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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO – CAMPUS BRAGANÇA PAULISTA ALINE RICANELLO BUENO ISABELA FERREIRA DOS SANTOS BARBOSA JULIA APARECIDA VERSONI VICTOR DE OLIVEIRA NOGUEIRA TRABALHO DE LITERATURA: MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO – CAMPUS

BRAGANÇA PAULISTA

ALINE RICANELLO BUENOISABELA FERREIRA DOS SANTOS BARBOSA

JULIA APARECIDA VERSONIVICTOR DE OLIVEIRA NOGUEIRA

TRABALHO DE LITERATURA:MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS

13/05/2013

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1. Introdução

Esse trabalho apresenta uma análise da obra Memórias de um Sargento de

Milícias, que está situada na transição entre o Romance e o Realismo, pois não possui o

estofo analítico dos romances da segunda metade do século XIX, e mesmo tendo

características que fazem referência ao Realismo, não se compara com as obras de

Machado de Assis e de Aluísio Azevedo.

O referido trabalho está embasado em materiais de estudo que tratam sobre o período

desejado, e tem como objetivo promover à nos, alunos, um aprendizado das características

presentes no livro, e ampliar nosso conhecimento sobre a literatura brasileira.

2. Biografia de Manuel Antônio de Almeida

Manuel Antônio de Almeida (Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1831 – Naufrágio,

Costas do Rio de Janeiro, 28 de novembro de 1861) foi um médico, escritor e professor

brasileiro. Filho do tenente Antônio de Almeida e de Josefina Maria de Almeida. Seu pai

morreu quando Manuel Antônio tinha onze anos de idade. Concluiu a Faculdade

de Medicina em 1855, mas nunca exerceu a profissão. Dificuldades financeiras o levaram

ao jornalismo e às letras.

Foi redator do jornal Correio Mercantil, para o qual escrevia um suplemento, A

Pacotilha. Neste suplemento publicou nas paginas dos folhetins sua única obra em prosa de

fôlego, a novela Memórias de um Sargento de Milícias, de 1852 a 1853, em capítulos.

Pertenceu à primeira sociedade carnavalesca do Rio de Janeiro, o Congresso das

Sumidades Carnavalescas, fundado em 1855.Foi professor do Liceu de Artes e Ofícios do Rio

de Janeiro.

Em 1858, foi nomeado diretor da Tipografia Nacional. Lá, conheceu o jovem

aprendiz de tipógrafo Machado de Assis. Procurou iniciar a carreira na política. Quando ia

fazer as primeiras consultas entre os eleitores, morreu no naufrágio do navio Hermes,

em 1861, na costa fluminense.

3. Obra: Memórias de um Sargento de Milícias

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Apareceu primeiramente em folhetins da Pacotilha, suplemento político-literário do

Correio Mercantil, entre 27 de junho de 1852 e 31 de julho de 1853, sob o pseudônimo de

“Um Brasileiro”. Em livro, surgiu em dois volumes, em 1854 e 1855.

O enredo gira em torno de Leonardo, filho de Leonardo Pataca e de Maria da

Hortaliça, e suas numerosas aventuras picarescas no Rio de Janeiro do início do século

XIX. Enjeitado pela mãe e pelo pai, Leonardo é criado e amparado pelo padrinho e depois

pela madrinha, mas cedo revela um temperamento folgazão e traquinas. Já homem, dá-se

de amores a Luisinha, mas a jovem se casa com José Manuel, quando vê nosso herói

engraçado com Vidinha. Posto entre grades pelo Major Vidigal, dali sai como praça.

Pouco tempo depois, volta à prisão; com a intervenção da madrinha e de Maria, ganha

novamente a liberdade e promoção a sargento de milícias. Nesse ínterim, morre José

Manuel, e ele se casa com Luisinha.

4. Características

4.1 - Novela de tom humorístico que faz crônica de costumes do Rio Colonial, na época

de D. João VI.

4.2 – Não há idealização das personagens, mas observação direta e objetiva. Presença

das camadas inferiores da população (barbeiros, comadres, parteiras, meirinhos,

“saloias”, designados pela ocupação que exercem).

Rompe a tensão bem x mal, herói x vilão, típica do Romantismo. Os personagens não

são heróis nem vilões, praticam o bem e o mal, impulsionados pelas necessidades de

sobrevivência (a fome, a ascensão social).

4.3 – Leonardo Pataca é o primeiro malandro da literatura brasileira. Apontado por Mário

de Andrade como personagem picaresco. A crítica mais recente (Antoni Candido, A

Dialética da Malandragem) vem modificando essa visão, inserindo o Leonardo Pataca

na dialética “ordem” x “desordem”, e no desmascaramento das mazelas de uma

sociedade caracterizada pela risonha hipocrisia, pela acomodação através do

“jeitinho”, pelo empreguismo e favorecimento ilícitos.

