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    P l a n o d e

    Des e nv o l v im en t o Soc i a l

    oncelho de ampo Maior

    A g o s t o d e 2 4

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    ndice

    Pg.

    Introduo 5

    1 Fundamentao Terica 71.1 Plano de Desenvolvimento Social 71.2 Conceito de Desenvolvimento 9

    1.2.1 Eficincia 91.2.2 Equidade 12

    1.3 Micro-Desenvolvimento 131.4 Questes sobre o Paradigma do Desenvolvimento Regional e Local 151.5 Conceito de Desenvolvimento Social 16

    1.5.1 Paradigma Funcionalista/Territorialista 161.5.2 Pilares do Desenvolvimento Social 211.5.3 Instrumentos para o Desenvolvimento Social 23

    2 Enquadramento do Plano de Desenvolvimento Social 262.1 Questes Centrais do Diagnstico Social: Anlise SWOT 28

    2.1.1 Territrio/Populao 302.1.2 Economia Local 322.1.3 Mercado de Emprego 342.1.4 Educao e Formao 36

    2.1.5 Proteco e Aco Social 382.1.6 Sade 392.1.7 Justia e Segurana 402.1.8 Habitao 412.1.9 Ambiente e Turismo 432.1.10 Cultura, Desporto e Recreio 44

    2.2 Estrutura do Plano de Desenvolvimento Social 45

    Consideraes Finais 71Bibliografia 74

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    Introduo

    Uma grande questo que repetidamente tem sido alvo de interesse,

    sobretudo poltico, diz respeito, sem dvida, ao desenvolvimento. Ser que se

    chegou finalmente formula mgica capaz de responder s dvidas colocadas

    desde sempre pela humanidade em relao ao caminho direccionado para o

    desenvolvimento? Como poder um territrio desenvolver-se rpida e

    eficazmente?.

    De facto, parece que no temos solues temos caminhos que podem

    resultar melhor ou pior segundo a realidade envolvente. So inmeros os tericos

    que se debateram sobre este tema e que apontaram as suas directrizes, mais ou

    menos coniventes.

    Ser detentor do Know How remete-nos para a parbola da Cana de

    Pesca e do Peixe, isto , tornou-se importante aprender a pescar em vez de

    receber passiva e ignorantemente o peixe. Portanto h que fazer passar ossaberes e os conhecimentos visando a transmisso de experincias e, com isso,

    proporcionar a implementao das, denominadas, boas prticas. Assim, para que

    um territrio atinja determinados parmetros do desenvolvimento dever criar

    condies que lhe garantam alguma auto-subsistncia, de forma a gerar a sua

    incluso, tanto na esfera econmica como tambm social. Alis devemos tambm

    ter em conta que as prprias industrias tradicionais tm poucas hipteses de

    vencer enquanto a globalizao ameaar impor-se atravs do capitalismo.Numa altura em que impera o individualismo e a alienao social, devemos

    parar e reflectir um pouco sobre algumas questes que nos dizem

    particularmente respeito. Todos somos responsveis pelo estado da nao e s

    com o empenho e consciencializao global conseguiremos alterar o rumo do

    desenvolvimento. Importa que a integrao social seja uma realidade, em vez de

    continuar no campo das utopias, e que o capitalismo deixe de prevalecer sempre

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    sobre as questes humanitrias. Na realidade a solidariedade tornou-se uma

    meta e no apenas um desejo social.

    Graas elaborao do Pr-Diagnstico e do posterior Diagnstico Social

    foi possvel definir as linhas elementares do Plano de Desenvolvimento Social do

    concelho de Campo Maior, exposto neste documento. Destacaria alguns conceitos

    abordados e que permitiram distinguir de forma mais clara o processo de

    desenvolvimento. A SWOT teve em considerao todas as vertentes essenciais ao

    desenvolvimento, isto , as foras/potencialidades, as desigualdades, as

    oportunidades e as ameaas envolventes, que caracterizaram cada rea de

    interveno do concelho de Campo Maior. S depois de conhecidas e analisadas

    ser possvel partir para a definio de um plano de interveno, adequando os

    recursos/meios s necessidades locais para que seja desencadeada uma resposta

    proactiva1, a qual pretende influenciar o ambiente em proveito dos territrios e

    seus agentes locais, atravs de um raciocnio prospectivo e estratgico

    (levantamento dos recursos endgenos e exgenos), demonstrando alguma

    capacidade de antecipao.

    Foi com base na anlise SWOT, realizada em cada rea de interveno

    inserida no Diagnstico Social do concelho de Campo Maior, que foram definidas

    as linhas orientadoras do Plano de Desenvolvimento Social. De seguida, foram

    priorizadas as problemticas, detectadas no quadrante correspondente aos

    estrangulamentos, segundo a importncia da interveno e ponderando os

    recursos humanos, materiais e logsticos existentes, com o objectivo ultimo de

    consolidar a sua minimizao.

    1Resposta pr-activa visa a preveno e estar atenta ao rumo dos acontecimentos; enquanto aresposta proactiva vai mais longe ao ambicionar alterar esse rumo por meio de intervenesespecificas na tentativa de contrariar uma previso/tendncia, que partida pareceriaminevitveis.

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    1 - Fundamentao Terica

    1.1 - Plano de Desenvolvimento Social

    Segundo o Programa Rede Social podemos entender por Plano de

    Desenvolvimento Social um instrumento de definio conjunta e negociada de

    objectivos prioritrios para a promoo do Desenvolvimento Social local. , de

    facto, um instrumento que funciona com o fim de implementar efeitos correctivos

    relativamente reduo da pobreza, do desemprego e da excluso social, e com o

    fim de criar efeitos preventivos atravs da animao das comunidades e da

    induo de processos de mudana. O seu ultimo propsito , sem duvida, a

    melhoria das condies de vida da populao local.

    Antes de mais um Plano desta natureza deve ser realista e prtico, ou seja,

    o planeamento deve passar essencialmente pela ponderao entre as

    necessidades detectadas e os recursos existentes no concelho em causa, neste

    caso, no concelho de Campo Maior. S assim ser possvel tomar decises

    concretizveis e definir estratgias objectivas. O Plano de Desenvolvimento Social

    (PDS) serve de enquadramento a todas as intervenes para a promoo do

    desenvolvimento social, o qual fica operacionalizado com o Plano de Aco, ambos

    da responsabilidade do CLAS.

    A necessidade de manter, ou criar, a capacidade de competir na economia

    mundial leva cada estado-membro a aproveitar as melhores oportunidades postas

    sua disposio. Os programas comunitrios so sem dvida um dos meios para

    optimizar as mais valias locais, sobretudo em reas cuja desvantagem colocam os

    recursos sem capacidade de resposta mediante a procura. Isto , imaginemos a

    seguinte situao: uma dada localidade com boas potencialidades agrcolas, que

    pobre e, por isso, no tem meios financeiros para investir. Neste caso a

    intervenopoder-se-ia fazer ao nvel da educao, melhorando as competncias

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    humanas em termos de cultivos, ao nvel das infra-estruturas, criando melhores

    acessos s zonas de cultivo ou mesmo empresas capazes de transformar o

    produzido, o que por sua vez garantia a criao de postos de trabalho e

    proporcionava hiptese aos mais desfavorecidos de virem a integrar o mercado de

    trabalho. O desenvolvimento exige planificao na interveno para que, em

    conjunto, subsistam sinergias capazes de provocar o envolvimento e a

    participao dos agentes locais nas actividades definidas como estratgias

    prioritrias. S assim ser possvel gerar qualidade de vida e bem-estar de uma

    comunidade, onde a descriminao e as desigualdades de acesso cultura, ao

    emprego, s novas tecnologias, ao saneamento bsico, a infra-estruturas, a uma

    ambiente saudvel dificultam a expanso do desenvolvimento integrado e

    sustentvel.

    Seguindo esta lgica de interveno o PDS do concelho de Campo Maior

    procurou veicular as iniciativas de todos os agentes locais cujas iniciativas tmrepercusses no desenvolvimento social do concelho. Ao ser indubitavelmente um

    Plano Estratgico, o PDS implicou, antes de mais, um planeamento de forma

    integrada (ter em considerao todas as dimenses do problema pois a gnese do

    problema pode estar ramificada em diversas reas de interveno) e implicou,

    sobretuto, a definio das medidas a tomar no sentido de alcanar os objectivos

    pr-definidos, sempre com base na participao colectiva de todos quantos esto

    envolvidos neste processo e na contabilizao dos recursos humanos e materiaisque sero mobilizados com o propsito de alcanar esses mesmo objectivos pr-

    definidos.

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    s

    1.2 - Conceito de Desenvolvimento

    Mudam-se os tempos...mudam- e as vontades, trata-se de um chavo que

    retrata a necessidade constante que existe em conseguir acompanhar as

    premissas imposta pela sociedade. De facto, desde sempre as civilizaes

    estiveram sujeitas a acontecimentos que lhe provocaram mutaes culturais,

    sociais, polticas, simblicas e institucionais. O ser humano, atravs da sua

    vivncia, cria hbitos e costumes que determinam o rumo da civilizao.

    Sendo o desenvolvimento um conceito extremamente abrangente torna-se

    essencial reflectirmos sobre ele numa vertente cruzada, isto , pensarmos nele

    como uma teia envolvente de outros novos conceitos, tendo em considerao

    tambm a sua contextualidade. Podemos falar de um Desenvolvimento

    Econmico, que se reporta Eficincia, e ao Desenvolvimento Social, relacionado

    com a Equidade.

    1.2.1 - Eficincia

    AEficincia

    pretende essencialmente gerar riqueza atravs do aumento da

    produtividade (envolvendo a qualificao dos recursos humanos; a implementao

    de redes de comercializao e de telecomunicao; a optimizao das infra-

    estruturas de comunicao, vias rodovirias, ligaes areas; a existncia de uma

    autoridade regional com autonomia; a criao de uma rede entre todas as

    organizaes civis e as autoridades publicas; implementao de PME's e a criao

    de uma oferta estvel de trabalho qualificado atravs de uma eficiente base

    educativa), produtividade que depende de uma grande competitividade entre as

    empresas inseridas dentro de um determinadomercado. A Inovao (de produtos,

    de tecnologias ou qualidades) tornou-se, hoje mais do que nunca, a alma do

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    negcio, e atravs dela que surge uma concorrncia constante, na busca de

    novos potenciais compradores. Criam-se necessidades e inventam-se

    constrangimentos sociais, na tentativa de aumentar os lucros e implementar

    novas quotas de mercado. Pretende-se inovar sem inventar nada de novo, isto ,

    revestir de forma diferente o mesmo contedo. No fundo, o capitalismo assume-se

    como comandante supremo de um navio cada vez mais deriva. Joo Neves

    resume este estado de coisas quando afirma que a acumulao de capital o

    motor de desenvolvimento mais estudado, a inovao o seu motor mais

    complexo e a vantagem comparativa o motor mais polmico, enquanto a

    dimenso de mercado o motor mais esquecido.

