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Bruna Santos; Celina Vanessa; Dafne Andrade;
Elizabeth Polônio e Sheylla Cristiane
FUNDAMENTOS BÁSICOS DA CIÊNCIA E SAÚDE:
Ler/Dort
JABOATÃO DOS GUARARAPES / 2012
Bruna Santos; Celina Vanessa; Dafne Andrade;
Elizabeth Polônio e Sheylla Cristiane
FUNDAMENTOS BÁSICOS DA CIÊNCIA E SAÚDE:
Ler/Dort
Trabalho apresentado à Faculdade dos
Guararapes do curso Bacharelado em
psicologia para a disciplina de
Fundamentos básicos de ciência e saúde,
como requisito parcial para obtenção de
nota da Unidade II, ministrado pelo
Professor Francisco José.
JABOATÃO DOS GUARARAPES / 2012
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.......................................................................................04
1. OBJETIVO.............................................................................................05
2. PATOGENIA..........................................................................................06
3. EPIDEMIOLOGIA...................................................................................07
4. FATORES DE RISCO............................................................................08
5. SINTOMAS............................................................................................10
6. DIAGNÓSTICO......................................................................................12
7. LESÕES OSTEOMOLECULARES RELACIONADAS AO
TRABALHO...........................................................................................13
8. TRATAMENTO......................................................................................16
9. METODOLOGIA....................................................................................17
10.CONCLUSÃO........................................................................................18
REFERÊNCIAS.....................................................................................19
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INTRODUÇÃO
Com o grande avanço da tecnologia, as questões relacionadas à
atividade laboral na saúde do funcionário têm despertado interesse na
comunidade científica nacional (ALMEIDA, 2005) e internacional (WATERS,
2004). As lesões consequentes de esforços repetitivos nas atividades
provenientes de trabalho podem ser consideradas um problema nas empresas
(BARBOSA, 2002). Devido às posturas inadequadas e exaustivo trabalho, as
afecções musculoesqueléticas podem ocasionar no funcionário: sintomas
álgicos e incapacidade de realizar as atividades exigidas no setor trabalhista
(CARVALHO, 2001). As Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou os
Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) são os termos
para designar um conjunto de doenças ocasionadas pela função profissional.
Segundo Veronesi (2008), o conceito de LER/DORT é definido como uma
síndrome relacionada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários
sintomas concomitantes ou não, tais como: dor, parestesia, sensação de peso
e fadiga, com acometimento nos membros.
As circunstâncias que levam ao indivíduo ter uma sobrecarga
ocupacional são atribuídas por tipos de mobiliários inadequados à altura do
indivíduo, alta ou baixa luminosidade, temperatura desagradável, posturas
incorretas, excesso de trabalho e uma grande exigência do funcionário com a
tarefa planejada, tendo que se esforçar para manter um bom desempenho na
sua carreira (MOREIRA, 2001).
A introdução e a crescente utilização dos computadores atualmente, em
todos os setores produtivos têm ocasionado rotinas de trabalho altamente
rápidas e repetitivas, por exemplo. Estas mudanças têm provocado novas
exigências físicas e mentais aos trabalhadores, modificando o padrão de
desgaste destes funcionários e alterando as condições de saúde das
categorias.
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OBJETIVO
Neste contexto, o objetivo deste estudo é tomar conhecimento sobre o
que de fato é (LER) Lesões por esforço repetitivo e/ou (DoRT) Distúrbio
osteomuscular relacionada ao trabalho, como também enfatizar seus sinais,
sintomas e possíveis tratamentos, seu mecanismo de lesão e sua incidência.
Uma vez que esta afecção tem contribuído na população economicamente
ativa, diversos transtornos físicos e psicológicos relativamente grave.
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1. PATOGENIA
As Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho têm uma
evolução patogênica gradativa, com características lesivas que alastram e
acometem os tecidos envolvidos que pode levar à incapacidade funcional do
trabalho (Ministério do Trabalho e Emprego, 2006). A instrução normativa do
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) usa a expressão LER/DORT
para estabelecer o conceito da síndrome e declara que ela não é fruto
exclusivo de movimentos repetitivos, mas pode ocorrer pela permanência de
segmentos do corpo em determinadas posições, por tempo prolongado.
(AUGUSTO, 2008).
As DORT’s são caracterizadas pela ocorrência de vários sintomas
concomitantes ou não, tais como: dor, fadiga de aparecimento insidioso,
parestesia e sensação de peso, geralmente nos membros superiores e
inferiores (BARBOSA, 2002).
