1 - introdução à contabilidade

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    INTRODUO CONTABILIDADE

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    3Introduo Contabilidade

    Direo Geral Prof. Ms. Hrcules Pereira

    Coordenao Pedaggica Prof. Ms. Luiz AnnunziataDiretoria Acadmica

    Coordenao Editorial Leeladhar Diretoria de Marketing

    Organizao/Reviso Prof. Vincus Maciel

    Projeto Grfico/Editorial Carla Salgado Marcos Mello Rosane Furtado Sandro Brigida Wallace Machado

    Ncleo de Pesquisa e Desenvolvimento Institucional

    Reviso Ortogrfica Penha Faria

    2008 Todos os direitos reservadosAv. Geremrio Dantas, 1286 - Freguesia - Jacarepagu

    CEP: 22760-401 - Rio de Janeiro - RJINSTITUTO DE GESTO EDUCACIONAL SIGNORELLI

    www.signorelli.srv.br

    EQUIPE DE ELABORAO

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    Introduo Contabilidade

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    PRODUO

    APRESENTAO

    Prezado Cursista,

    O guia de estudo que voc recebeu foi formulado a partir de uma bibliografiaespecializada sobre o tema, com o objetivo de orientar suas pesquisas, anlises ereflexes, bem como facilitar a fixao dos contedos propostos. Desse modo, ametodologia empregada priorizou o estudo de casoscomo forma de aprendizagem,na qual so apresentadas ao aluno algumas situaes problematizando diversosassuntos abordados, ao final de cada unidade, objetivando sua compreenso,anlise e soluo. Tal abordagem faz com que o estudante avalie criticamente oscontedos enfocados, desenvolvendo habilidades necessrias ao bom desempenhodo profissional no mundo atual. Alm disso, para contribuir ainda mais com seuauto-estudo, so indicados sites para pesquisa e leituras complementares, bemcomo propostas atividades prticas ao final de cada unidade, no sendo necessriaa correo do professor.

    A disciplina oferecida sob a forma de educao a distncia, privilegiando oauto-estudo e sendo mediado por material didtico e apoio da Orientao Acad-

    mica a distncia, com encontros e avaliaes presenciais.A metodologia do trabalho combina atividades tericas e prticas com oobjetivo de possibilitar aos participantes articularem momentos de reflexo commomentos de aplicao dos conhecimentos adquiridos realidade. As tcnicasadotadas obedecem a uma seqncia de atividades na qual as anlises sobre fato-res, que contribuem ou dificultem a integrao dos programas de EAD, resultemna discusso e participao de todos.

    A organizao dos mdulos define um ncleo temtico consistente e atual,diversificando as perspectivas de pesquisa e de anlise histricas, sociolgicas,

    filosficas, pedaggicas e ticas, tendo em vistas questes que a LDB, Lei 9394/96,prope, principalmente no seu Art. 64 sobre a formao de profissionais de edu-cao.

    Ao final do curso, voc estar apto a realizar uma avaliao presencial comoparte do processo de avaliao global da disciplina.

    Lembre-se que o servio de Orientao Acadmica est disponvel para solu-cionar possveis dvidas no decorrer de seus estudos.

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    SUMRIO

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    UNIDADE IEvoluo Histrica da Contabilidade

    UNIDADE IIEstrutura Conceitual da Contabilidade eCritrios de Avaliao

    UNIDADE IIIGoodwill, Capital Intelectual, Evidenciao(Disclosure) e Demonstrao dos Fluxos deCaixa

    UNIDADE IVPatrimnio

    CONSIDERAES FINAIS

    REFERNCIAS

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    PRODUO

    APRESENTAO DA DISCIPLINA

    Prezado (a) Estudante,A disciplina Introduo Contabilidade um dos alicerces do Curso

    de Ps- Graduao em Contabilidade, uma disciplina importante, e trazconceitos bsicos para o Curso de Contabilidade.

    O objetivo da disciplina Introduo Contabilidade consiste em apre-sentar informaes que podem e devem ser discutidas, questionadas e

    ampliadas pelo profi

    ssional de direito, levando-o a entender os conceitosbsicos sobre a Evoluo Histrica da Contabilidade; Estrutura Conceitualda Contabilidade e Critrios de Avaliao; Goodwill, Capital Intelectual, Evi-denciao (Disclosure) e Demonstrao dos Fluxos de Caixa; Patrimnio.

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    UNIDADEI

    EVOLUO HISTRICA

    DA CONTABILIDADE

    1 - INTRODUO

    Os primeiros sinais objetivos da existncia da contabilidade, segundoalguns pesquisadores, foram observados por volta do ano 4.000 a. C, nacivilizao Sumrio-Babilonense e coincidiu com a inveno da escrita.

    As primeiras anotaes eram feitas em termos fsicos, pois somentehaviam trocas, o que fez com que sua evoluo fosse bastante lenta. Em1.100 a. C, este quadro se alterou, por ocasio do surgimento da moeda.H informaes que os primeiros rudimentos de balano surgiram no anode 1.300 em Florena, Itlia.

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    Entre os sculos XIII e XVII a contabilida-de se distinguiu como uma disciplina adulta,

    justamente pelo fato de que neste perodoa atividade mercantil, econmica e culturalera muito importante, ou seja, a evoluo dacontabilidade sempre est associada ao desen-volvimento da sociedade como um todo. Essefato tem feito que mais recentemente venhasendo considerada como pertencente ao ramoda cincia social.

    A intensidade das atividades mercantis,

    econmicas e culturais, determinou o surgi-mento e domnio das escolas de contabilidade,notadamente na Itlia.

    2 - ESCOLA ITALIANA DECONTABILIDADE

    Com o surgimento do Mtodo de PartidasDobradas no sculo XIII ou XIV, e sua divulga-

    o atravs da obra La Summa de Arithmeti-ca, Geometria, Proportioni et Proportionalitde autoria do Frei Luca Pacioli, publicada emVeneza em 10/11/1494 (1 edio), a escola ita-liana ganhou um grande impulso, espalhando-se por toda a Europa.

    Vrias correntes de pensamento contbilse desenvolveram dentro da escola italiana,sendo as mais relevantes: o contismo, o per-sonalismo, o neocontismo, o controlismo, oaziendalismo e o patrimonialismo.

    2.1 - Escola Contista

    Constituiu-se na primeira corrente de pen-samento contbil (1494). Seu surgimento estrelacionado aos estudos feitos pelos primeirosexpositores do Mtodo de Partidas Dobradas.

    Os defensores dessa corrente adotaram como

    idia bsica o mecanismo das contas, centran-do sua preocupao no seu funcionamento,esquecendo-se que a conta apenas conseq-ncia das operaes que acontecem numa en-tidade, e que essas operaes devem merecera mxima ateno da contabilidade.

    Para os criadores da escola contista, a pre-ocupao central da contabilidade era com oprocesso de escriturao e com as tcnicas deregistro atravs das contas.

    O objetivo das contas era sempre o de

    registrar uma dvida a receber ou a pagar, coin-cidindo com a origem do crdito nas relaescomerciais.

    Com o incio do regime scio-econmico,onde os meios de produo passaram a per-tencer a qualquer pessoa que possusse capital,as relaes de crdito entre compradores evendedores experimentaram um grande cres-cimento, fazendo com que as contas contbeis

    se constitussem num dos mais hbeis instru-mentos para o registro destas relaes.A escola contista teve um grande impulso

    com os trabalhos de pesquisadores franceses,entre os quais Degranges que em 1795 divul-gou a chamada teoria das cinco contas, base-ada em estudo realizado em 1675 por JacquesSavary sobre a teoria geral das contas.

    Para Degranges, o comrcio tinha cinco

    (5) objetivos principais que permanentementelhe serviam de meio de troca, sendo este fato a

    base de sua teoria. As cinco contas a que faziareferncia eram: (1) Mercadorias, (2) Dinheiro,(3) Contas a Receber, (4) Contas a Pagar e (5)Lucros e Perdas.

    Na concepo do autor, deveria ser abertauma conta para a pessoa com quem o co-merciante mantinha transaes a prazo e, ao

    mesmo tempo, abrir cinco para si mesmo, isto

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    , uma para mercadorias, uma para o caixa,uma para as contas a receber, uma para ascontas a pagar e uma para o resultado. Esta

    teoria no teve boa aceitao, no se tornandouniversal.

    Este esquema de cinco contas deu lugarao surgimento de um Livro Dirio/Razo de6 colunas, no qual constavam ainda colunaspara a data, detalhes, total, etc.

    Em 1796, Jones apresentou o modelo inglsde registro baseado em dois livros principais:o dirio e o razo e dois livros auxiliares: caixa

    e armazm (existncias).Este autor teve o mrito de ser o primei-

    ro a admitir a necessidade de realizar-se umcontrole numrico entre os livros principais,somando-se separadamente o dirio e o ra-zo para verificar a igualdade de ambas assomas.

    A preocupao com afidelidade das infor-maes contidas no dirio e no razo revelou

    a necessidade de uma maior sistematizaodo processo de registro das operaes, com aconseqente melhoria na qualidade do produ-to deste processo.

    Mais tarde, com o surgimento das socie-dades com mais de um capitalista, criou-sea conta capital, considerada pelos contistascomo uma dvida da empresa para com ocapitalista.

    Os principais personagens do contismoforam: Fibonacci, Pegoloti, Pietra, Flori, De-granges, Cotrugli e Frei Luca Pacioli.

    2.2 - Escola Personalista

    Esta escola surgiu como uma reao ao con-tismo, durante a segunda metade do sculo XIX(1867), dando personalidade s contas para poder

    explicar as relaes de direitos e obrigaes.

    A personificao das contas j existiadesde os primeiros expositores do mtodo departidas dobradas, porm, esta personificaono constitua uma teoria cientfica e sim umartifcio usado pelos autores para explicar omecanismo das contas.

    Para os tericos do personalismo, as contasdeveriam ser abertas tanto para pessoas fsicascomo jurdicas (pessoas verdadeiras), e o devee haver representavam dbitos e crditos daspessoas a quem as contas foram abertas.

    Um dos primeiros idealizadores destateoria foi Francesco Marchi (1822/1871).Mas foi Giuseppe Cerboni (1827/1917) o

    verdadeiro construtor da teoria personalista.Justificava a personificao das contas por

    considerar que qualquer operao administra-tiva, correspondente gesto de qualquer en-tidade, assume relevncia jurdica em virtudedo dbito e crdito que provoca.

    No personalismo, a cincia contbil con-siderada o estudo das variaes da riqueza emrelao azienda e a contabilidade a cinciada administrao aziendal.

    Uma importante contribuio desta escola comunicao contbil foi a de que a contabili-dade passou a ser considerada um instrumentoinformacional sobre a gesto das entidades,em vez de uma mera tcnica de registro de

    transaes econmicas. Portanto, consideradauma discip0lina ligada gesto e ao processode tomada de deciso.

    Os principais personagens foram Marchi,Cerboni e Rossi.

