aulas eletronica ii parte 1

218
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DISCIPLINA: ELETRÔNICA II SÃO LUÍS MA , 2012 Prof. Vilemar Gomes

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Page 1: Aulas Eletronica II Parte 1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DISCIPLINA: ELETRÔNICA II

SÃO LUÍS – MA , 2012

Prof. Vilemar Gomes

Page 2: Aulas Eletronica II Parte 1

1. AMPLIFICADORES DE MÚLTIPLOS ESTÁGIOS

Várias configurações de circuitos eletrônicos são compostas por conexões

entre dois ou mais estágios que utilizam unidades do mesmo dispositivo

eletrônico. Essas configurações são amplamente utilizadas em circuitos

discretos ou em circuitos integrados. Algumas dessas configurações são:

• Amplificadores em cascata

• Conexão Cascode

• Par Darlington

• Amplificador Diferencial

1.1 Amplificadores em cascata

Uma configuração composta por amplificadores em cascata é caracteriza-

da pela conexão de dois ou mais estágios amplificadores, de modo que

a saída de cada estágio é usada como entrada para o estágio seguinte.

Page 3: Aulas Eletronica II Parte 1

Na Figura 1.1 mostra-se uma ligação genérica de ‘n’ estágios em cascata

Os parâmetros Av e Ai de cada estágio são determinados com todos os

estágios conectados como indicado na Figura 1.1. Em outras palavras, Av e

Ai não representam os ganhos de cada estágio isoladamente. Para determi-

ná-los, considera-se o efeito de carga de um estágio sobre o seu antecessor.

Os ganhos, as tensões, as correntes e as impedâncias são grandezas

reais

Vi1

Av1

Ai1

Vo1

Vi2

Av2

Ai2

Vo2

Vin

Avn

Ain

Von ZL

Zi1

Zo1

Zi2

Zo2

Zin

Zon

Ii1

Io1

Ii2

Io2 Iin

Ion

Fig. 1.1

Page 4: Aulas Eletronica II Parte 1

Um modelo de um estágio genérico da ligação em cascata está mostrado na

Figura 1.2

Fig. 1.2

Para ‘n’ estágios ligados em cascata, como na Figura 1.1, os ganhos

totais de tensão e corrente são, respectivamente:

AVT AV1AV2...AVn (1.1)

AiT Ai1Ai2...Ain (1.2)

Não há uma equação normalmente empregada para as impedâncias de

entrada e saída do sistema em termos das impedâncias individuais

Vi

Vo

Zi

AvVi

Zo

Ii

Io

Zi’’

Zo’

Page 5: Aulas Eletronica II Parte 1

O ganho total do sistema da Figura 1.1 pode ser escrito também como

(1.3)

ou, equivalentemente

(1.4)

O produto dos ganhos de tensão e corrente é:

ou, equivalentemente

(1.5)

onde APT é o ganho total de potência

AV

V

I Z

I ZvT

on

i

on L

i i

1 1 1

A AZ

ZvT iT

L

i

1

A AI Z

I Z

I

IvT iT

on L

i i

on

i

1 1 1

A AI Z

I Z

P

PvT iT

on L

i i

o

i

2

1

2

1

A A ApT vT iT

Page 6: Aulas Eletronica II Parte 1

Amplificadores a BJT com Acoplamento RC

Na Figura 1.3 mostra-se um amplificador de dois estágios em cascata usando

transistor a emissor-comum(EC)

Fig. 1.3

Vi

Ci

R1

R2

RC

Io1 Ii2

R1’

R2’

RE

CE

RC’

Co

RE’

CE’

RL VL

Ii

Io

Ca

Zi

Zo

VCC

Page 7: Aulas Eletronica II Parte 1

Note que são usados capacitores de acoplamento entre:

a) a fonte de tensão e o primeiro estágio

b) os estágios amplificadores

c) o último estágio e a carga

Estes capacitores servem para bloquear a componente DC do sinal que

flui entre a entrada e a saída de cada estágio

Estes capacitores em conjunto com os resistores de polarização dão o nome de “acoplamento RC” a este tipo de ligação entre estágios.

Calculo dos parâmetros Z, Ai e AV do circuito da Figura1.3

Aplica-se a análise AC, onde os capacitores e as fontes DC são substituídos por curto-circuito. Para o circuito da Figura1.3, obtém-se o circuito equivalente AC da Figura1.4

Fig. 1.4

Vi

Rb

ib2

ii

io1=ii2

RC

Rb’

ib1

ic1

hie

io=iL

RC’

RL

ic2

hie

Zi

Zo

Zi2

Page 8: Aulas Eletronica II Parte 1

Consideram-se transistores idênticos

hfe (ganho de corrente do transistor)

hiere (impedância de entrada do transistor)

RbR1 // R2 (relativa ao 1o estágio)

Rb’R 1’// R2’ (relativa ao 2o estágio)

a) Impedância de entrada do circuito completo, Zi

Zi Rb // hie

Zi (R1 // R2 ) // hie (1.6)

b) Impedância de entrada do segundo estágio

Zi2= Rb’ // hie (1.7)

Zi2 = (R 1’// R2’ )//hie c) Impedância de saída

Zo (1/hoe)// RC’

Zo ≈ RC’ (1.8)

Page 9: Aulas Eletronica II Parte 1

Ganho de corrente do primeiro estágio Ai1

Por definição,

Aplicando a técnica de diagrama de fluxo de sinal, juntamente com a regra de

divisor de corrente, ao circuito da Figura 1.4, segue:

Aplicando a fórmula de Mason, tem-se

(1.9)

2iC

C

ZR

R

fehieb

b

hR

R

1oi1ci1biii

i

oi

i

iA 1

1

))(( 2

1

iCieb

Cbfe

iZRhR

RRhA

Page 10: Aulas Eletronica II Parte 1

Ganho de corrente do segundo estágio Ai2

De maneira análoga ao cálculo anterior, encontra-se

(1.10)

Ganho total AiT

Da Equação (1.2), o ganho total em corrente para este caso de 2 estágios é:

(1.11)

Substituindo as Equações (1.9) e (1.10) na Equação (1.11), obtém-se

(1.12)

))(( ''

''

2

2

LCieb

Cbfe

i

oi

RRhR

RRh

i

iA

))(())(( ''

''

2

2

LCieb

Cb

iCieb

CbfeiT

RRhR

RR

ZRhR

RRhA

21 iiiT AAA

Page 11: Aulas Eletronica II Parte 1

Ganho de tensão

De modo geral, o ganho de tensão de um estágio amplificador EC é

(1.13)

onde ZL é a impedância de carga.

