terceiro estágio personalismo de wallon

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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP TERCEIRO ESTÁGIO PERSONALISMO DE WALLON Psicologia Sócio Interacionista BAURU 2014

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DISCIPLINA: Psicologia Sócio Interacionista

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UNIVERSIDADE PAULISTA UNIP

TERCEIRO ESTGIO PERSONALISMO DE WALLON Psicologia Scio Interacionista

BAURU2014

TERCEIRO ESTGIO PERSONALISMO DE WALLONPsicologia Scio Interacionista

Trabalho apresentado UniversidadePaulista UNIP, como requisito parcial do curso de psicologia do 5 semestre, da disciplina: Psicologia Scio Interacionista.Professor(a) Mestre:

BAURU2014RESUMO

Neste trabalho foi abordado o 3 Estgio de Wallon. Este Estgio conhecido como Personalismo, onde a criana comea a desenvolver sua personalidade. Para uma melhor compreenso do assunto foi pedido, pela professora mestre desta disciplina Eliane Silva Gabas, que assistssemos a filmes para que escolhssemos alguma cena do filme para realizarmos uma comparao e relacionar o terceiro estgio de Wallon e, descrever a cena conforme o estgio escolhido. Os filmes escolhidos foram: O Paizo, com o ator Adam Sandler, um filme norte americano de comdia e drama, estreado em 1999, e o filme Um Tira no Jardim de Infncia, com Arnold Schwarzenegger, um filme norte americano de comdia que foi estreado em 1991.

ABSTRACT

This work addressed the 3rd stage Wallon. This stage is known as personalism, where the child begins to develop his personality. For a better understanding of the subject was asked, by master teacher of this discipline Eliane Silva Gabas room to watch movies for us to choose a movie scene to conduct a comparison and relate the third stage of Wallon and describe the scene as the stage chosen. The films were chosen: "The Big Daddy" with Adam Sandler is an American comedy film and drama, premiered in 1999, and the movie "A Kindergarten Cop" with Arnold Schwarzenegger, is an American film comedy that was released in 1991.

1 INTRODUO

Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu na Frana no ano de 1879, viveu durante toda sua vida em Paris, onde morreu em 1962 (com seus 83 anos de idade). Ele foi filsofo, mdico, psiclogo, poltico francs e marxista convicto. Sua vida foi marcada por intensa produo intelectual e grande participao nos acontecimentos que marcaram a sua poca. Wallon tambm buscou integrar a atividade cientfica ao social com atividade de coerncia e engajamento.Antes de chegar psicologia, passou entre filosofia e medicina, ao longo de sua carreira, a educao foi ficando cada vez mais prxima. O interesse de Wallon pela psicologia manifestou-se muito cedo, antes mesmo de terminar os seus estudos secundrios. A curiosidade e o gosto pela psicologia so os dois motivos que mais levam as pessoas a agirem de maneiras diferentes.No ano de 1902, aos 23 anos de idade, formou-se em filosofia pela escola normal superior. Durante o ano seguinte, deu aulas da matria no ensino secundrio. Membro de uma famlia de tradio universitria e republicana foi criado numa atmosfera humanista pelo seu av que era uma figura de grande admirao por Wallon. Foi historiador, discpulo e poltico de oposio ao segundo imprio. Foi tambm o autor da emenda conhecida como Emenda Wallon na constituio de 1875.Viveu num perodo marcado por muita instabilidade social e turbulncia poltica, acontecimentos como as duas guerras mundiais, as revolues socialistas e as guerras para libertao das colnias na frica que atingiram boa parte da Europa e, em especial a Frana.Cursou medicina e formou-se em 1908, atuou como mdico at 1931 em instituies psiquitricas, onde se dedicou ao atendimento de crianas com deficincia neurolgica e distrbios de comportamento. Em 1914 ficou mobilizado como mdico de exercito francs, de volta a Paris, dedica-se ao atendimento de feridos de guerra. O contato com leses cerebrais ex-combatentes o fez viver algumas concepes neurolgicas que havia desenvolvido no atendimento de crianas portadoras de deficincia. O que o levou a ter interesse pela psicologia da criana.Em uma das obras de Henri Wallon, perpassada pela ideia de que os processos de aprendizagem so dialticos, ou seja, no adequado postular verdades absolutas, mas sim, revitalizar direes e possibilidades. Para Wallon, a cognio importante, mas no mais importante que a afetividade ou a motricidade.Wallon props uma srie de estgios de desenvolvimento, afirmando ento que os estgios se sucedem de maneira que momentos predominante afetivos sejam sucedidos por momentos predominantes cognitivos.Os 5 estgios propostos por Henri Wallon so os seguintes: 1 Estgio Impulsivo Emocional (de 0 a 1 ano); 2 Estgio Sensrio Motor e Projetivo (de 1 a 3 anos); 3 Estgio do Personalismo (de 3 a 6 anos) - que o estgio no qual trabalharemos; 4 Estgio Categorial (de 7 a 11 anos) e 5 Estgio da Adolescncia (de 12 anos em diante).

