trabalho de introdução à contabilidade

33
Instituto Superior Politécnico Gaya Escola Superior de Ciência e Tecnologia Cursos: Gestão; Contabilidade & Gestão Unidade Curricular: Introdução à Contabilidade 2008/2009 Critérios de custeio e elaboração de fichas de armazém Domingas Francisco Quinganga CG082455 Sandra Cristina de Jesus Raquel GE082467

Upload: tichapat1770

Post on 03-Aug-2015

41 views

Category:

Documents


3 download

TRANSCRIPT

Page 1: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico Gaya

Escola Superior de Ciência e Tecnologia

Cursos: Gestão; Contabilidade & Gestão

Unidade Curricular: Introdução à Contabilidade

2008/2009

Critérios de custeio e elaboração de fichas de

armazém

Domingas Francisco Quinganga CG082455

Sandra Cristina de Jesus Raquel GE082467

Docentes:

Dr. Henrique dos Santos

Dr.ª Maria Helena Alves

Page 2: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

10 de Janeiro de 2009

Declaração de originalidade e respeito pelos

direitos de autor

Domingas Francisco Quinganga, portadora do bilhete de identidade 15820918 4, emitido

em 30/09/2008, no arquivo de identificação de Porto e Sandra Cristina de Jesus Raquel, portadora

do bilhete de identidade nº 13726913 7, emitido em 08/04/2005, no arquivo de identificação de

Lisboa, declaramos que este trabalho foi elaborado por nós na íntegra e é original. Consideramos

também que o material proveniente de fontes consultadas está devidamente assinalado e foi

referenciado na sua totalidade.

______________________________

Domingas Francisco Quinganga

______________________________

Sandra Cristina de Jesus Raquel

1

Page 3: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Vila Nova de Gaia, 10 de Janeiro de 2008

Índice

Introdução 03

Corpo de texto

Análise sintética das Contas

Conta 31 – Compras 04

Conta 32 – Mercadorias 04

Conta 33 – Produtos acabados e Intermédios 05

Conta 34 – Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos 05

Conta 35 – Produtos e trabalhos em Curso 05

Conta 36 – Matérias-primas, Subsidiarias e de consumo 06

Conta 37 - Adiantamentos por conta de Compras 06

Conta 38 - Regularização de Existências 06

Conta 39 – Provisões para depreciação de existências 07

Sistema de Inventário

Sistema de Inventário Permanente 08

Sistema de Inventário Intermitente 09

Movimentos dos descontos e abatimentos

Descontos Financeiros 10

Descontos Comerciais 11

Critérios de Valorimetria

Breve síntese da Valorimetria das Existências em Portugal 12

Critérios de Valorimetria das Entradas 13

Critérios de Valorimetria das Saídas 14

Exemplo Prático 22

Conclusão 23

Bibliografia 24

2

Page 4: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Introdução

A Contabilidade é um instrumento ao serviço da actividade económica que tem como

função analisar a evolução do património sendo um suporte das entidades públicas e privadas,

podendo conhecer a variação dos resultados obtidos. É um ramo de conhecimento que está ligado

as seguintes vertentes: fiscalidade, matemática, economia, direito entre outras.

Com este trabalho pretendemos analisar de forma sucinta a classe 3 – Existências, sendo

esta a classe que contém os bens comercializáveis.

As existências incluem os bens adquiridos pela empresa com destino a venda, com ou sem

transformação, e podem vir a ser incorporados na produção.

Estas podem ser classificadas em seis grupos, dos quais cinco são considerados nas

empresas industriais, sendo estes: Matérias-primas; Matérias Subsidiárias; Produtos em curso;

Subprodutos e resíduos; Produtos acabados e para as empresas comerciais é somente as

mercadorias.

A Contabilidade Geral apenas consegue controlar as existências de empresas comercias, já

o controlo das existências nas empresas industriais é realizado através de Contabilidade Interna ou

Analítica.

As Existências podem ser movimentas através do sistema de inventário permanente ou

pelo sistema de inventário intermitente.

3

Page 5: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Corpo de texto

Análise das Contas

Conta 31 Compras

As compras serão registadas pelo seu custo de aquisição ou preço de custo.

O preço de custo = preço de compra + despesas de compra.

Nesta conta salda-se, todas as ocorrências, por débito das contas de existências.

Esta conta é debitada quando se realizam compras e as respectivas despesas e é creditada

aquando uma dedução, desconto e abatimentos ou pela transferência do saldo para a

correspondente conta de existências.

