teoria geral dos recursos no processo penal

29
TEORIA GERAL DOS RECURSOS NO PROCESSO PENAL

Upload: mariana-lobo

Post on 04-Dec-2015

252 views

Category:

Documents


12 download

DESCRIPTION

aula 1

TRANSCRIPT

Page 1: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

TEORIA GERAL DOS RECURSOS

NO PROCESSO PENAL

Page 2: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

ANTAGONISMO DO SISTEMA RECURSAL

A existência de um número grande de recursosretarda a estabilidade da decisão,comprometendo-se a paz social necessária queadviria da conclusão definitiva do processo;

Ao ser permitido a possibilidade do reexamedas decisões, aumenta-se a probabilidade de quea decisão seja a melhor;

Page 3: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

CONCEITOS:

A palavra recurso deriva do latim - Recursus - que significa retrocesso, doverbo recurro - de voltar, retornar, retroceder;

recurso é o pedido de nova decisão judicial, com alteração de decisãoanterior, previsto em lei, dirigida, em regra, a outro órgão jurisdicional,dentro do mesmo processo.(Vicente Greco);

Recurso é o pedido de reexame de uma decisão judicial, para que sejapromovida a reforma ou modificação, ou apenas a invalidação da sentençaproferida. São previstos em lei, dirigidos ao mesmo órgão hierarquicamentesuperior, dentro do mesmo processo.

Recurso é o reexame de uma decisão.(Fernando da Costa Tourinho Filho).

Page 4: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PORQUE EXISTEM OS RECURSOS? - FUNDAMENTOS GERAIS -

NECESSIDADE PSICOLÓGICA: Insatisfação do vencido diante de umadecisão contrária.

FALIBILIDADE HUMANA: Não se pode ter em absoluta regra de que nuncahaverá um erro do órgão jurisdicional. Se houver uma falha, poderá sercorrigida.

COMBATE AO ARBÍTRIO: Que poderia existir se a decisão do órgãojurisdicional nunca fosse modificada. O recurso existe, também, paratentar coibir o raciocínio arbitrário do julgadores.

Obs: Esses fundamentos se coadunam no principio do DUPLO GRAU DEJURISDIÇÃO .

Page 5: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

FUNDAMENTO JURÍDICO DO RECURSO - O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO

A base está no direito de poder recorrer, ou seja, de que as decisões possam submeter-se a reexames sucessivos viáveis, visando adquirir uma melhor decisão possível aocaso.

- como regra, o recurso exige dualidade de jurisdições, uma inferior (da qual se recorre)e outra superior (para a qual se recorre).

OBS: às vezes o recurso é dirigido para o próprio prolator da decisão (ex.: embargos dedeclaração).

OBS2: também há casos em que não existe um duplo grau de jurisdição (ex.: hipóteseda ação penal originária -STF).

Há conflito doutrinário acerca de ser princípio existente no texto Constitucional; Estrutura do poder judiciário em instâncias;artigo 5º, LV;adesão ao Pacto de São José da Costa Rica, cujo texto refere que deve sergarantido o direito de recorrer da sentença;Assim, qualquer que seja o fundamento é se admitir que é princípioconstitucional.

Page 6: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

O DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO NO STF:

A principio, o duplo grau de jurisdição só não seria exercido nos casosexpressamente ressalvados no texto constitucional, que são aqueles quedizem respeito aos julgamentos de competência originária do SupremoTribunal Federal, conforme artigo 102, I da Constituição de 88.

Caso Mensalão:-Convenção Americana dos Direitos Humanos (art. 8º, 2, “h”) - o respeito aoduplo grau de jurisdição é absolutamente indispensável, mesmo que se tratede condenação pelo órgão máximo do país .

- Mas qual seria o orgão revisor? Diz a CDIH que, no caso de TribunaisSuperiores, este mesmo tribunal é o competente para o segundojulgamento: “Quando não existe outro juiz ou Corte ‘superior’, é a mesmaCorte máxima que deve proceder ao segundo julgamento porque, noâmbito criminal, nenhum réu jamais pode ser tolhido desse segundojulgamento (jurisprudência da CIDH – caso Barreto Leiva).”

Page 7: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

Uma análise dos recursos Segundo Vicente Greco...

