tipos de estudos clínicos: classificação da epidemiologia
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Tipos de Estudos
Clínicos: Classificação da
Epidemiologia
Profa. Dra. Maria Meimei Brevidelli
Roteiro da Apresentação
1. Estrutura da Pesquisa Científica
2. Classificação dos estudos epidemiológicos
3. Ensaio Clínico Randomizado
4. Estudo Coorte
5. Estudo Caso-Controle
6. Estudo Transversal
7. Estudo Ecológico
Estrutura da Pesquisa Científica
1. Definição do problema
2. Formulação de hipóteses
3. Determinação de objetivos
4. Seleção do Método de Coleta dos Dados
5. Interpretação dos resultados
I. Introdução
II. Objetivos
III. Material e Métodos
IV. Resultados e Discussão
Passos da Pesquisa Científica
Estrutura do Trabalho Científico
V. Conclusões
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Ecológico
Agregado
Transversal Coorte Caso-controle
Individual
Observacionais
Ensaio
de
Comunidade
Agregado
Ensaio
Clínico
Individual
Experimentais
Estudos Epidemiológicos
Coorte Caso
Controle
Ensaio
Clínico
Classificação dos Estudos Epidemiológicos
Classificação dos estudos de acordo com o poder
Ensaio Clínico
Coorte
Transversal/Ecológicos
Caso-Controle
Relatos de casos
Experimental Trials
Tria
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Estudos experimentais
Estudos
Observacionais
Fonte: Adaptado de Dainesi SM. Desenvolvimento de um novo medicamento: enfoque em pesquisa clínica. Aula ministrada no Curso de
Aprimoramento e Especialização do HCFMUSP, 2007.
O que é Ensaio Clínico?
Processo de investigação que busca determinar relações
de causa e efeito entre variáveis utilizando três
princípios:
Randomização: aleatoriedade na composição da amostra
Controle: formação de um grupo controle
Intervenção: “tratamento”
Ensaio Clínico: Desenho
Questão a ser respondida: Quais os efeitos
da intervenção?
Amostra
População
Grupo experimental
Grupo controle
Formação dos grupos por randomização e
aplicação de tratamento
efeito presente
efeito ausente
efeito presente
efeito ausente
Fonte: adaptado de Pereira MG. Epidemioloiga. Teoria e prática. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro; 2003.
Ra
nd
om
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o
Desenho do Ensaio Clínico: Exemplo 1
Amostra
População
Grupo experimental
Grupo controle
Randomização
% de pacientes curados
Tempo de tratamento
Eventos adversos: n e
gravidade
Tempo de permanência no
hospital
Objetivo: verificar a eficácia e segurança do medicamento MMO22 no
tratamento de infecções por Staphilococus Aureus multiresistente (S.A.M)
Pacientes internados
com infecção por S.A.M
Tratamento MM022
Tratamento droga
convencional
% de pacientes curados
Tempo de tratamento
Eventos adversos: n e
gravidade
Tempo de permanência no
hospital
Fonte: Brevidelli MM. Metodologia da pesquisa cientifica: tipos de estudos. São Paulo: HCFMUSP; 2008
Desenho do Ensaio Clínico: Exemplo 2
Amostra
População
Curativo hidroativo
semi-oclusivo
Curativo absorvente
Ra
nd
om
iza
çã
o
Objetivo: comparar eficácia e segurança de três curativos de incisão
cirúrgica em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca
Pacientes cirurgia cardíaca
Tempo de cicatrização da
ferida
Nível de dor na retirada
Custo total do procedimento
Curativo hidrocoloide
oclusivo
Tempo de cicatrização da
ferida
Nível de dor na retirada
Custo total do procedimento
Tempo de cicatrização da
ferida
Nível de dor na retirada
Custo total do procedimento
Fonte acriado a partir de Wikblad K, Anderson B. Comparacao entre curativos de ferida em pacientes que se submeteram a cirurgia cardiaca. IN:
LoBiondo-:Wood G, Haber J. Pesquisa em enfermagem. 4 edição. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan; 1998.
