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Evidências de estudos randomizados mostram que o tratamento do glaucoma diminui os danos ao nervo ótico, diminuindo risco de perda da visão. Entretanto, o único estudo rando- mizado sobre screening de glaucoma, encontrou baixa acurácia entre os aparelhos usados e concluiu que aumento de pressão intra-ocular apenas não é preditivo de desenvolvimento de glaucoma. Uma revisão sistemática da literatura não encontrou outros estudos randomizados sobre a eficácia do screening do glaucoma. Análise das evidências sobre a Tonometria ocular: Não existem evidências para recomendar contra ou a favor do screening para glau- coma com tonometria ocular. O screening pode detectar precocemente o glaucoma e o tratamento precoce do glaucoma diminui a incidência de defeitos visuais, PORÉM não se sabe se o screening populacional diminui perdas visuais ou melhora a quali- dade de vida da população. A acurácia da tonometria é semelhante a outros méto- dos, em torno de 85% (NE 3; GR C) Diretrizes informam que não há recomen- dação para screening de glaucoma para pacientes com até 64 anos de idade (NE 3; GR C), exceto em pacientes de alto risco. Algumas diretrizes indicam o screening para glaucoma a cada 2 anos para pa- cientes com 65 anos de idade ou mais e anualmente se houver risco aumentado. Os pacientes de alto risco são aqueles com pressão intra-ocular aumentada, história fa- miliar, negros, diabetes, miopia, uso crônico de corticoesteróides ou lesão ocular prévia. As associações de classe recomendam o exame como rotina a cada dois anos para pacientes dos 18 aos 60 anos e anual para pacientes com mais de 60 anos. Estes intervalos são mais curtos para pacientes de alto risco. Em pacientes com suspeita de glaucoma ou com diagnóstico definido, a tonome- tria ocular deve ser realizada (NE 2; GR A). Tonometria faz parte da rotina de segui- mento. A Periodicidade depende da fase do tratamento. - Semanal nos pacientes em tratamento (até estabilização da pressão) - Mensal no paciente que estabilizou re- centemente - Mensal na doença grave - A cada 2 meses na doença moderada - A cada 4 meses em doença leve Filtro: Liberar automaticamente para pacientes com diagnóstico ou suspeita de glaucoma ou glaucoma congênito. Não limitar por sexo. Limitar por idade: - <20 anos: auditoria - 20 aos 29 anos: cada 3 anos - 30 aos 64 anos: cada 2 anos - Acima de 65 anos: anual Recomenda-se atenção aos pacientes considerados de alto risco, no momento da liberação por auditoria, já que não há estudos evidenciando a periodicidade ótima para estes casos. Tonometria ocular e glaucoma: www.unimedcuiaba.com.br / [email protected] Tel: (65) 3612 3100 / Central 24 horas: 3612 3001 Conselho de Administração Presidente: Kamil Hussein Fares Vice-presidente: Cetímio Vieira Zagabria Diretor nanceiro: Roberto de Sabóia Bicudo Diretor secretário: Erleno Pereira de Aquino Diretor de mercado: Rubens Carlos de Oliveira Júnior Comissão Técnica Ademir Capistrano Pereira, Augus- to César Regis de Oliveira, Eloar Vicenzi, João Bosco de Almeida Duarte, Nadim Amui Júnior e Salvino Teodoro Ribeiro Comitê Educativo Ayrdes Benedita Duarte dos Anjos Pivetta, Sandoval Carneiro Filho, Zuleide A. Félix Cabral Comissão de defesa profissional e cooperativismo Vivaldo Naves de Oliveira, Rodney Mady, Miguel Angel Claros Paz Conselho fiscal Antônio Carlos de Carvalho Reiners, Luiz Augusto C. Menechino e Salim Joandat Salim Produção: Pau e Prosa Comunicação (65) 3664 3300 www.paueprosa.com.br [email protected] Boletim Informativo da Comissão Técnica da Unimed Cuiabá EXPEDIENTE | 1 Boletim Informativo da Comissão Técnica da Unimed Cuiabá | Edição 02 | Novembro de 2008 É com muita satisfação que apresentamos mais um número do informativo evidências, trazendo novos estudos, parametrizações e diretrizes clínicas. Dando sequência ao propósito de informar e divulgar aos cooperados o que se tem de consenso à respeito principalmente em rela- ção a novas técnicas, procedimentos ,mate- riais e medicamentos. Nesta nova publicação abordaremos alguns temas de interesse dentro de algumas espe- cialidades. Vale ressaltar que a escolha dos mesmos se dá pela necessidade e pelas de- mandas que são trazidas à comissão técnica seja por solicitações realizadas por coopera- dos e/ou pela importância dos mesmos. Por fim esperamos contribuir para o fortaleci- mento do nosso sistema compartilhando estas informações de fundamental importância para o bom seguimento dos nossos trabalhos. Comissão Técnica Unimed Cuiabá Caro cooperado