1 - O recurso é um pedido de nova decisão judicial, portanto, é semprevoluntário e é voltado à reforma de uma decisão judicial;

2. O pedido contido no recurso sempre pressupõe o interesse na reformaou alteração de decisão anterior. Há manifestação de inconformismo;

3. O recurso depende de previsão legal, ou seja, o rol de recursos e suashipóteses de cabimento é "numerus clausus”;

4. O recurso é dirigido, em regra, a outro órgão jurisdicional. Essa exceçãoestá nos embargos de declaração, em que a nova decisão é do mesmoórgão jurisdicional.Obs:pode haver o reexame da questão pelo mesmo órgão jurisdicional, oque se chama de juízo de retratação;

5. O recurso é uma fase do mesmo processo, um desdobramento damesma ação. Ao ser interposto, o procedimento desenvolve-se em novaetapa da mesma relação processual.

Page 8: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PRESSUPOSTOS E REQUISITOSAssim como a ação, o recurso está sujeito a determinados pressupostosprocessuais;

pressupostos são as exigências legais para que o recurso seja conhecido.

Assim, a existência dos pressupostos é antecedente necessário paraexame do recurso.

O recurso sequer será apreciado se não estiverem todos os pressupostospresentes

ATENÇÃO: se presentes os pressupostos, diz-se: recurso conhecido. Seausentes os pressupostos, diz-se: recurso não conhecido.

OBS: O conhecimento, portanto, refere-se à presença, ou não, dospressupostos e nada tem haver com o pedido nele contido, em que o juizdará ou não provimento.

OBS: Se o recurso é conhecido, poderá ou não ser provido; se não éconhecido, não se questiona quanto ao provimento.

Page 9: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

DEFININDO:

um recurso pode ser conhecido (quandopresentes os pressupostos exigidos);

ou não-conhecido (quando ausente um ou maisdos pressupostos exigidos);

se conhecido:

-poderá ser provido (reformando-se a decisão notodo ou em parte); ou

-improvido (mantendo-se a decisão anterior).

Page 10: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

Classificam-se os pressupostos dos recursos em:(classificação trazida por Vicente Greco)

PRESSUPOSTOS OBJETIVOSA) cabimentoB) adequaçãoC) tempestividadeD) regularidade procedimentalE) inexistência de fato impeditivo ou extintivo

PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS.A)sucumbênciaB)legitimidade para recorrer

Page 11: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: CABIMENTO E ADEQUAÇÃO:

Cabimento é a previsão legal do recurso, ou seja, para serinterposto um recurso este deve estar previsto em lei;

Cabimento tem relação com Adequação do recurso à decisãoque se quer impugnar.

Em tese, a lei prevê para cada decisão um recurso cabível.

Ex: Da decisão que encerra a primeira fase do processo do tribunaldo júri (pronúncia) cabe RESE, e não apelação.

Eventualmente admite-se a interposição de um recurso poroutro, no que chamamos de fungibilidade. Portanto, a adequaçãonão é pressuposto absoluto.(Art.579 CPP).

Page 12: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PRESSUPOSTOS OBJETIVOS : TEMPESTIVIDADE

Para uso do recurso, além de se observar qual será o adequado, precisa ser observado,também, o prazo fixado em lei de cada recurso;

Na verdade, o recurso só será conhecido e julgado, ser for tempestivo, ou seja, se forimpetrado no prazo legal.

Ex: RESE – 586 cpp; APELAÇÃO – art. 593 cpp; art. 600 CPP; art. 598 – CPP.

- Apelação subsidiária (15 dias, a contar a partir do escoar do prazo para o MP);- Apelação no Juizado especial criminal (10 dias, vide art. 82 da Lei 9.099/95).

Atenção: a contagem do prazo para o recurso vem estabelecido no art. 798 CPP.

OBS: Os prazos recursais são fatais, contínuos e peremptórios, conforme art. 798 CPP, não seinterrompendo, em regra, por férias, domingo ou feriado, salvo nas hipóteses dos §3º (casoacabe no domingo, prorrogar-se-á para dia posterior) e §4º (impedimento do juiz, forçamaior ou obstáculo judicial imposto pela parte contrária)

OBS: Essa é regra geral, mas eventualmente, existem outros prazos definidos em leisespeciais. - Vide art. 3º da lei 1.408/51; art.5º, §5º da lei 1.060/50.

Page 13: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

ALGUMAS OBSERVAÇÕES SOBRE O PRAZO RECURSAL:

-o prazo é preclusivo, porém, por motivo de força maior pode serdevolvido o prazo.

