadeia de Suprimentos

Para dar suporte a todas as mudanças ocorridas no ambiente

empresarial e possibilitar que as atividades do sistema logístico sejam

administradas corretamente, tornou-se necessária a utilização de sistemas de

informação logísticos ou de SCM, viabilizados tecnicamente por meio da

Tecnologia da Informação. (GUARNIERI, 2006). Os avanços tecnológicos da

informática aumentaram as oportunidades de desenvolvimento de novas

ferramentas capazes de informar a toda empresa o seu andamento.

Cassel e Silva (2009) apresentam a gestão integrada da cadeia de

suprimentos apoiada ao comércio eletrônico, uma vez que mostra a

necessidade das organizações de controlar seu sistema produtivo através do

uso de sistema de informação como MRP, MRPII e ERP, sistemas que

auxiliam no planejamento das necessidades de materiais, afirmando ser

fundamental a integração do banco de dados de PCP e Produção com a área

de Suprimentos e Estoque para simplificar o trabalho de análise diária das

necessidades de compras realizada por um comprador.

Rodrigues (2004) mostra a evolução da Tecnologia de Informação,

inicialmente direcionada ao controle de estoque e o planejamento das

necessidades de materiais (MRP MRP II), em seguida, como mais um apoio ao

sistema de gestão da cadeia de suprimentos, surgiu o sistema ERP, tendo

como principal função integrar processos de gerenciamento e negócios,

proporcionando uma visão global da organização, sendo a principal vantagem

armazenar vários tipos de informação em um único banco de dados,

compilando várias informações vindas de várias partes do sistema, utilizando

um idioma comum entre as fontes de informação.

No caso de organizações que possuem filiais em várias partes do

mundo, um sistema ERP consegue integrar todas as informações vindas de

toda parte do mundo, disponibilizando as informações de forma homogênea e

facilitando o gerenciamento e as práticas operacionais em todas as unidades.

Para Parra e Pires (2003), a gestão da logística e do fluxo de

informações em toda a cadeia permite aos executivos avaliar, pontos fortes, e

pontos fracos na sua cadeia de fornecimento, auxiliando a tomada de decisões

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que resultam na redução de custos, aumento da qualidade, entre outros,

aumentando a competitividade do produto e/ou criando valor agregado e

diferenciais em relação à concorrência. Os resultados que se esperam da

utilização de sistemas que automatizem o SCM são:

Reduzir custos e ampliar os lucros;

Aumentar a eficiência;

Melhorar os tempos de ciclos da cadeia de fornecimento;

Melhorar o desempenho nos relacionamentos com clientes e

fornecedores;

Obter o produto certo, no lugar certo, na quantidade certa,

com o menor custo e menor estoque possível.

Rodrigues (2004) conclui que para que as ferramentas do sistema

de informação atendam as necessidades de apoio ao SCM, são necessários

cinco fatores para minimizar os riscos de sua implantação: falta de

comprometimento da cúpula da empresa em estimular mudanças nas práticas

de negócios; falta de conhecimentos dos parceiros e integrantes em potencial a

respeito de oportunidades, benefícios e princípios das ferramentas a serem

implantadas; necessidade de investimento em tempo e recursos para levar

cada novo parceiro à curva de aprendizado; tempo e custos altos para

desenvolver e/ou adaptar versões de sistema de informação e falta de mão-de-

obra especializada.

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CAPÍTULO II

O AMBIENTE TRANSACIONAL

2.1. Compras, Conceito e Evolução

Gonçalves (2004) conceitua a função de compras como o processo

de planejamento da aquisição, licitação, julgamento das propostas de

fornecimento de materiais e serviços, bem como a contratação de fornecedores

destinada ao fornecimento dos materiais e serviços utilizados pelas empresas.

Desta forma, garante que os materiais e serviços exigidos sejam fornecidos

nas quantidades corretas, com qualidade e no tempo desejado.

Bowersox e Closs (2001) definem que suprimento abrange a compra

e a organização da movimentação de entrada de materiais, de peças e de

produtos acabados dos fornecedores, nas fábricas ou montadoras, depósitos

ou lojas de varejo. O suprimento engloba a disponibilidade de sortimento

desejado de materiais onde e quando necessários, tanto no recebimento de

materiais, quanto nas operações de separação ou montagem.

O processo de suprimentos de longo prazo, que busca por fontes

que cubram as necessidades, seleciona fornecedores, negociando acordos e

gerenciando tais fornecedores, focando no desenvolvimento de

relacionamentos, assegurando a minimização de preços e custos. Trata-se do

conceito moderno de Strategic Sourcing. Baily (2000) especifica que uma

empresa do ramo de manufatura emprega, em média, 50% de seus recursos

em materiais, suprimento e serviços e que, em alguns casos, pode chegar até

a 90%.

Christopher (2002) diz que a fonte da vantagem competitiva é

encontrada, primeiramente, na capacidade da organização diferenciar-se de

seus concorrentes aos olhos do cliente e, em segundo lugar, pela sua

capacidade de operar a baixo custo, com lucro maior, conforme ilustra a figura

1.

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Figura 1: A Vantagem Competitiva e os três “Cs” (extraída de CHRISTOPHER, 2002, p.

37).

CHRISTOPHER (2002, p. 37).