    Para que possamos falar de desenvolvimento devemos ter a noo de que

    contm um caracter ilusrio, ou seja, que se trata de uma aspirao e no de uma

    meta consumada, da que seja considerado um processo sempre em aberto e em

    constante reformulao. Podemos unicamente considerar a existncia de reas

    mais ou menos desenvolvidas tendo em mente um padro referencial. Da que, stenha algum sentido fazer referncia ao desenvolvimento a titulo comparativo,

    isto , quando apontamos a predominncia de uma rea geogrfica sobre a outra

    relativamente a um determinado sector.

    As vantagens competitivas (qualificao da mo-de-obra; investigao em

    algumas reas e tecnologias mais avanadas) podem, de facto, permitir que um

    determinado territrio se distinga dos outros, uma vez que este tipo de vantagem

    est na base do desenvolvimento ao contrrio das vantagens comparativas,interligadas com o meio ambiente (conjunto de sistemas fsico, qumico e suas

    relaes que assumem um tipo de efeito sobre os seres vivos e sobre a sua

    qualidade de vida). Deste modo, as vantagens comparativas dependem das

    condies geogrficas a que um territrio est sujeito, referimo-nos obviamente

    aos recursos naturais (renovveis: solo, gua, fauna, flora; e no renovveis:

    minerais, combustveis fsseis) e que, apesar de constiturem um potencial

    mecanismo de desenvolvimento interno so muitas vezes desaproveitados

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    localmente. O ideal seria sem dvida tornar as vantagens comparativas em

    competitivas, isto , optimizar o crescimento tendo em considerao o que de

    melhore j existe e que apenas no est devidamente explorado.

    A base econmica, assente nos sectores de actividade (Primrio,

    Secundrio e Tercirio) e que caracteriza o "modus vivendi" de uma populao,

    dever apresentar perspectivas de mudana no sentido da melhoria generalizada

    das condies de vida das populaes, s assim se torna possvel a sua fixao. O

    ser humano, cada vez mais exigente, pretende usufruir do que de melhor se vai

    fazendo pelo mundo. Nada justifica privaes e todos aspiram ter, dentro dos seus

    recursos econmicos, uma boa Qualidade de Vida (entenda-se bem estar fsico,

    mental e social; a satisfao e afirmao cultural e a existncia de relaes

    autnticas entre oindivduo e a comunidade). Devemos contudo estar conscientes

    de que nem sempre o ser humano rene as condies necessrias que lhe

    permitam viver em harmonia consigo prprio, com os outros e com a sua

    envolvente essencialmente devido ao denominado "maldesenvolvimento" e aodesordenamento do territrio, que se manifestam fortemente quando no

    proporcionada essa Qualidade Devida, inerente ao ser e que lhe , de facto,

    devida mas que nem sempre est acessvel a todos. Todavia verificamos que, na

    realidade, o Ordenamento do Territrio, o qual deveria permitir ao homem

    organizar e explorar regionalmente o meio a que pertence em seu proveito,

    localizando (no espao) infra-estruturas e equipamentos econmicosociais,

    capazes de potenciar um desenvolvimento integrado e sustentvel, acaba porevidenciar as disparidades, muitas vezes camufladas e abafadas, entre quem

    domina e quem dominado.

    Torna-se claro que os interesses falam muitas vezes mais alto e a razo

    econmica sobrepe-se, inevitavelmente, humanitria. Criam-se distritos

    industriais, considerados inovadores/competitivos, cujo acumular de funes atra

    potenciais investidores, que analisam ao mais nfimo pormenor a viabilidade do

    seu futuro negcio, tendo em considerao as potencialidades e debilidade dos

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    territrios mais interessantes. Paelinck refere que as regies urbanizadas

    dispem de melhores potenciais internos para que possam ser criadas inovaes

    ou aceitar ideias inovadoras, que se traduzem em investimentos regionais.

    nesta base que se criam sinergias, onde por um lado as industrias lutam entre si,

    competindo, na busca desenfreada de expanso e afirmao mundial, e por outro

    conjugam esforos para um mesmo fim, cooperando, seja no sentido da promoo

    do desenvolvimento ou mesmo com o objectivo de aumentar a qualidade e

    imagem dos seus produtos ou servios. Neste contexto torna-se oportuno

    evidenciar a importncia do cluster na construo dos conglomerados

    sinergticos, coexistindo uma interdependncia entre vrias empresas,

    especialistas num determinado sector, que trabalham em conjunto na

    concretizao de um mesmo produto final, criado pela mais alta tecnologia.

    1.2.2 - Equidade

    Retomando o raciocnio inicial, e para terminar esta reflexo, devemos

    ainda debruar-nos sobre aEquidade

    , a qual se prende com questes ligadas s

    desigualdades sociais, tentando minimizar os seus efeitos atravs da

    implementao de uma Poltica Social. A componente psicolgica, cultural e

    sociolgica est no centro da questo, transformando-se o bem estar humano

    numa prioridade de actuao. Encontram-se em causa bens essenciais vida

    como o caso do acesso equitativo sade, educao, habitao,

    alimentao, aos transportes, ocupao dos tempos livres, s relaes pessoais e

    familiares, etc.. Neste domnio, cabe, cada vez mais, s entidades de cariz no

    governamental providenciarem uma Economia Social, assumindo este papel at

    ento atribudo ao Estado, agora esgotado pelo esforo continuo em recuperar o

    sistema da Segurana Social.

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    1.3 - Micro-desenvolvimento

    Mais importante que falarmos em desenvolvimento torna-se assaz

    importante falar em micro-desenvolvimento. Trata-se efectivamente de uma

    realidade que se interessa por abordagens ao nvel do envolvimento da populao

    com o seu meio circundante para que possam ser tomadas medidas no sentido de

    optimizar a sua qualidade de vida com o acesso a melhores condies. Qualidade

    s atingvel quando toda a populao, isto , quando toda a comunidade em geral,as organizaes locais do sector privado, as empresas locais ou as instituies de

    cariz social se mobilizarem e actuarem em conjunto e, portanto, em prol do

    desenvolvimento local, atendendo aos problemas e recursos existentes.

    O desenvolvimento, na sua multidimensionalidade e multifactorialidade,

    depende essencialmente da existncia de cooperao, promotora de bem-estar

    individual e comum, caracterizado pela existncia de harmonia, integrao e

    equilbrio social, e depende igualmente da presena de alguma competio,causadora de conflitos de interesses, onde imperam as posies antagnicas entre

    os indivduos bem como a desarmonia, o desequilbrio e a desintegrao,

    eminentes no relacionamento estabelecido entre os seres humanos mas que

    garante dinamismo.

    O micro-desenvolvimento abrange iniciativas geradoras de eficincia

    econmica, interligada produtividade, ao crescimento econmico, criao de

    riqueza e ao valor acrescentado, e equidade social, relacionada com a coeso ejustia social, e finalmente interligada incluso e cidadania, numa escala

    territorial pequena (ao nvel de freguesia, concelho, bairro, etc.),

    independentemente da sua ruralidade ou urbanidade. neste sentido que o

    desenvolvimento comunitrio promove o bem-estar individual e/ou familiar,

    numa perspectiva social, tendo em ateno as necessidades sentidas pela

    populao e aproveitando recursos locais (materiais/humanos), que exigem a

    interveno e consciencializao de toda a populao.

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    Porque os problemas locais requerem resolues locais, torna-se imperativo

    seguir o principio da subsidiaridade, atravs de uma atitude colectiva e local de

    empreendimento, onde se gera inovao a nvel da atitude, organizao e

    tecnologia. Numa altura em que se exploram os recursos ao mximo, a

    perspectiva sustentvel surge-nos como a "ponte de salvao" para as geraes

    vindouras, ao defender a conservao dos recursos naturais no renovveis bem

    como de outros renovveis, mas que se encontram expostos a um alto grau de

    poluio. Assim sendo, e para que a interveno seja eficiente, foi fundamental a

    realizao de um Diagnstico Social, a uma escala local, capaz de fazer o

    levantamento fidedigno das potencialidade e debilidades . Isto , analisar o grau

    de qualificao dos recursos humanos, as infra-estruturas existentes, os servios

    disponveis, as condies geogrficas, ambientais, histricas e culturais que

    favoream o territrio correspondendo ao concelho de Campo Maior, as

    tendncias demogrficas, ponderar sobre a dimenso da participao e

    comunicao existente entre os agentes envolvidos nesta rede social, para queconhecendo os trunfos possam ser jogados na vida real, na certeza de sairmos

    vencedores.

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    1.4 - Questes sobre o Paradigma do Desenvolvimento Regional e Local

    Segundo o Programa das Naes Unidas para que o desenvolvimento

    humano seja atingido devem verificar-se trs condies: que se possa viver

    longamente e de boa sade, que se adquiram saberes e que se tenha acesso aos

    recursos necessrios para usufruir de um nvel de vida considerado digno. Por

    sua vez, para que esse desenvolvimento seja visvel torna-se indispensvel no s

    superar o sub-desenvolvimento mas essencialmente promover a transformao

    das estruturas sociais, polticas, culturais e institucionais, ou seja, garantir a

    valorizao global das pessoas e das sociedades.

    Aps a II Guerra Mundial, o conceito de desenvolvimento ressurge no

    discurso poltico, dando a conhecer, mais explicitamente, o profundo atraso

    econmico de muitos pases, ditos subdesenvolvidos, face aos pases Ocidentais.

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    1.5 - Conceito de Desenvolvimento Social

    Associada noo de desenvolvimento est obviamente a noo de

    desenvolvimento social. Este eclodiu como alternativa a alguns modelos de

    desenvolvimento que valorizavam o crescimento econmico assente na premissa

    da planificao de cima para baixo, de onde se destaca o modelo ou paradigma

    funcionalista.