-A parte não terá prejuízo no seu recurso se a omissão da administraçãojudiciária retardar o processamento. Vale a data do protocolo,independente dos atrasos decorrentes da burocracia da administração.

-O recurso é um ônus processual e, caso não seja interposto no prazocorreto, a decisão ganha efeitos de imutabilidade.

-diferentemente do cível, quando a intimação ocorrer por mandado,precatória ou carta de ordem, o prazo recursal começará a correr daintimação e não da juntada aos autos do mandado, precatória ou cartade ordem - Súmula 710 do STF;

- deve o MP ser intimado pessoalmente das decisões, assim como oDefensor público. Ambos terão prazo duplo pra recorrer.

Page 14: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

STF súmula 710: “quando a intimação tiver lugar na sexta-feira,ou a publicação com efeito de intimação for feita neste dia, o prazojudicial terá início na segunda-feira imediata, salvo se não houverexpediente, caso em que começará no primeiro dia útil a seguir”.

Súmula 428 do STF: "Não fica prejudicada a apelação entregueem cartório no prazo legal, embora despachada tardiamente“;

Súmula nº 216 STF: "A tempestividade do recurso interposto noSuperior Tribunal de Justiça é aferida pelo registro no protocolo daSecretaria e não pela data da entrega na agência do correio.“;

Lei nº 9.800/99, permite às partes a utilização de sistema detransmissão de dados e imagens tipo fax ou outro similar, desdeque os originais sejam entregues em juízo, necessariamente, atécinco dias da data do término do prazo estipulado em lei;

Page 15: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PRESSUPOSTO OBJETIVO: regularidade procedimental

Entenda o recurso e as razões do recurso (vide anexo).

O recurso deve obedecer a forma legal. Se desafiar a forma legalmente imposta, não seráconhecido.

Em primeiro grau, é interposto por petição ou por termo perante o escrivão;

em segundo grau e com destino aos Tribunais Superiores, será sempre interposto por petição;

Em primeiro grau, o recurso pode subir com as razões ou sem elas (arts. 589 e 601). A falta dasrazões não será motivo para o não-conhecimento, podendo o julgador retornar os autos para queas razões sejam elaboradas;

Veja: se o réu, ao ser intimado da sentença, diz ao oficial de justiça que quer recorrer, e essamanifestação de vontade vai consignada na certidão de intimação, considera-se o recursointerposto.

ATENÇÃO: Para os Tribunais Superiores, todavia, não será conhecido recurso sem razõesadequadas, ou seja, sem razões ou com razões confusas ou incoerentes.

Apresentação do Microsoft Office PowerPoi

Page 16: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PRESSUPOSTO OBJETIVO: INEXISTÊNCIA DE FATO IMPEDITIVO OU EXTINTIVO.

Existem fatos que impedem ou extinguem o uso dos recursos, não podendo o recursoser conhecido se ocorrer algum desses fatores;

FATO IMPEDITIVO: A renúncia

1 - Renúncia: É manifestação de vontade de não recorrer.

Obs: O MP não pode renunciar à faculdade de recorrer, porque não pode condicionarsua opinião ocasional à necessidade do interesse público.

Obs: O acusado pode renunciar ao seu direito de recorrer, mas precisa que se verifiquese essa decisão é livre e consciente.

ATENÇÃO: Não confundir renúncia com deixar fluir o prazo sem recorrer. A renúnciaimpede a interposição, antecipando a preclusão ou o trânsito em julgado. A não-interposição é atitude passiva e, se ainda dentro do prazo, pode ser revertida mediantea apresentação do recurso.

ATENÇÃO: O não-recolhimento à prisão como fato impeditivo está revogado desde2008.

Page 17: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

SÃO FATOS EXTINTIVOS: A desistência e a deserção.

1- Desistência: é a manifestação de vontade de retirar o recurso jáinterposto, sendo possivel a qualquer uma das partes desistir do recurso.

- Exceção é o MP que jamais poderá desistir de um recurso, ou seja, OMP pode deixar de recorrer, porém, tendo recorrido, essa interposiçãoserá irreversível. (vide art.576 CPP);

2- Deserção: Haverá deserção por falta de pagamento do preparo noscrimes de ação exclusivamente privada. art. 806, § 2º.

ATENÇÃO: deserção por fuga - revogado- reforma do CPP de 2008 –exclusão do parágrafo único do art.387.

