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INTENSIVO II – LFG – Direito Tributário – Prof. Eduardo Sabbag e Tatiane Piscitelli 1 DIREITO TRIBUTÁRIO – INTENSIVO II Aula 01 – Dia 27/07/12 Ler a partir do art. 96, CTN!!! Alguns artigos da 1ª centena podem ser cobrados. Decorar alguns artigos. Pasta no site Linha do Tempo do CTN ESTUDO DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL PARTE INTRODUTÓRIA 1) Fenômeno da Incidência Tributária: A relação jurídico-tributária, demonstrada a partir dos artigos do CTN, desdobra-se em uma sucessão lógica e cronológica de acontecimentos. Tudo se inicia com uma hipótese de incidência tributária, passando por sua materialização, que levará ao dever de pagamento do Tributo. Este, por sua vez, será exigível no âmbito da cobrança administrativa, que, frustrada, deflagrará a sucessiva cobrança judicial do tributo. Quando se cobra judicialmente o tributo, o que era exigível será transformado em algo exequível no âmbito do exercício da pretensão executória estatal, à luz de uma execução fiscal proposta. LINHA DO TEMPO 1.1) Hipótese de Incidência: Trata-se de uma previsão legal dotada de hipoteticidade, o que a insere, naturalmente, no “mundo dos valores” (plano abstrato). Lança- mento CDA Inscri -ção Cobrança Administrativa Feita pelos Auditores Fiscais Cobrança Judicial Feita pelos Procuradores Cons- titui ...

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INTENSIVO II LFG Direito Tributrio Prof. Eduardo Sabbag e Tatiane Piscitelli

1

DIREITO TRIBUTRIO INTENSIVO IIAula 01 Dia 27/07/12 Ler a partir do art. 96, CTN!!!

Alguns artigos da 1 centena podem ser cobrados.

Decorar alguns artigos.

Pasta no site

Linha do Tempo do CTN

ESTUDO DO CDIGO TRIBUTRIO NACIONALPARTE INTRODUTRIA

1) Fenmeno da Incidncia Tributria:

A relao jurdico-tributria, demonstrada a partir dos artigos do CTN, desdobra-se em uma sucesso lgica e cronolgica de acontecimentos.

Tudo se inicia com uma hiptese de incidncia tributria, passando por sua materializao, que levar ao dever de pagamento do Tributo. Este, por sua vez, ser exigvel no mbito da cobrana administrativa, que, frustrada, deflagrar a sucessiva cobrana judicial do tributo.

Quando se cobra judicialmente o tributo, o que era exigvel ser transformado em algo exequvel no mbito do exerccio da pretenso executria estatal, luz de uma execuo fiscal proposta.

LINHA DO TEMPO

1.1) Hiptese de Incidncia:

Trata-se de uma previso legal dotada de hipoteticidade, o que a insere, naturalmente, no mundo dos valores (plano abstrato).Vale dizer, o legislador escolhe situaes vocacionadas incidncia do Tributo, que so revestidas de tributabilidade (o legislador escolhe situaes para que elas deflagrem um tributo).Ex. Auferir renda, circular mercadorias, transmitir bens, prestar servios. (O verbo no infinitivo indica a hipoteticidade).Note que a hiptese de incidncia no deflagra concretamente o dever de pagar, mas apenas o prev como um modelo/ standard/ arqutipo legal.

Quando se materializa aquilo que se previu, no plano da lgica, no se tem mais uma hiptese. Nesta medida, o mundo dos valores cede passo ao mundo da realidade, ou seja, o plano abstrato substitudo pelo plano concreto ou ftico.

Note-se que a hipoteticidade prvia d lugar faticidade consequente.

Ex. Maria aufere renda; Joo circula mercadorias; Pedro presta servios; Joaquim transmite bens, etc.No momento em que um fato se adapta hiptese tributria, algumas consequncias surgiro:(1) Este fato, recortado do plano fenomnico, passa a ser chamado de fato gerador (fato imponvel para Geraldo Ataliba, ou fato jurdico-tributrio para Paulo de Barros Carvalho, ou, ainda, fato jurgeno para Sacha Calmon Navarro Coelho).(2) Deflagra-se o conhecido fenmeno da incidncia tributria (o fenmeno da incidncia tributria deflagrado pelo encontro da hiptese de incidncia com o fato gerador). Nota-se que ele representa o encontro do fato com a norma e, a partir disso, faz nascer o dever de pagar o tributo.(3) Ocorre o famoso fenmeno da subsuno tributria. Trata-se daquele encontro do fato com a hiptese, nico responsvel pelo nascimento da obrigao tributria. Nessa medida, a obrigao tributria nasce com o fato gerador, ou seja, a partir da subsuno tributria. (Todo FG pressupe uma HI, mas nem toda HI pressupe FG). Assim, o fato gerador pressupe a hiptese de incidncia, mas pode haver hiptese de incidncia sem haver fato gerador.Infelizmente, o legislador do CTN, muitas vezes, no utiliza a expresso fato gerador com a preciso lingustica supramencionada. Assim, onde se l fato gerador, seria possvel ler hiptese de incidncia.Exemplos:

Art. 4, do CTN - A natureza jurdica especfica do tributo determinada pelo fato gerador (aqui, deveria ser a hiptese de incidncia, ou seja, a norma legal) da respectiva obrigao, sendo irrelevantes para qualific-la:I - a denominao e demais caractersticas formais adotadas pela lei;

II - a destinao legal do produto da sua arrecadao.A natureza jurdica do Tributo legalmente determinada, razo pela qual o legislador poderia ter escrito hiptese de incidncia.Art. 97, III, CTN - Somente a lei pode estabelecer:III - a definio do fato gerador da obrigao tributria principal, ressalvado o disposto no inciso I do 3 do artigo 52, e do seu sujeito passivo;A lei tributria prev abstratamente a hiptese de incidncia, deixando o fato gerador com o encargo da realidade.

Art. 118, CTN - A definio legal (a definio legal da hiptese de incidncia, e no do fato gerador) do fato gerador interpretada abstraindo-se:I - da validade jurdica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;

II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Se o dispositivo versa sobre definio legal, seria mais rigoroso mencionar hiptese de incidncia.

A propsito, o auferir renda se traduz em hiptese de incidncia do imposto de renda, sendo capaz de provocar o fenmeno da incidncia (encontro do fato com a hiptese), independentemente da origem da renda.

Da se tributar a renda proveniente do ilcito (ex. jogo do bicho, lenocnio), luz da mxima latina pecunia non olet.

Assim, a capacidade tributria passiva plena (art. 126, caput), desconsiderando-se quaisquer aspectos externos HI e, verdadeiramente, tpicos do mundo dos fatos: ilicitude do ato, incapacidade civil, irregularidade na constituio formal da pessoa jurdica, etc.

Existem ainda outros exemplos...

2) Fato Gerador:No plano doutrinrio, o fato gerador estratificado em vrios aspectos:a) Material: Equivale prpria substncia prevista na lei tributria como hiptese deflagradora do tributo. Ex. Auferir renda.

b) Temporal: o momento no qual se considera o fato gerador realizado. extremamente relevante para a aplicao do princpio da irretroatividade tributria, segundo o qual, a lei, detendo vigncia prospectiva, dever ser anterior aos fatos geradores aos quais se refere. Em outras palavras, conhecendo o momento do fato gerador, ser conhecida a lei a ser utilizda. ICMS momento da circulao (sada) da mercadoria (do estabelecimento).

II momento da entrada da mercadoria (desembarao aduaneiro). IPTU O fato gerador a propriedade do bem imvel na zona urbana. O momento 1 de janeiro. IPVA O momento o dia 1 de janeiro. ITR O momento dia 1 de janeiro.

c) Espacial: o local que se considera ocorrido o fato gerador.

Ex. Propriedade de imvel na zona urbana de Campinas: IPTU para Campinas.

Ex. Propriedade de imvel no limite de 2 municpios Campinas e Valinhos Paga-se para quem?

Ex. Empresa sediada em Sorocaba contratada por uma empresa sediada em Salvador, para prestar um servio na cidade de Itabuna. ISS para quem?

d) Pessoal: Refere-se aos entes credor e devedor da relao jurdica (sujeito ativo e sujeito passivo da obrigao tributria).

e) Quantitativo: Refere-se aos elementos aritmticos que quantificam monetariamente o dever de pagar. Trata-se do aspecto dimensional do fato gerador, que fornece o quantum debeatur, ou seja, o quanto se deve pagar. Este aspecto depende da alquota e da base de clculo. Vale ressaltar que esses so elementos que dependem de lei, embora se possa lidar com a mitigao da legalidade nos casos de tributos extrafiscais.2.1) Classificao dos Fatos Geradores:2.1.1) Quanto periodicidade:

Os fatos geradores podem ser simples, continuados e complexivos.

Fato Gerador Simples ou Instantneo ( aquele que se inicia e se completa em um s momento ou instante. Ex. ICMS, II, IE, IPI, etc. Fato Gerador Contnuo ou Continuado ( A sua realizao no acontece em um instante, mas de forma duradoura no tempo, existindo hoje e amanh. No Brasil, costuma se ligar aos impostos que incidem sobre a propriedade. Ex. IPTU, ITR, IPVA.

Veja que o aspecto temporal do fato gerador contnuo demandar um corte temporal para a sua identificao. Ex. O costumeiro 1 de janeiro, legalmente definido para aqueles trs impostos. Fato Gerador Complexivo ou Complexo ( aquele cuja realizao se desdobra durante um certo perodo de tempo, no ocorrendo hoje ou amanh. Vale dizer que durante aquele tempo, ocorrero fatos isolados que, somados (globalmente considerados), aperfeioaro o fato gerador do imposto. Ex. IR (no caso do IRPF o auferimento de renda ocorre por meio de vrios acrscimos patrimoniais durante um ano ano-base, devendo ser pago o tributo no ms de abril seguinte).---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Aula 02 Dia 11/08/123) Obrigao Tributria:

A obrigao tributria (OT) surge como FG (fato gerador), no contexto da incidncia tributria.A obrigao tributria possui quatro elementos: (1) sujeito ativo; (2) sujeito passivo; (3) objeto; (4) causa.

3.1) Sujeito ativo (art. 7 e seguintes e art. 119 do CTN):

Art. 7, do CTN - A competncia tributria indelegvel, salvo atribuio das funes de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, servios, atos ou decises administrativas em matria tributria, conferida por uma pessoa jurdica de direito pblico a outra, nos termos do 3 do artigo 18 da Constituio.1 A atribuio compreende as garantias e os privilgios processuais que competem pessoa jurdica de direito pblico que a conferir.2 A atribuio pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurdica de direito pblico que a tenha conferido.

3 No constitui delegao de competncia o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da funo de arrecadar tributos.Art. 8, CTN - O no-exerccio da competncia tributria no a defere a pessoa jurdica de direito pblico diversa daquela a que a Constituio a tenha atribudo.Art. 119, CTN - Sujeito ativo da obrigao a pessoa jurdica de direito pblico, titular da competncia para exigir o seu cumprimento.Sujeito ativo o ente credor. Mas, credor de que - do tributo? No. A linha do tempo no s para tributo, mas tambm para multa (que nada tem a ver com tributo). Tudo tributo e/ou multa. Ento, o sujeito ativo da obrigao tributria o credor do tributo ou da multa.

