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AS CONCEPÇÕES DE FORMAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL DE 1960 A 2000 - NA FACULDADE PAULISTA DE SERVIÇO SOCIAL PAULISTA, Maria Inês Doutoranda em Educação Universidade Nove de Julho- UNINOVE-SP Orientador: Prof. Dr. Carlos Bauer [email protected] Introdução A Faculdade Paulista de Serviço Social apresenta uma longa trajetória e um importante papel na formação dos profissionais da área, por isso julgamos que essa instituição de ensino superior possui uma relevância tanto social quanto educacional (científica), configurando-se como nosso objeto de pesquisa a investigação da concepção de formação profissional adotada por ela no período de 1960 a 2000. A trajetória histórica do Serviço Social no Brasil, e que o marcou profundamente, tem suas origens atreladas à doutrina social da Igreja Católica, com as formas de assistência social desenvolvida a partir da mobilização do seu movimento leigo, durante a segunda metade da década de 1920, predominantemente pertencentes à burguesia e às aristocracias agrárias e posteriormente com sua ligação com o Estado. A criação da primeira Escola de Serviço Social no Brasil, especificamente em São Paulo, foi em 1936, quando se aprofundou o processo de repressão ao movimento popular, principalmente o operário, pois se situou na implantação da ditadura do Estado Novo (1937-1945) do governo de Getúlio Vargas. Assim, de acordo com Raichelis (1988), o Serviço Social surgiu como um departamento especializado de ação social que deveria funcionar como alternativa à caridade e à repressão.

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  • AS CONCEPES DE FORMAO DO ASSISTENTE SOCIAL DE 1960 A

    2000 - NA FACULDADE PAULISTA DE SERVIO SOCIAL

    PAULISTA, Maria Ins Doutoranda em Educao

    Universidade Nove de Julho- UNINOVE-SP

    Orientador: Prof. Dr. Carlos Bauer [email protected]

    Introduo

    A Faculdade Paulista de Servio Social apresenta uma longa trajetria e um

    importante papel na formao dos profissionais da rea, por isso julgamos que essa

    instituio de ensino superior possui uma relevncia tanto social quanto educacional

    (cientfica), configurando-se como nosso objeto de pesquisa a investigao da

    concepo de formao profissional adotada por ela no perodo de 1960 a 2000.

    A trajetria histrica do Servio Social no Brasil, e que o marcou profundamente,

    tem suas origens atreladas doutrina social da Igreja Catlica, com as formas de

    assistncia social desenvolvida a partir da mobilizao do seu movimento leigo, durante

    a segunda metade da dcada de 1920, predominantemente pertencentes burguesia e s

    aristocracias agrrias e posteriormente com sua ligao com o Estado.

    A criao da primeira Escola de Servio Social no Brasil, especificamente em So

    Paulo, foi em 1936, quando se aprofundou o processo de represso ao movimento

    popular, principalmente o operrio, pois se situou na implantao da ditadura do Estado

    Novo (1937-1945) do governo de Getlio Vargas.

    Assim, de acordo com Raichelis (1988), o Servio Social surgiu como um

    departamento especializado de ao social que deveria funcionar como alternativa

    caridade e represso.

  • A partir da dcada de 1940 ocorreu a ampliao do campo de ao do Servio

    Social em funo da nova fase da ordenao das relaes capitalistas e do seu crescente

    papel no Estado, acarretando profundas mudanas econmicas, polticas e sociais para o

    pas, iniciados pelo crescente processo urbano-industrial.

    A dcada de 1950 foi palco da implantao dos grandes parques industriais, das

    siderrgicas, marcando a fase de poltica desenvolvimentista do ps-guerra, a

    consequente corrida ao consumismo e a grande influncia norte-americana.

    As mudanas ocorridas no mundo na dcada de 1960, a evoluo das Cincias

    Sociais, os questionamentos profundos acerca das estruturas polticas, econmicas e

    sociais vigentes, marcaram a reflexo dos assistentes sociais em relao sua

    participao neste processo.

    Iniciou-se neste perodo o chamado Movimento de Reconceituao, que,

    impulsionado pela tomada de conscincia de alguns profissionais da realidade sul-

    americana, promoveu vrios debates com vistas renovao das concepes de

    formao do Servio Social, obtendo inmeras mudanas e debates na dcada de 1970.

    No incio da dcada de 1980, j no regime da Nova Repblica, como afirma

    Carvalho (1993), ocorreu a aprovao de um novo currculo no campo do Servio

    Social. Autores como Carvalho e Iamamoto (1988, 1992), Netto (1996, 1998), Raichelis

    (1988), Yasbeck (1993, 2005) e outros autores do Servio Social, ajudaram a esboar

    o quadro da evoluo do Servio Social na diviso social do trabalho na sociedade

    capitalista apresentando as contradies e posies inerentes profisso.

