tese rebele-se para o conune 52°

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Tese Rebele-se para o CONUNE 52°

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Livre acesso

já!

Em quase todos os países da África de levantes chegue a outros países, em especial

ainda perduram regimes autoritários que se à região do Oriente Médio, grandes produtores

mantêm no poder em aliança com o de petróleo que servem de reserva para o

imperialismo e oprimem o povo. A fome e a desenvolvimento da economia capitalista

miséria que assolam o continente são o mundial.

resultado direto da disputa econômica entre as É dessa forma que os países

potências imperialistas envolvendo os EUA, imperialistas se lançaram em mais uma guerra

China, Rússia, França e Alemanha. por petróleo, atacando a Líbia, e descumprindo

Os países localizados no norte da África, a própria decisão aprovada pela ONU de “zona

com grandes reservas de matérias-primas, de exclusão aérea”. O ataque ao povo líbio, sob

foram diretamente afetados pela crise pretexto de derrubada de Khadafi nada mais é

econômica do capitalismo com aumento do do que a repetição das criminosas ocupações do

desemprego e falta de perspectiva para o povo, Afeganistão e do Iraque, para assumir o

em particular da juventude. Nos levantes da controle das reservas de petróleo da Líbia, as na faixa de gaza evitando os constantes ataques Tunísia e do Egito os jovens ocuparam as maiores da continente africano. de Israel contra a Palestina? A verdade é que essa primeiras fileiras na luta contra os regimes Até mesmo porque, se a real intenção disputa geopolítica do mundo reafirma a reacionários de seus países e foram peça-chave fosse evitar as mortes de civis e estabelecer a decadência do sistema capitalista, e a sua para a derrubada dos governos corruptos há “democracia”, quais medidas foram tomadas necessidade de através das guerras movimentar décadas no poder. contra os governos do Iêmen, Síria ou do bilhões na indústria bélica, controlar as matérias

As potencias imperialistas, grandes Bahrein que tem reprimido duramente a primas e dominar novos mercados. aliadas desses regimes, aumentam suas oposição e já ultrapassam centenas de mortos?

atenções à África tentando impedir que a onda Por que não se criar uma zona de exclusão aérea

crescimento do Brasil tem como base a produzidas no país. Para se ter uma idéia, o

utilização de força de trabalho extremamente Brasil destina apenas 0,58% do PIB em

barata e grandes investimentos estrangeiros, transferência de renda, enquanto a Argentina

vindos, em especial, da China. (0,7%), o Paraguai (0,92) e a Guatemala (3%)

Acontece que essa mão-de-obra, investem mais recursos no combate à fome.

mesmo a qualificada vinda das escolas técnicas Isso só mostra que o caminho a ser

e Universidades, recebe um dos menores seguido pelos trabalhadores e pela juventude

salários do mundo. Basta ver que o salário não pode ser o de apostar no chamado

mínimo nacional é de apenas R$ 545,00, quatro crescimento econômico, pois ele beneficia

vezes menor do que o necessário de acordo com apenas os mais ricos e donos das fábricas, terras O Brasil se coloca numa posição de

o DIEESE. Em comparação com os países da e grandes empresários. Prova disso tem sido o destaque em todo esse quadro da economia

América Latina, a Argentina (R$ 1.570,00), fortalecimento das lutas dos trabalhadores, mundial. Começa 2011 com o balanço de um

Paraguai (R$ 1.000,00), Equador (R$ 850,00), e como vimos nos meses de março e abril desse crescimento de 7,5% no ano passado e ocupa o

a Venezuela (R$ 840,00), que possuem salários ano nas obras de Jirau, Santo Antônio e de lugar de 7° maior economia do mundo.

mínimos bem superiores ao do país. Saupe, onde mais de 40 mil trabalhadores No entanto, o país continua como uma

D e s s a f o r m a , a s e m p r e s a s cruzaram os braços contra os abusos dos das nações mais desiguais do mundo, sendo o

multinacionais e a indústria brasileira têm patrões. Só com a luta é que se conquista!73° lugar no ranking do IDH, e com 45% do PIB

mantido crescentes índices de produtividade e Portanto, para conquistarmos, de fato, (soma de todas as riquezas produzidas) sob

batido inúmeros recordes, mesmo na um Brasil do povo, é preciso romper com a propriedade de apenas 5 mil famílias.

agricultura. Os trabalhadores, no entanto, submissão a política de pagamento da dívida É verdade que a crise não se abateu

continuam vivendo com baixos salários, e os pública, cortar os incentivos ao grande capital, sobre a economia nacional como nos outros

grandes capitalistas continuam sendo os promover a reforma agrária e demcratizar de países. Através da ajuda milionária do governo

verdadeiros beneficiados por toda essa riqueza. uma vez por todas as riquezas, colocando os às empresas multinacionais e do arrocho salarial

Até mesmo as medidas de transferência trabalhadores e o povo com o controle da para os trabalhadores, os efeitos da crise foram,

de renda (bolsa família, por exemplo) economia e não os especuladores.a princípio, minimizados. Mas na verdade, o

representam muito pouco diante das riquezas

FORA IMPERIALISMO DA LÍBIA!

E O BRASIL, COMO ANDA?

