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Teoria do Consumidor: Preferências e Utilidade Roberto Guena de Oliveira 22 de fevereiro de 2011 Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 1 / 42

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Teoria do Consumidor:Preferências e Utilidade

Roberto Guena de Oliveira

22 de fevereiro de 2011

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 1 / 42

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Parte I

Preferências

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 2 / 42

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Sumário

1 Cestas de bens e o conjunto de consumo

2 Preferências

3 Curvas de indiferença

4 Taxa Marginal de Substituição

5 Hipóteses usuais sobre as preferências

6 Preferências típicas

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 2 / 42

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Conjunto de Consumo

Cesta de bens

Um consumidor é um agente que deve escolher quantoconsumir de cada bem.

Suporemos um número finito L de bens. Um conjuntoordenado de números representando as quantidadesconsumidas de cada bem é chamado cesta de bens oucesta de consumo.

Mais especificamente, uma cesta de bens é um vetorx = (x1, x2, . . . , xL) no qual x1 é a quantidade consumidado bem 1, x2 é a quantidade consumida do bem 2, eassim por diante.

Para possibilitar a apresentação gráfica de uma cesta debens, trabalharemos aqui com a hipótese de que háapenas dois bens – um dos bens pode ser pensado comoreais gastos com todos os outros bens.

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Conjunto de Consumo

Cestas de bens: possíveis interpretações

Quantidades representam fluxos de consumo. Ex. litrosde leite/ mês.

Quantidades representam consumo datado. Ex. copos deleite em 08 de agosto de 2014.

Quantidade representam consumo datado e localizadogrograficamente. Ex. compos de leite no Rio de Janeiroem 08 de agosto de 2014.

Quantidade representam consumo datado e contingente.Ex. serviços médicos no ano de 2012 caso o consumidortenha algum problema de saúde.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 4 / 42

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Conjunto de Consumo

Cestas de bens: representação gráfica

1

2

3

4

1 2 3 4Bem 1 (x1)

Bem

2(x

2)

b(4,1)

b(0,3)

b(1,2)

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Conjunto de Consumo

Vetores: operações e funções

Adição

x+ y = (x1 + y+ 1, . . . , xi + yi, . . . , xn + yn)

multiplicação por escalar

ax = (ax1, ax2, . . . , axn)

Produto internox · y = x1y1 + x2y2 + · · ·+ xnyn

Combinação convexa entre x e y

αx+ (1− α)y, α ∈ R e 0 < α < 1

Distância euclidiana

|x− y| =p

(x1 − y1)2 + (x2 − y2)2 + · · ·+ (xn − yn)2

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 6 / 42

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Conjunto de Consumo

O conjunto de consumo

Nem toda cesta de bens concebível é fisicamente possívelde ser consumida. Exemplo: não é possível consumirmais do que 24 horas por dia de aulas de microeconomia.

O conjunto de todas as cestas de bens fisicamentepossíveis de serem consumidas é chamado conjunto deconsumo e usualmente é notado por X.

Assumiremos que o conjunto de consumo é o conjuntodas cestas de bens que não contêm quantidades menoresdo que zero de qualquer bem.

No caso de dois bens, esse conjunto corresponde aoquadrante positivo do diagrama carteziano do slideanterior.

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Preferências

Notação

Para duas cestas de consumo quaisquer x e y ∈ X,empregaremos a seguinte notação:

Conceito primitivo: x ¥ y significa “x é ao menos tão bomquanto y”, ou “y não é preferido a x”.

x ∼ y é lido “x é indiferente a y” e equivale a x ¥ y e y ¥ x.

x ≻ y é lido “x é preferido a y” e equivale a x ¥ y e nãoy ¥ x.

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Preferências

Preferências Racionais

Definição

Diz-se que um consumidor apresenta preferências racionaiscaso:

1 As preferências sejam completas, isto é, para quaisquerx,y ∈ X,

x ¥ y e/ou y ¥ x.