    A dcada seguinte trouxe para o Servio Social o Cdigo de tica Profissional em

    1993 e a maturao do Projeto tico-poltico, incorporado pela categoria dos assistentes

    sociais.

    Para um entendimento desta evoluo ou no do Servio Social e da formao

    principalmente na FAPSS, que julgamos interessante abordar esses aspectos

    filosficos. Comeamos com a filosofia neotomista, a primeira e de grande repercusso,

    passando pela positivista, a funcionalista, a estrutural-funcionalista, a fenomenolgica e

    a marxista

  • Optamos por um tratamento que desvelasse a trajetria da faculdade e de sua(s)

    concepo(s) de formao legitimada historicamente, por esta razo, utilizamos como

    referencial analtico o mtodo histrico-crtico. Fizemos uso da abordagem qualitativa e

    empregamos a anlise de contedos para o tratamento, a sistematizao e a

    interpretao dos depoimentos.

    Realizamos entrevistas semiestruturadas: Os sujeitos entrevistados foram: dois

    assistentes sociais formados pela FAPSS, formada em 1972, que trabalha na Prefeitura

    de So Paulo, e outro que terminou sua graduao em 1988 e trabalha no Tribunal de

    Justia. So duas dcadas diferentes de formao muito significativas para o Servio

    Social. Atualmente, alm de exercerem cargos de assistentes sociais na esfera pblica,

    so docentes da Faculdade Paulista de Servio Social. Alm de duas assistentes sociais

    formadas recentemente para promover um contraponto e entender como as concepes

    de formao profissional se evidenciaram no passado e como se apresentam na

    contemporaneidade.

    Uma das assistentes sociais est formada desde 2005 e trabalha na

    rea da Sade Mental, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas e na unidade de psiquiatria da Universidade Federal de So Paulo da Escola

    Paulista de Medicina. A outra assistente social entrevistada trabalha na Coordenadoria da Mulher e da Igualdade Racial na Prefeitura do Municpio de Guarulhos.

    Acreditamos ser importante essa diversificao dos entrevistados a fim

    de apreender a concepo de formao em diferentes perodos e verificar se houve ou no mudanas nas concepes de formao empreendidas pela Faculdade Paulista de Servio Social- FAPSS.

    Utilizamos a anlise de contedo, para a anlise da pesquisa, pois, conforme

    enfatiza Minayo (2003), visa a verificar hipteses e/ou descobrir o que est por trs de

    cada contedo manifesto. (...) o que est escrito, falado, mapeado, figurativamente

    desenhado e/ou simbolicamente explicitado sempre ser o ponto de partida para a

    identificao do contedo manifesto (seja ele explcito e/ou latente). A anlise e a

    interpretao dos contedos obtidos enquadram-se na condio dos passos (ou

    processos) a serem seguidos.

    De acordo com Trivios (1987):

  • um mtodo que pode ser aplicado tanto na pesquisa quantitativa como

    na qualitativa. Este mtodo como diz Bardin, se presta para o estudo das

    motivaes, atitudes, valores, crenas, tendncias, e para o desvelar das

    ideologias que podem existir nos dispositivos legais, princpios,

    diretrizes, que, simples vista, no se apresentam com a devida clareza.

    Por outro lado, o mtodo de anlise de contedo, em alguns casos, pode

    servir de auxiliar para o instrumento de pesquisa de maior profundidade e

    complexidade, como o , por exemplo, o mtodo dialtico. Neste caso, a

    anlise de contedo forma parte de uma viso mais ampla e funde-se nas

    caractersticas do enfoque dialtico. (TRIVIOS, 1987, p. 138).

    As principais concepes de formao profissional do Servio Social

    A formao profissional do assistente social brasileiro no pode ser dissociada

    dos determinantes histricos conjunturais da realidade onde se expressa. A profisso

    surgiu primeiramente como uma forma organizada de praticar a caridade de carter

    assistencial; suas primeiras intervenes constituam-se em distribuir bens materiais,

    fazer um trabalho educativo no sentido de conhecer as necessidades de cada pessoa e

    poder dar conselhos, alm de ajudar a prevenir os problemas derivados da pobreza.

    Diferentes concepes filosficas e tericas permeiam o processo de formao

    do assistente social; claro est que elas no so estanques, aparecem de forma mais ou

    menos intensas em cada momento histrico, mesclam-se; a sistematizao apresentada

    tem o propsito didtico de dar suporte epistemolgico.