Existem dois tipos de sujeito ativo: a) Aqueles que instituem o tributo: Unio, Estados, Municpios e DF (sujeitos ativos). Eles instituem o tributo e detm competncia tributria (que o poder poltico e indelegvel de criao de um tributo).

b) Aqueles que arrecadam e fiscalizam o tributo: entes parafiscais. Um timo exemplo so os conselhos de fiscalizao: CREA, CRC, CRM, etc. O poder de arrecadar e fiscalizar os tributos se chama capacidade tributria ativa (que um poder administrativo e delegvel).

O contribuinte paga o tributo para UM sujeito ativo, somente. No possvel haver mais de um sujeito ativo, quando se tem s UM fato gerador. Quando mais de um ente tributante cobra um ou mais tributos sobre o mesmo fato gerador, ocorre uma anomalia denominada BITRIBUTAO.

O remdio para evitar a bitributao a consignao em pagamento, cf. art. 164, III do CTN.

Art. 164, CTN - A importncia de crdito tributrio pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos:

III - de exigncia, por mais de uma pessoa jurdica de direito pblico, de tributo idntico sobre um mesmo fato gerador.

Ento, repise-se que o pagamento do tributo deve ser feito para UM sujeito ativo somente, sob pena de haver uma bitributao, corrigvel pela Ao de Consignao em Pagamento.

3.2) Sujeito Passivo (art. 121, do CTN):Sujeito passivo da obrigao tributria o ente devedor do tributo e/ou da multa.

A lei tributria deve conter obrigatoriamente a alquota, base de clculo, sujeito passivo, multa e fato gerador do tributo. Ento, sujeito passivo item que faz parte da reserva legal, devendo estar previsto na lei com clareza solar. O art. 97, III, parte final, do CTN diz que sujeito passivo faz parte da reserva legal.

Art. 97, CF - Somente a lei pode estabelecer:

III - a definio do fato gerador da obrigao tributria principal, ressalvado o disposto no inciso I do 3 do artigo 52, e do seu sujeito passivo;

Obs: O sujeito ativo est na CF.

Obs: Questo do inquilino de imvel alugado. Se as partes celebram um contrato de locao e, no acordo, deslocam o nus dos tributos para o inquilino (IPTU, taxa, contribuio e melhorias), mas o inquilino no paga, o Fisco ir cobrar o proprietrio, tendo em vista que quem define o sujeito passivo a lei, e no a vontade do proprietrio (O contrato um capricho). As contrataes/convenes particulares so contratinhos e no podem ser opostas ao Fisco para o fim de modificar o sujeito passivo (neste sentido, art. 123 do CTN).Art. 123, CTN - Salvo disposies de lei em contrrio, as convenes particulares, relativas responsabilidade pelo pagamento de tributos, no podem ser opostas Fazenda Pblica, para modificar a definio legal do sujeito passivo das obrigaes tributrias correspondentes.

Existem dois tipos de Sujeito Passivo:

a) Contribuinte: aquele que tem uma relao pessoal e direta com o fato gerador (art. 121, pargrafo nico, I, do CTN).

b) Responsvel: aquele que, sem realizar o fato gerador, tem com este uma mnima relao. Ele chamado a pagar o tributo/multa (Art. 121, pargrafo nico, II, do CTN).

Art. 121, do CTN - Sujeito passivo da obrigao principal a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniria.

Pargrafo nico. O sujeito passivo da obrigao principal diz-se:I - contribuinte, quando tenha relao pessoal e direta com a situao que constitua o respectivo fato gerador;

II - responsvel, quando, sem revestir a condio de contribuinte, sua obrigao decorra de disposio expressa de lei.

Obs: Terminologia: O leigo fala contribuinte. A partir de agora, deve-se falar SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAO TRIBUTRIA, pois este pode no ser contribuinte necessariamente (pode ser contribuinte, mas pode ser responsvel).

Ex.1: O pai o responsvel tributrio do filho menor: o pai chamado a pagar tributo pelo filho menor (art. 134, I, CTN). O pai terceira pessoa escolhida por lei a pagar, responsvel pelo fato gerador. Art. 134, do CTN - Nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento da obrigao principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omisses de que forem responsveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

O responsvel no realiza o fato gerador, mas tem um vnculo mnimo com este, de modo que, se no pagar o tributo, sofrer execuo fiscal.

Ex.2: O adquirente responsvel com relao ao tributo relativo ao bem imvel adquirido. Suponha-se que o proprietrio de um imvel morreu e deixou tributos pendentes em relao a esse bem. Quem vai pagar esses tributos? Se o proprietrio morreu e no os pagou, ser escolhida uma terceira pessoa para pag-los (a linha do tempo no pra). Assim, neste caso, podem figurar como responsveis: o cnjuge meeiro; o inventariante (no caso de o tributo ser devido pelo esplio como contribuinte); e tambm poder ser o esplio, pelos tributos devidos pelo de cujus at a abertura da sucesso (art. 131, III do CTN).

Art. 131, do CTN - So pessoalmente responsveis:

I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; (Vide Dec-Lei 28/66)II - o sucessor a qualquer ttulo e o cnjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus at a data da partilha ou adjudicao, limitada esta responsabilidade ao montante do quinho do legado ou da meao;

III - o esplio, pelos tributos devidos pelo de cujus at a data da abertura da sucesso.

DICAS: Esta matria se abre em captulo parte nos livros, intitulado Responsabilidade Tributria. O tema se desdobra nos artigos 128 a 138 do CTN, porm, as principais ocorrncias dessa figura chamada responsvel esto nos artigos 130, 131, 132, 133, 134 e 135. >>> Imprimir o arquivo (site do Sabag): Testes sobre Responsabilidade Tributria.Ex.3: Trs irmos so donos de um apartamento; so coproprietrios e devedores de IPTU. Ocorre que eles no pagaram o tributo. Aqui, est se falando de sujeio passiva. O nome da matria solidariedade tributria. Nesse caso, pode-se cobrar de qualquer um dos devedores a dvida toda, porque na solidariedade tributria no existe benefcio de ordem.No caso de solidariedade tributria passiva, a dvida ser cobrada de qualquer um dos codevedores, uma vez que no se admite benefcio de ordem na solidariedade tributria (art. 124, pargrafo nico, do CTN).Art. 124, do CTN - So solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situao que constitua o fato gerador da obrigao principal;

II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Pargrafo nico. A solidariedade referida neste artigo no comporta benefcio de ordem.

Obs: Ressalta-se que a nica solidariedade possvel na obrigao tributria a passiva, poisuma solidariedade ativa geraria a anomalia da bitributao.3.3) Objeto (art. 113, do CTN):O objeto indica a prestao, de cunho pecunirio ou no pecunirio, a cargo do sujeito passivo da obrigao tributria.

Ex. Ao auferir renda (fato gerador), nasce obrigao tributria de pagar o imposto de renda. Nesse momento, a pessoa se torna sujeito passivo da obrigao, a Unio sujeito ativo, e o sujeito passivo tem que cumprir uma prestao. O ato de pagar o tributo ou a multa a obrigao principal. Os outros deveres so obrigaes acessrias.

Existem dois tipos de prestao: a) Obrigao principal (art. 113, 1, do CTN): o ato de pagar tributo/multa; Art. 113, 1, CTN - A obrigao principal surge com a ocorrncia do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniria e extingue-se juntamente com o crdito dela decorrente.

b) Obrigao Acessria (art. 113, 2, do CTN): So todos os deveres instrumentais a cargo do sujeito passivo da obrigao tributria. Note-se que as obrigaes aqui so aquelas de fazer, no se confundindo com as obrigaes principais, que se traduzem em obrigaes de dar.

Art. 113, 2, CTN - A obrigao acessria decorre da legislao tributria e tem por objeto as prestaes, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadao ou da fiscalizao dos tributos.

As obrigaes tributrias s podem ser principais OU acessrias. Mas importante ler o 3 do art. 113 do CTN, que diz:Art. 113, do CTN - A obrigao tributria principal ou acessria.

3 A obrigao acessria, pelo simples fato da sua inobservncia, converte-se em obrigao principal relativamente penalidade pecuniria.

O descumprimento da obrigao acessria deflagra uma obrigao principal, que a multa.

Ex.1: Pessoa no entregou a declarao de IR e, por isso, dever pagar uma multa. Obs: Pegadinha de Concurso: Eles copiam esta ltima frase, mas ao invs de falarem multa, substituem por tributo. Se a pessoa no entrega sua declarao Receita Federal no prazo, ter que pagar uma multa, para faz-lo fora do prazo.

Ex.2: Obrigao acessria positiva (algo que se deve fazer): emitir nota, entregar declaraes, escriturar livros fiscais.Ex.3: Obrigao acessria negativa (algo que no se deve fazer): no trafegar com mercadoria sem nota, no impedir o acesso da fiscalizao na empresa (art. 200 do CTN - Se houver qualquer embarao, pode-se recorrer fora policial).

Art. 200, do CTN - As autoridades administrativas federais podero requisitar o auxlio da fora pblica federal, estadual ou municipal, e reciprocamente, quando vtimas de embarao ou desacato no exerccio de suas funes, ou quando necessrio efetivao d medida prevista na legislao tributria, ainda que no se configure fato definido em lei como crime ou contraveno.

Obs1: Ningum mais sagaz que o brasileiro nesse ponto. Se um fiscal chegar num estabelecimento, o proprietrio no pode negar sua entrada (porque este pode recorrer fora policial), mas pode pedir suas credenciais. Obs2: Existe uma hiptese de golpe em que o fiscal-estelionatrio diz ao proprietrio, por exemplo: sua dvida de R$100.000,00. Ocorre que o proprietrio sabe dever R$700.000,00 e, querendo levar vantagem, paga os R$100.000,00 para obter a quitao do dbito pelo falso fiscal. Mas, depois, essa vtima descobre que foi enganada. (No estelionato, o vacilo vtima quer levar vantagem tambm, mas encontra outro que mais esperto que ele).

3.4) Causa:

A causa da obrigao tributria o vnculo jurdico que une o devedor ao credor, justificando normativamente o dever patrimonial (obrigao principal) e o dever instrumental (obrigaes acessrias).Existe uma norma que imposta ao sujeito passivo. Esta a causa da obrigao tributria. As pessoas pagam um tributo por causa do princpio da legalidade, da lei tributria, que a causa da obrigao principal. As pessoas cumprem a norma por causa da legislao tributria.A causa da OT principal a situao definida em lei, uma vez que o dever de pagar liga-se ao princpio da legalidade (dever de pagar tributo e/ou multa). Ento, h legalidade para tributo e para multa.Por outro lado, as obrigaes acessrias, que podem vir naturalmente na lei, tm como causa a legislao tributria (ex. regulamento; instruo normativa; portaria; etc.).( Pergunta de Concurso: Para qu serve uma Portaria no Direito Tributrio?

R: Portaria legislao tributria e no se confunde com a lei tributria. Ela versa sobre obrigao acessria. Jamais pode versar sobre obrigao principal (art. 114 e 115, do CTN). Ento, no pode haver uma portaria versando sobre o ato de pagar o tributo, mas nada impede que uma lei discipline a obrigao acessria.

Art. 114, do CTN - Fato gerador da obrigao principal a situao definida em lei como necessria e suficiente sua ocorrncia.

Art. 115, CTN - Fato gerador da obrigao acessria qualquer situao que, na forma da legislao aplicvel, impe a prtica ou a absteno de ato que no configure obrigao principal.