Baily (2000) afirma que, quando as empresas adotam abordagens

de vantagem competitiva na administração de materiais, elas estão integrando

estratégia e compras.

Segundo Braga (2006), as atividades de compras, até meados dos

anos 90, possuíam características meramente funcionais. Com a evolução da

logística no mercado global, as empresas despertaram para o importante papel

dessa atividade. Geralmente, o setor tinha o foco na redução do custo unitário,

comprando grandes lotes de matérias-primas sendo, desta forma, subordinado

ao setor financeiro. A atividade de compras era transacional, com muita

burocracia e não havia comunicação com outras áreas da empresa.

O primeiro estágio da atividade de compras era efetuado

indiscriminadamente por encarregados da produção, chefes dos mecânicos, de

departamentos, superintentendes, ou quem quer que precise do material. Num

segundo estágio, um funcionário ficava responsável pela atividade que, ao

menos, mantinha os registros. A função era altamente burocrática, porém foi

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um avanço nas normas de procedimentos e do desempenho do departamento

de compras.

Uma amostra do avanço na utilização de tecnologias em compras

pode ser exemplificado pelo sistema de troca de informações entre comprador

e fornecedor, pelo emprego do Data-Phone, da Bell System, um aparelho

eletrônico de transmissão, usado para encomendar materiais aos fornecedores.

As unidades transmissoras eram instaladas tanto nos escritórios dos

fornecedores como nos dos clientes. Os itens sob contratos eram arrolados em

cartões perfurados, sendo mantidos no escritório de compras, e introduzidos no

aparelho Data-phone à medida que surgissem as necessidades. Conforme os

dados de preços, quantidades e outros eram passados ao fornecedor, cartões

correspondentes eram produzidos em sua unidade para que fossem atendidas

as encomendas (HEINRITZ e FARRELL, 1986).

Em meados dos anos 90, as atividades de compras começaram a

focar em redução de custos totais, interagindo com outros setores, tais como:

produção, qualidade e expedição. Ganharam, então, um novo enfoque e uma

nomenclatura também nova, que o mercado adotou: Suprimentos ou Sourcing,

criando-se Diretorias de Logística ou de Suprimentos.

Com a estratégia de compras com embarques em menores

quantidades e mais frequentes, alguns fornecedores aderiram ao just-in-time

(JIT), estreitando relações com seus clientes. Desta forma, com a busca de

fornecedores em nível global, a visão logística começou a ser incorporada

pelas empresas.

Posteriormente, a área de compras começou a ser chamada de

Procurement, ficando subordinada à Diretoria de Supply Chain, focando na

redução dos custos logísticos totais. O setor possui grande interação com as

outras áreas da empresa e os outros elos da cadeia de suprimentos. A

estratégia de compras é direcionada à criticidade e valor dos itens, resultando

na utilização de diferentes ferramentas. Cresceu o uso da tecnologia da

informação através de e-Procurement, leilões, Request for Proposal (RFPs)

eletrônicos e catálogos via web. Os fornecedores viraram parceiros, tornando o

seu serviço tão importante quanto o preço do produto.

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Pode-se verificar que, atualmente, devido à evolução da logística de

suprimentos, a distância entre fornecedores e a manufatura vem diminuindo. A

área de gestão de redes logísticas tem despertado interesse crescente, pois na

nova competição entre cadeias, o sucesso depende da adoção da melhor

estratégia para cada cadeia. Com a nova concorrência, as prioridades

mudaram. Se não for possível a fabricação e entrega de produtos de forma

lucrativa e adequada, sua comercialização acaba enfraquecendo.

Braga (2006) afirma que as atividades e estratégias definidas para a

função de Compras ou Suprimentos buscam suportar a estratégia competitiva

da empresa e, ao mesmo tempo, serem derivadas dela.

2.2. Algumas Considerações Sobre Redes de Relações

Cliente/Fornecedor

Um dos traços marcantes da estrutura produtiva atual é a

intensificação das relações entre empresas em suas diversas versões. O tema

tem sido objeto de muitas pesquisas e estudos, com diferentes abordagens

teóricas, conforme apontado, dentre outros, por Håkansson (2006), que

destacou, pela importância, no que se refere a redes industriais, o extenso

conjunto de trabalhos do Industrial Marketing and Purchasing Group (IMP

Group). Criada em 1976, a entidade já investigou mais de 800 relações entre

compradores e fornecedores no mercado internacional.

Uma das formas mais difundidas de relações entre empresas é a

rede formada por uma empresa cliente e seus diversos fornecedores, o que

constitui uma rede de relações com maior ou menor hierarquia, tendo na

coordenação a empresa contratante. Relações com maior conteúdo de

cooperação passaram a ser tratadas nas empresas como um dos principais

componentes de suas estratégias competitivas. A difusão desse modelo teve

como uma de suas bases as práticas das grandes montadoras automobilísticas

japonesas, baseadas em uma estrutura produtiva integrada e dotadas de uma

forma de governança que permitia menor grau de conflito entre os

participantes. Como o objetivo era a minimização de estoques e de perdas de

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todos os tipos, e dado o elevado peso das compras de suprimentos nos gastos

totais das montadoras, o planejamento rigoroso de compras e a adoção de um

modelo de maior cooperação nas relações entre empresas tornou-se um

requisito imprescindível. O resultado, em termos das relações entre cliente e

fornecedores, caracteriza o que Merli (1994) denominou como comakership,

que se desenvolve em três graus de relacionamentos: o fornecedor normal

(classe III), o fornecedor integrado, comakership operacional (classe II) e o

fornecedor comaker, comakership global com parceiras nos negócios (classe I).

