direito penal 1 aula 3: teoria da norma jurÍdico penal data

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DIREITO PENAL 1 AULA 3: TEORIA DA NORMA JURÍDICO PENAL Data

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Page 1: DIREITO PENAL 1 AULA 3: TEORIA DA NORMA JURÍDICO PENAL Data

DIREITO PENAL 1

AULA 3: TEORIA DA NORMA JURÍDICO PENAL

Data

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Ementa• 1. Teoria da Norma. •      1.1. A Norma Jurídico– Penal.•      1.2. Características da norma penal.• 2. Classificação:•       2.1 Incriminadoras •       2.2 Não Incriminadoras: permissivas e explicativas.• 3. Interpretação da Lei Penal: •        3.1. Finalidade•        3.2. Espécies: quanto ao sujeito que a elabora;

quanto ao resultado; quanto aos meios empregados.  

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Ementa•    4. Interpretação e Integração:•        4.1. Interpretação Analógica •        4.2. Analogia em Direito Penal. Natureza Jurídica e

incidência.•        4.3. Distinção entre Analogia, Interpretação Analógica e

Interpretação extensiva em Direito Penal.• 5. Norma Penal do Mandato em Branco – confronto com o

Princípio da Legalidade. • 6. Conflito aparente de normas •        6.1. Conceito•        6.2. Princípios que solucionam: Especialidade,

Subsidiariedade e Consunção. •        6.2. Antefato e pós-fato impuníveis.

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O que é Norma?

É um conjunto de regras e princípios.

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A norma jurídica opera com três comandos:

Proibição

Obrigatoriedade

Permissão

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Proibição

É proibido fumar neste estabelecimento

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Obrigatoriedade

É obrigatório o uso de crachá para entrada neste departamento.

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Permissão

É uma faculdade ofertada ao individuo: é permitido o uso de traje de banho neste recinto.

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Como compreender a norma:

Princípios RegrasNorteia a interpretação dos juristas para aplicação no caso concreto.

Limita o jurista na aplicação do caso concreto.

Dignidade da Pessoa Humana

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Conceito de norma penal

“É tanto a que define um fato punível, impondo abstratamente a sanção, como a que amplia o sistema penal através de princípios gerais e disposições sobre os limites e ampliação de normas incriminadoras.” Capez

É a que descreve uma conduta ilícita, impondo uma sanção.” Grecco

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Observações

A norma penal expressa a sanção e o comportamento humano ilícito.

Matar Alguém – pena reclusão de 6 a 20 anos

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Características e estrutura da norma penal

Exclusividade

Generalidade

Imperatividade

Impessoalidade

Anterioridade

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Exclusividade

A norma penal é exclusiva, tendo em vista que somente ela define infrações e comina

penas.

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Imperatividade

A norma Penal é autoritária, no sentido de fazer incorrer na pena aquele que descumpre o seu mandamento.

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Generalidade

A norma penal atua para todas as pessoas.

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Impessoalidade e abstrata

Dirige-se a fatos futuros, pois não endereça o seu mandamento proibitivo a um individuo.

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Anterioridade

A norma penal é anterior ao fato.

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Classificação das normas penais

Normas Incriminadoras

Completas ou perfeitas

Normas Não Incriminadoras/permissivas

Incompletas e Imperfeitas

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Incriminadoras

Criam crimes e cominam penas

Parte Especial Legislação Penal Especial

Descrevem condutas puníveis e impõem as respectivas sanções.

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Não incriminadoras

Subdivisão Dispositivo penalPermissivas Art. 23; 128 e 142

exculpantes Art. 312, § 3º, 1 parte e 342 § 2

Interpretativas Art. 150 § 4 e 327

De aplicação, finais ou complementares

Art. 2 e 5

Diretivas Art. 1

Integrativas ou de extensão Art.s 13 § 2, 14, II; e 29 caput

São as que não criam crimes e nem cominam penas

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Completas ou Perfeitas

Apresentam todos os elementos da conduta culposa

(art. 157)

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Incompletas e Imperfeitas

Reservam a complementação da DEFINIÇÃO da CONDUTA criminosa a uma outra LEI, a um ATO

ADMINISTRATIVO ou ao JULGADOR.

Leis Penais em BRANCO

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Norma Penal em Branco (cega ou aberta)

É aquela cuja definição da CONDUTA criminosa reclama complementação, seja por outra LEI ou por

ATO ADMINISTRATIVO

Homogênea Heterogênea

Sentido lato Sentido estrito

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Norma Penal em Branco (cega ou aberta)Homogênea HeterogêneaMesma natureza jurídica Natureza jurídica diversa

Mesmo órgão legislador Órgão distinto

Art. 169, paragrafo único, I CPB c/c art. 1264 CC

Lei 11.346/2006 – poder legislativo federal e Portaria SVSMS 344/1998 – poder executivo

Art. 22, I

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Norma Penal do Mandato em Branco – confronto com o Princípio da Legalidade

O complemento da norma penal em branco heterogênea pode ser oriundo de outra fonte que não a lei em sentido estrito, esta espécie

de norma penal ofenderia o princípio da legalidade? 

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Norma Penal do Mandato em Branco – confronto com o Princípio da Legalidade

Reflexão individualSugestão: http://

jus.com.br/artigos/7345/a-norma-penal-em-branco-e-seus-limites-temporais

.