O registo contabilístico das compras é efectuado através da factura enviada a empresa pelo

fornecedor. O valor da factura enviada e empresa é resultante da compra efectuada, sendo

registada a débito da conta compras, creditando-se em contrapartida a conta caixa ou depósitos a

ordem ou fornecedor. Consoante tenha sido realizada a pronto ou a prazo.

A conta 31 apresenta as seguintes subcontas:

312- Mercadorias

316- Matérias-primas

317- Devoluções

318- Descontos e abatimentos em compras.

Conta 32 Mercadorias

Conforme a conta 32 sabemos que esta diz respeito aos bens adquiridos pela empresa com

destino a venda.

4

Page 6: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Contudo a movimentação desta conta depende do sistema de inventário que a empresa

adopta. Se a empresa adoptar o sistema de inventário permanente, terá um controlo constante das

entradas e saídas de mercadorias, tendo presente o valor das existências. Porém se o sistema

adoptado for o intermitente, a empresa só no final do exercício é que saberá do valor das

existências.

O saldo desta conta corresponde aos valores dos stocks em armazém.

Conta 33 Produtos acabados e intermédios

Esta conta abrange os bens resultantes da actividade produtiva da empresa, bem como os

que regularmente fazem parte do fabrico e que possam vir a ser objecto de venda.

Geralmente a movimentação desta conta, caso seja utilizado o sistema de inventário

intermitente, estamos perante a Contabilidade Geral, logo necessita-se que no final do exercício,

esta conta em consideração seja creditada pelo valor das existências iniciais e debitada pelo valor

das existências finais em compensação da conta 81 – Resultados operacionais. Se utilizarmos o

inventário permanente, estamos perante a Contabilidade analítica ou interna.

33-Produtos Acabados 81 – Resultados Operacionais

Conta 34 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

A conta 34 diz respeito aos bens de natureza secundária de valor reduzido provenientes da

actividade produtiva. A movimentação desta é feita de forma semelhante à da conta 33.

34- Subprodutos… 81 – Resultados Operacionais

Conta 35 Produtos e trabalhos em curso

Regularmente esta conta pronuncia os bens que se encontram em fabricação, logo não

estão em condições de serem armazenados nem vendidos.

5

E.I. (1)

E.F. (2)

E.I. (1) E.I. (1) E.F. (2)

E.I. (1)

E.F. (2)

E.I. (1) E.I. (1) E.F. (2)

Page 7: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

O valor desta conta é apurado através da contabilidade industrial ou por intermédio de

mapas extra contabilísticos. Em Contabilidade Geral esta é movimentada pelas existências iniciais

e finais, como se demonstrou na conta 33.

35-Produtos e trabalhos em curso 81 – Resultados Operacionais

Conta 36 Matérias-primas, Subsidiárias e de Consumo

Esta conta inclui os bens que se destinam a ser incorporados noutros. A denominação da

conta revela-nos que existem bens com particularidades e finalidades distintas, por isso torna-se

essencial recorrer a utilização das subcontas.

A movimentação desta dependente do sistema de inventário que a empresa adopta.

Conta 37 Adiantamentos por conta de compras

Regista as entregas de mercadorias relativas a compras cujo preço já esteja fixado. Está

conta é movimentada a débito pelo valor cedido antecipadamente a fornecedores por conta de

fornecimentos, cujo preço esteja fixado e é creditada aquando a recepção das facturas.

O seu movimento é o seguinte:

Pela entrega adiantada ao fornecedor

37- Adiantamentos 11-Caixa/

372 / 376 12- Depósitos à ordem

Aquando o fornecimento e recepção da factura

221-Fornecedores 372/376

Conta 38 Regularização de existências

6

E.I. (1)

E.F. (2)

E.I. (1) E.I. (1)E.F. (2)

Valor

Adiantado

Valor

Adiantado

Valor

Adiantado

Valor

Adiantado

Page 8: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Esta conta é uma conta de informação com importância crescente para a administração da

empresa servindo para o registo de quebras, sobras, entradas e saídas por ofertas, pois nela se

registam as variações de existências não derivadas de compras, venda ou consumos.

Estas variações tanto podem levar ao aumento como as diminuições das existências da

empresa. Os aumentos de existências não derivados de compra podem ser devido

fundamentalmente a: ofertas de fornecedores e sobras verificadas. Quanto as diminuições de

existências não derivadas de vendas ou consumo podem ser fundamentalmente devido a: oferta

das próprias existências a clientes e quebras.

