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Seu trabalho será avaliado pelo CopySpider no decorrer do desenvolvimento do trabalho, assim caso seja detectado, poderá ser invalidado em qualquer uma das atividades. Leia antes de começar o trabalho o Manual do Aluno e Manual do plágio THAIS GRANDE MACEDO A IMPORTÂNCIA DA LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

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Seu trabalho será avaliado pelo CopySpider no decorrer do desenvolvimento do trabalho, assim caso seja detectado, poderá ser invalidado em qualquer uma das atividades. Leia antes de começar o trabalho o Manual do Aluno e Manual do plágio para compreender todos itens obrigatórios e os critérios utilizados na correção

THAIS GRANDE MACEDO

A IMPORTÂNCIA DA LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

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LONDRINA

2017

Cidade Ano

A IMPORTÂNCIA DA LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras de Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica.

Orientador: Helington Fernando Leandro.

THAIS GRANDE MACEDO

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THAIS GRANDE MACEDO

A IMPORTÂNCIA DA LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Pitágoras de Londrina, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Mecânica.

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Londrina, 11 de dezembro de 2017

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Dedico este trabalho primeiramente a

Deus, por ser essencial em minha vida, ao

meu pai e minha mãe por estarem junto a

mim e sempre me apoiando.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por ter me dado saúde e força para superar as

dificuldades, aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional, a todos os

professores do curso, que foram tão importantes na minha via acadêmica, agradecer

aos meus amigos, pelas alegrias, tristezas e dores compartilhadas e pôr fim a todos

os que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito

obrigado.

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MACEDO, Thais Grande. A importância da lubrificação industrial. 2017. 35 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Londrina, 2017.

RESUMO

Uma das maiores preocupações dentro de uma indústria é evitar o atrito e o desgaste

dos equipamentos e maquinários, a lubrificação é parte fundamental pois o uso de

bons lubrificantes junto com uma manutenção preventiva adequada e uma boa gestão

da lubrificação, somada a um plano de lubrificação, conseguimos obter resultados

muitos satisfatórios, assim podemos garantir que a lubrificação industrial feita de uma

forma correta é de suma importância para se alcançar um bom desempenho e um

ótimo funcionamento das maquinas e equipamentos dentro da indústria. Para a

realização do trabalho foi abordado como metodologia a revisão bibliográfica, e foi

utilizado como fonte de pesquisa literaturas relativas ao assunto em questão. Por fim

a lubrificação é um fator decisivo no poder de competitividade sendo uma fonte de

ganhos, proporcionando melhorias na performance dos equipamentos e,

principalmente, na redução dos custos da manutenção.

Palavras-chave: Lubrificação industrial; Plano de lubrificação; Lubrificação

preventiva; Manutenção preventiva; Lubrificantes.

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MACEDO, Thais Grande. The importance of industrial lubrication. 2017. 35 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Faculdade Pitágoras, Londrina, 2017.

ABSTRACT

One of the biggest concerns within an industry is to avoid friction and wear of equipment and machinery, lubrication is a fundamental part because the use of good lubricants along with proper preventative maintenance and good lubrication management, combined with a plan of Lubrication, we have achieved many satisfactory results, so we can guarantee that industrial lubrication made in a correct way is of paramount importance to achieving good performance and optimum functioning of machinery and equipment within the industry. For the achievement of the work was approached as a methodology the bibliographical revision, and was used as a source of research literatures concerning the subject in question. Finally, lubrication is a decisive factor in the power of competitiveness being a source of gains, providing improvements in the performance of equipment and, mainly, in reducing maintenance costs.

Key-words: Industrial lubrication; Lubrication Plan; Preventive lubrication; Preventive maintenance; Lubricants.

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Amostras classificadas segundo o grau API..........................................16 Quadro 2 - Classificação segundo o grau API...........................................................17

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

API American Petroleum Institute

NBR Norma Brasileira

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................13

1. CONCEITOS DE LUBRIFICAÇÃO .........................................................15

1.1 LUBRIFICANTES..................................................................................15

1.1.1 Aditivos .................................................................................................20

2 LUBRIFICAÇÃO E A MANUTENÇÃO PREVENTIVA..........................23

2.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA ............................................................24

2.1.1 A lubrificação como forma de manutenção preventiva ........................25

3 LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL ...........................................................28

3.1 GESTÃO DA LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL.......................................28

3.1.1 Benefícios da lubrificação em máquinas industriais.............................32

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................33

REFERÊNCIAS...............................................................................................34

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INTRODUÇÃO

A indústria sofre constantemente com suas maquinas e equipamentos

industriais, pois estes equipamentos possuem algumas de suas superfícies em

constante movimento em relação a outras superfícies do mesmo, durante a sua

operação, sofrendo assim uma força contraria ao movimento chamada de atrito, o

atrito é o principal responsável pelo desgaste, que é uma perca de material, dos

componentes mecânicos, isso faz com que o equipamento perca em desempenho e

com isso ocorra paradas inesperadas das maquinas, tendo assim que interromper o

processo produtivo, que é justamente o que queremos que não venha a acontecer

com o uso correto da lubrificação.