Obs: LEI x LEGISLAO TRIBUTRIA:

As fontes do direito tributrio podem ser formais ou materiais. Estas ltimas indicam todos os fatos geradores realizveis. Por outro lado, as fontes formais representam a dogmtica da disciplina (arcabouo jurdico-normativo).

a fonte formal que interessa no momento: lei, decreto, portaria, etc. As fontes formais podem ser principais ou secundrias. A lei a fonte formal principal. J as portarias, por exemplo, so fontes formais secundrias.

A legislao tributria a soma da fonte formal principal com a fonte formal secundria, conforme art. 96, do CTN.

Art. 96, do CTN - A expresso "legislao tributria" compreende as leis, os tratados e as convenes internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relaes jurdicas a eles pertinentes.O art. 96, do CTN fala das fontes formais principais. Porm ele tambm menciona as fontes formais secundrias, que so as normas complementares.

Fonte Formal PrincipalFonte Formal Secundria

- Leis;

Obs: Quando o art. 96, do CTN fala em leis, ele est falando em lei lato sensu, que compreende todo tipo de:

Lei, Constituio Federal,Medida Provisria, etc.

- Tratados e Convenes Internacionais;

- Decretos;Normas complementares, previstas no art. 100 do CTN:-Portaria. Portaria legislao e como tal, tem que ser distinguida da palavra lei que aquela que cria a aumenta o tributo;

-Instruo Normativa, etc.

O art. 100, do CTN explica o que norma complementar e serve para completar a fonte formal principal.

Art. 100, CTN - So normas complementares das leis, dos tratados e das convenes internacionais e dos decretos:

I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - as decises dos rgos singulares ou coletivos de jurisdio administrativa, a que a lei atribua eficcia normativa;

III - as prticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;IV - os convnios que entre si celebrem a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios. (Convnios celebrados pelos 4 entes).

Pargrafo nico. A observncia das normas referidas neste artigo exclui a imposio de penalidades, a cobrana de juros de mora e a atualizao do valor monetrio da base de clculo do tributo.

Obs: Quem aprende o art. 100, CTN tem que aprender o art. 103, CTN, que mostra quando a frma do art. 100, CTN entra em vigor.

Art. 103, do CTN - Salvo disposio em contrrio, entram em vigor:

I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do artigo 100, na data da sua publicao;

II - as decises a que se refere o inciso II do artigo 100, quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias aps a data da sua publicao;

III - os convnios a que se refere o inciso IV do artigo 100, na data neles prevista.

Obs: No h prazo de vigncia para usos e costumes.

Ex. Quando uma portaria entra em vigor? Na data da publicao.

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Aula 03 Dia 01/10/124) Responsabilidade Tributria:

Sobre responsabilidade tributria, necessrio analisar os artigos 128 a 138, do CTN.

4.1) Aspectos Gerais da Responsabilidade Tributria:

A responsabilidade tributria representa a eleio, pela lei, de um terceiro como sendo aquele que tem o dever de pagar tributo ou penalidade.

Terceiro responsvel a pessoa que no realiza o fato gerador e que, portanto, no o contribuinte. Contudo, ele tem o dever de pagar o tributo, pois a lei assim determina. Isso est no art. 121, pargrafo nico, II, do CTN.

Art. 121, do CTN - Sujeito passivo da obrigao principal a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniria.

Pargrafo nico. O sujeito passivo da obrigao principal diz-se:

II - responsvel, quando, sem revestir a condio de contribuinte, sua obrigao decorra de disposio expressa de lei.

Como o responsvel tem o dever de pagar o tributo? Essa resposta est no art. 128, do CTN, que diz que o responsvel ser um terceiro eleito pela lei, sendo algum que no praticou o fato gerador, mas que tem algum vnculo com ele.

Art. 128, do CTN - Sem prejuzo do disposto neste captulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crdito tributrio a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigao, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em carter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigao.A segunda parte do dispositivo acima diz como a responsabilidade delineada, havendo duas possibilidades: o responsvel paga o tributo inteiramente sozinho ou paga junto com o contribuinte.

O primeiro ponto importante desse artigo, ento, que ele diz que o terceiro deve estar vinculado ao fato gerador (no sendo qualquer terceiro).

Ademais, esse artigo estabelece, tambm, como a responsabilidade tributria pode se desenhar, podendo existir duas possibilidades: (1) O dever integral de o terceiro pagar o tributo, o que representa a excluso da figura do contribuinte;

(2) O dever compartilhado entre o responsvel e o contribuinte, dever este que pode ser compartilhado integral ou parcialmente (responsabilidade supletiva do cumprimento parcial ou total da obrigao).

No caso do dever integral do terceiro (responsvel) pagar o tributo h o que a doutrina chama de responsabilidade por substituio. Fala-se em responsabilidade substituio porque o responsvel entra no lugar do contribuinte e substitui o contribuinte. O exemplo clssico envolve o ICMS e a substituio tributria.

Ex. As indstrias de refrigerante tem o dever de recolher o ICMS por substituio tributria em relao s operaes futuras entre o distribuidor e as mercearias ou as mercearias e os particulares, por exemplo. Isso facilita a fiscalizao. Concentra-se o dever de recolher o ICMS na indstria. Isso tambm ocorre com medicamentos e alguns tipos de alimentos.

No caso do dever compartilhado entre contribuinte e o responsvel, fala-se em responsabilidade supletiva. supletiva porque o responsvel est ao lado do contribuinte para pagar o tributo. Mas, essa responsabilidade supletiva pode se dar de duas maneiras: integral ou parcial. O responsvel pode ter o dever de pagar o tributo na sua integralidade, mas esse dever partilhado com o contribuinte, que tambm tem o dever de pagar a integralidade nesse caso, h uma solidariedade entre contribuinte e responsvel. Por outro lado, pode ocorrer de o dever compartilhado ser parcial, aparecendo o dever do responsvel apenas quando o contribuinte no puder pagar. H, ento, o benefcio de ordem, configurando uma hiptese de subsidariedade.

4.2) Modalidades de Responsabilidade Tributria no CTN:

As modalidades de responsabilidade tributria esto previstas no art. 130 ao 135, do CTN.

a) Responsabilidade na aquisio de bens imveis (art. 130, CTN):

Art. 130, CTN - Os crditos tributrios relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domnio til ou a posse de bens imveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestao de servios referentes a tais bens, ou a contribuies de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do ttulo a prova de sua quitao.Pargrafo nico. No caso de arrematao em hasta pblica, a sub-rogao ocorre sobre o respectivo preo.Suponha-se um imvel de propriedade de Joo. Joo pratica o fato gerador do IPTU em 1 de janeiro de 2011, pois ele possui propriedade urbana. O proprietrio recebe o lanamento relativo ao IPTU, mas no faz o pagamento do imposto. Em agosto desde mesmo ano (2011), Joo resolve vender o imvel para Maria, que sabe que h um dbito de IPTU. Maria ir realizar o fato gerador do IPTU em 1 de janeiro de 2012. Ocorre que Maria recebeu o lanamento do seu IPTU em 2012 e recebeu uma notificao de inscrio de dvida ativa em 2011. Maria no est correta se deixar de pagar o tributo relativo ao ano de 2011, pois o adquirente responsvel pelos Tributos devidos sobre o imvel. Esse dbito transferido para Maria.Na aquisio de bens imveis, a responsabilidade do adquirente. Essa ideia de responsabilidade aplica-se tambm para taxas e contribuies de melhoria.

Mas, h um outro problema. Suponha-se que Joo resolve vender o imvel e est devendo IPTU em valor maior que o imvel. Essa dvida do IPTU pode alcanar a outros bens do adquirente, para alm do prprio imvel? O art. 130, do CTN trata disso, dizendo que a responsabilidade do adquirente e, portanto, pessoal (Logo, poderia atingir outros bens do adquirente sim). Ento, a responsabilidade do adquirente com relao aos impostos, taxas, contribuies de melhoria. Essa a regra.Contudo, em relao a esta regra, o prprio art. 130, do CTN estabelece duas excees, quais sejam:a. Aquisio do imvel em hasta pblica: Se a pessoa adquirir o imvel em hasta pblica, o preo pago pelo imvel ser utilizado para quitar tributos, e, apenas o preo, ou seja, aquele que adquiriu o bem em praa pblica recebe o imvel sem qualquer nus. Isto porque, h, com relao ao preo, sub-rogao real. Isto est no art. 130, p.., do CTN.Obs: Adjudicao - Nesse caso, no h que se falar em sub-rogao real, o que significa dizer que os dbitos devem sim ser transferidos. H julgados do STJ neste sentido.

b. Prova no ttulo aquisitivo da quitao dos tributos: Se o adquirente tem prova da quitao do tributo no ttulo aquisitivo, ele no responde. Nessa situao, h responsabilidade do alienante. Isso est previsto no art. 130, caput, parte final do CTN.

b) Responsabilidade na sucesso hereditria (art. 131, do CTN):

Art. 131, do CTN - So pessoalmente responsveis:

I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; (Vide Dec-Lei 28/66)II - o sucessor a qualquer ttulo e o cnjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus at a data da partilha ou adjudicao, limitada esta responsabilidade ao montante do quinho do legado ou da meao;

III - o esplio, pelos tributos devidos pelo de cujus at a data da abertura da sucesso.

Para que haja sucesso hereditria, deve ter havido a morte e a abertura da sucesso. Ademais, a pessoa que morreu j devia dever tributos; deve ter havido lanamento de determinados tributos por ocasio da morte.

Com a abertura da sucesso, h a responsabilidade do esplio at a abertura da sucesso (responsabilidade pelos tributos lanados e devidos at esse momento inciso III). Aps a abertura da sucesso e a efetivao da partilha, a responsabilidade dos sucessores (a qualquer ttulo) e do cnjuge meeiro (inciso II). Ento, nesse perodo entre a abertura da sucesso e a partilha, se houver lanamento ou fatos geradores de tributos, a responsabilidade ser dos sucessores e do cnjuge meeiro. Mas, essa responsabilidade limitada ao quinho ou meao.

Mas, como funciona a responsabilidade entre os herdeiros e o cnjuge meeiro? H um regime de solidariedade entre cnjuge e sucessores.

importante dizer que, juntamente com o esplio, h a responsabilidade do inventariante, prevista no art. 134, do CTN. Entre esplio e inventariante, estabelece-se um regime de responsabilidade subsidiria.

Art. 134, do CTN - Nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento da obrigao principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omisses de que forem responsveis:

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo esplio;

c) Responsabilidade de atos societrios (art. 132, CTN):c.1) Atos relativos a fuso, incorporao e transformao de pessoa jurdica (art. 132, caput, do CTN):

Distino entre fuso, incorporao e transformao de empresas:

FusoIncorporaoTransformao

A empresa A se une empresa B e forma a empresa AB.A empresa A incorpora a empresa B, tornando-se a empresa A com a empresa B dentro.A empresa A, que era uma sociedade limitada, transforma-se em uma sociedade annima.

Ex. Suponha-se que esses atos de fuso, incorporao e transformao ocorreram em 10 de maro de 2012. Em 20 de agosto de 2012, h um lanamento tributrio, relativo ao imposto de renda devido pela empresa B (no caso da fuso, pela empresa B; no caso da incorporao, pela empresa B. e, no caso de transformao, pela empresa A Limitada). Estes IR, reitere-se, so relativos ao Fato Gerador ocorrido em 2010, anterior fuso, incorporao ou transformao. Ocorre que a empresa B j no existe mais quando da cobrana do tributo.Pergunta-se de quem a responsabilidade por esse imposto de renda? Com quem fica esse dbito?Essa pergunta respondida pelo art. 132, do CTN. A responsabilidade da empresa que resulta da fuso, incorporao ou transformao. Ou seja, a responsabilidade da empresa que sobra, a ltima. Ento, no exemplo, a responsabilidade de AB, A, e A S/A, respectivamente.