2 DESENVOLVIMENTO

3 Estgio: Personalismo de 3 a 6 anos de idade.Este estgio, esta voltado para a pessoa, para o enriquecimento do eu e a construo da personalidade, a conscincia corporal junto com a capacidade simblica adquirida durante os trs primeiros anos de vida fundamental para o processo de desenvolvimento da pessoa, para o processo de diferenciao eu-outro, e pode ser compreendida como o preldio da constituio da pessoa.As aquisies so graduais e alterantes, da definio do eu corporal para a definio do objeto, e desta para a do eu psquico. A passagem do estagio sensrio motor e projetivo para o personalismo exige uma alternncia de funes, uma subordinao da funo da inteligncia, para que o predomnio da afetividade possa emergir e orientar no processo de constituio da pessoa.A criana que ate o momento se referia a si mesmo na terceira pessoa, no estagio do personalismo comea a fazer uso constante do mim e o eu, mostrando assim a evoluo na linguagem e a conscincia de si. Esse estgio marcado por trs fases: oposio, seduo e imitao.Por volta dos 3 anos, temos inicio a primeira fase, a crise da oposio ao outro, podemos compreende-la como uma busca de afirmao de si, a criana sente prazer em contradizer e se confrontar com as pessoas de seu ambiente para impor sua independncia. Wallon denominou essa fase como recusa e reinvindicao.Na teoria Walloniana a pessoa evolui constantemente para uma gradual diferenciao, a distino do eu e do outro pode ser percebida primeiramente atravs dos objetos, a criana expressa na forma do meu e do teu. Na disputa pelos objetos podemos notar um sentimento de propriedade, assim a criana sente-se frustrada se algo que te pertence for dada a outra pessoa sem seu consentimento. A criana sabe que existe o objeto emprestado, mas torna-se manhosa e simula uma coisa para conseguir outra.Para conseguir o que quer a criana usa de vrios artifcios, pode recusar-se a emprestar um brinquedo para seu irmo, como pode emprestar com alegria para algum que admira, segundo Wallon, esse comportamento ocorre porque a constante comparao que efetua entre si e as outras pessoas torna muito exigentes a discriminao dos que a rodeiam.Depois da oposio, surge fase da seduo, sua necessidade agora de ser admirada, de sentir que agrada os outros, para se admirar tambm, a criana mostra uma exuberncia motora, podendo executar movimentos com perfeio. Senti necessidade de ser prestigiada, se mostra no que ela acredita que pode agradar os outros para obter exclusiva ateno, deixando os no empresto e os meu, por olha o que eu fao, olha como eu consigo.Wallon levantou a hiptese de que para essa necessidade de aprovao a sobrevivncia da participao mutua, experimentada ainda no primeiro ano de vida, que a ligava as pessoas por meio de contagio emocional. A necessidade de ser admirada ou aprovada vem sempre com conflitos e decepes quando no conseguem o que querem, podendo se torna competitiva e ciumenta, o cime muito especifico nessa fase pois apresenta um estado ainda mal diferenciado da sensibilidade.Como exemplo que podemos citar o nascimento de um irmo, a criana pode no querer renunciar ao seu lugar de caula, e ver outra criana sendo o centro da ateno e do cuidado pode causa-lhe sofrimento e frustraes, o adulto precisa identificar a gravidade e dar a devida ateno ao caso, pois uma etapa decisiva em seu desenvolvimento, se no bem orientadas pelos adultos, podem marcar de forma duradoura o comportamento da criana nas relaes que estabelece com seu ambiente. Na terceira fase do personalismo vem a imitao, no mais suficiente para criana suas prprias qualidades, criando personagem a partir de pessoas que ela admira tomando-os como modelo. No so simples gestos, a imitao passara a ser de um papel, de algum preferido, copiando e assimilando as qualidades da pessoa modelo e passa a reproduzi-los como uma manifestao nova da pessoa.A imitao tona-se mais diversificada, enriquecendo a construo da pessoa pelos diferentes papeis que a criana toma para si, onde assim favorece suas primeiras aprendizagens. A imitao para a teoria walloniana apresentam graus de evoluo, no sendo possvel antes da segunda metade do segundo ano, pois requer da criana o poder de descriminar e selecionar os gestos para copiar o modelo, e distribui-los no tempo e no espao durante a reproduo.No mbito familiar a criana aprende a se situar em relao os outros irmos, aos pais como um elemento fixo, esta ligada a famlia, porm sempre buscando sua independncia, mas tem necessidade do afeto e da proteo dos outros. O meio escolar tambm fundamental para o desenvolvimento, pois diversificado, rico e oferece novas oportunidades de convivncia para a criana, que para Wallon tem o papel de prepara a criana para o perodo seguinte, ainda nesse estagio tem como referencia a famlia.A escola um meio para formao de grupos que so iniciadores das praticas sociais e interveem no processo de desenvolvimento, em torno dos trs anos, quando a simbiose afetiva e o sincretismo subjetivo, j apresentam sensvel reduo. Durante o processo de formao da pessoa, assim como o eu, o outro tambm vai se modificando, apresentando diferentes aspectos e funes ao longo do desenvolvimento do individuo, o que revela uma intima e reciproca unio entre eles.As diferentes fases pela qual a criana passa nesse estagio, tem como objetivo principal promover a individuao de sua pessoa em relao ao seu ambiente. No personalismo, o pensamento infantil caracteriza-se ainda por um sincretismo, confuso e contraditrio, em que encontram misturados vrios planos do conhecimento. A funo simblica vai exercer-se por si mesma, como um exerccio funcional, ate sua consolidao no estagio categorial.