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2. EPIDEMIOLOGIA
Fuller (2006) tem demonstrado que trabalhadores de diversos ramos de
atividades estão expostos a condições de trabalho que proporcionam a
ocorrência e/ou agravamento de quadros relacionados às DORT.
Violino e colaboradores (2002) fizeram um estudo com 56 operadores de
checkout em um hipermercado de Londrina/PR, sendo 50 do sexo masculino e
6 do sexo feminino. Foi feito um questionário abordando dados pessoais,
profissionais e sintomatologia. Dos 56 indivíduos pesquisados, 41 (73,2%),
relataram apresentar sintomas referentes a LER/DORT nos últimos 12 meses e
21 (51,2%) nos últimos 7 dias. As regiões anatômicas mais acometidas nos
últimos 12 meses foram: coluna lombar (35,7%), ombros (28,6%), punhos e
mãos (12,5%) e coluna dorsal (16,1%). Nos casos com comprometimento de
LER/DORT nos últimos sete dias foram: coluna lombar (16,1%), coluna dorsal
(14,3%), ombros (7,1%) e, punhos e mãos (3,6%). Em relação ao cansaço
decorrente ao trabalho, 75% dos entrevistados relataram cansaço físico e/ou
mental. Esse estudo mostrou a necessidade de atividades preventivas voltadas
para a saúde de trabalhadores de checkout.
Um estudo epidemiológico transversal (FILHO et al, 2008) fez em
relação às atividades realizadas pelos cirurgiões-dentistas e as LERs/DORTs.
Relatou que no sexo feminino aparece mais lesões que no masculino. Os
resultados da pesquisa das regiões mais afetadas são: ombro/braço (39,40%),
punho/mão (18,30%) e pescoço (17,20%). Neste caso confirmam que a
hipótese de trabalho permite afirmar que o cirurgião-dentista pertence a um
grupo profissional exposto a risco considerável de algum tipo de DORT.
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3. FATORES DE RISCOS
A DORT abrange vários fatores, inclusive hábitos diários, sobrecarga
psicossocial, uso de drogas e outros, entretanto a carga dinâmica, ou seja, o
movimento repetitivo de vários grupos musculares de membros superiores e
inferiores parecem ter influência no aparecimento destes distúrbios. Os fatores
que possam desencadear as DORT são o grau de adequação do posto de
trabalho, através da zona de atenção e a visão do trabalhador no ambiente de
trabalho. A temperatura também pode influenciar no aparecimento destes
distúrbios, o frio excessivo leva a uma contração muscular constante para
evitar a perda da temperatura do corpo do funcionário, o que ocasiona um
pinçamento dos vasos sanguíneos e uma diminuição de oxigenação. Inúmeros
fatores de risco para as Doenças Osteomusculares podem estar relacionados
com a digitação, posturas inadequadas, limites excessivos da amplitude
articular, a carga osteomuscular, contração estática, exigências cognitivas e a
pressão profissional (VERONESI, 2008).
Importante observar que as LER/DORT são multicausais, isto é, na sua
origem não há um único fator de risco envolvido e, sim, vários fatores que,
geralmente, interagem no local de trabalho. Os fatores supracitados podem ser
divididos em:
a) Fatores Físicos ou Biomecânicos: movimento repetitivo excessivo;
força muscular exagerada; postura prolongada ou incorreta;
condicionamento físico insuficiente, etc. A presença de mais de um fator
biomecânico numa determinada atividade aumenta o risco de instalação
da LER/DORT e compromete a recuperação funcional das estruturas
comprometidas.
b) Fatores Organizacionais: natureza repetitiva do trabalho; problemas de
comunicação com a chefia ou com os colegas; ausência de rodízios e
pausas na organização do trabalho; inadequação do posto de trabalho;
obrigatoriedade de manter o ritmo acelerado para atingir as metas de
produtividade; jornadas prolongadas de trabalho, com freqüente
realização de horas extras, dentre outros.
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c) Fatores Psicossociais: os fatores psicossociais estão relacionados a
quadros de ansiedade, depressão e, principalmente, de estresse
ocupacional causado pelas percepções subjetivas que o trabalhador tem
dos fatores de organização do trabalho, tais como: ausência de
autonomia, pressões cotidianas, perfeccionismo, além dos fatores
relacionados à carga e ao ritmo de trabalho, à carreira, ao ambiente de
trabalho, e outros.
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4. SINTOMAS
Os mais frequentes e característico das LER/DORT é a dor, que de
início se manifesta de forma lenta. Porém, após algum tempo, torna-se intensa
e contínua, prejudicando a produtividade e o sono. Em virtude dos sintomas, as
LER/DORT costumam ser classificadas em diferentes graus.