Esta conta em sistema de inventário permanente encontra-se sempre saldada.

Conta 39 Ajustamentos de Existências

A funcionalidade desta conta é que serve para registar as diferenças

relativas ao custo de aquisição ou de produção resultantes da aplicação de

critérios valorimétricos.

A movimentação desta tem duas fases:

Constituição ou reforço

67 - Provisões do Exercício 39 - Provisões

Reposição ou anulação

39 - Provisões 7962 – Redução de

Provisões…

O lançamento de constituição ou reforço é realizado no fim do

exercício, e o de reposição ou anulação consiste em crer-se

permanentemente que o montante provisionado excede valores contidos por

moderados e amoldados para revelação de perda potencial.

7

Debita-se Credita-se

Debita-se Credita-se

Page 9: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Sistema de Inventário

A empresa quando procede a contabilização das suas existências em armazém pode

utilizar dois sistemas de inventário: sistema de inventário permanente e sistema de inventário

intermitente. Ao recorrermos aos sistemas de inventário podemos conhecer a qualquer altura o

valor e a quantidade dos stocks de que a empresa é detentora e apurar os custos dos produtos

vendidos e consumidos.

O controlo físico das existências faz-se através da sua inventariação ou contagem,

devendo dar especial relevância pois é fundamental para a determinação dos resultados e posterior

análise financeira.

Sistema de Inventário Permanente

Este sistema permite conhecer a qualquer momento o custo da mercadoria em armazém e

a quantidade de stocks disponível, não necessitando de efectuar contagem física das suas

existências no final do ano. Após cada venda à que valorizar a saída das existências de armazém,

para isso temos que determinar o custo das mercadorias vendidas através dos seguintes métodos:

Custo médio; FIFO; LIFO.

A movimentação neste sistema é a seguinte:

8

Page 10: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

31- Compras 22-Fornecedores 32-Mercadorias

61- CMVMC 21-Clientes 71- Vendas

81-Resultados operacionais

O Resultado Bruto das Vendas é apurado através das vendas líquidas (71) – CMVMC (61).

RBV = saldo da conta 71 – saldo da conta 61

Sistema de Inventário Intermitente ou

Periódico

Quando a empresa utiliza o sistema de inventário periódico só é possível determinar o

resultado obtido nas vendas após a inventariação física e directa das existências em armazém, no

final do período.

Este sistema não permite conhecer a qualquer momento o custo da mercadoria vendida,

impossibilitando o conhecimento dos resultados ao longo do ano, visto que só pode ser conhecido

no final do exercício através do seguinte cálculo:

CMVMC = Existências iniciais + Compras ± Regularizações de Existências – Existência Finais

Sendo assim o CMVMC = 32 + 31± 38 – EF (que são determinadas por inventariação directa)

Posto isto determina-se o Resultado Bruto das Vendas pela forma enunciada anteriormente

no sistema de inventário permanente.

A movimentação neste sistema é a seguinte:

31- Compras 22-Fornecedores 32-Mercadorias

61- CMVMC 21-Clientes 71- Vendas

9

1 1232

4

4

56

6

5 7

5

1 1434

5

Page 11: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

81-Resultados operacionais

Movimentos dos descontos e abatimentos

Descontos financeiros

São descontos de natureza financeira os que são obtidos em pagamentos a pronto e

antecipação de pagamento. Os descontos de pronto pagamento são reduções efectivas sobre o

montante de uma factura quando o seu pagamento não excede os 8 dias. Os descontos por

antecipação de pagamento são reduções a preços estabelecidos em virtude do comprador ter pago

o valor de transacção mais cedo do que a data acordada. Estes descontos podem estar ou não

incluídos na factura - recibo.

a) Descontos em compras:

1) Recibo

221 – Fornecedores c/c 786- Descontos p.p Obtidos

X X

2) Factura – Recibo

10

5 27

7

2 6

6

Page 12: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

31 Compras 11Caixa 786 – Descontos de p.p. Obtidos

X X X

b) Descontos em vendas:

1) Recibo

686- Descontos p.p Concedidos 211- Clientes c/c

X X

2) Factura – Recibo

71 Vendas 11Caixa 686– Descontos de p.p. concedidos

X X X

Descontos comerciais

Os descontos e abatimentos de natureza comercial concedidos através dos documentos que

não contem factura podem revestir a forma de: abatimentos de revenda; bónus de quantidades e

abatimentos acidentais.