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    2.3 - Escola Controlista

    Para Fabio Besta (1880) a contabilidade

    representava a cincia do controle econmico.Este autor considerava que o controle econmi-co se compunha de duas partes: uma respon-svel pelo registro contbil dos momentos daadministrao econmica e sua efetivao pormeio de escriturao e a outra representavaa revelao das partidas dobradas dos fatosadministrativos em conexo com os critriosorganizacionais articulados de acordo com osmecanismos de controle inerentes escritura-o contbil.

    Na viso dos controlistas, os balanos, ascontas, os oramentos, as demonstraes deresultados, etc., representavam uma formade controle da riqueza dos organismos eco-nmicos.

    Besta entendia que a contabilidade tinha

    a misso de atender as seguintes trs fases:primeiro estabelecer um ponto de partidapara tornar possvel a anlise dos resultadosda gesto; em segundo lugar acompanhar agesto evidenciando os fatos ocorridos que

    julgar-se o trabalho administrativo e a terceirafase demonstrar os resultados finais da admi-nistrao econmica para a devida aprovaoou rejeio da gesto.

    Igualmente considerava que o patrimniodeveria ser representado por uma grandezamensurvel e varivel, isto , demonstrado poruma soma de valores positivos e negativos.

    Besta classificou as funes de controleeconmico (ou de contabilidade) conforme omomento em que ocorriam com referncia aosfatos administrativos e de acordo com a suanatureza. Segundo o momento de ocorrn-

    cia, as funes de controle so: antecedentes,

    concomitantes e subsequentes. Antecedentesso os contratos, estatutos, regulamentos,atas, inventrios, etc. Concomitantes so oscontroles que se caracterizam pela vigilnciadas tarefas determinadas para cada pessoa. Afuno subsequente o exame dos fatos emseus aspectos jurdicos e econmicos, ou seja,o confronto entre o que foi realizado com oque deveria ter sido feito. Os instrumentosusados so os documentos referentes aos doiscontroles anteriores, os registros contbeis, os

    balanos, as prestaes de contas, o exame des-tas prestaes e sua aprovao ou rejeio.O controle econmico pode ser considera-

    do com uma das finalidades dos sistemas deescriturao, no abrangendo, contudo, em suatotalidade o objeto da contabilidade. Aspectosrelativos formao dos custos, realizaode receita, equilbrio financeiro e outros queprovam variaes patrimoniais, so objeto de

    operaes de controle, porm, a contabilidadeno se limita unicamente a esses aspectos. Ocontrole apenas um instrumento de apoio eno um fim ou objeto da contabilidade.

    Os principais personagens desta escolaforam: Besta, Alfieri, Ghidiglia, DAlvise eLorusso.

    2.4 - Escola Neoconsita

    O neoconsitmo (1914) restituiu conta-bilidade o seu verdadeiro objeto: a riquezapatrimonial e, em conseqncia, trouxe grandeavano para o estudo da anlise patrimonial edos fenmenos decorrentes da gesto empre-sarial, tendo surgido como um movimentocontrrio ao personalista, defendendo o valo-rismo das contas.

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    Para os neocontistas as contas no deve-riam ser abertas a pessoas ou entidades, nemrepresentavam direitos e obrigaes, masdeveriam refletir os valores dos componentespatrimoniais sujeitos a modificaes.

    Esta escola foi responsvel, tambm, poratribuir contabilidade o papel de colocar emevidncia o ativo, o passivo e a situao lquidadas unidades econmicas.

    Para tanto, seria necessrio abrir-se contascom valores dos ativos (positivas), passivos

    (negativas) e diferenciais (abstratas/situaolquida).As principais regras contbeis so expres-

    sadas a partir da frmula do balano, isto :Ativo (igual) Passivo (mais ou menos) SituaoLquida (A=P+/-SL), sendo que a disposiodas contas no balano deve basear-se, para oativo, no seu grau de disponibilidade e para opassivo, no de exigibilidade.

    A dinmica do balano era interpretadapelos neocontistas, tomando por base os fatospermutativos e modificativos.

    A escola neocontista concentrou-se nachamada teoria materialista ou positivista dascontas, pois para a maioria dos seus adeptos,a principal funo da contabilidade se resu-mia na revelao patrimonial, ocupando-seprincipalmente dos processos de classificao

    e registro das contas, em detrimento dos as-pectos econmico-administrativos dos eventosregistrados. Sem dvida a grande contribuiodesta escola comunicao contbil foi se-parao entre passivo e situao lquida, no

    balano.Os principais expoentes desta escola fo-

    ram: Besta, Dumarchey, Delaporte, Calms.

    2.5 - Escola Aziendalista

    Cerboni e Besta dirigiram seus estudos

    ao campo das aziendas, acrescentando a or-ganizao, administrao e o controle, partecientfica da contabilidade. Gino Zappa, comomximo representante desta escola, colocounum s plano a Gesto, a Organizao e aContabilidade, no admitindo o estudo cien-tfico da contabilidade sem o conhecimentoconcomitante das doutrinas que, ao seu lado,formam a economia aziendal.

    A doutrina da gesto est voltada para adefinio de um conjunto de princpios des-tinados a servir de instrumento de auxlio ao da gesto. A doutrina da organizaoest direcionada para o estudo da constitui-o e harmonizao do organismo pessoal daentidade. A contabilidade tem como funoa demonstrao dos resultados da gesto,atravs da observao adequada ao estudo

    quantitativo dos fenmenos empresariais.Outro ponto importante do pensamentodoutrinrio de Zappa foi o de desenvolver umsistema terico contbil a partir do resultado.Segundo ele, a contabilidade deveria ocupar-se da demonstrao dos fatos da gesto e nose resumir apenas a um simples mtodo deregistro. Para que esta demonstrao fossepossvel, todos os fatos a demonstrar deveriamser conhecidos. Tais fatos so fenmenos eco-

    nmicos que, normalmente, fazem parte de umfluxo de trocas monetrias entre a entidade eas economias externas.

    A vida econmica e financeira da entidadesomente ser plenamente conhecida a partir datotal revelao destes fatos pela contabilidade.A finalidade desta demonstrao conheceros custos e receitas provenientes da gestoempresarial, ou seja, conhecer o resultado.

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    Na concepo de Zappa, o resultado definido como o acrscimo ou decrscimosofrido pelo capital em determinado pero-do administrativo, como conseqncia dasoperaes da gesto. O resultado e o capitalrepresentam duas diferentes vises do mes-mo fenmeno. O capital a representao doconjunto de elementos do ativo e do passivoque iro gerar o resultado da entidade, aopasso que o resultado a representao dasmudanas dos componentes patrimoniais em

    um determinado perodo.Conhecer periodicamente o resultado doperodo indispensvel para a anlise do de-sempenho da entidade e de seus dirigentes, oque levou Zappa a dedicar grande ateno aeste aspecto em seus estudos. Para ele, a ges-to de cada exerccio, influenciada positivaou negativamente pelos acontecimentos quetiveram lugar em perodos anteriores e do que

    venha a ocorrer em perodos subsequentes.Para Zappa tanto a separao exata dosresultados de vrios exerccios como tentativade determinar com exatido os custos de pro-duo, uma utopia, j que existem operaesem curso nofim do exerccio e no incio do pr-ximo exerccio, que colaboram com a formaodo resultado, ou seja, operaes que iniciaramem exerccios anteriores e operaes que se

    encerraro em perodos posteriores.

    2.6 - Escola Patrimonialista

    Os tericos desta escola (1926) definem opatrimnio como o objeto da contabilidade,pois o mesmo uma grandeza real que setransforma com o desenvolvimento das ati-vidades econmicas, cuja contribuio deve

    ser conhecida para que se possam analisar

    adequadamente os motivos das variaes ocor-ridas no decorrer de determinado perodo.

    Os fundamentos da doutrina patrimonia-lista se baseiam nos seguintes princpios:a) O objeto da contabilidade o patrimnio

    aziendal.

    b) Os fenmenos patrimoniais so fenmenoscontbeis.

    c) A contabilidade uma cincia social.d) A contabilidade se divide em trs ramos

    na sua parte terica: esttica patrimonial,

    dinmica patrimonial e revelao patri-monial.A esttica patrimonial se ocupa do pa-

    trimnio no seu aspecto esttico (equilbriofuncional e financeiro dos elementos patri-moniais).

    A dinmica patrimonial estuda o patri-mnio na sua condio dinmica (obteno eemprego de capitais).

    A revelao patrimonial pode ser definidacomo um conjunto de princpios e de normasque regem a individuao e a representaoqualitativa e quantitativa do patrimnio, emdado instante e na sucesso de instantes.

    Para os patrimonialistas a contabilidadeno apenas uma disciplina que tem porobjetivo a revelao do patrimnio, ou seja,a representao da vida patrimonial da en-

    tidade como sugeriram os neocontistas, masuma cincia, portanto, com leis e princpiosprprios, que estuda e interpreta os fenmenospatrimoniais.

    O grande expoente desta escola foi Vicen-zo Masi.

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    3 - ESCOLA NORTE-AMERICANA

    O incio desta escola, a partir do surgi-

    mento das grandes corporaes no comeo dosculo XX, foi caracterizado pelo aspecto pr-tico no tratamento de problemas econmico-administrativos, com limitadas construestericas as quais tiveram origem em entidadesligadas a profissionais da rea contbil.

    Transformou-se numa das mais impor-tantes e influentes no mundo, ditando regraspara o tratamento de questes ligadas conta-

    bilidade de custos, controladoria, anlise dasdemonstraes contbeis, gesto financeira,controle oramentrio, etc.

    Entre as principais contribuies destacorrente ao processo de comunicao contbilesto:a) A busca da qualificao da informao con-

    tbil como forma de subsidiar a tomada dedeciso dos gestores.

    b) A padronizao dos procedimentos utili-zados pela contabilidade financeira comoforma de aumentar a confiana nas de-monstraes contbeis, tendo em vista aquebra da bolsa de Nova Iorque em 1929.

    c) O estabelecimento dos Princpios de Conta-bilidade Geralmente Aceitos (US-GAAP)para garantir que as informaes enviadaspela contabilidade aos usurios fossem

    confiveis.d) O estabelecimento de dois objetivos gerais

    da contabilidade:Fornecer informaes sobre os recur-sos econmicos e as obrigaes daentidade.Fornecer informaes sobre as mu-danas nos recursos da entidade, pre-tendendo fomentar a qualificao das

    informaes aos diversos usurios.

    Os principais personagens desta escolaforam: Sprague, Hatfield, Paton, Littleton,Moonitz.

    4 - ESCOLA ALEM

    O desenvolvimento da escola alem, assimcomo o prprio desenvolvimento doutrinrioda contabilidade ocorrido no final do sculoXIX e incio do sculo XX, deveu-se em partes crescentes necessidades dos usurios das

    informaes contbeis nos vrios setores dasociedade.Alguns fatores que muito contriburam

    para esta evoluo foram:a) O desenvolvimento dos mercados finan-

    ceiros.b) A acelerao crescente da concentrao das

    companhias.c) A expanso dos grupos empresariais.

    d) As crises sociais dos perodos de guerra eps-guerra.As correntes doutrinrias surgidas na

    Alemanha estavam direcionadas para a an-lise da gesto e da organizao das entidades,

    buscando a sistematizao dos conhecimentosrelativos vida econmica das empresas, as-sim como a formulao dos princpios que pre-sidem a organizao e a gesto das mesmas.