3 CONCLUSO

Relacionando o filme O Paizo com o 3 estgio:

Maria Aparecida: No perodo doas 3 aos 5 anos a imitao marca a terceira fase do Personalismo, a criana cria personagens e adquirem uma necessidade de auto substituir os outros. Para a criana no so mais suficientes as suas qualidades e cobia as dos outros, tomando como modelos. Assimila as qualidades da pessoa-modelo e reproduz como uma nova pessoa. Essa conduta de imitao favorece a aprendizagem.Em uma das cenas, Julian e Sonny esto em um parque e esto vendo algumas pessoas andarem de patins, Sonny por diverso coloca um graveto no caminho onde um dos patinadores cai, em uma prxima cena, Sonny esta conversando com duas outras pessoas em um parque, Julian que esta prximo a eles, nesse momento, ele (criana) joga um graveto e derruba um patinador, imitando a atitude de Sonny, e recebe incentivo do mesmo.

Jessica Guilherme: Fase da Seduo. A criana nessa fase sente determinada necessidade de ser admirada, de sentir que agrada aos outros. Assim mostram que executar movimentos com perfeio faz com que seja prestigiada e admirada para obter ateno. Ainda nessa fase os no , no fao e os no empresto , meu, ficaram no passado da criana. Surgindo assim nessa fase o Olha o que eu fao! ou olha o que eu consigo!.No decorrer do filme, em uma determinada cena Sony ensina a Julian a amarrar o tnis, mais a frente, em uma cena seguinte, esto no servio social, ele no quer mais ficar com a criana, por temer no conseguir cuidar dela, ento vai l para devolv-la, nesse momento o menino vem correndo pelo corredor gritando: olha Sony eu consegui!. Dobra, passa e puxa, se referindo a conseguir amarrar o sapato como ele havia ensinado, Sony olha para ele e diz: Olha s, parabns, voc conseguiu.