Particularmente para um estágio EC sem carga, que corresponde a ZL=∞,

o ganho de tensão dado por (1.13) simplifica-se para:

(1.14)

Ganho de tensão do primeiro estágio, AV1

Aplicando a Equação (1.13) ao primeiro estágio do circuito da Figura 1.4,

para o qual ZL= Zi2 , obtém-se o ganho de tensão:

(1.15)

e

LC

vr

ZRA

AR

rv

C

e

1

2

1

e

iC

vr

ZRA

Page 12: Aulas Eletronica II Parte 1

Ganho de tensão do segundo estágio, AV2

Analogamente, o ganho de tensão do segundo estágio é:

(1.16)

Portanto, o ganho total de tensão do circuito amplificador de dois estágios da

Figura 1.3 é

É importante lembrar que Zi2 é a impedância de entrada do 2o estágio:

2

'

2

e

LC

vr

RRA

A A AvT v v 1 2

2

'

1

2

e

LC

e

iC

vTr

RR

r

ZRA

iebi hRZ //'

2

Page 13: Aulas Eletronica II Parte 1

Exemplo 1.1- Suponha-se que é dado o circuito amplificador de dois estágios

mostrado na Figura 1.5

Fig.1.5

Para os transistores idênticos T1 e T2 são dados:

hfe50

hiere0,5K

Vi

0,5F

20K

4K

4K

Io1 Ii2

10K

2K

1K

500F

2K

0,5F

1K

500F

1K Vo

Ii

Io

0,5F

Zi

Zo

20V

T1

T2

Page 14: Aulas Eletronica II Parte 1

Usando a notação geral da Figura 1.3 para o caso particular da Figura 1.5,

identificam-se os seguintes elementos

R120K, R24K, RC4K, RE1K, R1’10K, R2’2K, RC’2K,

RE’1K, RL1K, Ci0,5F, CE500F, Ca0,5F, CE’500F,

Co0,5F

O circuito equivalente AC está esquematizado na Figura 1.6

Fig. 1.6

Cálculo de resistências equivalentes de associações em paralelo nas bases

Rb4K20K Rb3,333K

Rb’2K10K Rb’1,667K

Vi

io=iL

ic2

1K

ib2

ii

io1=ii2

4K

ib1

ic1

20K

4K

2K

10K

2K

Zi hie Zi2 hie Zo

Page 15: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo da Impedância de entrada

ZiZi1Rb// hie = (20K // 4K ) // 0,5K

Zi0,435K

Cálculo da Impedância de entrada do 2o estágio

Zi2= Rb’ // hie = (2KΩ //10KΩ) //0,5KΩ

Zi2 = 0,385KΩ

Impedância de saída

Zo = RC’//(1/hoe) ≈ RC’=2K

Cálculo do ganho de corrente do 1o estágio

))(( 2

11

iCieb

Cbfe

i

oi

ZRhR

RRh

i

iA

68,39)385,04)(5,0333,3(

4333,3501

iA

Page 16: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo do ganho de corrente do 2o estágio

Cálculo do ganho total de corrente

Cálculo do ganho de tensão do 1o estágio AV1

))(( ''

''

2

2

LCieb

Cbfe

i

oi

RRhR

RRh

i

iA

64,25)12)(5,0667,1(

2667,1502

KKKK

KKAi

)64,25)(68,39(21 iiiT AAA

AiT 1017

1,3501,0

385,0||4

)/(

|| 22

1

K

KK

hh

ZR

r

ZRA

feie

iC

e

iC

v

Page 17: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo do ganho de tensão do 2o estágio AV2

10

7,666

01,0

1||2'

2K

KK

r

RRA

e

LC

v

Av2 66 7 ,

Portanto, o ganho total de tensão é

A A AvT v v 1 2 351 66 7( , )( , )

AvT 2341

Outra opção para calcular AVT é através da Eq.1.4, como segue:

93,2337435,0

11017

1

vT

i

LiTvT A

K

K

Z

ZAA

Page 18: Aulas Eletronica II Parte 1

Conexão em cascata de estágios amplificadores a FET

O esquema da Figura 1.7 é de uma conexão em cascata com dois estágios

amplificadores a FET

A impedância de entrada é igual à impedância de entrada do 1o estágio

A impedância de entrada do 2o estágio é dada por

A impedância de saída é igual à de saída do 2o estágio

+

-

Vi(t)

C1

RD1 RD2

C2

C3

RG1 RS1 CS1 RG2 RS2 CS2

Fig. 1.7

Vo(t)

VDD

T1 T2

Zi =Zi1 Zi2

Zo=Zo2

11 Gii RZZ

22 Gi RZ

22 Doo RZZ

Page 19: Aulas Eletronica II Parte 1

Os ganhos de tensão dos dois estágios individuais são:

O ganho global do amplificador em cascata é portanto:

)()//( 2222111 DmvGDmv RgAeRRgA

22121

2221121

)//(

][)]//([

DGDmmVT

DmGDmvvVT

RRRggA

RgRRgAAA

Page 20: Aulas Eletronica II Parte 1

Amplificadores a BJT com acoplamento por transformador

Inicialmente são revistas equações fundamentais do transformador. Para isto,

considera-se a configuração básica da Figura 1.8

Fig. 1.8

As equações básicas são:

(1.17)

(1.18)

(1.19)

V

V

N

Na V aV

P

S

P

S

P S

I

I

N

N aI

aI

P

S

S

P

P S 1 1

Z a Zi L 2

VP

NP : NS

VS ZL

IP IS

Zi

Page 21: Aulas Eletronica II Parte 1

onde:

NP : número de espiras do primário;

NS : número de espiras do secundário;

‘a’: razão entre os números de espiras do primário e secundário

VP e IP : tensão e corrente do primário

VS e IS : tensão e corrente do secundário

Na Figura 1.9 mostra-se um amplificador de dois estágios, acoplados entre si

por transformador

Fig. 1.9

VL

Vi

a1:1

R1

R2

C

RE

CE

R2’

C’

RE’

CE’

R1’

VCC

RL

a2:1

a3:1

Z2

Z4

Z1

Z3

Page 22: Aulas Eletronica II Parte 1

Note que entre os estágios são colocados transformadores com relações de

número de espiras (NP / NS) de valores: a1, a2 e a3

Esses transformadores, a exemplo dos capacitores de acoplamento, evitam

que níveis DC de um estágio afetem as condições de polarização do estágio

seguinte

Vantagens do acoplamento por transformador

a) proporciona o casamento, tanto quanto possível, da carga que cada

estágio insere, com a impedância de saída do estágio precedente,

implicando na máxima transferência de potência,

b) a eficiência, determinada pela relação entre a potência AC de saída e a

potência DC de entrada, é melhorada, devido a resistência DC de coletor

ser baixa(alguns ohms) resultando numa perda de potência DC menor.