    Para tanto, procuraremos apontar as mais influentes teorias que influenciaram a

    formao profissional do assistente social oferecidas pelos cursos em geral, e, de

    maneira especfica, a realizada pela Faculdade Paulista de Servio Social (FAPSS),

    objeto de nosso estudo, procurando entender sua trajetria, suas acomodaes e

    rupturas. Evidentemente proporcionando apenas um panorama em to vasto assunto.

  • Como se posiciona a FAPSS frente a estes pressupostos? Foi influenciada de

    maneira determinante pelas vrias correntes filosficas ou permaneceu atrelada

    proposta inicial de influncia catlica? E porque nosso interesse em verificar a formao

    profissional desta faculdade?

    O Servio Social buscou sua fundamentao terica nas Cincias Sociais e est

    sujeito s vrias correntes de pensamento que expliquem e que possam dar subsdios

    para sua atuao. Desse modo, entre outras disciplinas do conhecimento humano como

    a Histria, a Sociologia, a Antropologia e a Psicologia fazem parte de seu referencial.

    Assim, apresentaremos as principais concepes de formao profissional que

    influenciaram o Servio Social e posteriormente a que esteve presente na Faculdade

    Paulista de Servio Social.

    1. A concepo neotomista

    A orientao filosfica que norteou o Servio Social em sua origem foi a filosofia

    baseada no neotomismo. O neotomismo foi o inspirador da viso de pessoa humana, de

    mundo e do bem comum que iluminou a teoria e a prtica dos profissionais formados

    nas primeiras escolas, postulados por esta perspectiva filosfica, baseada no pensamento

    de So Toms de Aquino e incentivado pela Igreja Catlica.

    De acordo com esta orientao, conforme aponta Mascaro (2007), o homem no

    se salvaria apenas pela f, mas tambm por suas obras. As boas aes teriam um papel

    similar f, o de levar o homem sua salvao, ao mesmo tempo em que permite

    enxergar a sociedade como um objeto de anlise, mas no liberado da teologia. Os

    desgnios de Deus ainda presidem a lgica do mundo.

    Entende-se por "tomismo" o conjunto das doutrinas teolgicas e filosficas de

    Santo Toms de Aquino (1225-1274), um dos principais nomes da filosofia medieval,

    consideradas as expoentes do pensamento escolstico, que buscam a harmonia entre o

    racionalismo aristotlico e a tradio revelada do cristianismo. Por outro lado ou no

    mesmo lado surgida no sculo XIX, "neotomismo" a corrente filosfica que busca

  • reviver e atualizar o pensamento e a teologia de Santo Toms de Aquino o tomismo

    com o objetivo de resolver problemas contemporneos.

    A concepo de homem dos primeiros assistentes sociais brasileiros situava-se no

    plano metafsico. A formao profissional era orientada pela doutrina catlica que

    entendia o homem como portador de valor soberano a qualquer outro valor temporal,

    isto , tinha um valor temporal e um atemporal, sendo este predominante sobre o

    primeiro. Os verdadeiros princpios eram imutveis. Ferreira (1939) analisava e

    interpretava a sociedade como a instncia na qual o homem podia completar-se e

    realizar-se como pessoa humana.

    Na anlise de Junqueira, podemos entender como era a concepo de homem baseada

    nesta filosofia:

    O homem como ser livre, inteligente e social, com direito de encontrar na sociedade os meios necessrios sua sobrevivncia e pleno desenvolvimento como pessoa humana. Da se deduzia o

    sentido do bem comum e a imperiosidade da justia social o indivduo para a sociedade e a sociedade para a pessoa humana, cidado. (JUNQUEIRA, 1980, p. 30-31)

    Entre os muitos divulgadores do neotomismo, o

    filsofo e pensador francs Jacques Maritian, cuja obra quase toda foi traduzida para o espanhol e o portugus, tornou-se referncia para os autores catlicos da Amrica Latina e do Brasil.

    No Brasil, Alceu Amoroso Lima, conhecido como

    Tristo de Atade, foi seu mais destacado representante. Reconhecido publicamente como crtico literrio e pensador catlico, sempre se envolveu com a poltica e as questes sociais. Alm do que, foi diretor do Centro Dom Vital e da revista A Ordem, tornando-se um ativo lder das correntes catlicas

    conservadoras, sobretudo como presidente da Ao Catlica (1932-1945). Influenciou desse modo toda a filosofia que orientou o incio da formao profissional do assistente social brasileiro.