2 As preferências sejam transitivas, ou seja, para quaisquerx,y,z ∈ X

se x ¥ y e y ¥ z, então x ¥ z.

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Preferências

Notas sobre racionalidade das preferências:

1 Caso as preferências de um consumidor sejam racionaisentão as relações ¥ e ∼ serão reflexivas, ou seja, paraqualquer x ∈ X,

x ¥ x e

x ∼ x.

2 A racionalidade das preferências também implica atransitividade das relações ∼ e ≻, isto é, para quaisquerx,y,z ∈ X

x ∼ y e y ∼ z⇒ x ∼ z e

x ≻ y e y ≻ z⇒ x ≻ z

3 Ao longo de todo o curso suporemos que os consumidoresapresentam preferências racionais.

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Curvas de indiferença

Curvas de Indiferença

Definição

Uma curva de indiferença, CIx0 associada a qualquer cesta debens x0 ∈ X conjunto de todas as cestas de bens pertencentesao conjunto de consumo indiferentes a x0.

Notas:

Evidentemente, para duas cestas quaisquer indiferentesentre definem a mesma curva de indiferença.

A representação gráfica das curvas de indiferença podeser uma forma reveladora de representação daspreferências.

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Curvas de indiferença

Representação gráfica

x1

x2

b x0

b x1

b x2

b x3

CIx2

CIx3

CIx0CIx0 = CIx1

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 12 / 42

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Curvas de indiferença

Duas curvas de indiferença não se cruzam

x1

x2

b x0

b x1

x2b

ou x1 ≻ x2;ou;x2 ≻ x1

x1 ∼ x0

x2 ∼ x0

«

⇒ x1 ∼ x2

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Taxa Marginal de Substituição

Taxa Marginal de Substituição: intuição

Sejam ∆xi e ∆xj tais que

(x1, . . . ,xi, . . . ,xj, . . . ,xn) ∼ (x1, . . . ,xi +∆xi, . . . ,xj +∆xj, . . . ,xn)

Nesse caso,∆xj

∆xi

indica,

Se ∆xi < 0 em média, quantas unidades do bem j foramnesserárias para compensar a perda de consumode cada unidade do bem i.

Se ∆xi > 0 em média, quantas unidades perdidas do bem jsão compensadas por uma unidade adicional dobem i.

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Taxa Marginal de Substituição

Taxa Marginal de Substituição: definição

Considere a função xj(xi,x∗) (x∗ = (x∗

1, . . . ,x∗

i, . . . ,x∗

j, . . . ,x∗

n))

definida por

(x∗1, . . . ,xi, . . . ,xj(xi), . . . ,x

∗n) ∼ x∗

A taxa marginal de substituição no ponto x∗, em unidades dobem j por unidade do bem i, é definida por

TMSij(x∗) =

∂xj(x∗i,x∗)

∂xi.

Intuição: até quantas unidades do bem j o consumidor estádisposto a sacrificar para ter uma unidade adicional do bem iou até quantas unidades do bem j o consumidor aceitareceber para abrir mão de uma unidade do bem i.

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Taxa Marginal de Substituição

TMS – Interpretação gráfica

x1

x2

b x1

b x2

∆x1

∆x2(< 0)

tan = ∆x2∆x1

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Taxa Marginal de Substituição

TMS – Interpretação gráfica

x1

x2

b x1

b

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Taxa Marginal de Substituição

TMS – Interpretação gráfica

x1

x2

b x1

tan = TMS

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Hipóteses

Continuidade

As preferências são ditas contínuas caso, quaisquer x,y ∈ X,se x ≻ y, então, existe δ > 0 tal que para qualquer z ∈ X,|x− z| < δ implica z ≻ y.

Preferências contínuas têm curvas de indiferençacontínuas.

Exemplo de preferências não contínuas: há apenas doisbens e, para quaisquer duas cestas x = (x1,x2) ey = (y1,y2) com x,y ∈ X, x ≻ y se, e somente se, x1 > y1ou x1 = y1 e x2 > y2.