É importante conhecer as características da doença em cada estágio,
pois a cura depende do diagnóstico precoce e do efetivo tratamento.
São os seguintes os sintomas verificados em cada fase:
GRAU 1: sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor
espontânea no local, às vezes com pontadas ocasionais durante a
jornada de trabalho, as quais não chegam a interferir na produtividade.
Essa dor é leve e melhora com o repouso. Não há sinais clínicos.
GRAU 2: dor mais persistente e mais intensa. Aparece durante a
jornada de trabalho de forma contínua. É tolerável e permite o
desempenho de atividade, mas afeta o rendimento nos períodos de
maior esforço. A manifestação de dor ocorre inclusive no desempenho
de tarefas domésticas. É mais localizada e pode vir acompanhada de
formigamento e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. Os
sinais clínicos, de modo geral, continuam ausentes. Podem ser
observadas pequenas nodulações e dor ao apalpar o músculo envolvido.
GRAU 3: A dor torna-se mais persistente, forte e tem irradiação mais
definida. O repouso em geral só diminui a intensidade, nem sempre
fazendo-a desaparecer por completo. Aparece mais vezes fora da
jornada, especialmente à noite. Perde-se um pouco a força muscular e
há queda de produtividade, quando não a impossibilidade de executar a
função. Os trabalhos domésticos muitas vezes não podem ser
executados, estando presentes os sinais clínicos. O inchaço é frequente,
assim como a transpiração e a alteração da sensibilidade. Movimentar
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ou apalpar o local afetado causa dor forte. Nesta fase, o retorno ao
trabalho já se mostra problemático.
Os sintomas psicológicos relacionados a LER/DORT como ansiedade,
depressão e, principalmente, de estresse, frequentemente apresentadas pelos
pacientes acometidos de LER/DORT, referem-se ao sofrimento mental por que
passam, decorrente da aquisição dessa doença.
Os aspectos a se considerar são os seguintes:
• Características de LER/DORT: quadro doloroso, crônico, penoso.
• Os fatores de risco que geram as LER/DORT são os mesmos responsáveis
pelo sofrimento mental relacionado ao trabalho.
• Repercussões da doença: limitações nas atividades de vida diária,
afastamento do trabalho, mudança na identidade na família, círculo social e no
trabalho, sentimento de culpa, de incapacidade e de inutilidade.
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5. DIAGNOSTICOS
Coletar dados fornecidos pelo paciente, realizar o exame físico, integrá-
los com dados epidemiológicos e fazer uma hipótese diagnóstica. Seguintes
pontos de investigação:
a) história das queixas atuais (o início dos sintomas é insidioso,
agravando-se com o passar do tempo);
b) indagação sobre os diversos aparelhos (a fim de identificar a
ocorrência de outras doenças e sintomas que podem levar ao
agravamento do caso, tais como: artrite, diabetes mellitus, dentre
outras);
c) comportamentos e hábitos relevantes (certas atividades como o ato de
tricotar, usar excessivamente o computador em casa, e outras podem
causar ou agravar os sintomas);
d) antecedentes pessoais e familiares: traumas, fraturas e, ainda,
histórico familiar de diabetes e outras doenças podem ter implicações
nos sintomas;
e) anamnese ocupacional (Manual de Preenchimento da Ficha Resumo
de Atendimento Ambulatorial em Saúde do Trabalhador (Firaast):
f) exame físico geral e específico;
g) exames complementares e/ou avaliação especializada, se necessário;
h) investigação do posto e/ou da atividade de trabalho in loco, se
necessário.
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6. LESÕES OSTEMUSCULARES RELACIONADAS AO
TRABALHO
Liberato (2002) classifica dois grandes subgrupos para a fisiopatologia
das principais estruturas acometidas pelos DORT’s que são: estruturas
localizadas no interior das articulações, como por exemplo, sinóvias, cápsulas
e ligamentos; e estruturas posicionadas ao redor das articulações como,
tendões, músculos, fáscias e nervos. De acordo com Júnior (2008), as
manifestações clínicas e as definições mais encontradas na literatura são
encontradas no quadro abaixo:
Patologias Características
Tendinite da porção longa
do Bíceps
Ocorre por mecanismo direto por meio de agressões
na região ou em cima do tendão, ou pode ser por
mecanismo indireto em função da manutenção do
antebraço supinado e fletido sobre o braço ou com
sem carga.
Tendinite do Supra-
espinhoso
Decorre da fragilidade do sistema vascular do tendão.