    Deste modo, o Desenvolvimento regional e local pode ser analisado segundo

    dois grandes paradigmas, que apesar de manterem concepes muito distintas

    acabam por, em conjunto, complementar-se.

    1.5.1 - Paradigma Funcionalista/Territorialista

    Oparadigma funcionalista

    , relacionado com o crescimento polarizado e

    com os modelos tipo centro-periferia, defende que todo o processo de

    desenvolvimento advm dos sectores mais dinmicos e tecnologicamente mais

    avanados da actividade econmica, surge em reas geogrficas consideradas

    plos de desenvolvimento/crescimento, a partir dos quais se difundir at

    abranger todo o territrio nacional e abarcar todos os sectores de actividade, o

    que depender apenas do vector tempo. Isto , o subdesenvolvimento assume-se

    claramente como ultrapassvel e apenas subsiste face s dificuldades que a

    economia global atravessa. Dada a importncia que o factor econmico assume,desvaloriza-se inteiramente a interveno social ao contrrio do capital e,

    portanto, menospreza-se a participao activa da populao. Estamos, de facto,

    perante o principio da seleco quando a participao se restringe a um conjunto

    de actores devidamente identificados e criadores de polticas regionais

    implementadas de cima para baixo, muitas vezes utpicas e afastadas das reais

    necessidades da populao local.

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    Trata-se indubitavelmente de um paradigma que associa o

    desenvolvimento ao crescimento econmico global, preconizando a uniformizao

    das condies de modernizao, a qual depende inteiramente das metas macro-

    econmicas. So claras as limitaes inerentes ao Paradigma Funcionalista,

    associado ao Modelo Fordista, ao reduzir a problemtica do desenvolvimento

    regional questo do crescimento econmico regional; ao criar plos de

    crescimento (entre zonas perifricas e centrais), enfatizando o crescimento

    urbano-industrial e acentuando as disparidades espaciais nas condies de vida

    das populaes. Para alm disso gerou em Portugal desequilbrios notrios ao

    implementar um enorme processo de desertificao nas regies do interior do pas

    impulsionado pelo envelhecimento demogrfico e pelo empobrecimento

    generalizado dessas zonas, em contrapartida criou grandes desigualdades sociais

    e diversos problemas de ordenamento territorial e ambiental nos plos mais

    industrializados e urbanizados.

    Assim, no ser difcil chegar concluso de que estamos perante umparadigma reducionista e simplista, que entrou em crise no inicio dos anos 70.

    Esta recesso explicvel, segundo Rogrio Amaro (1991), devido s

    transformaes: das estruturas industriais; da reorganizao e dos processos de

    trabalho; das formas de mobilizao e gesto da mo-de-obra; da interveno do

    Estado; das normas de produo/consumo e das formas

    tecnolgicas/informao/comunicao.

    Na tentativa de contrariar este paradigma, cabe ao Estado o dever deseleccionar os locais/sectores prioritrios de investimento bem como promover o

    seu desenvolvimento, de forma a abranger progressivamente novos espaos e

    novos agentes porque a integrao funcional das regies prev o fim dos

    territrios e isso era desastroso.

    Oparadigma territorialista

    impe-se numa perspectiva transnacionalista,

    insurgindo-se contra a centralizao e uniformizao do desenvolvimento. Aos

    seus olhos o desenvolvimento, especifico de um territrio, baseia-se nas

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    s

    capacidades socio-produtivas locais (potencial endgeno), que deriva, em primeira

    instncia, da populao. Assim, seguida uma lgica de baixo para cima, isto ,

    do nvel local para o regional e deste at atingir o nacional ou supranacional. A

    descentralizao permitir solucionar mais rapidamente as questes micro-

    sociais, que at ao momento dependiam das deliberaes das instancias

    superiores.

    Sobre a problemtica do paradigma territorialista, Xavier Greffe (1984)

    aponta cinco princpios que o caracterizam:

    Integrao territorial- todos os espaos esto em igualdade, dada a existncia de

    sinergias entre as potencialidades locais bem como de actorescapazes de intervir

    no desenvolvimento; Nova percepo das articulaes espaciais da economia - da

    ideia de espao econmico passa-se para a de um territrio pois a capacidade de

    estruturao interna fomenta novas dinmicas locais;Desenvolvimento

    territorializado - promotor de unidade cultural, orientaes multisectoriais,

    conscincia colectiva, de incentivo inovao (tecnolgica, individual, sociais,

    organizacionais) e dinamismo local, e gerador de solidariedade espacial com a

    adaptao s presses exgenas; Con ervao e valorizao dos recursos

    endgenos; Reconhecimento de autonomia das colectividades locais.

    Destacaramos ainda a ideia de Antnio Covas sobre as condies

    consideradas propicias ao desenvolvimento territorial: a existncia dainvestigao e o desenvolvimento tecnolgico; a imposio de servios avanados;

    a qualificao dos recursos humanos; ter capacidade empresarial e, ainda que

    correndo alguns riscos, no hesitar apostar na inovao; possuir algum auto-

    financiamento; acompanhar as modernas formas de organizao comercial e de

    gesto do produto; revelar capacidade empresarial regional/local; possuir redes de

    inovao e de cooperao; deter uma avanada rede de infra-estruturas

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    (telecomunicao, transporte, servios sociais), de comercializao e de

    marketing; manter uma certa qualidade ambiental.

    Autores como Becattini, Garofoli, Courlet e Pecqueur, destacam como

    condutores ao desenvolvimento: a existncia de um distrito industrial; de uma

    rede consistente de empresas, de uma governncia de base territorial

    (relacionado com a conscincia de comunidade geogrfica) ou existncia dos

    efeitos de aglomerao geogrfica (da proximidade de algumas entidades advm

    muitas vantagens para a sua funcionalidade).

    Um meio torna-se inovador quando concretizar a dinmica dos sistemasprodutivos, respeitando trs dimenses fundamentais:

    Dimenso Cognitiva referente ao saber-fazer e criao de novas tecnologias,

    reportando-se aos recursos imateriais e criando uma massa critica comum;

    Dimenso Organizacionalreferente criao de uma rede de actores econmicos

    e institucionais a nvel local, implementando relaes duradouras baseadas naconfiana e reciprocidade;

    Dimenso Territorialrelativa s relaes em redes externas, onde feita a ponte

    de ligao entre o meio local e o ambiente exterior.

    Para terminar, ser interessante destacar algumas perspectivas, para umfuturo mais prximo, definidas por autores como Benko, Vernon, Reis, Lipietz,Scott e Alves:

    as heterogeneidades acentuar-se-o, predominando alguma inrcia e o dbil

    esprito critico;

    dar-se- a ascenso da globalizao, ou seja, a abertura das economias bem

    como da circulao de bens e servios, motivada pelo capitalismo, gerador de

    instabilidade nos mercados, de custos elevados na investigao, da diminuio do

    ciclo de vida dos produtos e da imobilizao do capital-fixo;

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    predominar a concentrao e organizao espacial das industrias, isto , a

    concentrao geogrfica das actividades e desconcentrao da produo;

    impor-se- a informao e a comunicao;

    dar-se- maior importncia s intermediaes;

    alterar-se-o as fases que mediam a concepo e a produo;

    surgiro espaos com maior diversidade produtiva e com uma organizao

    social complexa;

    a aglomerao aumentar;

    reforar-se- a polarizao laboral e social;

    verificar-se- o recuo do Estado;

    existir maior flexibilidade das tcnicas e da mo-de-obra;

    dar-se- a aproximao entre os agentes e os territrios;

    surgiro novos riscos de marginalizao;

    reforar-se- a procura de novas tecnologias

    e acentuar-se- a desactualizao das polticas tradicionais de desenvolvimentoRegional e Local.

    Segundo estes tericos, a tendncia ser, sem dvida, para que continue vivo o

    esprito do Darwinismo scio-econmico.

    A formula, capaz de obter os efeitos desejados, resulta da aliana entre o

    Desenvolvimento com base no aproveitamento dos recursos endgenos (naturais,

    humanos e institucionais) e a mobilizao da populao e suas estruturas scio-

    polticas. Foi, de facto, graas Cimeira Mundial do Desenvolvimento Humano,

    realizada em Copenhaga em Maro de 1995 e inserida no ciclo de conferncias

    levadas a cabo pela ONU desde 1992, que foi possvel determinar os princpios

    que so hoje a base de todo o desenvolvimento social. Tratou-se, sem dvida, de

    um passo determinante e que finalmente colocou ao mundo questes sobre as

    quais valia a pena raciocinar e que se relacionavam essencialmente com a

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    necessidade de alterar as polticas e comportamentos adoptados at ento,

    demasiadamente dependentes e apegados ao crescimento econmico. Os recursos

    naturais, completamente descuidados, comearam paulatinamente a dar sinais

    de desgaste e as situaes de misria e excluso social assumiram propores

    impensveis.

    Em suma, quando associados alguns dos princpios do Paradigma

    Territorialista ao Funcionalista obtemos um novo paradigma com mais valias

    importantes, capazes de fornecer orientaes essenciais ao micro-

    desenvolvimento, ou seja, o desenvolvimento local e regional.

    1.5.2 - Pilares do Desenvolvimento social

    Consideram-se como pilares do desenvolvimento social:

    a)Erradicao da PobrezaAs medidas e estratgias para a erradicao da pobreza e excluso social

    passam em grande medida por estabelecer objectivos concretos e especficos

    relativamente s prprias polticas sociais adoptadas. Estas devem dar especial

    ateno s situaes de extrema pobreza e isso s ser possvel quando a

    populao, nesta situao, tiver acesso a rendimentos e quando virem promovidos

    os direitos econmicos, sociais, culturais e civis, e, para isso, indispensvel apromoo do emprego no acesso ao mercado de trabalho, seja atravs da criao

    do prprio emprego, da dinamizao do mercado social de emprego e do

    investimento na empregabilidade e para isso deve ser dada prioridade educao

    e formao.

    Em suma, o principio da cidadania, da participao e de igualdade de

    oportunidades devem ser assegurados criando uma sociedade mais inclusiva.