    Diversos tratadistas alemes desenvol-veram teorias sobre balanos como forma dedar mais qualidade informao contbil,merecendo destaque a teoria esttica, a teoriaorgnica e a teoria dinmica.

    Para os defensores da teoria esttica oumonista, o balano patrimonial o instrumentoresponsvel pela demonstrao da situaopatrimonial da entidade. O resultado de um

    perodo deve ser apurado a partir do confronto

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    entre o valor patrimonial inicial e final desteperodo. A avaliao patrimonial mereceu dosprimeiros tratadistas desta escola uma dedica-o especial, uma vez que a mesma se traduznum ato de predizer o resultado em dinheirocalculado na data do balano.

    De acordo com a teoria orgnica ou du-alista, o balano patrimonial pode fornecerno somente o estado patrimonial, mas osreais resultados do exerccio. Esta dualidade possvel a partir da avaliao dos elementos

    patrimoniais a valor de reposio.A teoria dinmica foi sem dvida a demaior destaque no doutrinamento alemotendo como expoente mximo Eugen Schma-lenbach. Este autor separou os balanos emestticos e dinmicos. O balano esttico erautilizado para a determinao do valor e com-posio do patrimnio em um determinadomomento ao passo que o dinmico tinha por

    finalidade a apurao do resultado de umexerccio, sendo considerado por isso mesmoum balano de resultados.

    Uma das caractersticas do doutrina-mento do balano dinmico a sistemticade movimentao das contas, uma vez quenesta demonstrao so classificados os valo-res pendentes. Assim, os ativos permanentescomo prdios, mquinas, veculos, etc., que

    aparecem no balano, devem ser interpretadoscomo sadas ou despesas da conta de ganhos eperdas, razo pela qual se encontram no ativo,sendo que se forem vendidos, transformando-se em receitas, devero ser amortizados nosperodos seguintes.

    O balano patrimonial na realidade umaconta auxiliar que recebe os valores relativos snegociaes em circulao, ou seja, so valores

    pendentes que no podem ser classificados na

    conta de resultados. Com excluso da contacaixa, os demais valores patrimoniais sopr-prestaes (ativo) ou ps-prestaes (pas-sivo), que devem ser entendidos como valorestransitrios, ou seja, representam elementospositivos e negativos de resultados futuros.Assim, todos os elementos da conta de ganhose perdas devem possuir um relacionamentocom as contas do balano.

    O desenvolvimento das idias de Schmidt(outro expoente da escola), sobre a contabilida-

    de a valores correntes, especialmente na formade publicao das demonstraes contbeiscomo decorrncia das altas taxas de inflao naAlemanha no incio do sculo, significou entreoutras, uma importante contribuio destaescola ao processo de comunicao contbil.

    Os personagens mais importantes destaescola foram: Schmalenbach, Schmidt, Gom-

    berg, Schar e Gutenberg.

    5 - A CONTABILIDADE NO BRASIL

    Ao analisar-se a evoluo da contabilidadeno Brasil, percebe-se que desde o incio ficapatente a interferncia da legislao.

    Uma das primeiras manifestaes da legis-lao como elemento propulsor do desenvolvi-mento contbil brasileiro, foi o Cdigo Comer-

    cial de 1850, que instituiu a obrigatoriedadeda escriturao contbil e da elaborao anualda demonstrao do balano geral compostode bens, direitos e obrigaes, das empresascomerciais.

    Em 1902 surgiu em So Paulo a Escola Pr-tica de Comrcio que criou um curso regularque oficializasse a profi8sso contbil. O obje-tivo desta escola era o de aliar ao desenvolvi-

    mento agrcola, o incio da expanso industrial

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    com a necessidade de habilitar e criar especialistas para, internamente,preencher as tarefas de rotina da contabilidade e controlar as finanase, externamente, dotar So Paulo de elementos capazes de articularo desenvolvimento dos negcios, com a conseqente ampliao dasfronteiras de atuao.

    O Decreto-Lei n 2627 de 1940, instituiu a primeira Lei das S/A,estabelecendo procedimentos para a contabilidade como:a) Regras para a avaliao de ativos.

    b) Regras para a apurao e distribuio dos lucros.c) Criao de reservas.d) Determinao de padres para a publicao do balano.

    e) Determinao de padres para a publicao dos lucros e perdas.O Conselho Federal de Contabilidade (CFC), atravs da ResoluoCFC 321/72 passou a adotar os Princpios de Contabilidade GeralmenteAceitos como normas resultantes do desenvolvimento da aplicaoprtica dos princpios tcnicos emanados da contabilidade, visandoproporcionar interpretaes uniformes das demonstraes contbeis.

    Em 1976 foi publicada a nova Lei das S/A n 6404, significando umanova fase para o desenvolvimento da contabilidade no Brasil e incorpo-rando de forma definitiva as tendncias da Escola Norte-Americana.

    Em 1981 a Resoluo CFC n 529 disciplinou as Normas Brasileirasde Contabilidade e a Resoluo CFC n 530 os Princpios Fundamentaisde Contabilidade, os quais foram atualizados em 1993 pela ResoluoCFC 750.

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    UN

    IDADE

    II

    ESTRUTURA CONCEITUAL DACONTABILIDADE E CRITRIOS DA

    AVALIAO

    1 - OBJETIVOS DA CONTABILIDADE

    1.1 - Conceitos Bsicos

    a) Contabilidade - sistema de informao e avaliao que visa o provimentode demonstraes e anlises de natureza econmica, financeira, fsica ede produtividade aos seus usurios.

    b) Sistema de informao - conjunto organizado de dados, tcnicas de acu-mulao, ajustes e emisses de relatrios.

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    c) Usurio - pessoa fsica ou jurdica com inte-resse na avaliao da situao e evoluode uma entidade. Usurios preferenciaisou externos so:

    Acionistas;Credores em geral e emprestadores derecursos;Integrantes do mercado de capitais.

    d) Informao de natureza econmica - deveser considerada a viso do que seja econ-mico para a contabilidade (demonstrao

    do resultado do exerccio, capital e patri-mnio).e) Informao de natureza financeira - fluxos

    de caixa, capital de giro, etc.f) Informao de natureza fsica - complemento

    aos valores monetrios (quantidades gera-das de produto ou servios, nmero de de-positantes num banco, nmero de clientesnuma empresa, nmero de funcionrios

    numa empresa etc.).g) Informao de natureza de produtividade -se refere utilizao mista de conceitosde avaliao (financeiros) e quantitativos(fsicos), como: receita bruta per capita,depsitos por cliente, etc.

    1.2 - Objetivo Principal da Contabilidade

    O objetivo principal da contabilidade permitir que os usurios avaliem a situaofinanceira e econmica da entidade e possaminferir sobre as tendncias futuras da mes-ma.

    Os objetivos da contabilidade devemcontribuir para o processo decisrio dos usu-rios, no se justificando por si mesma. Antes,deve ser um instrumento til tomada de

    decises.

    Para tal, devem ser observados dois pontos:As empresas devem evidenciar ou di-vulgar todas aquelas informaes quecontribuem para a adequada avaliaode sua situao patrimonial e de resul-tados, permitindo inferncias em rela-o ao futuro. As informaes que noestiverem explcitas nas demonstraesdevem constar em Notas Explicativasou Quadros Complementares.A contabilidade tem ntimo relaciona-

    mento do com os aspectos jurdicos osquais, muitas vezes no conseguemretratar a essncia econmica. Visando

    bem informar, a contabilidade deveseguir a essncia ao invs da forma.

    A contabilidade uma cincia social noque se refere s suas finalidades, mas, quanto metodologia de mensurao, rene tanto osocial quanto o quantitativo.

    Quanto sfinalidades social, uma vez quepor suas avaliaes do progresso das entidades,permite conhecer-se a posio de rentabilidadeefinanceira, e de forma indireta auxilia os acio-nistas, tomadores de decises, investidores aaumentar a riqueza da entidade.

    Como metodologia, parcialmente socialuma vez que seus critrios de avaliao envol-vem muitas vezes subjetividade e incerteza,

    oriundas do prprio ambiente social e econ-mico no qual as entidades esto operando.

    parcialmente quantitativa, por materia-lizar-se atravs da equao patrimonial

    bsica (ATIVO = PASSIVO + PATRIM-NIO LQUIDO).

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    2 - CENRIOS CONTBEIS

    2.1 - Cenrios Contbeis Primitivos

    O surgimento da contabilidade deu-senum cenrio social, econmico e institucionaldenominado de primitivo, cujas principaiscaractersticas eram:

    Entidades comerciais e industriaisapresentavam um desenvolvimento

    embrionrio;Os empreendimentos tinham normal-mente uma durao limitada;A figura central da ao empresarialera o proprietrio e no a entidade ougerncia;Os mercados eram perfeitamente de-limitados e os preos relativamenteestveis;

    Avanos lentos na tecnologia, qualidade ecaractersticas operacionais dos produtos.A Revoluo Industrial produziu o pri-

    meiro grande choque na contabilidade face mudana de cenrio. A partir do Sculo XX, noentanto, vem-se enfrentando novos cenrioso que representa um grande desafio para acontabilidade.

    2.2 - Cenrio Modificado

    Vive-se atualmente o chamado cenriomodificado, caracterizado por:

    Grande desenvolvimento das entida-des de modo geral;Empreendimentos com durao nor-malmente muito longa;Entidade como figura central da ao

    empresarial;

    Mercados globalizados e preos rela-tivamente instveis;Mudanas rpidas na tecnologia, qua-lidade e caractersticas operacionaisdos produtos.

    3 - PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DACONTABILIDADE

    Os Princpios (Conceitos) Fundamentaisde Contabilidade so classificados em trs

    categorias:Postulados ambientais da contabili-dade;Princpios contbeis propriamenteditos;Restries aos princpios contbeisfundamentais (convenes).

    Os postulados ambientais significam ascondies sociais, econmicas e institucionais

    dentro das quais a contabilidade atua.Os princpios so a resposta da disciplina

    contbil aos postulados. Constituem o ncleocentral da estrutura contbil. Procuram deli-mitar como a profisso deve se posicionar emrelao realidade social, econmica e insti-tucional admitida pelos postulados.

    As convenes ou restries aos princpiosrepresentam os condicionamentos de aplicao

    dos princpios, considerando-se as situaesprticas vivenciadas.

    3.1 - Postulados Ambientais da Contabilidade

    a) Postulado da Entidade ContbilEnunciado: A contabilidade mantida para

    as entidades; os scios ou quotistas destas no se

    confundem, para efeito contbil, com aquelas.