Desvantagens do sistema com acoplamento por transformador:

a) maior dimensão devido aos transformadores,

b) introdução de elementos reativos (indutância das espiras e capacitância

entre elas) com efeitos parasíticos no sistema (influi na resposta em

frequência)

c) aumento do custo devido aos transformadores

Page 23: Aulas Eletronica II Parte 1

O equivalente AC para o circuito da Figura 1.9 está mostrado na Figura 1.10

Supor que os transistores são idênticos e que são dados: hie2K, hoe20mhos, hfe50, Zi125 e RL2K

onde Zi é a impedância vista pelo gerador de sinal ‘Vi’

Conforme as indicações de impedâncias do circuito da Figura 1.9, tem-se

Z1Z3 hie2K

Para máxima transferência de potência deve-se fazer

onde (1/hoe) Zo é a impedância de saída de cada transistor

a1:1 a2:1 a3:1

V2 V4

Vi V1 V3 RL VL

Zi Z1 Z2 Z3 Z4

Fig. 1.10

Kh

ZZoe

501

42

Page 24: Aulas Eletronica II Parte 1

Considerações sobre freqüência nem sempre permitem esta igualdade. Nestes casos faz-se uma aproximação a melhor possível

Cálculos das relações de espiras dos transformadores, usando a Equação

(1.19)

a) para o 1o transformador

onde a1 = NP / NS do 1o transformador

b) para o 2o transformador, tem-se que

c) para o 3o transformador

4

12)(125)( 1

2

11

2

1 aKaZaZi

52)(50)( 2

2

23

2

22 aKaKZaZ

52)(50)( 3

2

3

2

34 aKaKRaZ L

Page 25: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculos dos ganhos de tensão

a) Para o 1o estágio

b) Para o 2o estágio

6252

)5050(50])/1[()(2

'

1

21

K

KK

h

Zhh

r

ZZ

v

vA

ie

oefe

e

Lo

v

12 625vv

625])/1[(

2

4

3

42 v

ie

oefe

v Ah

Zhh

v

vA

34 625 vv

Page 26: Aulas Eletronica II Parte 1

c) Para o circuito completo

Para o cálculo do ganho total de tensão do circuito da Figura 1.10, pode-se

aplicar a técnica de diagrama de fluxo de sinal, conforme segue.

Do diagrama acima, considerando os valores calculados anteriormente,

obtém-se o ganho:

)/1( 3a)/1( 1a )/1( 2a1vA 2vA

21 vvvi Lvvv 43

6250055)4/1(

)625()625(

321

21

vT

vv

i

LvT A

aaa

AA

v

vA

Page 27: Aulas Eletronica II Parte 1

Amplificadores a BJT com acoplamento Direto

Neste tipo de acoplamento nenhum elemento é colocado entre os estágios,

como no exemplo mostrado na Figura 1.11.

Fig. 1.11

VCC

IC1 IC2

RC2

RB1 RC1

IB1 T2

T1

Vo

RE2

Vi RE1

IB2

IE2

Zi1

IE1

Zi2

Page 28: Aulas Eletronica II Parte 1

Um dos maiores problemas associados aos circuitos com acoplamento direto

é relativo à estabilidade do nível DC. Qualquer variação no nível DC de um

estágio é transmitida, com amplificação, aos outros estágios.

A colocação do resistor de emissor ajuda a estabilização do ganho de cada

estágio.

Cálculos para o circuito da Figura 1.11, considerando um exemplo numérico

Suponha que são dados:

a) para os transistores

140, re113,47, 2100, re25,2

b) para os componentes de polarização

VCC12V, RB1186K, RE11,2K, RC13K, RE21,1K e

RC2 0,8K

De modo geral, para um transistor qualquer, sabe-se que:

(1.20) I I I

I II I

E B C

C BE B

( )1

Page 29: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo de IB1, IC1 e IE1:

Aplicando a LTK à malha que envolve RB1 , RE1 e VCC do circuito da

Figura 1.11, segue:

Substituindo IE1 com base na Equação (1.20), obtém-se:

Substituindo os valores numéricos dados, encontra-se IB1:

Portanto, a corrente do coletor de T1 é:

A corrente de emissor do mesmo transistor é

1111 EEBEBBCC IRVIRV

V R I V R ICC B B BE E B 1 1 1 1 11( )

mAIIVIV BBB 048,041102,17,01018612 11

3

1

3

mAIII CBC 92,110048,040 1

3

111

mAIII EBE 97,110048,041)1( 1

3

111

Page 30: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo do potencial no coletor de T1, denotado por VC1

O potencial do coletor de T1 pode ser expresso como

(1.21)

Antes de calcular VC1, calcula-se VCB1 aplicando a LTK na malha que envol-

ve RB1 e RC1, conforme segue

Substituindo os correspondentes valores numéricos em 1.21, encontra-se

Potencial na base de T2, denotado por VB2

V V V R IC CB BE E E1 1 1 1 1

V R I R ICB B B C C1 1 1 1 1

3333

1 1092,110310048,010186 CBV

V VCB1 317 ,

33

1 1097,1102,17,017,3 VVVC

V VC1 6 2 ,

V V VB C2 1 6 2 ,

Page 31: Aulas Eletronica II Parte 1

É importante chamar a atenção de que o valor DC de 6,2V é transmitido da

saída do 1o estágio para a entrada do 2o estágio

Cálculos para o circuito equivalente AC

O circuito equivalente AC está esquematizado na Figura 1.12

Fig. 1.12

As impedâncias de entrada são:

KZKKRrhRZ iEefeBi 38)2,1(40//186)(// 1111

KZKRrhZ iEefei 110)1,1(100)( 22222

T2

T1

RC2 Vo

RC1 RE2

Vi RB1 RE1

Zi=Zi1 Zi2 Zo

Page 32: Aulas Eletronica II Parte 1

A impedância de saída é:

O ganho de tensão do 1o estágio é:

O ganho de tensão do 2o estágio é:

O ganho de tensão total é:

O ganho de corrente é

4,22,1

11031

1

21

1 v

E

iC

v AK

KK

R

ZRA

7273,01,1

8,02

2

22 v

E

Cv A

K

K

R

RA

818,1)7273,0)(5,2(21 vTvvvT AAAA

35,868,0

38818,11 iT

o

ivTiT A

K

K

Z

ZAA

KRZ Co 8,02

Page 33: Aulas Eletronica II Parte 1

Por fim calcula-se o ganho de potência:

1.2 Amplificador Cascode

A configuração Base Comum(BC) é a que possui melhores características

para aplicações em altas frequências. Entretanto, possui uma impedância de

entrada muito baixa: Zihibre

Visando melhorar o nível da impedância de entrada da configuração BC,

conecta-se a esta, um circuito EC da maneira mostrada na Figura 1.13.

Fig.1.13

98,15635,86818,1 pTiTvTpT AAAA

VCC

R1 RC

RL VL

Vi R2 RE CE R3 CB

Page 34: Aulas Eletronica II Parte 1

Esta configuração é conhecida como ‘Cascode’.

É importante chamar a atenção para o fato de que existem capacitâncias

intrínsecas nas junções de um transistor, que influem no desempenho do

dispositivo e do circuito em frequências relativamente altas.

Para compensar o efeito dessas capacitâncias, o ganho Av do amplificador

EC deve ser baixo para garantir que as capacitâncias Miller, dadas pelas

expressões a seguir, sejam mínimas nas aplicações de altas frequências.

(1.22)

Na Figura 1.14 mostra-se uma versão prática de um amplificador

Cascode

Fig. 1.14 VCC

)1(, vfMi ACC

R1 Vo1 Co

Ci IB1 R3 RC

Vi R2 RE CE Vo2

C

]/)1[(, vvfMo AACC

Page 35: Aulas Eletronica II Parte 1

Análise e cálculos do circuito da Figura 1.14 considerando os seguintes

dados:

12100; R15,6K; R24,7K; R36,8K; RE1K, RC1,8K

VCC18V.

Note que o coletor do transistor ligado em EC está ligado diretamente ao

emissor do transistor ligado em BC. Logo :

Dividindo ambos os membros da segunda igualdade por , resulta:

Note que a corrente IB1 passa através de RE 100(1K) = 100K e que RE

está em paralelo com R24,7K. Como RE >> R2 então

Isto implica que o valor de IB1 é muito pequeno e portanto é desprezível.

I I ou I IE E C C2 1 2 1

I II I

C C

B B

2 1

2 1

21 RB II

Page 36: Aulas Eletronica II Parte 1

Como IB2IB1, então IB2 também é desprezível. Aplicando a regra do divisor de tensão para o cálculo do potencial DC na base

do 1o transistor, segue que

A corrente DC no emissor de T1 é:

Tendo o valor de IE1 , calcula-se o valor de re1 , conforme segue:

VKKK

KV

RRR

RV CCB 18

8,67,46,5

7,4

321

21

VVB 95,41

mAIK

VV

R

VV

R

VI E

E

BEB

E

EE 25,4

1

7,095,41

1111

rmV

mAre e1 1

26

4 256 12

,,

Page 37: Aulas Eletronica II Parte 1

Como IE1IE2 , então

A seguir são apresentados cálculos dos ganhos de tensão.

Para o estágio EC, o ganho em tensão é:

Observe que ZLre2hib2. Assim, segue que

O valor baixo encontrado para Av1 é desejado devido ao efeito Miller, que se-

rá estudado no tópico sobre análise de resposta em frequência.

Para o estágio BC, o ganho em tensão é:

r re e2 1 612 ,

AV

V

Z

rv

o

i

L

e

1

1

1 1

Ar

rv

e

e

1

2

1

1

29412,6

8,12

2

2 v

e

Cv A

K

r

RA

Page 38: Aulas Eletronica II Parte 1

O ganho total em tensão é 1.3 Configuração composta de Darlington

O circuito Darlington, apresentado na Figura 1.15, é uma configuração

composta, onde algumas características de amplificador são melhoradas.

294)294()1(21

1

2 vTvv

i

ovT AAA

V

VA

VCC

RB

Ci CONFIGURA-

T1 ÇÃO

Ii DARLINGTON

T2

Io

Vi Zi RE Vo

Zo

Fig.1.15

Page 39: Aulas Eletronica II Parte 1

A corrente de emissor do transistor T1 é igual à corrente de base do transistor

T2

Esta configuração tem uma semelhança com o seguidor de emissor.

Para a análise AC, considere inicialmente o circuito equivalente esquematiza-

do na Figura 1.16.

Fig. 1.16

Considere os seguintes dados:

a) para os transistores: hfe1hfe2hfe50, hie11K, hie20,5K,

hoe1hoe2hoe20mhos

T1

T2

RB Vi

Zi Zi1 Zi2 Zo

ii ib1

ib2

io

RE Vo

Page 40: Aulas Eletronica II Parte 1

b) para os componentes: RB2M e RE1K

Substituindo cada transistor pelo seu modelo híbrido, tem-se o circuito equiva-

lente AC esquematizado na Figura 1.17.