Acontece na grande maioria pelos impactos indiretos
por via de elevação com abdução dos ombros
associada à força, carregar pesos sobre o ombro e
trabalho estático com ombros em elevação.
Tenossinovite de
DeQuervain
Mecanismos traumáticos diretos por pancadas em
cima dos tendões (abdutor longo e extensor curto do
polegar), ou por quedas por estiramentos dos
tendões. Também pode ocasionar indiretamente por
movimentos repetitivos dos tendões ou por contração
estática dos mesmos.
Epicondilites do Cotovelo
Esforço no punho com movimentos estáticos e
preensão prolongada de objetos, principalmente com
o punho estabilizado em flexão dorsal e nas
pronações e supinações utilizando algum tipo de
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força. Ex: apertar parafusos, tricotar, torcer roupas,
digitação contínua entre outros.
Bursite do Cotovelo
Trauma direto através de quedas, ou por traumas
indiretos decorrentes de compressão do cotovelo
contra superfícies duras.
Dedo em gatilho
Movimentos repetitivos de compressão palmar, flexão
das falanges com algum tipo de força produzida. Ex:
apertar alicates e tesouras, revólver ou pistolas,
martelar, parafusar e outros.
Síndrome do Canal (túnel)
Cubital.
Decorrente de trauma direto (quedas na região do
cotovelo). Trauma indireto, resultando movimentos de
flexão extrema do cotovelo com ombro abduzido.
Síndrome do Canal de
Guyon
Quedas na região medial do punho e mão, no trajeto
do nervo ulnar. Vai ocasionar um processo
inflamatório local comprimindo o nervo, levando à
patologia. E pode ocorrer por trauma indireto como
compressão da borda ulnar do punho em estruturas
rígidas como no momento de escreverem carimbar e
manuseio de mouse.
Tenossinovite dos
extensores dos dedos.
Posição de fixação antigravitacional do punho por um
longo período, o que leva à contração estática.
Movimentos repetitivos de flexão e extensão dos
dedos levam também a tal patologia. Ex: digitação,
uso do mouse, nas costureiras, técnicos de
eletrônicos, entre outros.
Síndrome do Desfiladeiro
Torácico
Pode acontecer em duas regiões: região dos
escalenos ou dos peitorais maior e menor. Há uma
compressão das estruturas neurovasculares do plexo
braquial. Essa compressão pode ser por mecanismo
indireto no caso de transportar ou sustentar objetos
sobre o ombro, movimentos de flexão lateral do
pescoço associando com carga ou não. Ex: trocar
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lâmpadas, pintar paredes, trabalhos em que ocorra a
elevação dos ombros acima de 90º e apoiar telefones
entre o ombro e a cabeça.
Túnel do Carpo Processo inflamatório local comprimindo o nervo
mediano é o que ocorre em mecanismo direto. Já no
indireto, em razão de uma hipertrofia dos músculos
flexores dos dedos e palmar longo, por compressão
resultante de um calo ósseo de um dos ossículos do
carpo e também a extensão do punho. Ex: empacotar,
manusear facas, digitar, etc.
Cervicobraquialgia
Acometem as raízes e ramos nervosos da coluna
cervical. São por mecanismos degenerativos como
artroses e outros, mas pode ocorrer por movimentos
funcionais do indivíduo. Associado a movimentos
repetitivos em extensão cervical, postura mantida em
rotação ou inclinação cervical, manuseando cargas
em cima da cabeça para outro local.
7. TRATAMENTO
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Se diagnosticados e tratados precocemente, de forma adequada, os casos
de LER/DORT apresentam prognóstico bom, podendo o paciente ser
totalmente recuperado, desde que afastados os fatores de risco. A gravidade
do problema está intimamente ligada ao tempo de evolução do quadro clínico,
embora já se tenham registrado casos de rápida evolução. (BARBOSA, 2002).
Há várias formas de se tratarem as LER/DORT, de acordo com a
gravidade de cada caso. No entanto, a experiência tem demonstrado que a
abordagem multidisciplinar, isto é, o tratamento efetuado com equipe
multiprofissional (médicos, terapeutas corporais, fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, psicólogos e assistentes sociais, por exemplo), produz melhores
resultados, dada a diversidade, complexidade e variabilidade dos portadores.
Dentre os recursos terapêuticos que podem ser utilizados durante o
programa de tratamento e reabilitação, destacam-se os medicamentos
(analgésicos, antiinflamatórios, anestésicos...), a acupuntura, a fisioterapia
(incluindo RPG), a massagem, a hidroginástica, a hidroterapia, os exercícios de
alongamento e relaxamento, etc.