Ensaio Clínico Randomizado: Exemplo 3
Amostra
População
Grupo experimental
Grupo controle
Randomização
% Auto-exame mama
Objetivo: verificar efeito de abordagem educativa para prevenção do câncer de mama e realização de auto-exame de mama
Mulheres em idade fértil
Abordagem educativa
% Auto- exame mama
Nada
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Ensaio Clínico: Vantagens e Limitações
• Formação de grupos homogêneos
• Não há dificuldade na formação de grupo controle
• Coleta dos dados feita no momento em que os fatos ocorrem
• Questões éticas e práticas impedem sua utilização
• Resultados pouco confiáveis quando os efeitos são raros
• Altos custos operacionais e financeiros
Vantagens Limitações
Estudo Coorte: Desenho
Questão a ser respondida: Quais os efeitos da exposição?
Amostra
População
Expostos(grupo de estudo)
Não-expostos(grupo controle)
Formação dos grupos por observação da exposição
Desfecho presente
Desfecho ausente
Fonte: adaptado de Pereira MG. Epidemiologia. Teoria e prática. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro; 2003.
Desfecho presente
Desfecho ausente
Estudo Coorte: Exemplo 1
Objetivo: avaliar a relação entre consumo de álcool na gravidez e baixo peso do RN
Amostra
População
Grávidas etilistas
Grávidas não etilistas
RN com baixo peso
RN peso normal
RN com baixo peso
RN peso normal
Mulheres grávidas etilistas e não etilistas
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 1 ed. São Paulo: Iátria, 2006
Estudo Coorte: Exemplo 2Objetivo: avaliar a relação entre hábito de fumar e câncer de pulmão
Amostra
População
Fumantes
Não fumantes
c/ Câncer de pulmão
s/ Câncer de pulmão
Fumantes e Não fumantes
c/ Câncer de pulmão
s/ Câncer de pulmão
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Estudo Coorte: Vantagens e Limitações
• Ausência de problemas éticos quanto à exposição a fatores de risco
• Não há dificuldade na formação de grupo controle
• Coleta dos dados feita no momento em que os fatos ocorrem (coorte prospectiva)
• Variáveis extrínsecas podem interferir nos resultados
• Perdas de seguimento podem ser grandes
• Impossível de ser aplicado em doenças raras
• Altos custos, especialmente estudos prospectivos
Vantagens Limitações
Estudo Caso-Controle: Desenho
Questão a ser respondida: Quais os fatores de risco para o desfecho?
Amostra de casos
Com Desfecho(grupo de casos)
Sem desfecho(grupo de controles)
Formação dos grupos pela presença ou não da doença
Expostos
Não expostos
Expostos
Não expostos
População de casos e
controles
Amostra de controles
Fonte: adaptado de Pereira MG. Epidemioloiga. Teoria e prática. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro; 2003.
Estudo Caso-Controle: Exemplo 1
Objetivo: verificar a relação entre cateterismo vesical e infecção hospitalar
Amostra pac. c/ infecção hospitalar
Com desfecho(infecção urinária)
Sem desfecho(s/infecção urinária)
c/ cateter vesical
s/ cateter vesical
c/ cateter vesical
s/ cateter vesical
População de pacientes internados em hospital Amostra
pac. s/ infecção hospitalar
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Estudo Caso-Controle: Exemplo 2
Objetivo: verificar a relação entre hábito de fumar e hipertensão
Amostra de pessoas c/ hipertensão
Com Desfecho(hipertensão)
Sem desfecho(s/ hipertensão)
fumante
não fumante
fumante
Não fumante
População de pessoas de uma
comunidade
Amostra de pessoas s/ hipertensão
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Estudo Caso-Controle: Exemplo 3
Objetivo: verificar a relação entre baixo peso de RN e consumo de álcool durante a gestação
Amostra de RN c/ baixo peso
Com desfecho(baixo peso)
Sem desfecho(peso normal)
Mãe etilista
Mãe não etilista
Mãe etilista
Mãe não etilista
População de RN
de uma comunidade
Amostra de RN c/ peso normal
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Estudo Caso-Controle: Vantagens
e Limitações
• Resultados rápidos;
baixo custo
• Amostras dos
grupos podem ser
pequenas
• Indicado para
investigação de
doenças raras
• Dificuldade para selecionar os participantes do controle
• Dados da exposição podem ser inadequados ou viciados (ex. incompletos no prontuário; “ruminação”das causas)
Vantagens Limitações
Estudo Transversal: Desenho
População
Amostra
Expostos e c/ desfecho
Expostos e s/ desfecho
Não- expostose c/ desfecho
Não-expostos e s/ desfecho
Questão a ser respondida: Quais as freqüências do fator de risco e do desfecho? A exposição ao fator de risco e o desfecho estão associados?