3

Ataques à Líbia tem matado civis e destruído o país

Mesmo sendo país rico, milhões vivem na pobreza

Durante toda a A tarefa agora é a de dar um caráter cada

gestão, as jornadas de vez mais nacional a essa alternativa,

mobilização não foram convocando jornadas e atividades em todos os A atual gestão da UNE foi marcada, por prioridade. A UNE não foi capaz de, através de estados e fortalecendo o campo da oposição na conta da ação de suas correntes majoritárias passeatas, greves e ocupações, dar a resposta UNE. A UNE precisa realizar no segundo (PcdoB, PT/DS e PPL), por limitar as devida ao corte de verbas na educação em 2010 semestre desse ano uma plenária nacional de reivindicações dentro do que é aceitável para o e 2011, vanguardear o processo de mobilização Universidades públicas que prepare uma governo e não fazer uma contestação profunda contra o aumento das tarifas de ônibus e dar o jornada de mobilizações e um seminário para sobre a situação atual da universidade, abrindo enfrentamento devido à implantação das metas avaliar o impacto do Reuni nas universidades. mão de defender de maneira intransigente o do Reuni em várias universidades. Nas particulares, é necessário realizar uma interesse dos estudantes. Chegamos ao cúmulo

O funcionamento democrático da grande campanha contra a mercantilização da de ouvir do presidente Luis Inácio Lula, durante entidade também não foi garantido. Apesar de educação e em defesa de um lei que o ato de lançamento da pedra fundamental do aprovado no 51° Congresso, o Conselho Editorial regulamente as mensalidades.terreno da praia do flamengo, que a UNE deveria e o Conselho Fiscal da entidade praticamente No momento em que a UNE chega perto reformular sua pauta de reivindicações pois o não funcionaram durante a gestão, prejudicando dos seus 75 anos reconstruíndo a sua sede e governo havia atendido a todas. Ora, se é a política de comunicação e a transparência no enfrentando uma conjuntura internacional de verdade que o governo atendeu todas as uso dos recursos financeiros. profunda crise do imperialismo-capitalista. No reivindicações dos estudantes, podemos

Por outro lado, a atual gestão da momento em que povos de quase todos os concordar que a universidade atual é a que entidade teve a marca de um importante países do mundo acordam para uma nova onda queremos? Não! A universidade que queremos crescimento na base do movimento Rebele-se e de revoluções, com os jovens e os estudantes a é radicalmente diferente da que está aí. do campo da oposição. Milhares de estudantes frente desses processos, a UNE precisa retomar Durante o período eleitoral (2010), a de universidades das mais importantes do Brasil a rebeldia dos jovens que deram a sua vida pela UNE não foi capaz de pautar os temas da aprovaram a nossa atuação e fomos conduzidos entidade tornando possível que atual geração educação no debate entre os candidatos. Isto para a gestão de importantes Diretórios enfrente a atual situação com maior liberdade.aconteceu porque, ao invés de pautar através da Centrais, derrotando o governismo e o É preciso resgatar cotidianamente a luta de rua e atividades nas universidades as esquerdismo inconsequente. Tivemos, também, rebeldia de Honestino Guimarães, Manoel Lisboa reivindicações estudantis, a direção majoritária a oportunidade de desenvolver importantes e Alexandre Vanuchi Leme. A coragem de priorizou o contato com os candidatos e a lutas em defesa de mais verbas para educação e Fernando Santa Cruz e Iara Iavelberg. A firmeza tentativa de entregar um documento aprovado da assistência estudantil que deram ainda mais de Odijas de Carvalho e José Carlos da Matta no CONEG. No final, quase nenhum candidato legitimidade para a afirmação de uma nova Machado. Retomar a história da UNE é retomar a recebeu o documento e os temas da educação direção nacional para o movimento estudantil. história e o exemplo desses e muitos outros passaram longe do debate eleitoral.

heróis e heroínas.

Queremos uma UNE rebelde, combativa e ao lado do estudante

Vivemos desde 2004 um processo de expansão do ensino universitário brasileiro através da

interiorização das universidades federais e criação de outras. Em um outro momento histórico (décadas de 60

e 70 do século passado) o ensino superior brasileiro também passou por um processo de expansão através da

criação das universidades estaduais e municipais. Na década de 60, essa expansão representou quase a

duplicação das vagas no ensino superior.

Porém, cinqüenta anos após essa primeira expansão, vemos as universidades estaduais e municipais

em péssimas condições. São sucessivas denúncias de corrupção e acumulam-se as greves e o protesto da

sociedade. No ano de 2007, reduziu-se em 9% a oferta de vagas nestas universidades, isso representa um

passo atrás na expansão da universidade brasileira, além de demonstrar o sucateamento pelo qual passam.

A falta de investimentos nestas instituições é marcante. Várias são as universidades que cobram mensalidades de seus estudantes, como os campi do

interior da UEMG e as autarquias municipais em quase todo o país. Poucas são as universidades estaduais que têm autonomia financeira. A maioria vive sob

as oscilações da arrecadação de impostos do estado. Fruto disso, sempre que há uma política de isenção fiscal para montadoras e empresas, o primeiro

orçamento a sofrer é o das universidades estaduais.

É preciso que a União Nacional dos Estudantes promova uma campanha nacional de defesa do investimento público nestas instituições de ensino.

Várias são as grandes cidades do país que não possuem universidades federais e têm como responsáveis pelo suprimento da demanda de vagas no ensino

superior as universidade estaduais e municipais, que portanto cumprem um importante papel no desenvolvimento regional de nosso país.

A UNE E AS UNIVERSIDADES ESTADUAIS

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Em defesa da autonomia das estaduais