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    A contabilidade procura manter registrosseparados para cada entidade.

    No caso de uma entidade, Empresa ABCLtda., cujos scios so A, B e C, o contador aomanter a contabilidade para a mesma, estprocurando acompanhar a evoluo do seupatrimnio lquido e no dos seus scios. Poroutro lado, o mesmo contador poderia man-ter a contabilidade para as pessoas fsicas dosscios A, B e C.

    Tratam-se de quatro entidades distintas,

    mas com grandes relacionamentos de inte-resse.Os Tericos da Contabilidade, em geral,

    consideram o Postulado da Entidade dentroda dimenso tratada acima. No entanto, estesignificado no explica toda a dimenso dotermo Entidade para a contabilidade.

    Nesse sentido pode-se dizer que o Postula-do da Entidade tem as seguintes dimenses:

    Jurdica - nessa dimenso a entidade perfeitamente distinta dos scios (se-parao cuidadosa do que dos sciose do que da entidade).Econmica - nessa dimenso a entidadese caracteriza como massa patrimonial,cabendo contabilidade acompanharsua evoluo qualitativa e quantitativa(comparao da situao patrimonial

    da entidade, como um todo, em vriosperodos).Organizacional - nessa dimenso aentidade pode ser considerada comoum grupo de pessoas ou pessoa, exer-cendo controle de receitas e despesas,investimentos e distribuies (aberturade centros de custo, lucro ou investi-mento).

    Social - nessa dimenso considera-seque a entidade pode ser avaliada no spela utilidade que a si acresce, bem comopela sua contribuio no campo social(comentrios em notas explicativas so-

    bre programas de complementao deaposentadoria, etc.).

    O entendimento da contabilidade e suaforma de atuao requerem o entendimento dopano de fundo de sua atuao, isto , as entida-des, de toda natureza e fins, e para captar a es-

    sncia operacional destas, alm do estudo do seuprocesso operacional interno deve-se entender oambiente dentro do qual atuam.

    Na verdade quem deve enfrentar o cenrioso as entidades e no a contabilidade. Porm,esta vive em funo daquelas.

    b) Postulado da Continuidade das EntidadesEnunciado:Para a contabilidade, a entidade

    um organismo vivo que ir viver (operar) por umlongo perodo de tempo (indeterminado) at que sur-

    jam fortes evidncias em contrrio.

    Atravs do Postulado da Continuidade,encara-se a entidade como algo capaz de produ-zir riqueza e gerar valor continuadamente, seminterrupes. Nesse sentido, o exercciofinancei-ro anual ou semestral uma fico que decorreda necessidade de conhecer-se o andamento

    do empreendimento de tempos em tempos. Asoperaes produtivas da entidade, no entanto,tm continuidade fluidificante.

    Em Princpio a contabilidade no desconhe-ce a possibilidade de descontinuidade. Porm,considera tal possibilidade somente quando hfortes e claras evidncias de sua ocorrncia. Emtais situaes, os Princpios Contbeis Funda-mentais no se aplicam s essas entidades, uma

    vez que as mesmas no esto em marcha.

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    Os auditores independentes devem fazerconstar em seu relatrio (parecer) o perigo dedescontinuidade, desde que tenham todas asevidncias a respeito da mesma.

    Antes de tal reconhecimento, a entidadedeve ser considerada em continuidade, apli-cando-se todos os princpios contbeis comodefinidos a seguir.

    Uma conseqncia imediata desse pos-tulado a considerao de que os ativos daentidade no so mantidos para que sejam

    vendidos no estado em que se encontram, maspara, devidamente manipulados pela mesma,produzirem receitas superiores s despesas(consumo de ativos para produzir receitas),gerando um resultado positivo ou gerandoservios ou benefcios para a coletividade(entidades de fins no lucrativos).

    Isso significa que os ativos, enquanto emestoque (em seu estado original ou nos esto-

    ques de produtos em fabricao e acabados),devem ser avaliados por algum tipo de custo.A avaliao usual dos ativos pelo custo (valorde entrada) conseqncia do Postulado daContinuidade.

    3.2 - Princpios Propriamente Ditos

    Os princpios fornecem as linhas filosfi-

    cas de resposta da contabilidade aos desafiosdo sistema de informao contbil, atuandonum cenrio marcado pela complexidade, aonvel de Postulados. Os princpios constituemo ncleo central da doutrina contbil.

    a) Princpio do Custo como Base de ValorEnunciado: ...O custo de aquisio de um

    ativo ou dos insumos necessrios para fabric-lo

    e coloc-lo em condies de gerar benefcios para

    a entidade representa a base de valor para a con-

    tabilidade, expresso em termos de moeda de poder

    aquisitivo constante...

    Trata-se do mais antigo princpio de con-tabilidade e considerado dentro da Teoriada Contabilidade como uma conseqnciadireta do Postulado da Continuidade, como

    j foi visto.No caso de doaes de ativos, os mesmos

    devem ser registrados pelo custo que custa-ram, originalmente, para quem os doou.

    Tambm aceito admitir-se como basede valor para doaes de ativos, o preo queseria pago por um bem no mesmo estado deconservao, no mercado de novos ou usados,se existir.

    Portanto, para base de registro para acontabilidade deve prevalecer o valor de en-trada.

    A rigor, existem vrios valores considera-

    dos como de entrada, o que leva a pensar-seque seria melhor considerar o custo original(histrico) como base de registro inicial e nocomo base de valor.

    As hipteses de avaliao com base nosvalores de entrada so vrias devendo-se con-siderar aquela capaz de maximizar a funocontbil que se compe das variveis: relevn-cia, praticabilidade e objetividade. Na verdade,

    a contabilidade um permanente exerccio debusca do equilbrio entre estas trs variveis.O conjunto de Postulados, Princpios e Con-venes igualmente deve ser levado em contana escolha da hiptese.

    O valor da transao pode ser conside-rado uma aproximao razovel do que seconsidera o valor econmico de um ativo porocasio da transao. No decorrer do tempo,

    no entanto, devido a diversos fatores (desgaste

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    fsico, flutuaes do poder aquisitivo da mo-eda, mudanas tecnolgicas, obsolescncia,etc.), o valor registrado tende a perder partede sua validade, como estimador do valoreconmico.

    b) Princpio do Denominador Comum Mo-netrioEnunciado: As demonstraes contbeis,

    sem prejuzo dos registros detalhados de natureza

    qualitativa e fsica, sero expressas em termos de

    moeda nacional de poder aquisitivo da data do l-

    timo Balano Patrimonial...

    Esse princpio traduz a dimenso finan-ceira da contabilidade, pois a mesma devetratar de homogeneizar, para o usurio dasdemonstraes contbeis, ativos e passivos queapresentam natureza bastante diferenciadaentre si, pelo denominador comum monetrio,isto , sua avaliao deve ser feita em moeda

    corrente do Pas.Esse padro de mensurao (moeda),no deveria sofrer alteraes em sua essncia.O perodo inflacionrio vivido no Brasil atpouco tempo, no reunia as condies paraser considerado um padro de mensuraoafianvel, a no ser no exato momento datransao.

    c) Princpio da Realizao da ReceitaEnunciado: A receita considerada realizada

    e, portanto, passvel de registro pela Contabilidade,

    quando produtos ou servios produzidos ou pres-

    tados pela entidade so transferidos para outra

    entidade ou pessoa fsica com a anuncia destas e

    mediante pagamento ou compromisso de pagamento

    especificado perante a entidade produtora...

    A contabilidade deve se preocupar com a

    objetividade e consistncia em seus princpios

    e procedimentos, com possveis reflexos narea do direito.

    Sabe-se que o processo produtivo adiciona

    valor aos fatores manipulados de forma con-tnua, porm no se pode de forma objetivaescolher pontos ao acaso e sempre determinarcom grau de confiana aceitvel, o valor adicio-nado. Isso ocorre porque o processo produtivonem sempre linear.

    O Princpio de realizao da receita adotacomo ponto normal para reconhecimento e re-gistro da receita na contabilidade da empresa,

    aquele em que h transferncia de produtos ouservios ao cliente. Normalmente este pontocoincide com o momento da venda. Procede-sedessa forma na contabilidade, porque:

    A transferncia do produto ou servioem geral concretizada quando todoou praticamente todo o esforo paraobteno da receita j foi realizado;Nesse ponto conhece-se com mais

    exatido e objetividade o valor demercado (da transao) para a devidatransferncia;Tambm nesse ponto j so conhecidostodos os custos de produo do referi-do produto ou servio transferido, bemcomo outras despesas ou dedues dareceita associveis aos mesmos, como:comisses sobre vendas, despesas com

    consertos ou reformas em decorrnciada garantia concedida, etc. Tais des-pesas normalmente so pagas aps atransferncia, porm o montante des-tas conhecido ou estimvel j no atoda transferncia.

    Essas trs condies determinam quandouma receita pode ser reconhecida na contabili-dade da entidade, independente dos interesses

    de ordem fiscal.

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    Muitas vezes h a tendncia de avaliaodos estoques de produtos ou servios a valoresde mercado, antes da transferncia ao cliente.Tal atitude tem os seguintes inconvenientes:

    O mercado, de modo geral, s con-sidera que deu seu veredicto sobreo valor da transao quando esta secompleta;Muitas vezes este reconhecimento dareceita tem por objetivo favorecer estaou aquela configurao de resultados,

    signifi

    cando uma utilizao indevidados princpios de contabilidade.Cabe destacar, ainda, que em atendimento

    ao Postulado da Continuidade, os ativos figu-ram nos registros pelos seus valores de entrada(custo original) at o sacrifcio dos mesmosno esforo de gerar receita. A receita dadapelo valor de sada; o confronto, portanto,deve ser com valores de entrada.

    d) Princpio do Confronto das Despesas comas Receitas e com os Perodos ContbeisEnunciado: Toda despesa diretamente deli-

    nevel com as receitas reconhecidas em determinado

    perodo, com as mesmas dever ser confrontada; os

    consumos ou sacrifcios de ativos (atuais ou futu-

    ros), realizados em determinado perodo e que no

    puderam ser associados receita do perodo nem

    s dos perodos futuros, devero ser descarregadoscomo despesa do perodo em que ocorrerem...

    A base de confronto so as receitas reco-nhecidas (ganhas) e as despesas incorridas(consumidas) no perodo.

    Portanto, toda e qualquer despesa ou per-da ocorrida num determinado perodo, deveser confrontada com as receitas reconhecidasno mesmo perodo ou a eleatribudas, com

    exceo de:

    Gastos de perodos em que a empresa total ou parcialmente pr-operacional.Estes gastos so normalmente ativados

    e comeam a ser amortizados comodespesa a partir do exerccio em que aempresa, ou parte do ativo, comece agerar receitas;Parte dos gastos do departamentode pesquisa e desenvolvimento quesuperar o montante necessrio para ofuncionamento do mesmo, indepen-dentemente da quantidade de projetos

    em execuo. importante ressaltar que todos aqueles

    gastos que foram diferidos e que no vierem agerar receitas, tero seus valores descarregadoscomo perda no perodo em que se confirmara impossibilidade da gerao de receita oudesmobilizao do projeto.