A conta onde se registam os descontos e abatimentos desta natureza é a conta 31 compras

na subconta 318 descontos e abatimentos em compras, sob o valor dos descontos incide o IVA

cujo montante é registado a crédito na subconta IVA Regularizações. Tais descontos são

contabilizados através de nota de crédito recebidos dos fornecedores.

a) Descontos em compras:

1) Notas de crédito

221 – Fornecedores c/c 318- Descontos abatimentos em compras

X X

2) Factura

221 – Fornecedores c/c 31- Compras

X X

11

Page 13: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

b) Descontos em vendas

1) Notas de crédito s/ clientes

211- Clientes c/c 718- Descontos e abatimentos em vendas

X X

2) Factura

211- Clientes c/c 71 - Vendas

Critérios de Valorimetria

Nas empresas é fundamental saber a quantidade de stock que a empresa dispõem e

dependendo do valor existente a valorização das existências vai ter uma maior ou menor

relevância.

Nos critérios de valorimetria há que distinguir a valorização das entradas e das saídas de

existências.

Breve síntese da Valorimetria das

Existências em Portugal

De acordo com o Plano Oficial de Contabilidade podemos condensar da seguinte forma a

valorimetria das existências. Considera-se que as existências devem de ser valorizadas à data do

balanço ao seu custo de aquisição / produção ou ao preço de mercado.

Se à data do balanço, existir obsolescência, estragos, diminuição de preços, entre outros, o

critério a utilizar é o preço de mercado.

O custo de aquisição é o somatório do respectivo preço de compra com os gastos

suportados, na fabricação de um dado produto até ser disposto em armazém.

12

X X

Page 14: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

O custo de produção é a totalidade dos custos de matérias-primas e outros materiais

directos consumidos. O POC em vigor é imperativo ao não adquirir a incorporação dos custos

financeiros no custo de produção. Se o custo de aquisição/ produção for superior não preço de

mercado será este o utilizado.

O preço de mercado pode ser visto sobre duas perspectivas: ao custo de reposição e ao do

valor realizável líquido.

O custo de reposição de um bem corresponde ao que a empresas teria que comportar para

o substituir nas mesmas condições, qualidade, quantidade e locais de aquisição e utilização.

O valor realizável líquido de um bem equivale ao seu preço de venda depreendido dos

essenciais custos conjecturáveis de acabamento e venda. Este conceito de valor de mercado

aplica-se, de acordo com a enunciação, a bens detidos para venda, ou seja, mercadorias e

produtos.

As existências serão valorizadas de acordo com os princípios contabilísticos adequados,

para diversos ramos de actividade é aplicável um critério de valorização das existências diferente,

diferindo também se compreende encargos excessivos.

Critérios de Valorimetria das Entradas

A entrada nos armazéns das existências provenientes de compras devem de ser

acompanhadas do respectivo documento (guia de recepção).

A entrada das existências é valorizada pelo preço de custo, baseando-se este em todos os

encargos deduzidos dos descontos comerciais obtidos. O cálculo do preço de custo é seguinte:

Preço de Custo = Valor da Factura + Despesas Adicionais de Compra – Descontos

Comerciais

Tendo em conta o custo de entrada em armazém, a empresa poderá calcular o preço de

venda dos seus produtos, onde pode aplicar uma percentagem sobre o preço de custo ou sobre o

preço de venda.

Preço de venda como percentagem sobre o preço de custo

Afigurando que entra em armazém a mercadoria X ao preço de unitário de 300€, e que a

empresa deseja vender as mercadorias a uma margem de 20% sobre o preço de custo. Vamos

recorrer ao seguinte cálculo:

Preço de Venda = Preço de Custo + Margem sobre o preço de custo * Preço de Custo

No caso em concreto o preço de venda será de 360€ por unidade.

13

Page 15: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

P.V. = 300 + 0,20 * 300 = 360

Preço de venda como percentagem sobre o preço de venda

Pressupondo que entra em armazém a mercadoria X ao preço de unitário de 300€, e que a

empresa deseja vender as mercadorias a uma margem de 20% sobre o preço de venda. Vamos

recorrer ao seguinte cálculo:

Preço custo= Preço de Venda – Margem sobre o preço de venda * Preço de Venda

No caso em apreço a empresa teria de vender a mercadoria por 375€ a cada unidade.

