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1 DIREITO TRIBUTÁRIO II Rubya Floriani dos Anjos [email protected] Bibliografia AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro , 16ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010. CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário , 23ª ed., São Paulo: Saraiva, 2011. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário , 31ª ed., São Paulo: Malheiros, 2010. SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário , São Paulo: Saraiva, 2009. ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado . São Paulo: Método, 2009. Conteúdo Programático - Crédito tributário - Obrigação tributária - Isenção 09/02/2011 Revisão de conceitos Direito - conjunto de normas que regulam a sociedade: - sendo, normas jurídicas; - sendo, jurídicas porque válidas (procedimento previsto em lei) Direito positivo “Conjunto de normas jurídicas válidas em determinado tempo, local e espaço voltadas à regulação das condutas inter-humanas.” - não há interesse da conduta da pessoa em relação a si própria. - O Direito positivo: forma o sistema ou ordenamento jurídico brasileiro. - Nesse conjunto insere-se o direito tributário. Direito tributário “Conjunto de normas jurídicas válidas em determinado tempo, local e espaço voltadas à ação tributária.” - ação tributária = instituição, arrecadação e fiscalização de tributos. ou seja, Conjunto de normas jurídicas válidas voltadas à disciplina dos tributos, isto é, voltam-se para a ação de tributar o que engloba: instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos.”

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DIREITO TRIBUTÁRIO II

Rubya Floriani dos Anjos

[email protected]

Bibliografia

AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro, 16ª ed., São Paulo: Saraiva, 2010.

CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário, 23ª ed., São Paulo: Saraiva, 2011.

MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário, 31ª ed., São Paulo: Malheiros, 2010.

SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário, São Paulo: Saraiva, 2009.

ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. São Paulo: Método, 2009.

Conteúdo Programático

- Crédito tributário

- Obrigação tributária

- Isenção

09/02/2011

Revisão de conceitos

Direito

- conjunto de normas que regulam a sociedade:

- sendo, normas jurídicas;

- sendo, jurídicas porque válidas (procedimento previsto em lei)

Direito positivo

“Conjunto de normas jurídicas válidas em determinado tempo, local e espaço voltadas à

regulação das condutas inter-humanas.”

- não há interesse da conduta da pessoa em relação a si própria.

- O Direito positivo: forma o sistema ou ordenamento jurídico brasileiro.

- Nesse conjunto insere-se o direito tributário.

Direito tributário

“Conjunto de normas jurídicas válidas em determinado tempo, local e espaço voltadas à

ação tributária.”

- ação tributária = instituição, arrecadação e fiscalização de tributos.

ou seja,

“Conjunto de normas jurídicas válidas voltadas à disciplina dos tributos, isto é, voltam-se

para a ação de tributar o que engloba: instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos.”

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“Direito tributário é a representação positivada da ciência jurídica que abarca o conjunto

de normas e princípios jurídicos, reguladores das relações intersubjetivas na obrigação

tributária, cujos elementos são as partes, a prestação e o vínculo jurídico.” (SABBAG, p. 3)

“Direito tributário é o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as

pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de

tributar e protegendo o cidadão dos abusos desse poder.” (MACHADO, p. 56)

“Direito tributário é a disciplina jurídica dos tributos”. (AMARO, p. 24)

“Direito tributário positivo é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo

conjunto de proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à

instituição, arrecadação e fiscalização dos tributos”. (CARVALHO, p. 47)

Sistema tributário nacional

- há divisão no sistema: mas a segregação é meramente didática, pois o Direito é UNO.

Há unidade do Sistema Jurídico.

- O direito tributário é didaticamente autônomo, mas não é independente.

- forma um subsistema integrado por:

- Direito Constitucional: CF a partir do artigo 145

- Direito Administrativo

- Direito Civil – art. 110 CTN: “a lei tributária não pode alterar a definição, o

conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado”. Ex. IPTU – fato

gerador = ser proprietário (direito civil) de bem imóvel (direito civil) no perímetro urbano

(direito administrativo) no 1º dia do exercício financeiro (direito financeiro).

- materialidade = fato gerador.

Se não há materialidade na CF, o tributo não pode ser cobrado.

Tributo (em sentido amplo)

art. 3º CTN (é anterior à CF, mas foi recepcionado naquilo que é compatível com a CF)

- conceito genérico

a- prestação pecuniária

b- compulsória (advém de lei, nunca de ato de vontade)

- tributo será instituído por lei ordinária (regra), e por lei complementar quando a CF

expressamente determinar.

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COMPETÊNCIA x CAPACIDADE TRIBUTÁRIA

Indelegável delegável

Capacidade tributária ativa: é a capacidade de cobrar, exigir, arrecadar e administrar

o tributo arrecadado. Pode ser delegada.

- pelo princípio da extrafiscalidade, o ____ pode ser majorado ou diminuído por

decreto, apesar do tributo ser criado por lei.

NORMAS GERAIS x NORMAS CONCRETAS

impessoal, abstrata,

sem tempo,

voltada para o futuro

c- moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.

d- não constitui sanção a ato ilícito (sempre decorre de ao lícito).

e- cobrada mediante atividade administrativa (plenamente vinculada).

(Para PAULO DE CARVALHO, a obrigação tributária só surge com o lançamento, apesar

do CTN dispor de forma diversa.)

Em resumo:

- lei (obrigatório): prestação compulsória, independente da vontade,

- dinheiro (pecuniária/ moeda),

- ato lícito (não decorre de ato ilícito – multa não pode ser tributo),

- cobrado mediante atividade administrativa (plenamente vinculada).

OBS: CTN status LC, i.e., cabe ao CTN estabelecer normas gerais em matéria tributária,

vide art. 146, III, CF/88 (= fundamento constitucional do CTN).

“Competência tributária é uma das parcelas entre as prerrogativas legiferantes de que

são portadoras as pessoas políticas, consubstanciadas na possibilidade de legislar para a

produção de normas jurídicas sobre tributos. (..) é um momento anterior à existência

mesma do tributo, situando-se no plano constitucional”. (CARVALHO, p. 270-71)

- indelegabilidade, irrenunciabilidade, incaducabilidade

“Capacidade tributária ativa (...) é reunir credenciais para integrar a relação jurídica

(tributária) no tópico de sujeito ativo”. (CARVALHO, p. 271)

- delegável

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ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

- art. 5º CTN: impostos, taxas e contribuições de melhoria.

- CF: contribuições especiais.

Critérios de classificação

1. Atuação estatal (fato gerador): se há participação ou não do Estado naquele fato

gerador específico.

- ICMS: o Estado não participa desse fato gerador.

- Certidão: há participação do Estado.

2. Destinação legal do produto arrecadado.

- pode ser:

- EFETIVA (real, de verdade): na prática, a falta de aplicabilidade do tributo

não foi suficiente para o STF declarar sua inconstitucionalidade.

- LEGAL (prevista em lei): se a lei determinar a criação do “Fundo XPTO”

para receber o imposto, é legal.

3. Devolução do produto arrecadado

Atuação estatal (vinculados/ não-vinculados)

Destinação LEGAL do produto arrecadado

Devolução do valor arrecadado

IMPOSTOS art. 16 CTN art. 167, IV CF

NÃO

NÃO

NÃO

TAXAS art. 77 CTN

SIM

SIM

NÃO

CONTR. MELHORIA art. 81 CTN

SIM

indireta

? Há controvérsias *

NÃO

CONTR. ESPECIAIS Arts. 149 e 194 CF Art. 195 CF

NÃO

SIM

NÃO

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS Art. 148 CF

NÃO

SIM

SIM

- A atuação estatal e a contribuição de melhoria envolvem obra pública, mas na

contribuição de melhoria deve haver atuação estatal que VALORIZE o imóvel (portanto é

indireta).

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- (*): do ponto de vista da espécie tributo: é cobrado, mas somente depois de pronta a

obra pode-se determinar o quantum de valorização. Formalmente, o tributo não pode ser

instituído “após” o fato gerador, etc.

- o que diferencia contr. especiais e impostos é a destinação legal do produto arrecadado.

- ex. FUT e FUSTEL (fato gerador: prestar serviço telefônico)

- ao contrário dos impostos, as contr. especiais podem ser criadas a partir de

qualquer fato gerador. (a materialidade dos impostos é definida pela CF)

Espécies tributárias

- 5 espécies

- RE 146.733/SP min. Moreira Alves (critérios – ver tabela)

SP, 10/02/2011

IMPOSTOS

- são tributos não-vinculados a uma atuação estatal.

- podem ser criados sobre os fatos determinados pela CR/88.

- exemplo: auferir renda.

- servem para suprir as despesas gerais do Estado.

- art. 167,IV, veda destinação específica.

- NÃO há previsão de devolução.

TAXAS

- atuação estatal direta: pelo exercício do poder de polícia ou prestação de serviços

públicos específicos e divisíveis.

- art. 77 CTN.

- valor arrecadado tem destinação específica: custear uma atividade estatal.

- NÃO é devolvida.

CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

- tributo vinculado.

- obra pública – indireta – melhoria – valorização de imóvel.

- art. 81 CTN

- NÃO há devolução pelo Estado.

CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

- não-vinculadas.

- art. 149, CR/88.

- art. 195 CR/88.

- destinação legal

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- Contribuições sociais gerais: educação, habitação, ordem social (art. 149 CR) e

seguridade social (saúde, previdência e assistência social) (art. 194/CR).

- ex. salário-educação (dentro do art. 149/CR, social geral).

- fato gerador previsto no art. 195 CF (exceção, pois os outros fatos geradores das

contribuições não estão previstos na CF)

- Categorias profissionais: OAB, CRM

- Intervenção no domínio econômico – CIDES: atuação na ordem econômica

- os fatos geradores não estão previstos na CF, com exceção das contribuições sociais.

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

- não dependem de atuação estatal.

- Produto arrecadado tem destinação legal.

- art. 148 CF

- Lei Complementar

COSIP

- art. 149-A CR/88

- é resultado da inconstitucionalidade da taxa de iluminação pública

(taxa: especificidade e divisibilidade).

- qual espécie?

- EC 39/2002

- não se enquadra em nenhuma espécie tributária

Cuidado conceitual:

FATO GERADOR x HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA

Fato gerador: relaciona-se ao que é concreto inclusive como fato jurídico (deve haver

lançamento).

Hipótese de incidência: relacionado ao que é abstrato.

- instituição, arrecadação, fiscalização: são as atribuições do direito tributário.

- o que será feito com o produto: cabe ao direito financeiro.

O QUE É NORMA JURÍDICA?

- lei, decreto, portaria, resoluções, contrato, sentença, ou seja, se tratado pelo Direito e

trouxer consequência jurídica para as pessoas, se regulamentado pelo Direito, é norma

jurídica.

Norma jurídica

- competência adequada

- procedimento adequado

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- presunção de validade: prefeito cria norma de imposto de renda. Deve-se utilizar o

Direito para declarar sua inconstitucionalidade, ou seja, de que ele não tem competência

para criar.

- o que diferencia a norma jurídica das normas morais e sociais é que a norma jurídica

está sujeita à coercitividade (sanção institucionalizada, presença do Estado-Juiz).

- COERCITIVIDADE: “norma jurídica é coercitiva, determinando que se a conduta

prevista em lei não for cumprida ela poderá ser exigida mediante o emprego da FORÇA

institucionalizada, exercida por um juiz.”

- As consequências mais drásticas da coercitividade são a expropriação e a

privação de liberdade.

- outra acepção de norma jurídica: “é a interpretação que se dá às leis em sentido amplo”.

(ver conceito de Paulo de Barros Carvalho). A norma enquanto significação é responsável

pelo dinamismo do Direito.

“Norma tributária em sentido estrito: aquela que marca o núcleo do tributo, isto é, a

regra matriz de incidência fiscal.

Norma tributária em sentido amplo: todas as demais”. (CARVALHO, p. 297)

SP, 16/02/2011

NORMA JURÍDICA TRIBUTÁRIA

- é aquela que define a incidência do tributo.

- ela contém todos os elementos necessários à exigência do tributo.

- é a chamada regra matriz de incidência tributária (RMIT)

ELEMENTOS

- fato gerador

- base de cálculo

- alíquota

- sujeitos (passivo e ativo)

REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA

- é uma organização didática dos elementos da norma tributária

- hipótese de incidência: fatos a serem regulados

- consequência

- consequente: pagar tributos (forma a relação jurídica)

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- o legislador escolhe um fato que gera manifestação de riqueza, lícito e assim gere uma

consequência.

HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA

- previsão para o futuro, exceto lei interpretativa e benefício pro reo e obrigação acessória.

- previsão abstrata de um fato

- elementos da hipótese:

1- critério material (ex. manifestação de riqueza)

- comportamento

- conduta

- ex. SER (verbo) + PROPRIETÁRIO (complemento)

2- critério temporal

- tempo

- momento do acontecimento do critério material

- a lei deve indicar

- o CTN indica a lei tributária aplicável (ex. 1º dia do exercício financeiro = 1º

janeiro)

3- critério espacial

- indica o limite territorial onde deve ocorrer o critério material

- A lei que criar o tributo deve conter todos esses elementos em sua hipótese.

- RENDA = lucro – despesas

- Importação/ exportação = EXTRAFISCAL

CONSEQUENTE (prescritor) = estabelece a obrigação

- as relações jurídicas tributárias (RJT) ou obrigações tributárias (OT) são estabelecidas.

- prevê a regulação do comportamento

- a obrigação se forma entre dois sujeitos em torno de um objeto (tributo).

1- critério pessoal

- indica os sujeitos da RJT/ OT.

- sujeito ativo: aquele que tem competência para cobrar o tributo.

- sujeito passivo: aquele que tem o dever de pagar.

- Mínimo irredutível do deôntico

- Deôntico: obrigatório, proibido, permitido.

2- critério quantitativo

- vai medir o critério material, vai medir o fato gerador (FG)

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- Elementos

- Base de cálculo: valor envolvido. Ex. valor venal do imóvel.

- Alíquota (%): aplicável sobre a base de cálculo. Ex. IPTU %

FATO GERADOR x HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA

OBRIGAÇÃO ou CONSEQUÊNCIA: relação jurídica

“A hipótese de incidência tributária representa o momento abstrato, previsto em lei,

hábil a deflagrar a relação jurídico-tributária. Caracteriza-se pela abstração, que se opõe à

concretude fática, definindo-se pela escolha, feita pelo legislador, de fatos quaisquer, no

mundo fenomênico, propensos a ensejar o episódio jurídico-tributário. Para Vittorio

Cassone, significa a “descrição que a lei faz de um fato tributário que, quando ocorrer,

fará nascer a obrigação tributária (obrigação do sujeito passivo ter de pagar ao sujeito

ativo o tributo correspondente).” (SABBAG, p. 613-14)

- Para Sabbag: “Linha do tempo compacta = HI ---- FG --- OT--- CT”

(hipótese de incidência/ fato gerador/ obrigação tributária/ crédito tributário)

“Fato gerador ou “fato imponível” (Geraldo Ataliba) é a materialização da hipótese de

incidência, representando o momento concreto de sua realização, que se opõe ao

paradigma legal que o antecede.” (SABBAG, p. 614)

“A hipótese alude a um fato e a conseqüência prescreve os efeitos jurídicos que o

acontecimento irá propagar, razão pela qual se fala em descritor e prescritor, o primeiro

para designar o antecedente normativo e o segundo para indicar seu conseqüente”.

(CARVALHO, p. 298-89)

“(...) o dever-ser que une a hipótese e a conseqüência, na arquitetura lógica da norma

jurídica recebe o nome de concectivo deôntico ou dever-ser interproposicional, porque

vem entre a proposição da hipótese e a proposição conseqüente.” (idem, p. 415)

NJT – NORMA JURÍDICA TRIBUTÁRIA

HIPÓTESE (descritor)

1. Critério material

2. Critério espacial

3. Critério temporal

1. Ser proprietário de imóvel

2. Perímetro urbano de SP

3. No dia 1ª do ano civil

CONSEQUÊNCIA (prescritor)

1. Critério pessoal

2. Critério quantitativo

a) Suj. ativo: Fazenda Municipal b) Suj. passivo: propr. imóvel

a) Base de cálculo: valor venal

imóvel b) Alíquota: 1%

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SP, 17/02/2011

ANÁLISE CTN

Título II: Obrigação Tributária

Art. 113 CTN

Caput – obrigação tributária

- Principal

- Acessória

Relação jurídica

- dinheiro (patrimonial): o CTN chama de obrigação principal ($).

- fazer/não-fazer: obrigação acessória (dever instrumental).