A cada classe correspondem tipos de relacionamentos, estendendo-se da

negociação com foco no preço em especificações de qualidade mínima, um

dos tipos de relacionamento no caso do fornecedor normal, a investimentos

comuns e intercâmbio rotineiro de informações sobre processos e produtos,

relacionamento que caracteriza o comakership.

O sucesso do modelo de relações cliente/fornecedor mais estreitas

levou à sua difusão, tornando-o, pela racionalidade econômica, a referência

para as cadeias de suprimentos das grandes empresas.

Isso propiciou uma revisão das relações cliente/fornecedor,

reconhecendo-se que o teor dessas relações tem impactos na qualidade final

dos produtos, nos custos e na competitividade das empresas participantes, e,

por essa via, na competitividade do setor. Se esse passa a ser o modelo a ser

alcançado, a referência, ele se torna um dos integrantes do padrão de

concorrência dos setores nos quais as características dos processos produtivos

favorecem a desverticalização e tornam quase obrigatórias relações de

empresas do tipo cliente/fornecedor, com maior ou menor grau de

interdependência e de assimetria.

Dessa perspectiva, as práticas de desenvolvimento e qualificação de

fornecedores passam a ser uma exigência do ambiente concorrencial, um fator

de competitividade, um meio que favorece a inovação e a diferenciação de

produtos, permite ampliar a qualidade, propicia a redução de desperdícios e de

custos de diversas naturezas.

No âmbito do ambiente interno das empresas, a operacionalização

de um novo modelo de relações de subcontratação requer um planejamento

específico para tal, incluindo a definição do padrão a ser adotado nas compras

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(de um dos lados, vendas do outro lado), a que setor da empresa caberá a

condução do novo modelo etc. Por exemplo, será criado um novo setor voltado

para o desenvolvimento de fornecedores e para o relacionamento com eles ou

o setor de compras será reestruturado e qualificado para assumir essas

tarefas? Em quaisquer das opções, será necessário criar rotinas e estruturas

internas de coordenação e governança que propiciem certa estabilidade ao

processo.

Novas formas de relacionamento entre compradores e fornecedores

requerem a superação, por parte de ambos os lados, das práticas associadas

ao comprar/ vender convencional, nas quais cada um busca o maior ganho a

cada transação.

Ao integrar uma rede de subcontratação, contratantes e contratados

têm de reconhecer que suas estratégias estarão submetidas a algum grau de

interdependência, apesar dos interesses distintos. Um ponto comum é que

ambas as partes tenham expectativas de obter ganhos, que vão exigir a

destinação de recursos físicos e monetários dos quais se espera retorno. Para

a relação de subcontratação ser duradoura, as expectativas de ganhos de

ambos os lados não podem resultar em ganhos de um com pressão excessiva

sobre os outros, implicando perdas. Como em redes de subcontratação há, em

geral, assimetrias de poder entre os participantes, a possibilidade de pressões

do contratante sobre o contratado é bastante provável.

Os contratos que orientam as relações cliente/fornecedor constituem

um dos mecanismos de coordenação utilizados, mas, por mais detalhados que

sejam não são suficientes. Isso se aplica especialmente à possibilidade de

comportamentos oportunísticos (WILLIAMSON, 1985), aos quais estão sujeitos

os relacionamentos de empresas de qualquer natureza, principalmente as

redes de subcontratação. Mesmo que previstos, não têm como ser totalmente

explicitados em contrato, o que se agrava, considerando-se o comportamento

oportunístico ex-post. Portanto, embora os contratos sejam necessários, é

preciso haver outras formas de coordenação no cotidiano de relações entre

contratante e contratada, de forma a obter um conjunto integrado de atividades,

apesar de desenvolvidas em espaços empresariais distintos.

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Essa tarefa de gestão das atividades dos diferentes parceiros tende

a ser atribuída ao setor de compras, que passa, assim, a desenvolver

atividades de maior complexidade que aquelas tradicionalmente a ele

atribuídas. A gestão de compras adquire feições de natureza mais estratégica,

uma vez que tem de construir uma nova estrutura de fornecimento

abandonando o papel de simples pesquisador de opções existentes no

mercado. As condições de coordenação de rede de fornecimento são bem

mais complexas que no caso de simples relações de compra e venda.

Complexidade que cresce com o aumento do número de fornecedores,

limitando a imposição de mecanismos como o leilão para obter os resultados

esperados.

Entre outros motivos, conforme ressaltado por Brito e Roseira

(2003), pelas especificidades, pelos interesses diversos e pela possibilidade do

desenvolvimento de interações no interior do grupo de fornecedores.

É com essa complexidade que o setor de compras tem de lidar, se a

ele cabe à coordenação da rede de fornecimento, como no exemplo que ilustra

este estudo, o que obriga a revisão não só das práticas, mas de sua posição na

estrutura organizacional e de poder de decisão na empresa contratante.