Fig. 1.17

Começando pelo 2o estágio, tem-se que sua impedância de entrada é

(1.23) )]/1([ 2222 oeEefei hRrhZ

RB

ib1

hfe1re1

hfe1ib1 (1/hoe1)

hfe2re2

ie1= Ib2 E1=B2

hfe2ib2 (1/hoe2)

Zi Zi1 B1

Zi2 RE io

ii

C1

C2

E2

Page 41: Aulas Eletronica II Parte 1

Sabendo que re2 RE (1 / hoe2), então

RE // (1/hoe2) RE e REre2 RE (1.24)

Considerando as aproximações (1.24), a equação da impedância (1.23) pode

ser simplificada para

Substituindo os valores numéricos, encontra-se

O ganho de corrente do 2o estágio é:

Para o 1o estágio, note inicialmente que a impedância Zi2 = 50KΩ aparece

em paralelo com (1 / hoe1) = 50KΩ, conforme circuito da Figura 1.17. Portanto,

Efei RhZ 22

KZKZ ii 50150 22

5022

2

2

2

2 fei

b

e

b

oi hA

i

i

i

iA

MZ

KK

KK

hZrhZ i

oe

iefei 25,15050

505050

11

1

2111

Page 42: Aulas Eletronica II Parte 1

A impedância de entrada, vista pela fonte de sinal Vi é

De acordo com o circuito, o ganho de corrente do 1o estágio é:

Aplicando a técnica de diagrama de fluxo de sinal, com a regra do divisor de

corrente e LCK, obtém-se o gráfico mostrado abaixo, onde foi definido o sinal

auxiliar i’ = ib1+hfe1ib1=(1+hfe1)ib1

Do diagrama acima obtém-se:

KZMMZRZ iiBi 77025,121

1

2

1

1

1

11

b

b

b

e

b

ci

i

i

i

i

i

iA

21

1

)/1(

)/1(

ioe

oe

Zh

h

11 feh

21 ' bb iii

5,255050

5051

)/1(

)/1()1(

21

11

1

21

KK

K

Zh

hh

i

iA

ioe

oefe

b

bi

Page 43: Aulas Eletronica II Parte 1

Como Ai1 e Ai2 já foram calculados anteriormente, o ganho em corrente

do par Darlington pode ser calculado como a seguir:

(1.25)

Cálculo do ganho em corrente do circuito completo

Aplicando a regra do divisor de corrente aos ramos paralelos RB e Zi1

tem-se que:

(1.26)

Substituindo a Equação (1.26) na Equação (1.25), segue que

1275)50()5,25(21

1

iii

b

oi AAA

i

iA

ibi

iB

Bb i

MM

Mii

ZR

Ri

25,12

21

1

1

ib ii 615,01

7841275615,0

12751 i

o

i

o

b

oi

i

i

i

i

i

iA

784i

oiT

i

iA

Page 44: Aulas Eletronica II Parte 1

De modo geral, o ganho de corrente da configuração Darlington é

Para hoe1hfe2RE 0,1 e hfe1>>1, a equação acima pode ser aproximada para:

Cálculo da impedância de saída, Zo Zo é a impedância vista pela carga RE.

(1.27)

onde Zo1 é a impedância de saída do 1o estágio; é a impedância vista pela ba-

se do transistor T2 . Para o cálculo de Zo1 abre-se a base de T2 no circuito AC

e substitui-se a fonte de sinal vi por um curto-circuito, obtendo-se

2

21

1

21

1 )(1

1fe

Efeoe

fe

ii

b

oi h

Rhh

hAA

i

iA

A h hi fe fe 1 2

Z ZZ h

ho o

o ie

fe

2

1 2

2

2050

11

1

11 o

fe

ieo Z

K

h

hZ

Page 45: Aulas Eletronica II Parte 1

Substituindo o valor de Zo1 na Equação (1.27), segue que:

Ganhos de tensão

4,1050

5,020

2

21

o

fe

ieoo Z

K

h

hZZ

Efefe

ieiefei

iefei

v

Rhh

hhhZ

hhZA

21

1112

112

1

1

1

/)(1

/)(

Efe

ieieEfe

ieEfe

v

Rh

hhRh

hRhA

2

222

22

2

1

1

/)(1

/)(

Efe

ie

Efefe

ievvvT

Rh

h

Rhh

hAAA

2

2

21

121

1

1

1

1A

h

h R

vTie

fe E

1

12

2

Page 46: Aulas Eletronica II Parte 1

Substituindo os valores numéricos na expressão do ganho total em tensão

tem-se:

Os valores obtidos estão dentro de intervalos típicos, demonstrando que

a configuração Darlington possui as seguintes características:

a) alta impedância de entrada;

b) baixa impedância de saída;

c) alto ganho de corrente e

d) baixo ganho de tensão

Essas características são desejáveis para um amplificador de corrente.

Entretanto, o ganho de tensão é menor que 1.

Algumas características de transistores de potência Darlington, da série

2N6383, 2N6384, 2N6385 da RCA:

a) transistores NPN, de silício, monolíticos, projetados para aplicações

de potência em baixa e média freqüências

99,0

50

5,01

1

vTvT A

K

KA

Page 47: Aulas Eletronica II Parte 1

b) são aplicados por exemplo em: chaveamento de potência e amplificadores

de áudio

c) à temperatura de 25o C, VCEO,máx 40V (para 2N6383), 60V(para

2N6384) e 80V (para 2N6385), IC,máx15A

d) para operação DC, IC,máx 10A

e) a potência máxima de dissipação desses transistores é 100W

1.4 O Amplificador Diferencial

Um dos melhores amplificadores de acoplamento direto é o Amplificador

Diferencial (Amp. Dif.). Este nome está associado ao fato de que esse circui-

to amplifica uma diferença infinitesimal entre duas tensões de entrada.

Forma Geral

A forma original de um Amp. Dif., na qual ele apareceu pela primeira vez está

esquematizada na Figura 1.18. Ele tem duas entradas, sobre as quais

consideram-se as tensões VB1 e VB2. Por não haver qualquer componente de

acoplamento ou de desvio, sinais de entrada com freqüência a partir de zero

(que equivale a sinal DC) são amplificados. Note que a tensão de saída Vo é

a tensão entre os coletores.

Page 48: Aulas Eletronica II Parte 1

Aplicando a LCK ao ponto de conexão dos dois emissores, pode-se escrever

IEIE1IE2

Fig. 1.18

Como IEIE1IE2, com IE constante, segue que:

i) Quando VB1 VB2, ocorre um aumento em IE1 e uma diminuição em IE2

ii) Quando VB1 < VB2, ocorre um aumento em IE2 e uma diminuição em IE1

VCC

A B

VB1

VB2

IC1

RC1

IC2

RC2

VO1

T1

VO2

T2

VO

IE1 IE2

IE RE

-VEE

VE

Page 49: Aulas Eletronica II Parte 1

Por definição, a tensão AC de saída, Vo, é dada por

VoAd(VB1 –VB2 )ACM (VB1 VB2 )/2

onde:

Ad : ganho diferencial; é o ganho para diferença entre as duas tensões de

entrada

ACM: ganho de modo comum; é o ganho para o valor médio entre as duas

tensões de entrada

VB1: tensão aplicada à ‘entrada não inversora’

VB2: tensão aplicada à ‘entrada inversora’

Para um amplificador diferencial qualquer pode-se afirmar que

Ad >> ACM

Alguns casos particulares do circuito da Figura 1.18

1) Caso ideal

Idealmente, o circuito é simétrico com transistores e resistores de coletor

Idênticos, o que significa re1re2re e RC1RC2RC.