Questão prova: critique os termos obrigação principal e obrigação acessória.

obrigação

- acessória: se não há obrigação principal, ainda resta o dever de fazer, portanto a melhor

terminologia seria “dever instrumental”. Ex. se há isenção no pagamento de imposto,

ainda assim deve-se preencher os formulários (acessório).

§1º, art. 113: obrigação principal

- pagamento de tributo +

- penalidade (art. 3º CTN – “não pode ser sanção por ato ilícito”)

- Como interpretar ? vamos interpretar “obrigação” do CTN em sentido amplo, nesse caso.

§2º, art. 113 – obrigação acessória (deveres instrumentais)

- são deveres que não têm natureza obrigacional por faltar-lhes conteúdo dimensível em

valor econômico.

- caráter não pecuniário.

- obrigação de fazer, não fazer (ou tolerar): preencher formulário, notas fiscais, escriturar

livro, suportar fiscalização.

- definido em “legislação tributária”.

§3º, art. 113 (obrigação principal)

- obrigação acessória “vira”/ converte-se em principal pelo caráter de sua pecuniaridade.

- critério legislador CTN: pecuniário.

- portanto, o sentido da obrigação principal no CTN é mais amplo que o art. 3º.

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CRÉDITO TRIBUTÁRIO

“Vínculo que se forma entre sujeito ativo e passivo em torno de uma prestação, onde o

sujeito ativo tem o direito de exigir e o sujeito passivo o dever de cumprir com a

prestação”.

Relação jurídica

Relação jurídica tributária ou obrigação jurídica

Fisco Contribuinte

sa ----------------------------- $--------------------------------- sp

Direito de exigir Dever de pagar

CRÉDITO DÉBITO

RJT = OT (obrigação tributária)

Crédito: direito subjetivo de que está investido o sujeito ativo de exigir o objeto.

Débito: dever jurídico (ou subjetivo) de prestar o objeto.

Crédito tributário

“é um dos elementos da relação jurídica tributária (obrigação tributária) que consiste no

DIREITO que possui o sujeito ATIVO de exigir o objeto da prestação”.

“Crédito tributário representa o momento de exigibilidade da relação jurídico-tributária.

Seu nascimento ocorre com o lançamento tributário (art. 142 CTN), o que nos permite

defini-lo como uma obrigação tributária “lançada” ou, com maior rigor terminológico,

obrigação tributária em estado ativo”. (SABBAG, p. 693)

“Lançamento é o instrumento que confere a exigibilidade à obrigação tributária,

quantificando-a (aferição do quantum debeatur) e qualificando-a (identificação do an

debeatur). Esta sendo iliquida e inexigível, carece dos atributos de certeza e liquidez, que

se dão pela atuação do Fisco, por meio do lançamento. Com a formalização deste, não há

que se falar em “obrigação tributária”, mas em crédito tributário.” (SABBAG, p. 693)

Crédito tributário X Obrigação tributária

Estrutura do CTN (início do §1º, art. 113)

- o CTN separa crédito e obrigação tributária.

- CTN: “acontecido o fato gerador surge a obrigação tributária”

- RMIT (abstrata) – fato gerador (prestar serviço) – consequente (pagar ISS = obrigação

tributária)

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- art. 114 – tipicidade cerrada.

- art. 139 – crédito tributário: “o crédito só vai existir como lançamento”.

- Questão: sendo o crédito um dos elementos da OT, a obrigação só surgiria no momento

do lançamento.

FG --------- OT -------- CRÉDITO

ser lançamento

proprietário de ofício (IPTU)

___________________________

de acordo com o CTN o fato de ser mas, na realidade, a relação jurídica

proprietário é suficiente para o tributária só surge com o lançamento

surgimento de uma obrigação

tributária (OT) “manca”

23/02/2011

RMIT é a norma jurídica tributária que traz a previsão abstrata de um fato (ou evento)

regulado pela CR/88 que pode levar ao nascimento de uma obrigação tributária (relação

jurídica tributária) cuja prestação envolve dar dinheiro a título de tributo.

Hipótese: fatos futuros

Consequência: obrigação tributária que se estabelece

RMIT (Regra Matriz de Incidência Tributária)

(H) = Cm. Ct. Ce

Hipótese = critério material * critério temporal * critério espacial

(Cs) = Cp (sa/ sp) * Cq (bc. Al)

Consequente = critério qualitativo (sujeito ativo/ sujeito passivo) . critério quantitativo

(base de cálculo . alíquota)

Relação jurídica tributária

sa (direito de exigir)-------- $ (obrigação)--------(dever de pagar) sp

(Paulo de Barros Carvalho – PBC – capítulo X, itens 1, 2, 3)

Relação jurídica tributária

Em sentido amplo, é o vínculo que se forma entre o sujeito ativo (sa) e sujeito passivo (sp)

em torno de uma prestação.

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- Prestação

1- dar $ (tributo), conteúdo patrimonial = obrigação tributária, obrigação principal

(nos termos do CTN)

2- fazer/ não fazer: dever instrumental, “obrigação acessória”.

Análise CTN (PBC, Capitulo X, item 4)

Consequente

Art. 113, caput

- Obrigação principal

- Obrigação acessória

Obrigação principal

Art. 113, §1º, 2ª parte

- pagamento tributo

- penal

- mais amplo que o art. 3º: envolve multa, juros, correção.

- tributo não pode ser decorrente de ato ilícito.

Obrigação acessória

Art. 113, §2º

- caráter NÃO pecuniário

- fazer/ não fazer

- não é acessória (no sentido do CC)

- não depende do principal, não segue principal.

Art. 113, §3º

- revela mais uma vez amplitude do conceito de “obrigação principal” para o CTN.

- descumprir a “obrigação acessória” implica em sanção pecuniária (penalidade) que

abrange o conceito de obrigação principal.

Nomenclatura na doutrina Nomenclatura CTN

Gênero

RELAÇÃO JURÍDICA TRIBUTÁRIA - dar $ - fazer/ não fazer

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (sentido amplo)

Espécies

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA (sentido estrito) OBRIGAÇÃO PRINCIPAL

OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA

Questão: qual a diferença entre relação jurídica e relação tributária? Resp. objeto.

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Hipótese no CTN (PBC, capítulo X, item 9)

- Fato gerador (terminologia ambígua)

- previsão abstrata (HI)

- fato ocorrido, concreto

Exemplos:

- art. 113, §1º: A OP surge com a ocorrência do FG (concreto)

- art. 115 – FG (concreto) da OT é a situação definida em LEI (sentido estrito).

- art. 115 – FG da OA (obrigação acessória) – “em legislação”, art. 96 CTN.

CTN Geraldo Ataliba Paulo Barros C Outros

Abstrato FG

Hipótese Incidência

Hipótese tributária

FG abstrato

Concreto FG

Fato imponível

FJI

FG concreto

Abstrato: é a descrição legislativa do fato (evento) de possível ocorrência.

Ex. auferir renda, deverá pagar imposto.

Concreto: é o próprio acontecimento relatado na norma individual e concreta.

Ex. Fulano auferiu renda, deve pagar $10 de IR.

Crédito tributário

O crédito tributário é um dos elementos da obrigação tributária, que se consiste no direito

que possui o sujeito ativo de exigir o tributo do sujeito passivo.

Obrigação tributária

É a relação jurídica tributária que tem como prestação pagamento de tributo.

Definição: é o vínculo que se forma entre o sujeito ativo e sujeito passivo, onde o sujeito

ativo tem direito de exigir o CRÉDITO tributário e o sujeito passivo o dever de pagar o

débito tributário.

Estrutura do CTN

OT x CT

art. 113, §1º; art. 114; art. 139

HI --- FG (art. 114) ----OT (art. 113, §1º)---- crédito tributário (art. 139)

Posição crítica Paulo Barros Carvalho

- não existe OT sem CT correspondente.

- para PBC: quando surge OT, em qual momento?

- OT surge junto com o vínculo.

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Outros doutrinadores

CTN, art. 110.

A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de

direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos

Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências

tributárias.

Hugo de Brito Machado

“É sabido que a obrigação e crédito, no direito privado são dois aspectos da mesma

relação. Não é assim, porém, no direito tributário brasileiro. O CTN distinguiu obrigação

(art. 113) do crédito (art. 139). A obrigação é um primeiro momento da relação jurídica.

Seu conteúdo ainda não é determinado e o sujeito passivo ainda não está formalmente

identificado. Por isto mesmo, a prestação respectiva ainda não é exigível. Já o crédito

tributário é um segundo momento da relação de tributação. No dizer do CTN, ela decorre

da obrigação principal e tem a mesma natureza desta (art. 139). Surge com o lançamento

*, que confere à relação tributária certeza e liquidez.” (p. 112, 29º ed. )

- 1º momento: OT – ilíquida e indeterminada

- 2º momento: CT – liquidez, determinação – é o produto do “lançamento”.

Luciano Amaro

“A ocorrência do FG dá nascimento à obrigação tributária (art. 113 CTN). Em diversas

situações, porém, embora ocorrido o fato gerador, a lei tributária não requer do sujeito

passivo nenhum pagamento se, enquanto não houver, por parte do sujeito ativo, a prática

de um ato específico, ato jurídico, que se reflete num escrito formal* (isto é, um

documento escrito na forma prevista em lei) do qual se deve dar ciência ao sujeito passivo

a fim de que este fique adstrito a, no prazo assinalado (no próprio documento ou na lei),

satisfazer o direito do credor, sob pena de serem desencadeados os procedimentos

tendentes à cobrança via constrição judicial. Nesses casos, não obstante se tenha tido o

nascimento da obrigação tributária, com a realização do fato gerador (por exemplo,

alguém deter a propriedade de certo imóvel urbano construído), o indivíduo só será

compelível ao pagamento do tributo pertinente (IPTU) se (e a partir de quando) o sujeito

ativo (município) efetivar o ato formal previsto em lei **, para a determinação do valor do

tributo dele cientificando o sujeito passivo. Antes da execução desse ato, embora nascida

a obrigação tributária, ela está desprovida de exigibilidade.” (p. 359-360, 16ª ed., 2010)

*, ** = momento da constituição do crédito tributário.

CTN, art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de

tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou

negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

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§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal

relativamente à penalidade pecuniária.

CTN, art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta.

SP, 24/02/11.

OBS:

RMIT ≠ Lançamento: o lançamento é individualizado, enquanto a RMI é hipótese.

Doutrina CTN

Gênero: RJT (rel.jur.trib.) OT (sentido amplo)

Espécies: OT (sentido estrito) OP ($ - tributo ou penalidade)

Dever instrumental OA

CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ou lançamento tributário

CTN:

- estabelece capítulos distintos para crédito tributário e lançamento do crédito tributário.

- será a constituição do CT que dará liquidez à OT que surgiu com a ocorrência do FG.

Lançamento:

- é o procedimento de formalização da obrigação e nascimento do crédito.

- posição de PBC (e prof.) – a OT surge no mesmo instante do CT (quando feito o

“lançamento”).

Formas/ espécies de constituição do crédito previstas pelo CTN

1- Lançamento de ofício

- art. 142 + art. 119

- fisco constitui o crédito

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento,

assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da

obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar

o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de

responsabilidade funcional.

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Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir

o seu cumprimento.

2- Lançamento por homologação

- art. 150

- contribuinte constitui o crédito

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.

3- Lançamento por declaração

- art. 147

- atividade mista em que o crédito pode ser constituído pelo Fisco e contribuinte.

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.

- Critério do CTN: participação do contribuinte (ou não)

- Quem pode constituir o crédito?

- FISCO

- CONTRIBUINTE

Constituir o crédito: é formalizar o tributo devido nos moldes que a legislação tributária

estabelecer:

- é fazer uso de uma forma admitida pelo direito. Como?

- Processo de positivação do direito ou Direito sob o ponto de vista dinâmico ou Fluxo

temporal do direito tributário

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1º momento: CR: competência

2º momento: RMIT/ LO (lei ordinária)/ NGA (norma geral abstrata) ----- (HI)

3º momento: Lç (ofício, hom., decl.)--- NIC (norma individual concreta)----- CT

- lançamento: sujeito a prazo decadencial

4º momento: CDA (certidão de dívida ativa) – Título Executivo Extrajudicial

- cobrança: sujeita a prazo prescricional

Para impedir o 4º momento: extinção ou suspensão da exigibilidade do crédito, via judicial

ou impugnação (via administrativa). Há correção monetária, sem sofrer as penalidades

(multa, juros).

5º momento: Execução Fiscal (atacada por embargos)

Terminologia

CTN: HI FG/ surge OT CT

PBC: HI Fato OT/CT

Ou seja, para PBC: o fato não é suficiente e necessário para o surgimento da OT.

5 espécies de lançamento:

- o CTN: determina apenas 3 formas (espécies) de lançamento.

- outras 2 espécies de lançamento

- juiz do trabalho (previsto na CR/88)

- depósito do montante integral

Lançamento

Definição

“É o processo de aplicação de normas, interpretação, realização de incidência de

enquadramento ou subsunção do fato à norma, ou também, a fenomenologia da

incidência. Essa aplicação das normas, realizando a incidência é realizada tanto por

iniciativa do Administrado, que realiza a constituição do crédito por meio da criação de

outra norma, em outras palavras, pela formalização/ linguagem competente.”

(não se esquecer que “os lançamentos” também são normas jurídicas, mas agora

individuais e concretas.)

OBS

Lançamento por homologação:

- O PARTICULAR constitui o crédito cumprindo obrigações acessórias (deveres

instrumentais).

- O PARTICULAR, quando realiza o preenchimento dos formulários previstos em

legislação:

- cumpre o dever instrumental

- constitui o CT/OT informando o valor devido a título de tributo.

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Problemas de CDA: certidão positiva enquanto não há execução fiscal. Se há

execução fiscal: o executado dá bens em penhora e consegue certidão positiva com efeito

de negativa.

MODALIDADES DE “LANÇAMENTO” TRIBUTÁRIO

1- Lançamento por declaração

art. 147 CTN

- modalidade muito rara. (antes... IR, hoje é por homologação porque não se espera o

fisco mandar o boleto).n

Exemplos:

- Declaração de Bagagem

- ITBI

Definição

“É a modalidade de lançamento segundo a qual o sujeito passivo tem a obrigação

acessória de prestar à autoridade administrativa informações sobre a matéria fática,

indispensáveis para a realização do lançamento.”

- forma mista: com participação do contribuinte e do fisco.

- contribuinte: informa o valor

- fisco: notificação de lançamento

- poder ser retificada (para diminuir o montante)

- antes da notificação

- com a prova do erro

- retificação depois da notificação (já estamos no 4º momento, ver acima): via

IMPUGNAÇÃO.

- Na prática: 99% dos lançamentos do Brasil, hoje, são por homologação e não por

declaração.

2- Lançamento de ofício

art. 142 CTN

Definições

Alberto Xavier

“Ato administrativo de aplicação de norma tributária material que se traduz na declaração

da existência e quantitativo da prestação tributária e sua consequente exigência.”

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Paulo de Barros Carvalho

“Lançamento tributário é o ato jurídico administrativo, da categoria dos simples,

constitutivos e vinculados, mediante o qual se insere na ordem jurídica brasileira uma

norma individual e concreta, que tem como antecedente o fato jurídico tributário e, como

consequente, a formalização do vínculo obrigacional, pela individualização dos sujeitos

ativo e passivo, a determinação do objeto da prestação formado pela base de cálculo e

correspondente alíquota, bem como pelo estabelecimento dos termos espaço-temporais

em que o crédito há de ser exigido.”

SP, 2/3/2011.

Características do lançamento

- ato privativo da autoridade administrativa

- lançamento por excelência (PBC)

- simples: emanação de vontade de um único órgão

- constitutivo: criação das relações jurídicas (pode ser modificativo)

- vinculado (à lei)

- lançar é DEVER – indisponibilidade dos bens públicos (sob pena de responsabilidade

funcional).

- Ex. IPVA, IPTU

Lançamento é:

- constitutivo do crédito e

- declaratório da obrigação tributária.

- modificativo do crédito nas situações específicas do art. 149 CTN

Contexto de lançamento de ofício

- Lançamento art. 142, CTN – escasso, cada vez ocorrendo menos em detrimento do

lançamento por homologação.

- “Terceirização da administração tributária”: com a possibilidade do lançamento por

homologação, o Estado tem aumentado a responsabilidade do sujeito passivo.

- máquina administrativa estável e crescimento da responsabilidade dos sujeitos passivos.

- crescem deveres instrumentais (obrigações acessórias) para os sujeitos passivos.

- proporcionalmente aumenta o dever de vigilância do Estado.

- prevalece, no Direito Tributário brasileiro, o lançamento por homologação.

