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AULA 1 13/02/2013 Exame – 70% Trabalho – 30% AULA 2 18/02/2013 Comunicação – etimologia Individual -> coletivo Latim – Communicatio < communis < cum + munus Cum + munos -> cargo, função, presença – significado conforme o contexto Reunião de seres humanos Partilha de algo com alguém Communitas -> coletividade, conjunto dos seres humanos falantes, emissores e recetores inseridos numa sociedade; aquilo que é possível do communis. A comunicação não é só a partilha de elementos verbais mas é também a cnsequencia de vivermos uns com os outros. Homem, adulto, com papel dentro da sociedade. É também uma forma de fechamento, exclusão. IDADE MÉDIA Comunicativo -> aquilo que permite unir os povos europeus dentro de uma igreja. Há maquinas sociais que controlam, dominam, dão o poder a um homem; não podemos não comunicar -> interpretado como não querer comunicar. Comunicar significa pertencer a uma máquina politica ou religiosa. SEC. XVII E XVIII – ILUMINISMO O ser humano passa a ser definido por sensus communis. Se existe humanidade, também existe um senso comum. Comunicação significa definição do ser humano. SEC. IXX Darwin, as espécies. Comunicação passa a aplicar-se aos animais; vai para além da humanidade e estende-se aos animais; comunicam. Qualquer ser vivo recebe informação e devolve-a ao meio exterior; qualquer animal está em comunicação – transmite conhecimentos, informação – com o mundo. 1

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AULA 1 13/02/2013

Exame 70%Trabalho 30%

AULA 2 18/02/2013

Comunicao etimologiaIndividual -> coletivo

Latim Communicatio < communis < cum + munus

Cum + munos -> cargo, funo, presena significado conforme o contexto

Reunio de seres humanosPartilha de algo com algum

Communitas -> coletividade, conjunto dos seres humanos falantes, emissores e recetores inseridos numa sociedade; aquilo que possvel do communis.A comunicao no s a partilha de elementos verbais mas tambm a cnsequencia de vivermos uns com os outros.Homem, adulto, com papel dentro da sociedade. tambm uma forma de fechamento, excluso.

IDADE MDIAComunicativo -> aquilo que permite unir os povos europeus dentro de uma igreja.H maquinas sociais que controlam, dominam, do o poder a um homem; no podemos no comunicar -> interpretado como no querer comunicar.Comunicar significa pertencer a uma mquina politica ou religiosa.

SEC. XVII E XVIII ILUMINISMO O ser humano passa a ser definido por sensus communis.Se existe humanidade, tambm existe um senso comum.Comunicao significa definio do ser humano.

SEC. IXXDarwin, as espcies.Comunicao passa a aplicar-se aos animais; vai para alm da humanidade e estende-se aos animais; comunicam.Qualquer ser vivo recebe informao e devolve-a ao meio exterior; qualquer animal est em comunicao transmite conhecimentos, informao com o mundo.

SEC. XXMass media por excelncia.H uma evoluo nos livros, revistas, jornais; seculo do rdio, da televiso e da internet.Comunicao sinonimo de comunicao de massas.O emissor est a uma distncia fsica do recetor.A comunicao distncia desaparecimento do espao; instantnea desaparecimento do tempo. possvel caracter instantneo da comunicao, da velocidade, pode ter consequncias muito pesadas.Como comunicamos to depressa, podemos mudar o contedo do que comunicamos.

Comunicao como sistema de trocasDois seres tm algo a ganhar com a relao, com a troca.Os contedos mentais podem ser intransferveis quando tentamos comunicar temos de codificar o pensamento para o transmitir; aquilo que pensamos pode ficar para sempre como pensamento; ao tentarmos transformar a mensagem em palavras, podemos muda-la e o recetor interpreta-la na mesma de diferente modo. No pensamos por ordem; o pensamento catico. Estamos limitados, subordinados a regras ao comunicar. Na comunicao criamos um produto artificial e o recetor pode criar outro produto. A toda a hora acreditamos estar a comunicar mas temos que ter f avaria da comunicao pode falhar.

Liberdade do sistemaA comunicao implica uma regra, gestos, etc.Regras gramaticais; ns alunos tentamos descodificar o que o professor codifica atravs de regras.Os animais comunicam mas espontneo, inevitvel, no h regras; ns temos opes por exemplo escolhemos falar uma lngua. Previsvel vs. Imprevisvel

Lingustica Nasce com o autor suo FERDINAND DE SAUSSURE, que morre em 1913 e escreve o primeiro livro da ciencia lingustica. A lingustica a cincia da lngua, um corte epistemolgico. A cincia analisa, logo vai cortar; pega no caos do mundo e separa-o, dividindo-o em categorias.A lingustica estuda a lngua; linguista aquele que estuda a lngua.