Art. 132, do CTN - A pessoa jurdica de direito privado que resultar de fuso, transformao ou incorporao de outra ou em outra responsvel pelos tributos devidos at data do ato pelas pessoas jurdicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

c.2) Atos relativos extino da pessoa jurdica (art. 132, pargrafo nico, do CTN):

O pargrafo nico trata da hiptese de extino da pessoa jurdica, em que, tendo havido essa extino, um scio constitui uma nova empresa. Ex. A empresa AB foi extinta e o scio constitui a empresa CD, que tem o mesmo objeto societrio da empresa AB. Suponha-se que a extino de AB ocorreu em 20/05/2012 e em 21 de maio de 2012 surge a nova empresa (CD). Mas em 30 de maio de 2012, surge um lanamento de um fato gerador ocorrido em 2010. Segundo o art. 132, pargrafo nico, do CTN, a responsabilidade da empresa CD, pois, segundo o dispositivo, deve-se aplicar a mesma regra do caput, ou seja, de que a responsabilidade da empresa que sobra. A ideia aqui evitar a fraude. Se h um scio remanescente, vai-se atrs do scio e da empresa constituda.Art. 132, pargrafo nico, CTN - O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extino de pessoas jurdicas de direito privado, quando a explorao da respectiva atividade seja continuada por qualquer scio remanescente, ou seu esplio, sob a mesma ou outra razo social, ou sob firma individual.

c.3) Ciso de empresas:NA ciso, a empresa A se divide entre as empresas B e C.Ex. Pode acontecer de essa operao ter ocorrido em 20 de maio de 2012 e o lanamento tributrio aparece em 30 de maio de 2012, relativo ao fato gerador de 2010 e empresa A. De quem a responsabilidade desse tributo?

O legislador no fala disso porque esse instituto no existia poca da publicao do CTN. Essa operao societria s surgiu com a lei de S/A, que de 1970 e o CTN de 1966.

O STJ, olhando para essa situao, diz que, inclusive por um critrio de isonomia, a ciso deve se submeter ao art. 132, do CTN. A responsabilidade, ento, ser da empresa B + da empresa C, em regime de solidariedade, ou seja, cada uma deve a integralidade do dbito. Nesse sentido STJ, Resp 852.972.EMENTA RESP 852.972: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. PRESCRIO. CISO DE EMPRESA. HIPTESE DE SUCESSO, NO PREVISTA NO ART. 132 DO CTN. REDIRECIONAMENTO A SCIO-GERENTE. INDCIOS SUFICIENTES DE FRAUDE. 1. O recurso especial no rene condies de admissibilidade no tocante alegao de que restaria configurada, na hiptese, a prescrio intercorrente, pois no indica qualquer dispositivo de lei tido por violado, o que atrai a incidncia analgica da Smula 284 do STF, que diz ser "inadmissvel o recurso extraordinrio, quando a deficincia na sua fundamentao no permitir a exata compreenso da controvrsia". 2. Embora no conste expressamente do rol do art. 132 do CTN, a ciso da sociedade modalidade de mutao empresarial sujeita, para efeito de responsabilidade tributria, ao mesmo tratamento jurdico conferido s demais espcies de sucesso (REsp 970.585/RS, 1 Turma, Min. Jos Delgado, DJe de 07/04/2008). 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.d) Responsabilidade tributria na aquisio de estabelecimento (comercial, industrial ou profissional) e de fundo de comrcio (Art. 133, do CTN):

Ex. Suponha-se que tenha havido a aquisio de uma padaria. A pessoa que adquire essa padaria d continuidade explorao econmica do mesmo objeto, o que significa que aquele lugar continua dando origem a uma padaria. Diante dessa situao que deve ser cumulativa (aquisio + continuidade), o resultado ser a responsabilidade do adquirente (aquele que compra o estabelecimento comercial recebe junto com o estabelecimento os dbitos anteriores).Ateno! Locao no vale para efeito dessa continuidade! Deve ser aquisio do ponto. Ademais, se a pessoa adquiriu uma padaria e constri uma loja de roupas no estabelecimento, tambm no haver responsabilidade.

Em, que medida o adquirente responsvel? Ele responde por todos os tributos? A extenso da responsabilidade do adquirente est nos incisos do art. 133, do CTN.

Art. 133, do CTN - A pessoa natural ou jurdica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer ttulo, fundo de comrcio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva explorao, sob a mesma ou outra razo social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos at data do ato:

I - integralmente, se o alienante cessar a explorao do comrcio, indstria ou atividade;

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na explorao ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienao, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comrcio, indstria ou profisso.

d.1) Extenso da responsabilidade do adquirente (art. 133, caput, I e II, CTN):

Esse dispositivo diz que a extenso da responsabilidade do adquirente depende da postura que o alienante adota aps a venda.

Depois da venda, uma primeira hiptese a de o alienante vender o bem e no realizar nenhuma atividade econmica, conectada ou no quele ramo (vendeu o estabelecimento e se aposentou). Nesse caso, a responsabilidade integral do adquirente.Art. 133, do CTN - A pessoa natural ou jurdica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer ttulo, fundo de comrcio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva explorao, sob a mesma ou outra razo social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos at data do ato:

I - integralmente, se o alienante cessar a explorao do comrcio, indstria ou atividade;

Mas, pode acontecer de, numa segunda hiptese, o alienante dar continuidade explorao econmica (ex. Ele tinha 3 padarias e vendeu 1) ou iniciar nova atividade no prazo de 6 meses, a contar da alienao. Nesse caso, h responsabilidade subsidiria do adquirente, o que significa dizer que, em primeiro lugar, responde o alienante. Se ele no tiver recursos, repassa-se a responsabilidade ao adquirente. Isso est no inciso II do art. 133, do CTN.

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na explorao ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienao, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comrcio, indstria ou profisso.

Cuidado! Alguns concursos falam, com relao a essa segunda hiptese, que o adquirente responde por 50% do tributo. Mas essa diviso no existe!! A lei fala, apenas, em subsidiariedade, de modo que no cabe qualquer diviso em porcentagem ou frao predeterminada.Obs: Esse dispositivo prevendo a responsabilidade do adquirente coibia a realizao de muitos negcios. E isso ruim para a funo social da empresa, pois dificulta a continuidade de empresas que precisem ser vendidas. Por isso, o legislador entendeu que seria necessrio excepcionar essa regra do caput, de modo que o adquirente no respondesse pelos dbitos tributrios do alienante. E foi isso que o legislador fez com a Lei Complementar 118/05.

d.2) Alteraes da LC 118/05:

As alteraes tiveram relao com a realizao da funo social da empresa. E, nesse sentido, essas alteraes esto conectadas com a nova Lei de Falncias, para garantir a continuidade da empresa e viabilizar essa operao para a empresa que no esteja muito bem consiga vender uma parte de seu patrimnio para continuar suas atividades.

O pargrafo primeiro do art. 133, do CTN estabelece casos de ausncia de responsabilidade, isto , casos em que h a no aplicao da regra do caput do art. 133, do CTN. Trata-se de uma exceo ao caput. So os casos de alienao judicial em processo de falncia ou em processo de recuperao judicial. Se a empresa que est num processo de falncia alienar um estabelecimento comercial, o adquirente no responder pelos dbitos tributrios.

Art. 133, 1o, do CTN - O disposto no caput deste artigo no se aplica na hiptese de alienao judicial: (Pargrafo includo pela Lcp n 118, de 2005)I em processo de falncia;

II de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperao judicial.

Mas, ao lado do pargrafo 1, h o pargrafo 2, que estabelece casos de excluso do benefcio do pargrafo primeiro. So situaes, portanto, em que, apesar de haver alienao judicial em processo de falncia ou processo de recuperao judicial, ser aplicada a responsabilidade do caput. Quais situaes so essas? So os casos de tentativa de fraude sucesso tributria, nas situaes em que a alienao realizada para um parente do scio ou da pessoa jurdica alienante; ou a alienao realizada para o scio do alienante, ou para um terceiro que representa o alienante. Nesses casos, haver responsabilidade do adquirente, pois, com a alienao (fraudulenta) no se est querendo vender o estabelecimento para salvar a empresa, mas sim para se livrar da responsabilidade tributria.Art. 133, 2o, CTN - No se aplica o disposto no 1o deste artigo quando o adquirente for: I scio da sociedade falida ou em recuperao judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em recuperao judicial; II parente, em linha reta ou colateral at o 4o (quarto) grau, consangneo ou afim, do devedor falido ou em recuperao judicial ou de qualquer de seus scios; ou

III identificado como agente do falido ou do devedor em recuperao judicial com o objetivo de fraudar a sucesso tributria. HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp118.htm" \l "art133" O pargrafo terceiro trata do destino dos recursos no caso de alienao em processo de falncia. Ou seja, ele responde questo relacionada a uma empresa em processo de falncia vende um estabelecimento comercial e o que essa empresa tem que fazer com o valor da alienao? O pargrafo terceiro determina o destino dos recursos provenientes da alienao em processo de falncia.

Segundo tal dispositivo, o valor da alienao ser depositado em juzo e deve ficar l por 1 ano. Passado esse perodo, esse valor s poder ser utilizado para o pagamento de crditos no processo de falncia, para os crditos que esto acima do crdito tributrio na ordem de preferncia. Ento, no se vai pagar tributo com esses valores. Vai-se pagar os crditos acima dos tributrios.Em primeiro lugar, sero pagos os crditos extraconcursais e os passveis de restituio. Depois, os crditos decorrentes da legislao do trabalho e acidente do trabalho. Aps, sero pagos os crditos com garantia real. S depois, sero pagos os crditos tributrios.

Art.133, 3o, CTN - Em processo da falncia, o produto da alienao judicial de empresa, filial ou unidade produtiva isolada permanecer em conta de depsito disposio do juzo de falncia pelo prazo de 1 (um) ano, contado da data de alienao, somente podendo ser utilizado para o pagamento de crditos extraconcursais ou de crditos que preferem ao tributrio. (Pargrafo includo pela Lcp n 118, de 2005)e) Responsabilidade Tributria com relao s multas:

Para esclarecer esse ponto, deve-se reler os artigos 132 e 133 do CTN.

A responsabilidade, nos estritos termos do CTN, s abrange tributo. E penalidade no tributo.

Art. 132, do CTN - A pessoa jurdica de direito privado que resultar de fuso, transformao ou incorporao de outra ou em outra responsvel pelos tributos devidos at data do ato pelas pessoas jurdicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

Art. 133, do CTN - A pessoa natural ou jurdica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer ttulo, fundo de comrcio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva explorao, sob a mesma ou outra razo social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos at data do ato:Neste sentido, questiona-se se esses dispositivos tambm determinam a responsabilidade por multas? Pelo CTN, no. Mas, pela jurisprudncia sim. De acordo com o STJ, deve-se fazer uma interpretao ampla, para abranger tributos e penalidades. Nesse sentido, REsp 923.012.

EMENTA RESP 923.012: TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVRSIA. ART. 543-C, DO CPC. RESPONSABILIDADE POR INFRAO. SUCESSO DE EMPRESAS. ICMS. BASE DE CLCULO. VALOR DA OPERAO MERCANTIL. INCLUSO DE MERCADORIAS DADAS EM BONIFICAO. DESCONTOS INCONDICIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. LC N. 87/96. MATRIA DECIDIDA PELA 1 SEO, NO RESP 1111156/SP, SOB O REGIME DO ART. 543-C DO CPC.