    Este princpio e o princpio de realizaoda receita em seu conjunto so conhecidos por

    Regime de Competncia.

    3.3 - Convenes Contbeis (restriesaos Princpios)

    Constituem um complemento dos Postu-lados e dos Princpios na medida em que lhesdelimita os conceitos, atribuies e direesque devem ser seguidos.

    a) Conveno da ObjetividadeEnunciado: Para procedimentos igualmente

    relevantes, resultantes da aplicao dos Princpios,

    preferir-se-o, em ordem decrescente: os que pude-

    rem ser comprovados por documentos e critrios

    objetivos; os que puderem ser corroborados por con-

    senso de pessoas qualificadas da profisso, reunidas

    em comits de pesquisa ou em entidades que tm

    autoridade sobre princpios contbeis...

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    Em obedincia a esta conveno, os conta-dores devem decidir em relao ao atributo ouevento que ser mensurado, selecionando os

    procedimentos de mensurao adequados, afim de que as demonstraes contbeis sejamto confiveis quanto possvel.

    b) Conveno da MaterialidadeEnunciado: O contador dever, sempre,

    avaliar a influncia e materialidade da informao

    evidenciada ou negada para o usurio luz da relao

    custo-benefcio, levando em conta aspectos internos

    do sistema contbil...No que se refere ao usurio da informao

    contbil, determinada cifra ou informao material na medida em que se no evidenciadaou mal evidenciada, pode lev-lo a cometer umsrio erro na avaliao do empreendimento ede suas tendncias.

    No mbito interno, material o procedi-mento ou cifra que se no for processado, pre-

    judica a qualidade e confi

    abilidade do sistemade informao e do prprio controle interno. relativamente difcil julgar sobre a mate-

    rialidade ou no de uma cifra. Alguns critriospoderiam ser:

    Quanto ao usurio externo, a eviden-ciao ou no de determinada cifra e acorreta adoo ou no dos princpioscontbeis, sero mais ou menos ma-

    teriais quando se referirem: a eventosque refletem tendncias do empreen-dimento; a eventos que afetam apenasum exerccio.Os valores correspondentes a receitase despesas operacionais, normalmenteso mais materiais, para efeitos de ava-liao de tendncia, do que possveisganhos e perdas ou efeitos de exerccios

    anteriores.

    As cifras oriundas de mudanas decritrios usados no passado so con-sideradas materiais com relao avaliao do usurio. A evidenciao necessria nesses casos.

    Naturalmente, o conceito da materiali-dade sempre considerar uma alta dose de

    julgamento e de bom senso do contador, emcada situao.

    c) Conveno do Conservadorismo

    Enunciado:Entre conjuntos alternativos de

    avaliao para o patrimnio, igualmente vlidos, se-

    gundo os Princpios Fundamentais, a contabilidade

    escolher o que apresentar o menor valor atual para

    o ativo e o maior para as obrigaes..

    O conservadorismo ou prudncia emcontabilidade, deve ser entendido sob doisaspectos:

    Vocacional e histrico da profisso, se-

    gundo o qual, dentre vrias disciplinasque avaliam, pelo menos em parte, ovalor de uma empresa, a contabilidade a que tenderia, consideradas as mes-mas condies, a apresentar o menorvalor.Operacional que se refere ao fato deque considerados os amplos grausde julgamento que a aplicao dos

    Princpios permite empregar, a conta-bilidade tende a escolher a menor dasavaliaes igualmente relevantes parao ativo e a maior para o passivo.

    No se deve pensar em manipulaodos resultados contbeis, e sim considerar oaspecto de resguardo e neutralidade que acontabilidade deve apresentar.

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    d) Conveno da ConsistnciaEnunciado:A contabilidade de uma entidade

    dever ser mantida de forma tal que os usurios das

    demonstraes contbeis tenham possibilidade de

    delinear a tendncia da mesma com o menor grau

    de dificuldade possvel...

    O contador dever refletir muito antes dedecidir pela adoo de determinado procedi-mento de avaliao, para garantir a utilizaodos mesmos procedimentos na maior seq-ncia possvel de exerccios. Ressalta-se que

    se uma mudana de procedimento, que sejamaterial se faz necessria, essa deve ser eviden-ciada em notas explicativas e seus efeitos, tantoem relao ao balano quanto aos resultados,devem ser mensurados e bem enunciados.

    Em se tratando de avaliao de tendnciado empreendimento, fundamental que aconsistncia exista nos perodos abrangidospelas demonstraes.

    difcil estabelecer regras precisas e mate-mticas em relao consistncia e materiali-dade, o que exige um slido conhecimento deteoria, por parte do contador, para este possaescolher o melhor conjunto de procedimentos,em cada situao.

    4 - CONCEITUAO DE ATIVO

    De acordo com Iudcibus e Marion, asempresas fazem uso de seus ativos para ma-nuteno de suas operaes, visando a geraode receitas capazes de superar o valor dos ati-vos sacrificados. Isso significa que em todasas aplicaes, existe o objetivo e a esperanaimediata ou mediata de garantir um fluxo decaixa, no futuro.

    Dessa forma os autores conceituam o

    ativo como algo que possui em seu bojo um

    potencial de servios para a entidade, que lhecapacita de forma direta ou indireta, imediataou no futuro, a gerar fluxos de caixa.

    Iudcibus conceitua o ativo como o con-junto de meios ou a matria posta disposiodo administrador para que este possa operarde modo a conseguir os fins que a entidadeentregue sua direo tem em vista.

    Segundo Iudcibus, no ARS n 3 do AICPAde 1962 ... ativos representam benefcios futu-ros esperados, direitos que foram adquiridos

    pela entidade como resultado de alguma tran-sao corrente ou passada.

    5 - AVALIAO DO ATIVO

    Em funo do Postulado da Continuidade,os ativos so normalmente avaliados por algumtipo de valor de custo (valor de entrada), con-siderados mais adequados do que os valores

    de sada como base geral de avaliao. Nessesentido, existem alguns critrios, a saber:

    5.1 - Custo Histrico Original

    Trata-se do valor original da transao,isto , o preo pelo qual foi adquirido o ativo.O custo histrico apresenta uma vantagem que a sua objetividade.

    H situaes em que este ativo perdesubstncia econmica, independentementede possveis variaes no poder aquisitivo damoeda, ou nos casos de variao, sua avaliaoacaba ficando defasada.

    Hendriksen apud Iudcibus reconheceque uma das mais fortes razes da adoogeneralizada do custo histrico tem sido suaestreita relao como o conceito de realizao

    da receita na mensurao do lucro. De fato,

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    um lucro baseado em valores histricos to-talmente realizado, tanto na parte operacionalquanto na dos ganhos.

    5.2 - Custo Histrico Corrigido

    Trata-se de corrigir o custo histrico origi-nal por algum ndice que reflita a variao dopoder aquisitivo mdio geral da moeda.

    Nos pases que enfrentam altas taxas deinflao aparece como uma alternativa impor-

    tante por sua objetividade, pelo baixo custodo processo de correo e pela relevncia dainformao. Tanto o IASC como a ONU re-comendam o uso de indexador mdio nestascircunstncias.

    5.3 - Custo de Reposio

    Iudcibus e Marion entendem que este tipo

    de custo pode ter vrias conceituaes, depen-dendo da data em que se faz a reposio de umativo por outro em estado de novo. Alertamque no o mesmo que custo corrente.

    O custo de reposio:Leva em considerao a flutuao es-pecfica dos preos;Permite que se tenha uma idia aproxi-

    mada de quanto seria preciso investirpara montar uma empresa fisicamen-te equivalente;Permite uma separao no lucro bruto,na DRE, da parcela que se refere pura-mente a fatores de variao do preoespecfico do ativo daquela puramenteoperacional.

    5.4 - Custo de Reposio Corrigido

    Conceitualmente no h diferena entre o

    anterior. O que ocorre uma homogeneizaodas demonstraes contbeis em termos depoder aquisitivo de uma mesma data.

    6 - PASSIVO

    Exigibilidade significa uma obrigao daempresa no momento da avaliao.

    Esta pode ser legalmente executvel emcaso de no pagamento. Decorre normalmentede prticas comerciais usuais.

    Segundo Hendriksen apud Iudcibus, oreconhecimento de uma exigibilidade dependedo reconhecimento do outro lado da transao a inocorrncia de uma despesa, o reconheci-mento de uma perda ou do recebimento porparte da empresa de um ativo especfico.

    importante distinguir-se obrigaopresente e comprometimento futuro. Assimse uma empresa decide adquirir ativos no fu-turo, no h porque surgir uma exigibilidadeagora. Esta somente surge quando o ativo forentregue. As exigibilidades surgem em decor-rncia de transaes j ocorridas (no passado).Existem, todavia, exigibilidades que somentepodem ser mensuradas utilizando-se certo

    grau de estimativa. o caso das denominadasprovises.

    6.1 - Exigvel Oneroso e No Oneroso

    aquele que est custando mensalmente empresa como juros e encargos bancriosdecorrentes de emprstimos, financiamentos,etc.

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    As obrigaes que no exigem pagamentode encargos financeiros so denominadas depassivo no oneroso. o caso de salrios, for-necedores, contas a pagar, etc.

    6.2 - Exigvel Fixo e Varivel

    O exigvel fixo se caracteriza por novariar em funo do volume de vendas daempresa: aluguis, por exemplo. J o varivelguarda certa relao com o volume de vendas:

    ICMS a recolher, Fornecedores, etc.

    7 - PATRIMNIO LQUIDO

    O montante do Patrimnio Lquido queaparece nas Demonstraes Contbeis de-pende da avaliao e mensurao de ativos epassivos (exigibilidades).

    As teorias existentes sobre o patrimnio

    lquido so:

    7.1 - Teoria do Proprietrio

    Aplica-se principalmente nas empresasde menor vulto em que h um quotista abso-lutamente predominante (teoria do controlepredominante). Nesse caso o PL que resultada diferena entre ativo e passivo, pertenceao proprietrio.

    7.2 - Teoria da Entidade

    Por essa teoria, o patrimnio dos acionis-tas ou quotistas, tanto pessoas fsicas como

    jurdicas, no se confunde com o patrimniolquido da entidade. Por esse motivo, o lucro

    lquido apurado nofi

    nal do exerccio no pode

    ser sumariamente distribudo aos acionistas,cabendo deciso da assemblia. Mesmo as-sim, devem ser deduzidas as reservas legaise estatutrias.

    Por esta teoria, a equao patrimonial seexpressa por: Ativo = Passivo + PatrimnioLquido da Entidade.

    7.3 - Teoria dos Fundos

    De acordo com esta teoria, o ativo resulta

    da soma das aplicaes que foram efetuadasgraas a utilizao de recursos obtidos juntoa terceiros e de capitais prprios.