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3- Lançamento por homologação

Art. 150, CTN

(“autolançamento”, “autoimposição tributária”)

Definição

O autolançamento é o ato ou conjunto de atos do particular que, materialmente, tem o

mesmo conteúdo do lançamento, mas não pode produzir os efeitos próprios deste – uma

vez que não provém da Administração – a não ser por uma ficção jurídica, ou equiparação

ao ato de lançamentos o que ocorrerá no caso de ser confirmado (o autolançamento) pela

Administração, expressamente, ou pelo decurso do tempo apto a provocar os efeitos do

silêncio positivo do Fisco” (Estevão Horwath)

“A denominação “autolançamento” é equívoca, pois dá ensejo à interpretação de que o

sujeito passivo lança o tributo contra ele mesmo, algo que não se coaduna com a

definição legal de lançamento como ato privativo da autoridade administrativa. É por esta

razão que os autores, ao utilizar a expressão “autolançamento”, normalmente colocam-na

entre aspas, tentando demonstrar ao leitor que o vocábulo não deve ser interpretado em

seu sentido literal. (ALEXANDRE, p. 371)

Características

- Sujeito passivo constitui o crédito: realiza apuração e pagamento

(realiza todos os atos para a constituição da OT/CT, bem como sua extinção

(pagamento)).

- só com o PAGAMENTO considera-se feito o lançamento por homologação.

- relevância desse dado: no lançamento por homologação, a prescrição se dá em 5

anos do FG, enquanto no lançamento por ofício, a prescrição se inicia no 1º dia do ano

seguinte.

- O que é apurar tributos? Determinar o montante do crédito tributário.

- Sujeito passivo tem o dever de antecipar pagamento.

- Antecipar: pagar antes da atividade de controle do Fisco.

- Pagamento que ficará sujeito à concordância futura (homologação) do Fisco.

Art. 150, §1º: “condição resolutória da ulterior homologação do lançamento”. (extinção

“precária”)

- Papel do fisco: realizar o controle do pagamento antecipado por meio da homologação.

- homologação: é resolutório (prazo de 5 anos da ocorrência da FG – prazo prescricional

e decadencial) – é nesse período que ele pode lançar as diferenças.

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Homologação

Definição

HOMOLOGAÇÃO é o ATO FINAL do Estado decorrente da fiscalização realizada para

conferir se o procedimento de constituição do crédito pelo particular está correto. Ou seja,

verifica se o preenchimento dos formulários, bem como o pagamento do tributo respectivo

estão em consonância com a lei. (controle de legalidade)

Prazo para homologação: 5 anos a contar do FATO GERADOR. Art. 150, §4º, CTN.

Tipos de homologação:

- EXPRESSA; art. 150, caput, CTN

- TEAF: Termo de Encerramento e Apuração da Fiscalização.

- TÁCITA: art. 150, §4º, CTN. Ficção legal.

- por decorrência do tempo (5 anos).

- segurança jurídica.

- implicação da homologação tácita: se houver divergência quanto ao prazo

de 5 anos. Fisco acaba fazendo um lançamento de ofício em relação às questões

controversas e é necessário (1º ato do contribuinte: impugnação na esfera administrativa)

discutir para ter uma declaração.

- em caso de fiscalização do fisco: ao final o fiscal dá um TEAF, encerrando

a homologação. Nesse caso, todos os lançamentos anteriores são homologados e não

podem ser contestados (exceto em caso de fato superveniente ou fraude).

O que se homologa?

- Dicotomia: procedimento/ produto.

- Homologa-se pelo CTN, o pagamento realizado antecipadamente pelo

Administrado (e sujeito à homologação).

“A expressão “homologação do lançamento”, apesar de aparecer no final do §1º do art.

150 CTN, também deve ser evitada. O próprio STJ prefere, na maioria dos acórdãos

sobre a matéria, usar a terminologia “homologação do pagamento” ou “homologação da

atividade do sujeito passivo”, ambas mais adequadas para tratar do instituto, sendo a

última extraída da literalidade do caput do art. 150 do CTN” (ALEXANDRE, p. 372)

- Na prática: pagamento + documento que deram suporte ao tributo devido.

- Exemplo: ICMS/SP

- pagamento: GARE (Guia de Arrecadação Estadual)

- declaração/ formulário: GIA (Guia de Informação e Apuração)

- demais documentos: NF, livros contábeis, livros de apuração etc.

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Efeitos da homologação

- extinção do crédito tributário: art. 156, VII

- OBS: a homologação não faz surgir o crédito, e sim EXTINGUIR.

Discussão: autolançamento e (im)prescindibilidade do lançamento:

(na prova será colocada uma posição para ser criticada)

a) IMPRESCINDÍVEL: art. 142, CTN

- doutrina minoritária: necessidade de ato homologatório que ao mesmo

tempo faria surgir e extinguir o crédito.

b) PRESCINDIBILIDADE do lançamento, art. 142, CTN

- doutrina e jurisprudência majoritária: não é necessário ato homologatório ou de

notificação da Administração.

Consequências da desnecessidade/ prescindibilidade do lançamento:

- para o PARTICULAR (que declarou e não pagou):

- inscrição em dívida ativa (CDA)

- não é necessário receber notificação

* CDA: impede a aquisição de CND (Certidão Negativa de Débito)

- Argumentos favoráveis a essa posição:

1- não há necessidade de contraditório, pois foi o contribuinte que declarou.

2- há prazo para retificação da declaração.

SP, 03/3/2011.

- Argumentos desfavoráveis a essa posição:

1- lançamento: art. 142, CTN: é ato PRIVATIVO da Administração. Deveria,

no mínimo, haver NOTIFICAÇÃO para que se abra o direito ao contraditório e ampla

defesa.

2- Como ficaria a MULTA na CDA? Poderia ser colocada na CDA sem AIIM

(Auto de Infração e Imposição de Multa)?

3- STJ: pacificado. Vai direto para a CDA, sem AIIM (porque há

conhecimento do contribuinte, inclusive das consequências).

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- para a ADMINISTRAÇÃO:

- tem início o prazo de prescrição, ou seja, para a cobrança do débito

declarado que são de 5 anos contados a partir da data da constituição do crédito, isto

é, da entrega da declaração, pois é neste momento que ele se torna exigível.

Considerações sobre lançamento de ofício

a- Legislação aplicável ao Fato Gerador (art. 144,CTN).

- será a legislação vigente à época que ocorre o FG.

- exceção: hipótese de retroatividade: §1º do art. 144 (caso da CPMF).

- legislação das obrigações acessórias.

- é legislação FORMAL e, portanto, a lei pode retroagir.

- NÃO se confunde com a lei que institui o tributo (lei material). Essa lei não pode

ser retroativa.

b- Alterabilidade (art. 145, CTN)

- impugnação

- recurso de ofício ...... (nos 2: há litígio)

- iniciativa da Administração (art. 149, CTN) (não há litígio)

- lançamento e notificação: publicidade dos atos administrativos

- neste momento do lançamento é presumidamente definitivo (não definitivamente).

CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO !!!! Cuidado.... em direito “definitivo” é: até

depois de 2 anos da rescisória. (ou seja, definitivo naquele momento).

- Somente para fins PENAIS, a constituição definitiva do crédito se dá APÓS o

PROCESSO ADMINISTRATIVO.

Ver: HC 611/ DF.

- empresas que não repassavam o valor descontado do INSS (Ação (penal) de

Apropriação Indébita), decidiu-se que a Ação Penal só pode ocorrer após o Processo

Administrativo. Além disso, pagou extingue-se a punibilidade.

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Alterações (ESFERA ADMINISTRATIVA)

- sujeito passivo discorda do lançamento:

- IMPUGNAÇÃO (perdeu?) – 30 dias da impugnação.

- RECURSO VOLUNTÁRIO (2º instância esfera administrativa)

- sujeito ativo

- RECURSO DE OFÍCIO (litigioso)

- pode alterar nas hipóteses do art. 149 (rol taxativo)

- esfera administrativa: suspende a exigibilidade do crédito.

- esfera judicial: não suspende a exigibilidade do crédito, em regra.

Hipóteses de ALTERABILIDADE na esfera administrativa:

1- Impugnação do sujeito passivo: espécie de suspensão da exigibilidade do crédito

- direito ao contraditório e ampla defesa – art. 5º, LV, CR/88.

- meio para o sujeito passivo discordar dos valores lançados – pode desconstituir integral

ou parcial o lançamento.

- busca da VERDADE MATERIAL portanto, pode haver decisão in pejus e daí,

lançamento complementar (pelo fisco e não pela autoridade administrativa que deu

decisão no processo). Tem 5 anos, sob pena do direito decair.

2- Recurso de ofício

- Reexame necessário – remessa obrigatória à 2ª Instância.

3- Lançamento e revisão de ofício – art. 149, CTN

- engloba: próprio lançamento “efetuado”, caput – não se fala em revisão, mas em

lançamento de ofício.

- revisão – “revisto”

- parágrafo único: prazo decadencial

- a lista do art. 149 é TAXATIVA (não pode haver discricionariedade)

Inciso I

- casos lançamento de ofício originariamente determinados por lei – IPVA, IPTU

- fácil consulta de dados pela Administração.

Inciso II a IV

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- não envolvem propriamente revisão, precedem o lançamento.

- casos de lançamento por declaração.

- declarações/ informações que de alguma maneira servirão de base para o lançamento

de ofício.

Inciso VI

- também não envolve revisão.

- poder de vigilância.

- AIIM (auto de infração e imposição de multa) – penalidade pecuniária.

Auto de infração

- documento misto

- auto de infração

- lançamento

TIT = Tribunal de Impostos e Taxas. Onde se recorre em última instância administrativa

(SP).

CARF = Conselho Administrativo da Receita Federal (Brasília).

Incisos V, VII e IX

- revisões propriamente ditas.

- artigo seguinte (art. 150): lançamento por homologação

- Omissão

- Inexatidão

- lançamento complementar + penalidade (inciso VI)

Arbitramento

Art. 148, CTN

- Valor arbitrado por indícios (valor preço, bens, renda, lucro etc.)

- Quando se arbitra

- declarações que não mereçam fé,

- quando não apresentados documentos

- Arbitrado + arbitrário (o valor deve ser baseado nos documentos)

- Garantia de contraditório

Lançamento e auto de infração

(em ambos casos: norma individual e concreta)

- Lançamento: finalidade de constituir a norma individual e concreta do tributo = ato lícito.

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- Auto de infração: penalidade = ato ilícito.

Outras espécies de constituição do crédito (além das 3 permitidas pelo CTN)

1- Juiz do Trabalho – CR/88, art. 114, VIII, EC 45. – refere-se somente às

contribuições sociais.

2- Depósito do montante integral – STJ: construção jurisprudencial. (* tese de Luiz

Fux).

Natureza jurídica do lançamento

Declaratória, constitutiva ou mista?

Declaratória: o lançamento quando efetuado, apenas declara a ocorrência do FG e

o nascimento da OT que já existiam por ocasião do FG. (conforme CTN)

Teoria declaratória e constitutivista: 2 linhas

1- Lançamento DECLARA a obrigação tributária e CONSTITUTI o crédito

tributário. (redação do art. 142, CTN).

2- Lançamento DECLARA o fato gerador, pois reporta-se ao FG, mas

CONSTITUI a obrigação tributária (e seu crédito tributário correspondente,

porque faz parte da obrigação tributária). (PBC)

(Questão de prova)

SP, 16/3/2011

DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO – FISCO

1- Introdução

- espécies de contribuição CT/OT

- efeitos do tempo

- o direito positivo, visando à segurança jurídica, estabilidade, certeza de direito,

estabelece prazos para o crédito ser constituído bem como exigido judicialmente.

- prazo QUINQUENAL (5 anos, na prática pode ser mais)

- são formas de extinção da OT/CT, art. 156, V.

- consubstanciam-se em perdas perante o direito em virtude de lapso temporal.

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2- Definições

DECADÊNCIA

A decadência é causa extintiva do crédito tributário (art. 156, V, CTN) e constitui na perda

do direito do Fisco de lançar de ofício pelo decurso de certo prazo. É a perda do direito

material.

PRESCRIÇÃO

A prescrição é causa extintiva do crédito tributário (art. 156, V, CTN) e constitui na perda

do direito do Fisco de cobrar judicialmente o crédito tributário pelo decurso de certo prazo.

É a perda do direito processual.

3- Regulamentações

- Normas gerais em matéria tributária.

- competência para legislar sobre os institutos e prazos

- CR/88 – art. 146, III, “b”: necessidade de tratamento de decadência e prescrição

em lei complementar, ou seja, pelo CTN.

- CTN: art. 150, §4º + art. 173 + art. 174

- IMPORTANTE: prescrição e decadência em matéria tributária são tratadas pelo CTN (lei

complementar).

Exemplo – súmula 108/ prazos do INSS/ criação da super-Receita.

a- Decadência FISCO: perda do direito de lançar.

- as espécies de constituição do CT afetam o termo inicial.

- portanto, temos 2 prazos:

1º) para casos DE OFÍCIO e DECLARAÇÃO

2º) para casos de HOMOLOGAÇÃO

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Sumário / Resumo

1 Lançamento OFÍCIO/ DECLARAÇÃO

Termo inicial

1.1

Regra geral

Art. 173, I, 1º DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE em que o Fisco poderia ter lançado.

1.2

“Interrupção” – novo prazo

Art. 173, II Da decisão de vício formal.

1.3

“Antecipação” – início do prazo

Art. 173, parágrafo único Medidas preparatórias (dia da notificação)

2

Lançamento HOMOLOGAÇÃO

2.1

Com declaração e pagamento apenas para a diferença (se houver)

Art. 150, §4º Conta-se do FATO GERADOR.

2.2

Com declaração e pagamento, com dolo, fraude, simulação (Art. 150, §4º, final)

Art. 173, I Regra geral

2.3

VARIÁVEIS

2.3.1

Sem entrega de declaração – descaracteriza lançamentos por homologação – obrigatória de ofício (art. 149, V)

Art. 173, I Regra geral

2.3.2

Com declaração, mas SEM PAGAMENTO – para as diferenças.

Art. 173, I Regra geral

2.3.3

Tese do “poderia” do STJ = 10 anos (ou +) para constituição. Construção jurisprudencial.

Art. 150, §4º + Art. 173, I 1º dia do exercício seguinte em que “poderia” ter HOMOLOGADO. (5 anos após prazo de homologação (decadencial), este também de 5 anos.

Exemplos

LANÇAMENTO DE OFÍCIO

1.1) Regra Geral

Art. 173, I

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Ex. IPTU

1/1/2001------------- 31/12/2001---------- 1/1/2002---------(5 anos)---------- 1/1/2007

Fato Fisco Termo inicial Prazo Final

Gerador “poderia lançar” (1º dia do exercício seguinte)

2.1) “Interrupção”: Vício formal

Art. 173, II

- Vício formal: autoridade incompetente, inexistência de dívida, sujeito passivo

incorreto, falta de indicação da capitulação legal do FG.

- Vício material: acontecimento não se enquadra na hipótese = lançamento

improcedente.

- a doutrina fala em “interrupção”, mas a terminologia é incorreta porque, de fato, o prazo

não iniciou a correr.

1/1/2001-------------- 25/4/2001----- (impugnação)----- 10/3/2003------(5 anos)--- 10/3/2015

Fato Notificação anulação por Termo final

Gerador do lançamento vício de forma (administrativa)

(CT constituído, Termo inicial

não há mais decadência)

1.3) “Antecipação de prazo”: Medida Preparatória

art. 173, parágrafo único

Exemplo: IPTU

1/1/2001------------- 31/12/2001---------- 1/1/2002---------(5 anos)---------- 1/1/2007

Fato Fisco Termo inicial Prazo Final

Gerador “poderia lançar” (1º dia do exercício seguinte)

1/1/2001---------- 20/2/2001-------------------(5 anos)----------------- 20/2/2006

Fato Notificação Prazo Final

Gerador informações do imóvel

Termo Inicial

1/1/2001------------- 31/12/2001---------- 1/1/2002---------(5 anos)-----(*)---- 1/1/2007

Fato Fisco Termo inicial Prazo Final

Gerador “poderia lançar” notificação

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- nesse último caso, considera-se que o prazo continua a ser (1/1/2007), sendo pró-Fisco,

apesar da notificação.

LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO

- constituir crédito + pagamento antecipado (é lançamento por homologação)

- constituir crédito + não-pagamento (não é lançamento por homologação)

“É correto afirmar que não há decadência para os casos de lançamento de homologação,

salvo para as diferenças, se houver.”