1. A responsabilidade tributria do sucessor abrange, alm dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratrias ou punitivas, que, por representarem dvida de valor, acompanham o passivo do patrimnio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido at a data da sucesso. (Precedentes) (...)9. Recurso especial desprovido. Acrdo submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resoluo STJ 08/2008.f) Responsabilidade de terceiros pela prtica de atos culposos ou dolosos (arts. 134 e 135, do CTN):Art. 134, do CTNArt. 135, do CTN

Esse artigo estabelece responsabilidade subsidiria do terceiro que tenha agido com culpa ou omisso. Se a responsabilidade subsidiria, h um benefcio de ordem: em primeiro lugar aciona-se o contribuinte e, se este no puder pagar, aciona-se o responsvel. Trata da responsabilidade integral e pessoal do terceiro que tenha agido com dolo, fraude, m-f. Se responsabilidade integral e pessoal, h uma hiptese de responsabilidade por substituio e o terceiro ser responsvel pelos tributos e pelas penalidades moratrias. Havendo responsabilidade pessoal e integral desse terceiro, ele ser responsvel pelos tributos e por todas* as penalidades.*No direito tributrio, h penalidades decorrentes da mora (penalidades moratrias) e penalidades que so imputadas simplesmente pela prtica de infrao lei tributria (penalidades estritamente punitivas, pois no se relacionam com a mora). No caso do art. 135, do CTN, o responsvel ter que pagar pelas penalidades moratrias e pelas penalidades estritamente punitivas.

SEO III - Responsabilidade de TerceirosArt. 134, do CTN - Nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento da obrigao principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omisses de que forem responsveis:

I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;

II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;

III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;

IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo esplio;

V - o sndico e o comissrio, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatrio;

VI - os tabelies, escrives e demais serventurios de ofcio, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razo do seu ofcio;

VII - os scios, no caso de liquidao de sociedade de pessoas.

Pargrafo nico. O disposto neste artigo s se aplica, em matria de penalidades, s de carter moratrio.Obs: Como visto na explicao (vide tabela), a consta que a responsabilidade do responsvel subsidiria do contribuinte. Mas, na redao do art. 134, do CTN est que a responsabilidade solidaria. Toda a doutrina olha para o 134, caput, do CTN e diz que existe uma falha tcnica nesse dispositivo, pois ele no faz referencia solidariedade, mas subsidiariedade, pois diz nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento da obrigao principal pelo contribuinte, o responsvel poder ser cobrado. Apenas nesse caso de impossibilidade do contribuinte que se buscar o responsvel. Ento, esse o benefcio de ordem, de modo que no se pode falar em solidariedade aqui, mas sim de subsidiariedade.

Cuidado! Se o perguntar a redao do CTN, responder conforme o CTN (que solidariedade). Mas, se perguntar conforme o que entende a doutrina, dizer que responsabilidade subsidiria.Art. 135, do CTN - So pessoalmente responsveis pelos crditos correspondentes a obrigaes tributrias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ou estatutos: (atos qualificados pela doutrina e jurisprudncia como atos dolosos).I - as pessoas referidas no artigo anterior;

II - os mandatrios, prepostos e empregados;

III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de direito privado.

f.1) Art. 134, VII, do CTN:

Art. 134, do CTN - Nos casos de impossibilidade de exigncia do cumprimento da obrigao principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omisses de que forem responsveis:

VII - os scios, no caso de liquidao de sociedade de pessoas.

Esse dispositivo traz uma hiptese muito especfica de responsabilidade tributria dos scios. Ele no a regra geral, mas sim exceo. Por este dispositivo, os scios so responsveis pelos tributos devidos no caso de liquidao de sociedade de pessoas; so responsveis por omisso ou atos culposos na liquidao de sociedade de pessoas.Isso no ocorre para a sociedade de capital. Nesse sentido, o scio seria responsvel somente por omisso ou culpa na liquidao de sociedade de pessoas.f.2) art. 135, III, do CTN:

Art. 135, do CTN - So pessoalmente responsveis pelos crditos correspondentes a obrigaes tributrias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infrao de lei, contrato social ou estatutos:III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurdicas de direito privado.

Esse artigo traz a regra da responsabilidade dos scios no CTN. Ele traz a responsabilidade dos scios tendo em vista a prtica de atos dolosos e, ao lado disso, apenas poder ser responsvel o scio com poder de gesto (o scio-administrador; scio-gerente da empresa). S com esses dois requisitos (prtica de atos dolosos e scios com poderes de gesto) ser possvel a responsabilidade pessoal do scio.

Alm dessas condies, deve-se atentar para a questo da prtica de atos dolosos: deve-se entender que atos dolosos so esses que geram a responsabilidade do scio.

1 Problema: Caracterizao dos atos dolosos:

O caput do art. 135, do CTN fala em atos praticados com excesso de poderes, infrao de lei, infrao de contrato social ou de estatutos.Tese 01 da Fazenda:

A partir desse dispositivo, a Fazenda diz que, entre esses atos possveis de serem praticados pelos scios (atos estes que geram a responsabilidade), h a infrao de lei. A Fazenda diz que o dever de pagar tributo est previsto em lei e, se o scio no paga o tributo, ele est descumprindo a lei. Por conseguinte, A Fazenda torna o scio responsvel para pagar o tributo.Ento, a partir dessa expresso atos praticados com ... infrao de lei, a Fazenda defende que o simples inadimplemento do tributo geraria a responsabilidade do scio. (ainda que no haja fraude ainda que haja, simplesmente, falta de dinheiro), pois a lei determina o pagamento de tributo.O STJ diz, em relao a essa tese, que o inadimplemento, para gerar a responsabilidade do scio deve estar conectado prtica de ato doloso.Ex. No houve o pagamento do tributo porque o scio desviou dinheiro para sua conta pessoal. O inadimplemento por si s, sem estar conectado com ato doloso, no gera responsabilidade do scio. Nesse sentido dispe a smula 430, do STJ.

Smula 430, do STJ - O inadimplemento da obrigao tributria pela sociedade no gera, por si s, a responsabilidade solidria do scio-gerente.

A smula 430 do STJ muito importante, porque traz uma posio do STJ sobre a responsabilidade tributria do scio. Ela diz que, o inadimplemento no caso de responsabilidade do scio, mas quando for o caso de responsabilidade dele, o scio ser solidariamente responsvel pelas dvidas da pessoa jurdica. Se h hiptese de responsabilidade do scio, a responsabilidade solidria.

Parte da doutrina critica essa posio, dizendo que o art. 135, do CTN no traz a responsabilidade solidria, mas sim responsabilidade por substituio (responsabilidade pessoal do scio).Mas, essa a posio do STJ, e uma posio bastante favorvel Fazenda (bom para concurso de Advocacia Pblica).

Tese 02 da Fazenda:

Ainda sobre a questo da infrao de lei, h uma outra tese da Fazenda, relacionada com a dissoluo irregular da sociedade. Mas, nesse caso, segundo o STJ, o ato de dissoluo irregular, em si, representa uma violao lei, pois as empresas devem ser dissolvidas regularmente. Ento, a dissoluo irregular gera a responsabilidade do scio. Essa a posio pacfica do STJ.O STJ estabelece uma situao de presuno de dissoluo irregular, que ocorre quando a empresa fecha as portas do seu estabelecimento sem notificar aos rgos competentes. Se o fiscal chega na empresa e a empresa no est l, h presuno de dissoluo irregular, com a responsabilidade do scio-gerente. Se a empresa simplesmente mudou de endereo (no fechando suas portas), ela deve comunicar aos rgos competentes (o nus de comunicar dela).Essa presuno est sumulada na smula 435, do STJ.Smula 435, do STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domiclio fiscal, sem comunicao aos rgos competentes, legitimando o redirecionamento da execuo fiscal para o scio-gerente.Ao lado desse problema, h outro importante, que deve ser tratado. 2 Problema: Questo relativa ao nus da prova:

Para que haja a responsabilidade do scio, deve haver atos dolosos e a prova de que a pessoa o scio-gerente. Diante da prova desses elementos, haver a responsabilidade do scio.

Mas, de quem o nus de fazer essa prova? Essa prova, naturalmente, tem que ser feita por quem alega a responsabilidade do scio. Logo, o nus da prova da Fazenda, porque ela quem alega a responsabilidade do scio.

No entanto, ainda que este nus seja da Fazenda, no STJ, h uma situao de inverso do nus da prova: h uma situao em que o scio quem tem o dever de provar que no agiu fraudulentamente. Trata-se da situao em que o scio indicado como devedor no ato de inscrio da Dvida Ativa.Se a pessoa jurdica recebe o lanamento e no paga o tributo, o prximo passo da Fazenda ser a inscrio na Dvida Ativa, constituio da CDA e Execuo Fiscal. Com a inscrio na dvida ativa, haver a consolidao da dvida. E a CDA o ttulo executivo que ir embasar a Execuo Fiscal. Ento, a inscrio na Divida Ativa e a prpria constituio da CDA so medidas preparatrias Execuo Fiscal. No momento da inscrio da Dvida Ativa, h a consolidao da dvida no que se refere ao devedor e no que se refere ao valor. Com relao ao devedor, a Fazenda pode indicar quem o contribuinte e quem o responsvel. Nesse caso, a Fazenda indica como contribuinte a pessoa jurdica e como responsvel o scio. E o que acontecer nesse caso? Se a Fazenda indica como contribuinte a pessoa jurdica e como responsvel o scio, a CDA conter o nome do scio, e a execuo fiscal ser ajuizada em face do scio tambm. Segundo o STJ, essa situao gera a inverso do nus da prova, porque de acordo com o art. 204, do CTN, a dvida regularmente inscrita goza de presuno de liquidez e certeza, tendo o efeito de prova pr-constituda. E se h o efeito de prova pr-constituda, o scio quem tem que desconstituir essa prova.Art. 204, do CTN - A dvida regularmente inscrita goza da presuno de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pr-constituda.

Pargrafo nico. A presuno a que se refere este artigo relativa e pode ser ilidida por prova inequvoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

Obs: O que necessrio para inscrever o scio na dvida ativa? Na prtica, basta a vontade da Fazenda. Tanto que isso tava sendo exercido de forma to desregularizada, que a prpria PFN lanou uma Resoluo com critrios para se lanar o nome do scio em dvida ativa (exige-se a prova de fraude, ampla defesa, etc.). Mas, essa Resoluo s vale para a esfera federal. Nas demais esferas, basta que a Fazenda (estadual e municipal) inscreva o nome do scio na CDA.Com a inverso do nus da prova, h uma consequncia prtica muito relevante. No contexto da Execuo Fiscal, a nica forma que o scio ter para se defender por meio de Embargos Execuo fiscal, pois eles constituem um processo de conhecimento, que admitem dilao probatria, para se fazer a prova negativa da responsabilidade (o que implica no oferecimento de garantia). A prova negativa a prova de que no houve fraude por parte do scio (para que se exclua o seu nome da execuo).

No se pode oferecer uma exceo de pr-executividade nesse caso porque ela no admite dilao probatria (Smula 393, do STJ). Ento, s cabem mesmo os Embargos Execuo Fiscal.Smula 393, do STJ - A exceo de pr-executividade admissvel na execuo fiscal relativamente s matrias conhecveis de ofcio que no demandem dilao probatria.