Page 50: Aulas Eletronica II Parte 1

2) Circuito usado em Amp. Op.

Para RC10 e RC2 RC , o circuito da Figura 1.18 toma a forma particular

esquematizada na Figura 1.19

Fig. 1.19

Essa configuração é usada em Amplificadores Operacionais, que serão

estudados posteriormente em outra unidade do curso.

VCC

VB1

VB2

RC

VO

RE

-VEE

VE

Page 51: Aulas Eletronica II Parte 1

3) Amplificador Diferencial com resistores de base - Corrente de Cauda

O circuito esquematizado na Figura 1.20 é de um Amp. Dif. com resistores de

base

Fig. 1.20

Imaginando o resistor de emissor como uma cauda, a corrente por esse

resistor é chamada corrente de cauda. Para transistores idênticos, a corrente

de cauda se divide igualmente entre T1 e T2

+VCC

IC2 RC

VO

IE RE

-VEE

RB

T1 T2

RB

Page 52: Aulas Eletronica II Parte 1

Portanto, a corrente através de cada transistor é igual a metade da corrente

de cauda.

De acordo com o circuito da Figura 1.20, a corrente de cauda exata é dada

por

O valor ideal dessa corrente é

Para transistores de silício, VBE é aproximadamente 0,7 V. Tipicamente, a ten

são de alimentação VEE é 15 V. Portanto, a corrente de cauda real é igual ao

seu valor ideal reduzido em pelo menos 5 %.

cc

BE

BEEEE

RR

VVI

2

E

EEE

R

VI

Page 53: Aulas Eletronica II Parte 1

Exemplo 1.2 - Para o circuito esquematizado na Figura 1.20, considere que

os transistores são idênticos. Dados βcc = 100, RB = 33kΩ, RC = RE = 15kΩ,

VCC=15V, -VEE=-15V , determine: a) a tensão de saída (exata e ideal),

b) a corrente de base ideal c) a tensão ideal em cada resistor de base

Solução

a) A corrente de cauda exata é

A corrente exata em cada transistor é metade dessa corrente, o que significa

IE1= IE2= 0,5 IE = 0,5 (0,943mA) = 0,4715 mA

Considerando IC2= IE2 , a tensão de saída exata é

Vo = VCC – RCIC2 = 15V – (15kΩ ) (0,4715mA) = 7,93 V

A corrente de cauda ideal é

mA

k

VIE 1

15

15

mA

kk

VV

RR

VVI

cc

BE

BEEEE 943,0

2003315

7,015

2

Page 54: Aulas Eletronica II Parte 1

A corrente ideal em cada transistor é metade dessa corrente, ou seja IE1=IE2=0,5mA

A tensão de saída ideal é

Vo = VCC – RCIC2 = 15V – (15kΩ) (0,5mA) = 7,5 V

b) A corrente de base ideal, de cada transistor, é

c) A tensão ideal em cada resistor de base é

VB= - (5µA) (33kΩ) = - 0,165 V

Exemplo 1.3 – Considere os dados do Exemplo 1.2, excetuando-se o valor de

βcc , que é igual a 90 para o transistor T1 e igual a 110 para o transistor T2.

Calcule: a) as correntes de base , b) as tensões nos resistores de base

Solução

a) Como calculado no exemplo anterior, a corrente de cauda ideal é 1mA e

AmAI

Icc

EiB

5

100

5,0

Page 55: Aulas Eletronica II Parte 1

a corrente de cada coletor é metade desse valor, ou seja 0,5 mA

Portanto, a corrente de base do transistor T1 é

e a corrente de base do transistor T2 é

b) A tensão no resistor de base do transistor T1 é

VRB1= - (33kΩ) (5,55µA) = - 0,183 V

e a tensão no resistor de base do transistor T2 é

VRB2 = - (33kΩ) (4,54µA) = - 0,15 V

Este exemplo numérico mostra que as duas correntes de base e,

conseqüentemente, as duas tensões dos resistores de base são diferentes

AmA

IB 55,590

5,01

AmA

IB 54,4110

5,02

Page 56: Aulas Eletronica II Parte 1

quando os transistores não são perfeitamente idênticos (neste exemplo os

valores de βcc são diferentes).

Os transistores podem diferir também em seus valores de VBE e de resistência

de corpo. Portanto, sempre que os transistores não forem perfeitamente

idênticos (o que ocorre quase sempre) haverá uma pequena diferença nos

valores das duas correntes de base e nas tensões de base.

1.4.1 Características das duas entradas

Pelo fato de os Amplificadores Operacionais (Disponíveis em CIs) possuírem

geralmente um Amp. Dif. (é o seu primeiro estágio), descrevem-se as duas im

portantes características de entrada, denominadas como corrente de compen

sação (offset) de entrada e corrente de polarização (bias) de entrada.

Corrente de compensação (offset) de entrada

A corrente de compensação de entrada é definida como a diferença entre as

correntes de base. Algebricamente isto significa

Ii(offset) = IB1- IB2 (1.28)

Se os transistores forem perfeitamente idênticos, esta corrente será zero.

Page 57: Aulas Eletronica II Parte 1

Como exemplo, suponha IB1=85 µA e IB2=75 µA. Então a corrente de compen

sação de entrada

Ii(offset) = 85 µA – 75 µA = 10 µA

Este valor de corrente pode ser prejudicial se as resistências de base forem

muito grandes porque as tensões de base serão aumentadas

proporcionalmente.

Corrente de polarização de entrada

A corrente de polarização de entrada é definida como a média das duas cor-

rentes de base. Algebricamente, isto significa

Se por exemplo IB1=85 µA e IB2=75 µA , então a corrente de polarização será

)29.1(2

21)(

BBbiasi

III

AAA

I biasi

802

7585)(

Page 58: Aulas Eletronica II Parte 1

Correntes de base

As folhas de dados de Amp. Op. Sempre incluem os valores de corrente de

polarização de entrada e de corrente de compensação de entrada, porém nun

ca incluem os valores de corrente de base. As correntes de base podem ser

calculadas utilizando as seguintes equações:

As equações acima são obtidas a partir de (1.28) e (1,29).