Deve-se observar que a ênfase neste trabalho é sobre a empresa da

qual partiu a decisão de externalização de parte das atividades para uma rede

de fornecedores. Entretanto, a continuidade (mais de dez anos) sinaliza que a

integração na rede de fornecedores da grande empresa propicia, ao menos

para parte dos contratados, resultados considerados satisfatórios. Pode-se

supor que a externalização, apesar da evidente assimetria de poder (a favor da

contratante), vem sendo gerida de forma a construir relações duradouras com

os fornecedores. Para tanto, a contratante não pode manter-se apegada à

visão mais convencional para o setor de compras, a do “leilão” em busca do

menor preço, utilizando o poder da compradora para pressionar por reduções

de valores e acirrar a concorrência em preços entre os fornecedores (atuais e

potenciais). Além disso, a percepção dos tomadores de decisão no setor de

compras da contratante de alguma forma deve superar o que Ford et al. (2002)

consideraram como os três mitos que usualmente afetam o pensamento sobre

o comportamento nos negócios.

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Quanto ao primeiro, o mito da ação, pelo qual as relações entre as

empresas são do tipo “uma age, a outra reage”, a superação significa ver as

empresas como membros de uma rede de negócios com empresas ativas e

heterogêneas, interagindo umas com as outras, procurando soluções para seus

diferentes problemas.

Quanto ao segundo, o mito da independência, considera-se que

cada empresa pode desenvolver sua própria análise do ambiente em que

concorre, desenvolver e implementar sua própria estratégia independente,

baseada em seus próprios recursos, levando em conta suas próprias

competências. A superação desse mito significa considerar a interação nas

relações entre as empresas, com interdependências em termos de vendas,

compras, informação, desenvolvimento tecnológico etc. Isso faz com que

tenham limitada liberdade para agir ou construir estratégias, isto é, o resultado

de suas ações será fortemente influenciado pelas atitudes e ações dos demais

componentes da rede. A posição de uma empresa na rede é baseada no

conjunto de suas relações, e essa posição não é estática, muda pela interação

com outras empresas em diferentes posições na rede.

O terceiro mito, o da plenitude, tem a ver com a concepção de que

uma empresa é autossuficiente para desenvolver uma estratégia tal que lhe

permita reunir e organizar os recursos e competências de que necessita. A

superação desse mito significa aceitar que nenhuma empresa dispõe de todos

os recursos de que precisa, isto é, uma empresa depende de recursos,

competências, ações e intenções de fornecedores, distribuidores, clientes e,

mesmo, de concorrentes.

Fica evidente a racionalidade da formação de redes de

relacionamentos para prover o acesso de uma empresa aos recursos de

outras.

Dessa perspectiva, os limites de uma rede de empresas tornam-se

menos nítidos e menos “fechados”, pois cada participante de uma rede pode

participar de outras redes, expandindo a cadeia de relações e de

interdependências, de tal forma que uma empresa não tem poder de controle

sobre o total dessa rede expandida, até porque pode não conhecê-la

integralmente.

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2.3. Relacionamento com Fornecedores

Tradicionalmente, segundo Corrêa e Corrêa (2006), as decisões

estratégicas de suprimento eram pautadas pelo critério do fazer ou comprar

(make or buy), que estabelecia que, a partir de um determinado volume, era

mais econômico para a empresa produzir internamente no lugar de comprar de

fornecedores. A decisão apoiava-se exclusivamente no critério de custo.

Segundo esses mesmos autores, tal conceito começou a evoluir na década de

90 principalmente com a publicação do livro Competing for the Future de Hamel

e Prahalad (1994).

De acordo com este novo conceito, outras preocupações

estratégicas deveriam ser consideradas na decisão de suprimentos, entre elas

destacam-se a idéia de competências centrais (core competencies) e custos de

troca. De acordo com Hamel e Prahalad (1994), uma competência central é um

conjunto de habilidades e tecnologias que adicionadas ao talento gerencial

colocam a empresa em uma posição singular frente os concorrentes. Já o

custo de troca, representa a dificuldade imposta pela eventual substituição de

um fornecedor.

Os autores defendem que as competências centrais são traduzidas

por três principais fatores: o quanto uma atividade gera de valor para o cliente,

de que forma esta atividade proporciona diferenciação sobre a concorrência e o

potencial de sua extendabilidade, isto é, qual o seu poder de gerar valor futuro

em termos de aceitação pelos clientes e exclusividade.

Quanto ao custo da troca, Hamel e Prahalad (1994) também

apresentam três vertentes a serem avaliadas: especificidade dos ativos, grau

de monopólio do fornecedor e custos de transação envolvidos. Quanto maior

cada uma delas, tanto mais cara será a troca de fornecedor.

Os autores admitem a dificuldade na avaliação específica da

centralidade de uma atividade e do custo de sua troca, mas, sem dúvidas, esta

nova abordagem trouxe um panorama mais adequado e rico na decisão de

relacionamento com fornecedores, inclusive nas formas alternativas de

relacionamento que se descortinam a partir da decisão de outsorcing.

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Corrêa e Corrêa (2006) sugerem uma matriz de relacionamentos

com fornecedores a partir das duas dimensões apresentadas por Hamel e

Prahalad (1994),

A matriz estabelece desde um relacionamento de mercado puro,

quando não há nenhuma forma de comprometimento prévio entre as partes, ou

seja, a compra é do tipo spot, até a situação em que o comprometimento é

máximo, quando o fornecedor pertence ao próprio demandante, que é o caso

da integração vertical. Os contratos de médio e longo prazos configuram a

situação em que a centralidade da atividade adquirida é de média a baixa,

havendo diferença no custo da troca. No caso em que a centralidade da

atividade é mais elevada, o relacionamento sugerido pela matriz é de parceria

ou joint venture, variando-se os formatos de acordo com o custo de troca

envolvido.