Ento, as consequncias do nome do scio constar na CDA a inverso do nus da prova, em razo do art. 204, do CTN e o fato de a nica sada para que o scio prove que no praticou a fraude serem os Embargos Execuo Fiscal (pela necessidade de dilao probatria). No cabe exceo de pr-executividade.4.3) Denncia espontnea (art. 138, do CTN):

4.3.1) Conceito:

A denncia espontnea representa o pagamento espontneo de tributo aberto, em relao ao qual ainda no houve qualquer medida de fiscalizao (a Administrao ainda no o cobrou).

Esse pagamento deve ser precedido de uma comunicao quanto infrao praticada. Antes do pagamento, a pessoa deve entregar uma comunicao ao fisco, dizendo que no pagou o tributo. Da a pessoa faz uma denncia da prpria infrao (faz a denncia espontnea) e em seguida paga o tributo. S faz sentido falar de denncia espontnea se a Administrao no sabe que a pessoa no pagou o tributo.

Art. 138, do CTN - A responsabilidade excluda pela denncia espontnea da infrao, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depsito da importncia arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apurao.

Pargrafo nico. No se considera espontnea a denncia apresentada aps o incio de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalizao, relacionados com a infrao.

Com a denncia espontnea h a excluso da responsabilidade.

( Jurisprudncia da Aula:EMENTA AgRg no Ag 1.246.665: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUO FISCAL. IPTU SOBRE IMVEL ARREMATADO EM HASTA PBLICA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. DBITOS TRIBUTRIOS. SUB-ROGAO QUE OCORRE SOBRE O PREO. PARGRAFO NICO, DO ART. 130, DO CTN. IMPOSSIBILIDADE DE IMPUTAR-SE AO ARREMATANTE ENCARGO OU RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA. OBRIGAO TRIBUTRIA PENDENTE, QUE PERSISTE PERANTE O FISCO, DO ANTERIOR PROPRIETRIO. 1. O crdito fiscal perquirido pelo fisco deve ser abatido do pagamento, quando do leilo, por isso que, finda a arrematao, no se pode imputar ao adquirente qualquer encargo ou responsabilidade tributria. Precedentes: (REsp 716438/PR, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 09/12/2008, De 17/12/2008; REsp 707.605 - SP, Relatora Ministra ELIANA CALMON, Segunda Turma, DJ de 22 de maro de 2006; REsp 283.251 - AC, Relator Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, Primeira Turma, DJ de 05 de novembro de 2001; REsp 166.975 - SP, Relator Ministro SLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Quarta Turma, DJ de 04 de outubro der 1.999). 2. Os dbitos tributrios pendentes sobre o imvel arrematado, na dico do art. 130, pargrafo nico, do CTN, fazem persistir a obrigao do executado perante o Fisco, posto impossvel a transferncia do encargo para o arrematante, ante a inexistncia de vnculo jurdico com os fatos jurdicos tributrios especficos, ou com o sujeito tributrio. Nesse sentido: Se o preo alcanado na arrematao em hasta pblica no for suficiente para cobrir o dbito tributrio, nem por isso o arrematante fica responsvel pelo eventual saldo. (BERNARDO RIBEIRO DE MORAES, Compndio de Direito Tributrio, 2 vol., Rio de Janeiro: Forense, 1995, p. 513). 3. Assim, que a arrematao em hasta pblica tem o efeito de expurgar qualquer nus obrigacional sobre o imvel para o arrematante, transferindo-o livremente de qualquer encargo ou responsabilidade tributria. 4. Agravo regimental desprovido.EMENTA REsp 1179056: PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. IPTU. ARREMATAO DE IMVEL EM HASTA PBLICA. AQUISIO ORIGINRIA. ADJUDICAO. VIOLAO DO ART. 130, PARGRAFO NICO, DO CTN. OCORRNCIA. OBRIGAO TRIBUTRIA PROPTER REM. EXISTNCIA DE RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA. 1. Discute-se nos autos se o credor-exequente (adjudicante) est dispensado do pagamento dos tributos que recaem sobre o imvel anteriores adjudicao. 2. Arrematao e adjudicao so situaes distintas, no podendo a analogia ser aplicada na forma pretendida pelo acrdo recorrido, pois a adjudicao pelo credor com dispensa de depsito do preo no pode ser comparada a arremate por terceiro. 3. A arrematao em hasta pblica extingue o nus do imvel arrematado, que passa ao arrematante livre e desembaraado de tributo ou responsabilidade, sendo, portanto, considerada aquisio originria, de modo que os dbitos tributrios anteriores arrematao sub-rogam-se no preo da hasta. Precedentes: REsp 1.188.655/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 8.6.2010; AgRg no Ag 1.225.813/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, DJe 8.4.2010; REsp 909.254/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma DJe 21.11.2008. 4. O adquirente s deixa de ter responsabilidade pelo pagamento do dbitos anteriores que recaiam sobre o Bem, se ocorreu, efetivamente, depsito do preo, que se tornar a garantia dos demais credores. De molde que o crdito fiscal perquirido pelo fisco abatido do pagamento, quando da praa, por isso que, encerrada a arrematao, no se pode imputar ao adquirente qualquer encargo ou responsabilidade. 5. Por sua vez, havendo a adjudicao do imvel, cabe ao adquirente (credor) o pagamento dos tributos incidentes sobre o Bem adjudicado, eis que, ao contrrio da arrematao em hasta pblica, no possui o efeito de expurgar os nus obrigacionais que recaem sobre o Bem. 6. Na adjudicao, a mutao do sujeito passivo no afasta a responsabilidade pelo pagamento dos tributos do imvel adjudicado, uma vez que a obrigao tributria propter rem (no caso dos autos, IPTU e taxas de servio) acompanha o Bem, mesmo que os fatos imponveis sejam anteriores alterao da titularidade do imvel (arts. 130 e 131, I, do CTN). 7. luz do decidido no REsp 1.073.846/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Seo, DJe 18.12.2009, "os impostos incidentes sobre o patrimnio (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR e Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU) decorrem de relao jurdica tributria instaurada com a ocorrncia de fato imponvel encartado, exclusivamente, na titularidade de direito real, razo pela qual consubstanciam obrigaes propter rem, impondo-se sua assuno a todos aqueles que sucederem ao titular do imvel." Recurso especial provido.EMENTA REsp 1087275: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. IMVEL ARREMATADO EM HASTA PBLICA, PARA FINS DE PAGAMENTO DE DVIDAS TRABALHISTAS. DBITOS DE IPTU RELATIVOS AO PERODO ANTERIOR ARREMATAO. COBRANA EM FACE DO ANTIGO PROPRIETRIO. IMPOSSIBILIDADE DE OPOSIO DA REGRA PREVISTA NO ART. 130, PARGRAFO NICO, DO CTN. 1. Examinando-se o art. 130 do CTN, pode-se afirmar que, em regra, o adquirente do imvel responsvel pelos dbitos tributrios incidentes sobre o imvel. Contudo, no ser responsvel quando: 1) conste do ttulo a prova de quitao de tais dbitos (art. 130, caput, parte final); 2) ocorrer arrematao em hasta pblica (art.130, pargrafo nico). No obstante sejam hipteses de afastamento da responsabilidade do adquirente do imvel, cumpre esclarecer que no primeiro caso h a transferncia voluntria do imvel o antigo proprietrio figura como alienante e, no segundo, a perda da propriedade ocorre de modo compulsrio. Impende ressaltar que tanto a transferncia voluntria da propriedade imvel quanto a arrematao em hasta pblica, isoladamente consideradas, no configuram hipteses de extino do crdito tributrio. 2. No que se refere transferncia voluntria, como bem observado por Luiz Alberto Gurgel de Faria, "se no ttulo de aquisio houver prova de quitao dos tributos, nenhuma responsabilidade ser transferida" e, caso na certido negativa haja ressalva sobre a possvel cobrana de crditos tributrios posteriormente apurados, "o dbito apenas poder ser cobrado do antigo proprietrio, detentor do domnio til ou possuidor, uma vez que a prova de quitao desonera por completo o adquirente" (Cdigo Tributrio Nacional Comentado: doutrina e jurisprudncia, coordenador Vladimir Passos de Freitas, 4 ed. rev. atual. e ampl., So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007, pg. 628). No mesmo sentido o entendimento de Hugo de Brito Machado, para o qual "a ressalva constante dessas certides prevalece apenas no sentido de poder o fisco cobrar crditos tributrios que porventura venha a apurar, contra o contribuinte, pois a certido de quitao, mesmo com a ressalva, impede que se configure a responsabilidade tributria do adquirente" (Curso de Direito Tributrio, 29 ed., So Paulo: Malheiros, 2008, pg. 152). Assim, no obstante o Cdigo Tributrio Nacional afaste a responsabilidade do adquirente, no h falar em extino do crdito tributrio, subsistindo a responsabilidade do antigo proprietrio. 3. De igual modo, quando o imvel arrematado em hasta pblica, se a arrematao no enseja a quitao dos dbitos fiscais como ocorre no caso dos autos , no h falar em extino do crdito tributrio. Especificamente em relao a esta hiptese, impende ressaltar que o pargrafo nico do art. 130 do CTN traz uma exceo de responsabilidade oponvel apenas pelo adquirente do imvel em hasta pblica, ou seja, no beneficia o antigo proprietrio, como bem observou o Tribunal de origem. 5. Recurso especial desprovido.EMENTA REsp 852.972: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. PRESCRIO. CISO DE EMPRESA. HIPTESE DE SUCESSO, NO PREVISTA NO ART. 132 DO CTN. REDIRECIONAMENTO A SCIO-GERENTE. INDCIOS SUFICIENTES DE FRAUDE. 1. O recurso especial no rene condies de admissibilidade no tocante alegao de que restaria configurada, na hiptese, a prescrio intercorrente, pois no indica qualquer dispositivo de lei tido por violado, o que atrai a incidncia analgica da Smula 284 do STF, que diz ser "inadmissvel o recurso extraordinrio, quando a deficincia na sua fundamentao no permitir a exata compreenso da controvrsia". 2. Embora no conste expressamente do rol do art. 132 do CTN, a ciso da sociedade modalidade de mutao empresarial sujeita, para efeito de responsabilidade tributria, ao mesmo tratamento jurdico conferido s demais espcies de sucesso (REsp 970.585/RS, 1 Turma, Min. Jos Delgado, DJe de 07/04/2008). 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido.EMENTA REsp 970.585: TRIBUTRIO. DISTRIBUIO DISFARADA DE LUCRO. PRESUNO. EMPRSTIMO A VICE-PRESIDENTE DA EMPRESA. 1. A empresa resultante de ciso que incorpora parte do patrimnio da outra responde solidariamente pelos dbitos da empresa cindida. Irrelevncia da vinculao direta do sucessor do fato gerador da obrigao. 2. Emprstimo concedido a Vice- Presidente da empresa com taxa de juros superior s utilizadas pelo mercado. Lucro apurado pela empresa no exerccio. Trs contratos de mtuo firmados. Distribuio disfarada de lucro. 