Em alguns casos raros tem sido indicada a intervenção cirúrgica. No
entanto, os procedimentos cirúrgicos não têm se mostrado úteis nos casos de
LER/Dort. Frequentemente, os pacientes com história relativamente longa,
submetidos a procedimentos cirúrgicos, evoluem para dor crônica de difícil
controle.
A psicoterapia individual ou em grupo é essencial para os pacientes de
LER/Dort, para que se sintam amparados em sua insegurança e em seu temor
no que se refere às situações de conflito no trabalho, às consequências do
adoecimento e às perspectivas de futuro e reinserção profissional.
A necessidade ou não de psicoterapia (em algum momento da evolução de
LER/DORT, o paciente tem necessidade de apoio psicológico por parte de um
profissional) deve ser definida após avaliação caso a caso, levando-se em
conta o grau de sofrimento mental, a capacidade da pessoa em superar esse
sofrimento, o custo desse esforço e a necessidade que a própria pessoa sente
de um auxílio específico nessa área.
A terapia ocupacional tem se mostrado bastante útil na conquista da
autonomia dos pacientes adoecidos por LER/Dort. As atividades relacionadas
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com a vida cotidiana, o lazer e o trabalho levam os pacientes a reapropriar
suas capacidades e a ressignificar o seu “fazer”, considerando todas as
mudanças decorrentes do adoecimento. O terapeuta ocupacional faz a
avaliação, a indicação e a confecção de órteses de posicionamento, para a
prevenção de deformidades.
As atividades em grupo para pacientes com LER/Dort, de caráter
terapêutico educativo, realizadas nos serviços públicos de saúde por equipes
multiprofissionais, têm obtido resultados significativos, permitindo a reflexão do
processo de adoecimento, a discussão sobre as dúvidas e as dificuldades
enfrentadas no estabelecimento do diagnóstico e do tratamento,
proporcionando o estabelecimento dos limites e o resgate da cidadania
8. METODOLOGIA
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Trata-se de um estudo exploratório no campo científico a cerca da
Ler/Dort. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: LILACS (Literatura
Latino- Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), consultada por meio do
site da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), e SCIELO
(ScientificElectronic Library Online). Os descritores utilizados para a busca dos
artigos foram: “Ler”, “Dort”, “saúde do trabalhador”, “saúde ocupacional”. Esses
artigos incluíram revisões bibliográficas, artigos em revista, e pesquisas
experimentais.
9. CONCLUSÃO
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Diante de tais fatos, o objetivo deste trabalho foi sim, se “apropriar” do
conhecimento científico já bastante desenvolvido.
É importante que as empresas proporcionem aos trabalhadores ações de
prevenção da ocorrência das LER/DORT, e que o trabalhador também participe
dessas ações, identificando os fatores de risco capazes de levar ao
desenvolvimento das LER/DORT no ambiente de trabalho, tais como o modo
pelo qual as tarefas são realizadas, o uso das forças as posições forçadas e o
tempo prolongado, etc. Os aspectos organizacionais do trabalho e os fatores
psicossociais também devem ser levados em considerações.
O empregador deve adequar os postos de trabalho, e realizar programas de
ginásticas laborais, adotar pausas para descansos, realizar palestras para os
trabalhadores sobre a importância da atividade física, entre outras medidas.
Conforto, segurança, produtividade não são meros conceitos. Trabalha
melhor quem trabalha com conforto e com segurança e a melhoria no trabalho
é o propulsor da produtividade.
REFERÊNCIAS
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ABRAHÃO, P.N; DUARTE, M. S. Incidências e Prevalência de dores em
funcionários administrativos de uma instituição particular de Ensino
Superior do município do Rio de Janeiro. Disponível em:
http://www.frasce.edu.br/nova/prod_cientifica/Incidencia_e_Prevalencia_de_dor
es.pdf. Acesso em 25 Jan 2011.
ALMEIDA, V. C. F; DAMASCENO, M. M. C; ARAÚJO, T. L. Saúde do
trabalhador de saúde: análise das pesquisas sobre o tema. Rev Bras
Enferm. 2005; 58(3):335-40
AUGUSTO, V.G. et al. Um olhar sobre as LER/DORT no contexto clínico do
fisioterapeuta. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbfis/v12n1/10.pdf.
Acesso em 15 Out 2010.
BARBOSA, L.G. Fisioterapia Preventiva nos Distúrbios Osteomusculares
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BAU, L. M; KLEIN, A. A. O reconhecimento da especialidade em
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conquista para a fisioterapia e a saúde do trabalhador. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
35552009000200001&lang=pt. Acesso em 18 Mar 2011.
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