Leenders e Fearon (1993) afirmam que a seleção de fornecedores

tornou-se muito complexa, incluindo fatores de meio ambiente, social, político,

e a satisfação dos clientes, além dos tradicionais itens como qualidade,

entrega, custo e serviço. Não é novidade que as questões como:

racionalização de fornecedores, fornecedores preferenciais, parcerias, alianças

estratégicas, e o desenvolvimento de fornecedores têm crescido notoriamente.

O relacionamento entre fornecedores e compradores pode fazer diferença

estratégica para uma organização, pois promove uma melhoria contínua na

satisfação do cliente, derivada da procura por novas e melhores maneiras de

gerenciar estas relações entre compradores e vendedores.

Estes mesmos autores atribuem o surgimento das parcerias nos

anos 80 aos estudos executados pelas empresas japonesas, as quais

mantinham estreitas relações com os fornecedores, o que foi visto como

elemento chave para alcançar qualidade, entregas rápidas, e melhorias

contínuas. As primeiras empresas a utilizarem parcerias nos EUA foram: Xerox,

Honeywell, Polaroid, Motorola, IBM e algumas empresas automotivas.

Lambert e Stock (1992) corroboram esta visão, dizendo que, na

década de 80, devido à grande pressão sofrida pelas empresas, nas questões

de competitividade, redução de orçamentos e necessidade de melhoria de

serviços aos seus clientes, elas começaram a contratar terceiros para a

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realização de atividades logísticas. Recentemente, as empresas e os

prestadores de serviços logísticos começaram a reconhecer os benefícios que

resultam das parcerias e alianças, pois o propósito de ambos é o benefício das

partes, em uma relação simbiótica.

Johnson e Wood (1996) afirmam que o termo parceria tem sido

largamente utilizado para relacionamentos de longo prazo entre fornecedores e

compradores. A parceria é desenhada para proporcionar recompensas quando

há cooperação das partes, promovendo incentivos e sucesso para todos. Citam

ainda que os sistemas JIT e Eletronic Data Interchange (EDI) forçaram a um

relacionamento estreito e disciplinado, com um reduzido número de

fornecedores. Estes relacionamentos podem ser formais ou não, ou seja, ter

contratos firmados ou não.

Christopher (2002) diz que muitas empresas estão se beneficiando

do relacionamento mais próximo com os fornecedores, por ele permitir

encontrar meios de diminuir os custos da cadeia, através da concentração em

atividades, como sistemas de entrega JIT, interligações dos processos de

pedidos de compra por meio de EDI, e eliminação da necessidade de

retrabalho por meio de programas de melhoria de qualidade. Foi descoberto

que é possível criar valor para o cliente trabalhando junto com ele, na melhoria

de produtos já existentes e no desenvolvimento de novos também.

Kaynak (2005) reforça esta argumentação afirmando que a visão

estratégica de médio e longo prazos, particularmente nas relações de

fornecimento, visando simultaneamente a melhoria da qualidade e redução de

prazos e custos, que proporciona vantagem competitiva duradoura,

condicionou a concentração de fornecedores e o estreitamento de relação de

parceria entre os elos da cadeia de suprimentos, facilitando a adoção de

práticas mais modernas e de melhor resultados, como o suprimento JIT e o

Total Quality Management (TQM). Naturalmente, esta relação mais duradoura

entre parceiros de negócios desemboca na formalização de contratos estáveis.

Kobayashi (2000) sustenta que as empresas se transformam, assim

como os vários setores econômicos, surgindo alianças e, dessa maneira, se

instauram formas de colaboração que levam a uma crescente eficiência e a um

respeito mais atento do meio ambiente, que garante um futuro às próximas

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gerações. Por consequência, acontecem reestruturações radicais nas

empresas, como a diminuição de pessoal e novas formas de organizações.

Esse mesmo autor afirma que o objetivo é estabelecer relacionamentos

estáveis com os próprios clientes, em particular com aqueles estratégicos,

compreendendo as novas exigências deles, achando fornecedores que

colaborem com as políticas da empresa e se tornem seus parceiros, além de

adquirir novas competências e tecnologias, estabelecendo alianças com outras

empresas.

Gonçalves (2004) afirma que no estudo de uma parceria, o jogo nas

negociações deve ser franco e aberto, e a confiança mútua vai ocorrendo

gradativamente, à medida que o processo de negociação avança. Isso ocorre

também com a própria evolução da parceria.

Criando-se um forte vínculo a partir de boas parcerias com

fornecedores, é possível garantir o acesso aos recursos e à minimização, ou a

uma certa divisão dos riscos entre os parceiros.

Entretanto, torna-se necessário estar alerta às exigências futuras,

quando será necessário incluir permanentemente investimentos destinados ao

desenvolvimento de novos produtos e aquisição de novas tecnologias. O

estágio mais avançado da parceria é denominado processo de cooperação, no

qual cada parceiro conhece o seu potencial e, ainda, suas vantagens

competitivas para o aperfeiçoamento dos processos e reduções de custos,

aumentando consideravelmente a sinergia, com ganhos substanciais para

todos os parceiros envolvidos no negócio.