Exemplo 1.4 - Para os transistores da Figura 1.21 , dados β1=90 e β2=110

calcule: a) a tensão de saída, Vo b) as correntes IB1 , IB2, e as tensoes VRB1,

VRB2 c) as correntes de compensação e de polarização de entrada

Solução

a) A corrente de cauda ideal é IE = (15V / 1 MΩ) = 15 µA

)30.1(2

)(

)(1

offseti

biasiB

III

)31.1(2

)(

)(2

offseti

biasiB

III

Page 59: Aulas Eletronica II Parte 1

Como visto anteriormente, a corrente de emissor em cada transistor é metade da corrente de cauda. Portanto

IE1 = IE2= 0,5 (15µA) = 7,5 µA

Fig. 1.21

A corrente IC2 é aproximadamente a corrente IE2 =7,5 µA. Portanto, segue

Vo=15 V – (7,5 µA) (1 MΩ) = 7,5 V

+15V

IC2 1MΩ

VO

IE 1MΩ

-15V

1MΩ

T1 T2

IE1 IE2

1MΩ

Page 60: Aulas Eletronica II Parte 1

b) As correntes de base dos transistores são:

As tensões dos resistores de base são:

VRB1 = - (83,3nA) (1MΩ) = - 83,3 mV

VRB2 = - (68,2 nA) (1MΩ) = -68,2 mV

c) As correntes de compensação e de polarização de entrada são:

Ii(offset) = 83,3 nA – 68,2 nA = 15,1 nA

nAA

IB 3,8390

5,71

nAA

IB 18,68110

5,72

nAnAnA

I biasi 8,752

2,683,83)(

Page 61: Aulas Eletronica II Parte 1

Esses valores muito pequenos de corrente são comuns nos CIs porque a dis-

sipação de potência total do CI é tipicamente 500 mW. Como as correntes de

base são extremamente pequenas, mesmo com resistência de 1MΩ em cada

base, as tensões nessas resistências são muito pequenas. No projeto tenta-

se manter a tensão de base menor do que 0,1 V, se possível. Isto faz da cor-

rente de cauda ideal ser uma boa aproximação da corrente de cauda exata.

1.4.2 Análise AC de um Amplificador Diferencial

Um Amp. Dif. possui uma entrada não-inversora e uma entrada inversora.

Na Figura 1.22 mostra-se outra forma de visualizar as tensões de entrada e

de saída de um Amp. Dif.

A tensão aplicada entre os dois terminais de entrada, denominada Vi , é a

tensão que o Amp. Dif. amplifica para produzir um sinal de tensão de saída.

Nesta seção procura-se deduzir as expressões para o ganho de tensão e

para a impedância de entrada.

Page 62: Aulas Eletronica II Parte 1

Na Figura 1.22 (b), o circuito de cauda é uma fonte de corrente

(a) (b)

Fig. 1.22

O objetivo geral da polarização de emissor é produzir uma corrente estável .

VCC

Vi

RC

VO

RE

-VEE

VE

T1 T2

Vi

VCC

RC

VO

IE

-VEE

VE

T1 T2

Page 63: Aulas Eletronica II Parte 1

Como foi visto a corrente de emissor ideal é

Uma vez fixados os valores de VEE e RE , a corrente de emissor é constante.

O ideal é que ela se mantenha estavelmente constante, independentemente

da temperatura e da substituição dos transistores. Portanto, para a análise

AC, a cauda pode ser substituída por uma fonte de corrente, como ilustrado

na Figura 1.22 (b). Isto simplifica a análise, sem perda da exatidão.

Circuito equivalente AC

Como um Amp. Dif. amplifica sinais DC, como também sinais AC, então um

sinal num Amp. Dif. é qualquer variação a partir de um valor quiescente. Na

verdade, um sinal DC pode ser tratado como um sinal AC de freqüência nula.

Para encontrar o equivalente AC do Amp. Dif. pode-se utilizar a regra geral:

de substituir os capacitores por curtos-circuitos e reduzir as fontes DC a zero.

Reduzir uma fonte de tensão DC a zero é equivalente a substituí-la por um

E

EEE

R

VI

Page 64: Aulas Eletronica II Parte 1

curto-circuito e reduzir uma fonte de corrente a zero, é equivalente a substituí-

la por um circuito aberto.

Aplicando a regra básica descrita acima ao circuito da Figura 1.22 (b), obtém-

se o seu circuito equivalente AC, o qual está esquematizado na Figura 1.23.

Fig. 1.23

RC

re re Vi

Vo

iC iC

Zi

Page 65: Aulas Eletronica II Parte 1

É dessa forma que o Amp. Dif. da Figura 1.22 (b) vê um sinal AC.

De acordo com o circuito equivalente da Figura 1.23, a tensão Vi é

Vi = ic re + ic re = 2 ic re (1.32)

Ainda de acordo com o mesmo circuito, a tensão de saída é

Vo = ic Rc (1.33)

Combinando entre si as Equações (1.32) e (1.33), encontra-se:

Usando a notação Av para o ganho de tensão Vo / Vi segue que:

Observe pelo circuito da Figura 1.23 que a impedância de entrada, Zi , é

aquela vista entre as duas bases. Portanto, ela é β vezes a resistência dos

emissores. Ou seja: Zi = β (2re)

e

c

i

oc

e

io

r

R

v

vR

r

vv

22

)34.1(2 e

cv

r

RA

Page 66: Aulas Eletronica II Parte 1

Notação

Note que as tensões e correntes AC são simbolizadas por letras minúsculas.

Por exemplo as tensões Vi e Vo representam as tensões AC de entrada e

saída, respectivamente. Por outro lado, nos circuitos completos descritos

anteriormente, as tensões VB1 e VB2 representam as tensões de entrada e Vo

a tensão de saída. Estas tensões estão em letras maiúsculas porque

representam valores totais. O sinal AC de saída é definido como a variação

na tensão de saída:

Vo = ΔVo

Por exemplo, se um sinal de entrada faz com que Vo varie de 7,5V a 8V, a ten

são AC de saída será

Vo = 8V – 7,5V = 0,5V

A tensão AC de entrada, Vi , é a diferença entre as duas tensões totais de ba-

se: Vi = VB1-VB2

Page 67: Aulas Eletronica II Parte 1

1.4.3 Tensão de compensação (Offset) de saída

Com os circuitos Integrados é possível obter casamentos quase perfeitos en-

tre os transistores de um Amp. Dif. Porém, a menor diferença entre eles é am-

plificada e produz uma tensão de compensação (offset) de saída, que é inde-

sejada. Nesta seção discute-se a origem da tensão de offset de saída e como

minimizá-la.