4.4 – O realismo de Manuel Antônio de Almeida não se esgota nas linhas meio

caricaturais com que define uma variada galeria de tipos populares. Seu valor reside

principalmente em ter captado, pelo fluxo narrativo, uma das marcas da vida na

pobreza, que é a perpétua sujeição à necessidade, sentida, de modo fatalista, como se

fosse o destino de cada um. O esforço para driblar as condições adversas e a avidez em

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gozar os intervalos de boa sorte impelem as personagens, principalmente o anti-herói

Leonardo, “filho de uma pisadela e de um beliscão”, para a roda-viva de mentiras em

busca de emprego, entremeadas com farras e aventuras, que dão motivo ao romancista

para fazer entrar em cena tipos e costumes do Rio Colonial.

4.5 – É obra precursora do Realismo? Não. Apesar da imparcialidade do narrador, da

fidelidade ao real, Memórias de um Sargento de Milícias nada tem a ver com o

Realismo de Machado ou Aluísio. É um realismo espontâneo, arcaico, sem o estofo

analítico dos romances da segunda metade do século XIX.

4.6 – As Memórias reportam- se a uma fase em que se esboçava no país uma estrutura

não mais puramente colonial, mas ainda longe do quadro industrial-burguês. E,

como o autor conviveu de fato com o povo, o espelhamento foi distorcido apenas pelo

ângulo da comicidade, que é, de longa data, o viés pelo qual o artista vê o típico, e

sobretudo o típico popular. (A. Bosi).

5. Análise

5.1 – Tempo

A história se passa no começo do século XIX, ocasião em que a família real

portuguesa se refugiou no Brasil. Por isso, o romance tem início com a expressão “Era no

tempo do rei...”, referindo-se ao rei português dom João VI.

5.2 – Narrador

Apesar do título de “memórias”, o romance não é narrado pelo personagem

Leonardo, e sim por um narrador onisciente em terceira pessoa, que tece comentários e

digressões no desenrolar dos acontecimentos. O termo “memórias” refere-se à evocação de

um tempo passado, reconstruído por meio das histórias por que passa o personagem

Leonardo. 

5.3 – Ordem e desordem

As aventuras e desventuras de Leonardo, conduzem o protagonista a apuros dos

quais ele sempre se salva, graças a seus protetores. É uma personagem fixa no romance e suas

características básicas não mudam.Duas forças de tensão movem as personagens do romance:

ordem e desordem, que se revelarão características profundas da sociedade colonial de então.

A figura do major Vidigal representa a ordem: “O major Vidigal era o rei absoluto, o

árbitro supremo de tudo que dizia respeito a esse ramo de administração; era o juiz que dava e

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distribuía penas e, ao mesmo tempo, o guarda que dava caça aos criminosos; nas causas da

sua justiça não havia testemunhas, nem provas, nem razões, nem processos; ele resumia tudo

em si (...)”.

A estabilidade social representa a ordem, enquanto a instabilidade se refere à

desordem. Dessa forma, o barbeiro, completamente adequado à sociedade, ao revelar as

origens pouco recomendáveis de sua estabilidade financeira, evoca no seu passado a

desordem.

Personagens como o major Vidigal, a comadre, dona Maria e o compadre pertencem

ao lado da ordem. Mas essas personagens nada têm de retidão, apenas estão em uma situação

social mais estável.

A desordem é formada por Teotônio, o sacristão da Sé e Vidinha. A acomodação dos

personagens, tanto na ordem como na desordem, está sujeita a uma mudança repentina de

polo, ou seja, não existe quem esteja totalmente situado no campo da ordem nem no da

desordem. Não há, portanto, uma caracterização maniqueísta dos tipos apresentados.

O major Vidigal, por exemplo, um típico mantenedor da ordem, transgride o código

moral ao libertar e promover Leonardo em troca dos favores amorosos de Maria Regalada.

5.4 – Romance Malandro

Nos estudos sobre a obra, houve uma linha de interpretação que, seguindo as

indicações de Mário de Andrade, e tendo como base o enredo episódico do livro, classificou o

romance como uma manifestação tardia do “romance picaresco”, gênero popular espanhol

medieval dos séculos XVII e XVIII.

Leonardo não é inocente. Ao contrário, parece já ter nascido com “maus bofes”,

como afirma a vizinha agourenta. Também não é totalmente abandonado, tendo sempre

alguém que toma seu partido e procura favorecê-lo.