Fonte: adaptado de Pereira MG. Epidemiologia. Teoria e prática. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro; 2003.
Estudo Transversal: Exemplo
População: profissionais de saúde
Amostra
Alimentação não saudável e obesos
Alimentação não saudável e não obesos
Alimentação saudávele obesos
Alimentação saudávele não obesos
Objetivo: verificar se alimentação não saudável está associada à obesidade em uma amostra de profissionais de saúde
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Estudo Transversal: Vantagens e
Limitações
• Resultados rápidos;
baixo custo
• Objetividade na
coleta dos dados
• Indicado quando há
limitação de tempo
e recursos
• Viés da prevalência: são excluídos os curados ou falecidos
• Associação entre exposição e doença refere-se à época da coleta de dados
• Interpretação dificultada pela presença de variáveis extrínsecas
Vantagens Limitações
Estudo Ecológico: DesenhoQuestão a ser respondida: Quais as freqüências do fator de risco e do desfecho em grandes grupos populacionais? Quais as diferenças geográficas?
População =grandes grupos
Expostos e s/ desfecho
Não- expostose c/ desfecho
Não-expostos e s/ desfecho
Expostos e c/ desfecho
Fonte: adaptado de Pereira MG. Epidemiologia. Teoria e prática. Guanabara Koogan: Rio de Janeiro; 2003.
Estudo Ecológico: Exemplo 1
População =RN < 1ano
Mortalidade Infantil
Região Norte
Objetivo: comparar taxas de mortalidade infantil entre regiões do Brasil
Mortalidade Infantil
Região Nordeste
Mortalidade Infantil
Região Centro-Oeste
Mortalidade Infantil
Região Sudeste
Mortalidade Infantil
Região Sul
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 3 ed. São Paulo: Iátria, 2009
Estudo Ecológico: Exemplo 2
População: pacientes internados no hospital
Índice de infecção jan/dez 2003
Objetivo: verificar a variação do índice de infecção hospitalar ao longo do tempo
Índice de infecção jan/dez 2004
Índice de infecção jan/dez 2005
Índice de infecção jan/dez 2006
Amostra
Fonte: Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso. Guia prático para docentes e alunos da área de saúde. 1 ed. São Paulo: Iátria, 2006
Estudo Ecológico: Vantagens e
Limitações
• Resultados rápidos;
baixo custo
• Dados disponíveis
na forma de
estatísticas
• Conclusões
fundamentam
políticas públicas
• Não há acesso a dados
individuais
• Dados de diferentes
fontes = qualidade
diferente de
informações
• Ausência de controle
das variáveis
extrínsecas
Vantagens Limitações
Referências
1. Brevidelli MM, De Domenico EBL. Trabalho de conclusão de curso: guia
pratico para docentes e alunos da área da saúde. 3 ed. São Paulo: Editora
Érica; 2009.
2. Dainesi SM. Desenvolvimento de um novo medicamento: enfoque em
pesquisa clínica. Aula ministrada no Curso de Aprimoramento e
Especialização do HCFMUSP, 2007.
3. LoBiondo-Wood G, Haber J. Pesquisa em enfermagem. Métodos,
avaliação critica e utilização. 4 ed, Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan;
1998
4. Nobre MRC, Bernardo WM, Jatene FB. A prática clínica baseada em
evidências: parte III – Avaliação crítica das informações de pesquisas
clínicas. Rev Assoc Med Bras 2004; 50 (2): 221-8.