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    b) Integrao Social

    A noo de integrao social remete-nos para a problemtica da construo

    de uma sociedade justa assente em algumas premissas tais como na defesa dos

    direitos humanos, na tolerncia, no respeito pelo diversidade, na igualdade de

    oportunidades, na solidariedade e na segurana e participao social, cultural e

    poltica de todos os seres humanos Este ultima principio s se poder verificar

    quando existir proteco e valorizao da diversidade tnica, cultural, religiosa,

    etc., quando houver reconhecimento do papel da famlia e da comunidade no

    processo da integrao social e quando se verificar a dinamizao e capacitao

    das comunidades.

    Desenvolvimento sustentvel

    A partir do momento em que a pobreza for erradicada ou, mais

    correctamente, minimizada ao mximo e a integrao social estiver a funcionar

    em pleno ento possvel falar em desenvolvimento sustentvel. Este tem, de

    facto, a preocupao de articular desenvolvimento social com desenvolvimento

    econmico e proteco ambiental, os trs principais elementos que garantem a

    existncia humana.

    Neste ponto ser pertinente levantar a seguinte questo: Estaremos a

    caminho de um futuro sustentvel?. A este propsito Boaventura Sousa Santos,

    em entrevista cedida revista Viso (25 de Julho de 2002), fez a distino entre o

    modelo liberal

    - assente na liberalizao dos mercados; na prioridade dada ao

    crescimento econmico e competitividade; na interveno mnima do Estado

    baseada com o pressuposto de que o mercado eficiente; na privatizao dos

    servios pblicos, da educao, da sade, da segurana social e da energia - e o

    modelo de desenvolvimento sustentvel

    - apoiado na combinao da

    produtividade com proteco social e equidade. Boaventura fez ainda referncia

    aomodelo neoliberal

    , criticando a sua filosofia ao conduzir a sociedade

    progressivamente para o agravamento das desigualdades sociais e ser um modelo

    ecologicamente insustentvel, se pensarmos nas implicaes que o padro de

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    produo e consumo esto a ter em termos de destruio ambiental, ao ponto de

    no assegurar as necessidades bsicas para um futuro mais prximo.

    Para alm do desenvolvimento sustentvel torna-se igualmente relevante

    referir a importncia de que se venha a verificar, em curto espao de tempo, uma

    transferncia na administrao de todos os sectores. Isto , que sejam eliminadas

    as formas de discriminao atravs da dinamizao das parcerias e do

    encorajamento s formas de associativismo porque ambos apelam participao

    dos indivduos e sugerem mecanismos de organizao.

    1.5.3 - Instrumentos para o Desenvolvimento Social

    Numa fase em que no existem eceitas milagrosas para o progresso so

    fornecidas algumas pistas que podero conduzir um territrio ao

    desenvolvimento. Para que isso se verifique essencial que os agentes locais, em

    conjunto com a populao, se mobilizem nesta causa comum. O Estado perde

    protagonismo, ao longo dos anos 70, deixando de funcionar como principal agentede desenvolvimento. Cabe agora s ONGs, aos cidados e a todos os

    intervenientes locais assumir o papel de dinamizao a uma escala mais

    diminuta, que sirva directamente os seus interesses e as necessidades da

    populao local. Estamos portanto perante uma nova forma de pensar e agir,

    menos conformista e, consequentemente, pro-activa, capaz de definir uma

    Poltica Regional. neste sentido que os municpios devem incentivar e apoiar

    iniciativas de cariz local empenhando-se e reforando esta lgica de pensar

    globalmente para agir localmente. Ainda assim, todos sabemos que h ainda

    muito caminho a percorrer e que os cidados ainda no tomaram plena

    conscincia de que fundamental a sua participao no planeamento estratgico,

    gerador de mais valias. A questo que coloco a seguinte: Ser possvel envolver

    as populaes locais quando os prprios responsveis institucionais locais tm

    grandes dificuldades em chegar a consensos, quando os interesses falam mais

    alto? Ser possvel vislumbrar um futuro em que o social, finalmente, se

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    sobreponha ao econmico? difcil responder a estas questes porque a natureza

    humana imprevisvel, mas acreditamos que os primeiros passos esto dados no

    caminho correcto.

    A Cmara Municipal de Campo Maior, em conjunto com os restantes

    membros do CLAS, desenvolveu um enorme esforo para a realizao do

    diagnstico social onde foi desenvolvida uma profunda reflexo e feito um

    exaustivo levantamento sobre as potencialidades, debilidades, oportunidades e

    ameaas que envolvem o Concelho. S depois de conhecidos os recursos

    disponveis se poder implementar um planeamento estratgico concertado.

    As iniciativas comunitria so fundamentais na promoo de

    desenvolvimento local, quando fornecem financiamentos de extrema importncia

    para sectores socio-econmicos em clara desvantagem e que apresentam

    mltiplas carncias. O processo simples, a Comisso Europeia publica um livro

    verde, onde so apresentadas as iniciativas comunitrias, que depois de

    consultado pelos Estado-Membro tomam conhecimento das orientaes para cadainiciativa, de onde surgem Programas Comunitrios, aos quais devem ser

    apresentados projectos que vo de encontro aos princpios estabelecidos pela

    Unio Europeia. Existem quatro programas comunitrios financiados pelos

    Fundos Estruturais, com um oramento de 10.44 mil milhes de euros, dos quais

    Portugal beneficiou 671 milhes de euros: 394 milhes de euros para o Interreg

    III; 18 milhes de euros para o Urban II; 107 milhes de euros para o Equal e 152

    milhes de euros para o Leader + (valores com os quais tomei contacto no mduloIII).

    O Interreg III, financiado pelo FEDER2, um programa que pretende

    reforar a coeso econmica e social da Comunidade Europeia de forma a

    incrementar a cooperao transfronteiria, transnacional e inter-regional, ou

    seja, visa o desenvolvimento regional integrado entre regies fronteirias

    vizinhas bem como a integrao territorial na Comunidade. O Urban II,

    2FEDER: Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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    financiado pelo FEDER, pretende lutar contra os problemas econmicos,

    ambientais e sociais inerentes aos centros urbanos, cujo objectivo se prende com a

    recuperao de infra-estruturas degradadas, o combate excluso social e a

    melhorar a qualidade do ambiente urbano. O Leader +, financiado pelo FEOGA

    seco Orientao3, um programa criado para as zonas rurais (portadoras de

    homogeneidade geogrfica, econmica e social e compostas entre 10.000 e 100.000

    habitantes), que pretende valorizar o patrimnio natural e cultural, optimizar o

    sector econmico (atravs da criao de postos de trabalho, da melhor capacidade

    organizacional das comunidades locais,da divulgao de saberes/conhecimentos e

    da partilha de experincias a nvel Europeu) e melhorar as possibilidades de

    emprego e/ou de actividades para os jovens e mulheres. O Equal, financiado pelo

    FSE4, destina-se a minimizar as desigualdades e discriminaes (sexo, raa,

    etnia, religio,/convices, deficincia, idade, orientao sexual) que

    impossibilitam muitos cidados de integrarem o mercado de trabalho ou de serem

    aceites socialmente, da que seja um programa que pretende desenvolver ascompetncias dos desempregados aumentando a empregabilidade, renovar e

    actualizar (atravs de formao continua - adaptabilidade) as competncias de

    quem trabalha em sectores em desvantagem, incrementar o espirito empresarial

    possibilitando, sem discriminao, o acesso de homens e mulheres ao mercado de

    trabalho bem como incentivar o espirito empresarial, explorando novas

    oportunidades de emprego. Devo referir que todos os programas j eram do meu

    conhecimento sobretudo o ultimo (Equal) ao qual o meu grupo de trabalhoapresentou candidatura em 2000. De facto, estamos perante apoios fundamentais

    ao desenvolvimento nacional e, sobretudo regional, advindos da Unio Europeia,

    a qual dirige as sua preocupaes para problemas de carcter social, ambiental,

    econmico e cultural beneficiando os mais desfavorecidos e com menores recursos,

    numa altura em que s os mais fortes e adaptados sobrevivero.

    3Fundo Europeu de Orientao e Garantia Agricola (FEOG) seco Orientao.4Fundo Social Europeu

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    o

    2 Enquadramento do Plano de Desenvolvimento Social

    Da elaborao do Diagnstico Social resultou um conhecimento profundo

    acerca das diversas reas de interveno a nvel do concelho de Campo Maior. Foi

    com base na elaborao da anlise SWOT que partimos para a definio das

    linhas estratgias do PDS, pelo que passaremos a apresentar as concluses

    retiradas da avaliao interna e externa realizada para cada dinmica

    envolvente. Em cada quadro sero assinaladas as problemticas alvo de

    interveno do PDS para posteriormente constarem do Plano de Aco. O critrio

    de seleco teve como ponto de partida a prioridade da interveno partindo de

    trs pressupostos. O primeiro diz respeito aoimpacto do problema

    , se se trata de

    um problema que exija uma resposta urgente face s suas caractersticas,

    apelando ao planeamento integrado numa lgica de desenvolvimento sustentvel,

    ou se tem um efeito estruturante, isto , se est ligado a uma cadeia de

    causalidades onde exista capacidade mobilizadora para agir sobre esse problema

    (nesta fase imperioso determinar se agimos sobre o problema ou sobre o que

    causa o problema, sobre as suas causalidades?), ou ainda se se trata de um

    problema imediato ou de grandes dimenses face ao nmero de indivduos que

    envolve. O segundo relaciona-se com avontade c lectiva

    , ou seja, se existe

    comprometimento por parte das instituies em se envolverem e se mobilizarem

    para a resoluo do problema numa perspectiva Interinstitucional. Finalmente o

    terceiro pressuposto implica a contabilizao dos recursos, em suma, so

    ponderadas as potencialidades e actores existentes que poderiam ser canalizados

    no sentido de operacionalizar a resoluo de um determinado problema.

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    Critrio de seleco perante as urgncias:

    Face capacidade de resposta, isto , s urgente se existirem meios para

    resolver o problema, caso no seja possvel ento deveremos fazer o

    encaminhamento para as entidades competentes nessa matria, o que se traduz

    na Eficcia da aco.

    A B

    Perante A, espao relacionado com o problema e B, espao relacionado coma capacidade de interveno, devemos tentar resolver B, porque o distanciamentoentre o problema e os seus intervenientes (quem tem capacidade, potencialidadede interveno) menor, aumentando a capacidade de resoluo.

    Ponderar FactoresCausas

    RecursosPrioridades

    Fenmenos

    Condies para...