Page 18: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS:

A sucumbência: é o não-atendimento daquilo que a parte esperava receber, ouseja, é quando a decisão não atendeu à expectativa esperada.

Classificação da sucumbência:

•Única - quando atingir apenas o interesse de uma das partes.

•Múltipla - quando atingir o interesses de mais de uma das partes. Subdivide-se:-Paralela: quando a lesividade atingir interesses idênticos;-Recíproca: se atingir interesses opostos, tanto do autor quanto do réu;

•Direta ou reflexa: quando atingir uma das partes da relação processual, enquantoque reflexa será aquela que alcançar pessoas que estejam fora da relaçãoprocessual.

•Total ou parcial: Total será aquela em que o pedido é desatendido em suaintegralidade. Parcial se parte do pedido não for acolhido.

Page 19: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

legitimidade para recorrer:diante da sucumbência poderão recorrer:

-o querelante, o querelado, o acusado e seu defensor, o assistente, oofendido ou sucessores do ofendido, e o Ministério Público.

-Porém, existem situações especificas a cada uma dessas. Ex: Vide arts.271e 598; Súmula STF 208, 210 e 448.

OBS: o réu poderá recorrer de sentença absolutória, desde que viseatingir resultado concreto mais favorável (ex: sentença de absolviçãofundamentada no inc. V do art. 386 do CPP, e não no inciso IV, que poderiaresultar em indenização cível);

Obs: Doutrina majoritária também defende a possibilidade de o MPinterpor recurso pró-réu, considerando que o mesmo é legitimado,inclusive, para oferecer Habeas Corpus (art. 654, CPP).

Page 20: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PRINCÍPIOS QUE REGEM OS RECURSOS

A) unirrecorribilidade;

B) fungibilidade;

C) Taxatividade;

D) proibição da "reformatio in pejus" ou "tantumdevolutum quantum appellatum”.

Page 21: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

UNIRRECORRIBILIDADE:

Para cada decisão, haverá um recurso especifico.

Mas há exceção – Art. 581,V x 593, § 4º;

Mas...cassação da fiança na sentença – apelação;cassação da fiança fora da sentença - RESE

Deve-se notar que há situações em que dois recursos poderão serinterpostos simultaneamente, desde que ambos sejam adequados.

Ex: se a decisão do tribunal em uma parte contrariar preceitoconstitucional (rec. Extraordinário) e outra parte contrariar dispositivo delei federal (rec. Especial). No mesmo caso acima, ainda pode caber Emb.Infringentes se o acordão não for unânime.

Page 22: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

FUNGIBILIDADE: É a possibilidade de conhecer um recurso por outro, desde que fique evidente oinequívoco e que não haja má-fé.(art. 579 CPP);

Há momentos em que pairam dúvidas quanto ao recurso adequado para certassituações processuais;

Assim, sendo o recurso um remédio para efetivação da justiça, não poderá aparte ser prejudicada em meio á formalidades;

Mas a fungibilidade não é absoluta.

Não deve ser admitido o recurso se ficar reconhecida a má-fé do recorrente;

Não se permite que se conheça do recurso indevido, ainda que no prazo a esteconcedido, se já foi esgotado o prazo do recurso devido – tempestividade;

O erro grosseiro na interposição de recurso inadequado é indicativo de má- fé;

•OBS: não existe fungibilidade para recurso especial e extraordinário.

Page 23: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

TAXATIVIDADEOs recursos devem estar expressamente previstosem lei;

Não se admite que a parte use de recurso que nãotenha previsão legal.

ATENÇÃO: esse principio não impede o uso daaplicação analógica extensiva das normas processuais.

Ex: admite-se a interposição de RESE da decisão querejeita o aditamento da denúncia (note que estahipótese não está expressamente prevista no rol doart. 581).

Page 24: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

PROIBIÇÃO DA "REFORMATIO IN PEJUS“ -"TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APPELLATUM”.Quem recorreu não pode ter sua situaçãoagravada em virtude do próprio recurso;

O Tribunal deverá apreciar exclusivamente amatéria que foi objeto do pedido nele contido;

Questiona-se a respeito da possibilidade defavorecer o réu quando o recurso for da acusação.Seria a “reformatio in mellius”;

Page 25: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

EFEITOS DO RECURSOPode o recurso produzir diferentes efeitos, conforme sua natureza ou disposiçãolegal, sendo eles os efeitos devolutivo, suspensivo, extensivo e regressivo.