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Page 1: Tonometria ocular e glaucoma - · PDF fileAlgumas diretrizes indicam o screening para glaucoma a cada 2 anos para pa-cientes com 65 anos de idade ou mais e anualmente se houver risco

Evidências de estudos randomizados mostram que o tratamento do glaucoma diminui os danos ao nervo ótico, diminuindo risco de perda da visão. Entretanto, o único estudo rando-mizado sobre screening de glaucoma, encontrou baixa acurácia entre os aparelhos usados e concluiu que aumento de pressão intra-ocular apenas não é preditivo de desenvolvimento de glaucoma. Uma revisão sistemática da literatura não encontrou outros estudos randomizados sobre a eficácia do screening do glaucoma.

Análise das evidências sobre a Tonometria ocular:Não existem evidências para recomendar contra ou a favor do screening para glau-coma com tonometria ocular. O screening pode detectar precocemente o glaucoma e o tratamento precoce do glaucoma diminui a incidência de defeitos visuais, PORÉM não se sabe se o screening populacional diminui perdas visuais ou melhora a quali-dade de vida da população. A acurácia da tonometria é semelhante a outros méto-dos, em torno de 85% (NE 3; GR C)

Diretrizes informam que não há recomen-dação para screening de glaucoma para pacientes com até 64 anos de idade (NE 3; GR C), exceto em pacientes de alto risco.

Algumas diretrizes indicam o screening para glaucoma a cada 2 anos para pa-cientes com 65 anos de idade ou mais e anualmente se houver risco aumentado. Os pacientes de alto risco são aqueles com pressão intra-ocular aumentada, história fa-

miliar, negros, diabetes, miopia, uso crônico de corticoesteróides ou lesão ocular prévia.

As associações de classe recomendam o exame como rotina a cada dois anos para pacientes dos 18 aos 60 anos e anual para pacientes com mais de 60 anos. Estes intervalos são mais curtos para pacientes de alto risco.

Em pacientes com suspeita de glaucoma ou com diagnóstico definido, a tonome-tria ocular deve ser realizada (NE 2; GR A). Tonometria faz parte da rotina de segui-mento. A Periodicidade depende da fase do tratamento. - Semanal nos pacientes em tratamento (até estabilização da pressão)- Mensal no paciente que estabilizou re-centemente- Mensal na doença grave- A cada 2 meses na doença moderada- A cada 4 meses em doença leve

Filtro:Liberar automaticamente para pacientes com diagnóstico ou suspeita de glaucoma ou glaucoma congênito. Não limitar por sexo. Limitar por idade:- <20 anos: auditoria- 20 aos 29 anos: cada 3 anos- 30 aos 64 anos: cada 2 anos- Acima de 65 anos: anual

Recomenda-se atenção aos pacientes considerados de alto risco, no momento da liberação por auditoria, já que não há estudos evidenciando a periodicidade ótima para estes casos.