P.V. = 300/0,8 = 375

Critérios de Valorimetria das Saídas

Posteriormente de as existências terem sido controladas e codificadas há que proceder à

relativa arrumação em locais tanto quanto possível metódicos, referenciados e devidamente

protegidos.

As saídas de existências de armazém deverão ser executadas, com suporte em documentos

internos, como por exemplo, requisições da produção ao armazém de matérias-primas. Com base

nesses documentos o armazém emitirá uma guia de saída de armazém.

Os métodos de custeio das saídas a adoptar são: o custo específico, o LIFO (valorizar as

saídas de existência pelo valor do lote mais antigo em armazém), o FIFO (valorizar as saídas pelo

valor do lote mais recentemente entrado em armazém), o custo médio ponderado e o custo padrão.

Custo específico

O custo específico é de fácil aplicação, sendo utilizado por alguns ramos de actividade

onde geralmente os artigos são de elevado valor monetário. Os produtos são orçados pelo seu

preço real, ou seja, por todos os encargos de compra que lhe sejam directamente imputáveis.

First In First Out

A sigla FIFO indica que o primeiro lote a entrar em armazém, é o primeiro a sair.

Mediante este critério podemos pressupor que as existências se esgotam por ordem de entrada em

armazém. As saídas de armazém são valorizadas pelos preços mais antigos, ficando os stocks

avaliados aos preços mais recentes.

Uma das situações que acontece permanentemente é o lucro da empresa estar em

constantes oscilações, devido a subida e a descida dos preços. Se os preços sobem as saídas são

feitas a preços mais baixos levando a que o lucro da empresa se encontre sobreavaliado, se o

oposto acontece o lucro da empresa encontra-se subavaliado.

14

Page 16: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Exemplificação deste critério: Uma empresa tem o primeiro lote com 100 unidades de

mercadoria X ao preço unitário de 5€, e o segundo lote com 200 unidades de mercadoria X ao

preço unitário de 4€. Vendem no dia 5; 90 unidades da mercadoria X, e no dia 25; 210 unidades.

Posto isto na primeira venda retira-se as noventa unidades do lote 1, ficando disponíveis

dez unidades, e no dia vinte e cinco, utiliza-se primeiro as dez unidades e após isso utilizar-se-á a

mercadoria do lote 2.

Last In First Out

A sigla LIFO significa o último lote a entrar em armazém, é o primeiro a sair.

Através deste critério podemos subentender que as existências se esgotam por ordem

inversa da entrada em armazém. As saídas neste caso são valorizadas aos preços mais recentes e

os stocks ficam avaliados aos preços mais antigos.

Este critério é o inverso do FIFO sendo assim recorrendo ao exemplo dado anteriormente,

na primeira venda retira-se as noventa unidades do lote 2, ficando disponíveis 110 unidades, essas

mesmas que são utilizadas na segunda venda e após o esgotamento da mercadoria x é que se

recorrerá ao lote 2. Nesta situação os dois lotes ficam a 0.

Custo médio ponderado

Este custo é o meio-termo do FIFO e do LIFO, ou seja, abrange características de ambos

os critérios. Este critério é o mais utilizado na prática e de fácil aplicação aos processos

computorizados, embora obrigue a determinação de preços médios. Neste critério as saídas não

são valorizadas ao preço médio ponderado das entradas. Ou seja, calcula-se após cada entrada em

armazém adicionando o valor das quantidades existentes ao valor das quantidades entradas e

dividindo pelas suas quantidades.

Recorrendo ao exemplo dado no FIFO.

O lote 1 dispunha de 100 unidades que valiam 500€ e o lote 2 dispunham de 200 unidades

que valiam 800€. Sendo assim o preço médio unitário = 1300€/ 300u.m = 4,33€

Custo padrão

É o custo que a empresa determina em função dos objectivos alcançar, durante um período

de produção ou aquisição de produto.

O seu cálculo e definição devem levar em consideração a capacidade máxima dos meios

de trabalho e produtividade.

Podemos concluir que o uso do custo padrão acaba por estabelecer uma meta a atingir do

que propriamente valorização de stocks.

15

Page 17: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Exemplo Prático

Existências – Sistema de Inventário Permanente –

Critérios Valorimétricos

A sociedade Sandra & Domingas, LDA que se dedica a comercialização da mercadoria

M@, o qual será sujeito a IVA a taxa normal (20%)

O saldo inicial da mercadoria M@ era de 15.000 unidades a 2,50€/1.