Bowersox e Closs (2001) pontuam que o objetivo de relacionamento

de cooperação na cadeia de suprimento é aumentar a competitividade do

canal, baseado em dois princípios: primeiro na redução do risco e

aprimoramento da eficiência do processo como um todo e, segundo, na

eliminação do trabalho duplicado e inútil.

Corrêa e Corrêa (2006), afirmam que quando há a parceria

estratégica, existe o alto nível de comprometimento e de pressão das partes

em questão, pois se amarram mais intensamente os destinos dos parceiros,

que se tornam profundamente dependentes. Uma intensiva troca de

informações (inclusive, muitas vezes, sensíveis, como estrutura de custos do

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fornecedor, por exemplo) é usual, e a necessidade de confiança mútua é

máxima. Os contratos tendem a ser complexos e difíceis de elaborar, podendo,

em muitas situações, ser até considerados como fontes de vantagem

competitiva e mantidos secretos, quando bem elaborados. Em geral, alta

especificidade de ativos está envolvida na parceria e um exercício longo de

escolha e negociação é requerido. Desenvolver um ou alguns poucos desses

fornecedores, pode significar a diferenciação no mercado, que acompanhará os

esforços do cliente de intensificar o relacionamento, podendo, a partir de certo

ponto, incluir cláusulas de exclusividade ou mesmo integração vertical.

Merli (2004) conceitua que comakership é o termo que caracteriza

esse modelo e entende-se como uma relação evoluída entre cliente e

fornecedor. A filosofia que rege os relacionamentos operacionais do

comakership está atrelada à lógica das abordagens da Qualidade Total e do

JIT. Estas filosofias estão modificando a maneira de agir no contexto dos

suprimentos e fornecedores. A necessidade de recorrer a uma lógica de

comakership é, de fato, inerente a todas as evoluções estratégicas em curso.

Do ponto de vista cultural, são duas as dimensões que dão suporte à evolução

do comakership: o Group-Wide Quality Control (GWQC) (cultura operacional e

estratégica) e as cadeias de valor (cultura estratégica). Ambas pressupõem um

relacionamento cliente-fornecedor que pode ser representado como elos

consecutivos concatenados (cadeia cliente-fornecedor) e não como elos

independentes que devem se inter-relacionar. A passagem dos elos

independentes para elos concatenados é, antes de tudo, um problema cultural,

segundo o autor.

2.4. Contratos

Para conseguir competitividade na cadeia de suprimento e se tornar

mais eficientes, esses relacionamentos entre empresas estão sendo

formalizados através de contratos. Dessa forma se estabelece um

“casamento”, a fim de suprir as necessidades cada vez mais complexas e

exigentes do mercado. Com o estabelecimento de um contrato, o

relacionamento perde a característica espontânea de aliança, levando a

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cooperação a uma obrigação, dessa maneira, oferecendo mais estabilidade

para ambas as partes.

Toda aquisição é processada através de uma ordem de compra, e é

considerada um contrato, pois geralmente possui termos e condições de

fornecimento em que ambas as partes aceitaram para efetuar a transação.

Medauar (2006) menciona que o Contrato de Compra, também

denominado de fornecimento, destina-se à aquisição remunerada de bens ou

serviços.

Heinritz e Farrell (1986) citam que os contratos expressam a

intenção do comprador de adquirir todas, ou parte, de suas necessidades de

itens repetitivos de um único fornecedor durante um certo período de tempo.

Essas necessidades podem ser de uma certa classe de itens ou de um material

específico ou peça determinada. As condições são negociadas e a encomenda

é feita para um determinado período, geralmente um ano. Ainda exemplificam

uma forma mais avançada de conta em aberto, ou compra “sem estoque”,

conhecida como “contratação de sistemas”, em que se estabelecem contratos

ou acordos de compras com fornecedores cobrindo extensos grupos de

materiais ou suprimentos. Parte desses contratos consiste em um catálogo

detalhado dos itens cobertos, e do fornecedor é exigido que mantenha em

estoque quantidades suficientes de todos os itens listados. Os requisitantes

solicitam diretamente ao fornecedor detentor do contrato, em vez de serem

enviados ao departamento de compras.

Zenz (1994) cita que em alguns casos surgem contratos sem

nenhuma formalização expressa. Ele é implícito e origina-se da conduta das

partes, tomando o lugar do contrato formal ou verbal. Ainda exemplifica o caso

do fornecedor que entrega algum produto que não foi solicitado pelo

comprador, porém o comprador recebe e utiliza o carregamento e, então fica

implícita a obrigação do pagamento da mercadoria.

O fundamental é que o relacionamento com fornecedores através de

contratos auxilia a evitar litígios ou a estabelecer um consenso jurídico quando

o litígio for inevitável. Em alguns contratos, ambas as partes concordam em

não entrar em ações judiciais, mas, em vez disso, optam por uma decisão

apresentada por um árbitro. A arbitragem de disputas contratuais é encorajada

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nas práticas comerciais e amparada por decisões das cortes supremas; seu

efeito legal é a eliminação prática dos litígios.