    De acordo com essa concepo, o Servio Social teria como objetivo moldar o

    homem para integr-lo aos valores defendidos por esta filosofia. A partir desse

    pressuposto neotomista, os primeiros assistentes sociais idealizavam um projeto

    societrio que contemplasse as duas dimenses do homem: o corpo e a alma, e

  • recusavam como, sugeria a Igreja, o comunismo e o liberalismo1. Seu objetivo era a

    reeducao de valores morais e obedincia aos princpios cristos, que se realizaria caso

    fossem asseguradas as mnimas condies de bem-estar social.

    2. A concepo positivista

    O positivismo ganhou projeo no mbito das Cincias Sociais com Auguste

    Comte. Considerado seu fundador, ele postulava que a sociedade deveria ser

    reconstruda atravs de uma reforma intelectual do homem.

    Segundo Costa:

    O positivismo uma corrente filosfica surgida na primeira

    metade do sculo XIX atravs de Auguste Comte (1798-1857). O positivismo se originou do "cientificismo", isto , da crena no poder exclusivo e absoluto da razo humana para conhecer a

    realidade e traduzi-la sob a forma de leis naturais. Essas leis seriam a base da regulamentao da vida do homem, da natureza como um todo e do prprio universo. Seu conhecimento pretendia

    substituir as explicaes teolgicas, filosficas e de senso comum por meio das quais at ento o homem explicava a realidade. (COSTA, 1997, p. 46-47)

    Auguste Comte desenvolveu seu pensamento em grande parte inspirado pelo

    progresso da cincia e das tcnicas. Vivia em seu tempo o apogeu da Revoluo

    Industrial, com o advento de um mundo industrial e mecanizado. Rompeu

    1 Liberalismo pode ser definido como um conjunto de princpios e teorias polticas que

    apresenta como ponto principal a defesa da liberdade poltica e econmica. Nesse sentido, os liberais so contrrios ao forte controle do Estado na economia e na vida das pessoas. O pensamento liberal teve sua origem no sculo XVII, atravs dos trabalhos sobre poltica publicados pelo filsofo ingls John Locke. J no sculo XVIII, o liberalismo econmico ganhou fora com as ideias defendidas pelo filsofo e economista escocs Adam Smith. (Dicionrio de Sociologia, www.prof2000.pt/users/dicsoc/soc.a.html)

  • definitivamente com as crenas religiosas e as abstratas ideias iluministas, sendo o

    primeiro a se reportar de modo sistemtico palavra sociologia.

    O positivismo teve impulso com o desenvolvimento dos problemas econmico-

    sociais predominantes no sculo XIX. A atividade econmica, produtora de bens

    materiais, era valorizada com base em uma filosofia positiva, naturalista e materialista.

    Admite-se como fonte de conhecimentos e critrio de verdade, a experincia e os fatos

    positivos que podem ser catalogados, medidos, controlados e reduzidos metodologia e

    sistematizao das cincias.

    Nas idias de Comte temos alguns princpios fundamentais do positivismo: a

    busca da explicao dos fenmenos atravs das relaes dos mesmos e a exaltao da

    observao dos fatos, mas resulta que para ligar os fatos existe necessidade de uma

    teoria. Buscar as causas dos fatos era ter uma viso desproporcionada da fora

    intelectual do homem, de sua razo. Isso era metafsico.

    A filosofia da histria, tal como concebe Comte, entende que as ideias que

    conduzem e transformam o mundo, e a evoluo da inteligncia humana que comanda

    o desenrolar da histria. Ele admitia que s se pudesse conhecer o esprito humano

    atravs de obras sucessivas sobre a civilizao na histria do conhecimento e das

    cincias. Rejeitava a introspeco, porque o sujeito do conhecimento se confunde com o

    objeto estudado. A vida espiritual autntica no uma vida interior, a atividade

    cientfica que se desenvolve atravs do tempo.

    O esprito humano, em seu esforo para explicar o universo, passa

    sucessivamente por trs estados: Teolgico, Metafsico e Positivo. A lei dos trs estados

    verdadeira para a histria da espcie humana e tambm para o desenvolvimento de

    cada indivduo.

    Nesse aspecto, e de acordo com Mascaro (2007):

    (...) a sociologia para Comte trataria de duas partes importantes, uma

    esttica e uma dinmica. A primeira parte observaria os fenmenos

    invariveis, constantes a todos os grupos sociais, como religio e a

  • famlia. A segunda parte trataria da evoluo das sociedades, observando

    as suas alteraes. Como os fenmenos constantes a todas as sociedades

    so os elementos que ordenam sua organizao, resulta da esttica o

    conhecimento da ordem. A dinmica, por sua vez, trataria do progresso.

    O lema ordem e progresso, assim, encerra o fundamental do

    pensamento de Comte acerca da sociologia. (MASCARO, 2007, p. 72).