SAUSSURE prope a diviso entre 2 conceitos:LngualangueFalaparole

Porqu?Porque para haver um estudo cientifico da linguagem, da comunicao, tem de haver diviso entre estes dois conceitos.

mais importante a lngua que a fala porque a fala vem primeiro mas a lngua a regente, a que controla.

Lngua terico aquilo que comunicamos virtual o conjunto de regras de constituio terica uma construo abstrata, conjunto das possibilidades da enunciao

FalaO que resulta da enunciao material, concretaAquilo que algum falou, falar aquilo que acontece a partir de algum, perante algum, num determinado sitio e circunstancia; podemos estudar como que a circunstancia a influencia

Estruturalismo

ROMAN JAKOBSONLiteratura + lingusticaAutor russoTentativa muito sria e estruturada da literatura de mitificar o texto literrioCria o estruturalismo nos Estados unidos nos anos 40 e 50 entendimento cientfico da literatura, da sociedade, do homem, etc.; tentativa de codificar o mundo, a literatura, a lngua, atravs de estruturas minimais subjacentes.

H uma diferena entre a prtica e a teoria. Uma coisa termos, falas corretas; outra coisa podermos explicar a fala, o correto.

Cria este esquema para estudar a comunicao:

Maneira simples de representar algo que catico.

Cada vez que h um ato comunicativo, h sempre estes elementos da comunicao. A transmisso feita atravs de um canal, por exemplo o ar, a atmosfera, gestos, papel, etc.. O cdigo o conjunto de leis da lngua, obedece a determinadas regras da lngua; cdigo partilhado fundamental. O contexto, mundo exterior, que inclui o canal. O emissor pode falar sobre determinado mundo, o recetor pode interpretar o mundo de determinada maneira e o mundo pode ser diferente dessa interpretao.

Perante a enorme complexidade real, preciso criar um cdigo, uma teoria, um esquema.

Literariedade o que faz os textos literrios textos literrios e vice versa; mas o que que os faz ou deixa de fazer?

Os nossos enunciados tm 6 funes e tm a ver com os elementos da comunicao; determinados enunciados se determinam a transmitir o estado de espirito do emissor. Expressiva transmite algo do ntimo do enunciador; aquilo que permite perceber, atravs do enunciado, o estado de espirito do sujeito. Apelativa caracteriza o enunciado; destina-se a causar impacto no recetor; o enunciado obriga o recetor a agir de determinada maneira; os enunciados provocam mudana no mundo. Referencial permite descrever o mundo tal como ; primeiro o mundo existe, segundo eu falo sobre ele; constatamos o mundo como mas pode ser mentira, por distrao ou de propsito. Metalingustica define o enunciado da lngua que teoriza sobre o enunciado da lngua; define o enunciado onde refletimos sobre a linguagem; usar a linguagem para falar da linguagem metalingustica linguagem usada e a linguagem sobre a linguagem usada aporia e paradoxos a aporia a impossibilidade de falar, de no conseguir explicar uma coisa por palavras. Ftica define o enunciado que se destina a desafiar as transmicoes fsicas da mensagem, como por exemplo Estou? Est l?. Confirmar antes de que a transmisso de comunicao comesse; um enunciado que se destina a testar o canal. Potica funo que define a descrio ou o enunciado que aponta para ele prprio, que destaca a sua estranheza. Exemplo: rima define a linguagem com algo musical. Cada vez que o enunciado reivindica a funo esttica do enunciado, a funo potica. Exemplo: metfora subjetiva. A funo potica subjetiva.

Limitaes/ Problemas no esquema de Jakobson:1. esquemtico falta tudo o resto no esquema2. O tempo desaparece no esquema (com a exceo das setas). A mensagem pode ter limites como por exemplo um patro pode dizer certas coisas a um empregado e este no as pode dizer de volta.3. A psicologia no cabe no esquema. No se sabe o que as pessoas esto a pensar ou a sentir, tanto o emissor como o recetor. O ato comunicativo por consistir em apenas um suspiro. diferente um suspiro triste de um suspiro apaixonado, o que no consegue ser representado no esquema. 4. Falta de subtileza5. artificial corta porque vivemos numa continuidade6. A histria no est representada no esquema. No comunicamos da mesma maneira conforme o contexto histrico onde nos inserimos contexto que tem consequncias imediatas na comunicao.7. As setas funcionam nos dois sentidos. No existe um puro recetor nem um puro emissor; ambos so recetores e emissores. Estamos continuamente a desempenhar os dois papis. O recetor emissor porque enuncia de certa maneira ao reagir ao enunciado do enunciador; o enunciador reage nossa reao e assim por diante .8. A psicologia, a histria, a psicologia do recetor e do enunciador no se encontram representadas no esquema: o estado social, politico, econmico nunca se figura no texto.