Dentro da uma indústria a lubrificação tem um peso expressivo na

disponibilidade do maquinário e nas suas devidas atividades, chegando a 50% das

causas pela qual ocorrem a quebra dentro da manutenção, a lubrificação é parte

fundamental de o conjunto de um equipamento e muitas pessoas não dão a devida

importância a esse quesito tão importante que se encaixa dentro da manutenção

preventiva.

O presente trabalho abordou como problema de pesquisa a pergunta, qual a

importância da lubrificação nas maquinas e equipamentos industriais? Os lubrificantes

em geral têm como finalidade a função de controlar o atrito e prevenir o desgaste

precoce dos componentes do equipamento, a lubrificação é a técnica ou processo

utilizado na aplicação de uma camada de lubrificantes entre duas superfícies solidas

em movimento relativo as separando parcialmente ou completamente, assim com as

superfícies não mais em contato conseguimos evitar o atrito e diminuir o desgaste e

uma vez assim melhorando o desempenho do maquinário.

Tendo como objetivo geral demonstrar como a lubrificação industrial é de suma

importância para o bom desempenho e funcionamento das maquinas e equipamentos

industriais, pois sem a lubrificação não seria possível duas superfícies em contato

deslizar sem sofrer com o atrito que gera calor e desgaste. Quanto aos objetivos

específicos. foi abordado descrever os conceitos de lubrificação, nesse tópico foi

realizado uma pesquisa sobre a o que é lubrificação e os produtos lubrificantes, como

segundo objetivo foi proposto apontar a lubrificação como forma de manutenção

preventiva, uma vez que a lubrificação é parte fundamental do procedimento de

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manutenção, e por último estudar os benefícios da lubrificação dentro da empresa,

por que um equipamento sem a devida lubrificação não trabalha de maneira adequada

causando paradas inesperadas e muitos prejuízos.

O presente trabalho abordou como metodologia a revisão bibliográfica, com

fonte de pesquisa secundaria, o tema foi escolhido por afinidade com o assunto em

questão e com a manutenção em si. Na pesquisa bibliográfica foram consultadas

várias literaturas relativas ao assunto abordado no trabalho em questão, artigos

científicos e sites com informações sobre o assunto em estudo, tudo o que foi útil para

a fundamentação do trabalho e os resultados obtidos serão apresentados de forma

qualitativa.

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1 CONCEITOS DE LUBRIFICAÇÃO

Lubrificação é simplesmente a aplicação de um filme lubrificante para melhorar

a suavidade do movimento de uma superfície em relação a outra, e o material que é

utilizado neste modo é chamado de lubrificante (LANSDOWN, 2004, p. 13).

Para Bannister (1996) lubrificação é introduzir um lubrificante para garantir que

duas superfícies em movimento relativo não entrem em contato.

Aplicar uma substancia como óleo, graxa ou sabão entre duas superfícies

solidas que se movem umas nas outas, reduzindo a resistência ao movimento, a

produção de calor e o desgaste, formando uma película fluida entre as superfícies

(MANG; DRESEL, 2007).

Com a lubrificação procuramos separar as superfícies em movimento com uma

camada de óleo assim reduzindo o contato entre elas, com isso temos duas grandes

vantagens:

- Reduzir o atrito pois a resistência do óleo ao deslocamento é menor que as

forças de adesão e cisalhamento nos picos e vales da rugosidade;

- Reduzir o desgaste por evitar o contato solido entre as partes moveis.

A formação da camada lubrificante, ou seja, a forma como o filme de óleo é

aplicada pode acontecer de duas formas:

- Lubrificação hidrostática: quando as superfícies a serem lubrificadas estão

imóveis e o fluido é pressurizado entre elas;

- Lubrificação hidrodinâmica: quando o filme de óleo é criado pelo movimento

relativo entre as duas superfícies a serem lubrificadas (CARRETEIRO; BELMIRO,

2006).

1.1 LUBRIFICANTES

O óleo lubrificante é um produto muito utilizado pelas indústrias, ele é essencial

para reduzir o atrito entre superfícies em constante contato e o desgaste de maquinas

e equipamentos. Os óleos lubrificantes podem ser de origem animal ou vegetal,

derivados do petróleo (óleos minerais) ou produzidos em laboratório (óleos sintéticos),

podendo ainda ser constituído pela mistura de dois ou mais tipos (óleos compostos),

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ele pode ser formulado somente com óleos básicos ou agregados e aditivos

(CARRETEIRO; BELMIRO, 2006).

Conforme Carreteiro e Belmiro (2006), os óleos lubrificantes mais utilizados

pelas industrias são os de origem mineral aqueles que são derivados da refinação

(fração e destilação) do petróleo, o petróleo é um recurso natural, tem origem

orgânica, ou seja, vinda de animais ou vegetais em decomposição sem a presença de

oxigênio que se transformaram no óleo cru, óleo cru é o petróleo recém extraído é

composto de uma mistura de vários hidrocarbonetos diferentes e trata-se de uma

mistura de cor amarela ou preta encontrada em rochas sedimentadas.

O petróleo é basicamente um hidrocarboneto, ou seja, um composto de

carbono e hidrogênio, e geralmente são parafínicas (hidrocarboneto em cadeia aberta)

ou naftênica (hidrocarboneto em cadeia fechada), porém, também possui outros

componentes e até alguns contaminantes indesejáveis, e ele serve como base para

fabricação de muitos produtos como o óleo diesel, gasolina, óleos lubrificantes,

polímeros plásticos e até medicamentos entre outros (CARRETEIRO; BELMIRO,

2006).