    Calculo de causalidades

    Impacto

    Quando um nexo de causalidade alterado (alicerces so movidos -sustenta socialmente, isto , o indivduo na sua relao com os seus gruposde referncia).

    Efeito

    Aumento da capacidade de socializao do indivduo.

    Out put

    Assimilao de contedos (aumentar a capacidade para..., o que pode noimplicar mudanas no seu interior).Onde podemos provocar mudanas? Relao de causalidade

    Eixo

    Fio condutor que percorre e unifica os problemas, os quais em conjuntoformam a problemtica.

    Linhas de

    Interveno

    O que existe e pode ser potenciado;Reorientar - Empowerment (aumento da capacitao: integrar osindivduos, tendo em considerao o seu Know How) - Balano dascompetncias.

    As estratgias de interveno devem ter em ateno os dois objectivos:

    Integrao na Interveno Estratgica e Optimizar o Potencial existente.27

    Plano de Desenvolvimento Social

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    2.1 - Questes Centrais do Diagnstico Social

    Anlise SWOT

    A abordagem feita aos dois modelos do planeamento estratgico, modelo de

    ryson e modelo de ackoff, referem como crucial a ponderao das

    Foras/Fraquezas bem como das Oportunidades/Ameaas (SWOT) do territrio

    em desenvolvimento. Segundo Bryson dever ser criado um Plano Inicial

    contendo os mandatos e as misses/valores assentes na SWOT, o mesmo dizerna envolvente externa (poltica, social, econmica, tecnolgica, concorrncia,

    parcerias) e interna (recursos humanos/econmicos/materiais; estratgia actual

    global/funciona/departamental; resultados/histria) de forma a identificar os

    problemas estratgicos e futuramente criar estratgias de interveno

    (alternativas, propostas, aces) que resultem no aproveitamento das foras

    internas com optimizao das oportunidades e minimizao das fraquezas e

    ameaas. Backoff identifica seis fases do processo de gesto estratgica, numa

    perspectiva de avaliao entre o que somos (presente) e o que queremos ser

    (futuro). A primeira fase reporta-se ao Contexto Histrico, isto , tendncias e

    factos, direces, ideais; uma segunda fase diz resprito Avaliao Institucional

    (SWOT); a terceira ao Agendamento dos problemas estratgicos; a quarta

    definio das Opes Estratgicas; a quinta est direccionada para a Anlise de

    Viabilidade, ou seja, pondera os recursos financeiros e humanos e a ultima fase

    ser objectivamente a da Implementao e, por isso, se relaciona com a gesto

    estratgica propriamente dita.

    Kotler, em contrapartida define seis estratgias que possibilitaro a um

    territrio impor-se: a estratgia de identidade que responde questo Quem

    somos? ao tomar em considerao a SWOT; a estratgia de melhoras bsicas

    locais, relacionada com as questes ambientais e de planeamento territorial; a

    estratgia de produto local, interligada com a questo O que temo para oferecer?

    em termos de infra-estruturas, qualificaes, actividade comercial ou associaes

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    locais; a estratgia de localizar a massa cinzenta, referente

    educao/formao e que visa fixar indivduos qualificados; a estratgia de

    sinergia total, cujo objectivo se prende com o desenvolvimento do marketing

    estratgico criando sinergias entre as foras locais; e finalmente a estratgia face

    aos investidores e decisores externos, implementada para aproximar os

    compradores de quem tem poder de deciso.

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    2.1.1 - Territrio/Populao

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *Apesar de tudo o concelho de Campo Maior, quandoapreciado em termos distritais, no de todo o concelho maisproblemtico no que se refere perda populacional (entre 1991e 2001). Apenas Portalegre no sofreu to intensamente osefeitos dessa perda.

    *Constatmos uma perda de populao, durante os dez anos quemediaram a realizao dos ltimos censos, na ordem dos 1,7%.Este decrscimo foi sensivelmente maior no sexo masculino(menos 2% homens), apesar do sexo feminino ter sido atingidoigualmente por este decrscimo (menos 1,4% mulheres).

    *O ndice de envelhecimento de Campo Maior, em 2001,

    supera em cerca de 18% o ndice nacional, em contrapartidasitua-se abaixo dos parmetros de Alentejo, em geral, e AltoAlentejo, em particular.

    *Estamos claramente perante uma populao com tendnciapara o envelhecimento, sobretudo se pensarmos que foram osgrupos etrios mais jovens os mais atingidos pelo decrscimopopulacional.

    *Relativamente a 1991, o ndice de dependncia totaldecresceu 2% bem como o ndice de dependncia dos jovens,situando-se em 2001 nos 7%;

    *O ndice de Desenvolvimento Social de Campo Maiorencontra-se abaixo do valor do pais.

    *Proporo de jovens no concelho diminuiu 4,5% face a 1991e a de idosos aumentou 3%. Quando comparados estes valorescom o contexto envolvente constatamos que, relativamente aoAlto Alentejo e Alentejo, Campo Maior apresenta ndices maisanimadores. Situao que se inverte quando comparado comPortugal.

    *Taxa de crescimento natural (1991/2001): -1.9

    *Entraram no concelho 214 indivduos, quer provenientes deoutro concelho, com maior expresso, quer do estrangeiro, esaram 123 indivduo, o que perfaz um saldo das migraesbastante positivo, isto , o nmero de indivduos que doentrada no concelho de Campo Maior significativamentesuperior ao das sadas, o que quer dizer que Campo Maiorrene condies consideradas pela populao como essenciais sua subsistncia, para alm de ainda demonstrar capacidadesde absorver indivduos vindos de outras localidades.

    *Contudo percebemos na evoluo de 1995 para 1999relativamente ao fluxo migratrio uma clara diminuio donmero de indivduos recebidos pelo concelho de Campo Maior,variao que ronda um decrscimo na ordem dos 53%.

    *Taxa de crescimento migratrio (1991/2001): - 0.4

    *Relativamente nacionalidade dos indivduos residentes noconcelho de Campo Maior, verificamos que, em 2001, apopulao detinha maioritariamente, 98,5%, nacionalidadePortuguesa.Constatamos que apenas 54 indivduos residentes tinhamnacionalidade estrangeira, dos quais 81% pertenciam a pasesda Unio Europeia, destacando-se claramente os indivduosprovenientes de Espanha dos quais 69% so do sexo feminino.Para alm disso, foram igualmente contabilizados 5 indivduosvindos de frica (Angola e Cabo Verde) e 2 da Amrica(Canad). Registaram-se ainda, 68 indivduos portadores de

    dupla nacionalidade.

    *Em Campo Maior a tipologia de famlia dominantecorresponde a famlias compostas por um nico ncleo familiar,integrando um casal de direito (ou com registo) com filhos,reunindo um ndice de 41%. Esta situao revela a crescentediminuio do n de indivduos que compem os agregadosfamiliares.*H a destacar tambm as 279 famlias cuja base da estrutura composta por 1 pessoa do sexo feminino com 65 ou mais anos,demonstrando como so maioritariamente as mulheres idosasque vivem mais isoladas, formando o grosso das famlias

    unipessoais.

    *Taxa de divrcio de Campo Maior, em 2001, inferior Nacional.

    *Os ncleos monoparentais (sobretudo mes com filhos)assistiram, em 2001, a um aumento significativo, revelandodeste modo o aumento do n de divrcios ou separaes, emtermos gerais, no concelho.

    *Densidade populacional do concelho de Campo Maior de33.5, enquanto no Alto Alentejo de 20, no Alentejo 19.3 ePortugal 112.2.*Taxa de natalidade, em 2001, supera os valores apresentadosquer no Alentejo quer em Portugal.*Taxa de mortalidade , em 2001, inferior do Alentejo erelativamente superior, em 1.2%, de Portugal.*Taxa mdia de mortalidade infantil inferior mdia doAlentejo e Portugal.

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    Territrio/Populao (cont.)

    Avaliao Externa

    Oportunidades Ameaas

    * O Alentejo (163 idosos por cada 100 jovens) apresenta umndice de envelhecimento acima do valor de Portugal (102idosos por cada 100 jovens), no entanto, apesar do nvel deenvelhecimento atingido, o Alentejo registou o menorincremento da populao idosa do Continente.

    *O Alentejo a regio mais envelhecida de todo o territrionacional. Esta regio registou um ligeiro decrscimo (-0,7%) relativamente a 1991, mais acentuado entre apopulao feminina. O facto de possuir a maior proporo deidosos, 22.3% e, simultaneamente, a mais baixa de jovens,13.7% (perdeu 22% de jovens entre 1991 e 2001), faz destaregio uma zona problemtica dado ser pouco atractiva paraa fixao da populao. Os traos deste tipo de pirmiderevelam precisamente esta situao: uma base estreita(jovens) e um topo caracterizado pelo excesso de efectivospopulacionais depois dos sessenta anos.

    *Em termos gerais Portugal presencia ao envelhecimento dapopulao, fragilizao das estruturas familiares (perante oaumento de famlias monoparentais), diminuio dosncleos familiares, ao empolamento do fenmeno relativoaos indivduos cada vez mais isolados, assim como assiste aoaumento das dificuldades sentidas na compatibilizaotrabalho/vida-familiar

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    Plano de Desenvolvimento Social

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    2.1.2 - Economia Local

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *Existncia, a nvel concelhio, de uma forte rede empresarial ede uma expansiva zona industrial com a disponibilizao de lotespara implementao de outras industrias em Campo Maior.

    *A centralizao excessiva da mo-de-obra local no sector docaf prev uma conjuntura scio-econmica, em caso deadopo de polticas empresariais de conteno.*Centralizao excessiva da zona de comrcio obrigando oshabitantes a deslocar-se exclusivamente a esse ponto pararealizar as suas compras.*Zona de Comrcio centralizada o que facilita a aquisio dos mais

    variados produtos. *Proximidade de um grande centro de comrcio, extremamentecompetitivo, o que absorve grande parte das economiasfamiliares: Badajoz.

    *Apesar das vantagens encontradas no recrutamento de pessoalpouco qualificado, as empresas de maior dimenso tm apostadono recrutamento de mo-de-obra qualificada.

    *A gesto do actual modelo empresarial de funcionamento dosector industrial baseado na utilizao intensiva de mo-de-obra pouco qualificada e na baixa modernizao tecnolgica,poder converter-se, a prazo, em factor de estrangulamento dodesenvolvimento econmico e social.