Ex. ICMS

2.1)

17/4/2001 20/5/2001 10/6/2001 17/4/2006

Fato Entrega a Pagamento Termo final (p. homologar e

Gerador declaração lançar diferenças, se houver)

Termo inicial

2.2) Dolo, fraude, simulação + homologação e pagamento

Aplica-se regra geral (lançamento de ofício)

17/4/2001 01/1/2002 01/01/2007

Fato 1º dia exercício Termo final

Gerador ano seguinte

Termo inicial

- Controvérsias doutrinárias:

1- com dolo, nunca haveria decadência.

2- a partir da notificação do conhecimento do ato ilícito: + 5 anos.

- Jurisprudência: cai na regra geral.

SP, 17/3/2011

- quando não há pagamento: não se considera pagamento por homologação

2.3) Variáveis

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2.3.1) Sem entrega de declaração – descaracteriza-se o pagamento por homologação –

DEVE ser realizado lançamento de ofício.

Art. 149, V + art. 173, I.

17/4/2001 31/12/2001 1º/01/02---------------- 1º/01/07

FG Termo Inicial Termo final

2.3.2) COM entrega de declaração, mas SEM pagamento: prazo apenas para a diferença.

(se houver) – art. 149, V + art. 173, I.

17/4/01 10/6/01 31/12/01 1º/01/02 1º/01/07

Fato Declaração “poderia” Termo Termo

Gerador SEM pgto lançar as dif. Inicial Final

2.3.3) Tese do “poderia” (5 + 5): 10 anos ou mais para a constituição pelo fisco.

Art. 150, §4º + art. 173, I.

- 5 anos contados a partir do último dia em que o fisco poderia ter homologado.

Ex: ICMS

17/4/2001-----10/6/2001------ 17/04/2006--------- 1º/01/2007-------- 1º/01/2012

Fato Declaração último dia 1º dia do exerc. Termo

Gerador SEM pgto homologação subsequente Final

- poderia: infinito

- recurso repetitivo STJ – proibindo a aplicação da tese do “poderia”.

Hoje o que vigora é o item 2.3.2).

b) Prescrição FISCO

Pressupostos

- já houve constituição do crédito: não há mais que se falar em decadência.

- falta de pagamento.

Características

- é causa EXTINTIVA da OT/CT – art. 156, V, CTN,

- é a perda do direito de ação.

- prazo: 5 anos contados da data da constituição definitiva do crédito.

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Exigibilidade

- pensar o direito em seu aspecto dinâmico.

(D) (P)

1 2 3 4 -------- ∞

CR LO Lançamento

RMIT Auto- lanç.

NGA (constituição do crédito)

- a decadência (D) se opera entre os itens (2-3).

- a prescrição (P) se opera entre os itens (3-4)

- exigibilidade imediata após lançamento/ auto-lançamento,?

- NÃO. Porque o lançamento tem um prazo de pagamento. Somente após e

decurso desse prazo ocorre a inadimplência.

Definição de EXIGIBILIDADE

É o direto que tem o credor de postular efetivamente o objeto da prestação que só ocorre

após tomadas as providências para a constituição da dívida, que se não houver sido

constituída pelo PARTICULAR, deverá sofrer a LAVRATURA do LANÇAMENTO DE

OFÍCIO.

- OBS: considerar a data do vencimento!!!

Prazo de pagamento

- consta na lei.

- art. 160, CTN (em regra = 30 dias)

c) Fixação dos termos e condições em que os valores devem ser recolhidos

No lançamento:

- identificação do sujeito passivo

- o quantum

- base de cálculo/ alíquota

- termos e condições (formulário correto, onde pagar, etc.)

- quando os termos e condições não são cumpridos, surge para o Fisco o direito à

exigibilidade:

- inadimplência : dia seguinte imediato ao vencimento (não é dia útil).

- Já “pode” emitir CDA e mais tarde para a execução fiscal.

- Não há impedimento legal para fazer isso.

-----

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Digressão:

- Atualmente, o Fisco tem emitido CDA e ao invés de mandar para a execução fiscal, o

Fisco manda para protesto.

- A favor dessa tese: Tribunais etc (deve ser declarada inconstitucional

porque é meio de coação).

- Contra: não é possível, pois o protesto é próprio do direito privado e serve

para constituir mora. A CDA já significa a exigibilidade da obrigação e mora.

-------

Sumário/ Resumo

Lançamento de ofício/ declaração/ homologação

Termo inicial

1 Regra art. 174, caput data da constituição definitiva OT/CT - 2 posições (*)

2 “Interrupção” de prazo de pagamento

art. 174, parágrafo único data em que ocorrer uma das hipóteses previstas neste dispositivo.

3 Suspensão prazo prescricional

Dia em que cessaram as causas da suspensão da exigibilidade do art. 151. Pode ser começo ou recomeço.

(*) constituição DEFINITIVA do crédito (art. 174, CTN). 2 posições: 1- após o lançamento já se inicia a prescrição. 2- “definitiva”: após o transcurso do prazo de pagamento. (posição STJ)

23/3/2011

Explicações

1ª regra:

art. 174, caput, da data da constituição definitiva.

Constituição definitiva:

o Lançamento ofício e declaração: da notificação do lançamento.

o Lançamento por homologação: entrega declaração (comunicação)

Determinação do termo: “constituição definitiva do crédito”. 2 correntes:

o da entrega ou notificação.

o 1º dia imediatamente subsequente ao vencimento. (STJ) –

- também considera a inadimplência.

Exemplo: IPTU/ICMS

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1/01/01 25/4/01 25/5/01 26/5/01-----------------25/4/06 26/5/06 Termo notificação prazo inadimplência

Inicial lançamento pagamento Termo Termo

Termo inicial (1) Termo inicial (2) final (1) final (2)

- Na prova: se a prof. perguntar qual o prazo, responder que há 2 correntes e se

posicionar justificando a corrente escolhida (1 ou 2).

2. Interrupção de prazo e/ou não prazo: parágrafo único, art. 174

Hipóteses

I- “Pelo despacho DO JUIZ que ordenar a citação em execução fiscal”.

* Nova redação, LC 118/05 – compatível com a LEF, L.6.830/80.

- despacho do juiz

Interpretação/ reinício ??

- Prescrição intercorrente

- §4º, art. 40 da LEF, inscrito pela L. 11.051/2004

II e III- Pelo protesto JUDICIAL ou qualquer ato que constitua em mora o devedor:

- medida cautelar

- art. 867, CPC – “ “Todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, prover a conservação e ressalva de seus direitos ou

manifestar qualquer intenção de modo formal, poderá fazer por escrito o seu protesto, em petição dirigida

ao juiz, e requerer que do mesmo se intime a quem de direito”.

- interpelação e notificação judicial, protesto cautelar

o Nessa hipótese há reinício (+ 5 anos)

IV- Por qualquer ato inequívoco ainda que EXTRAJUDICIAL que importe em

reconhecimento do débito do devedor.

* Parcelamento/ compensação = são atos de confissão de dívida, portanto ato

inequívoco.

- incisos I, II, II: judiciais

- inciso IV: extrajudicial

3. Suspensão

- acaba a suspensão quando cessarem as causas que deram causa à suspensão

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36

Exemplo 1 – medida de suspensão antes do vencimento

17/4/01 10/5/01 20/05/01 10/06 30/06 20/03/03 Circular declara medidas vencimento

mercadoria mas não suspensão Termo

paga exigibilidade Inicial

!---------(suspensão)---------------------------

Exemplo 2 – medida de suspensão após o início do prazo prescricional

17/4/01 10/5/01 10/06 30/06

Circular declara vencimento medidas

mercadoria mas não Termo suspensão

paga Inicial exigibilidade

----------------------! (suspensão) !------------------

SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO

Cuidado !!!!!

- a suspensão não é do crédito (que já está constituído), mas da EXIGIBILIDADE.

Há erro no título do capítulo.

Art. 151, CTN Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário

I - moratória;

II - o depósito do seu montante integral;

III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo;

IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.

V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;

VI – o parcelamento.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações assessórios

dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

1- impedimento de exigibilidade do crédito

- quando a ação é proposta pelo sujeito passivo (contribuinte ou responsável

tributário) ANTES da realização do lançamento.

2- suspensão da exigibilidade

2 formas:

- Ação declaratória

- MS (provar de plano, sem dilação probatória)

- Não cabe MS contra lei em tese.

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37

Na esfera JUDICIAL.

- AÇÃO PREVENTIVA (ação anti-exacional)

- Ação Declaratória de Inexistência de Relação Jurídica

- não para o processo de positivação

- MS preventivo

- pede liminar (art. 151, IV). Pode impedir

- exigibilidade do crédito (o Fisco tem obrigação de lançar, senão decai)

- constituição do crédito

- AÇÃO REPRESSIVA (crédito constituído)

- Ação Anulatória de Débito Fiscal

- MS repressivo com liminar para impedir

- que o fisco mande para a CDA

- Eficácia: declaratória ou constitutiva?

Positivação do Direito

1 2 (FG) 3 4 5 6

CR LO Lçto Vencto CDA Execução Fiscal

RMIT notificação

declaração

Medidas Medidas

Preventivas Repressivas

OBS:

É possível que a medida seja preventiva e repressiva ao mesmo tempo. Depende do

pedido. Se o FG é reiterado, a medida é repressiva do que já aconteceu e será preventiva

nos FG que ainda não ocorreram.

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24/3/2011

HIPÓTESES DE SUSPENSÃO

Art. 151, CTN

SUSPENDEM A EXIGIBILIDADE do crédito tributário

I- Moratória,

II- O depósito do seu montante integral,

III- As reclamações e os recursos, (“impugnação”)

IV- Concessão de medida liminar,

V- Concessão de medida liminar ou antecipada em outras espécies de ação

judicial,

VI- Parcelamento

- são atitudes do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário).

- as medidas podem: (dependendo da decisão do juiz, em liminar)

- impedir a constituição da relação jurídica ou

- impedir a cobrança do crédito.

- LC 104/01

norma que inibe o processo de positivação,

pode impedir o nascimento da relação jurídica (CT) ou sua exigibilidade,

pode suspender a exigibilidade – quando a relação jurídica já está constituída,

impede a cobrança do crédito,

possibilita a emissão de certidões positivas com efeito de negativa, art. 266

* se a decisão contemplar o impedimento do lançamento, não correrá também ao

Fisco o prazo decadencial.

- essa lista é taxativa? (do art. 151)

- ver art. 111, CTN – reforça a taxatividade da lei

- “literal” = taxativo

- ver art. 114, CTN

- Jurisprudência se divide:

- deveriam considerar os efeitos e não as medidas, passando a aceitar a

não-taxatividade.

- legislador optou pela taxatividade. Ou seja, a lista do art. 151 é taxativa.

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Espécies de suspensão da EXIGIBILIDADE do “crédito”

I- Moratória- art. 152 a 155, CTN

Definição

É a dilação do intervalo de tempo estipulado para o implemento de uma prestação que

pode se dar de uma só vez ou de maneira parcelada.

“É a dilação de prazo de pagamento do tributo, podendo ser concedido direta e

genericamente por lei (caráter geral: CTN, art. 152, I) ou por ato administrativo

declaratório do cumprimento dos requisitos previstos em lei (caráter individual: CTN, art.

152, II)”. (ALEXANDRE, p. 386)

- sua concessão sempre depende de LEI.

- quando por despacho administrativo, tem caráter declaratório de direito

preexistente.

- É a prorrogação do prazo de pagamento da dívida tributária.

- sempre concedida em situações excepcionais (caso fortuito, força maior, crise

econômica).

- Pode se admitir um caráter de extrafiscalidade, mas diferentemente daquela ligada ao

comércio exterior (importação/ exportação).

Características

- Instituída em LEI.

- somente a lei pode criar ou retirar tributo.

- Espécies: geral e individual

Moratória

- Geral

Beneficia a todos que se encontrem em determinada situação (art. 152, I)

- Autônoma

O ente competente para a instituição do tributo dilata-lhe legalmente o prazo.

- Heterônoma

A União concede moratória de tributo de competência alheia.

- Individual

Lei restringe a abrangência do benefício às pessoas que preencham determinados

requisitos, de forma que o gozo dependerá de requerimento formulado à Administração

Tributária no qual se comprove os pressupostos legais.

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- Autônoma: instituída pelo ente político em relação a seus tributos,

- Heterônoma: instituída pela União em relação a tributos de outros entes,

desde que também conceda aos seus tributos.

- é heterônoma: fere o pacto federativo (cláusula pétrea).

- a doutrina questiona a constitucionalidade da moratória heterônoma.

OBS

- a moratória individual é concedida por ato infralegal, mas deve ter sido previamente

contemplada em lei. Exemplo:

- não existe direito adquirido quando o contribuinte não atender aos requisitos.

Requisitos

- indicação tributos contemplados

- prazo duração

- número de prestações e vencimentos

- pode ser dilação para pagamento em uma parcela ou em várias.

OBS

- se individual há que incluir as condições necessárias para a fruição.

- art. 154, CTN:

- moratória se refere somente a créditos já constituídos.

- se as circunstâncias persistirem, pode...

II- Parcelamento, art. 155-A

- É uma espécie de moratória.

Diferenças:

1- parcelamento não exclui a fluência de multa e juros, e a moratória exclui.

2- a moratória é medida excepcional, enquanto o parcelamento é medida de política

fiscal.

III- Depósito do montante INTEGRAL

“integral” = o montante que o Fisco entende devido.

Medida adotada pelo sujeito passivo para a exigibilidade do crédito fique suspensa.

Pode ser feito na esfera administrativa e na esfera judicial.

o Na esfera administrativa: é opção do sujeito passivo

o Na esfera judicial:

Exime o sujeito passivo do acréscimo da multa, juros e correção monetária.

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Importante:

- para discutir o pagamento: fazer DEPÓSITO.

- para pagar: fazer CONSIGNAÇÃO (hipótese de extinção do crédito).

- O efeito suspensivo do depósito dá-se na esfera judicial.

- Na esfera administrativa: há suspensão das hipóteses do art. 151, III (neste caso o

depósito apenas exclui a fluência de multa e juros).

Objetivos

- impedir que o devedor fique em mora,

- impedir/ suspender o fluxo do processo de positivação e consequente execução fiscal.

Questões: o depósito...

1- Pode ser levantado a qualquer tempo?

- Jurisprudência: NÃO pode fazer levantamento.

- Doutrina: há controvérsia.

- Se, após o depósito surgir uma hipótese de parcelamento (lei), somente ao final

do pagamento do parcelamento é que se pode levantar o depósito. (pro-Fisco)

2- Antes da constituição do CT, impede o lançamento?

- Não.

3- Depósito constitui o crédito tributário?

(quando, após o depósito não há lançamento)

- Não. Mas, a jurisprudência: os juízes do trabalho (art. 114, CTN) e o ministro Fux

(construção jurisprudencial) dizem que constitui crédito equiparando ao lançamento por

homologação, portanto, não há falar em decadência do Fisco nessa hipótese.

- para os que discordam: o depósito é um ato do sujeito passivo para impedir a

exigibilidade e suspender as multas e os juros, não é espécie de lançamento.

4- Efeitos do depósito na esfera administrativa e na judicial?

30-3-2011

IV- Reclamações e recursos administrativos

- art. 5º, XXXIV, “a”, CR/88 – Direito de Petição.

- via não-judicial da litigiosidade

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- vantagem: não há necessidade de advogado,

- caracteriza-se pela busca da “verdade material” (os atos realizados pela administração

podem ser revistos por ela mesma), ou seja, mesmo que a parte não faça o pedido, se a

AP constata o erro, deve rever seu ato, independentemente da parte. Há previsão legal

dessa atuação da Administração Pública.

- Impugnação do lançamento: defesa em 1º grau.

- prazo: 30 dias.

- Recurso voluntário: defesa de 2º grau quando a impugnação é considerada

improcedente.

- se a AP perde (em 2º grau, na esfera administrativa), pode entrar na esfera

judicial? Prima facie, há falta de interesse de agir. Por outro lado, com base no art. 169,

CTN, poderia entrar com ação anulatória em 2 anos (mas a prof. nunca viu).

impugnação procedente por vício material: extinção por decisão administrativa.

impugnação procedente por vício formal: novo prazo para o Fisco lançar.

- Pode-se, por mera liberalidade do contribuinte, fazer o DEPÓSITO (esfera

administrativa) para evitar multa, juros e correção monetária.

- Súmula Vinculante 21: declarada inconstitucional a exigência que se fazia de depósito

prévio (32%) para se poder recorrer em 2º grau.

medida que suspende a exigibilidade e impede a Execução Fiscal.

o depósito associado a esta medida, apenas evita a multa, juros e correção.

V- Medidas judiciais: liminar em MS, liminar em tutela antecipada

- Liminar vigente: suspende a exigibilidade.