Existem vários tipos diferentes de petróleo e estes possuem densidades

diferentes que podem ser classificadas com um grau chamado API (American

Petroleum Institute) sendo que quanto maior o grau mais leve a amostra (ZAMBONI,

2008, p.13), conforme o quadro abaixo.

Quadro 1: amostras classificadas segundo o grau API

Amostra Grau API

Asfalto 11º API

Óleo bruto pesado 18º API

Óleo bruto leve 36º API

Nafta 50º API

Gasolina 60º API

Fonte: Lubrificantes & Lubrificação Industrial; Carreteiro e Belmiro (2006).

Assim podemos classificar as amostras de petróleo em petróleo leve, médio e

pesado como no quadro abaixo

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Quadro 2: classificação segundo o grau API

Petróleo leve Acima de 30º API

Petróleo médio Entre 21 a 30º API

Petróleo pesado Abaixo de 21º API

Fonte: Lubrificantes & Lubrificação Industrial; Carreteiro e Belmiro (2006).

Cada hidrocarboneto possui uma formula diferente com quantidades de

átomos, arranjos e ligações próprias, a quantidade de átomos de carbono varia de 1

a 60, sendo que existem cerca de 150 tipos diferentes de hidrocarbonetos cada um

com características e aplicações.

O óleo lubrificante é a substancia que se interpõe entre duas superfícies em

movimento, formando uma película que minimiza o contato entre as partes, evitando

o atrito, desgaste e geração de calor causada pelo atrito. Conforme Stachowiak e

Batchelor (2005, p. 51), os lubrificantes podem ser definidos como fluídos compostos

de misturas complexas e em estrutura básica de hidrocarboneto usados

principalmente para o controle do atrito e desgaste.

A função mais importante dos lubrificantes industriais (óleos e graxas) é a

redução de fricção e desgaste e em alguns casos, o movimento relativo de duas

superfícies rotativas só é possível se um lubrificante estiver presente (MANG;

DRESEL, 2007).

O atrito é o principal componente do desgaste mecânico, segundo Carreteiro e

Belmiro (2006, p 115), sempre que uma superfície se mover em relação a outra

superfície, haverá uma força contraria a esse movimento, esta força chama-se atrito,

ou resistência ao movimento. De uma forma mais completa, o atrito é um estado de

aspereza ou rugosidade entre dois sólidos em contato, que permite uma troca de

forças em uma direção tangencial a região de contato entre os sólidos.

O atrito na pratica gera uma serie de consequências indesejadas tais como o

desgaste mecânico que segundo Carreteiro e Belmiro (2006, p 119) diz que todos os

corpos sofrem a ação inexorável do desgaste com o decorrer do tempo, logicamente,

duas superfícies em constante movimento, uma contra a outra, sofrerão desgaste. O

desgaste mecânico reduz a vida útil das partes aumentando a taxa de manutenção, o

que causa além do gasto direto (tendo que realizar a troca das partes afetadas antes

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do tempo correto), traz gastos com equipamentos parados e assim não atingindo as

metas de produção.

Carreteiro e Belmiro (2006), mencionam alguns tipos de desgastes que

ocorrem em equipamentos industriais:

Atrito;

Corrosão;

Abrasão;

Estriamento;

Desalojamento;

Cavitação;

Erosão;

Esfoliação;

Endentação;

Fragmentação.

Outra consequência indesejada do atrito é a geração de calor e com isso um

maior consumo de energia.

Segundo Mobley (2007) e Bannister (1996), os óleos lubrificantes possuem

muitas outras funções do que só reduzir atrito e desgaste:

Auxilia na refrigeração;

Auxilia na vedação;

Evita a entrada de impurezas;

Faz a limpeza das peças;

Protege contra corrosão;

Além de tudo aumenta a vida útil do equipamento.

Qualquer fluido pode funcionar como um lubrificante e por isso podem existir

lubrificantes em diversos estado físico como gasoso, sólido que temos como exemplo

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o grafite, bissulfeto de molibdênio, enxofre, fósforo, etc., semissólido temos a vaselina,

graxa vegetal, animal ou mineral ou o mais utilizado no mercado o lubrificante líquido

como a água, óleo vegetal, animal ou mineral, sintético (NEALE, 2001, p.15), na

lubrificação de máquinas utilizam-se principalmente óleos e graxas minerais.

Os lubrificantes sólidos podem atuar como um bom redutor de atrito e devem

possuir forte aderência a metais, pequena resistência ao cisalhamento, estabilidade

em altas temperaturas, ser quimicamente inertes e ter elevado coeficiente de

transmissão de calor (CARRETEIRO; BELMIRO, 2006, p.109).

Já a graxa é definida como uma combinação semissólida de produtos de

petróleo e um sabão ou mistura de sabões, adequada para certos tipos de lubrificação

e são empregadas nos pontos em que os óleos não seriam eficazes, em virtude de

sua tendência natural em escorrer, são usadas também, quando é conveniente formar

um selo protetor, evitando a entrada de contaminantes. (PIRRO; WESSOL, 2001).

As graxas devem ser usadas em aplicações onde ocorrem vazamentos de um

óleo, elas também podem fornecer a ação de um selante natural (MOBLEY, 2007).