Os 6 enunciados, os 6 tipos de funes para os enunciados tm falhas tambm: 1. Raramente fazemos uma nica coisa ao enunciar.2. Al experimentao do canal confirma-me o que telefone est a funcionar3. Na mesma frase somos capazes de descrever o mundo, falar de subjetividade, etc.

A lingustica analisa a lngua que dentro desta analisa a fontica, a morfologia, a sintase, e co contacto entre e lngua e o mundo: Pragmtica estuda do modo como fazemos as coisas atravs da linguagem.Dentro de um enunciado possvel que 6 funes estejam ativas, contudo, uma delas dominante; a funo dominante depende do recetor; os outros recetores no esto errados, preciso saber quem pode definir as 6 categorias.

1 Exerccio prtico:Concluses: impossvel no comunicar, mesmo quando instrudo para no o fazer PAULO NATZLAWICK.A comunicao acontece sempre; o comportamento comunica sempre, mesmo estando parados. No podemos no nos comportar.

Cdigo digital designar determinada coisa por palavras.Comunicao analgica comunicar por analogias mostrar um objeto fazendo um desenho/ apontamento.Expresses analgicas comunicar por gestos, expresses.

2 Exerccio prtico:Frase digital -> cdigo analgico -> cdigo digital

AULA 325/02/2013

Exemplo 1 Duas crianas brincam com carrinhos. Assumem os dois papis de emissor e recetor continuamente.

Exemplo 2 Uma criana desenha.Somos os recetores dos nossos enunciados, por exemplo, falar sozinhos. H um ganho de informao sendo o recetor o mesmo que o enunciador. O desenho a mensagem. Enquanto para o emissor o rapaz um simples semforo (por exemplo), para o recetor a psicloga (por exemplo) a mensagem outra coisa: uma neurose. Nenhum deles est correto ou errado, possvel que nenhum dos dois saiba verificar a veracidade das suas interpretaes.

Exemplo 3 Amigos jogam ao ogo de adivinhar nomes dos filmes a partir de gestos.Um dos recetores ser mais valorizado que os outros. um tipo de comunicao analgica.

Exemplo 4 Os mesmos amigos cansam-se e comeam a contar anedotas.Hierarquia tcnica.Entra a palavra, o poder permanece. Performidade tcnicas, jeito; aquele que contar melhores anedotas ser encorajado a contar mais; ser mais popular e ter maior autoestima. Por exemplo, os polticos usam anedotas; alguns que tm poder tentam conquistar o seu pblico; cede o poder para se poder aproximar do pblico. O contar uma anedota quase obrigado; todos devemos ter humor; o homem torna-se uma coeso.

Exemplo 5 Um mdico a prescrever um medicamento.Palavra, profisso. A prescrio desse medicamento provem de uma formao acadmica, a realidade das coisas muito pouco importante ao compararmos com a maneira em que acreditamos na realidade das coisas o perceptor pode interpretar o mdico como fivel ou no, dependendo do especto, da fala do mdico, da sua formao. importante que um mdico fale de uma certa maneira; o que torna um mdico, a sua maneira de enunciar.

Exemplo 6 Algum dotado de poder, no momento de abrir uma sesso polmica diz Sesso Fechada em vez de dizer Sesso aberta trocando as palavras psicopatologia da vida quotidiana.Conscientemente, sei que tenho que abrir a sesso, algum est dotado de poderes, tem um valor dentro da instituio que vai abrir; este algum preferia estar em casa a dormir a vontade consciente inconsciente ao dizer algo, di-lo inconscientemente. O que a mensagem?Ele emitiu algo absurdo: na psicanalise tem uma razo de ser, um sintoma, diz Freud; a maneira que encontramos para comunicar; as doenas so atos comunicativos. A sesso est fechada este ato comunicativo obriga a outros atos > dizer inconscientemente, o publico ri e assim o emissor ganha algo, consegue quebrar o gelo. O emissor torna-se emissor de novo dizendo Quer dizer, a sesso est aberta.; corrige o enunciado, voltando sua funo; ganhou inconscientemente e ganhou conscientemente.

Exemplo 7 Anos 70, duas sondas espaciais enviadas para o espao dos EUADestinavam-se a recolher informao.O cientista Carl Sagan colocou numa placa de outro com hidrognio a localizao da terra no universo, uma imagem de um homem e de uma mulher, um ato comunicativo: algum pode recolher as placas de ouro e decifra-las.Podem surgir problemas de interpretao mas continua a haver um ato comunicativo incompleto at hoje, mas continuamos a insistir, a esforarmo-nos, a acreditar na possibilidade da existncia de um recetor.