Ele ainda desafia seus superiores, como o mestre de cerimônias e o Vidigal. Por fim,

Leonardo não encontra um destino negativo, pois se casa com o objeto de sua paixão

(Luisinha, a sobrinha de dona Maria), acumulando cinco heranças e granjeando uma

promoção com o major Vidigal.

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Manuel Antônio de Almeida foge completamente ao idealismo romântico de sua

época. Se há traços românticos em sua obra, eles estão no tom irônico e satírico que assume o

narrador.

Estamos diante de um novo gênero nacional, que se constrói em torno da figura do

malandro, personagem que tem influências populares, como Pedro Malasarte; mas é urbano e

relaciona- se socialmente com as esferas dinâmicas.

É mais apropriado, por isso, classificar essa obra como um “romance malandro”, de

cunho satírico e com elementos de fábula. Esse gênero frutificou em vários romances

posteriores, como "Macunaíma", de Mário de Andrade, e "Serafim Ponte Grande", de Oswald

de Andrade.

5.5 – O romance sem culpa

A ruptura da tensão bem versus mal que, na ficção romântica, opunha de forma

maniqueísta heróis e vilões, virtudes e vícios. Nas Memórias as personagens são niveladas de

forma divertida, ninguém é intrinsecamente bom ou mau. O bondoso barbeiro comete perjúrio

e se apropria da herança cuja guarda lhe fora confiada. O aloucado Leonardo Pataca restitui,

intacta, a herança que seu filho recebera do padrinho. O temível Vidigal tem repentes de

generosidade e de humana compreensão.

5.6 – O narrador neutro e o leitor incluso

O narrador assume uma atitude de surpreendente neutralidade. Não toma partido de

ninguém. Apenas observa e relata, entre irônico e divertido, a vertiginosa enxurrada de

imbroglios, trapalhadas, "trambiques", situações vexatórias e apuros de seu memorando e dos

que o cercam, por parentesco, afeição, rivalidade ou obrigação de vigiá-lo.

De maneira informal, como nas crônicas jornalísticas, o narrador aproxima-se do

leitor, incluindo-o, chamando a sua atenção para fatos que julga significativos. Essas

referências metalingüísticas a acontecimentos já narrados ou ainda por narrar visam a facilitar

a recepção da obra, recapitulando episódios na suposição de que o leitor os tenha esquecido

ou não os tenha valorizado devidamente. Cabe lembrar que, em sua versão original, as

Memórias foram um folhetim semanal.

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6. Resumo da obra

Por ser originariamente um folhetim, publicado semanalmente, o enredo necessitava

prender a atenção do leitor, com capítulos curtos e até certo ponto independentes, em geral

contendo um episódio completo. A trama, por isso, é complexa, formada de histórias que se

sucedem e nem sempre se relacionam por causa e efeito.

“Filho de uma pisadela e de um beliscão” (referência à maneira como seus pais

flertaram, ao se conhecer no navio que os conduz de Portugal ao Brasil), o pequeno Leonardo

é uma criança intratável, que parece prever as dificuldades que irá enfrentar. E não são

poucas: abandonado pela mãe, que foge para Portugal com um capitão de navio, é igualmente

abandonado pelo pai, mas encontra no padrinho seu protetor. Esse é dono de uma barbearia e

tem guardada boa soma em dinheiro.

Enquanto o pequeno Leonardo apronta as suas diabruras pela vizinhança, seu pai,

Leonardo Pataca, se envolve amorosamente com a Cigana, mas essa o abandona logo. Ele,

então, recorre à feitiçaria (proibida naquela época) para tentar trazê-la de volta. Porém, no

auge da cerimônia o major Vidigal e seus homens invadem a casa do feiticeiro, açoitam os

praticantes e levam Leonardo Pataca preso. Ele pede socorro à Comadre, que pede ajuda a um

Tenente-Coronel que se considerava em dívida com a família de Pataca, e ele logo é solto.

Já o Compadre (ou padrinho) que cuidava do menino Leonardo havia aprendido o

ofício de barbeiro com o homem que o criara. Foi para a África como médico em um navio

negreiro e, durante a volta, o capitão em seu leito de morte lhe confiou um baú de dinheiro

para que o entregasse a sua filha. Ele, porém, ficou com o dinheiro. Após isso aparenta ter se

tornado um homem de bem e cria o Leonardo como se fosse um filho, sonhando em torna-lo

padre. O menino, porém, causa transtornos por qualquer lugar onde passa e, após levar uma

enorme bronca do padre da cidade, jura vingança.