    Nesse caso a representao da equaopatrimonial : Aplicaes = Fontes. A DOAR uma forma de aplicao parcial desta teoria.

    7.4 - Teoria do Comando

    De acordo com esta teoria, os adminis-tradores podem comandar somente aquelaparcela do patrimnio que pode ser movi-mentada mediante uma simples orientao daadministrao profissional, que no necessiteautorizao expressa de acionistas ou conselhode administrao.

    7.5 - Manuteno do Patrimnio Lquido

    desejo de toda administrao, mantera integridade do poder aquisitivo do patri-mnio lquido da entidade. Na realidade, oque se espera que o patrimnio lquido finalseja igual ao inicial multiplicado por ( 1 + p) x(1 + i), onde p a taxa de inflao e i a taxadesejada de retorno.

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    8 - RECEITAS, DESPESAS, PERDAS EGANHOS

    8.1 - Receitas

    Segundo Iudcibus e Marion, estudo doIASC define receita como:

    o acrscimo de benefcios econmicosdurante o perodo contbil na forma de entradade ativos ou decrscimos de exigibilidades e

    que redunda num acrscimo do patrimniolquido, outro que no o relacionado a ajustesde capital...

    Uma receita resulta direta (no caso deoperacional como vendas) ou indiretamente(no caso de receitas no operacionais), da ati-vidade da empresa na gerao de produtosou servios teis ao mercado. Significa queno haveria receita operacional se a empresa

    no tivesse capacidade de gerar ou produzir,utilizando seus recursos (e incorrendo emdespesas), produtos ou servios aceitos pelomercado. Com isso pode-se dizer que Receita fluxo de produtos ou servios durante umdeterminado perodo contbil.

    O efeito no patrimnio, de acordo com adefinio do IASC, de provocar aumento deativo (ou diminuio de passivo), resultando

    em aumento do patrimnio lquido.Como se sabe que reconhecer uma receita

    no exige necessariamente que o produto ouservio tenha sido completamente transferido,embora seja a situao mais comum, insiste-seem dizer que a receita o resultado da aceita-o pelo mercado do esforo de produo daempresa.

    8.2 - Ganhos

    So representados por itens denominados

    de no recorrentes (no repetitivos) que no en-tanto tm o mesmo efeito sobre o patrimniolquido, sendo tanto oriundos da atividadenormal da empresa ou no, diferentemente dareceita que decorre da atividade normal.

    til reconhecer-se na Demonstrao deResultados os ganhos em forma separada,pois este conhecimento pode ser interessantepara decises econmicas. s vezes os ganhosso apresentados lquidos de suas despesasrelacionadas.

    8.3 - Despesas

    Normalmente conceitua-se despesa comoo sacrifcio de ativos realizado para obtenode Receitas.

    Muitas vezes esses sacrifcios ocorrem emfuno de e/ou diretamente atribuveis obten-o de receita especfica. Exemplo: despesas demateriais na execuo de servios de reparosde televisores em empresa que se dedique aesta atividade. O mesmo pode-se dizer emrelao aos salrios do pessoal diretamenterelacionado aos servios de conserto.

    Os autores recomendam que no sendo

    possvel identificar os perodos ou as receitasfuturas conectadas a gastos realizados, estes de-vem ser lanados como Despesa do perodo.

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    8.4 - Perdas

    A definio de despesa inclui as perdas. Estas, incluem itens que

    tambm impactam ativo e patrimnio lquido da mesma forma comoas despesas, podendo surgir no curso da atividade normal da empresa.Normalmente so imprevisveis.

    As perdas incluem itens como desastres, inundaes, fogo, etc.,ou desincorporao de ativos imobilizados. As perdas tambm podemincluir as no realizadas como, por exemplo, um acrscimo anormalna taxa de cmbio de uma moeda estrangeira quando a empresa tememprstimo naquela moeda.

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    1 - GOODWILL

    O termogoodwill considerado por especialistas um termo tcnico semcorrespondente verso adequada em portugus, embora a Lei 6404/76 tenhaconsiderado o termo Fundo de Comrcio como equivalente.

    Alguns entendem quegoodwillso os super-lucros, isto , o incrementode lucratividade sobre o investimento acima da media apresentada poroutras empresas.

    Outros consideram o confronto entre valores de mercado ou de utili-zao com os ativos subavaliados. Existem os que entendem comogoodwillo incremento de valor dos ativos pelo resultado da sinergia do conjunto

    organizacional sobre a soma dos ativos individuais.

    UNIDADEIII

    GOODWILL, CAPITAL INTELECTUAL,EVIDENCIAO (DISCLOSURE) E

    DEMONSTRAO DOS FLUXOS DE CAIXA

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    Quanto ao seu valor, numa conceituaomoderna, o goodwill corresponde diferenaentre o valor atual de toda a empresa, ou seja,sua capacidade de gerao de lucros futuros, eo valor econmico de seus ativos apresentan-do, portanto, uma caracterstica residual.

    Segundo Iudcibus:Ogoodwilltem sido considerado sob tripla

    perspectiva:Como o excesso de preo pago pelacompra de um empreendimento ou

    patrimnio sobre o valor de mercadode seus ativos lquidos;Nas consolidaes, como o excesso devalor pago pela companhia-me porsua participao sobre os ativos lqui-dos da subsidiria;Como o valor atual dos lucros futurosesperados, descontados por seus cus-tos de oportunidade.

    No podemos deixar de entender goo-dwill com um ativo intangvel diferente dosdemais ativos identificveis e que o mesmotem sua existncia ligada a continuidade daentidade e est sempre ligado a capacidadede gerao de lucros da empresa.

    Caso o valor dos lucros futuros sejammenores que o valor econmico dos ativos

    da empresa, estamos diante de um goodwillnegativo ou badwill.

    Como vimos o goodwillnormalmente reconhecido quando da aquisio de empresase, nestes casos, considerado como gio oudesgio sobre investimentos.

    Como o goodwill basicamente a dife-rena entre o valor da empresa em termos decapacidade de gerao de lucros, comparadacom o valor dos seus ativos, alguns dados sonecessrios para encontr-lo:

    Estimativa dos lucros futuros espera-dos pela empresa;

    Identifi

    cao e mensurao do valor

    econmico dos seus ativos;Taxa de descontos ideal a utilizar paraa apurao do valor atual.

    Simbolizando teramos:PL0 = patrimnio lquido a valores de rea-

    lizao (tangveis e intangveis identificveis),avaliado no momento zero;

    r = taxa de retorno de um investimento

    de risco zero; A taxa de custo de oportunidade, apli-cvel a um PL, por apresentar o recebimentode Pli um risco nulo (est avaliado a valor derealizao);

    Li = lucro projetado para o perodo i;J = taxa desejada de retorno, que deve ser

    superior taxa r, pois o lucro Li gerado porelementos tangveis e intangveis; o risco

    maior, logo teremos de adicionar a r um pr-mio pelo risco.

    A frmula para expressar o lucro em ex-cesso no perodo i :

    Lucro em excesso ( valor atual) =Li- rPL i - 1

    (1 +J) i

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    Isto vlido para todos os perodos, de maneira que a expresso geral para ogoodwillseria(em seu valor atual):

    Lucro em excesso (valor atual) = L1 rPL0 + L2 rPL1 +.....+ Ln rPLn - 1 1+J (1 +J) 2 (1 +J) n

    Outra alternativa de encontrar ogoodwill pela tcnica do oramento de capital equiva-lente ao valor atual lquido.

    2 - CAPITAL INTELECTUAL

    2.1 - Consideraes Iniciais

    Alvin Toffler escreveu em 1980 que a evolu-o da humanidade passou por trs momentoso quais chamou de ondas; a primeira ondacorrespondeu sociedade agrcola, caracteri-zada pela fora muscular e o recurso da terra;

    a segunda onda correspondeu sociedadeindustrial e evidenciou o poder da mquina erecursos das foras de produo e mercado; e,na atualidade, vive-se a terceira onda que cor-responde sociedade do conhecimento e se ca-racteriza pelo poder do crebro, constituindo-sea informao no principal recurso econmico.

    Peter Drucker em 1983 afirmava que oconhecimento est tomando lugar do capitalcomo fora motriz nas organizaes do mundo

    inteiro...Tambm no incio dos anos oitenta, Jan

    Carendi e Leif Edvinsson, diretores da SKAN-DIA Assurance & Financial Services, maiorgrupo de servios financeiros e de seguros daEscandinvia, desenvolveram diversos traba-lhos que tinham como foco o capital intelectual,fazendo com que o mesmo passasse a ser vistocom muito interesse nos meios empresariais e

    acadmicos.

    Essa questo evoluiu de tal forma que aSKANDIA em 1991 criou uma Diretoria de Ca-pital Intelecual a qual foi assumida por Edvins-son. Em 1993 a empresa estruturou um modelode 19 indicadores para a avaliao do capitalintelectual, passando a divulg-lo a partir de1995 aos seus acionistas, como suplemento dasDemonstraes Contbeis do grupo.

    O modelo de avaliao da SKANDIA to-mou por base uma metodologia de avaliaode ativos intangveis desenvolvida nas empre-sas do tambm grupo sueco Konrad e adotadapor mais de 40 empresas suecas.

    2.2 - Conceituao

    Segundo Alvarez Lopez & Blanco Ibarra,por capital intelectual entende-se o conhe-cimento que pode ser convertido em lucro. o conjunto de ativos que, apesar de no esta-rem refletidos nas Demonstraes Contbeistradicionais, geram valor para a empresa.Compreendem invenes, idias, experincia

    geral, projetos, programas computacionais,processos, etc.

    Brooking conceitua capital intelectualcomo uma combinao de ativos intangveis,fruto das mudanas nas reas de tecnologia dainformao, mdia e comunicao, que trazem

    benefcios intangveis para as empresas e quecapacitam seu funcionamento.

    Para Stewart, capital intelectual a soma

    do conhecimento de todos em uma empresa, o

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    que lhe proporciona vantagem competitiva. constitudo por todo o arcabouo intelectual:conhecimento, informao, propriedade inte-lectual e experincia, utilizados para a geraode riqueza na empresa.

    Edvinsson & Malone mencionam que ocapital intelectual um capital no finan-ceiro que representa a lacuna oculta entre ovalor de mercado e o valor contbil de umaempresa.

    Os autores utilizam uma rvore como

    metfora, para reforar o conceito de capitalintelectual. As partes visveis que esto acimado solo como tronco, galhos, folhas e frutos,constituem os ativos tangveis registrados nacontabilidade e evidenciam a solidez e sadedo patrimnio da empresa e a imagem conhe-cida pelo mercado. A parte oculta formadapelas razes so os ativos intangveis, noregistrados na contabilidade, mas de grande

    importncia uma vez que so estas que cap-tam os elementos essenciais de sobrevivnciada rvore como umidade e nutrientes, ou poronde pode ser infectada a sade da rvore deforma irreversvel.