3. No h comprovao na lide de que a estipulao de juros e correo monetria tenha sido contratada nas condies usuais do mercado financeiro. 4. No-influncia da sentena transitada em julgado que apreciou a natureza do negcio jurdico efetuado pelo favorecido, especialmente, porque o acrdo recorrido est baseado em fatos apurados no curso da instruo processual. No-repercusso das concluses da mencionada sentena. 5. Recurso especial parcialmente conhecido e, na parte conhecida, no-provido. EMENTA REsp 923.012: TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVRSIA. ART. 543-C, DO CPC. RESPONSABILIDADE POR INFRAO. SUCESSO DE EMPRESAS. ICMS. BASE DE CLCULO. VALOR DA OPERAO MERCANTIL. INCLUSO DE MERCADORIAS DADAS EM BONIFICAO. DESCONTOS INCONDICIONAIS. IMPOSSIBILIDADE. LC N. 87/96. MATRIA DECIDIDA PELA 1 SEO, NO RESP 1111156/SP, SOB O REGIME DO ART. 543-C DO CPC. 1. A responsabilidade tributria do sucessor abrange, alm dos tributos devidos pelo sucedido, as multas moratrias ou punitivas, que, por representarem dvida de valor, acompanham o passivo do patrimnio adquirido pelo sucessor, desde que seu fato gerador tenha ocorrido at a data da sucesso. (Precedentes) 2. "(...) A hiptese de sucesso empresarial (fuso, ciso, incorporao), assim como nos casos de aquisio de fundo de comrcio ou estabelecimento comercial e, principalmente, nas configuraes de sucesso por transformao do tipo societrio (sociedade annima transformando-se em sociedade por cotas de responsabilidade limitada, v.g.), em verdade, no encarta sucesso real, mas apenas legal. O sujeito passivo a pessoa jurdica que continua total ou parcialmente a existir juridicamente sob outra "roupagem institucional". Portanto, a multa fiscal no se transfere, simplesmente continua a integrar o passivo da empresa que : a) fusionada; b) incorporada; c) dividida pela ciso; d) adquirida; e) transformada. (Sacha Calmon Navarro Colho, in Curso de Direito Tributrio Brasileiro, Ed. Forense, 9 ed., p. 701) 3. A base de clculo possvel do ICMS nas operaes mercantis, luz do texto constitucional, o valor da operao mercantil efetivamente realizada ou, consoante o artigo 13, inciso I, da Lei Complementar n. 87/96, "o valor de que decorrer a sada da mercadoria" . 4. Desta sorte, afigura-se inconteste que o ICMS descaracteriza-se acaso integrarem sua base de clculo elementos estranhos operao mercantil realizada, como, por exemplo, o valor intrnseco dos bens entregues por fabricante empresa atacadista, a ttulo de bonificao, ou seja, sem a efetiva cobrana de um preo sobre os mesmos. 5. A Primeira Seo deste Tribunal Superior pacificou o entendimento acerca da matria, por ocasio do julgamento do Resp 1111156/SP, sob o regime do art. 543-C, do CPC, cujo acrdo restou assim ementado: TRIBUTRIO ICMS MERCADORIAS DADAS EM BONIFICAO ESPCIE DE DESCONTO INCONDICIONAL INEXISTNCIA DE OPERAO MERCANTIL ART. 13 DA LC 87/96 NO-INCLUSO NA BASE DE CLCULO DO TRIBUTO. 1. A matria controvertida, examinada sob o rito do art. 543-C do Cdigo de Processo Civil, restringe-se to-somente incidncia do ICMS nas operaes que envolvem mercadorias dadas em bonificao ou com descontos incondicionais; no envolve incidncia de IPI ou operao realizada pela sistemtica da substituio tributria. 2. A bonificao uma modalidade de desconto que consiste na entrega de uma maior quantidade de produto vendido em vez de conceder uma reduo do valor da venda. Dessa forma, o provador das mercadorias beneficiado com a reduo do preo mdio de cada produto, mas sem que isso implique reduo do preo do negcio. 3. A literalidade do art. 13 da Lei Complementar n. 87/96 suficiente para concluir que a base de clculo do ICMS nas operaes mercantis aquela efetivamente realizada, no se incluindo os "descontos concedidos incondicionais". 4. A jurisprudncia desta Corte Superior pacfica no sentido de que o valor das mercadorias dadas a ttulo de bonificao no integra a base de clculo do ICMS. 5. Precedentes: (...). 6. No obstante, restou consignada, na instncia ordinria, a ausncia de comprovao acerca da incondicionalidade dos descontos, consoante dessume-se do seguinte excerto do voto condutor do aresto recorrido. 7. Destarte, infirmar a deciso recorrida implica o revolvimento ftico-probatrio dos autos, invivel em sede de recurso especial, em face do Enunciado Sumular 07 do STJ. 8. A ausncia de provas acerca da incondicionalidade dos descontos concedidos pela empresa recorrente prejudica a anlise da controvrsia sob o enfoque da alnea "b" do permissivo constitucional. 9. Recurso especial desprovido. Acrdo submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resoluo STJ 08/2008.EMENTA REsp 1.140.655: TRIBUTRIO - RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA - SUCESSO POR AQUISIO DE ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL OU FUNDO DE COMRCIO - ART. 109 DO CTN - LOCAO - IMPOSSIBILIDADE. 1. A responsabilidade do art. 133 do CTN ocorre pela aquisio do fundo de comrcio ou estabelecimento, ou seja, pressupe a aquisio da propriedade com todos os poderes inerentes ao domnio, o que no se caracteriza pela celebrao de contrato de locao, ainda que mantida a mesma atividade exercida pelo locador. Precedente: REsp 108.873/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em 04/03/1999, DJ 12/04/1999 p. 111. 2. O Direito tributrio utiliza-se dos institutos, conceitos e formas de Direito privado tal qual utilizados nos ramos jurdicos especficos, sendo-lhe vedado modificar-lhes o contedo, sentido e alcance. 3. Recurso especial no provido.EMENTA EDcl no REsp 109.143: TRIBUTRIO. EMBARGOS DE DECLARAO. RESPONSABILIDADE DO SCIO-GERENTE. DISSOLUO IRREGULAR DA SOCIEDADE. ART. 134, VII, DO CTN. FUNDAMENTO INATACADO. SMULA 283/STF. 1. Havendo erro material na deciso embargada bem como omisso quanto assertiva de que a sociedade foi dissolvida irregularmente, merece ser acolhida a pretenso veiculada nos aclaratrios (art. 535 do CPC).2. Quanto alegao de que teria ocorrido dissoluo irregular da sociedade, a ensejar a responsabilizao dos scios nos termos do art. 134, VII, do CTN, convm destacar que o aresto recorrido afastou a incidncia desse dispositivo legal sob o argumento de que a sociedade por quotas de responsabilidade limitada no se constitui numa sociedade de pessoas.3. O recorrente, na via especial, no teceu qualquer considerao sobre a aplicabilidade deste dispositivo legal s sociedades limitadas que no se enquadrem como sociedades de pessoas.Aplicabilidade da Smula 283/STF.4. Restou asseverado pelo Tribunal a quo que no foi demonstrado o cometimento pelo scio-gerente de ato praticado com excesso de poderes ou infrao de lei ou contrato social.5. Os scios (diretores, gerentes ou representantes da pessoa jurdica) so responsveis, por substituio, nos termos do art.135, III, do CTN, somente pelos crditos correspondentes a obrigaes tributrias, quando se comprova a prtica de ato ou fato eivado de excesso de poderes ou de infrao de lei, contrato social ou estatutos.6. Embargos de declarao acolhidos, sem efeitos modificativos.EMENTA EAg 494.887: TRIBUTRIO EXECUO FISCAL REDIRECIONAMENTO RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO SCIOGERENTE ART. 135 DO CTN.1. pacfico nesta Corte o entendimento acerca da responsabilidade subjetiva do scio-gerente em relao aos dbitos da sociedade. De acordo com o artigo 135 do CTN, a responsabilidade fiscal dos scios restringe-se prtica de atos que configurem abuso de poder ou infrao de lei, contrato social ou estatutos da sociedade.2. O scio deve responder pelos dbitos fiscais do perodo em que exerceu a administrao da sociedade apenas se ficar provado que agiu com dolo ou fraude e exista prova de que a sociedade, em razo de dificuldade econmica decorrente desse ato, no pde cumprir o dbito fiscal. O mero inadimplemento tributrio no enseja o redirecionamento da execuo fiscal.Embargos de divergncia providos.EMENTA EREsp 174.532: TRIBUTRIO E PROCESSUAL CIVIL. EXECUO FISCAL. RESPONSABILIDADE DE SCIO-GERENTE. LIMITES. ART. 135, III, DO CTN. PRECEDENTES.1. Os bens do scio de uma pessoa jurdica comercial no respondem, em carter solidrio, por dvidas fiscais assumidas pela sociedade. A responsabilidade tributria imposta por sciogerente, administrador, diretor ou equivalente s se caracteriza quando h dissoluo irregular da sociedade ou se comprova infrao lei praticada pelo dirigente.2. Em qualquer espcie de sociedade comercial, o patrimnio social que responde sempre e integralmente pelas dvidas sociais. Os diretores no respondem pessoalmente pelas obrigaes contradas em nome da sociedade, mas respondem para com esta e para com terceiros solidria e ilimitadamente pelo excesso de mandato e pelos atos praticados com violao do estatuto ou lei (art. 158, I e II, da Lei n 6.404/76).3. De acordo com o nosso ordenamento jurdico-tributrio, os scios (diretores, gerentes ou representantes da pessoa jurdica) so responsveis, por substituio, pelos crditos correspondentes a obrigaes tributrias resultantes da prtica de ato ou fato eivado de excesso de poderes ou com infrao de lei, contrato social ou estatutos, nos termos do art. 135, III, do CTN.4. O simples inadimplemento no caracteriza infrao legal. Inexistindo prova de que se tenha agido com excesso de poderes, ou infrao de contrato social ou estatutos, no h falar-se em responsabilidade tributria do ex-scio a esse ttulo ou a ttulo de infrao legal. Inexistncia de responsabilidade tributria do ex-scio.5. Precedentes desta Corte Superior.6. Embargos de Divergncia rejeitados.EMENTA EREsp 852.437: TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL. EMPRESA NO LOCALIZADA. DISSOLUO IRREGULAR. REDIRECIONAMENTO. RESPONSABILIDADE. SCIO-GERENTE. ART.135, III, DO CTN.1. A no-localizao da empresa no endereo fornecido como domiclio fiscal gera presuno iuris tantum de dissoluo irregular. Possibilidade de responsabilizao do scio-gerente a quem caber o nus de provar no ter agido com dolo, culpa, fraude ou excesso de poder. Entendimento sufragado pela Primeira Seo desta Corte nos EREsp 716.412/PR, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 22.09.08.2. Embargos de divergncia conhecidos em parte e providos.EMENTA EREsp 716.412: TRIBUTRIO. NO-LOCALIZAO DA EMPRESA. DISSOLUO IRREGULAR. RESPONSABILIDADE DO GESTOR. ART. 135, III, DO CTN.1. Hiptese em que o Tribunal a quo decidiu pela responsabilidade dos scios-gerentes, reconhecendo existirem indcios concretos de dissoluo irregular da sociedade por "impossibilidade de se localizar a sede da empresa, estabelecimento encontrado fechado e desativado, etc.".2. Dissdio entre o acrdo embargado (segundo o qual a no-localizao do estabelecimento nos endereos constantes dos registros empresarial e fiscal no permite a responsabilidade tributria do gestor por dissoluo irregular da sociedade) e precedentes da Segunda Turma (que decidiu pela responsabilidade em idntica situao).3. O scio-gerente que deixa de manter atualizados os registros empresariais e comerciais, em especial quanto localizao da empresa e sua dissoluo, viola a lei (arts. 1.150 e 1.151, do CC, e arts. 1, 2, e 32, da Lei 8.934/1994, entre outros). A no-localizao da empresa, em tais hipteses, gera legtima presuno iuris tantum de dissoluo irregular e, portanto, responsabilidade do gestor, nos termos do art. 135, III, do CTN, ressalvado o direito de contradita em Embargos Execuo.4. Embargos de Divergncia providos.EMENTA EREsp 635.858: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGNCIA EM RECURSO ESPECIAL. TRIBUTRIO. RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA DO SCIO. DBITOS RELATIVOS SEGURIDADE SOCIAL. CDA. PRESUNO RELATIVA DE CERTEZA E LIQUIDEZ. NOME DO SCIO. REDIRECIONAMENTO. CABIMENTO. INVERSO DO NUS DA PROVA. 