    Maior importncia era dada ao como e no ao o qu, enfatizando, dessa

    forma, o carter de neutralidade de sua teoria e de sua prtica. Para Tonet (1984), o

    positivismo no se interessa pelo que , julgando isso um problema irrelevante porque

    inatingvel, mas apenas pelo modo como as coisas acontecem.

    Logo, na busca interpretativa de Netto:

    O positivismo uma tendncia necessria que a sociedade capitalista pe

    sua apreciao (...) a sociedade burguesa reveste os fenmenos sociais

    com uma objetividade que lhe prpria. s nesta sociedade que os

    fenmenos sociais adquirem a aparncia de coisas (...). Sem esta

    aparncia de coisa, a sociedade capitalista no poderia funcionar, no

    poderia existir, ela faz parte da dinmica intrnseca, imanente dessa

    sociedade. (...) o positivismo, tomado no seu sentido mais exato,

    consiste precisamente em o pensamento no se liberar dessa trava, em o

    pensamento no ultrapassar essa aparncia coisificada dos fenmenos

    sociais. (NETTO, 1992, p. 53)

    Assim, dois pontos em comum entre a Igreja Catlica e o positivismo, a saber:

    primeiro, o respeito autoridade, e segundo, a ideologia da ordem e a crena de que

    atravs das elites se educa o povo, vo dar a tnica nos cursos de Servio Social. Um

    aspecto importante para mostrar a influncia positiva no Servio Social a noo de

    equilbrio e regularidade, pois sendo o organismo social um conjunto de rgos em

    funcionamento, estes devem manter certa regularidade que lhe confere a noo de

  • normalidade. O que ocorre fora dos padres de normalidade torna-se patolgico ao

    sistema social.

    3. A concepo funcionalista

    A designao funcionalismo advm da importncia atribuda anlise funcional,

    explicao dos fatos sociais pelas funes que desempenham. Os fatos sociais tm

    uma existncia independente e mais objetiva do que as aes individuais e podem ser

    explicadas por outros fatos sociais.

    A sociologia de Durkheim aponta a primazia do social em face do individual, os

    fatos sociais so seu elemento basilar. Para ele, um fato social no um acontecimento

    isolado, ele sempre deriva de outro fato. Por meio da empiria e a estatstica, seria

    possvel, segundo ele, dar objetividade ao conhecimento dos fatos sociais. A busca no

    sentido de entender as causas pelas quais se d a coeso social.

    Na anlise de Mascaro (2007), a concepo de Durkheim a respeito dos fatos

    sociais bastante prxima de uma postura positivista. Para ele, preciso analisar o fato

    social de maneira objetiva. No se deve interpretar o fato social a partir de elementos

    valorativos, a partir de concepes filosficas ou morais prvias ao fato. Deve-se tratar

    um fato social como uma coisa. No pensamento de Durkheim, esse procedimento

    conseguiria garantir cincia sociolgica uma objetividade que a tornasse universal.

    Para os funcionalistas, a sociedade est constituda por subsistemas (estruturas)

    que operam (funcionam) de modo interdependente. Cada indivduo exerce uma funo

    especfica na sociedade e sua m execuo significa um desregramento da prpria

    sociedade.

    A interpretao da sociedade est diretamente relacionada ao seu estudo, que,

    segundo Durkheim, apresenta caractersticas especficas, como exterioridade e

    coercitividade.

    Nesta perspectiva determinista, a continuidade duma sociedade depende do

    sucesso da socializao dos novos membros. Cada membro indispensvel para manter

  • o equilbrio e a harmonia da sociedade. O consenso um aspecto fundamental para a

    harmonia do conjunto e os conflitos so vistos como tenses ou disfunes. A

    integrao nas estruturas, nos papis e nas ideologias existentes na sociedade assegura a

    continuao da mesma. O funcionalismo analisa o caminho que o processo social e os

    arranjos institucionais contribuem para a efetiva manuteno da estabilidade da

    sociedade. A perspectiva fundamental oposta s maiores mudanas sociais.

    No bojo desta perspectiva funcionalista, a integrao social era entendida como o

    processo de participao do homem como beneficirio e como agente do

    desenvolvimento. O funcionalismo, entretanto, foi muito criticado por prover modelos

    ineficazes para mudanas sociais, contradies estruturais e conflitos.

    De acordo com Faleiros (1996), do ponto de vista funcionalista do Servio

    Social, a integrao significa ajustamento, treinamento, adaptao, submisso, e no

    integrao politicamente construda nas relaes culturais/sociais/econmico-familiares.

    Esse mtodo inspirava uma viso camuflada da realidade, no revelando as

    contradies existentes entre as classes sociais e interpelando os indivduos como

    responsveis pelos problemas sociais, tanto isoladamente como em grupo.