Todos estes atos so, podem ser comunicativosPode haver dvidas em relao ao esquema; os exemplos so representativos dos problemas do esquema de JACKOBSON.Questo do poder

ROLAND BARTHESLiteratura, linguista, semitica, politica, antropologia

1953 O grau zero da escritaDesejo utpico de encontrar uma escrita, comunicao, linguagem desprovida de poder. Todos os atos comunicativos so representativos do poder s escrever ou ler j representativo social.

1978 LioLio inaugural de Barthes numa instituio colgio de frana. Retrata a relao entre a linguagem e o poder.Aquele que est a ensinar tem a vontade de dominar; cada vez que algum fala, h uma vontade de dominar; preciso continuamente conquistar a vontade do outro. H poder ao dizer Se faz favor, Adeus, Ol queremos que o outro responda.

Lingustica politica

A lngua uma classificao, somos ensinados a distinguir sexos.

FRIEDRICH NIETZSCHE1873 Sobre a verdade e a mentiraExtramoral.No vemos a linguagem; usamos a linguagem de classe que tem poder, conforme os elementos da nossa classe; como se diz o mundo, como se divide o mundo, como assim a mesa, o cho, por que razo pode ser assim. A nossa linguagem inventada por aqueles que tem poder para o fazer.

-Retomando BARTHESSomos obrigados a escolher um sujeito o eu. Somos obrigados a escolher uma figura que ter consequncias no verbo; somos obrigados a ser um sujeito, subjugado > esquizofrenia no nos vemos num s.

No posso deixar uma frase a meio, no posso no comunicar, no posso dizer morte ao mussoline e viva a ele, etc.

MICHEL FOUCAULTFilosofo.Colgio inaugural de Frana 1970 A ordem do discurso BarthesLinguagem poder, discursos, conotaes do discurso; censura, obrigao de dizer, instituies, disciplinas, cincias humanas, como que uma sociedade organiza o saber; como que uma sociedade perde tempo em organizar atravs da linguagem; quem tem o poder de possuir o direito, quem que tem ouvido como possuidor da verdade?Somo educados a acreditar nas cincias e no estranhamos porque estamos habituados a isso. Algum teve o poder dizer que isto uma mesa. A prpria linguagem poder e desejada enquanto poder; lutamos pela possibilidade de falar, pela linguagem.

AULA 427/272013

impossvel no comunicar. No podemos no manifestar poder.

Louco aquele designado como louco pela sociedade. O medico ter ao sei dispor todas as foras para poder manter o louco preso.

FOUCAULTPorque que a sociedade europeia conseguiu criar discursos para considerar que umas pessoas tem o direito a liberdade e outras so fechadas - loucosO que ser louco? Depende conforme o contexto histrico, que mudar ao longo dos anos e conforme quem tem o poder

BARTHESManipulao da linguagem: parece estar preocupado com isso desde o incio.1957 MitologiasArtigos que vai publicando sobre variadssimos assuntos tpicos da sociedade francesa contempornea semitica, semiologia tm uma concluso nesse mbito.

Mitos No se trata de comportamentos religiosos das sociedades antigas mas sim a literatura, o escritor, a greve, cruzeiros volta de frana, determinados processos jurdicos, etc.; portanto so objetos contemporneos.A sociedade est a mudar: comunicao das massas; decidem-se dedicar a isso. O carro novo.Estes investigadores so um bocado suspeitos porque no fala de autores mas sim do carro, do que acontece. Os investigadores vao estudar o que que o carro significa sem que o consumidor perceba; o que que ele vale, perde, condiciona; ao comprar um carro, algo vai acontecer de imediato. -A sociedade, a economia.O carro como algo que existe agora, est condicionado pelo agora, vamos precisar sempre das datas.Quando datamos a palavra, estamos a condiciona-la; diferente de poca para poca; tudo se transforma.

SAUSSURE

SIGNO=SIGNIFICADOSIGNIFICANTE

O signo o encontro entre uma unidade mnima significada e uma unidade mnima significante.

/ k r u / - Significante

c + a + r + r + o - um fonema, dois grafemas (dizer e falar)

O signo o encontro desta materialidade, uma fatia mnima dessas ideias, desse material.