    2.3 - Componentes

    O capital intelectual compreende trs com-

    ponentes principais: capital humano, capitalestrutural e capital relacional (clientes).a) Capital Humano

    composto pelos conhecimentos, ha-bilidades, capacidades e poder criativo dosmembros da organizao. O principal desafiodas empresas na atualidade consiste em atrair,reter, desenvolver e aproveitar ao mximo otalento humano que ser cada vez mais a sua

    principal vantagem competitiva.

    De acordo com Brooking ao se tentardeterminar o valor do indivduo, tanto atualcomo potencial para a organizao, devemser considerados alguns aspectos, como osseguintes:

    EducaoTrata-se da educao formal que todo in-

    divduo deveria ter recebido na escola de 6 a16/18 anos, no se tratando das qualificaesprofissionais uma vez que a educao noprepara a pessoa para realizar um trabalho

    determinado.A educao assim concebida constitui abase para poder edificar outros aspectos doindivduo. A educao superior aumenta onvel de educao, mas seu objetivo primordialno costuma ser profissional.

    Qualificaes profissionaisDizem respeito ao que o indivduo realiza

    no seu ambiente de trabalho, permitindo-lhe

    demonstrar que compreende e domina as tc-nicas e conhecimentos exigidos para realizarbem a sua tarefa.

    Conhecimentos tcnicos associadoscom o trabalho

    Esses conhecimentos podem ser: tcitos,explcitos e implcitos.

    Os conhecimentos tcitos existem e podemser utilizados pelas pessoas, porm bastante

    difcil de serem explicados. Por sua dificuldadede gravar e documentar os conhecimentos tci-tos cabe a organizao saber exatamente quemos possui e trat-los como ativo importante,como de fato .

    Os conhecimentos explcitos podem serdocumentados por escrito. Encontram-se bemorganizados no crebro das pessoas e tambmpodem ser transmitidos em livros, manuais,

    etc. Por exemplo, um manual operacional de

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    franquia. Todos os conhecimentos operacionaisrelativos mesma devem constar por escrito edevem ser entregues ao franqueado.

    Os conhecimentos implcitos se encontramocultos nos procedimentos operacionais, nosmtodos e tambm na cultura da organizao.As pessoas que os detm, so consideradosverdadeiros especialistas. difcil transferiresta classe de conhecimentos de uma pessoa aoutra. Trabalhar com especialistas no sentidode recopilar e documentar este tipo de conheci-

    mentos confi

    gura registro de conhecimentos.Avaliao e psicometria ocupacionaisA avaliao ocupacional consta de provas

    objetivas, provas psicromtricas e de persona-lidade, realizadas atravs de testes.

    Atualmente a carteira de testes bastantesofisticada e proporciona tanto pessoa como organizao, novas frmulas de reflexo so-

    bre a pessoa humana, suas potencialidades e

    formas em que pode trabalhar na organizao.Exemplos: Teste de raciocnio lgico/crtico,relao com os clientes, aptido em tecnologiada informao, interesse profissional, idiomas,etc.

    Competncias associadas com o tra-balho

    Os ativos humanos que impulsionam erespondem s demandas do mercado pos-

    suem um valioso conjunto de competnciasassociadas ao trabalho. Essas competncias souma mescla integrada de tcnicas, atributosda personalidade, qualificaes profissionaise capacidade criativa. Como exemplos podemser citados: capacidade para desenhar uma es-tratgia de marketing na empresa, capacidadepara dirigir um projeto na empresa, capacida-de para trabalhar bem em equipe na empresa,

    capacidade de ensinar, etc.

    b) Capital EstruturalEste compreende:

    O capital relativo infra-estrutura da

    empresa como: filosofia de gesto,cultura organizacional, processos degesto, sistemas de tecnologia da in-formao, etc.O capital tecnolgico formado porpatentes, copyrights, franquias, tecno-logias de processo e de produto, etc.

    c) Capital RelacionalRefere-se ao valor da empresa derivado de

    suas boas relaes com seu ambiente externo,especialmente clientes e fornecedores. Tam-

    bm fazem parte s colaboraes e alianascom outras empresas, a relao entre a empre-sa e a sociedade e a imagem que a sociedadetem da empresa. O ativo ou capital relacionalconstitui o motivo pelo qual uma empresa adquirida por uma soma muito superior aovalor contbil.

    3 - EVIDENCIAO (DISCLOSURE)

    O termo evidenciao est associado aoutros campos de conhecimento como, porexemplo, teoria da comunicao, teoria geralde sistemas, etc. Num sentido amplo significa oato de fornecer informaes. Na rea contbil utilizado num sentido mais restrito, referindo-

    se a divulgao de informaes a respeito dasatividades de uma entidade, atravs de rela-trios contbeis.

    O processo de evidenciao de informa-es, bem como a determinao de sua na-tureza e extenso, esto relacionados com aforma em que so estabelecidos os princpiose prticas contbeis, que tm como fatoresessenciais a estrutura e desenvolvimento eco-

    nmico, poltico e social.

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    Alguns autores e/ou organismos conside-ram a evidenciao como um princpio cont-

    bil, outros consideram-na como um objetivo.

    Trata-se de um elo de ligao entre osPostulados/ Princpios de Contabilidade e osobjetivos da contabilidade, isto , constitui ummeio ou processo que permite contabilidadeatingir seus objetivos.

    Com relao aos objetivos da contabili-dade, at pouco tempo atrs dava-se nfaseao registro e mensurao, enquanto que maisrecentemente se enfatiza o processo de comu-

    nicao de informaes aos usurios, visandoatingir suas necessidades.

    3.1 - Caractersticas da InformaoContbil

    Para a Comisso de Empresas Transnacio-nais da ONU, as caractersticas da informaocontbil (til) so:

    a) Pertinncia se a informao capaz deinfluir sobre uma deciso, ela deve serevidenciada mesmo que no tenha umautilizada imediata;

    b) Oportunidade a informao contbil deveestar disponvel ao usurio no momentoem que este a necessita;

    c) Comparabilidade a informao contbildeve permitir que os usurios possam efe-

    tuar anlises temporais e entre empresasdistintas;d) Confiabilidade a informao contbil

    deve reunir os atributos de fidelidade deapresentao, neutralidade/honestidade,prudncia e capacidade de verificao;

    e) Inteligibilidade a informao contbildeve ser compreendida com garantia pelousurio o que implica que seja expressa demaneira no ambgua.

    3.2 - Relacionamento entre Evidenciaoe Convenes Contbeis

    A evidenciao tem relao com a con-veno da Materialidade na medida em queesta delimita as informaes quantitativas equalitativas a serem evidenciadas. Para Iud-cibus, qualquer informao material quan-do sua omisso nas demonstraes ou notasde evidenciao, levar o usurio a fazer um

    julgamento equivocado sobre a situao daentidade, especialmente no estabelecimentode tendncias.

    A evidenciao tambm est relacionadacom a conveno da Objetividade, uma vezque as informaes a serem divulgadas devemser objetivas. Isso no impede que outras in-formaes decorrentes de avaliaes no toobjetivas, no possam ser divulgadas.

    A evidenciao tambm est ligada

    conveno da Consistncia a qual prev quesejam adotados critrios uniformes ao longodo tempo, para que os usurios possam de-linear a tendncia da entidade sem grandesdificuldades.

    importante destacar que a contabilidadeno deve estar limitada produo e eviden-ciao de informaes apenas de naturezafinanceira. Modernamente h uma tendncia

    evidenciao de outras informaes comoas destinadas prestao de contas para asociedade.

    3.3 - Formas de Evidenciao

    a) Forma e Disposio das Informaes dasDemonstraes ContbeisAs demonstraes contbeis so as que

    proporcionam a maior quantidade de eviden-

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    ciao. O corpo das demonstraes contbeisformais deve apresentar, na medida do poss-vel, as informaes mais relevantes sobre asatividades da entidade.

    b) Informaes em ParntesesNo prprio corpo das demonstraes po-

    dem ser apresentadas informaes suplemen-tares atravs de explicaes em parnteses.

    c) Notas ExplicativasProvavelmente a forma mais conhecida

    de evidenciao. Normalmente deveriam evi-denciar informaes quantitativas e qualitati-vas, cuja incluso no corpo das demonstraescontbeis poderia prejudicar sua clareza.

    So utilizadas para descrever prticascontbeis adotadas pela entidade, composio,detalhamento e informaes adicionais sobredeterminadas contas, restries em relao aouso de ativos, garantias oferecidas a terceiros,

    obrigaes potenciais, etc.

    d) Demonstraes e Quadros SuplementarAs demonstraes e quadros suplementares visam a apresentao de detalhes sobre deter-

    minados itens das demonstraes contbeis, podendo ser agregadas informaes de naturezaqualitativa.

    Por exemplo, as contas a receber podem estar constando de forma agrupada no balanopatrimonial, apresentando-se parte um quadro detalhando sua composio.

    Balano Patrimonial

    Contas a Receber (quadro 1) $ 5.100.000

    Quadro SuplementarQuadro 1 Contas a Receber em $ 1,00

    Duplicatas de Clientes 2.800.000

    Crditos contra Acionistas 1.600.000Adiantamentos a Fornecedores 700.000 5.100.000

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    e) Referncias CruzadasSo utilizadas quando existe relacionamento direto entre duas contas do balano patrimo-

    nial. o caso, por exemplo, quando parte das contas a receber de uma empresa est vinculadaa crditos recebidos de uma instituio financeira. A evidenciao nesse caso ser:

    Balano PatrimonialAtivo Contas a Receber $ 5.000.000 Contas a Receber vinculadas a emprstimos $ 1.400.000

    Passivo

    Emprstimos garantidos por contas a receber $ 1.100.000f) Relatrio da Diretoria ou dos Adminis-

    tradoresNormalmente o relatrio da diretoria

    fornece informaes de carter no financeiroe que se referem s atividades desenvolvidaspela entidade, relatando os principais fatosque afetaram o resultado do perodo e as ex-

    pectativas da entidade em relao ao futuro.Fundamentalmente de natureza descritivapermitindo a utilizao de linguagem menostcnica, o que facilita o entendimento dosusurios.

    Para a CVM, o relatrio da diretoria ouadministradores, um elemento poderosode comunicao entre a companhia, seusacionistas e a comunidade em que est inse-

    rida... deve ser redigido com simplicidade delinguagem para ser acessvel ao maior nmerode leitores.

    Esta entidade considera importante asseguintes informaes:

    Descrio dos negcios, produtos eservios: histrico das vendas fsicasdos ltimos dois anos e vendas em

    moeda valores monetrios e, quando

    relevante, descrio e anlise por seg-mento ou linha de produto.Comentrios sobre a conjuntura econ-mica geral: concorrncia no mercado,atos governamentais e outros fatoresexgenos relevantes para o desempe-nho da companhia.

    Recursos humanos: nmero de em-

    pregados no trmino dos dois ltimosexerccios e turnover nos dois ltimosanos, segmentao da mo-de-obrasegundo a localizao geogrfica, nveleducacional, investimentos em treina-mento, fundo de seguridade e outrosplanos sociais.Investimentos: descrio dos princi-

    pais investimentos realizados, objeti-vo, montante e origem dos recursosalocados.Pesquisa e desenvolvimento: descriosucinta dos projetos, recursos alocados,montantes aplicados e situao dosprojetos.Novos produtos e servios: descriodos novos produtos, servios e expec-

    tativas a eles relacionadas.