    Na anlise de Carvalho e Iamamoto:

    A predisposio apreenso moralizante atravs de categorias abstratas e

    subjetivas dos problemas sociais, o capitalismo visto como uma ordem

    natural, as situaes conflitivas e a luta de classes aparecero como

    desvios. Desvios que tem seu aprofundamento na secularizao da

    sociedade, no paganismo, no laicismo das instituies, no socialismo. A

    misria, o pauperismo do proletariado urbano, aparecer como situao

    patolgica, como uma anomia, cuja origem encontrada na crise de

    formao moral desse mesmo proletariado. (CARVALHO e

    IAMAMOTO, 1988, p. 238)

    O modelo funcionalista de Durkheim foi utilizado por antroplogos e socilogos

    que o aperfeioaram e complementaram, usando os conceitos de processo, estrutura e

  • funo para a compreenso da vida social. O funcionalismo transposto para o Servio

    Social busca a integrao do homem ao meio social em que vive, pois o indivduo no

    ajustado corresponde a uma disfuno no sistema social.

    4. A concepo estrutural-funcionalista

    O funcionalismo foi uma das primeiras teorias antropolgicas do sculo XX at

    ser superado pela Anlise Estruturo-funcional ou Estrutural-funcionalismo. O estrutural-

    funcionalismo foi uma decorrncia do funcionalismo, com uma viso de que a

    sociedade constituda por partes, por exemplo: polcia, hospitais, escolas etc., cada

    uma com suas prprias funes e trabalhando em conjunto para promover a estabilidade

    social. Essa perspectiva foi a dominante entre os antropologistas culturais e socilogos

    rurais durante a Segunda Guerra Mundial e a Guerra do Vietn.

    Sua principal caracterstica a de relacionar a sociedade em componentes de

    um sistema. Cada um dos componentes do sistema, suas partes, tal como uma pea em

    relao a uma mquina, desempenha papis que visam a contribuir para a estabilidade e

    ordem social, por isso tal abordagem ou teoria chamada de estrutural-funcionalismo.

    Ela vai detalhar o conceito de estrutura social e definir os conceitos de status e papel

    para explicar as desigualdades sociais.

    O principal articulador desta teoria foi Talcott Parsons. Para ele, a sociedade

    est constituda por subsistemas (estuturas) que operam (funcionam) de modo

    interdependente e, nesse sentido, procura formular regularidades gerais da ao

    individual e social, objetivando analisar os processos sociais que garantam a

    estabilidade de sistemas sociais. Cada situao analisada para concluir se contribui

    para a manuteno do sistema (ento funcional) ou se afeta a eficcia do sistema

    (ento disfuncional).

    Essa teoria, baseada nos conceitos de Parsons, reflete o momento histrico norte-

    americano em pleno desenvolvimentismo. O desenvolvimentismo caracterizou um

    sistema poltico que enfatizava a acelerao econmica, incentivada pela

  • industrializao e a modernizao conservadora capitaneada pelos Estados Unidos e que

    teve grande repercusso em nosso pas.

    5. A concepo fenomenolgica

    Em linhas gerais, podemos dizer que a fenomenologia o estudo dos fenmenos

    em si mesmos, independentemente dos condicionamentos exteriores a eles, cuja

    finalidade apreender sua essncia, a estrutura de sua significao. tambm um

    mtodo de reduo pelo qual o conhecimento factual e as suposies racionais sobre os

    fenmenos como objeto, e a experincia do eu, so postas de lado, para que a intuio

    pura da essncia do fenmeno possa ser rigorosamente analisada. o estudo dos

    fenmenos, distinto do estudo do ser, ou ontologia.

    , de acordo com Husserl,2 um mtodo que visa a encontrar as leis puras da

    conscincia intencional. Sujeito e objeto constituem para esta concepo dois polos da

    mesma realidade. Situam-se como anterior a toda crena e juzo e despreza todo e

    qualquer pressuposto: mundo natural, senso comum, proposio cientfica ou

    experincia psicolgica. A fenomenologia , portanto, uma descrio daquilo que se

    mostra por si mesmo.

    A fenomenologia o estudo das essncias, e todos os problemas, segundo ela,

    tornam a definir essncias: a essncia da percepo, a essncia da conscincia, por

    exemplo. Mas tambm a fenomenologia uma filosofia que substitui as essncias na

    existncia e no pensa que se possa compreender o homem e o mundo de outra forma

    seno a partir de sua facticidade.