    *O facto de se tratar de uma regio que tem para oferecer uma boaqualidade de vida e excelentes condies ambientais poder vir aatrair investidores no mbito do turismo rural.

    *A imagem e discurso de uma regio em crise, envelhecida eem perigo de desertificao, pode repulsar possveisinvestidores.

    *A taxa de actividade (relao entre a populao activa com 15 oumais anos e a populao total) registada em Campo Maior foi de44,7%, valor superior em 6,7 pontos percentuais relativamente aoverificado em 1991.*Em termos comparativos com outras localidades pertencentes aodistrito de Portalegre, detectamos que a taxa de actividade, em2001 (tendo em conta o sexo feminino e masculino) do concelhode Campo Maior apenas ultrapassada pela sede do distrito, ouseja, Portalegre que apresenta um ndice de 46,4%.* Aumento significativo da taxa de actividade do sexo feminino,sendo esse aumento de 26% (em 1991) para 37,2% (em 2001), oque significa a entrada de sensivelmente mais 11% de mulheres nomercado de trabalho.*Os censos apuraram a existncia de 3746 indivduoseconomicamente activos, pertencendo 57% ao sexo masculino, dosquais 3415 indivduos esto empregados, o que perfaz 40,7% dapopulao.

    *Dos indivduos empregados cerca de 60% so homens, peloque conclumos a ainda predominncia do sexo masculino nomercado de trabalho, cuja taxa de actividade ronda os 52,5%.

    *O sector secundrio emprega 32% e o tercirio atinge os 58%,claramente o sector de maior peso em Campo Maior.

    *O sector primrio , sem dvida hoje, um sector em granderecesso acolhendo apenas 10% da populao empregada.

    *Verificamos que em todos os concelhos do distrito o ndicecorrespondente taxa de actividade do sexo masculino decresceu,excepto em Campo Maior (aumento de 2%). Em contrapartida ataxa de actividade do sexo feminino aumentou significativamenteem todos os concelhos, aumento este que, em mdia, rondou os8%.

    *Detectaram-se, no concelho, em 2001, algumas situaesgraves onde o nmero de indivduos com actividadeeconmica muito inferir ao dos indivduos a cargo: das 53famlias com trs pessoas a cargo s uma possui actividadeeconmica, das quais 8 so compostas por 5 pessoas.

    *Existe uma boa cobertura de caixas multibanco, actualmenteforam detectados, a nvel concelhio, 10 dispositivos com estafuncionalidade.

    *Apesar de, em 2001, os censos referirem a existncia de 5Bancos e 1 Caixa de Crdito Agrcola sediados em CampoMaior, em 2004 notou-se um decrscimo do seu nmero para4, tendo encerrado dois desses Bancos.

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    Economia Local (cont.)

    Avaliao Externa

    Oportunidades Ameaas

    *A abertura do mercado Europeu, com a implementao doEuro, facilitar as trocas comerciais e possibilitar adinamizao de algumas economias locais que demonstrempoder competitivo e saibam implementar polticas atractivaspara investidores nacionais ou internacionais.

    *Elevado grau de incerteza quanto s implicaes na economiaregional de alguns factores relativos ao enquadramentointernacional com a liberalizao do comrcio face aberturado mercado Europeu a uma forte concorrncia das economiasem desenvolvimento, e com a adopo da moeda nica bemcomo com o alargamento da UE a outros pases de leste.

    *Descentralizao de competncias de modo a reforarintervenes que se aproximem da realidade que visam atingir.

    *A actual e crescente segmentao econmica regional resultada crescente periferizao dessas zonas face ao centro daEuropa assim como do aumento, a nvel local, de situaes de

    pobreza e excluso social proporcionados pela ocupaodiferenciada do espao.*Localizao do concelho de Campo Maior, prxima deEspanha, poder criar oportunidades de desenvolvimento localquando explorado um mercado cada vez mais virado para oexterior.

    *Economia paralela continua a dificultar o crescimentoeconmico nacional, reflectindo-se em ultima escala ao nvelmicro, cujos concelhos assistem a uma diminuio gradual dosinvestimentos por parte do Estado.

    *Possibilidade da populao campomaiorense ter acesso aosmais variados bens e servios dada a proximidade com doisplos de grande dinamismo local: Badajoz e Elvas.

    *A taxa de actividade do Alentejo (de 45,4%) situa-se abaixoda mdia nacional (de 48,2%) e o sexo masculino continua adominar o mercado de trabalho em Portugal (taxa de actividademasculina: 54,8%; taxa de actividade feminina: 42%), apesardesta discrepncia, como verificamos anteriormente, seencontrar a diminuir gradualmente.*Fixao dos trabalhadores, com baixa qualificao, nasempresas conduz sua crescente desmotivao laboral;

    *Problema das chefias intermdias no estarem prximas dosseus subalternos, no dando muitas vezes o exemplo.

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    2.1.3 - Mercado de Emprego

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *Existncia de empresas a nvel local com alguma importncia (Delta,Camelo, Hutchinson, Silveira Cafs, Torrefaco Cubano, Jovel, PataNegra, Frutas Guadalupe).

    *Insuficincia de transportes pblicos que estabeleam ligaesentre as localidades prximas o que limita muitssimo asdeslocaes

    *Total cobertura do Centro de Emprego de Elvas atravs de deslocaesconstantes de tcnicos Univa de Campo Maior, onde est a tempointeiro uma animadora com o objectivo de fazer a ponte entre o Centrode Emprego e a populao local.

    *Falta de habilitaes da maior parte da populao local.

    * significativo o nmero de POCs e de indivduos subsidiadosintegrados em algumas e instituies locais (IPSS, Pblicas e sem fins

    lucrativos), o que vai de algum modo facilitar a integrao de mo-de-obra disponvel que lhes permita actuar mais eficazmente. Por outrolado ajuda os desempregados a manter hbitos de trabalho.*Existem algumas instituies e empresas acreditadas pelo INOFORque possibilitam que a formao de indivduos a nvel local seja umaconstante.

    *Inexistncia de mo-de-obra especializada em algumas rease o seu excesso em outras reas como o caso de jardinagem,

    provocando debilidades nas qualificaes humanas dada adeficiente orientao da formao.

    *Os programas ocupacionais e as formaes funcionam comoempregos/profisses.

    *Existncia de constantes estgios profissionais na Delta.

    *Concentrao de um nmero significativo de mo-de-obra numas empresa (Delta) antecipando um enorme problema social eeconmico em caso da adopo de polticas de conteno decustos

    *Existncia de empresas de insero na Santa Casa da Misericrdia *Emprego precrio e temporrio.*Durante o ms de Maro de 2001 foram detectados 331desempregados, dos quais 66% pertencem ao sexo feminino. 21%da populao desempregada do concelho encontra-se procurado primeiro emprego enquanto 79% est procura de novoemprego.

    *Taxa de desemprego (relao entre a populaodesempregada e a populao activa), existente aquando darealizao dos censos, revelou um decrscimo, na ordem dos2,5% relativamente aos censos de 1991, decrscimo este maisacentuado para o sexo feminino (de 20,9% passou para 13,7%).*Constatamos que 45% das mulheres empregadas trabalhavam emdiversas reas da actividade econmica, destacando-se 17% dedicadas alimpezas, lavandaria, engomagem de roupa;*Os homens tm como principais actividades a construo civil e obraspblicas, os servios de proteco e seguros, os servios decontabilidade e financeiros ou so condutores de veculos a motor.*Em 2001, a populao residente empregada do concelho deCampo Maior trabalhou sobretudo entre as 40 e as 44 horassemanais, com um ndice de 54%, em seguida entre as 35 e as39 horas, com 18%, e 45 ou mais horas, com 17,5%.*Em mdia os homens trabalham mais horas que as mulheres, 77% doshomens trabalham mais de 40 horas semanais, percentagem quedecresce para 62% para o sexo feminino.

    *Verificamos que a maior parte dos indivduos empregados noconcelho de Campo Maior so trabalhadores por conta de outrm,ndice que ronda os 83%, Isto demonstra alguma debilidade noque concerne ao espirito empreendedor local.*Apenas 6,5% so empregadores, correspondendoessencialmente profisso de directores e gerentes de pequenasempresas ou de agricultores. Os trabalhadores por conta prpriaso em nmero muito reduzido, representando somente 7,2%.

    *Segundo os censos 2001, os empregadores so indivduosrelativamente jovens situando-se 65% entre os 25 e os 49 anos (e 83%entre os 25 e os 59 anos), para alm disso, este intervalo etrio (entre os25 e os 49 anos) engloba 58% dos trabalhadores por conta prpria.

    *Destacamos, em 2001, que 79% dos indivduos desempregados procura do primeiro emprego tm entre 15 e 29 anos, enquanto69% da populao procura de novo emprego tem entre 20 e 44anos, o que demonstra ser a populao mais jovem aquela que particularmente atingida por esta situao.*81% da populao que se encontra procura do primeiroemprego est sobretudo a cargo da famlia e a que se encontra procura de novo emprego depende essencialmente do subsidio dedesemprego ou da famlia, 40% e 34% respectivamente.

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    Mercado de Emprego (cont.)

    Avaliao Externa

    Oportunidades Ameaas

    *Existncia do Programa Operacional de Emprego, Formao eDesenvolvimento Social

    *Existncia de mo-de-obra clandestina

    *Existncia de Protocolos e Despachos com outros ministrios

    (IPPAR5, Educao)

    *Proximidade com um grande plo de desenvolvimentocomercial, Badajoz, o que conduz muitas familias a dinamizareconomicamente esses plos no investindo no pequeno comerciolocalizado em Campo Maior, cuja poder de competitividade extremamente reduzido

    *Abertura por parte do IEFP para a implementao de Escolas-Oficina e Empresas de insero *Recesso econmica em que o Pas se encontra

    *Entre 1991 e 2001 ocorreu um aumento generalizado nas taxas deemprego em Portugal e a nvel regional o que afectou, por sua vez,a diminuio do desemprego. Ainda assim, o Alentejo continua aser a regio com a taxa de emprego mais baixa.

    *Torna-se pertinente referir que as estatsticas sobre oemprego/desemprego so extremamente volteis uma vez que aoscilao entre um estado e outro imprevisvel e depende deinmeros factores no controlados, e portanto o estar empregadohoje pode significar o estar desempregado amanh e vice-versa.