O efeito devolutivo, em sentido amplo, é comum a todos os recursos, ou seja, emtodos os recursos, o conhecimento de determinada questão, será transferido paraoutra instância, geralmente superior (eventualmente da mesma instância -embargos declaratórios).

efeito suspensivo, o recurso funciona como condição suspensiva da eficácia dadecisão, que não pode ser executada até que ocorra o seu julgamento. A lei deveprever expressamente as hipóteses em que ocorre tal efeito; no seu silêncio, orecurso não impede a eficácia da decisão recorrida;

O efeito extensivo está previsto no artigo 580 do CPP (CP art. 29) e se define quea decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que nãosejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros“;

o efeito regressivo, é o juízo de retratação, possibilitado ao prolator da decisão,que pode alterá-la ou revogá-la inteiramente, quando se trata de determinadasimpugnações, como no caso de recurso em sentido estrito (art. 589).

Page 26: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

Juízo de admissibilidade

Interposto o recurso, cabe ao órgão jurisdicional a quoverificar se deve ser ele processado e julgado. É o juízo deadmissibilidade, já que verifica se estão presentes, no caso,os pressupostos objetivos e subjetivos do recurso;

O recebimento do recurso pelo juiz a quo não subtrai doJuízo ad quem o exame dos pressupostos da impugnação; seaquele o conhecer, é possível que este não o faça, porentender não estar presente algum dos pressupostosexigíveis na hipótese.

Em regra, portanto, o juízo de admissibilidade do recurso éfeito em dois graus, ressalvada a hipótese de recurso para omesmo órgão julgador.

Page 27: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

RECURSO DE OFÍCIO:

A regra é que o recurso objetiva a reforma de uma decisão,assim, deve ficar a critério da parte sucumbente agirrecursalmente. Isso é a chamada voluntariedade do recurso.

É da característica de voluntariedade do recurso, que, aprincípio, somente à parte inconformada deve ser conferida aliberdade para interpor recurso, mas a lei abre exceções;

A lei prevê o recurso de ofício (recurso obrigatório, recursonecessário) que é uma providência imposta por lei no sentido doreexame de sentenças e decisões pelos órgãos judiciáriossuperiores.

São “recursos” que obrigatoriamente devem ser interpostospelo juiz, na decisão, não transitada em julgado;

São hipóteses de cabimento do recurso de ofício:

Page 28: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

a) Sentença concessiva de habeas corpus - Art.574 CPP.

Art. 574 CPP – Inciso I - da sentença que conceder habeas corpus.

OBS: Com a Lei 11.689/2008, considera-se revogado tacitamente o art. 574, II, CPP, poisincompatível com a nova absolvição sumária no tribunal do júri.

b) Decisão concessiva de reabilitação - Art. 746 CPP.

Art. 746 – CPP - Da decisão que conceder a reabilitação haverá recurso de ofício.

c) Arquivamento de inquérito ou absolvição em crimes contra a economia popular ou contraa saúde pública - Lei nº 1521/51 - Art. 7º.

Obs: Atenção: não tem sido considerado como recurso, visto não ter o requisito davoluntariedade.

Obs: assim, seria uma condição de eficácia da sentença, sem a qual a mesma nãotransita em julgado.

Obs: alguns autores modernos entendem não ter sido recepcionado pela CF – se ojuiz recorrer de ofício, como determina a lei, estaria agindo como órgão deacusação.

Page 29: Teoria Geral Dos Recursos No Processo Penal

CLASSIFICAÇÃOQuanto às suas fontes podem ser:

Constitucionais;Legais, previstos no CPP e em outras leis processuais especiais;Regimentais, são os previstos nos regimentos dos tribunais (agravos regimentais)

Quanto a abrangência: Recursos Ordinários: discute a matéria de direito e a matéria de fato (EX:apelação, RESE, e os embargosinfringentes);Recursos Extraordinários: os que somente admitem impugnação quanto à matéria de direito (EX:recurso especial, recurso extraordinário, agravos e embargos de divergência)

No Código de Processo Penal, os recursos são:a) em sentido estrito - RESE;b) apelação;c) embargos;d) agravos;e) recurso extraordinário;f) carta testemunhável;g) Correição parcial;h) recurso especial;i) Recurso ordinário.

OBS: revisão criminal e habeas corpus não são recursos.