2.5. Vantagens e Desvantagens da Centralização de Compras

A centralização das compras pode ser definida pelos

administradores de uma empresa caso compreendam que esta será a melhor

diretriz para alcançar suas estratégias de gestão e custos. Entre as definições

que competem às vantagens desta estratégia, encontra-se a seguinte, onde

relata que:

As vantagens desse procedimento são inúmeras. Evitam a

duplicação e a possibilidade de compradores de um mesmo órgão

competir entre si, no que tange às compras de materiais sob sua

responsabilidade, levando-se em conta a situação na qual dois ou

mais compradores possam adquirir o mesmo material ou insumo

para produtos diferentes, de uma ou várias fontes de fornecimento

com preços e condições distintas. (Gonçalves, 2010, p. 250)

Conforme a definição do autor pode-se observar que um dos

objetivos da centralização de compras seria a padronização dos produtos e

fornecedores para todo o grupo, mantendo assim uma homogeneidade nos

valores dos produtos e serviços a serem adquiridos, como das fontes

fornecedoras, onde estes tendem a se tornar parceiros de longo prazo e não

apenas, fornecedores comuns.

O quadro 1.1 apresenta uma visão macro das vantagens e

desvantagens da centralização de compras.

Quadro 1. - Algumas vantagens e desvantagens da centralização de compras (extraída

de CHIAVENATO, 2011, p. 162).

CHIAVENATO (2011, p. 162).

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De acordo com as análises realizas sobre centralização de compras

e suas vantagens e desvantagens, pode-se observar que ela apresenta pontos

positivos e negativos, ficando a critério dos administradores a decisão sobre

esta importante estratégia nas organizações.

2.6. Sustentabilidade Na Cadeia De Suprimentos

Segundo Lages et al. (2010), o termo desenvolvimento sustentável

nasceu durante a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento, criada pela ONU em dezembro de 1983, e a publicação do

relatório final – conhecido como Relatório de Brundtland – em 1987. Define-se

desenvolvimento sustentável como um modelo econômico, político, social,

cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações

atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem

suas próprias necessidades (Catalisa, 2010).

Nas empresas manufatureiras, após o reconhecimento da qualidade

como gerador de vantagens competitivas, foram criados sistemas de gestão

para atender a outras questões importantes, como o meio ambiente (Pereira e

Cruz, 2007 apud Santos e Alves, 2015).

A atuação mais integrada das cadeias de suprimentos pode

favorecer a gestão ambiental e proporcionar oportunidades importantes para o

desenvolvimento de negócios alinhado com a sustentabilidade (Pedroso e

Swicker, 2007).

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CAPÍTULO III

ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS

A Cadeia de Suprimentos é um conjunto de atividades funcionais,

como transporte, controle de estoques, que se repetem inúmeras vezes ao

longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos

acabados, aos quais se agrega valor ao consumidor.

Os relacionamentos na cadeia de suprimento estão entre as áreas

mais complexas e menos compreendidas das operações logísticas.

O processo de suprimentos ou obtenção de materiais tem papel

fundamental na busca da excelência, tanto em organizações produtivas como

em organizações de serviços. A visão moderna de compras está relacionada

com o sistema logístico empresarial, como atividades-pares envolvidas em

ações estreitamente homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a

finalidade comum de operação lucrativa que é manter uma posição competitiva

de mercado.

Assim a gestão da cadeia de suprimentos tem representado uma

nova e promissora fronteira para empresas interessadas na obtenção de

vantagens competitivas de forma efetiva. Um dos objetivos da gestão da cadeia

de suprimentos é a satisfação efetiva dos consumidores finais, atuando

eficientemente na redução de custos.

Por ser a única operação da cadeia, a gestão da cadeia de

suprimentos pode ser vista como administração das operações que formam o

lado do suprimento e das que forma o lado da demanda.

A visão moderna de compras está relacionada com o sistema

logístico empresarial, como atividades-pares envolvidas em ações

estreitamente homogêneas, e essas atividades estão voltadas para a finalidade

comum de operação lucrativa que é manter uma posição competitiva de

mercado. A seleção de fornecedores depende das características do produto

ou serviço a ser comprado.

A função do comprador é esta, preparar uma requisição formal aos

potenciais fornecedores e estes prepararem cotações para a empresa. Ao

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enviar a requisição aos fornecedores, o setor de compras precisa selecionar o

fornecedor em “preferencial” e assim preparar e formalizar o pedido de compra.

A base legal e contratual entre a empresa e o fornecedor é o pedido de

compra. O procedimento normal da atividade de compras envolve a adequação

da quantidade desejada, prazos de entrega e condições de pagamento que

permitam à empresa maximizar seus recursos e reduzir seus custos.

Uma das atribuições importantíssimas de compras é a análise de

valor que ela deve fazer sobre todas as ações de suprir a empresa com

materiais.

O comportamento de toda a cadeia de suprimentos é construído de

relacionamentos que são formados entre pares individuais da cadeia. O

relacionamento entre comprador e vendedor pode ser a curto prazo. Quando

os bens ou serviços são entregues e pagos, a negociação futura pode não

mais existir. Um relacionamento negócio a negócio torna a empresa

responsável pela decisão de terceirizar ou não serviços prestados para seu

funcionamento corriqueiro e crescimento no mercado viabilizando se é possível

ou não a produção interna dos produtos ou serviços necessários ou a

delegação destes a terceiros.