Durante o mês de Dezembro de 2008 registou-se o seguinte movimento:

i. Factura nº 60 de F6 referente a 5000 unidades de M@ 3€/1. Desconto comercial de 10%.

ii. N/factura nº76 para C4 referente a 4000 unidades de M@ a 3,25€ entrega no armazém do

comprador.

iii. N/nota de crédito nº 7 para C4 relativa a s/devolução de 100 unidades de M@, tendo sido

regularizado o IVA.

16

Page 18: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

iv. Nota de Crédito nº25 de F6 referente a n/devolução de 50 unidades de M@, tendo sido

regularizado o IVA.

v. Venda a Alves, LDA, factura nº 95 de 7000unidades a 5,50€/1.

vi. Um incêndio destruiu 600 unidades de M@ tendo a companhia de seguros concedido uma

indemnização de 1300€.

vii. Oferta normal ao cliente C4 de 15 unidades de M@.

viii. Venda a Costa & Silva, LDA de 3000 unidades a 6€/1 com um desconto de pronto

pagamento de 5%.(venda a dinheiro nº124)

ix. Compra a prazo a C. Costa, s/ factura nº100, de 6000 unidades a 4€/1, com um desconto

de revenda de 5%+10%, sendo o transporte custeado pelo fornecedor.

Solicita-se:

a) Lançamento das operações no Diário Analítico

b) Elaborar a ficha de armazém através dos seguintes critérios: FIFO; LIFO; Custo

Médio Ponderado

Resolução

a) Registo no Diário

FIFO

17

Page 19: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Empresa: Sandra & Domingas, LDA Ano: 2008 Mês: Dezembro

Data DescriçãoEntradas Saídas Existências

QT P.U Valor QT P.U Valor Lote QT P.U Valor Lote

Existência inicial 15000 2,50 37500 1i Compra 5000 2,7 13500 5000 2,7 13500 2ii Venda 4000 2,50 10000 1 11000 2,50 27500 1

iiiDevolução de

Venda100 2,50 250 11100 2,50 27750 1

ivDevolução de

Compra50 2,7 135 2 4950 2,7 13365 2

v Venda 7000 2,50 17500 1 4100 2,50 10250 1vi Incêndio 600 2,50 1500 1 3500 2,50 8750 1vii Oferta 15 2,50 37,50 1 3485 2,50 8712,50 1viii Venda 3000 2,50 7500 1 485 2,50 1212,5 1

ix Compra 6000 3,42 20520 6000 3,42 20520 3

b) As Fichas de

Armazém não

são mais do que

18

Vila Nova de Gaia, Dezembro de 2008  I       312 - Compras de Mercadorias 13500,00     24321 – IVA dedutível existências  2700,00  A  221- Fornecedores   16200,00

Factura nº 60     32 – Mercadorias 13500,00   

A 312 – Compra de Mercadorias     13500,00Regularização do Armazém    

ii     211 – Clientes conta corrente  15600,00  

a 24331 – IVA liquidado operações gerais     2600,00a 711 – Venda de Mercadorias     13000,00

 N/ Factura nº 76    612 - CMV  10000,00  

a 32- Mercadorias    10000,00 Pelo custo de Venda     

iii      717 – Devolução de Vendas 325,00   24341 – IVA regularizações a favor da empresa  65,00  

a 211 – Clientes conta corrente    390,00 N/Nota de Crédito nº7

32 – Mercadorias 250,00a 612 – CMV 250,00

Anulação do CustoIv

221 – Fornecedores conta corrente 180,00a 217 – Devoluções de Compras 150,00a 24342 – IVA regularizações a favor do Estado 30,00

Nota de Crédito nº25  317 – Devoluções de Compras 135,00

a 32 – Mercadorias 135,00Regularizações do Armazém

V211-Clientes conta corrente 46200,00

a 24331- IVA liquidado operações gerais 7700,00a 711 – Vendas 38500,00

Factura nº 95612 – CMV 17500,00

a 32 – Mercadorias 17500,00Pelo custo de Venda  

Vi11 – Caixa 1300,006931 – Perdas em existências Sinistros 200,00

a 382 – Regularizações de existências 1500,00Sinistro + Indemnização

382 – Regularizações de existências 1500,00A 32 – Mercadorias 1500,00

Regularização do ArmazémVii

654 – Ofertas e amostras de existências 37,50A 382 – Regularização de existências 37,50