O principal constituinte dos lubrificantes é a base lubrificante, eles são

derivados do petróleo e são combinados com aditivos para conferir propriedades

especificas para cada aplicação, as bases lubrificantes podem ser:

Minerais;

Sintéticas;

Semissintéticas.

Os óleos minerais são obtidos a partir do petróleo, vinda diretamente do óleo

cru, dentre os óleos lubrificantes são os mais importantes e empregados na

lubrificação realizada dentro das indústrias, uma vez que, possui o menor custo em

comparação aos outros óleos. São derivados da refinação (fração e destilação) do

petróleo. Eles consistem basicamente de carbono, hidrogênio, sob a forma de

hidrocarbonetos e geralmente são parafínicas (hidrocarboneto em cadeia aberta) ou

naftênica (hidrocarboneto em cadeia fechada) (CARRETEIRO; BELMIRO, 2006).

Os lubrificantes sintéticos surgiram da necessidade de certas industrias a

lubrificantes aptos a suportar diversas condições possíveis que os óleos de bases

minerais não atendiam, eles são definidos como óleos obtidos da síntese química de

hidrocarbonetos em laboratório e dependendo da sua composição, podem ser

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classificados nos seguintes grupos: ésteres de ácidos dibásicos, de organofosfatos e

de silicones, este último composto de ésteres de poli glicol (MANG; DRESEL, 2007).

Apesar de possuir um valor elevado em relação aos outros óleos lubrificantes

no mercado, o consumo dos óleos lubrificantes sintéticos aumentou espantosamente

nas últimas duas décadas, devido à necessidade de trabalho do maquinário industrial

sob condições extremas de temperatura e pressão (MANG; DRESEL, 2007, p.64).

Seus principais benefícios são:

Uma vida útil do óleo maior comparado aos outros óleos disponíveis;

Redução de depósitos de resíduos em reservatórios de óleo;

Contenção no consumo de energia e consumo do próprio óleo;

Uma melhor refrigeração da máquina e equipamento;

Menos ruído e menor vibração do equipamento.

Além do óleo sintético há ainda o semissintético, o qual é composto de uma

combinação de base mineral misturada com base sintética para obtenção de um

produto misto com características de ambos (FONTENELLE, 2008, p.8).

1.1.1 Aditivos

Um bom desempenho de um lubrificante está diretamente ligado à sua

composição química e ao processo de refinamento que óleo cru foi submetido, além

da adição de aditivos. Esta junção de aditivos dá uma melhor característica aos

lubrificantes, permitindo controlar a sua eficácia e qualidade, além de possibilitar o

direcionamento do seu uso (CARRETEIRO; BELMIRO, 2006, p.35).

Os aditivos são substancias que, anexadas ao lubrificante, alteram suas

propriedades especificas (STACHOWIAK; BATCHELOR, 2005, p. 81).

Segundo Stachowiak e Batchelor (2005, p. 82), o proposito dos aditivos é

melhorar a resistência a oxidação; controlar a corrosão; melhorar a resistência ao

desgaste e ao atrito; possibilitar o funcionamento a extrema pressão; melhorar a

viscosidade dos lubrificantes entre outros.

Os principais aditivos estão divididos em:

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Detergentes;

Dispersantes;

Antioxidantes;

Anticorrosivos;

Antiespumantes;

De extrema pressão;

Aditivos aumentadores do índice de viscosidade.

Aditivos detergentes: esse tipo de aditivo é destinado somente a lubrificação de

motores, e tem a função de limpar os resíduos de carbono que podem existir durante

a combustão, dessa forma, o aditivo mantém em suspensão e após algum tempo, o

carbono formado na massa de óleo, após o esvaziamento do cárter, é totalmente

eliminado. Além dessa característica, ele tem a função de deixar as paredes internas

dos motores perfeitamente limpas, tirando qualquer resíduo de carbono e vernizes.

Aditivos dispersantes: esse tipo de aditivo atua como neutralizador de produtos

de alta oxidação, mantendo os contaminantes dispersos no próprio óleo e evitando

que compostos insolúveis fiquem derivados na superfície metálica.

Aditivos antioxidantes: esse tipo de aditivo evita as reações de oxidação, pois

possuem maior afinidade química, os derivados do petróleo podem sofrer oxidação

por possuírem oxigênio, assim formando gomas vernizes e borras, os aditivos

antioxidantes podem se dividir em dois grupos, o grupo primário que eliminam os

radicais orgânicos e no grupo secundário que decompõem os peróxidos formados.

Aditivos anticorrosivos: esse tipo de aditivo tem como principal função inibir a

corrosão em superfícies metálicas não ferrosas (inibir o ataque de oxigênio e ácidos).

Aditivos antiespumante: esse tipo de aditivo desmancha as bolhas de ar que se

formam quando os óleos lubrificantes são agitados de maneira violenta com o ar, no

mesmo instante em que elas atingem a superfície livre do óleo.

Aditivos de extrema pressão: esse tipo de aditivo é utilizado, geralmente, em

lubrificantes de transmissão e diferenciais, ou seja, quando a pressão exercida sobre

a película do óleo excede certos limites, eles impedem danos como arranhões e

desgastes.