Brbara E. de Oliveira: Podemos observar no filme O Paizo, uma cena em que a criana chamada Julian est dormindo enquanto seu "pai" Sony est assistindo ao jogo do seu time favorito, quando Julian acorda vai at sua bolsa e pega um filme chamado Cano do Canguru e pedi para Sony para que coloque a fita para ele assistir, Sony fala que vai colocar aps o jogo acabar e Julian comea a gritar pedindo para que coloque o filme naquele instante dizendo que sempre assiste depois de sua soneca e que quer assim agora e no depois do jogo. Sony sede ao pedido de Julian e coloca o filme. Podemos ver nessa cena o estgio de Oposio, nesta fase a criana sente prazer em confrontar com as pessoas a sua volta, experimentando sua independncia. Esse comportamento pode ser visto na diferenciao que a criana faz com o "meu" e o "teu" atravs dos objetos. o sentimento de posse, baseado num sentimento competitivo. (Rosicleny, 2013). Nessa cena do filme O Paizo, Julian est com Sony no parque e mais dois amigos de Sony. Julian mostra para os amigos de Sony o que aprendeu com ele, e faz duas vezes o gesto que cuspir at o cho e voltar para a boca. Sony e seus amigos elogiam o que Julian fez e ele se sente muito feliz. Nessa cena aparece a fase da Seduo, nessa fase a criana sente necessidade de ser admirada, de sentir que agrada os outros. Com isso procuram fazer movimentos com perfeio para que seja admirada e para obter ateno.

Relacionando o filme Um tira no jardim de infncia com o 3 estgio:

Marina Dadalto Bilancieri: Logo no incio do filme, no momento em que o personagem principal (John Kimble) est sentado na poltrona do avio com sua parceira, atrs dele tem uma criana do sexo masculino, de aproximadamente 5 anos de idade, que realiza o comportamento de seduo, que uma das caractersticas do terceiro estgio que o personalismo. A criana est brincando com um carrinho nas mos imitando o som de um carro, em seguida, John se irrita e pega o carrinho das mos da criana e depois devolve pedindo para que ele parasse de fazer barulho. Alguns minutos mais tarde a criana volta a fazer barulhos, aparentemente para provocar John, e John retira o brinquedo de sua mo o ameaando. O comportamento da criana de provocar novamente John deve-se a seduo, pois parecia que a criana estava querendo chamar ateno, e ao John pedir para que ele parasse de fazer barulho, a criana continua a fazer barulho, ou seja, ela contraria, sendo ento uma das caractersticas do estgio de Personalismo.

Rosane Barbosa: No filme Um tira no jardim de Infncia, tem uma parte (mais ou menos nos 30 minutos de filme) em que o personagem John vai at uma escolinha para substituir uma professora. Ao chegar classe, as crianas (de aproximadamente 5 a 6 anos de idade) se posicionam e permanecem sentadas. Quando John se ausenta por alguns minutos da sala para pedir ajuda para outra professora, os alunos comeam a bagunar dentro da sala. Ao voltar na sala de aula, John pede para que as crianas ficassem quietas, porm elas continuam a bagunar, ento John se estressa e grita em voz alta: CALEM A BOCA!. As crianas, imediatamente, param de bagunar e olham para John em comeam a chorar. Esse o momento em que ocorre a seduo, onde a criana realiza comportamentos para seduzir o adulto para que ele abajule (ou algo parecido) a criana. Este comportamento faz parte de uma das caractersticas do Personalismo.

REFERNCIAS

MAHONEY, A. A.(ORG) 2 ed.e.1 Henri Wallon: Psicologia e Educao.WALLON, H. Psicologia e materialismo dialtico. In: WALLON, H. Objetivos e mtodos da Psicologia. Lisboa: Editorial Estampa, 1975 a. p. 61-67.ALMEIDA, Laurinda Ramalho de. Wallon e a Educao. In: Henri Wallon Psicologia e Educao. So Paulo: Loyola.GALVO, Izabel. Henri Wallon: Uma concepo dialtica do desenvolvimento infantil. 13 edio. Petrpolis: Vozes, 2004.GALVO, Izabel. Uma reflexo sobre o pensamento pedaggico de Henri Wallon. In: Cadernos Idias, construtivismo em revista. So Paulo, F.D.E., 1993.

ANEXOS

Anexo 1 (parte do filme Um tira no jardim de infncia)

Anexo 2 (parte do filme O paizo)