A troca aberta e eficiente de informações é encarada como

elemento-chave em parcerias, pois ajuda a construir confiança entre os

parceiros e sem essa transparência de informações não há negócio claro e

viável para a empresa. Os relacionamentos entre os elos da cadeia de

suprimentos são, algumas vezes, descritos em termos de fluxos entre as

operações envolvidas. O termo usado para incluir todos os diferentes tipos de

fluxo é a permuta. Há, portanto diferentes tipos de relacionamento e diferentes

tipos de elementos de permuta.

A Cadeia de Suprimentos é um sistema dinâmico. Organizar a

cadeia de suprimentos de forma a criar um elo entre a necessidade de compra

e a possibilidade de armazenagem é de fundamental importância. Um aspecto

importante do planejamento e controle da cadeia de suprimentos é a tentativa

dos gerentes de operações de melhorar seu desempenho.

A melhoria na cadeia de suprimentos se faz necessária para

viabilizar o fluxo de compras e garantir melhores distribuições dos estoques

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fazendo com que a empresa esteja sempre em expansão e que nenhum setor

fique dependendo da rotatividade das atividades do outro.

É fundamental para o administrador acompanhar periodicamente a

posição do estoque em processo, o que pode ser feito por meio de relatórios da

contabilidade de custos. Analisar a movimentação física da empresa é

necessária até mesmo para não prejudicar o estoque em processo e todo o

sistema da cadeia de suprimentos.

O grande potencial do gerenciamento da cadeia de suprimentos é de

gerar vantagem competitiva, estreitando o relacionamento entre o cliente e o

fornecedor reduzindo custos na cadeia de distribuição.

As decisões em torno de compras ou suprimentos podem alterar

significativamente o sincronismo da demanda. Tomar decisões entre comprar e

produzir devem ser orientadas estrategicamente para o negócio e não somente

analisadas em termos de custos. As negociações de preços devem priorizar as

restrições de suprimentos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O atual cenário econômico exige que as organizações desenvolvam

vantagens competitivas em relação aos seus concorrentes. Contudo, não basta

apenas reagirem às mudanças tecnológicas, demandas de clientes, tendências

de mercado ou especulações da concorrência.

Os atuais padrões mundiais de concorrência têm pressionado as

empresas a se tornarem cada vez mais competitivas, obrigando-as a reverem

suas formas de operação a fim de reduzir custos e gerar mais receitas. Dentro

deste contexto, surge o conhecimento de que a eficiência de uma empresa não

depende somente de suas operações internas, mas também da capacidade de

uma coordenação mais próxima com seus fornecedores e distribuidores,

capturando as sinergias das interações entre as firmas que compõem uma

cadeia de suprimentos (LAMBERT; POHLEN, 2001; MENTZER et al., 2001).

É preciso voltar a atenção para todo o processo da cadeia, não só

aos aspectos internos, identificando seus pontos fortes e fracos, avaliando

principalmente as atividades que compõem sua cadeia de valor.

A Revisão bibliográfica feita possibilitou a percepção das maiores

contribuições de cada etapa da cadeia de suprimentos, o que permitirá a

implantação de um conjunto adequado de ferramentas de acordo com a

situação de cada empresa, resultando assim em maior coordenação de fluxo

da cadeia de suprimentos.

Operando em um ambiente globalizado e competitivo, as empresas

têm tido dificuldades para implementar um modelo de SCM capaz de suprir

suas necessidades de forma a garantir o desenvolvimento de vantagens

competitivas sustentáveis.

Neste contexto, verifica-se que as organizações precisam

implementar ferramentas administrativas visando garantir sua continuidade, se

manterem atuantes no mercado e alcançarem os objetivos a que se propõem.

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Destaca-se ainda que este estudo teve um foco estritamente

conceitual, necessitando em trabalhos futuros analisar através de estudos

empíricos para confirmação das conclusões obtidas neste trabalho.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 01 AGRADECIMENTOS 02 METODOLOGIA 03 RESUMO 05 SUMÁRIO 06 INTRODUÇÃO 07

CAPÍTULO I A Cadeia de Suprimento 10

1.1. Um Breve Histórico 10

1.2. Gestão Da Cadeia De Suprimentos - Conceitos 11

1.3. O Setor de Compras e a Cadeia de Suprimentos 14

1.4. Sistema de Informação na Cadeia de Suprimentos 17

CAPÍTULO III 19 O Ambiente Transacional 19

2.1. Compras, Conceito e Evolução 19

2.2. Algumas Considerações Sobre Redes de Relações Cliente/Forneced 22

2.3. Relacionamento com Fornecedores 27

2.4. Contratos 31

2.5. Vantagens e Desvantagens da Centralização de Compras 33

2.6. Sustentabilidade Na Cadeia De Suprimentos 34

CAPÍTULO III 35

Análise dos Dados Coletados 35

CONSIDERAÇÕES FINAIS 38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40 ÍNDICE 45 ÍNDICE DE FIGURAS 46 ÍNDICE DE QUADROS 47

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: A Vantagem Competitiva e os três “Cs” ” (extraído de

CHRISTOPHER, 2002,

p.37) 20

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ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1. Algumas vantagens e desvantagens da centralização de compras (extraído de CHIAVENATO, 2011, p. 162). 33