Aditivos aumentadores do índice de viscosidade: esse tipo de aditivo é capaz

de aumentar a viscosidade de qualquer óleo básico pela dissolução e inchamento

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entre moléculas, para se obter um lubrificante com índice de viscosidade maior

empregam-se agentes aumentadores do índice de viscosidade e vice-versa

(CARRETEIRO; BELMIRO, 2006).

O índice de viscosidade é a resistência que um produto de petróleo apresenta

para modificar sua viscosidade com a variação de temperatura, baseado nas medidas

de viscosidade cinemática as temperaturas de 40° c a 100°c, quanto mais alto o índice

de viscosidade, menor o efeito da temperatura sobre a viscosidade do produto

(MANG; DRESEL, 2007, p.716).

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2 LUBRIFICAÇÃO E A MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A indústria tem como finalidade transformar matéria-prima em produto acabado

e depois comercializá-lo, dentro de uma linha de produção, para que ocorra a

transformação da matéria-prima é necessário o funcionamento de uma ampla cadeia

de maquinas e equipamentos, os quais sofrem diversas falhas e defeitofs devido ao

uso e ao tempo de utilização, tais ocorrências criam a necessidade de uma

manutenção continua.

Fundamentado no princípio que diz que toda máquina ou equipamento no

transcorrer do seu tempo de uso fica sujeito a uma ação de desgaste/deterioração, de

maneira inevitável, faz-se necessário nesse período de tempo algumas interferências

de reparos, troca de peças e componentes, lubrificação e verificações, todas essas

operações é o que chamamos de manutenção (VIANA, 2006).

Para Kardec e Nascif (2015), a manutenção industrial é o conjunto de ações

responsáveis para a preservação ou restauração da função pretendida de um

determinado processo com o menor custo total possível.

Quando se fala em manutenção, muitas vezes o entendimento não é

inteiramente adequado, pois esta atividade adquiriu uma grande importância no

cenário industrial, e para tal, foram providenciadas implementações significativas a

essas atividades. Nesse atual cenário, a manutenção passa a ser uma atividade de

estratégia que possibilita a plena confiabilidade do funcionamento de determinado

processo industrial (VIANA, 2006)

A manutenção deve atender as necessidades do processo produtivo de forma

a melhorar a performance da máquina e a qualidade, do produto fabricado (FILHO,

2004).

Pode-se considerar, num sentido mais amplo, que o objetivo da manutenção

não é somente o de manter ou restaurar as condições físicas do equipamento, mais

também manter suas capacidades funcionais (KARDEC; NASCIF, 2015).

Hoje a técnica de manutenção deve ser necessariamente desenvolvida sob a

estratégia de redução dos tempos de intervalo nos equipamentos, buscando obter o

menor tempo de indisponibilidade para o serviço. (VIANA, 2006).

Kardec e Nascif (2015, p.26), sugerem um conceito mais amplo que caracteriza

bem a moderna missão da manutenção.

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[...] garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um processo de produtos ou de serviços com confiabilidade, segurança, preservação do meio ambiente e custo adequado. [...]

Assim a Manutenção Industrial não só restaura o bom funcionamento de

máquinas e equipamentos, todavia torna-se função estratégica dentro da empresa,

bem como fator capaz de oferecer um diferencial competitivo as mesmas (VIANA,

2006).

Tradicionalmente, a Manutenção Industrial tem sido enxergada e aplicada

como uma atividade essencial e vital para manter o perfeito funcionamento do

Processo produtivo de uma empresa. É comum encontrar defensores de uma

planejada manutenção argumentando dos méritos de seu método escolhido

(NARAYAN,1998).

Muitos gestores da indústria não dão a devida atenção a manutenção das

maquinas, mas, as revisões periódicas são de extrema importância para a

durabilidade dos equipamentos (FILHO, 2004).

2.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A principal finalidade da manutenção é garantir o adequado funcionamento de

uma máquina ou equipamento e assim dessa maneira manter seu resultado e seu

estado o mais perto possível do original, uma forma de manutenção que mais foi

difundidas e é frequentemente usada hoje em dia é a manutenção preventiva

fundamentada no tempo e dados estatísticos.

Podemos classificar como manutenção preventiva todo serviço de manutenção

realizado em maquinas que não estejam em falha ou parado, estando com isto em

condições operacionais ou em estado de zero defeito, com isso o serviço é efetuado

em intervalos predeterminados (VIANA, 2006, p.10)

Conforme a NBR (Norma Brasileira) 5462, a manutenção preventiva é efetuada

em intervalos predeterminados, ou de acordo com critério prescritos, destinada a

reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de item.

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Na interpretação clássica do termo a manutenção preventiva visa realizar ações

de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a um plano

previamente elaborado baseado em intervalos definidos de tempo (MOBLEY, 2008,

p.96).

Para Filho (2004) manutenção preventiva é intervir no equipamento antes que

ele pare de operar, de uma forma programada, baseada na experiência, estatística ou

outro tipo de avaliação, analisando a conveniência ou não de retirar o equipamento

de operação. Com isso ela se preocupa, portanto, em parar no momento necessário

e oportuno, tanto para o equipamento tanto para o processo produtivo.

Conforme Kardec e Nascif (2015, p.59), a manutenção preventiva procura

obstinadamente evitar a ocorrência de falhas, ou seja, procura prevenir.