    Corroborando esta ideia, temos a anlise de Trivios (1987):

    2 O filsofo Edmund Husserl (1859-1938), matemtico e lgico, professor em Gttingen e

    Freiburg im Breisgau, autor de Die Idee der Phnomenologie (A ideia da fenomenologia, 1906), enfrenta o Psicologismo e o Historicismo, e fundador da Fenomenologia. Fonte: www. Cobra. pages.nom.br Acesso em: 2 abril 2009.

  • uma filosofia transcendental que coloca em suspenso, para

    compreend-las, as afirmaes da atitude natural, mas tambm uma

    filosofia segundo a qual o mundo est sempre a, antes da reflexo,

    como uma presena inalienvel, e cujo esforo est em reencontrar esse

    contato ingnuo com o mundo para lhe dar enfim um status filosfico.

    ambio de uma filosofia que pretende ser uma cincia exata, mas

    tambm uma exposio do tempo, do espao e do mundo vivido. um

    ensaio de uma descrio direta de nossa experincia tal como ela , sem

    nenhuma considerao com sua gnese psicolgica e com as explicaes

    causais que o sbio, o historiador ou o socilogo podem fornecer dela;

    entretanto Husserl, em seus ltimos trabalhos, menciona uma

    fenomenologia gentica e mesmo uma fenomenologia construtiva.

    (TRIVIOS, 1987, p. 43)

    Esta viso histrica da fenomenologia tem originado outra crtica forte: a de ser

    ela conservadora, cumprindo, assim, o mesmo que o positivismo assumiu em outros

    tempos. Isso significa que o fenomenlogo estuda a realidade com o desejo de descrev-

    la, de apresent-la tal como ela , em sua experincia pura, sem o propsito de

    introduzir transformaes substanciais nela. A fenomenologia questionou os

    conhecimentos positivistas, mas omitiu o estudo histrico na interpretao dos

    fenmenos e tambm do estudo das ideologias como os conflitos de classe, da estrutura

    da economia e das mudanas fundamentais da sociedade.

    6. A concepo marxista

    Outra matriz que vai influenciar sobremaneira o Servio Social, com grande

    nfase nos anos de 1960, , sem dvida, a concepo marxista. Algumas caractersticas

    fundamentais vo marcar a diferena em relao a toda filosofia e compreenso social

  • das concepes anteriores. Uma das grandes diferenas o abandono da concepo

    idealista a respeito da sociedade.

    De acordo com Mascaro (2007), com a introduo das ideias de Marx,

    definitivamente se acaba a viso metafsica que ainda animava a explicao social.

    Ao mesmo tempo, a ferramenta da histria incorporada como

    instrumento fundamental para o esclarecimento das questes sociais.

    Possui uma viso essencialmente social e histrica, que faz por

    aprofundar muito mais a anlise dos dados concretos do homem em

    sociedade, na sua ao e no seu trabalho, do que os dados abstratos do

    homem em si mesmo, individualmente, na sua mera especulao terica,

    o acento de Marx era a realidade. [...] A sociedade passa a ser entendida

    mais profundamente, no nvel de suas contradies de classe, no nvel de

    explorao econmica. (MASCARO, 2007, p. 96)

    A estrutura da sociedade capitalista est fundamentada nas relaes de produo e

    sua transformao histrica e socialmente construda se d pela luta de classes. Na

    produo de bens materiais, os homens entram em relaes necessrias, independentes

    de sua vontade. A sociedade determinada historicamente em constantes

    transformaes, geradas pelas contradies e lutas entre as classes sociais antagnicas,

    havendo domnio de uma classe sobre a outra, uma classe de dominadores e uma de

    dominados, a partir das relaes de produo.

    O homem vive em sociedade, mergulhado numa infinita srie de relaes. Tais

    relaes sociais esto vinculadas s suas circunstncias econmicas, suas crenas, seus

    valores etc. preciso, para compreender o homem, a sociedade, a histria, analisar a

    totalidade dessas relaes, o que envolve as questes da natureza, que so diferentes

    dependendo da regio onde o homem vive, mas no s isso. Tambm contam as

    relaes de ordem social. Mais do que as questes da natureza, so as relaes sociais e

    as relaes de produo que determinam a posio do homem em seu tempo histrico.

  • A dialtica em Marx tem por ncora a realidade, afirma Mascaro (2007). Ao

    buscar entender a sociedade, o marxista no deve iniciar-se por ideias fixas e pr-

    concebidas. Deve descobrir as reais contradies da histria. O cerne dessas

    contradies no est no pensamento, e, sim, na concretude das relaes sociais.

    preciso entender o mundo a partir da histria, preciso valer-se da ferramenta da

    dialtica, entendendo-a a partir dos conflitos. preciso colocar a dialtica de ps no

    cho. Quer dizer que a histria e a dialtica tm que partir da realidade.