- IMPORTANTE: é a liminar que suspende a exigibilidade, não a ação.

- liminar é medida precária (pode ser suspensa a qualquer tempo).

- muitas empresas, além da liminar, fazem depósito do montante integral para que,

se ocasionalmente perder a liminar, não incida os efeitos da mora.

- Medidas judiciais. Devem atender aos requisitos das tutelas cautelares.

- Tipos de ações:

PREVENTIVA

- anterior à constituição do CT (crédito tributário),

- MS preventivo,

- ADIRJ

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REPRESSIVA

- após constituição crédito, visa a desconstituição do crédito tributário,

- houve perda de prazo da impugnação

- MS repressivo e AADJ

OBS: Recursos Repetitivos:

- art. 174, parágrafo único (citação pessoal do devedor),

- o despacho do juiz interrompe

- CPC, art. 219: da data da entrada da ação interrompe

- Ver min. Luiz Fux (maio 2010). Prescrição: refere-se à inércia do Fisco.

(Pesquisar STJ: “repetitivo, prescrição, art. 174”)

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

- na realidade: extingue-se a obrigação tributária.

- art. 156 a 174, CTN.

Formas (art. 156, CTN)

- Pagamento

- Compensação

- Transação

- Remissão

- Decadência e prescrição (somente é declarada quando reconhecida em decisão

administrativa ou judicial)

- Conversão do depósito em renda

- Pagamento antecipado e homologação

- Dação em pagamento

- Consignação

- Decisão administrativa

- Decisão judicial

- art. 141, CTN – rol taxativo.

Espécies de pagamento (critério: envolve DINHEIRO)

OBS: Dação em pagamento (não é espécie de pagamento porque não envolve dinheiro).

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1- Pagamento

- Forma genuína de extinção do dever jurídico.

- Entrega de dinheiro no montante devido.

- CTN, art. 157 a 163. (ler dispositivos porque diferem do CC)

- art. 162, CTN: prescreve algumas formas que não são mais utilizadas.

- Linguagem apropriada: guias de arrecadação.

- Tributos federais: DARF

- Tributos estaduais (SP): GARE

- determinada por lei ou decreto.

2- Conversão do depósito em renda

- art. 164, §2º, CTN

- sujeito passivo discorda do lançamento.

- propõe ação e faz DEPÓSITO INTEGRAL (montante decidido pelo Fisco)

- se perder a ação: extinção (conversão do depósito em renda em favor da Fazenda

Pública),

- se ganhar ação: resgate do dinheiro.

3- Consignação em pagamento

- meio adequado para que o sujeito passivo exerça seu direito de pagar

- o sujeito passivo sabe quanto deve pagar e quando deve pagar. Há dúvida sobre para

quem pagar.

- caso o pagamento não seja feito, tempestivamente, os efeitos da mora são automáticos.

- art. 164, CTN: situações em que cabe a consignação.

- Lembrando...

- quem quer pagar CONSIGNA.

- quem quer discutir DEPOSITA.

CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO x DEPÓSTIO MONTANTE INTEGRAL

- $ que o suj. passivo entende devido - valor que o Fisco está exigindo

- se ação procedente: - suspende exigibilidade

- extinção - suj passivo ganha: resgate

- suj passivo perde: conversão renda

- extinção

- É possível transacionar em matéria tributária?

- Transação: art. 171, CTN.

31/3/2011

(continuação... extinção das obrigações tributárias outras formas)

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45

4- Remissão

Art. 172

- Remitir (remissão) = perdoar X Remir (remição) = resgatar

- é perdão da obrigação tributária

- não se confunde com anistia (é uma espécie de exclusão do crédito tributário sendo

perdão das penalidades decorrentes de ato ilícito. Decorrente de LEI).

- tem caráter extrafiscal.

- não gera direito adquirido

5- Dação em pagamento de bens imóveis

- LC 104/01

- LEI

- Tribunais e órgãos administrativos admitiam

6- Decisão administrativa irreformável

- aquela contra a qual não cabe mais recurso.

- Fazendo poderia recorrer de sua própria decisão?

7- Decisão Judicial transitada em julgado

- mesmos efeitos da decisão administrativa, só que na esfera judicial.

8- Compensação

- Art. 170, 170-A

- Modalidade de extinção da obrigação tributária, em que duas pessoas são, ao mesmo

tempo, credor e devedor uma da outra.

- esfera administrativa.

- CC/2002, art. 368: se duas pessoas forem ao mesmo tempo, credor e devedor uma da

outra, as duas obrigações extinguem-se até onde se compensarem.

- Situação em que o Fisco é devedor: quando o contribuinte pagou a mais.

- Hoje: há compensação na esfera federal.

- Requisitos: no CC/ 2002.

- reciprocidade (art. 368, CC)

- liquidez das dívidas (art. 369, CC)

- exigibilidade das prestações (art. 369, CC)

- fungibilidade das coisas devidas (art. 370, CC)

O art. 374, CC foi REVOGADO PELA MP 104/03

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art. 374, CC: A matéria de compensação no que concerne às dívidas fiscais e parafiscais é regida pelo

disposto neste capítulo.

- pressupõe duas relações jurídicas,

- requer lei ordinária autorizativa (art. 170, CTN)

- Se não houver lei?

- é o encontro de contas entre credor e devedor

- créditos líquidos e certos = (quantificáveis e incontroversos)

- créditos vencidos (= exigíveis, art. 369, CC) e vincendos (art. 170 CTN)

* diferença entre CC e CTN

- CTN: permite compensação de créditos vincendos (art. 170).

- CC: somente permite compensação de dívidas vencidas.

- PER/ D-Comp (Programa Eletrônico de Restituição ou Ressarcimento e da

Declaração de Compensação)

- Extinção sob condição: é uma compensação por homologação (utilizado no

ICMS).

Tipos de compensação autorizadas pelo CTN

2 formas de compensação:

a) Aquela praticada diretamente pelo contribuinte,

b) Aquela praticada mediante autorização administrativa.

Súmula 212 STJ: A compensação de créditos não pode ser deferida em ação cautelar ou

medida liminar, cautelar ou antecipatória.

Súmula 213 STJ: O MS constitui ação adequada para a declaração do direito à

compensação tributária.

Atenção! Essas súmulas tratam de temas diversos. A Sum. n. 212 determina que a

compensação só pode ser realizada quando há liquidez da dívida (não há litigiosidade).

Por outro lado, a Sum. n. 213 determina a existência do direito à compensação. Cabe à

Fazenda Pública apurar em quanto.

9- Transação

- há projeto de lei sobre o tema.

- tema controverso: fere o princípio da isonomia e da indisponibilidade dos bens públicos.

10- Pagamento antecipado e homologação

- art. 156, VII

- Lembrando... extinção do crédito = pagamento E homologação.

- na forma de constituição do crédito pelo particular, ele ANTECIPA o pagamento e fica

aguardando a homologação da autoridade administrativa:

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1ª) extinção até homologação – sob condição

2ª) extinção após a homologação – definitiva

- este item é importante quando se fala nos prazos prescricionais no caso de indébito

tributário. (art. 168 CTN – “da data da extinção do crédito”).

- na realidade: sobre o que já foi pago não há controvérsia.

2º BIMESTRE

13/04/2011

Garantias e privilégios do CT

1) garantias

- Art. 183, CTN, rol exaustivo.

- Art. 184, CTN, garantia patrimonial

- totalidade de bens?

- responsabilidade ilimitada?

- comporta exceções?

- aplica-se art. 649, I CPC?

- Art. 185, CTN, presunção de fraude

- alienação de bens

- débitos inscritos?

- CLC 118?

- insuficiência de bens

- REsp 1141990/PR, ministro Luiz Fux

- Execução frustrada

- Art. 185-A, CTN, penhora on line! Arresto?!?

- Execuções fiscais têm bloqueios antes da citação? (artigo Conjur)

1) Privilégios

- Art. 186 e ss

- preferências a qualquer crédito trabalhista?

- Falência! Regras diferenciadas (art. 83 e 85, Lei 11.101/05)

- concurso de credores

2) Dívida ativa

- Art. 201, CTN

- características

- etc.

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PEGAMENTO INDEVIDO E PRAZOS PARA RESTITUIÇÃO

- Formas de extinção do crédito tributário, dentre outras (art. 156, CTN)....

- pagamento

- pagamento antecipado/ homologação

- Após pagamento = pagamento INDEVIDO = indébito tributário.

Pagamento indevido

- pagamento a maior,

- quando inexistir dever jurídico de índole tributária

- inocorrência do fato gerador.

- incorreta subsunção do fato à norma.

Contribuinte tem direito à restituição (direito constitucional), devido:

- Vedação do enriquecimento sem causa.

- Direito à propriedade.

Art. 165, CTN

Direito à restituição total ou parcial – independentemente de prévio protesto.

Restituição é direito tutelado pelo art. 165, CTN e pela CF (propriedade).

O artigo 165, CTN, prevê 3 hipóteses de restituição:

I- Cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido

em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias

materiais do fato gerador efetivamente ocorridas;

II- Erro na identificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável,

no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer

documento relativo ao pagamento;

III- Reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.

* reforma (desfazimento por decisão de órgão superior),

anulação (vício formal),

revogação (modificação pelo próprio órgão prolator),

rescisão (ação rescisória).

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Indébito tributário é o valor pago indevidamente a título de tributo, ou seja, em

desconformidade com o ordenamento jurídico brasileiro, fazendo surgir para o sujeito

passivo o direito a restituição de tais valores.

Formas de restituição do indébito

a) Restituição administrativa

- muito demorada

b) Compensação administrativa (cai na próxima prova!!!!)

- depende de lei,

- cada ente político deve instituir uma lei que autorize a compensação (município

de SP não tem, imaginem os outros!),

- há soluções na esfera federal, mas, na prática, esfera estadual e municipal, não.

- !!!! Não confundir com a compensação/ abatimentos na não cumulatividade do

IPI/ICMS) !!!!! / “dinheiro escritural”: destacado na Nota Fiscal.

c) Ação de repetição do indébito tributário (JUDICIAL)

- Legitimidade: quem pagou.

Restituição nos casos de TRIBUTO INDIRETO

Art. 166, CTN

- tributos indiretos e tributos diretos: trata-se de classificação econômica. (Súmula 546,

STF), mas juridicizado pelo art. 166, CTN.

Tributo Direto

- tributo em que o ônus financeiro é suportado pelo próprio contribuinte.

- pessoa legalmente obrigada a seu pagamento suporta efetivamente o ônus.

- não há permissão legal para transferência do encargo de pagamento.

Tributo Indireto

- tributo em que o ônus financeiro é transferido para terceiros.

- a pessoa legalmente obrigada a seu pagamento transfere o ônus correspondente para

terceiros.

- transferência do encargo econômico a um terceiro diferente do sujeito passivo. (porque

destacado na NF).

Contribuintes de fato e de direito

- contribuinte de direito: transfere encargo ao contribuinte de fato.

Exemplo: ICMS, IPI (ambos destacam na NF).

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- empresa quer ter R$ 100,00 líquido. Cálculo “por dentro” (100/ 0,75). Na conta, a

empresa (contribuinte de direito) cobra R$133,33 do consumidor (contribuinte de fato) que

pagará R$33,33 referentes ao imposto.

- a Telefônica (contribuinte direto) não pode pedir restituição quando repassar o

encargo para terceiro (contribuinte de fato).

Art. 166: 2 possibilidades de restituição

1) autorização do contribuinte de fato ao contribuinte de direito.

- contribuinte de direito não pode pedir restituição porque repassa o custo do tributo

(destaca na NF), sob pena de enriquecimento sem causa.

2) não houve declaração expressa, portanto o consumidor direto pagou mas não

transferiu ao contribuinte de fato (prova: mostra as NF demonstrando que, por erro, não

houve o repasse, portanto a legitimidade não foi transferida. Nesse caso o contribuinte

direto tem legitimidade).

- Contribuinte de fato pode pedir restituição? NÃO. Não tem legitimidade porque ele

não tem a GUIA que comprova o recolhimento do tributo (é da empresa).

OBS: se o pagamento feito como tributo, passar a ser considerado “não tributo”, a

repetição do indébito será tratada pelo regime jurídico tributário e não incidirá o regime

jurídico do Código Civil. O montante foi pago “como tributo” e dessa forma deverá ser

pleiteada a restituição.

PRAZOS PARA RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO

(decadência e prescrição do contribuinte)

3) Decadência (?)

- a doutrina discute se pode-se falar em prazo decadencial para o contribuinte.

- em concursos: todos tratam como prazo prescricional.

a) Decadência do direito do contribuinte

- perda do direito de pleitear a restituição do indébito na ESFERA ADMINISTRATIVA.

(art. 169, caput – ação anulatória (SIC), leia-se ação de repetição de indébito).

a.1) Da data do pagamento a maior ou com erro (art. 168, I)

a.2) Da data da reforma (art. 168, II)

b) Prescrição do direito do contribuinte

- perda do direito do contribuinte repetir o indébito JUDICIALMENTE.

b.1) Da data do pagamento a maior ou com erro (art. 168, I) –

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51

* leia-se da data da extinção do crédito tributário

- prazo do pagamento

- prazo do pagamento antecipado

b.2) Prazo de 2 anos (art. 169, caput) – CUIDADO: não errar esse prazo.

- “ação anulatória” = ação de repetição de indébito tributário.

- caso tenha optado pela esfera administrativa, ou seja, se perder na esfera

administrativa o prazo é de 2 anos para entrar na esfera judicial.

- problema: se após 1 ano de processo administrativo o contribuinte perde,

qual o prazo valerá: 2 anos ou os 4 anos? Prof. Rubya defende que o prazo de 2 anos

tem por objetivo assegurar o direito do contribuinte nos casos em que a esfera

administrativa demore muito. Portanto, esse dispositivo é para ampliar e não restringir o

direito do contribuinte.

Em resumo: 5 anos para pleitear na esfera administrativa ou na esfera judicial. Caso opte

pela esfera administrativa, após o término do processo (não importa quanto tempo

demore), o contribuinte que não tiver seu direito atendido ainda tem o prazo

prescricional de 2 anos para ingressar na esfera judicial. (CAI MTO EM CONCURSO)

27/4/2011

Súmula 546, STF “Cabe a restituição do tributo pago indevidamente, quando reconhecido por decisão que o contribuinte de

jure não recuperou do contribuinte de facto o quantum respectivo”.

Lembrando...

Formas de restituição do indébito (art. 165)

1- restituição administrativa (muito demorada)

2- compensação administrativa (art. 170 e art. 170-A, CTN)

- NÃO CONFUNDIR COM A COMPENSAÇÃO/ABATIMENTOS NA NÃO

CUMULATIVIDADE DO IPI/ ICMS – não ter efeito cascata!

3- Ação de repetição de indébito tributário judicial

28/4/2011

Dito de outra forma...

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Prazos (art. 168, CTN)

A- “Decadência” contribuinte

- perda do direito do contribuinte de pleitear o indébito na esfera administrativa.

- qualquer espécie de “lançamento” (constituição do crédito).

1- Da data da extinção do crédito tributário (art. 168, I)

- Exemplo: Extinção do crédito: 20/5/2005 (+ 5 anos): termo final =

- 19/5/2010: se decadência (exclui o último dia, do Direito Civil)

- 20/5/2010: se prescrição.

2- Da data da reforma (art. 168, II)

B- Prescrição: perda do direito de ação judicial.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO e artigos do CTN

- Lançamento de ofício

- PAGAMENTO (art. 156, I)

- termo inicial = data do pagamento

- termo final = (+) 5 anos

- Lançamento por homologação (art. 156, VII)

- PAGAMENTO ANTECIPADO + HOMOLOGAÇÃO

- Se o termo inicial é a data extinção do crédito, nesse caso será do FG (para

homologar tacitamente) (art. 150, §4º e §1º) + 5 anos

- Tese dos 10 (5 + 5) anos para o contribuinte entrar com ação de repetição de

indébito tributário.

- termo inicial = 5 anos após o FG (homologação tácita).

- termo final = 5 anos após a homologação tácita.

Art. 3º, LC 118/2005, de 9//2/2005, entrou em vigor em 09/6/2005.

“Para efeito de interpretação do artigo 168, CTN, a extinção do crédito tributário ocorre

com o pagamento antecipado.”

- A Lei limita o prazo do Fisco de cobrar e também do contribuinte em pedir indébito

tributário.

- Art. 4º, LC 118/2005, parte final: declarado inconstitucional.

- Art. 106, I, CTN: dar forma interpretativa: retroagir.

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Regra de transição: direito intertemporal.

1) para o indébito surgido a partir de 9/6/2005, termo inicial = pagamento antecipado

(5 anos antes do pagamento antecipado).