1. A responsabilidade patrimonial do scio sob o ngulo do nus da prova reclama sua aferio sob dupla tica, a saber: I) a Certido de Dvida Ativa no contempla o seu nome, e a execuo voltada contra ele, embora admissvel, demanda prova a cargo da Fazenda Pblica de que incorreu em uma das hipteses previstas no art. 135 do Cdigo Tributrio Nacional; II) a CDA consagra a sua responsabilidade, na qualidade de co-obrigado, circunstncia que inverte o nus da prova, uma vez que a certido que instrui o executivo fiscal dotada de presuno de liquidez e certeza. 2. A Primeira Seo desta Corte Superior concluiu, no julgamento do ERESP n. 702.232/RS, da relatoria do e. Ministro Castro Meira, publicado no DJ de 26.09.2005, que: a) se a execuo fiscal foi ajuizada somente contra a pessoa jurdica e, aps o ajuizamento, foi requerido o seu redirecionamento contra o scio-gerente, incumbe ao Fisco a prova da ocorrncia de alguns dos requisitos do art. 135, do CTN, vale dizer, a demonstrao de que este agiu com excesso de poderes, infrao lei ou contra o estatuto, ou a dissoluo irregular da empresa; b) constando o nome do scio-gerente como co-responsvel tributrio na CDA, cabe a ele, nesse caso, o nus de provar a ausncia dos requisitos do art. 135 do CTN, independente de que a ao executiva tenha sido proposta contra a pessoa jurdica e contra o scio ou somente contra a empresa, tendo em vista que a CDA goza de presuno relativa de liquidez e certeza, nos termos do art. 204 do CTN c/c o art. 3 da Lei n. 6.830/80.3. In casu, consta da CDA o nome dos scios-gerentes da empresa como co-responsveis pela dvida tributria, motivo pelo qual, independente da demonstrao da ocorrncia de que os scios agiram com excesso de poderes, infrao lei ou contra o estatuto, ou na hiptese de dissoluo irregular da empresa, possvel revela-se o redirecionamento da execuo, invertido o nus probandi.4. Embargos de divergncia providos.EMENTA REsp 1.110.925: TRIBUTRIO. EXECUO FISCAL SCIO-GERENTE CUJO NOME CONSTA DA CDA. PRESUNO DE RESPONSABILIDADE. ILEGITIMIDADE PASSIVA ARGUIDA EM EXCEO DE PR-EXECUTIVIDADE. INVIABILIDADE. PRECEDENTES. 1. A exceo de pr-executividade cabvel quando atendidos simultaneamente dois requisitos, um de ordem material e outro de ordem formal, ou seja: (a) indispensvel que a matria invocada seja suscetvel de conhecimento de ofcio pelo juiz; e (b) indispensvel que a deciso possa ser tomada sem necessidade de dilao probatria. 2. Conforme assentado em precedentes da Seo, inclusive sob o regime do art. 543-C do CPC (REsp 1104900, Min. Denise Arruda, sesso de 25.03.09), no cabe exceo de pr-executividade em execuo fiscal promovida contra scio que figura como responsvel na Certido de Dvida Ativa - CDA. que a presuno de legitimidade assegurada CDA impe ao executado que figura no ttulo executivo o nus de demonstrar a inexistncia de sua responsabilidade tributria, demonstrao essa que, por demandar prova, deve ser promovida no mbito dos embargos execuo.3. Recurso Especial provido. Acrdo sujeito ao regime do art. 543-C do CPC.EMENTA REsp 1.141.977: TRIBUTRIO. RECURSO ESPECIAL. AO CAUTELAR FISCAL. RESPONSABILIDADE TRIBUTRIA. INDISPONIBILIDADE DOS BENS. CRDITO TRIBUTRIO. LEI 8.397/92. AUSNCIA DE ANLISE QUANTO COMPROVAO DE EXCESSO DE MANDATO, INFRAO LEI OU AO REGULAMENTO. NECESSIDADE DE VERIFICAO DOS REQUISITOS DO ART. 135 DO CTN.1. Cuida-se de medida cautelar ajuizada pela Fazenda Nacional, onde se pleiteou a decretao da indisponibilidade dos bens da sociedade e de seus administradores, sob o argumento de que a pessoa jurdica foi notificada, nos autos de infrao no processo administrativo.2. O Tribunal de origem manteve sentena de procedncia de medida cautelar fiscal, com fundamento no art. 2, VI e VII, da Lei 8.397/92, determinando a indisponibilidade de bens pessoais da recorrente e da empresa executada at a satisfao do crdito tributrio.3. O requerimento da medida cautelar independe de prvia constituio do crdito tributrio na hiptese em que o devedor, notificado pela Fazenda Pblica para que proceda ao recolhimento da exao, pratica atos visando ao no cumprimento da obrigao, ou seja, aliena ou transfere bens de sua propriedade, sem proceder devida comunicao ao rgo fazendrio competente. 4. No entanto, esta Turma j decidiu que "os requisitos necessrios para a imputao da responsabilidade patrimonial secundria na ao principal de execuo so tambm exigidos na ao cautelar fiscal, posto acessria por natureza" (REsp 722.998/MT, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28/04/2006).5. A decretao da indisponibilidade dos bens do scio, ora recorrente, no Tribunal de origem, baseou-se unicamente no fato de o devedor ter sido citado para pagamento da dvida tributria.6. "A Primeira Seo do Superior Tribunal de Justia, ao julgar o REsp 1.101.728/SP, Min. Teori Albino Zavascki, na sesso do dia 11.3.2009, sob o regime do art. 543-C do CPC, firmou entendimento de que a simples falta do pagamento de tributo no configura, por si s, circunstncia que acarrete a responsabilidade subsidiria dos scios" (AgRg no REsp 1.122.807/PR, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 23/04/2010).7. Recurso especial provido.EMENTA REsp 1.102.577: TRIBUTRIO. PARCELAMENTO DE DBITO. DENNCIA ESPONTNEA. INAPLICABILIDADE. RECURSO REPETITIVO. ART. 543-C DO CPC.1. O instituto da denncia espontnea (art. 138 do CTN) no se aplica nos casos de parcelamento de dbito tributrio.2. Recurso Especial provido. Acrdo sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e da Resoluo 8/2008 do STJ.EMENTA AgRg no Ag 1.035.788: TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL. ART. 138 DO CTN. DENNCIA ESPONTNEA.PARCELAMENTO. NOEQUIVALNCIA AO PAGAMENTO. PERODO ANTERIOR OU POSTERIOR EDIO DA LC 104/01. IRRELEVNCIA PARA O CASO.1. A jurisprudncia desta Corte firme no sentido de que o parcelamento no equivale ao pagamento, descaracterizando-se, assim, a denncia espontnea prevista no art. 138 do CTN capaz de afastar a multa moratria. 2. A Primeira Seo desta Corte, quando do julgamento do REsp n. 1.102.577/DF, rel. Ministro Herman Benjamin, no sistema do novel art. 543-C do CPC, trazido pela Lei dos Recursos Repetitivos, ratificou o referido posicionamento.3. "O pedido de parcelamento do dbito fiscal no configura denncia espontnea para fins de excluso da multa moratria, independentemente do fato de ser este parcelamento anterior ou contemporneo Lei Complementar n 104/2001, porquanto esta, ao acrescentar ao Cdigo Tributrio Nacional o art. 155-A, somente reforou o referido posicionamento, decorrente da interpretao sistemtica do prprio art. 138 do CTN" (AgRg na Pet 4.764/RS, Rel.Min. Luiz Fux, DJU de 18.12.06) no pode ser tachada de omissa pela embargante. 2. Embargos de declarao rejeitados.(EDcl no AgRg na Pet 5396/PR, Relator(a) Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEO, DJe 07/04/2008 4. Agravo regimental no provido.EMENTA REsp 774.058: TRIBUTRIO. DENNCIA ESPONTNEA. MULTA MORATRIA. EXCLUSO. LEI 8.212/91, ART. 35, I. COMPATIBILIDADE COM O ART. 138 DO CTN. 1. desnecessrio fazer distino entre multa moratria e multa punitiva, visto que ambas so excludas em caso de configurao da denncia espontnea. Precedentes. 2. O art. 35, caput, da Lei 8.212/91, na redao anterior dada pela Lei 11.941/2009, era inteiramente compatvel com o instituto previsto no art. 138 do CTN.3. Recurso especial a que se nega provimento.EMENTA AgRg no REsp 1.136.372: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. DENNCIA ESPONTNEA.COMPENSAO. CARACTERIZAO. VIOLAO DO ARTIGO 557 DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL. INOCORRNCIA. EXCLUSO DA MULTA MORATRIA OU PUNITIVA. POSSIBILIDADE. IMPROVIMENTO.1. Fundada a deciso na jurisprudncia dominante do Tribunal, no h falar em bice para que o relator julgue o recurso especial com fundamento no artigo 557 do Cdigo de Processo Civil.2. Caracterizada a denncia espontnea, quando efetuado o pagamento do tributo em guias DARF e com a compensao de vrios crditos, mediante declarao Receita Federal, antes da entrega das DCTFs e de qualquer procedimento fiscal, as multas moratrias ou punitivas devem ser excludas. 3. Agravo regimental improvido.EMENTA REsp 1.086.051: TRIBUTRIO. DENNCIA ESPONTNEA. MULTA MORATRIA. EXCLUSO. PRESCRIO. SISTEMTICA DOS CINCO MAIS CINCO. COMPENSAO DE MULTA MORATRIA COM TRIBUTO. POSSIBILIDADE. TAXA SELIC. SMULA 83/STJ.1. A denncia espontnea autoriza o afastamento tanto da multa moratria quanto da multa punitiva, pois o art. 138 do Cdigo Tributrio Nacional-CTN no veicula qualquer distino dessa natureza.[...].EMENTA REsp 962379: TRIBUTRIO. TRIBUTO DECLARADO PELO CONTRIBUINTE E PAGO COM ATRASO.DENNCIA ESPONTNEA. NO CARACTERIZAO. SMULA 360/STJ.1. Nos termos da Smula 360/STJ, "O benefcio da denncia espontnea no se aplica aos tributos sujeitos a lanamento por homologao regularmente declarados, mas pagos a destempo". que a apresentao de Declarao de Dbitos e Crditos Tributrios Federais DCTF, de Guia de Informao e Apurao do ICMS GIA, ou de outra declarao dessa natureza, prevista em lei, modo de constituio do crdito tributrio, dispensando, para isso, qualquer outra providncia por parte do Fisco. Se o crdito foi assim previamente declarado e constitudo pelo contribuinte, no se configura denncia espontnea (art. 138