    As grandes contradies sociais devem sempre ser encontradas no nvel produtivo

    da sociedade, nas relaes de produo, na esfera que determina os produtores da

    riqueza e o modo de sua apropriao. Assim sendo, o mundo contemporneo baseado

    na propriedade privada dos meios de produo e o produto do trabalho apropriado

    privadamente e transformado em mercadorias. O cerne profundo do capitalismo

    algum explorando algum por meio do capital. Mascaro (2007) explicita que o modo

    de explorao do trabalho uma das compreenses mais exigentes de anlise porque

    est no nvel profundo das relaes de produo. No capitalismo, o cerne da explorao

    o capital.

    O mtodo dialtico aquele que penetra no mundo dos fenmenos atravs de

    sua ao recproca, da contradio inerente ao fenmeno e das mudanas dialticas que

    ocorrem na matria e na sociedade. O mtodo dialtico concebe o mundo como um

    conjunto de processos inacabados, compreende a realidade, valoriza a contradio

    dinmica do fato observado e a atividade criadora do sujeito que est sempre a caminho,

    em formao, inacabado, aberto a novas alternativas.

    Sobre estes fundamentos, se deve considerar as categorias e leis da dialtica.

    No possvel, porm, para o pesquisador, imbudo de uma concepo marxista da

    realidade, realizar uma investigao no campo social, e especificamente na rea

    educacional, se no tem clareza dos conceitos capitais do materialismo histrico:

    estrutura das formaes socioeconmicas, modos de produo, fora e relaes de

    produo, classes sociais, ideologia, que a sociedade, base e superestrutura da

    sociedade, histria da sociedade como sucesso das formaes socioeconmicas,

  • conscincia social e conscincia individual, cultura como fenmeno social, progresso

    social, concepo do homem.

    Consideraes finais

    Ao acompanhar a trajetria da Faculdade Paulista de Servio Social, o desenrolar da

    histria da sociedade capitalista brasileira, e o desenvolvimento do Servio Social,

    podemos entender que a profisso tem acompanhado o movimento da sociedade, com

    diferentes concepes de formao, procurando se adequar s demandas sociais. O

    Servio Social no atua sobre uma necessidade social, visto que a questo social se

    refrata e ganha mltiplas dimenses. Assim, uma das singularidades da profisso atuar

    sobre vrias necessidades na busca de viabilizar e garantir os servios e direitos aos

    usurios que a demandam. Recebeu ao longo de sua trajetria diferentes orientaes

    filosficas e tericas, sendo criticado por no ter uma teoria prpria. Esta discusso cria

    equvocos dentro e fora da categoria profissional, mas no invalida o fruto de sua

    atuao, nem o torna ilegtimo na diviso social do trabalho.

    Levando em considerao os aspectos apresentados, verificamos que a Faculdade

    Paulista de Servio Social no apresentou mudana significativa e ostensiva em seu

    posicionamento filosfico, em seu currculo ou nas orientaes diretivas na dcada de

    sessenta, ou posterior a ela. O que observamos a partir das entrevistas foi a constatao

    de uma lenta mudana implcita propiciada pela postura de alguns docentes que

    trabalham como assistentes sociais, e por esse motivo esto constantemente se

    atualizando e reciclando, engajados com as novas diretrizes da formao profissional de

    Servio Social regidos pelos princpios do Cdigo de tica Profissional.

    Nas vozes dos depoentes, percebemos que o debate das concepes de formao

    est presente, especialmente na FAPSS, aparecendo crticas de forma velada, apontando

    para a necessidade de mudanas urgentes na formao profissional e, principalmente, na

    grade curricular. No quadro formativo de Servio Social, a instituio aparece com uma

    importncia histrica para quem busca o curso, que privilegia uma formao inserida na

  • realidade, mas apontam que ela precisa evoluir em alguns aspectos materiais e

    formativos para continuar sua trajetria.

    O posicionamento dos professores comprometidos com a formao profissional

    foi um aspecto positivo observado nos depoimentos das assistentes sociais

    entrevistadas, assim como o contedo pautado nos princpios do Cdigo de tica

    Profissional.

    Por fim, importante dizer que, apesar da falta de mudanas significativas,

    marcantes e muito visveis que pudessem caracteriz-la como uma instituio contra-

    hegemnica, a Faculdade Paulista de Servio Social continua a formar profissionais

    comprometidos com a evoluo do Servio Social, e que seu nome como instituio tem

    muita representatividade. A formao profissional que ela oferece permite que muitos

    de seus alunos ingressem na vida profissional pblica e privada.

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