O padre era um homem que aparentava ser santo, mas na realidade era um lascivo e

fora ele quem roubara a Cigana de Leonardo Pataca. Como o padre passava boa parte de seu

tempo na casa dela, um dia o menino Leonardo resolve armar uma emboscada para

desmascará-lo. Ele vai até a casa da Cigana para informar o horário de uma festa, mas ele

mente o horário para que o padre chegue atrasado. Quando por fim chegou à igreja, o padre

repreende ao menino perguntando-lhe qual era a hora certa do sermão. Leonardo, então, diz

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que falou o horário correto e que a Cigana estava de prova, pois ouviu tudo. Sem saber o que

fazer frente ao choque de todos, ele dispensa o menino.

Leonardo Pataca, ao saber que havia sido trocado pelo padre, resolve tentar

conquistar Cigana novamente. Ela, porém, não dá bola para ele. Para se vingar, ele contrata

um amigo para causar uma confusão em uma festa que ela iria promover em sua casa. No

momento da bagunça Vidigal, que já havia sido avisado por Pataca, aparece e prende o padre

em flagrante, somente de cueca, meia, sapato e gorrinho na cabeça. Com isso, Leonardo

Pataca consegue ficar mais um tempo com a Cigana.

O Compadre passou a frequentar a casa de D. Maria, uma rica mulher com gosto

pelo Direito, sempre acompanhado do afilhado Leonardo. Com o tempo o menino foi

sossegando, até que chegou a idade dos amores. Luisinha, uma menina descrita como feia e

que era filha do recém-falecido irmão de D. Maria, foi morar com a tia. No dia da festa do

Espírito Santo foram todos ver a queima de fogos. A menina se divertiu, abraçou Leonardo

pelas costas e no final os dois voltaram de mãos dadas. Após isso, porém, Luisinha voltou a

ficar tímida.

Um dia entra em cena José Manuel, homem mais velho que fica interessado em

Lusinha por conta da herança que ela havia recebido do pai e que iria receber de D. Maria, já

que ela era a única herdeira. O Compadre, percebendo os interesses de José Manuel, se junta à

Comadre para tentar espantar o interesseiro. Enquanto isso, Leonardo tenta conquistar

Luisinha, mas ele acaba saindo muito sem jeito e acaba espantando ela. Porém, fica claro que

Luisinha também gosta de Leonardo. Para tentar afastar José Miguel, a Comadre inventa uma

série de mentiras, que logo são descobertas. Então, D. Maria, ao invés de expulsar José, acaba

se afastando da Comadre, agora desacreditada.

Enquanto isso, novamente traído pela Cigana, Leonardo Pataca junta-se com a filha

da Comadre e têm um filho juntos. Pouco depois o Comadre morre e Leonardo vai morar

junto com o pai. Porém, ele e sua madrasta não conseguem se entender e, após muitas brigas,

ele foge de casa. Afastado de todos, Leonardo conhece um grupo que estava fazendo

piquenique e reconhece dentre eles um amigo seu de infância.

Leonardo passa a morar junto com eles na Rua da Vala. Lá vivem duas quarentonas

viúvas e seus seis filhos, sendo que uma tinha três rapazes e outra três moças. Vidinha era a

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mais bonita e era disputada por dois primos. Porém, ela acaba se enamorando com Leonardo e

os dois passam o dia namorando dentro de casa, o que desperta ciúmes dos outros rapazes.

Esses, por sua vez, vão falar para Vidigal que Leonardo está vivendo como intruso

na casa e tirando proveito das mulheres. Num dia, Vidigal aparece e leva Leonardo preso, mas

esse consegue fugir.

A Comadre arruma um emprego para Leonardo na ucharia real, mas ele se envolve

com a esposa do patrão e acaba despedido. Vidinha vai até a casa de Toma Largura, ex-patrão

de Leonardo, para brigar com ele e com sua esposa. Enquanto isso, Vidigal consegue prender

Leonardo. Acontece que Toma Largura ficou encantado com Vidinha e começa a cerca-la de

todas as formas. A moça, encarando a ausência de Leonardo como consequência das últimas

brigas, resolve ceder à insistência de Toma Largura.

Obrigado pela polícia, Leonardo começa a servir ao exército. Depois de um tempo,

Vidigal o coloca no batalhão de granadeiros para combater os malandros do Rio. Porém, ao

contrário do que ele pensava, Leonardo continua aprontando dentro do próprio batalhão de

polícia. Na última delas, Vidigal planejava prender um homem que fazia imitações suas para

animar festas. Mas Leonardo acaba se divertindo com as graças do imitador e o avisa das

intenções de Vidigal. Quando o major descobre a traição de Leonardo, prende o moço sob

juramento de algumas chibatadas.