2) Para o indébito que surgir 5 anos antes de 9/6/2005, ou seja (5+5)

3) Para os indébitos após 9/6/2000 – prazo de 5 anos limitados a 9/6/2005.

9/6/2000----- (5 anos)------- 9/6/2005------ (5 anos)------------ 9/6/2010

- Essa regra foi julgada como Recurso Repetitivo, portanto não há como argumentar, por

exemplo, no caso de um indébito em 2001 (antes da lei), fica “limitado a 9/6/2005”,

portanto (4 + 5) e o prazo final seria 9/6/2010. Se fosse 2002, seria (3 + 5). Se fosse 2003,

seria (2 + 5). Se fosse 2004, (1 + 5). Até a tese dos 10 anos ficar “fora do direito

brasileiro”.

- LER JURISPRUDÊNCIA:

REsp n. 1086871/SC: “Para os recolhimentos efetuados entre 9/6/2000 a 8/6/2005, a

prescrição ocorrerá em 8/6/2010, cinco anos contados da vigência da LC 118/2005.”

EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

ISENÇÃO

Art. 175, I, CTN “Excluem o crédito tributário:

I- a isenção;

II- a anistia.

Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias,

dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.”

- demais art. 176 a 179

Definições

“Dispensa legal do pagamento do crédito tributário.”

(Definição clássica)

“Isenção é a dispensa legal do tributo devido. Na isenção verifica-se o fato gerador e

ocorre a incidência; entretanto, como não é exigido o crédito tributário, em virtude da

dispensa do pagamento, não se recolhe o tributo.”

(Geraldo Ataliba)

“Favor legal concedido por lei, no sentido de dispensar o contribuinte do pagamento do

tributo. É o benefício fiscal da dispensa do pagamento de um tributo devido.”

(Bernardo Ribeiro de Moraes)

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“Não se deve confundir o nascimento do crédito em sentido formal com o nascimento da

obrigação tributária em sentido substantivo: a isenção, sendo uma dispensa de

pagamento, pressupõe, com efeito, a incidência, ou seja, a incidência da obrigação

substantiva. Isenção é o favor fiscal concedido por lei em dispensar o pagamento de um

tributo devido.”

(Rubens Gomes de Sousa, criador do CTN )

- ICMS – vedação expressa da não cumulatividade

Para prof. Paulo, a isenção é uma norma que afronta a regra matriz de incidência,

portanto, não se coaduna com a definição clássica de isenção.

04-5-2011 – anotações KARINA

- ISENÇÕES na estrutura do CTN

Tempo 1: norma jurídica fato gerador obrigação tributária (art. 113, §1º) ilíquida

e inexigível

Tempo 2: “lançamento” tributário crédito tributário pagamento

Tempo 3: norma de isenção/anistia dispensa legal do pagamento

Isenção atinge fatos geradores futuros.

Norma de remissão: sempre estabelece os períodos. Fato jurídico que aconteceu antes da

existência dela.

José Souto Maior Borges:

- hipótese de não-incidência qualificada pela norma.

Tem que aplicar primeiro a norma de isenção para depois aplicar a norma de incidência

tributária.

Paulo de Barros Carvalho:

- incidência para depois se isentar

- nítida cronologia

Isenção:

- norma de estrutura

- atua na norma tributária (RMIT), atingindo parcialmente um dos seus critérios (material,

pessoal, etc)

- atuação concomitante

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Norma de estrutura x Norma de comportamento:

- norma de estrutura: voltada à aplicação das normas (diz como uma norma deve ser

aplicada)

- norma de comportamento: aplicação das condutas

Norma de estrutura é a norma que determina como as normas de conduta devem se

relacionar, além de como devem se modificar e serem produzidas.

Norma/regra de conduta voltam-se diretamente para a regulação do comportamento.

Fenomenologia das isenções

(*) Paulo de Barros Carvalho: a fenomenologia das isenções se dá pelo encontro de duas

normas jurídicas: a RMIT/norma jurídica tributária e a norma de isenção, esta com caráter

supressor da área de abrangência dos critérios da hipótese ou da consequência da

primeira (RMIT).

Obs.: não poderá haver supressão total do critério, pois desconstituiria a norma de

tributação, inutilizando a regra no ordenamento jurídico.

RMIT: antecedente (TEMPORAL, MATERIAL E ESPACIAL) e consequente (PESSOAL:

sujeitos ativo e passivo; e QUANTITATIVO: base de cálculo e alíquota).

Exemplos:

- isenção IPI: produtos produzidos na Zona Franca de Manaus critério espacial

- isenção IR: servidores diplomáticos critério pessoal: sujeito passivo

- isenção IPI: queijo minas critério material

“Isenção é forma inibitória da operatividade da RMIT” – independentemente do nome que

deu o legislador – afetando-se um dos critérios parcialmente será isenção e se dará

exclusivamente no plano normativo, sendo desnecessário pensar em fatos concretos. Com

isso, evita-se o problema daquelas teorias que disputam em saber quem chega primeiro,

se é o fato ou a norma.

Redução de base de cálculo é isenção.

Isenção, no final das contas, não tributa. Redução de base de cálculo, tributa, mas em

valor reduzido.

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05/05/11

Isenção e Lei

- CF, art. 150, §6º + CTN, art. 176

- CTN, art. 175, p. único

- isenção só de impostos? Art. 177.

Art. 177, II – aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

Isenções heterônomas: NÃO podem ser instituídas. CF, art. 151, III

Isenções condicionais e por tempo determinado: art. 178

- onerosidade da contraprestação

- prazo certo

- condições determinantes

Obedecidos os requisitos, vira direito adquirido.

Revogação: art. 178

- Súm. 544, STF: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser

livremente suprimidas.

Isenção incondicional e por tempo indeterminado

- revogada: atende o princípio da anterioridade?

CF, art. 150, III, “b”: exercício

Art. 150, III, “c”: nonagesimal

O STF entende que não precisa atender ao princípio da anterioridade.

ANISTIA

art. 180 Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vigência da lei que a

concede, não se aplicando:

I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa

qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro em

benefício daquele;

II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais pessoas

naturais ou jurídicas.

Perdão – penalidade: cometidas anteriormente à concessão do benefício

Imunidade: norma de incompetência.

- nem pode instituir tributo

- antes da instituição do tributo

As hipóteses são definidas expressamente na CF. a CF pode vir a falar em “isenção”, quer

se dizer em “imunidade”. É uma delimitação da competência.

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57

Isenção

- concedida após a instituição do tributo

- para o tributo: ato lícito

- volta-se para o FUTURO

- nos termos do CTN, isenção é exclusão.

Remissão

- forma de extinção do crédito tributário

- volta-se para o PASSADO

- perdão de ato lícito (tributo devido)

Anistia

- perdão da penalidade: ato ilícito

Não-incidência: tudo que não está na hipótese (fato gerador) da norma. Só fatos não

juridicizados.

TRIBUTOS EM ESPÉCIE

IMPOSTO SOBRE A RENDA

- CF, art. 153, III

- competência: União

- CF, art. 146, III: norma geral em matéria tributária (CTN)

- CTN, arts. 43 a 45

- instituição do IR é feita por lei federal

- regulamentação: Regulamento do Imposto Sobre a Renda (RIR/99)

- Decreto 3.000/59

Princípios Constitucionais

1) capacidade contributiva (CF, art. 145, §1º)

- objetiva: manifestação de riqueza

- subjetiva: capacidade econômica

- art. 153, §2º

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2) Princípio da anterioridade anual e anterioridade nonagesimal

- princípio da anterioridade anual: tributo instituído esse ano só pode ser cobrado no

exercício financeiro seguinte.

- princípio da anterioridade nonagesimal: 90 dias. Art. 150, III, “c”. Tem que atender a

anterioridade anual e a anterioridade nonagesimal.

exceção: 90 dias para o IR – art. 150, §1º, final

09-5-2011

1. Capacidade contributiva

- IR: atende mais à capacidade subjetiva (em relação aos demais tributos que

incidem sobre a capacidade objetiva).

2. Legalidade, irretroatividade etc.

- os princípios se dirigem ao aplicador da lei.

- os princípios são diretrizes da Constituição. Representam os valores que devem

ser respeitados. Quando entram em conflitos, há ponderação que só pode ocorrer

baseada no caso concreto.

3. Anterioridade anual, anterioridade nonagesimal

- Exceção: IR à anterioridade nonagesimal.

4. Princípios informadores do IR (específicos)

- §2º, art. 153 CR/88

- generalidade

- universalidade

- progressividade

- afetam a composição da RMIT (regra matriz de incidência tributária).

- ou seja, a lei que cria o tributo sobre a renda, deve observar esses princípios específicos

(princípios informadores) do IR.

- ler: prof. Paulo Ayres Barreto. Cuidado... ele faz uma inversão de conceitos

(generalidade – universalidade).

Digressão...

Reforma tributária: encontra obstáculo no pacto federativo.

Governo: tem atuado na simplificação da tributação (simples nacional –

tributação menor e engloba vários tributos; há exceções).

Tendência: da informalidade para a formalidade devido à simplificação.

- Fiscalização: acaba sendo mais atuante em relação às empresas maiores.

- Responsabilidade tributária: cada vez mais, as empresas grandes têm

obrigação de reter o imposto em nome de empresa menor subcontratada.

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GENERALIDADE (“todas as pessoas”)

- diz respeito à pessoa que obteve a renda.

- RENDA = resultado. Não se confunde com salários, receita.

- todos que obtiverem renda nominal (acréscimo patrimonial) devem sofrer tributação

(salvo pessoas imunes).

- corolário do princípio da isonomia.

- afeta o critério pessoal – sujeito passivo – contribuinte – portador da renda ou provento.

UNIVERSALIDADE (“todas as rendas”)

- imposto deve incidir sobre todas as espécies de renda.

- a renda é UNA, não se segrega.

- é vedada a segregação da renda para ser tributada por critérios diferentes,

- a renda deve ter o mesmo tratamento para fins de tributação

- NÃO pode ser seletiva em função da essencialidade como acontece no ICMS, IPI, não

pode onerar mais umas rendas em detrimento de outras (ex. maior para cigarros)

- afeta a base de cálculo que deve ser composta por todas as rendas e proventos.

PROGRESSIVIDADE

- quanto maior a renda, maior a tributação.

- aplicar sobre a base de cálculo de maior montante uma alíquota mais elevada.

- alíquotas graduais.

- a alíquota cresce na medida que a base também cresce.

- Não se confunde com a proporcionalidade: porcentagem.

OBS: para que a progressividade possa existir, faz-se necessário que os princípios da

generalidade e universalidade sejam atendidos.

- Exemplo:

- Tabela fictícia de IR

- de 100 mil para cima: 20%

- até 20 mil: 5%

Caso 1:

- ganho 2 x: 100 mil + 100 mil = 200 mil (receita/rendimento)

- despesa: 10 mil

- Renda = 190 mil, alíquota 20% IR = 38.000,00

Caso 2:

- ganho 10 x: 20 mil = 200 mil

- se se aplicar alíquota de 5%, IR = 10.000,00

- se não somar todas a renda da pessoa, não se atenderá a progressividade.

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Proporcionalidade (mesma alíquota independentemente da base de cálculo)

Progressividade (alíquotas graduais ou diferenciadas dependendo da base de cálculo)

RMIT

CRITÉRIO MATERIAL

- indica o fato de conteúdo econômico

- verbo + complemento (= auferir + renda)

- necessidade de esclarecer o conteúdo de “renda”.

Definições e diferenciações

“Renda é o excedente de riqueza obtido num determinado período de tempo, deduzidos

os gastos necessários a sua obtenção”. (Resultado, o que sobra)

“Rendimento é qualquer ganho considerado isoladamente”. (Entrada)

Art. 43, I, CTN: Renda é o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.

Art. 43, II, CTN: Proventos são acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso

anterior.

- Exemplo: aposentadoria.

Como se estabelece a renda?

Após o confronto das entradas/ ingressos/ rendimentos, deduzidas as saídas/

desembolsos/ despesas, ocorridos num determinado período (lapso temporal).

(+) entradas/ ingressos/ rendimentos

(-) saídas/ desembolsos/ despesas

= RENDA (+) ou PREJUÍZO (-)

(Lapso temporal)

Renda tributável =

- riqueza nova, acréscimo patrimonial, resultado positivo.

- resultado positivo de uma subtração: entrada (+)/ saída (-) = saldo positivo em um

lapso temporal.

Ou seja,

(+) rendimentos brutos auferidos

(-) despesas incorridas (deduções e abatimentos)

Em determinado período.

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Se positivo = renda tributável.

- Quem determina quais despesas podem ser deduzidas (despesas dedutíveis)?

- A LEI ORDINÁRIA. Há limites? Sim, conceito constitucional de renda e todos os

princípios que envolvem a construção do conceito de renda (mínimo vital (saúde,

educação, moradia), se pessoa física; se pessoa jurídica, o mínimo para pagar

empregados, manutenção do capital de giro, continuidade da empresa.

- “Tributação exclusiva na fonte” (ex. ocorre em algumas aplicações financeiras, em

ganho de capital): não há devolução no final do ano se houver prejuízo. É inconstitucional

se ocorrer com o salário.

- IR NÃO pode tributar ingressos decorrentes de:

- adiantamentos,

- reembolsos,

- indenizações (parte das férias indenizadas: desde 2006 há instrução normativa da

receita federal de que não pode ser tributada) – aviso prévio indenizado, desapropriação,

atualização monetária.

- Em 2001 houve uma modificação do §1º do art, 143 do CTN (LC 104, 2001): “A

tributação independe da denominação da receita ou rendimento”. Houve ampliação da

base de cálculo? A finalidade da Receita foi ampliar a arrecadação. No entanto, a doutrina

orientou que esse artigo deve ser interpretado como RENDA e não como entrada. Tem

prevalecido.

RENDA É RESULTADO !!!!!! Não pode errar. Renda não se confunde com receita ou

entrada.

SP, 11/5/2011.

CRITÉRIO TEMPORAL

- Indica o momento da ocorrência do critério material, limitando-o no tempo.

- o acréscimo patrimonial (renda) se conformará (ou não) comparando-se uma data de

início com outra de fim.

- regra = exercício financeiro.

- a renda existirá (ou não) em 31 de dezembro de cada ano.

- considera as variações que ocorreram em determinado lapso temporal.

- esse lapso temporal é estabelecido pela Lei Ordinária.

- poderia ser um prazo menor? Sim, mas é conveniente que coincida com o ano civil.

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- a ocorrência do fato jurídico tributário (ou fato gerador) dá-se no último momento de

31/dez. Ele é instantâneo.

- crítica: fato gerador “complexivo” – o fato gerador não é complexo, pois ele é

instantâneo (em 31/dez). Complexa é a base de cálculo e não o fato gerador.

Por exemplo: IPTU: o fato gerador é ser dono de imóvel em 01/01 (também é

instantâneo). A doutrina chama de “fato gerador pendente”.

CRITÉRIO ESPACIAL

- indica limite territorial para que se dê a incidência.

- No IR, o critério especial é amplo e soberano.

- própria soberania, pois colhe todos os rendimentos independentemente do LOCAL

adquirido.

- Princípio da universalidade das rendas (todas as rendas).

- colhe as rendas do território nacional ou fora dele.

- UNIVERSALIDADE x TERRITORIALIDADE

- universalidade de todas as rendas, princípio específico do IR = o critério espacial é a

soberania (para todos os outros tributos a competência é determinada pela

territorialidade).

Questão de prova: critério espacial do IR = soberania (não colocar União na resposta,

pois o critério espacial do IR transcende ao território da União).

CRITÉRIO PESSOAL

- indica os sujeitos ativo e passivo da obrigação tributária.

- sujeito ativo: União (art. 153, III, CR/88)

- sujeito passivo

Contribuintes

Responsáveis

- hipótese de retenção na fonte:

- antecipações

- DIRF

- DIRPF (ajuste anual)

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- Responsabilidade tributária: (art. 128 CTN) quando a lei atribui de modo expresso a

responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da

respectiva obrigação.

- a lei elege um 3º para fazer parte da relação.

- ex. Pagamento do salário. A lei elege que o pagador faça a retenção. O pagador é o

responsável.

- No informe de rendimento: a empresa declara qual o montante da retenção.

- A empresa entrega a DIRF (Declaração de informe de rendimento fiscal) para a

Fazenda Pública que é o espelho da DIRPF (Declaração de informe de rendimento

pessoa física).

- Retenção na fonte = antecipação.

- Tributação exclusiva na fonte = tributação definitiva.

- não tributa renda e sim meros ingressos.

- segrega uma parcela do rendimento auferido sem considerar (no ano base) de

fato o acréscimo patrimonial.