Tonometria ocular e glaucoma:

www.unimedcuiaba.com.br / [email protected]: (65) 3612 3100 / Central 24 horas: 3612 3001

Conselho de AdministraçãoPresidente:

Kamil Hussein FaresVice-presidente:

Cetímio Vieira ZagabriaDiretor fi nanceiro:

Roberto de Sabóia BicudoDiretor secretário:

Erleno Pereira de AquinoDiretor de mercado:

Rubens Carlos de Oliveira Júnior

Comissão TécnicaAdemir Capistrano Pereira, Augus-to César Regis de Oliveira, Eloar Vicenzi, João Bosco de Almeida Duarte, Nadim Amui Júnior e

Salvino Teodoro Ribeiro

Comitê EducativoAyrdes Benedita Duarte dos Anjos Pivetta, Sandoval Carneiro Filho,

Zuleide A. Félix Cabral

Comissão de defesa profissionale cooperativismo

Vivaldo Naves de Oliveira, Rodney Mady,

Miguel Angel Claros Paz

Conselho fiscal Antônio Carlos de Carvalho

Reiners,Luiz Augusto C. Menechino e

Salim Joandat Salim

Produção:Pau e Prosa Comunicação

(65) 3664 3300www.paueprosa.com.br

[email protected]

Boletim Informativo da Comissão Técnica da Unimed Cuiabá

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Boletim Informativo da Comissão Técnica da Unimed Cuiabá | Edição 02 | Novembro de 2008

É com muita satisfação que apresentamos mais um número do informativo evidências, trazendo novos estudos, parametrizações e diretrizes clínicas.

Dando sequência ao propósito de informar e divulgar aos cooperados o que se tem de consenso à respeito principalmente em rela-ção a novas técnicas, procedimentos ,mate-riais e medicamentos.

Nesta nova publicação abordaremos alguns temas de interesse dentro de algumas espe-cialidades. Vale ressaltar que a escolha dos mesmos se dá pela necessidade e pelas de-mandas que são trazidas à comissão técnica seja por solicitações realizadas por coopera-dos e/ou pela importância dos mesmos.

Por fim esperamos contribuir para o fortaleci-mento do nosso sistema compartilhando estas informações de fundamental importância para o bom seguimento dos nossos trabalhos.

Comissão Técnica Unimed Cuiabá

Caro cooperado

Page 2: Tonometria ocular e glaucoma - · PDF fileAlgumas diretrizes indicam o screening para glaucoma a cada 2 anos para pa-cientes com 65 anos de idade ou mais e anualmente se houver risco

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Os Leiomiomas uterinos são os tumores ginecológicos benignos mais prevalentes; tipicamente diagnosticados ao final do período reprodutivo e presentes em até 40% das mulheres com idade de mais de 40 anos. Sua regressão espontânea tende a ocorrer durante a menopausa, provavel-mente como resultado da redução da pro-dução hormonal ovariana. Os Leiomiomas podem ser assintomáticos ou causar san-gramento uterino prolongado e volumoso, dor e desconforto além de subfertilidade. O tratamento dos leiomiomas é, geralmen-te, reservado às mulheres sintomáticas e para mulheres que planejam gestação e que portem leiomiomas volumosos ou que destorçam a cavidade uterina.

A embolização das Artérias uterinas é um procedimento no qual, através de uma via transcutânea, uma Artéria femoral é catete-rizada com, posterior cateterização das Artérias uterinas, para a administração de material embólico (partículas de polivinil-álcool – PVA – ou microesferas de Trisacril-gelatina) com conseqüente devasculariza-ção e involução do leiomioma.

O presente documento objetiva avaliar a efetividade e segurança do tratamento com embolização das Artérias uterinas, em relação aos tratamentos tidos como padrão (histerectomia, miomectomia), em pacientes com indicação de tratamento cirúrgico para Leiomioma uterino.