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Hipóteses

Hipóteses de monotonicidade

1 Monotonicidade Fraca: Se,comparada a y, x contémquantidades maiores de todos os bens, entãox ≻ y.Implicações:

Inexistência de saciedade por parte do consumidor.As curvas de indiferença não podem ser positivamenteinclinadas.

2 Monotonicidade forte: Se, quando comparada a y, xpossui pelo menos as mesmas quantidades de todos osbens e uma quantidade maior de, pelo menos, um bem,então x ≻ y. Implicações:

Inexistência de saciedade por parte do consumidor.As curvas de indiferença devam ser negativamenteinclinadas.

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Hipóteses

Hipótese de não saciedade local

Para qualquer cesta de bens x ∈ X e qualquer número realpositivo δ existe uma cesta de bens y ∈ X que seja tal que|x− y| < δ e y ≻ x. Intuitivamente, sempre é possível deixar oconsumidor melhor com uma pequena mudança no padrão deconsumo.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 21 / 42

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Hipóteses

Hipóteses de convexidade

1 Convexidade (fraca): Para quaisquer x,y,z ∈ X e 0 < α < 1

x ¥ z e y ¥ z⇒ αx+ (1− α)y ¥ z.

2 Convexidade forte ou estrita: Para quaisquer x,y,z ∈ X e0 < α < 1

x ¥ z e y ¥ z⇒ αx+ (1− α)y ≻ z.

Note que convexidade forte implica convexidade fraca,mas a recíproca não é verdadeira.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 22 / 42

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Hipóteses

Exemplos – I

x1

x2

bz

b

{x ∈ X : x ¥ z}

bx

by

bαx+ (1− α)y

Preferências estritamenteconvexas

bzbx

by

{x ∈ X : x ¥ z}

bαx+ (1− α)y

x1

x2

Preferências estritamenteconvexas

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 23 / 42

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Hipóteses

Exemplos– II

bz

bx

by

{x ∈ X : x ¥ z}

x1

x2

Preferências convexas, masnão estritamente convexas

bzbx

by

{x ∈ X : x ¥ z}

x1

x2

Preferências convexas, masnão estritamente convexas

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 24 / 42

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Hipóteses

Exemplos– III

bz

bx

by{x ∈ X : x ¥ z}

x1

x2

Preferências não convexas.(Côncavas).

bz

bx

by

{x ∈ X : x ¥ z}

x1

x2

Preferências não convexas

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 25 / 42

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Preferências típicas

Preferências bem comportadas

x1

x2

Características:

Monotônicas.

Curvas de indiferençadiferenciáveis.

Convexas: TMSdecrescente (em módulo).

Aversão à especialização.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 26 / 42

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Preferências típicas

Preferências côncavas

x1

x2

Características:

TMS crescente (emmódulo).

Propensão àespecialização.

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Preferências típicas

Substitutos Perfeitos

x1

x2

Características:

TMS constante.

Com escolha certa deunidades de medida,TMS = −1.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 28 / 42

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Preferências típicas

Complementos Perfeitos

x1

x2

TMS = 0

TMS = 0

TMS = 0

TMSindefinida

TMSindefinida

TMSindefinida

α

Características:

Uma unidade adicional dex2 só tem utilidadequando combinada com1αunidades de x2.

Com escolha certa deunidades de medida,α = 1.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 29 / 42

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Preferências típicas

Males & Neutros

x1 é um mal

x1

x2

x1 é um neutro

x1

x2

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Preferências típicas

Saciedade

x1

x2

bPonto de saciedade

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Preferências típicas

Preferências quase lineares

x1

x2

Características

TMS = u′(x1) dependeexclusivamente de x1.