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Resumo

Leis/Normas Penais

Incriminadoras

Não incriminadoras

Completas ou Perfeitas

Incompletas ou Imperfeitas

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Fontes do Direito Penal

Formal/conhecimento Material/produção

Leis/costumes e princípios gerais do direito

Estado

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Interpretação da norma penal

Ciência Hermenêutica Jurídica

Exegese

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Interpretar é

Buscar o efetivo alcance da norma. É perceber qual o bem jurídico, a intenção do agente legislador, em resguardar.

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Espécies de Interpretação

Objetiva Subjetiva

Vontade da Lei Vontade do Legislador

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Tipos de interpretação

Quanto ao Sujeito Quanto ao Método

Quanto ao Resultado Progressiva, adaptativa ou evolutiva

Analógica ou intra legem

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Interpretação quanto ao sujeito

Sujeito ou órgão que realiza a interpretação

Autêntica

Doutrinária

Judicial ou jurisprudencial

Cogente e obrigatória

Não tem força obrigatória

Regra: não tem força obrigatória.

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Interpretação quanto aos meios/método

Gramatical

Lógica

Acepção literal da palavra da lei

Utiliza-se de vários mecanismos, pois deseja desvendar a vontade da

lei

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Interpretação Lógica

Histórica

Sistemático

Direito comparado

Elementos extrajuridicos

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Interpretação quanto aos resultados

Declaratória

Extensiva

Restritiva

artigo 141 III

artigo 130

artigo 28 I e II

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Integração – lacunas na Lei.

Analogia, costumes e princípios gerais do Direito

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Analogia

Analogia in malam partem

Analogia in bonam partem

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Costumes

Conjunto de normas de comportamento a que pessoas obedecem de maneira uniforme e constante

pela convicção de sua obrigatoriedade.

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Princípios Gerais do direito

São premissas éticas extraídas mediante indução do material legislativo.

Page 41: DIREITO PENAL 1 AULA 3: TEORIA DA NORMA JURÍDICO PENAL Data

Distinção entre Analogia, Interpretação Analógica e Interpretação extensiva em Direito PenalAnalogia ou integração analógica

Interpretação Analógica

Interpretação Extensiva

É uma forma de auto-integração da lei. Neste caso não há norma reguladora.

É o processo de averiguação do sentido da norma jurídica, valendo-se de elementos fornecidos pela própria lei, através de método de semelhança

É o processo de extração do autêntico significado da norma, ampliando-se o alcance das palavras legais, a fim de se atender a real finalidade do texto. 

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Analogia

VEDADO

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Interpretação Analógica

Art. 121, § 2º, III – utilização das expressões “por outro meio insidioso

ou cruel”.

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Anomia e Antinomia

Ausência de normas ou norma

presente mais não respeitada,

como se ausente fosse.

Normas incompatíveis e vigentes, acaba por provocar um

conflito de normas.

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Conflito Aparente de Normas

Ocorre quando um fato se revela possível, em tese, a aplicação de dois ou mais tipos legais, ambos

instituídos por lei de igual hierarquia e originárias da mesma fonte de produção, e também em vigor ao

tempo da prática da infração penal.

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Requisitos

Unidade de Fato

Pluralidade de leis penais

Vigência simultânea das Leis

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Finalidade

A solução do conflito aparente de leis penais dedica-se a manter a coerência sistemática do ordenamento jurídico, bem como a preservar a inaceitabilidade do

bis in idem.

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Princípios para a solução do problema

Especialidade

Consunção

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Especialidade

Lex Specialis Derrogat Generalis

Aplica-se a especial sem importar se esta abranda a pena

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Especialidade

a norma especial exclui a norma geral (art. 12CP).

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Exemplo:

Art 121CP (geral) → Art. 123CP (especial)

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Especialidade

Lei Especial

Lei Geral

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Consunção

O fato mais grave absorve o fato menos grave, que, neste caso, é fase de preparação para a

execução do fato mais grave. Irá prevalecer o fato mais grave.

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Consunção ou absorção

O fato mais amplo e grave absorve os demais fatos menos amplos e agraves

Furto Ameaça Lesão Corporal

Roubo

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Consunção ou Absorção

Homicídio cometido com pauladas

Meio Fim

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Espécies de Consunção

Crime progressivo Crime Complexo

Progressão Criminosa

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Crime progressivo

É aquele onde, desde o início, o agente tem vontade de realizar o fato mais grave,

contudo, para tanto, realiza vários fatos menos graves. O fato mais grave absorve o

menos grave. Há unidade de fato, unidade de elemento subjetivo e pluralidade de lesões ao

bem jurídico.

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Crime Complexo

Fusão de 02 ou mais crimes (ex.: Latrocínio). O crime complexo absorve os

crimes menos graves nele contido.

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Progressão Criminosa

O agente tem intenção de realizar o crime mais leve e, alcançado o crime mais leve, o agente resolve praticar crimes mais graves. O crime mais grave absorve o crime menos grave, só

vindo este a tona se não restar provado o crime mais grave. Há pluralidade de fatos e de

vontade (elemento subjetivo).

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Sumula 17 STJ

Estelionato é absorvente do falso Quando o falso se exaurir no

estelionato.

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