    *Constatamos que em ambos os censos (1991 e 2001),independentemente do concelho pertencente ao distrito dePortalegre, a coluna referente ao sexo feminino aquela queapresenta maior ndice de desemprego.

    *Aumento dos riscos de desemprego estrutural nas camadasetrias intermdias e finais da populao activa com a suadeficiente qualificao

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    5Instituto Portugus do Patrimnio Arquitectnico

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    2.1.4 - Educao e Formao

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *Existncia de um servio de interveno precoce *Elevada taxa de analfabetismo: analfabetismo funcional

    *Existncia de uma rede de escolas bem estruturadas at ao finaldo 3 ciclo.

    *Fraca adeso ao ensino recorrente para o 2 ciclo traduz-se nasua extino.

    *Cobertura satisfatria no transporte escolar

    *Relevante abandono escolar no 3 ciclo, com principalincidncia sobre o 7 ano.Entre os anos lectivos 2001/2002 e 2003/2004 apenas o 7 anoassistiu ao aumento de alunos, na ordem dos 0.14, nos restantesanos houve um decrscimo, mais acentuado no 8 e 11 ano. Em

    termos gerais a perda rondou 0.18 percentuais.*Existncia da Comisso de Proteco de Criana e Jovens noconcelho de Campo Maior.

    No valorizao da componente escolar e profissional.

    *Existncia de alguns cursos de formao profissional noconcelho ao abrigo do POEFDS (III Quadro Comunitrio).

    Insuficincia de apoio na rea da psicologia, apesar de setratar de um problema conjuntural e que o reflexo daexistncia de deficincias no prprio sistema educativo.

    *Encontra-se a elaborar um Projecto de remodelao ebeneficiao das Escolas do 1 ciclo do ensino bsico e deespaos de recreio.

    Inexistncia de resposta alternativas ao ensino e que se adeqems necessidades dos jovens.

    *Elaborao de um projecto para instalao de uma crechepblica em Campo Maior e uma sala adicional no Jardim deinfncia de Campo Maior.

    *Inexistncia de respostas imediatas e suficientes para a creche,cuja taxa de cobertura ronda apenas os 14,6%.

    *As mulheres continuam a ser as mais atingidas pela taxa deanalfabetismo representando 58% da populao sem qualquer

    nvel de ensino.

    *A taxa de analfabetismo diminuiu 6% nos ltimos 10 anos,situando-se contudo ainda na ordem dos 15%, ou seja, esta

    percentagem refere-se a 1275 pessoas que no sabem ler nemescrever, das quais 1146 (63,5% mulheres e 36,5% homens) tmdez anos ou mais. O concelho de Campo Maior (15,2%)encontra-se abaixo da mdia do Alto Alentejo (17,6%).

    *Encerramento do plo da EPRAL em Campo Maior.

    *Destacamos o caso de Campo Maior, de Elvas e Castelo deVide e de Portalegre (sede do distrito) que apresentam maioresndices de escolaridade.

    *Baixas Qualificaes: verificamos que mais de metade(55%) da populao possui no mximo o 1 ciclo do ensinobsico e que 17% possui o ensino secundrio, enquanto queapenas 7,4% detm o ensino mdio ou superior. Em relaoaos restantes nveis destacam-se os 2 e 3 ciclos com 11% e9,7% respectivamente.

    *Taxa de ocupao do ensino privado (creche e pr-escolar) est

    prxima dos 100%.

    *As escolas bsicas (ensino pblico), no concelho de CampoMaior, esto com uma mdia de ocupao na ordem dos 82%.Tendo em considerao a evoluo do nmero de alunos aolongo dos ltimos trs anos lectivos -nos possvel concluir quehouve no pr-escolar um decrscimo de alunos assim como no 2ciclo, em contrapartida o nmero de alunos do 1 ciclo tem vindoa aumentar. Este decrscimo est directamente relacionado coma perda de alunos na escola de Degolados j que em CampoMaior essa perda no se tem verificado de modo algum.

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    Educao e Formao (cont.)

    Avaliao Externa

    Oportunidades Ameaas

    *Existncia de plos de ensino superior prximos do concelho *Dficit de acessibilidade*Existncia de ensino de formao profissional prxima aoconcelho

    *Desertificao e envelhecimento da populao Alentejana.

    *Programa POEFDS contm o Eixo 1, medida 1.1.2.3, quepromove cursos com equivalncia a determinado grau deescolaridade num espao de tempo mais reduzido face ao habitual

    *Insuficincia na cobertura do pr-escolar.

    *Programa Scrates e Leonardo da Vinci permitem a troca deexperincias na rea educativa com outros pases da Unio Europeia

    *Limitao temporal dos Programas.

    *Programa Ser Criana*Zona interior e portanto sujeita a todas as limitaes ainerentes

    *Programa Operacional da Regio do Alentejo (PORA)*Em 2001, Portugal registou uma taxa de analfabetismo de 9%,inferior de 1991 (11%) e atinge maioritariamente o sexo feminino(em 1991: mulheres 14,1%, homens 7,7%; em 2001: mulheres 11,5%, homens 6,3%), apesar de ter reduzido substancialmentenas regies do Alentejo e Algarve.

    *Ainda assim, o Alentejo continua a ser a regio onde existe amaior taxa de analfabetismo (15,9%).

    *O actual processo de autonomizao das escolas e as directivaspara o espao fsico da escola poder oferecer novas oportunidadesde ocupao dos tempos livres podero dinamizar novas respostas

    *Continuam a sair do sistema de ensino jovens sem quaisquerqualificaes, no havendo instrumentos de qualificaoprofissional entrada no mercado de emprego.

    *Melhoria generalizada dos valores mdios dos indicadores deeducao e valorizao crescente da qualificao escolar eprofissional da populao activa.

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    2.1.5 Proteco e Aco Social

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *Tem subsistido a conscincia da necessidade de criar a nvel localrespostas sociais que visam o acompanhamento directo do idoso,sobretudo com a criao de um Centro de Noite.

    *Existncia e lacunas em termos de respostas sociais para acreche e amas.

    *Existncia de vrias instituies que tm manifestado capacidade deimplementao de diversas iniciativas com carcter social, o que setem traduzido numa importante dinmica social.

    *Terminus do Projecto de Luta contra a Pobreza em 2001.

    *Capacidade tcnica local, tendo algumas instituies a preocupaode integrar nos seus quadros pessoal qualificado.

    *Falta de Servios que dem resposta a idosos dependentes ouacamados, o que poderia ser colmatado com o PAII.

    *Instalaes e equipamentos adequados aos pblicos alvo. *Equipamentos adequados mas manifestamente insuficientes.*As organizaes locais, sobretudo ligadas a sectores sociais,

    demonstram grande apetncia para o desempenho de algumasfunes ao nvel da educao para a sade e da sade comunitria.

    *Existncia daquilo a que denominamos de pobreza geracional,

    isto , famlias que de gerao em gerao mantm um ciclo deexcluso social.*Existncia da C.P.C.J. *Abandono escolar associado excluso social.6

    *Existncia de famlias de etnia cigana a viverem h dcadas emcondies infra-humanas.

    *Implementao da Rede Social.*Inexistncia de respostas de reinsero social para indivduossados de processos de desintoxicao.*Falta de acessibilidades para indivduos portadores dedeficincias.*Existncia de agregados familiares a viverem em meio ruralsem quaisquer condies.

    *Existncia de algumas respostas para as pessoas portadoras dedeficincia num concelho limtrofe no qual est tambm a serelaborado actualmente um projecto para uma Residncia no sentidode acolher aqueles que estejam isolados ou em risco de virem aencontrar-se nessa situao. *Detectam-se ainda algumas entidades patronais pouco cumpridores

    das obrigaes sociais dos seus trabalhadores.*Violncia domstica ligada ao alcoolismo.

    *Existncia de Servios de CAT no distrito (Elvas e Portalegre) *Nmero significativo de mes adolescentes e a constatao deque as famlias mais carenciadas so geralmente bastantenumerosas revela a inexistncia de planeamento familiar.

    *Boa articulao entre as parcerias o que facilita a resoluo deproblemas sociais imediatos.

    *Inexistncia de Projectos direccionados para o desenvolvimento daHabitao Social.

    *Existncia de uma empresa local com preocupaes sociais, sendoinclusive a primeira empresa em Portugal a obter a Certificao deResponsabilidade Social.

    *Beneficirios do Rendimento Mnimo situam-se sobretudonuma faixa etria muito jovem e pertencem, essencialmente, aosexo feminino.

    *Existncia de um servio local de Segurana Social com todas asrespostas a ele associadas.

    *Exiguidade de Recursos Humanos Tcnicos nas Instituies eservios pblicos sobretudo ao nvel da interveno social.

    Avaliao Externa

    Oportunidades Ameaas

    *PAII (Programa de Apoio Integrado a Idosos) e Plano Av *Envelhecimento da populao.*Diminuio das regalias sociais conferidas populao maiscarenciada ao nvel das comparticipaes dadas pela SeguranaSocial.

    *Eixo 5 do Programa POEFDS (Promoo do DesenvolvimentoSocial) disponibiliza medidas direccionadas para a promoo dainsero social e profissional de vrios grupos sociais bem como odesenvolvimento da Rede de equipamentos e servios de promoodo desenvolvimento social.

    *Apesar das instituies que prestam actualmente servios aosidosos j terem solicitado Segurana Social um alargamento deacordos que possibilitem a integrao de mais idosos at aomomento foi-lhe negada.

    *Programa Creches 2000 e Adaptao 2000 *Baixas penses sociais

    *Programa de Apoio Iniciativa Privada Social (PAIPS)*Projecto de Apoio Famlia e Criana (PAFAC)*Programa Ser Criana

    *Aumento desmedido do desemprego a nvel Europeu e, sobretudo,Nacional o que tem conduzido crescente procura de apoios sociaise, por sua vez, ruptura econmica deste sector.

    *Programa de Apoio Primeira Infncia (PAPI)

    6Este estrangulamento insere-se no 2 Eixo de Interveno por estar relacionado com a Educao e Formao.

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    2.1.6 Sade

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *Existncia de um centro de sade local.*Centro de Sade encerra ao pblico s 22 horas o que nogarante um atendimento de 24 horas

    *Existncia de trs clinicas de anlises.