- ex. aplicação de capital.

- para prof. Rubya, trata-se de dispositivo inconstitucional, salvo nos casos de

pagamento de salário de estrangeiros (sem domicílio fiscal no Brasil), para se

preservar a isonomia.

- Está regulamentado no Decreto n. 3.000/99, RIR (Regulamento do Imposto sobre a

Renda).

CRITÉRIO QUANTITATIVO

- é a medida da materialidade (ou seja, do fato gerador).

- indica o montante devido a título de tributo.

- medida do comportamento (auferir renda) previsto na hipótese especificamente no

critério material.

Base de cálculo

- valor do resultado entre entradas e saídas.

- composição complexa: deve observar o lapso temporal.

Formas de apuração (PJ)

- art. 44, CTN + art. 219, RIR/99

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- 3 formas de apuração:

- Lucro real

- todos os ingressos e todas as saídas, por meio da contabilidade

- empresas com possuem ao ano faturamento superior a 2 bi e 400 milhões (média

mensal de 2 milhões).

- não são todas as empresas que podem escolher a forma de apuração.

- Lucro presumido

- cálculo: aplica-se um percentual sobre o faturamento.

- chega-se a uma base de cálculo presumida.

- sobre a bc, aplica-se a alíquota (variável conforme a lei)

- Lucro arbitrado

- sempre por indícios.

- a legislação permite que o próprio contribuinte faça a arbitragem.

- muito pouco usado porque a alíquota é muito maior.

Tabela IR (vigente 1/4/2011) – para PF e PJ

- PF pagando PF: não há retenção. (carnê Leão)

- PF pagando PJ: não há retenção

- PJ pagando PF: retenção (utilizando tabela progressiva)

- PJ pagando PJ: retenção (1% ou 1,5%, art. 647 e s. RIR)

(Progressividade)

Base de Cálculo (mensal) Alíquota Parcela a deduzir

Até 1.566,61

-

-

De 1566,62 até 2.347,85

7,5%

117,49

De 2.347,86 até 3.130,51

15%

293,58

De 3.130,52 até 3.911,63

22,5%

528,37

Acima de 3.911,64

27,5%

723,95

Modo de utilização da tabela: (... pesquisar)

- o princípio da progressividade está sendo atendido quando se utiliza a tabela.

Alíquota PJ = 15% + (no que exceder R$20.000,00) x adicional 10%.

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Ex 1. PJ com lucro real de 500 mil: 500 mil x 15% (+) 480 mil x 10%

480 mil = 500 mil (lucro real) – 20 mil (parcela fixa).

Ex 2.

100 mil de renda x 15% (alíquota) = 15 mil

Adicional de 10% para o valor que exceder 20 mil, no caso, 80 mil x 10% = 8 mil

Total a pagar de IR = 23 mil

(20 mil por período, ou seja, se for trimestral deve-se multiplicar 20 mil x 3)

Super Simples

- CNPJ/ CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica)

- LC 123/2006

- alíquota única, engloba: IRPJ, IPI, CSLL. Cofins, PIS, INSS, ICMS, ISJ

- IR: Lançamento por homologação.

- Na PJ: Lucro = renda

Questões de prova sobre IR

- princípios informadores

- exceção da anterioridade, a anterioridade nonagesimal

12/05/2011

ISS

- Competência: art. 156, III, CR/88.

“Compete aos MUNICÍPIOS instituir impostos “sobre serviços de qualquer natureza não

compreendidos no art. 155, II e os definidos em lei complementar.”

Exclui:

a- art. 155, II: são de competência do ICMS.

- serviços de comunicação e transporte interestadual e intermunicipal,

b- definidos em lei complementar.

- faculdade de instituição:

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- muitos municípios não cobram ISS. Eles conseguem sua receita da parcela de

25% do ICMS que são repassados, proporcionalmente, aos municípios.

- ISS: atende a todos os princípios.

- NÃO atende a não cumulatividade porque é um tributo cumulativo.

Normas gerais

- art. 146, III, LC, CTN.

- art. 156, III, definição de serviços LC, salvo art. 155, II (ICMS).

- CR/88 deixa expressa a necessidade de LC.

Como fica o pacto federativo diante dessa norma que exige LC que é sempre federal?

2 posições da doutrina:

1- Ayres Barreto pai (de Paulo Ayres Barreto): considera que fere o pacto federativo.

2- Não fere o pacto federativo porque a LC, nesse caso, representa o Estado brasileiro (e

não a UNIÃO) e a segurança dos contribuintes (posição prof. Rubya).

STF: se posicionou estabelecendo que a lista é taxativa com interpretação extensiva.

- Qual a lei complementar do ISS? LC 116/2003 (define a lista de serviços).

- Antes de 2003, DL 406/68 – com a “lista serviços” LC 56/87, recepcionados pela

CR/88.

- Súmula Vinculante, STF, n. 31.

- Lançamento por homologação.

CRITÉRIO MATERIAL

- verbo + complemento

- prestar (verbo)

- prestação: obrigação de dar ou fazer

- serviço: fazer (esforço humano a terceiros, caráter negocial)

- NÃO se confunde com relação empregatícia, nem função pública.

- serviços de qualquer natureza (complemento)

- todos?

- não, deve envolver operação negocial (caráter de onerosidade).

Questão: ISS incide sobre todos os serviços de qualquer natureza?

Não. Exceções:

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(i) Não incide sobre os serviços tributados por ICMS (comunicação e transporte

intermunicipal , ou seja, somente sobre os serviços intramunicipal;

(ii) Somente os serviços definidos em lista definida em lei complementar (posição

do STF e de parte da doutrina). A lista é taxativa e comporta interpretação

extensiva.

Em sentido contrário, Ayres Barreto que considera não ser necessário, pois a

lista é meramente exemplificativa para não ferir o pacto federativo.

Em resumo: 3 posições:

1- Não (ver acima),

2- Depende. RE 116121-3 SP. Locação bens móveis -

- A lei nova (2003) sanou alguns erros da lista anterior, mas ainda mantém a

cobrança sobre o que não é serviço (ex. locação de bens móveis, ex. palco) (ver

art. 110, CTN – a lei tributária não pode alterar conceito de direito privado). Nesse

sentido, o STF considera a lista taxativa, mas não aceita a cobrança sobre o que

não é serviço. (a lista tem itens que não são serviços).

3- Sim. Ayres Barreto.

- art. 110 CTN:

Ler: artigo LOGOS:

- deve observar a LC (lei complementar).

- Sobre serviço notarial não deveria incidir ISS (serviço público), mas o STF entende de

maneira diferente.

Conflitos: ICMS ou ISS?

- Software de prateleira (ICMS) e software por encomenda (ISS).

- provimento de acesso à internet

- cyber café e lan house

- franquia

- leasing (ISS e no final ICMS)

CRITÉRIO TEMPORAL

- o fato jurídico (fato gerador) está configurado na efetiva prestação e não na assinatura

do contrato.

- serviços medidos

- serviços não-medidos

SP, 18/05/2011

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CRITÉRIO ESPACIAL

- 2 regras para cobrança ISS:

- localização da sede da empresa que presta serviço.

- localização de onde o serviço foi prestado.

- Antes: vigência do Decreto-lei 406/68, art. 12. “Considera-se o LOCAL da prestação...”

a) a do estabelecimento prestador (gerava guerra fiscal entre municípios)

b) exceção: construção civil: local onde se efetuar a prestação.

- Planejamento: sedes “de fachada” de empresas foram transferidas para “paraísos

fiscais”: por exemplo, Barueri (ISS de 0,5%) em relação à São Paulo (ISS de 5%).

- Há serviços passíveis de se aferir o local da prestação (ex. serviço de segurança) e

outros em que não é possível (ex. serviço de advocacia).

- STJ (2005): “o ISS é devido para o município onde o serviço é prestado”.

- São Paulo: criou a Lei de Retenção (2005). Por essa lei, São Paulo exige que prestador

de fora do município de SP cujo tomador seja de SP recolha e repasse os 5% para o

município de SP.

- tomador: quem contrata o serviço

- prestador:

- Conflito de competência:

- 2 municípios tributando a mesma hipótese de incidência ou o mesmo fato

gerador. ISS descontado da fatura com base no local da prestação e ISS exigido pelo

local do estabelecimento prestador.

- Em matéria tributária: conflito de competência resolvido por LC. NO caso, LC 116/2003.

Estabelece como regra geral:

- Regra: ISS devido para o local do estabelecimento do prestador.

- Exceções (art. 3º) impostos devidos no local da prestação. Rol extenso.

- Para SP NÃO fazer a retenção, exige a prova de que a sede da empresa prestadora de

outro município não é apenas de fachada. Exige o preenchimento do “cadastro de

prestador de serviço”. Ver: Decreto 44.540/04 e Portaria SF 101/2005.

- EC 37/2003. Estabelece que a alíquota mínima deve ser de 2%.

- ou seja, desde 2003, a alíquota mínima é de 2% (EC 37) e a LC 116/2003 estabeleceu a

alíquota máxima de 5%.

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- Na prática: serviços facilmente verificáveis do local da prestação, SP manda fazer a

retenção. Naqueles em que há dúvida, SP não exige a retenção.

- A partir da experiência de SP, outros municípios passaram a fazer leis de retenção.

CRITÉRIO PESSOAL

Sujeito ATIVO:

- Municípios

Competência: - LOCAL do estabelecimento prestador.

- LOCAL da prestação do serviço

Sujeito PASSIVO:

- prestador do serviço: contribuinte (empresa, profissional autônomo)

- NÃO serão considerados contribuintes (art. 2º, II, LC n. 116/2003)

os que prestam serviços em relação de emprego;

trabalhadores avulsos (estivadores, conferentes)

diretores e membros de Conselhos Consultivo ou Fiscal de

Sociedades.

- tomador do serviço: responsável tributário

CRITÉRIO QUANTITATIVO

- base de cálculo = preço do serviço (se oneroso).

- abatimentos:

- deve-se analisar a legislação de cada município.

- em SP, no caso de construção civil, permite que se exclua da base de cálculo os

materiais.

- sub empreitada: excluir o valor da sub empreitada.

- agências de turismo: “comissões” – seara em que há muita controvérsia.

- alíquotas:

- alíquota máxima: 5% (LC 116/03)

- alíquota mínima: 2% (EC 37/03)

“Importação de serviço”

- Novidade da LC 116/03: passou a tributar importação de serviço.

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Conceito de mercadoria, serviço e produtos industrializados (SABBAG, p. 925-6)

Serviço: são bens imateriais, de conteúdo econômico, prestados a terceiros. São

definidos em lei complementar, à luz de expressa disposição constitucional, que deverá

excluir do âmbito do ISS (competência municipal) os serviços de transporte interestadual

e intermunicipal e de comunicações afetos ao ICMS (competência estadual, ar. 155, II

CF).

Mercadorias: são as coisas móveis objeto de comércio. A legislação tributária não

as define, aceitando esse conceito doutrinário, oriundo do direito privado.

Produtos industrializados: (art. 153, IV, CF e art. 46 CTN)

Art. 46 Considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer

operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade

19-0502011

ICMS

Antecessores:

IVC (Imposto de Venda e Consignação): incidia em cascata (cumulativo).

ICM (Imposto sobre circulação de mercadorias, EC 18/65) (não-cumulativo).

ICMS (Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços, CF/88) (não cumulativo).

O “S” adicionado ao ICM = ICMS

- transporte interestadual e intermunicipal,

- comunicação

Antes CR/88: operação circulação de mercadorias ICM (mercadorias).

Após CR/88: + Prestação de serviços (de transporte interestadual e intermunicipal e de

comunicação) = ICMS serviços.

- Lembrando... DF tem competência sobre ISS e ICMS.

Fundamentação constitucional (art. 155, II, CF)

art. 155. Compete aos Estados e ao DF instituir impostos sobre:

II- operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de

transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações se

iniciem no exterior.

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Normas aplicáveis

- CF

- CTN (para regras gerais, por exemplo decadência e prescrição)

- LC 87/96 (Lei Kandir)

- é a lei (mais importante) que regulamenta o ICMS.

- antes da LC (de 1988 a 1996): Convênio ICMS 66/88, conforme ADCT 34, §8º.

- lembrando: privatização das comunicações (1997).

- Leis ordinárias estaduais

- Regulamentos estaduais (RICMS) – decretos estaduais que dispõe sobre “tudo”,

inclusive sobre isenções. Ver RICMS de São Paulo, Dec.45.490/2000 (e posteriores

alterações).

Hipótese de incidência (critério material = verbo + complemento)

a. operações de circulação de mercadoria,

- deve ter caráter negocial.

b. prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal,

- sobre transporte intramunicipal, incide ISS.

c. prestações de serviços de comunicação

d. importação de bem, mercadoria e serviço.

- bens importados por PF, também devem ser tributados. Introduzido devido às

importações de aparelhos de uso médico.

PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

- Legalidade

- Estrita legalidade

- Anterioridade

- do exercício e a nonagesimal.

- Irretroatividade

ICMS (e IPI)

PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE

- art. 155, II, §2º

I- será não cumulativo (...)

II- a isenção ou não incidência:

a) não implicará crédito para compensação (...)

b) acarretará anulação de crédito relativo às operações anteriores.

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Da redação do dispositivo:

- “compensando-se” (melhor utilizar o termo abatimento (não confundir com a

compensação do art. 170, CTN).

- “cobrados” nas operações anteriores: NÃO quer dizer “efetivamente recolhido”, basta

estar destacado na NF. Há transferência do valor destacado para abatimento em

operação subsequente tributada.

- “isenção”:

Exemplo:

A (fábrica) B (Fast Shop) C (consumidor)

R$100,00 Livro de entrada=

Destaque NF R$ 10 R$10 (crédito perante Fisco)

(crédito perante Fisco) **

- ** = no caso de lei posterior que isente o tributo, o contribuinte (no exemplo “B”) deverá

estornar o que foi destacado na NF.

- significado (essência) do principio: é NUNCA tributar.

25-05-2011

Princípio da não-cumulatividade

Art. 155, §2º CF

I- será não-cumulativo....

II- A isenção ou não-incidência

a- Não implicará crédito para compensação,

b- Acarretará anulação do crédito relativo às operações anteriores

- aproveitamento de ICMS cobrado de PJ (transferido ônus na NF, destacada, em

determinada operação).

- Expressões: “crédito” x “débito”

- Incidência de ICMS em cada operação ou prestação determina o surgimento de

uma relação de crédito em favor dos contribuintes.

- dependendo do lado da relação jurídica, o contribuinte pode ser credor ou

devedor do tributo.

- abatimento/ compensação ≠ art. 170, CTN ≠ devolução IRRF. Será questão de

prova!!!

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- art. 170, CTN trata de restituição de indébito tributário, exige LEI (questão de

prova) e não se confunde com o abatimento. Também não confundir com a devolução de

IR.

- princípio da não-cumulatividade: eficácia plena, está na CF, não precisa de lei.

- São 3 direitos distintos que não se confundem:

1- Extinção do crédito do art. 170, CTN (dentre elas a compensação)

2- Devolução de IR.

- é antecipação de pagamento tributário.

3- Princípio da não-cumulatividade:

- crédito escritural (refere-se à operação comercial e não está atrelada ao bem

específico).

- somente de ICMS

- Crédito escritural

- débito superior ao crédito: imposto a pagar.

- crédito superior ao débito: créditos a transferir (escrituralmente) para o próximo

período de apuração.

- “Devido em cada operação” e “Montante COBRADO nas operações anteriores”: significa

“destacado” na NF, ou seja, se o montante está DESTACADO NA NF, HÁ O DIREITO DE

ABATIMENTO ESCRITURAL EM OPERAÇÃO SUBSEQUENTE TRIBUTADA DE ICMS.

- comprovação do pagamento: GUIA.

OBS: só falar em “contribuinte de fato” e “contribuinte de direito” quando se tratar em

consumidor final.

EXEMPLO prático:

1)

Fábrica: “COMPUTADOR”: R$1.000,00; ICMS 10% = R$100; TOTAL: R$1.100,00

NF (de saída): Livro de Registro de Saídas R$100,00 (-), Livro de Registro de Entrada (0).

Livro de apuração: R$ 100,00 (-).

2)

Empresa DS7: “computador”

NF (de entrada): Livro de Entrada; R$100,00 (+)

Venda do “computador”: R$1.200,00. NF R$ 1.200,00; ICMS 10% = R$120,00; TOTAL R$

1320,00.

Escrituração:

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Livro de Entrada: R$100,00 (+), Livro de Saída: R$120,00 (-), Livro de Apuração: R$20,00

(portanto, a empresa comercializadora pagará somente R$20,00 de ICMS em

observância ao princípio da não-cumulatividade.)