BARTHES

Um carro para ns no s um carro, tambm um sistema de valores, um mito. Quando vemos a publicidade a uma carro, podemos pensar que ao temo-lo, temos prestigio, etc. Por exemplo, o leao em termos denotativos um maifero, vive em determinado local, tem pelo, pode matar, etc., e em termos conotativos o rei da selva, tem determinado poder, partida nao tem inimidos naturais, etc. III Mito.

Denotao/Conotao

AULA 5 4/3/2013

PAUL WATZLAWICK; JANET HELMICK BEAVIN; DON D. JACKSON Pragmtica da comunicao humana

Axioma algo que se pensa que verdadeiro; frase minimal com valor de verdade.Psicoterapia, psicologia.

Existem 5 grandes premissas, axiomas:1. impossvel no comunicar. A toda a hora emitimos mensagens, podemos comunicar que no queremos comunicar. Comunicar intemporal, vlido para todos os atos comunicativos.

2. Toda a comunicao implica um contedo e uma relao.Toda a comunicao tem um aspeto de contedo e comunicao, o segundo classifica o primeiro e portanto uma ????. Relao tem a ver com o modo que entendemos a mensagem: fecha a janela pode ser uma ordem, um pedido, depende da relao, do contexto das pessoas.

3. A comunicao depende da pontuao das sequncias. Que significa entender quem toma iniciativas: ela que d o estmulo e ele a resposta, ou seja, iniciativa resposta.A natureza de uma relao est na contingncia da pontuao das sequncias comunicacionais entre comunicantes. Por exemplo, um casal em terapia que no comunica. Um acusado de ser passivo e a outra acusada de o deixar sem resposta. Ambos os pontos de vista esto corretos e errados.

4. O ser humano comunica digital e analogicamenteComunicao analgica: representar o mundo atravs de brinquedos, por exemplo.Comunicao digital: lngua portuguesa.

5. As permutas comunicacionais so simtricas ou complementaresSujeitos A e B estabelecem uma relao entre eles; pontuam de maneira diferente, de acordo com os seus interesses. A relao que simtrica ocorre quando os comportamentos dos dois se aproximam, identificam como por exemplo duas pessoas em que uma conta uma historia e a outra diz que sim ao que o outro conta.A relao complementar quando h diferena de poder entre duas ou mais pessoas. Por exemplo, o casal em que um quer mais que o outro e por vezes tem o que quer. Os tipos de relao podem mudar ao longo do dialogo pode ser simtrica ou complementar.

GARRET > leitor/espectador Comunicantes reaisGARRET > ator > espectador

Madalena Telmo - Comunicantes ficcionaisMadalena um objecto artificial, literrio, respeita as regras, tragedias garrettiana.

AULA 66/3/2013

PUBLICIDADES

AULA 711/3/2013

COMUNICAO ORALPonto de partida histrico: todas as comunidades tinham comunicao oral mas no escrita. Antes de saber ler/escrever j falvamos. Muitas populaes no em escrita hoje e dentro da histria da humanidade, a escrita relativamente recente (includo a pr histria) o que distingue a histria da pr histria a descoberta/criao da escrita; j se falava antes.Uma sociedade, a religio, a filosofia so exemplos de aquilo que constitui uma poca; mas no obrigatrio haver escrita numa sociedade. Quando a oralidade est sozinha parecer ter uma fora maior. As sociedades primitivas davam muito valor ao discurso oral/ fala; era como se fosse um ritual, o proferir da palavra tem poder, consegue pr ordem no universo.

A pragmtica uma disciplina dentro da lingustica que trabalha a organizao entre a linguagem e o mundo. Esta divide os enunciados entre constativos e performativos: O constativo um enunciado que descreve o mundo tal como ele . Por exemplo Hoje segunda-feira j era segunda-feira antes de eu o dizer; estou a descrever a realidade das coisas; o enunciado adequa-se a realidade das coisas; no limite poderia estar a mentir mas continuava a ser um constativo, embora errado. O performativo no sentido mais forte/extremo, cria o mundo. Por exemplo Declaro-vos marido e mulher estas condies tem que se verificar; cria o mundo porque antes no havia nem marido nem mulher; tem de ser o enunciado a criar o novo estado de coisas. Existem regras muito estritas. Exemplo 2 Declaro a sesso aberta no existia nenhuma sesso aberta mas a partir do momento em que enuncio as palavras, est aberta. Te quem ser proferida no sitio certo com as pessoas certas e tem de ser o presidente e no um impostor performativo avariado.

Livros medievais h poucos e so para ser possudos.A tipologia ainda no existia. Porqu? Porque tanta despendia de energia? A tcnica o Diabo. H algo de diablico na mquina, o carimbar automaticamente. O monge quando copia, lentamente e a sofrer, estava a ganhar o paraso no se trata de dar a ler, trata-se de sofrer. Na tipologia no se sofre. Quanto menos livros houver, melhor .