A manutenção preventiva será tanto mais conveniente quanto maior quanto

maior for a simplicidade na reposição; quanto mais altos forem os custos de falhas;

quanto mais falhas prejudicarem a produção e quanto maiores forem as implicações

das falhas na segurança pessoal, operacional e ambiental (KARDEC; NASCIF, 2015,

p.61).

Segundo Kardec e Nascif (2015, p.61) os seguintes fatores devem ser levados

em consideração para adoção de uma política de manutenção preventiva:

Quando não é possível a manutenção preditiva.

Quando existirem aspectos relacionados com segurança pessoal ou da

instalação que tornam mandatória a intervenção, normalmente para

substituição de componentes e lubrificação.

Por oportunidade, em equipamentos críticos de difícil liberação

operacional.

Quando houver riscos de agressão ao meio ambiente.

Em sistemas complexos e/ou de operação continua.

2.1.1 A lubrificação como manutenção preventiva

A lubrificação industrial é comumente usada como uma forma inicial de

manutenção preventiva que, quando bem administrada, traz inúmeros benefícios,

como aumentar a disponibilidade de uso das maquinas, assim podemos defini-la como

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uma ferramenta muito eficaz na diminuição dos custos com paradas inesperadas e

com o aumento na produtividade nas industrias (CARRETEIRO; BELMIRO, 2006).

A lubrificação pode ser vista como um meio de manutenção preventiva que

introduz um fluido lubrificante comumente o óleo lubrificante, entre superfícies

deslizantes metálicas, proporcionando redução de atrito e do desgaste e tendo como

principal benefício a diminuição de falhas nos elementos de maquinas e o aumento

de disponibilidade do equipamento (MANG; DRESEL, 2007)

Com um bom gerenciamento da lubrificação se dá a diminuição do desgaste e

o aumento da disponibilidade do equipamento e trazem consigo o acréscimo da vida

útil da bem e melhor eficiência no seu bom desempenho, assim causando um

crescimento na produtividade da empresa. (SILVA; WALLBANK, 1998).

Todos os equipamentos e maquinários de uma indústria precisam de uma boa

lubrificação, pois estes possuem superfícies que se movimentam relativamente uma

a outra, escorregando, rolando, avançando ou retornando. Caso as superfícies

metálicas entrem em contato direto, o atrito acarretará altas temperaturas entre elas

e possivelmente ocorrera o desgaste ou avaria acontecerá. Prontamente a

interposição de uma boa camada de lubrificante entre essas superfícies previne ou

reduz o contato direto entre elas, sem uma boa lubrificação, a maioria das máquinas

funcionária por um curto período de tempo e logo falhariam. (PIRRO; WESSOL, 2001).

A lubrificação tem um peso significativo na disponibilidade da máquina e nas

suas atividades, chegando a 50% dos motivos de quebra dentro do setor da

manutenção com isso entendemos que a lubrificação é parte fundamental de todo o

conjunto de um equipamento (BANNISTER,1996).

A lubrificação do maquinário industrial é um fator que não pode ser deixado de

lado pelos gestores e empresários, medidas simples e periódicas podem resultar em

inúmeros benefícios, dentre eles, a diminuição do consumo de energia (LANSDOWN,

2004).

Bannister (1996), cita a lubrificação como uma das funções bases da

manutenção industrial e tem como objetivo:

Diminuir o atrito;

Transforma o atrito solido em atrito fluido, evitando assim a perda de

energia;

Redução de desgaste;

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Refrigeração, assim evitando o superaquecimento;

Evita corrosão;

Ameniza os possíveis ruídos;

Diminui parcialmente as vibrações, amortecendo choques;

Transmite potência em sistemas hidráulicos;

Forma vedação.

Para um bom funcionamento dos elementos de maquinas é necessário que

haja uma boa aplicação das atividades de lubrificação industrial conduzida

impecavelmente sob os aspectos de procedimentos e recursos materiais e humanos.

Deve-se manter apropriadas práticas de lubrificação, estas definidas, pela aplicação

do lubrificante adequado, respeitando tanto a quantidade a ser aplicada quanto o

intervalo para uma nova aplicação, caso contrário ao invés de benefícios a lubrificação

industrial pode trazer prejuízos como diminuição de vida útil e de equipamentos e dos

seus elementos mecânicos. (LANSDOWN, 2004).

A maior das consequências de uma gestão de lubrificação indevida é o

aumento do consumo de energia e perda de eficácia dos equipamentos, pois antes

que ocorra a falha dos componentes da máquina, aparece força de atrito excessiva

entre eles que ocasiona sobrecarga em equipamentos elétricos, como bombas e

motores (MANG; DRESEL, 2007).

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3 LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

Uma das principais atividades da manutenção industrial é a lubrificação

industrial que visa garantir a disponibilidade operacional e a eficácia das maquinas

(FILHO, 2004).

Conforme Rabiniwicz, 1986, que concluiu que a degradação da superfície das

peças, ou seja, o seu desgaste, responde por 70% das causas de paradas de um

equipamento, e na maioria dos casos, a lubrificação inadequada é uma das razões

pela qual levam as falhas.