Conclusões do ParecerO tratamento para leiomioma com em-bolização, em relação ao tratamento com histerectomia ou miomectomia, leva a diminuição do tempo de procedimento (NE 1b), diminuição do tempo de hospi-talização (NE 1b) e diminuição do tem-po para retorno às atividades usuais da paciente (NE 1b) – embora, em relação à miomectomia, estas diferenças tenham magnitude menor do que em relação à histerectomia. Em relação à miomecto-mia e à histerectomia, o tratamento com embolização gera maior necessidade de re-tratamentos (com nova embolização ou com cirurgia), pelo maior risco de per-sistência / recorrência de sangramentos após este procedimento (NE 1b). Mesmo com as diferenças observadas, entre estes

diferentes procedimentos para tratamen-to de leiomioma uterino, a qualidade de vida da paciente, após até 24 meses do tratamento, é melhorada de forma similar por ambos (NE 1b).

Para mulheres com indicação de trata-mento invasivo para leiomiomas e que desejam engravidar posteriormente, o tra-tamento com miomectomia preserva esta possibilidade com maior freqüência que o tratamento com embolização (NE 1b).

PerguntasO tratamento com embolização de Artéria Uterina leva a maior chance de resolu-ção dos Leiomiomas Uterinos em relação ao tratamento cirúrgico com Miomecto-mia ou Histerectomia? Há melhor qualidade de vida associada ao tratamento com embolização? Qual seu impacto econômico?

Embolização para tratamentode Leiomiomas Uterinos

Não há estudos de custo realizados que possam ser extrapolados para o

cenário brasileiro.

Descrição

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Recomendações do ParecerEm mulheres com indicação de trata-mento invasivo para leiomioma e que desejam gravidez posterior, não reco-mendamos o tratamento com embo-lização em detrimento do tratamento com miomectomia (NE 1b). Nos demais casos, a embolização é uma alternativa terapêutica; entretanto, como há maior necessidade de re-tratamentos após

esta abordagem , e como o impacto em qualidade de vida e a segurança são similares para as estratégias disponíveis (miomectomia, histerectomia, emboli-zação) (NE 1b), o custo relacionado a estes procedimentos tem importante peso na determinação da padronização do tratamento a ser empregado para leiomiomas uterinos.

Síntese da evidência disponível: Em pacientes com lombalgia discogênica, a nucleoplastia percutânea, produziu os seguintes efeitos:• A nucleoplastia percutânea que usa a termocoagulação intradiscal por radiofreqü-ência à 70 graus centígrados, por 90 segundos, não é efetiva para redução da dor lombar discogênica crônica.• O aumento no tempo de duração da termocoagulação por radiofreqüência não melhorou a eficácia de nucleoplastia. As duas intervenções reduziram a intensida-de da dor pelo prazo de um mês. Não sendo indicado como modalidade terapêu-tica de longo prazo.

Lombalgia crônica por doença degenerativa discal – Estima-se que até 80% dos indiví-duos tenham apresentado dor lombar durante a vida. Entre as causas mais comuns de dor lombar, encontra-se a dor oriunda do disco vertebral (discogênica). O sintoma do-loroso é devido à combinação de pressão mecânica e inflamações locais, associadas, ou não, à irritação das estruturas nervosas. A hérnia que não causa compressão importante é denominada de hérnia contida. A hérnia extrusa é quando da ruptura do anel fibroso e extravasamento do conteúdo interno do disco leva a compressão mais importante dos tecidos adjacentes ou à compressão radicular, que dá origem à dor irradiada para os membros inferiores. Para os pacientes que não respondem ao tratamento conserva-dor, medicamentoso e fisioterápico, várias terapias intradiscais foram desenvolvidas nos últimos 40 anos, visando reduzir a pressão no interior do disco intravertebral (descom-pressão). As chamadas minimamente invasivas, são realizadas por vias vídeo-endoscópi-cas ou por técnicas percutâneas. Entre as técnicas percutâneas, muitas vezes realizadas ambulatorialmente, encontram-se a discectomia a laser, anuloplastia eletrotermica intradiscal (IDET) e a nucleoplastia.

NucleoplastiaConceitos:

Ementa:A nucleoplastia é um procedimento ainda considerado experimental, apesar d existência de inúmeros trabalhos científicos a respeito, tendo em vista não fazer parte das Diretrizes CFM/AMB nem ter sido submetida ao rito estabelecido na Resolução CFM nº 1609/00.