Oralidade BENJAMIN vai descrevendo vrias figuras, do contador literrio, e fala de um moribundo lembra que durante seculos as crianas viam os moribundos morrer, o que j no acontece hoje. Benjamin discorda com esta ao pois a palavra poderosa e o moribundo aquele que ao morrer tem o poder, a sabedoria, a palavra. suposto estar entre os dois mundos e acaba por se tornar um orculo, as palavras tornam-se sagradas e no profanas. Ars moriendi arte de morrer; manual da boa morte ensinam o moribundo morrer e ajudam a afastar o diabo. scripta manent a coisa escrita no muda.

Caractersticas da oralidade:1. Copresena dos interlocutores a oralidade vai exigir a copresena de elementos comunicativos. Por exemplo, beb e pai, beb e me. A me fala com o beb, este no entende as palavras mas percebe o tom comunicao analgica estado de espirito da me copresena do emissor e recetor. Nesta comunicao presencial h rgos acsticos de uma lado e de comunicao do outro e h ainda comunicao visual vm-se. Os gestos, os movimentos, os 5 sentidos esto envolvidos na comunicao: viso, audio, tato, olfato e gosto.

2. A relao com o tempo presente regra geral: a comunicao, o tempo de referencia, a comunicao oral implica estarmos a falar no instante, isto , dentro da copresena podemos reagir em tempo real aos inputs do outro.

3. Dependncia contextual dentro da oralidade, h muitas formas de falar de um contexto e implica-las; a presena do contexto partilhado entre o emissor e o recetor est relacionado com tudo o resto; como se o contexto falasse por ns; ns partilhamos um contexto, isto no tem que ser verbalizado porque j implcito.

4. Comunicao no-verbal na oralidade preciso elementos de comunicao no-verbal como tocar em algo por exemplo. Exprimir um estado de espirito num tom de voz prosdia estudo da comunicao no-verbal que estuda o tom, o timbre, o ritmo, etc. exemplo, um co no percebe as palavras do dono mas sim o tom. A escrita tem as suas maneiras de limitar isto. Como que a escrita suprime o no-verbal? Por exemplo, a surpresa atravs da pontuao: Foste tu!!!; no manuscrito sublinhamos, n computador pomos em itlico; tudo isto so maneiras de exprimir algo no-verbal. A comunicao verbal ambgua. Cotexto ContextoAs palavras valem pelo que conotam ou significam o contrrio: minha joia, meu querido; adicionar um emoticon esta ambiguidade pode ser eliminada porque mostramos a nossa inteno. O ltimo momento na chama telefnica pode arruinar tudo, toda a conversa. O ultimo emoticon no email pode por tudo bem.

5. Espontaneidade improviso.H uma certa desorganizao no discurso; o emissor est continuamente a assegurar a sua comunicao. A comunicao oral permite um constante; continuamente pensamos no discurso, tentamos controla-lo. No seguimos um plano fixo, mudamos mediante as reaes. As nossas conversas quotidianas so flexveis e maleveis mas h regras, por exemplo, falar sem cumprimentar/dizer Ol!

6. Fugacidade do ato comunicativo normalmente o ato insere-se no tempo e passado um bocado desaparece, enquanto a escrita no; podemos voltar a ler. Na oralidade nada permanece. O vdeo faz do ato fugas da oralidade no ser to fugas. Sendo fugas, temos de renegociar com o recetor. H limites de audio, paciencia, o enunciado fugas, pode ser impercetivel, a paciencia tem que acabar e h a luta pela ateno, manter interessado. O ato fugas mas temos que ogar em interesses deste.

Dito isto

Pensar em que circunstancias escrevemos um email, mandamos mensagens, fazemos chamadas conforme aquilo que queremos transmitir escolhemos diferentes meios. Os meios criam determinados contedos, por exemplo, algo grave torna-se menos grave se mandarmos uma mensagem, ou no.

AULA 813/3/2013

TESTEAnalisar publicidades/textos ultima quarta feira do anoIndestificar actos comunicativos, quem faz o qu, o que realmente quer dizer algo, etc. Basicamente tudo que fazemos nas aulas prticas

A diviso entre o oral e o escrito enganador

A escrita no muda, o texto mantem-se igual, o leitor que muda.