O processo de lubrificação industrial requer uma gestão técnica, voltada para

projetos e produtos, e uma gestão humana que envolve pessoas e processos. Por

isso, para o gestor da manutenção, ter métodos de gerenciamento da lubrificação e

uma visão completa de tudo que acontece na planta é fundamental (CARRETEIRO;

BELMIRO, 2006).

A lubrificação em uma planta industrial assume um papel de suma importância,

devido a sua necessidade para a conservação elementos mecânicos de maquinas e

equipamentos, a manutenção adequada de todo o maquinário da indústria é uma

necessidade constante, para prolongar a vida útil de peças e equipamentos, é

indispensável a implementação de sistemas organizados de lubrificação (VIANA,

2006).

3.1 GESTÃO DA LUBRIFICAÇÃO INDUSTRIAL

Quebras por falta de lubrificação acontecem todos os dias, e na maioria das

vezes, quando se realiza uma análise de quebra, chega-se à conclusão de que a falha

ocorrei pela inexistência de uma gestão de lubrificação dentro da empresa (MANG;

DRESEL, 2007).

Na maioria das investigações de falhas é comum encontrar as seguintes

causas e fatores que levam a uma parada inesperada:

Falta de manutenção preventiva adequada, indisponibilidade de parada

para manutenção preventiva (com foco na produção);

Falta de lubrificação ou lubrificação inadequada;

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Qualidade dos lubrificantes utilizados, óleo de baixa qualidade, ataque

químico nas mangueiras, vedações e retentores;

Falta de controle de particulados, o elevado nível de sujidade acelera o

desgaste nos componentes, causando quebras prematuras de peças e

componentes;

Concepção do equipamento ou projeto de máquina irregular.

Uma adequada gestão da lubrificação industrial deve buscar o monitoramento

e o controle dos recursos técnicos e materiais, tais como, lubrificantes, mão de obra e

dispositivos de aplicação (ferramental). A execução da atividade de lubrificação em si,

fundamentada nos planos preventivos de manutenção (MOBLEY, 2007).

O plano de lubrificação ganha mais importância e relevância na dinâmica da

manutenção. É a lubrificação preventiva que permite a empresa manter integridade

de seus equipamentos reduzindo custos sem comprometer a disponibilidade, a

segurança e a confiabilidade. Diante disso, manter o plano de lubrificação de

maquinas e equipamentos da empresa sempre em dia é fundamental (CARRETEIRO;

BELMIRO, 2006).

Segundo Viana (2006), as atividades de lubrificação devem ser planejadas e

programadas, seguindo um roteiro de atividades de um plano preventivo, qual sendo

realizado dentro de uma adequada gestão, vem minimizar e, até eliminar:

Falhas no maquinário por lubrificação deficiente;

Perca de eficiência no funcionamento das maquinas;

Aquecimento do equipamento por lubrificação excessiva;

Corrosão, abrasão e ferrugem no maquinário por lubrificante

contaminado (contaminação por agua, condensado, elementos químicos

e limalhas de ferro ou qualquer material solido, além da oxidação do

lubrificante).

Lubrificar perfeitamente denota planejar e programar a correta lubrificação e

para obter uma lubrificação eficiente é necessário saber o tipo e a quantidade

adequada do lubrificante e quando e onde é melhor usá-lo. A organização e controle

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desses fatores mencionados é o que damos o nome de planejamento da lubrificação.

(CARRETEIRO; BELMIRO, 2006).

Conforme Mobley (2008), o planejamento das atividades de lubrificação, visa

aplicar a quantidade adequada do correto lubrificante no local exato e dentro do tempo

apropriado. Isto se traduz em redução de quebras (paradas de manutenção), custo de

manutenção, mão de obra e redução e custos de energia.

Segundo Viana (2006) e Mobley (2007), os planos preventivos de lubrificação

devem envolver os seguintes aspectos:

Mapeamento das maquinas e equipamentos (Essa etapa é necessário

fazer o levantamento detalhado de todas as máquinas e equipamentos

que irão fazer parte do plano de lubrificação);

Identificação dos pontos a serem lubrificados (Logo após identificar as

máquinas e equipamentos, vem uma parte extremamente importante,

realizar a identificação de todos os pontos imprescindíveis para serem

lubrificados. Para fazê-lo é de suma importância ter em mãos o manual

da máquina ou equipamento para assim poder identificar esses pontos,

o tipo de lubrificante, a quantidade indicada e o intervalo de tempo

necessário para se lubrificar. Para ajudar a identificação dos pontos no

local de aplicação normalmente são feitas plaquetas ou decalques e

fixados direto no local ou na impossibilidade disso, no local mais próximo

dos pontos de lubrificação);

Elaboração das rotas de lubrificação (Necessita ser elaborado em

função do layout dos equipamentos, da sua disponibilidade, frequência

de aplicação e tempos de deslocamento e lubrificação, portanto deve ser

o mais racional possível);

Adaptação dos estoques (O planejamento de lubrificação só ficará hábil

se for garantido o abastecimento do lubrificante com uma quantidade e

com intervalos de tempo corretos. Esse abastecimento deve ser

contínuo e automático em quantidades apropriadas e ponto de reposição

adequados, impedindo assim a falta do item afetando todo esse

planejamento);