A Comadre fica sabendo disso e vai pedir ajuda à D. Maria e à Maria Regalada,

antiga amante de Vidigal. Elas vão até a casa do major, que as recebe com roupa civil da

cintura para baixo e farda da cintura para cima. Não conseguindo resistir aos pedidos das três

mulheres, Vidigal perdoa Leonardo e ainda promete promove-lo à sargento do exército.

Enquanto tudo isso acontecia, Luisinha estava casada com José Manuel, que a tratava

mal e só se preocupava com o dinheiro da moça. D. Maria resolve preparar uma ação judicial

contra o homem, mas ele acaba morrendo vítima de um ataque apopléctico (parecido com um

derrame). Após o enterro de José Manuel, preparam tudo para o casamento de Luisinha, agora

uma mulher feita e bonita, com Leonardo, bonito e muito elegante em sua farda de sargento

do exército. Algum tempo depois, D. Maria e Leonardo Pataca também morrem e, junto com

as outras heranças que já tinham, receberam mais duas.

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7. Personagens

Leonardo: protagonista que garante unidade à narrativa. O sargento de milícias a

que se refere o título da obra é Leonardo, embora o personagem obtenha esse cargo somente

nas últimas páginas do livro. 

Leonardo Pataca: pai de Leonardo, um meirinho (oficial de Justiça) que fora vendedor de

roupas em Lisboa e, durante sua viagem ao Brasil, conhece Maria das Hortaliças, o que

resultará no nascimento de Leonardo. 

Maria das Hortaliças: mãe de Leonardo, uma saloia (camponesa) muito

namoradeira, que abandona o filho para ficar com outro homem. 

O Compadre ou O Padrinho: é dono de uma barbearia e toma a guarda de

Leonardo após os pais abandonarem a criança. Torna-se um segundo pai para ele. 

A Comadre ou A Madrinha: mulher gorda e bonachona, apresentada como

ingênua, frequentadora assídua de missas e festas religiosas. 

Major Vidigal: homem alto, não muito gordo, com ares de moleirão. Apesar do

aspecto pachorrento, era quem impunha a lei de modo enérgico e centralizado. 

Dona Maria: mulher idosa e muito gorda, não era bonita, mas tinha aspecto bem-

cuidado. Era rica e devotada aos pobres. Tinha, contudo, o vício das demandas (disputas

judiciais). 

Luisinha: sobrinha de dona Maria. Seu aspecto, inicialmente sem graça, se

transforma gradualmente, até se tornar uma rapariga encantadora. 

Vidinha: mulata de 18 a 20 anos, muito bonita, que atrai as atenções de Leonardo.

8. Anexos

8.1 – Cena de carnaval

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Cena de carnaval, Jean Baptiste Debret (1768 – 1848). A sociedade que Manuel

Antônio de Almeida retratou, o Rio de Janeiro na época de D.João VI, é a mesma que

Debret registrou em suas gravuras, nas quais, como nas Memórias de um Sargento de

Milícias, há uma presença significativa do povo, da “arraia miúda”, com suas festas e

costumes.

8.2 – Manuel Antônio de Almeida

9. Bibliografia

ANDRADE, Fernando Teixeira. Coleção Objetivo – Sistema de Métodos de

Aprendizagem. Vol. 14 – Literatura I. São Paulo: Ed. CERED. s/d. p. 88.

Análise da obra. Disponível em:

<http://colegioobjetivocabreuva.com.br/Livros%20objetivos/mem_sarg_milicias.pdf> Acesso

em: 11 de maio de 2013.

Análise da obra. Disponível em:

<http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/memorias-sargento-milicias-

analise-obra-manuel-antonio-almeida-700300.shtml>Acesso em: 11 de maio de 2013.

Resumo da obra. Disponível em:

<http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/literatura/memorias-sargento-milicias-resumo-

obra-manuel-antonio-almeida-700296.shtml> Acesso em: 11 de maio de 2013.

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Biografia de Manual A. Almeida. Disponível em:

<http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Ant%C3%B4nio_de_Almeida> Acesso em:

11 de maio de 2013.

Anexo 8.1. Disponível em:

<http://4.bp.blogspot.com/J7P2tSDLGo/T0FDrQHBDPI/AAAAAAAAcbc/

C29OPXhjqzY/s1600/debret.jpg> Acesso em 11 de maio de 2013.

Anexo 7.2. Disponível em:

<http://www.infopedia.pt/$manuel-antonio-de-almeida-escritor-brasileiro> Acesso

em: 11 de maio de 2013.