    *Existncia de trs Policlnicas.*As Policlnicas so particulares e portanto o acesso aos seusservios requer um esforo econmico por parte de quem osprocura, o que limita, per si, o tipo de populao utente.

    * Existncia de trs consultrios de Medicina Dentria.*Inexistncia de psiquiatras e/ou psiclogos com clinicassediadas no concelho assim como de outras especialiadades.

    *Proximidade (18Km) do Hospital que serve o concelho.

    *Proximidade com Badajoz, uma cidade dotada de vriasinfra-estruturas de sade de alta qualidade, s quais apopulao campomaiorense tem o hbito de recorrer combastante frequncia.*Dada a proximidade com Espanha tem existido uma relativafacilidade na contratao de mdicos e enfermeirosespanhis, permitindo colmatar as necessidades sentidas pelosPostos de Sade que servem o concelho.

    *Inexistncia de recursos humanos suficientes querespondam s reais necessidades sentidas pelos Postos deSade, quer a nvel de pessoal mdico ou enfermeiros. Nopodemos esquecer que se torna difcil, ainda assim, a fixaodefinitiva do tcnicos espanhis num Pas que no o seu eportanto a sua passagem torna-se, em muitos casos,provisria.

    *Tem havido uma preocupao local, tanto por parte dasautarquias servidas pelo Hospital de Elvas como de algumasempresas, em colaborar no sentido de adquirir equipamentosindispensveis ao funcionamento do hospital e no sentido demelhorar a eficincia e qualidade dos servios prestados aosdoentes. No ano de 2003 foi feito um esforo no sentido de

    adquirir um aparelho TAC.*Elevada articulao entre o Centro de Sade e acorporao de Bombeiros local.

    *A inexistncia de tcnicos em nmero suficienteimpossibilita que seja feita uma vigilncia constante doscuidados de sade pblica. Situao agravada quando nosrepercutamos populao idosa, cujo apoio no domicilio mnimo e assegurado com grande esforo por parte dostcnicos. De facto, no tm sido feitos investimentos

    relevantes na promoo da sade e na preveno doaparecimento de doenas, o que sucede um pouco por todo opas.*Inexistncia do pagamento de credenciais para adeslocao a consultas e exames mdicos.

    Avaliao Externa

    Oportunidades Ameaas

    *Existncia de Projectos e Programas que optimizam osservios de sade: Programa Operacional Sade XXI.

    *Polticas Nacionais em termos de sade tm penalizado aspequenas localidades retirando-lhes determinados serviosdeslocalizados actualmente para os grandes centros urbanos,o que obriga os utentes a grandes deslocaes para recorrer adeterminados tratamentos e servios.

    *Existncia de Formaes e Conferncia que permitem a

    optimizao de conhecimentos aos profissionais de sade.

    *Rotao sistemtica dos mdicos e enfermeiros

    dificultando aos utentes a fixao de um mdico de famlia.*A constituio da Rede Social e o potencial dinamismoadvindo de alguns sectores da sociedade civil relacionadoscom a sade

    *Inexistncia de uma Poltica Nacional que vise formarquadros mdicos em nmero suficiente.

    *A crescente dinamizao das polticas sociais, onde se inserea Rede Social, podero proporcionar espaos de troca deexperincias, criando intervenes mais ajustadas eintegradas.

    *Ausncia de capacidade de coordenao entre as vriasentidades envolvidas na rea da sade o que poder conduzira intervenes desajustadas ou sobrepostas.

    *A nvel nacional tem-se assistido diminuio da taxa demortalidade, em geral, e infantil, em particular, o que revelade algum modo a melhoria das condies de vida e, portanto,de sade.

    *O envelhecimento da populao tem conduzido rupturado sistema de sade, incapaz de dar resposta a outros tipos depopulao, cujos servios acabam por estar bastantedireccionados para as necessidades dos idosos.

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    2.1.7 Justia e Segurana

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *O concelho de Campo Maior no tem Comarca mas servido pelo Tribunal Judicial de Elvas, composto por doisJuzos. Na Seco do Ministrio Pblico exercem funesduas Procuradoras Adjuntas. Aos fins-de-semana funcionacomo Tribunal de Turno e faz escala com os Tribunais doCirculo de Portalegre (Fronteira, Nisa, Avis, Castelo deVide e Portalegre).

    *Numerosa comunidade cigana, sobrevivendo de trabalhossazonais e da sua tradicional actividade de feirantes,causadora de alguns furtos e instabilidade a nvel local,sobretudo praticados por indivduos vindos de outrascomunidades e que muitas vezes se infiltram na que seencontra sediada em Campo Maior.

    *No que concerne segurana, esta tarefa est atribuda

    Guarda Nacional Republiana, instalada num edifciomoderno inaugurado em 17 de Outubro de 2002, comexcelentes condies de trabalho.

    *Consumo abusivo de produtos toxicolgicos, que substncia

    uma delinquncia juvenil bastante significativa e porconseguinte o aumento do ndice de criminalidade, em crimescomo furto e eventualmente trfico de estupefacientes.

    *Nos percursos, denominados de giros e definidos peloComando, as patrulhas fiscalizam toda a legislao em vigor,bem como fomentam o policiamento de proximidade,vigilncia e segurana a pontos importantes, designadamentereas florestais, unidades industriais, escolas, pontossensveis, farmcias, instituies bancrias, local deabastecimento Galp, igrejas, estaes do CTT e apoio aidosos isolados.

    *Aumento da imigrao a nvel local de indivduos oriundosprincipalmente dos pases de leste, onde impera a ilegalidade,por vezes aproveitada por alguns, traduzindo-se naexplorao dessa mo-de-obra ilegal.

    *Por outro lado, d cumprimento a programas especficos dasforas policiais, nomeadamente Escola Segura atravs dasua equipa especializada, Apoio a Idosos, Residncias emSegurana.

    Avaliao Externa

    Oportunidades Ameaas

    *Num paralelismo comparativo com outras zonas do pas,poder-se- afirmar que o concelho de Campo Maior respirasegurana e tranquilidade, podendo funcionar como um ploatractivo para a fixao das pessoas e investimentosempresariais.

    *A proximidade com Espanha e com um grande centropopulacional, Badajoz, a poucos minutos de distncia, aceleraa entrada dos delinquentes do pas vizinho bem como a fcilcirculao de produtos ilegais, o que de alguma forma podecriar uma certa insegurana e desconforto na comunidadecampomaiorense.

  • 7/21/2019 Plano de Desenvolvimento Social.pdf

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    Rede Social Conselho Local de Aco Social de Campo Maior

    Plano de Desenvolvimento Social

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    2.1.8 - Habitao

    Avaliao Interna

    Potencialidades Estrangulamentos

    *Na evoluo dos edifcios e alojamentos entre 1991 e 2001,podemos constatar que o nmero de edifcios diminuiu ligeiramente(-1,5%) enquanto o nmero de alojamentos aumentou 7,5%, ou sejade 4386 alojamentos em 1991 passou para 4717 em 2001.

    *Inexistncia de uma poltica de habitao social em vigor e apopulao mais jovem tem dificuldade em comprar habitaoface inexistncia de construes.

    *Nas ltimas duas dcadas construram-se 31,3% alojamentosclssicos de Campo Maior, registando-se a maior percentagem dealojamentos clssicos construdos (desde 1981), no perodo de 1996a 2001 (11,4%), percentagem superior registada no Alto Alentejo

    (9.6%).

    *A distribuio dos alojamentos por freguesia desequilibrada: S.Joo Baptista com 48,4% dos edifcios e 46,6% dos alojamentos;N.S.Expectao com 41,1% dos edifcios e 45,1% dos alojamentos;Degolados com 10,5% de edifcios e 8,2% dos alojamentos.

    *Os alojamentos existentes no concelho so, sobretudo, familiares(99.8%) enquanto os colectivos apresentam um peso reduzido(0.2%).Dos alojamentos familiares, 99.5% so clssicos enquanto os noclssicos apenas representam 0.5%. Destes ltimos, 81.8% sobarracas, valor acima da mdia do Alto Alentejo (50%). Osimprovisados, mveis e outros alojamentos no clssicos noapresentam qualquer relevncia. Em termos de alojamentoscolectivos, 25% consistem em hotis e similares e 75% emconvivncias.

    *O parque edificado do concelho de Campo Maior apresenta umgrau de envelhecimento considervel, sobretudo na zona histricada vila, uma vez que 68,7% dos alojamentos clssicos tm mais de20 anos, dos quais 25.3% datam do perodo de 1919 a 1945. NoAlto Alentejo, os alojamentos clssicos com mais de 20 anosapresenta uma percentagem ligeiramente inferior (66.4%).Todavia, os construdos antes de 1919 assumem maior peso nasub-regio (11.8%) do que em Campo Maior (8.9%), o que traduzum grau de envelhecimento mais acentuado.

    *Quanto forma de ocupao dos alojamentos clssicos noconcelho de Campo Maior, em 2001, podemos constatar que 91.7%esto ocupados enquanto 8,3% encontravam-se vagos.

    *No concelho de Campo Maior, em 2001, 65.6% dos edifcios nonecessitam qualquer tipo de reparao, os quais dizem respeito aosedifcios mais recentes. De ressalvar que nenhum dos edifciosconstrudos aps 1971 apresentam, actualmente, sinais dedegradao.

    *Com necessidade de reparao, existem no municpio 1109 edifcios(33%), correspondendo 30,9% aos edifcios construdos entre 1919 e

    1945 e 18,8% aos que datam antes de 1919. Ainda assim, os edifciosque se encontram num estado muito degradado representam apenas noconcelho 1,4%. Metade destes, datam do perodo de 1919 a 1945 e37% antes de 1919.

    *Dos alojamentos clssicos ocupados, o Alto Alentejo possua, em2001, uma percentagem superior de alojamentos clssicos deresidncia habitual (71.7%) comparativamente com Campo Maior(68.2%). Pelo contrrio, os alojamentos clssicos de uso sazonal ousecundrio so mais significativos no municpio alentejano (31.8%)do que na sub-regio (28.3%).

    *Entre 1991 e 2001, registou-se um acrscimo dos alojamentos de usosazonal (36.7%). Este facto deve-se, em grande medida, tendnciaque se verifica no nosso pas em possuir segundas residncias emvilas como Campo Maior. Para alm disso muitos jovens abandonamestas pequenas vilas, s