PLATO Fedro Escrita sobre a oralidade e a memria.No livro, Plato diz que a escrita um mal porque anula a nossa capacidade de memria, por exemplo, quando escrevemos algo para nos lembrar-mos, no usamos a memria. Ns temos crebros capazes de memria que pode ser falvel e, por outro lado, exercitada, como por exemplo um ator que exercita a memria a decorar as falas. A memria tem falhas e por isso podemos ter memria dora do corpo escrita.Plato foi educado como todos os outros gregos: atravs da memorizao de textos. A Grcia antiga baseia-se na memria; conforme confiamos na escrita, perdemos a capacidade de memorizar; a escrita corri a nossa capacidade de pensar, ou seja, filosofar. Mas para sabemos esta tese, Plato escreveu-a, tornando todo o discurso paradoxal. A escrita, diz Plato, um pharmakon: um veneno. A escrita envenena quem tem a capacidade de memria. Outros entendem que pharmakon bom. Enfim, contraditrio.

Somos ser finitio que conseguimos ultrapassar a finitude atravs de protesses, por exemplo, no conseguimos correr mais que aquilo que corremos; usamos o carro. No conseguimos voar, usamos o avio. No decoramos, usamos um disco rgido ou um computador.

JACQUES DERRIDA PLATO

(Literatura ciberntica)

Sintagmas nominaisVerbos (transitivos)Sintagmas nominais

O gatoLevaFrias

SofiaComeuO bosque

O dedo mindinhoQuerTremoos

O relmpagoEstimulaSrios (estrela)

Temos 3 bases de dados; o programa de computador pode construir sintagmas a partir destes dados.

Esttica da receo movimento, pesquisa que estuda a literatura no seu ponto de chegada publico.

AULA 918/3/2013

Exemplos 1. Dois amigos a tomar caf fenmeno realizado oralmente2. Antigo cientfico publicado numa revista3. Notcia de televiso: sem comunicao fsica imediata, sem tato, mas ouve-se algum a falar para algum. O jornalista est a ler o teleponto; algum est a passar texto escrito para ele ler.4. Entrevista publicada numa revista: quando os recetores a leem, esto a ler uma coisa que foi oral.

Conceo discursivaMeio de produo

Conversa de cafOralSonoro

Artigo cientficoEscritaGrfico

Notcia da tvEscritaSonoro

Entrevista na revistaOralGrfico

Exerccio prtico: reproduzir as gravaes feitas e transcrev-las para o quadro para a escrita.

Concluses: Aperfeioa-se algo que no oralidade era improvisado: hum hamRitmo mais lento na escrita que na oralidade.A oralidade equivalente a presso; expressam-se os nervos.

AULA 1020/3/2013

LEITURA DA OBRA T0; ANLISE DA MESMA

3/4/2013

TAREFA: criar uma pequena pea de teatro. Definir situao, tempo, lugar, contexto.Criar duas personagens com diferentes objetivos, autnomos, independentes.

Na faculdade, no corredor, encontra-se Verena, uma estudante estrangeira, provinda da Alemanha, que procura conhecer a faculdade. No fundo do corredor avista Maria de Lurdes, a empregada de limpeza, que interdita a passagem ao WC. Verena, receosa mas cheia de curiosidade, dirige-se a Maria de Lurdes.

VERENA Desculpe, estou um pouco perdida. No conhecer a faculdade, pode ajudar?MARIA atarefada Filha, no podes entrar, no podes entrar, estou ocupada, no vs?VERENA Desculpe, no perceber.MARIA a gesticular Estou a limpar, no podes entrar, vai a outra. VERENA confusa Oh Obrigada.

GRARD GENETTEPega numa notcia de jornal como:

Ontem, um automvel embateu contra uma rvore. O condutor morreu instantaneamente.

E reescreve-a:

Ontem, um automvelEmbateuContra uma rvore.O condutor morreuInstantaneamente

As palavras ganham outro peso no texto reescrito. Altera-se graficamente a disposio das unidades e tiramos consequncias semnticas e tiramos outras ideias; procuramos outras intenes. O nosso horizonte de espectativas muda.

HANS ROBERT JAUSSO horizonte de espectativas tudo aquilo que o leitor espera do texto, da literatura. Perante um texto em prosa temos um horizonte de espectativas especfico; perante outra escrita, temos outro horizonte. Perante um objecto com uma descrio, um termo, uma palavra tem determinado significado; noutro tem outro; a palavra torna-se polissmica: a palavra a mesma mas o leitor l-a de maneira diferente.

Aplicando as Funes da Linguagem: No primeiro caso, temos uma funo informativa. No segundo temos uma funo potica/esttica. No segundo caso reparamos na forma como o texto constitudo; no primeiro reparamos no contedo.

A rima, no segundo caso. No primeiro caso, o texto subtil, parece no ser to grave.No segundo caso, o trabalho potico esteticamente valorizado.

InstantaneamenteDeve-se evitar os adjetivos terminados em mente.