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Preferências típicas

Preferências Homotéticas

x1

x2x2x1

= 1

x2x1

= 12

Características:

TMS depende apenas dex2/x1.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 33 / 42

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Parte II

Utilidade

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 34 / 42

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Sumário

7 Função de utilidade

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 34 / 42

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Função de utilidade

Função de Utilidade

Definição:

Uma função U : X→ R é chamada de função de utilidade caso,para quaisquer x,y ∈ X,

x ¥ y⇔U(x) ≥ U(y).

Uma função de utilidade simplesmente atribui números reaisa todas as cestas de bens do conjunto de consumo de talsorte que cestas de bens mais preferidas recebam númerosmais elevados.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 35 / 42

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Função de utilidade

Condição suficiente para a existência de umafunção de utilidade

Caso as preferências de um consumidor sejam completas,transitivas e contínuas, então, elas podem ser representadaspor uma função de utilidade contínua.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 36 / 42

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Função de utilidade

Exemplo: construindo uma função de utilidade

x1

x2

b x0

b x1

b x2

b x3

CIx2

CIx3

CIx0ℓ 1

ℓ 2

ℓ 3

U(x2) = ℓ1

U(x0) = U(x1) = ℓ2

U(x3) = ℓ3

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 37 / 42

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Função de utilidade

Utilidade Ordinal

Do modo como definimos a função de utilidade, esta tempor função ordenar as cestas de bens, atribuindo númerosmaiores paras as cestas mais desejadas, não importandoo valor absoluto desses números.

Por exemplo, no slide anterior a função de utilidadepoderia ser a raiz quadrada da distância entre a origem ea curva de indiferença, pois a ordenação das cestas seriamantida.

Também poderia ser considerada como função deutilidade o quadrado dessa distância.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 38 / 42

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Função de utilidade

Transformações Monotônicas

Sejam U(x) uma função de utilidade que representeadequadamente as preferências de um consumidor e f ,uma função estritamente crescente definida na imagemde U(x), então a função V(x) definida para todo x ∈ Xcomo

V(x) = f (U(x))

também é uma boa representação das característicasordinais das preferências do mesmo consumidor.

A função V(x) definida acima é chamada detransformação monotônica da função U(x).

Duas funções de utilidade quaisquer representam ascaracterísticas ordinais das mesmas preferências se, esomente se, uma é uma transformação monotônica daoutra.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 39 / 42

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Função de utilidade

Utilidade Cardinal

Caso, ao contrário do que dissemos até aqui, seja dadoum significado ao valor que a função de utilidade associaa cada cesta de bens, dizemos que a função de utilidadeé cardinal, ou que os aspectos cardinais da função deutilidade são relevantes.

Os primeiros economistas neoclássicos trabalhavam coma hipótese de utilidade cardinal. Porém, hoje se sabe quetoda a teoria microeconômica positiva e grande parte damicroeconomia normativa dependem apenas dosaspectos ordinais da função de utilidade.

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 40 / 42

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Função de utilidade

Utilidade Marginal

Definição

A utilidade marginal do bem i, UMgi, é definida por

UMgi(x) =∂U(x)

∂xi

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 41 / 42

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Função de utilidade

Taxa Marginal de Substituição: definiçãoequivalente

Considere a função xj(xi,x∗) (x∗ = (x∗

1, . . . ,x∗

i, . . . ,x∗

j, . . . ,x∗

n))

definida por

U(x∗1, . . . ,xi, . . . ,xj(xi,x

∗), . . . ,x∗n) = U(x∗)

A taxa marginal de substituição no ponto x∗, em unidades dobem j por unidade do bem i, é definida por

TMSij(x∗) =

∂xj(x∗i,x∗)

∂xi.

Diferenciando em relação a xi a definição de xj(xi,x∗) e

calculando igualdade em x∗ vem

∂U(x∗)

∂xi+∂xj(xi,x

∗)

∂xi

∂U(x∗)

∂xj= 0→ TMS = −

UMgi(x∗)

UMgj(x∗)

Roberto Guena de Oliveira () Preferências 22 de fevereiro de 2011 42 / 42