3) Oi

- Novo distribuidor “Fast Shop”.

“o crédito está negativo (escrituralmente) porque será abatido do que será pago ao Fisco”.

Isenção e a não-incidência

Exemplo:

1- Fábrica

NF: valor = 1000,00, ICMS(10%) destacado = 100,00; total= 1100,00.

Escrituração: Livro saída: R$ 100,00 (+)

2- Loja DS7

NF:

Escrituração: Livro de Entrada: R$100,00 (-) (crédito perante o Fisco).

3- Lei isentiva ICMS de determinado bem.

Exclui

4- Loja DS7

Por disposição constitucional( art. 155, §2º, II) quando há isenção.

Escrituração: Livro de Registro de entrada R$100,00 – ANULA o crédito.

Livro de Saída – isento

Livro de apuração: 0,00

Redução de alíquota (redução de base de cálculo “isenção parcial”)

2 correntes:

1- Pro Fisco: redução da base de cálculo = isenção parcial (anula o crédito) –

“SALVO, disposição contrária em lei” (na lei há permissão de manutenção do crédito).

2- Pro Contribuinte: mantém o crédito. Entende-se que não se retira o critério

quantitativo, apenas há seu rebaixamento. Portanto, não é isenção.

Não incidência

- será determinada por lei.

- para nova tributação, deverá existir nova lei instituindo a tributação daquele bem

específico.

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PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE

- em função da essencialidade. Existe tanto para o IPI quanto para o ICMS.

- redação constitucional:

- ICMS: “poderá” ser seletivo...

- os mais conservadores interpretam como “deverá”, mas na prática cobra-se

25% de serviços essenciais (comunicação).

- IPI: “deverá” ser seletivo. Tabela TIPI.

- se materializa com a alteração das alíquotas.

- volta-se para quem vai consumir o produto ou serviço.

- IPI: DEVERÁ ser seletivo. Tem variação das alíquotas devido à essencialidade.

- ICMS: PODERÁ ser seletivo. Na prática, há tributação de serviços essenciais, não

se atendendo o princípio da seletividade. (Ler Roque Carrazza).

26-05-2011

Prova Tributário: 06/06/2011, 8h

OBS: ISS, pesquisar Súmula vinculante, STF 31.

- cai compensação (art. 170, CTN)

ICMS-Mercantil

CRITÉRIO MATERIAL

- operação

- negócio jurídico (deve manifestar riqueza)

- circulação

- física ou jurídica

- deve ocorrer transferência de titularidade

- mercadoria

- objeto de mercancia

- para o consumidor final, o objeto é bem, não mercadoria.

- na empresa: há distinção entre o estoque (mercadorias) e o ativo fixo (nesse

caso, a finalidade é

- Lei 87/96: vedação expressa no aproveitamento do ICMS:

- bens utilizados administrativamente

- energia elétrica (é mercadoria)

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- Para os equipamentos (ativo imobilizado) relacionados em a atividade fim: se

aproveita, mas com regra diferenciada de prazo de 48 meses da mesma forma que a

energia elétrica, nos casos de indústria.

- O princípio da não-cumulatividade é abrangente e não deveria ser limitado de não

tributação, mas aos poucos, as leis mitigaram esse princípio estabelecendo critério de não

aproveitamento.

OU seja:

CRÉDITO:

- ICMS não-cumulativo

- limitações: LC 87/96

NÃO tem crédito: (LC 87/96)

- bens de consumo (parte administrativa)

- energia (ver abaixo: exceção no caso de fábrica)

TEM crédito:

- mercadoria para revenda

- insumo

* como? Decadência em 5 anos.

- bens ativos imobilizados (máquinas da fábrica)

- energia (no caso de fábrica)

- equipamentos de operação Telecom (somente para empresas de Telecom)

* como? Divididos em 48 meses.

ALÍQUOTAS

- operações internas (dentro do Estado)

- em regra: média 17%, 18%,

- bebida: 25% (princípio da seletividade)

- operações interestaduais.

- 8%

- Diferencial de alíquota: é a diferença de alíquota que será recolhida (paga) no

Estado destinatário do produto.

Regra: saída a 12% e paga-se a diferença sobre a alíquota interna do Estado de chegada.

Exceções: (chegada) Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Espírito Santo: 7%

- Exemplo: Entre 2 PJ: SP (-MG (alíquota interna de 18%)

Exemplos:

- De SP (12%) para MG (6%, se alíquota for de 18% em MG).

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- De SP (7%) para ES (11%, se alíquota de 18% no ES)

- De ES (7%) para CE (11%, se alíquota de 18% no CE)

OBS: Entre PJ enviando para Pessoa física de qualquer lugar: colocar alíquota total do

Estado de saída

Regra matriz de incidência tributária: ICM Mercantil

Hipótese

CRITÉRIO MATERIAL:

Realizar + operações de circulação de mercadoria.

CRITÉRIO ESPACIAL

Territórios + Estados + DF

CRITÉRIO TEMPORAL

Momento da saída da mercadoria.

Importância: saber quando deve-se pagar o imposto. (apura-se em determinado mês, e

paga-se no mês subsequente)

Consequente

CRITÉRIO PESSOAL

Sujeito ativo: Estado, DF, de saída.

Sujeito passivo: contribuinte ou responsável (substituto tributário).

CRITÉRIO QUANTITATIVO

Base de cálculo: valor da mercadoria (é a medida da materialidade).

Alíquotas: variáveis.

ICMS- Serviços

- Transporte interestadual e intermunicipal.

- Comunicação.

ICMS- Comunicação

Imunidade 1: Exportação, art. 155, II, §2º, X, “a”, CR/88.

- ou seja, produto vendido para empresa no exterior: 0 (isenção) de ICMS, trata-se de

saldo credor com o nome próprio de crédito acumulado, que pode ser utilizado, nos

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termos da legislação específica de cada Estado, pode-se comprar máquinas etc. Deve-se

conseguir o reconhecimento da Fazenda desse crédito acumulado.

.

- Exemplo:

Laura--------- Telefônica------------ Orange--------------- tia da Laura

- Orange: prestadora

- Telefônica: tomadora

Tia da Laura-------- Orange------- Telefônica--------- Laura

-

Imunidade 2- Específica para serviços (art. 155, II, §2º)

- se há gratuidade do serviço, não há falar em imunidade.

Ler artigo da prof.

Pensar nas seguintes questões:

- o que é prestação de serviço.

- conceito de prestação de serviço para o ISS, para o ICMS, para o ICMS-

comunicação são equivalentes?

- o que é comunicação?

- o que é prestação de serviço de comunicação?

01-6-2011.

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

- a doutrina aprofunda a conceituação de “serviços” quando se fala do ISS, porque é

específico desse tributo.

- prestação: vem do Direito Civil: envolve obrigação de dar ou de fazer.

- prestação de serviço: envolve obrigação de fazer.

- Súmula 31: locação de bens móveis, não se trata de prestação de serviço.

- art. 110 , CTN

- não adianta ter na lista alguma coisa que não seja prestação de serviço.

- ISS: tributa-se serviço efetivamente prestado.

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No caso do ICMS:

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO- COMUNICAÇÃO

Efetiva prestação de serviço- ICMS.

Efetiva comunicação

Processo comunicacional

CONTEXTO

EMISSOR (codificação)--------------------- CANAL--------------(decodificação) RECEPTOR

receptor primário Mensagem emissor secundário

Código

- o serviço de comunicação é viabilizado pelo CANAL.

- 3º coloca à disposição um meio para A e B se comunicarem, a título oneroso.

- 3º disponibiliza o canal.

- Daí, surgem as figuras:

- do tomador do serviço

- do prestador do serviço (3º estranho (fora) da comunicação).

- Exemplo:

- TV a cabo: contrata-se o CONTEÚDO, não o CANAL.

- provimento de acesso à internet: é comunicação?

STJ: art. 61 da Lei 9.472/97 (Lei Geral das Telecomunicações) o que se agrega ao

serviço de telecomunicação não ......

Decisão do STJ: (súmula 334) faz coisa julgada somente entre as partes. Não é súmula

vinculante. Súmula é direcionamento jurisprudencial.

Portanto, tem-se cobrança de 5% ISS.

- atos meramente preparatórios: serviço técnico

- serviço medido X serviço não medido

- telefone: serviço medido.

- empresas grandes: equipamentos de transmissão de dados: serviço não medido.

Previsto em contrato.

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- Direito Tributário: está preocupado com os FATOS e não com o CONTRATO.

ICMS- Transporte

- transporte: deslocamento

- regido pelo Código Civil.

- Exceção: transporte de PASSAGEIRO aéreo: para fins de equiparação com as

empresas internacionais que não pagam.

Ler: não-cumulatividade de Leandro Paulsen. (cai no exame).

IPI

1. Fundamento constitucional: art. 153, IV e §1º e §3º.

- competência: UNIÃO.

- exceção ao princípio da legalidade: permitido majoração ou diminuição por decreto.

- “decreto”: estabelecido na legislação infraconstitucional, especificamente TIPI.

2. Legislação infraconstitucional:

- CTN, art. 46 a 51

- Lei n. 4.502/64 (e alterações)

- RIPI – Decreto 7.212/2010 (Regulamento IPI)

- TIPI – Decreto 6006/06 (determina as alterações das alíquotas)

- alíquota: 0%

- NT: não tarifado

- isento

3. Princípios basilares específicos:

- SELETIVIDADE: art. 153, §3º, I CF e art. 48, CTN.

- deverá observar em função da essencialidade do produto.

- ICMS: o princípio da seletividade é faculdade.

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- NÃO-CUMULATIVIDADE: art. 153, §3º, II CF e art. 49, CTN.

- não há exceção.

4. Exceções aos princípios em geral:

- LEGALIDADE: majoração por “decreto”.

- ANTERIORIDADE: não se aplica a anterioridade do exercício, apenas a

anterioridade dos 90 dias, no mínimo.

5. Critério a ser observado

- §3º, IV (art. 153, CR)

- bens de capital: bens utilizados na abertura da empresa.

- procurar a definição contábil de bens de capital.

Regra Matriz de Incidência Tributária

- produtos industrializados: deve envolver “operação”.

- verbos (art. 46, CTN):

- importar

- industrializar

- arrematar

- OBS: a lei do IPI revogou a instituição de IPI na arrematação. Nada impede que seja

instituído novamente. Portanto, hoje não se cobra IPI sobre arrematação.

Conceito de industrialização

- parágrafo único, art. 46, CTN.

- modificação de natureza

- modificação de finalidade

- aperfeiçoamento para consumo

+

- negócio jurídico (operação negocial)

Eduardo Domingos BOTALLO:

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Considere industrializado o produto que: “mercê de uma operação física, química,

mecânica ou técnica, adquire utilidade nova, ou de algum modo se mostre mais bem

ajustado para consumo.

SP, 02-6-2011

CRITÉRIO MATERIAL

“industrializar”

Espécies do gênero industrialização

(i) Transformação: aquela que, exercida sobre matéria-prima ou produto

intermediário, importe na obtenção de espécie nova. Exemplos: preparação de

sorvetes, confecção de toalhas, fabricção de ferramentas.

(ii) Beneficiamento: a que importe modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma,

alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento, ou a aparência do protuo.

Exemplos: bordados feito em toalhas, a gravação pelo processo de serigrafia

em vidros, tecidos, etc.

(iii) Montagem: a que constitua na reunião de produtos, peças ou partes e de que

resulte um novo produto ou unidade autônoma, ainda que sob a mesma

classificação fiscal. Exemplo: aparelhos eletrônicos, telefones.

(iv) Acondicionamento ou recondicionamento: a que importe em alterar a

apresentação do produto pela colocação de embalagem, ainda que em

substituição do original, SALVO quando a embalagem se destine apenas ao

transporte da mercadoria. Exemplo: engarrafamento de vinho.

- nesse item há controvérsia:

(v) Renovação ou recondicionamento: a que exercida sobre produtos ou parte

remanescente de produto deteriorado ou inutilizado, renove ou restaure o

produto para utilização. Exemplo: recauchutagem e recapeamento de pneus.

- o CTN faz uma interpretação bem ampla do conceito de industrialização, abarcando

inclusive a importação de produtos industrializados e a arrematação.

- Decreto 7.212/2010 – RIPI, art. 5º: contempla as operações que NÃO considera

industrialização.

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RMIT - INDUSTRIALLIZAR

Hipótese (art. 46, CTN)

- CRITÉRIO MATERIAL

- industrializar (verbo) + produto (complemento)

- CRITÉRIO TEMPORAL

- saída do produto do estabelecimento industrial (nos termos da legislação, ou seja,

por equiparação, sendo que uma filial pode ser o estabelecimento).

- CRITÉRIO ESPACIAL

- qualquer lugar do território nacional.

Consequente

- CRITÉRIO QUANTITATIVO

- Base de cálculo: preço operacional (art. 47, CTN)

- Alíquota: TABELA TIPI

- CRITÉRIO PESSOAL

- sujeito ativo: União

- sujeito passivo: estabelecimento industrial

RMIT – ARREMATAR

Obs: hoje NÃO se cobra IPI sobre arrematação porque a lei foi revogada. Nada impede

que se faça uma lei e, nesse caso, deveria obedecer a seguinte RMIT.

Hipótese

- CRITÉRIO MATERIAL

- arrematar (verbo) + produtos industrializados apreendidos ou abandonados

(complemento).

- CRITÉRIO TEMPORAL

- momento da arrematação (nota de venda do leiloeiro)

- CRITÉRIO ESPACIAL

- local da arrematação

Consequente

- CRITÉRIO QUANTITATIVO

- Base de cálculo: preço do arremate

- Alíquota: % fixado em lei

- CRITÉRIO PESSOAL

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- sujeito ativo: União

- sujeito passivo: art. 51, IV, CTN: o arrematante de produtos apreendidos ou

abandonados levados à leilão.

RMIT - IMPORTAR

Hipótese

- CRITÉRIO MATERIAL

- importar (verbo) + produto industrializado (complemento)

- CRITÉRIO TEMPORAL

- momento do desembaraço. (D.I. : nome do documento do desembaraço)

- CRITÉRIO ESPACIAL

- repartições alfandegárias

Consequente

- CRITÉRIO QUANTITATIVO

- Base de cálculo: preço + ii (imposto importação) + taxas + encargos (seguro)

- Alíquota: % TIPI

- CRITÉRIO PESSOAL

- sujeito ativo: União

- sujeito passivo: importador

- IPI: não precisa observar o princípio da anterioridade (é extrafiscal).

PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE DO IPI

Art. 153, §3º, II

OBS:

1- “cobrado” = basta estar destacado na NF.

2- Posição de Paulsen: em seu livro, o autor coloca sua posição de Juiz.

3- Redação constitucional (em comparação com o ICMS): independentemente do que

acontece, tem-se o direito ao crédito se a saída for isenta ou não-tributada

(mantém-se o crédito).

Exemplo:

ENTRADA-------- SAÍDA

Tributada IPI Imunidade

Ex: Isenção

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Insumos NT

Alíquota zero

(tabela TIPI)

Crédito-------------------------------------------aproveita-se na próxima operação tributada.

- NÃO há estorno de crédito quando a operação subsequente não for tributada.

- acumula-se o crédito por 5 anos.

- o princípio da não-cumulatividade do IPI não precisa de lei autorizativa. Tem plena

efetividade.

- o princípio da não-cumulatividade do IPI não comporta exceções.

- valor constitucional: desonerar o produto na cadeia.

- Exemplo: Insumos adquiridos com (imunidade, isenção, alíquota zero, NT)

- Crédito presumido: admitia-se um crédito presumido de IPI de insumos não tributados

para que, na cadeia, aqueles insumos não serem NUNCA tributados.

ENTRADA SAÍDA

Insumos Produto tributado

Não- tributados

- há diferimento

Exemplo1: modo de operação de antigamente (funciona ainda somente para isenção)

ENTRADA SAÍDA JURISPRUDÊNCIA

Novo produto: 300,00

Insumo1: 100,00 (sem IPI) TIPI: 30% aplicar 100,00 (insumo)

Insumo2: 200,00 (20% IPI)

LRE: 40,00 IPI 90,00 IPI LRE: 40,00 LRS 90,00

30,00

APURAÇÃO: 20,00 IPI

Desde 2007: decidido que não há crédito presumido nos casos de imunidade, alíquota

zero, NT. Somente se admite no caso de isenção.

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Exemplo de questão de prova: construa a RMIT do IPI. OBS: qdo dissertar sobre

“industrializar”, deve-se falar sobre todos os significados de industrializar.

- diferenciar o princípio da não-cumulatividade no IPI e ICMS.