8/4/2013

Um texto, um discurso um objeto materializado numa determinada lngua natural, produzido numa situao concreta (e particular) pressupondo os participantes locutor e alocutrio, fabricado pelo locutor, por seleo sobre tudo o que, nessa situao concreta, dizvel para (e por) esse locutor a um determinado alocutrio.

In Gramatica da Lngua Portuguesa

Um discurso inclui vrios tipos de texto, mas um texto no inclui vrios tipos de discurso.

Lnguas naturais A msica no natural

Locutor (emissor)

Alocutrio (recetor)

Fora alocutria = capacidade de promover efeitos movida real (ex. Antero de Quental Conferncia no Casino)

Valor ilocutrio de um textoobj. revoluo

Dirio ntimo + locutor e alocutrio so o mesmo

Quando escreve

Quando l

Naufrago que envia mensagem em garrafa acredita que h alocutrio.Seleo (ideia sauussuriana)Exemplo:O Andr est casa vazia.O Andr est cantar.O Andr est datashow.Podemos selecionar na nossa base de dados.

O locutor a cada momento tem de se adaptar.

Leis da estabilidade:1. ConectividadeO texto define-se pela sua conectividade, coerncia e coeso. Todas as unidades esto unidas. Texto = tecido ->usoExemplo: Venci, vidi, venci -> coeso sequencial, outra sequncia no teria sentido, tal como Sato o perseguiu rato o

2. IntencionalidadeA intencionalidade define o texto como tendo uma origem (locutor) que tem determinada inteno. O texto tem uma razo, no nasce por si. O texto tem uma inteno. O texto baseia-se na inteno do locutor, mesmo que no presente. importante perceber quem o locutor e pensar na sua historia discursiva (o que j produziu, em que momento da vida , aprendizagem, se encontra). Quanto maior for a experiencia, mais enriquecedora a historia discursiva.

3. AcertabilidadeO texto define-se, do ponto de vista dos recetores, como aceite. Reconhecem o texto enquanto tal. A aceitabilidade tambm compreende se o recetor reconhecer ou no texto se perante erros, por exemplo. subjetivo. Cada recetor tem a sua ideia de texto. Determinados utentes de uma cdigo (Exemplo, uma lngua) partilham um determinado e igual sentido -> comunidade(s) discursiva(s). Cada emissor tem uma histria discursiva prpria e integra comunidade(s) discursiva(s). Quem dominar vrios cdigos de vrias comunidades, tem maior adaptabilidade.

4. SitucionalidadeCaracterstica que torna o texto adequado a uma situao. Situao formal: voc; informal: tu. O texto adapta-se, adequa-se situao.

5. IntertextualidadeRelao do texto entre outros textos. Transformam o meu teto de acordo com a minuta de outros. H diferentes tipos de estado de enunciados. Os textos tm regras prprias. Por exemplo, um texto de um jornal com estrutura prpria, a informao escalonada. Estrutura tipo estvel. Exemplo 2, cartas formais tm uma minuta, uma estrutura (data, cumprimentos, Venho por este meio, despedida). Quando escrevo uma notcia estou em intertextualidade com os outros textos de notcia. Tal como um texto literrio. Pode haver intertextualidade implcita ou explcita.

HAROLD BLOOM, A angstia da influncia, 1973Trabalha a intertextualidade entre poetas fortes.O poeta forte escolhe um pai potico e tenta mat-lo. Por exemplo Mensagem, de Fernando Pessoa, fala da morte de Cames, contudo sem o referir/elogiar explicitamente.

Nota: todas estas caractersticas fazem do texto o que ele .

6. Informatividade Um texto tem de ter informao, que transmite ao recetor ou ao alocutrio. A informao significa uma surpresa, uma novidade, descoberta. Contudo, um texto com determinada informao torna-se obscuro ao recetor. Podemos medir a maior ou menor informao de um texto pelo conhecimento do assunto, pelo grau de desordem do texto. Quanto maior a desordem tem o texto, mais informao tem (caso dos pontos no quadro). Exemplo 2: O cu azul em contraste com O cu de Van Gogh. Quanto mais inesperado for o enunciado, mais informativo .

Texto=liberdade, criatividade + coesoSeculo XX literatura=desobedincia ordem da seleo. Movimentos de vanguarda.

O que proibido num texto aconselhvel a determinado movimento literrio. Por exemplo Dada dcada de 10 (16/19); 1920 (autores dada morrem).

MARCEL DUCHAMP (Urinol em exposio do seculo XX)

TRISTAN TZANA (Escritor dada francs)

Poema dada: interpretvel; no transmite nenhuma mensagem, logo no cumpre objetivo de seleo.

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