Programação das rotas de lubrificação (Esta é uma das fases mais

importantes uma vez que será determinado o calendário do plano,

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quando a máquina ou equipamento ficará disponível para lubrificação,

recomendando que entre todos os pontos a serem lubrificados sempre

teremos aqueles que podem ocorrer com a máquina em movimento e

outros pontos onde será necessário parar o equipamento);

Identificação dos lubrificantes (Os lubrificantes precisam ser

identificados corretamente para que não ocorra problemas com uso

impróprio nos pontos de lubrificação e mesmo quando os manutentores

fazem uso do mesmo. No plano e nos pontos de lubrificação é sempre

recomendável usar processos com códigos definidos de acordo com a

norma DIN 51502 com uso de figuras geométricas, cores e letras);

Controle do plano de lubrificação (É recomendado que o responsável

pela programação do plano de lubrificação saiba, com segurança, quais

os serviços serão executados, e quais não serão executados e quais os

serviços serão transferidos. Esse tipo de controle é feito por meio de

análise diária da rotina individual do lubrificador, reprogramação se

necessário e arquivamento do documento físico e no sistema eletrônico).

Um fator importante que não pode ser esquecido para a elaboração dos planos

de manutenção é o amplo conhecimento dos equipamentos. Bons programas de

lubrificação estão ligados a administração e funcionários de chão de fábrica, por isso,

é preciso que o grupo de pessoas esteja totalmente envolvido nesta atividade

(mecânicos, lubrificadores, planejamento de manutenção e fornecedor de lubrificantes

da empresa), e é necessário que essas pessoas possuam grande experiência em

campo e grande conhecimento do funcionamento do maquinário a ser lubrificado, para

melhorar a eficácia na preparação e gerenciamento dos planos preventivos (MOBLEY,

2007).

É importante comentar que todos os planos de lubrificação, bem como, seus

recursos, devem adotar uma completada gestão para alcançar bons resultados,

segundo Filho (2004), unicamente através de um bom planejamento de manutenção

que é possível obter melhores níveis de disponibilidade do equipamento e,

consequentemente, do processo produtivo, sendo a disponibilidade operacional o

grande indicador da excelência da manutenção e da garantia de produtividade.

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Vale ressaltar que os óleos lubrificantes necessitam de alguns cuidados

especiais, tanto com os dispositivos de lubrificação, com a armazenagem e manuseio

como com a análise detalhada do óleo usado pois ela é uma das principais

ferramentas auxiliares na manutenção e não menos importante é a reciclagem e o

rerrefino do óleo que será descartado (CARREIRO; BELMIRO, 2006).

3.1.1 Benefícios da lubrificação em maquinas industriais

Atualmente, a lubrificação é fator decisivo no poder de competitividade, sendo

uma fonte de ganhos, proporcionando melhorias na performance dos equipamentos

e, principalmente, na redução dos custos de manutenção.

Somente a prática da lubrificação correta, efetuada de forma contínua e

permanente, garante uma vida útil plena para os componentes de máquinas, e embora

não percebida por muitos, a lubrificação correta concorre, também, para a redução no

consumo de energia e na preservação dos recursos naturais (MANG; DRESEL, 2007).

Nesse contexto, a utilização de técnicas de lubrificação adequadas acarreta

inúmeros benefícios para a empresa, e somado ao uso do produto certo pode ter um

resultado bastante positivo (PIRRO; WESSOL, 2001).

Produtividade, qualidade, custo e segurança não são mais fatores isolados para

o crescimento das empresas. Esses fatores estão inter-relacionados entre si e inter-

relacionados com a lubrificação (BANNISTER,1996).

Por fim, uma lubrificação organizada apresenta as seguintes vantagens:

Aumenta a vida útil dos equipamentos em até dez vezes ou mais;

Reduz o consumo de energia em até 20%;

Reduz custos de manutenção em até 35%;

Reduz o consumo de lubrificantes em até 50%;

Maximiza a disponibilidade do equipamento e a eficiência operacional;

Melhora significativa da segurança operacional.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho foram abordados a importância da lubrificação de maquinas e

equipamentos dentro de uma indústria, o processo de lubrificação consiste na

aplicação de uma substância específica entre as superfícies que entram em contato

durante o funcionamento do maquinário. Existem diversos tipos de lubrificantes

industriais como em forma de graxa e óleos que tem como função impedir o contato

direto entre as superfícies sólidas que causam atrito e diversos tipos de desgastes.

O objetivo principal da manutenção é garantir o bom funcionamento de uma

máquina e/ou equipamento e dessa forma manter seu rendimento e seu estado o mais

próximo possível do original e a lubrificação industrial é comumente usada como uma

forma inicial de manutenção preventiva que, quando bem administrada, traz inúmeros

benefícios, como aumentar a disponibilidade de uso das maquinas, assim podemos

defini-la como uma ferramenta muito eficaz na diminuição dos custos com paradas

inesperadas e com o aumento na produtividade nas indústrias.

A lubrificação em uma planta industrial assume um papel de suma importância,

devido a sua necessidade para a conservação elementos mecânicos de maquinas e

equipamentos, a manutenção adequada de todo o maquinário da indústria é uma

necessidade constante, para prolongar a vida útil de peças e equipamentos, é

indispensável a implementação de sistemas organizados de lubrificação, e somente a

prática da lubrificação correta, efetuada de forma contínua e permanente, garante uma

vida útil plena para os componentes de máquinas

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