Oferta de 15 Unidades382 – Regularização de existências 37,50

A 32 – Mercadorias 37,50Regularização do Armazém

Viii11 – Caixa 20520,00686 – Desconto de pronto pagamento 900,00

A 24331 – IVA liquidado operações gerais 3420,00A 711 – Venda 18000,00

Venda a dinheiro nº124612 – CMV 7500,00

A 32 – Mercadorias 7500,00

Page 20: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

representações

dos custos das

mercadorias

utilizando os

vários métodos

de custeio.

a) Registo no

diário

LIFO

b)

Empresa: Sandra & Domingas, LDA Ano: 2008 Mês: Dezembro

Data DescriçãoEntradas Saídas Existências

QT P.U Valor QT P.U Valor Lote QT P.U Valor Lote

Existência inicial 15000 2,50 37500 1i Compra 5000 2,7 13500 5000 2,7 13500 2ii Venda 4000 2,7 10800 2 1000 2,7 2700 2iii Devolução de 100 2,7 270 1100 2,7 2970 2

19

Vila Nova de Gaia, Dezembro de 2008  I       312 - Compras de Mercadorias 13500,00     24321 – IVA dedutível existências  2700,00  

a  221- Fornecedores   16200,00Factura nº 60    

 32 – Mercadorias 13500,00   a 312 – Compra de Mercadorias     13500,00

Regularização do Armazém    ii     

211 – Clientes conta corrente  15600,00  a 24331 – IVA liquidado operações gerais     2600,00a 711 – Venda de Mercadorias     13000,00

 N/ Factura nº 76    612 - CMV  10800,00  

a 32- Mercadorias    10800,00 Pelo custo de Venda     

iii      717 – Devolução de Vendas 325,00   24341 – IVA regularizações a favor da empresa  65,00  

a 211 – Clientes conta corrente    390,00 N/Nota de Crédito nº7

32 – Mercadorias 270,00a 612 – CMV 270,00

Anulação do CustoIv

221 – Fornecedores conta corrente 180,00a 217 – Devoluções de Compras 150,00a 24342 – IVA regularizações a favor do Estado 30,00

Nota de Crédito nº25  317 – Devoluções de Compras 135,00

a 32 – Mercadorias 135,00Regularizações do Armazém

V211-Clientes conta corrente 46200,00

a 24331- IVA liquidado operações gerais 7700,00a 711 – Vendas 38500,00

Factura nº 95612 – CMV 17710,00

a 32 – Mercadorias 17710,00Pelo custo de Venda  

Vi11 – Caixa 1300,006931 – Perdas em existências Sinistros 200,00

a 382 – Regularizações de existências 1500,00Sinistro + Indemnização

382 – Regularizações de existências 1500,0032 – Mercadorias 1500,00

Regularização do ArmazémVii

654 – Ofertas e amostras de existências 37,50a 382 – Regularização de existências 37,50

Oferta de 15 Unidades382 – Regularização de existências 37,50

a 32 – Mercadorias 37,50Regularização do Armazém

Viii11 – Caixa 20520,00686 – Desconto de pronto pagamento 900,00

a 24331 – IVA liquidado operações gerais 3420,00a 711 – Venda 18000,00

Venda a dinheiro nº124612 – CMV 7500,00

Page 21: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Venda

ivDevolução de

Compra50 2,7 135 2 1050 2,7 2835 2

v Venda 1050 2,7 2835 2 ___ 2,7 ____ 2v Venda 5950 2,50 14875 1 9050 2,50 22625 1vi Incêndio 600 2,50 1500 1 8450 2,50 21125 1vii Oferta 15 2,50 37,50 1 8435 2,50 21087,5 1

viii Venda 3000 2,50 7500 1 5435 2,50 13587,5 1

ix Compra 6000 3,42 20520 6000 3,42 20520 3

a) Custo

médio

Empresa: Sandra & Domingas, LDA Ano: 2008 Mês: Dezembro

Data DescriçãoEntradas Saídas Existências

QT P.U Valor QT P.U Valor Lote QT P.U Valor Lote

Existência inicial 15000 2,50 37500i Compra 5000 2,7 13500 20000 2,55 51000

20

Vila Nova de Gaia, Dezembro de 2008  I       312 - Compras de Mercadorias 13500,00     24321 – IVA dedutível existências  2700,00  A  221- Fornecedores   16200,00