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    Proteo ao meio ambiente: descrio eobjetivos dos investimentos efetuadose montante aplicado.Reformulaes administrativas: des-crio das mudanas administrativas,reorganizaes societrias e programasde racionalizao.Investimentos em controladas e coli-gadas: indicao dos investimentosefetuados e objetivos pretendidos comas inverses.

    Direitos dos acionistas e dados do

    mercado: polticas relativas a distri-buio de direitos, desdobramentos egrupamentos, valor patrimonial dasaes, negociao e cotao das aesem Bolsa de Valores.Perspectivas e planos para o exerccioem curso e futuros: poder ser divul-gada a expectativa da administrao

    quanto ao exerccio em curso, baseadaem premissas e fundamentos explicita-mente colocados, sendo que esta infor-mao no se confunde com projeespor no ser quantificada.

    A ONU, muito embora no tenha deter-minado um modelo de relatrio, divide asinformaes a serem prestadas em trs tipos:

    Anlise corporativa: estratgia cor-

    porativa, eventos externos incomuns,compra e/ou venda de ativos signifi-cativos, recursos humanos (inclusivedemonstrao do valor adicionado),responsabilidade social e proteo aomeio ambiente, atividades de pesquisae desenvolvimento, programas de in-vestimentos e projees futuras.Anlise setorial: informaes por

    segmento de negcios, abrangendo

    tambm operaes internacionais oupor reas geogrficas.Anlise financeira: comentrios sobreos resultados operacionais, inclusivesobre efeitos significativos ocasionadospor fatores internos ou externos.

    g) Comentrios dos AuditoresConstituem uma fonte adicional de evi-

    denciao, na medida em que informam arespeito de: efeitos relevantes de mudanas nos

    mtodos contbeis da companhia; utilizao deprtica contbil diferente das geralmente acei-tas; diferenas de opinio entre a empresa e aauditoria quanto adequao de determinadomtodo contbil.

    Os princpios contbeis norte-americanos(United States Generally Accepted AccountingPrinciples - US-GAAP), no tocante evidencia-o, mencionam que devem ser explicitadas,

    nos grupos de normas gerais:Informaes bsicas sobre a compa-nhia;Polticas contbeis;Mudanas contbeis;Correo de erros;Partes relacionadas;Contingncias;Riscos e incertezas;

    Transaes no monetrias;Eventos subseqentes.

    O Comit Internacional de Normas Con-tbeis (International Accounting StandardsCommite - IASC) requer as seguintes eviden-ciaes no grupo de normas gerais:

    Informaes bsicas sobre a compa-nhia;Polticas contbeis;

    Mudanas contbeis;

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    Correo de erros;Partes relacionadas;Provises, passivos contingentes eativos contingentes;Eventos subseqentes.

    4 - DEMONSTRAO DOS FLUXOS DECAIXA

    A principal funo de uma Demonstrao

    dos Fluxos de Caixa proporcionar informa-es relevantes sobre as movimentaes deentrada e sada de numerrio (caixa) de umaentidade em um determinado perodo ouexerccio.

    O principal objetivo da demonstrao dofluxo de caixa dar uma viso das ativida-des desenvolvidas, bem como das operaesfinanceiras realizadas diariamente no grupodo ativo circulante, dentro das disponibilida-des, e que representam o grau de liquidez daempresa.

    Objetiva demonstrar as variaes ocorri-das no caixa da empresa, incluindo-se nesseconceito as contas-correntes bancrias.

    Esta demonstrao visa refletir, comomencionado, as transaes de caixa que porseu turno so oriundas de:

    Atividades operacionais;

    Atividades de investimentos;Atividades de financiamentos.

    Dentro das atividades operacionais se en-contram: recebimento de vendas, pagamentoa fornecedores por compra de materiais, pa-gamento a funcionrios ,etc.

    As atividades de investimentos compre-endem: transaes com ativos financeiros,aquisies/vendas de participaes em outras

    entidades e de ativos utilizados na produo.

    Nas atividades de financiamentos estocontemplados: captao de recursos de acio-nistas/cotistas e retorno em forma de lucrosou dividendos, captao de emprstimos eamortizao e remunerao.

    Podem ser distinguidas duas fontes decaixa; interna e externa. As fontes internas so,por exemplo, as vendas vista, cobrana devendas a prazo, vendas de ativo permanente.As fontes externas so, por exemplo, fornece-dores, instituies financeiras e governo.

    A Demonstrao dos Fluxos de Caixa podeser apresentada pelo mtodo direto e mtodoindireto. No mtodo direto, so demonstra-dos os recebimentos e pagamentos oriundosdas atividades operacionais da empresa emvez do lucro lquido ajustado, como ocorreno mtodo indireto. Pelo mtodo indireto, osrecursos provenientes das atividades opera-cionais so demonstrados a partir do lucro

    lquido, ajustado pelos itens considerados nascontas de resultado, porm sem afetar o caixada empresa.

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    PRODUO

    Atravs dos dados do Balano Patrimonial, Demonstrao de Resultado do Exerccio eAnlise das Contas da Comercial ABC, pode-se elaborar a Demonstrao dos Fluxos de Caixapelos mtodos direto e indireto.

    COMERCIALABC

    BALANOS PATRIMONIAIS

    31/12/X1 31/12/X0

    ATIVOCIRCULANTECaixa

    ClientesProv.Dev.DuvidososMercadoriasSeguros a Vencer

    800

    2.300 -3009.200 200

    1.000

    3.000-2002.000 300

    12.200 6.100

    ATIVO PERMANENTEMveis e UtensliosDeprec.AcumuladaVeculosDeprec. Acumulada

    500

    -502.000-400

    1.000-200

    2.050 800

    TOTAL DO ATIVO 14.250 6.900

    PASSIVO CIRCULANTEFornecedoresSalrios e Encargos a pagarDividendos propostos a pagar

    1.800 4003.500

    2.900 3001.200

    5.700 4.400

    EXIGVEL A LONGO PRAZODebntures a pagar 2.000

    2.000

    PATRIMNIO LQUIDOCapital realizadoReservas de lucros

    2.0004.550

    2.000 500

    6.550 2.500

    TOTAL DO PASSIVO + PATRIM.LQUIDO

    14.250 6.900

  • 8/21/2019 1 - Introduo Contabilidade

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    Introduo Contabilidade

    40

    PRODUO

    DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO - 31.12.X1

    Receitas de Vendas

    Custo das Vendas

    10.000

    -4.300

    Lucro Bruto 5.700

    Despesas OperacionaisDevedores

    -1.800-300

    DuvidososDespesas com SegurosDepreciaesReceitas Operacionais

    -300-2502.300

    Lucro Operacional 5.350

    Resultado no Operacional 1.900

    Lucro Lquido 7.250

    ANLISE DAS CONTAS

    1 - Recebimentos de Clientes

    Saldo inicial de clientesReceitas de vendasCrditos incobrveisSaldo final de clientes

    Recebimentos de clientes

    3.00010.000 -200-2.300

    10.5002 - Pagamentos a Fornecedores

    Estoque inicial de mercadoriasCompras de mercadoriasEstoque final de mercadoriasCusto das Vendas

    Saldo inicial de fornecedoresCompras de mercadoriasSaldo final de fornecedoresPagamentos a fornecedores

    2.00011.500-9.2004.300

    2.90011.500-1.80012.600

    3 - Pagamentos de Despesas Operacionais

    Saldo inicial de salrios e encargos a pagarDespesas operacionaisSaldo final de salrios e encargos a pagarPagamentos de despesas operacionais

    3001.800-4001.700

  • 8/21/2019 1 - Introduo Contabilidade

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    Introduo Contabilidade

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    PRODUO

    4 - Pagamentos de Seguros

    Saldo inicial de seguros a vencerDespesas com seguros

    Saldo final de seguros a vencerPagamentos de seguros

    -300300

    200200

    5 - Pagamentos de Dividendos

    Saldo inicial de dividendos propostos a pagarDividendos propostosSaldo final de dividendos propostos a pagarPagamentos de dividendos

    1.2003.200-3.500

    900

    DEMONSTRAO DOS FLUXOS DE CAIXA - Mtodo Indireto

    31/12/X1

    ATIVIDADE OPERACIONAL $

    Lucro lquido

    (+) Depreciao

    Acrescimos (-)/ Decrscimos (+) do AC

    Clientes

    Devedores duvidosos

    Mercadorias

    Seguros a vencer

    Acrscimos (+)/Decrscimos (-) do PC

    Fornecedores

    Salrios e Encargos a pagar

    CAIXA DAS OPERAES

    ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO

    Pagamento de dividendos

    Recebido por emisso de debntures

    CAIXA ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO

    ATIVIDADE DE INVESTIMENTO

    Pagamento p/compra de Mv.Utenslios

    Pagamento p/aquisio de veculo

    CAIXA ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

    MOVIMENTAO DO CAIXA NO PERODO

    SALDO INICIAL DE CAIXA

    SALDO FINAL DE CAIXA

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    Introduo Contabilidade

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    PRODUO

    DEMONSTRAO DOS FLUXOS DE CAIXA - Mtodo Direto

    ATIVIDADE OPERACIONAL $

    Recebimentos de clientesPagamentos a fornecedores

    Pagamentos de despesas operacionais

    Pagamentos de seguros

    Recebimentos de outras receitas operacionais

    Recebimentos no operacionais

    CAIXA DAS OPERAES

    ATIVIDADE DE FINANCIAMENTO

    Recebido por emisso de debnturesPagamento de dividendos

    CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOATIVIDADE DE INVESTIMENTO

    Pagamento por compra de mveis e utenslios

    Pagamento por aquisio de veculos

    CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO

    VARIAO LQUIDA NO DISPONVEL

    SALDO INICIAL

    SALDO FINAL

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    43Introduo Contabilidade

    1 - CONCEITO E DEFINIO DE PATRIMNIO

    O Patrimnio um conjunto de Bens, Direitos e Obrigaes de umapessoa, avaliados em moeda. Sendo assim, podemos imaginar o Patrimnioda seguinte maneira:

    PATRIMNIO = BENS

    DIREITOS

    OBRIGAES

    UNIDADEIV

    PATRIMNIO

  • 8/21/2019 1 - Introduo Contabilidade

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    Introduo Contabilidade

    44

    PRODUO

    Vamos, ento, estudar cada um desseselementos que compem o Patrimnio.

    1.1 - Bens

    So coisas capazes de satisfazer as neces-sidades humanas e suscetveis de avaliaoeconmica. Quando voc entra em um super-mercado, por exemplo, encontra inmerosobjetos, como balco, vitrinas, prateleiras,mquinas registradoras e uma infinidade de

    mercadorias para venda. Todos esses objetosso