Factura nº 60     32 – Mercadorias 13500,00   

A 312 – Compra de Mercadorias     13500,00Regularização do Armazém    

ii     211 – Clientes conta corrente  15600,00  

A 24331 – IVA liquidado operações gerais     2600,00A 711 – Venda de Mercadorias     13000,00

 N/ Factura nº 76    612 - CMV  10200,00  

A 32- Mercadorias    10200,00 Pelo custo de Venda     

iii      717 – Devolução de Vendas 325,00   24341 – IVA regularizações a favor da empresa  65,00  

A 211 – Clientes conta corrente    390,00 N/Nota de Crédito nº7

32 – Mercadorias 255,00A 612 – CMV 255,00

Anulação do CustoIv

221 – Fornecedores conta corrente 180,00A 217 – Devoluções de Compras 150,00A 24342 – IVA regularizações a favor do Estado 30,00

Nota de Crédito nº25  317 – Devoluções de Compras 150,00

A 32 – Mercadorias 150,00Regularizações do Armazém

V211-Clientes conta corrente 46200,00

A 24331- IVA liquidado operações gerais 7700,00A 711 – Vendas 38500,00

Factura nº 95612 – CMV 17840,20

A 32 – Mercadorias 17840,20Pelo custo de Venda  

Vi11 – Caixa 1300,006931 – Perdas em existências Sinistros 200,00

A 382 – Regularizações de existências 1500,00Sinistro + Indemnização

382 – Regularizações de existências 1529,1632 – Mercadorias 1529,16

Regularização do ArmazémVii

654 – Ofertas e amostras de existências 38,229A 382 – Regularização de existências 38,229

Oferta de 15 Unidades382 – Regularização de existências 38,229

A 32 – Mercadorias 38,229Regularização do Armazém

Viii11 – Caixa 20520,00686 – Desconto de pronto pagamento 900,00

A 24331 – IVA liquidado operações gerais 3420,00A 711 – Venda 18000,00

Venda a dinheiro nº124612 – CMV 7645,80

Page 22: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

ii Venda 4000 2,55 10200 16000 2,55 40800iii Devolução de Venda 100 2,55 255 16100 2,55 41055

ivDevolução de

Compra50 3,00 150 16050 2,5486 40905

v Venda 7000 2,5486 17840,2 9050 2,5486 23064,8vi Incêndio 600 2,5486 1529,16 8450 2,5486 21535,64vii Oferta 15 2,5486 38,229 8435 2,5486 21497,411viii Venda 3000 2,5486 7645,8 5435 2,5486 13851,611

ix Compra 6000 3,42 20520 11435 13,9066 159021,611

b)

Conclusão

Neste trabalho pretendeu-se compreender de que forma é constituída a classe 3 e a

importância desta classe no ceio de uma empresa, visto que faz parte do património da empresa e

é também importante para uma boa gestão de stocks. Uma boa gestão passa por ter uma

contabilidade exacta e autêntica das existências, para que os valores registados sejam de acordo

com a real extensão dos elementos que representam.

Um dos problemas específicos que se levantam nas empresas sob o ponto de vista da

Contabilidade Geral é o da determinação do CMVMC.

No nosso ponto de vista o critério de valorimetria das existências LIFO é mais apropriado

que o FIFO em termos de resultados, visto que neste são ilusórios, por compararem preços de

venda actuais com custos de aquisição desactualizados. Portanto se o que se quer é um valor mais

próximo do real para efeitos de resultados deve utilizar-se o LIFO, o que vai originar uma

subavaliação das existências no balanço. Se o desejado não for mais próximo do real, optar-se-á

pelo FIFO, mas daí vai provir um resultado sobreavaliado.

Quanto ao custo médio como é evidente situar-se-á entre os outros dois em termos de

afastamento dos valores contabilísticos em relação aos valores tidos como reais. E a sua aplicação

poderá originar menos riscos.

Ao longo da elaboração deste trabalho concluímos que esta classe está presente em toda a

actividade económica de uma empresa, quer tenham carácter comercial ou industrial.

21

Este exercício contém valores aproximados

Page 23: Trabalho de introdução à contabilidade

Instituto Superior Politécnico de Gaya

Bibliografia

A pesquisa realizada para a elaboração deste trabalho foi a seguinte:

“Elementos de Contabilidade Geral”, 24ª Edição, de António Borges / Azevedo Rodrigues

/Rogério Rodrigues, Áreas Editora

“POC comentado, 14ª Edição, de Carlos Santiago, Texto Editores

22