Tensão ideal de saída

O circuito esquematizado na Figura 1.24 (a) é de um Amp. Dif. com as duas

bases diretamente aterradas.

(a) Fig. 1.24 (b)

-VEE

T1 T2

IE

+VCC

IC RC

VO

iC

( IE / 2)

VBE

ΔVBE

Page 68: Aulas Eletronica II Parte 1

Com as bases aterradas, a corrente de cauda se divide igualmente entre os

dois transistores. Considera-se que os dois transistores são idênticos em to-

dos os aspectos.

Portanto, de acordo com o circuito, a tensão DC de saída é

O valor de Vo é ideal porque se baseia em dois transistores idênticos. Num

Projeto típico, Vo é igual a metade de VCC.

Valores diferentes de VBE

O que acontece quando os dois transistores não são idênticos ? Aparece uma

tensão de compensação de saída, que é um desvio indesejado na tensão

ideal de saída. Na Figura 1.24 (a), mesmo com as duas bases aterradas,

que elimina o efeito da corrente de base e o problema da diferença nos

valores de βcc, não elimina o problema da diferença nas curvas de iC versus

VBE. Devido as curvas serem diferentes, como mostrado na Figura 1.24(b),

)35.1(2

CE

CCo RI

VV

Page 69: Aulas Eletronica II Parte 1

há uma diferença entre os dois valores de VBE. Essa diferença funciona como

um pequeno sinal AC, o qual é dado por:

Vi = ΔVBE

Conseqüentemente, essa diferença indesejada nos valores de VBE é

amplificada pelo Amp. Dif. , de acordo com a seguinte expressão:

Vo = A (ΔVBE)

Uma forma de eliminar a tensão de compensação de saída é aplicando uma

pequena tensão de entrada, igual ao valor da diferença em VBE. Por exemplo,

suponha que os valores de VBE diferem em 2mV. Então aplica-se 2mV na ba-

se de T1, como ilustrado na Figura 1.25(a). Se isto não eliminar a tensão de

compensação de saída, inverte-se a polaridade da tensão aplicada, como

mostrado na Figura 1.25(b).

Efeitos da corrente de base

Valores diferentes de VBE são uma possível causa da tensão de compensação

de saída. Valores diferentes das correntes de base também podem resultar

numa tensão de compensação de saída.

Alguns Amp. diferenciais funcionam com um resistor de base de um lado e

Page 70: Aulas Eletronica II Parte 1

com a outra base aterrada, como no circuito esquematizado na Figura 1.26(a)

(a) (b)

Fig. 1.25

(a) Fig. 1.26 (b)

-VEE

T1 T2

+VCC

RC VO

2mV RE

-VEE

T1 T2

+VCC

RC VO

2mV RE

+VCC

RC VO

RE

-VEE

RB

+VCC

RC VO

RE

-VEE

RB

RB

Page 71: Aulas Eletronica II Parte 1

Isso produz uma tensão de compensação de saída, mesmo quando não há

diferença nos valores de VBE. A razão disto e que a corrente de base através

de RB produz uma tensão na entrada não-inversor dada por:

Vi = RB IB1

Essa tensão é vista pelo Amp. Dif. como um sinal de entrada, de modo que

a tensão de saída correspondente é

Vo = A (RB IB1)

Uma forma de reduzir a tensão de compensação e utilizar resistências de ba-

Se iguais nos dois lados do Amp. Dif., como ilustrado na Figura 1.26 (b).

Neste caso, a tensão indesejada de entrada diminui para:

Vi = RB IB1- RB IB2 = RB ( IB1-IB2 )

ou Vi = RB Ii(offset)

Outra possibilidade e utilizar resistencias de base diferentes, RB1 e RB2 e ajus

ta-las visando minimizar o valor de

Vi = RB1 IB1- RB2 IB2

Se houver os dois efeitos combinados (diferenças nos valores de VBE e de IB),

a tensão indesejada de entrada passa a ser:

Vi = ΔVBE + RB1 IB1- RB2 IB2

Page 72: Aulas Eletronica II Parte 1

2.RESPOSTA EM FREQUÊNCIA A resposta em freqüência de um amplificador pode ser compreendida como o

comportamento do módulo e do ângulo de fase do seu ganho de tensão no

domínio da freqüência. O gráfico do módulo em função da freqüência tem

a forma geral esboçada na Figura 2.1, onde AV indica o ganho de tensão e fci,

fcs indicam as frequências de corte inferior e superior, respectivamente.

Para os sinais de baixa frequência, o ganho de tensão diminui por causa dos

capacitores de acoplamento e de derivação.

| AV |

Amed=Av,max

0,707Av,max

0 fci 10fci 0,1fcs fcs f

Fig. 2.1

Page 73: Aulas Eletronica II Parte 1

Para os sinais de alta freqüência, o ganho de tensão diminui por causa das

capacitâncias intrínsecas do dispositivo ativo e das capacitâncias parasíticas

da fiação, que provocam percursos de desvio para esses sinais, impedindo-os

de chegar à carga.

Nas freqüências intermediárias entre as baixas e as altas freqüências

(de 10fci a 0,1 fcs ), o ganho de tensão assume valor máximo, Avmax. Esta faixa

de freqüências é chamada de banda média, também chamada de banda de

passagem ou ainda de banda útil. Para sinais cujas freqüências estão na

banda de passagem, o circuito equivalente AC do amplificador é puramente

resistivo. Portanto, os sinais de freqüências abaixo e os sinais de freqüências

acima da banda de passagem são bloqueados. As freqüências de corte de

um amplificador são aquelas para as quais o ganho de tensão é igual a

0,707Av,max

Em geral, um amplificador tem duas frequências de corte, também chamadas

de frequências críticas, aqui denotadas por fci e fcs. Os capacitores de acopla

mento e os de desvio determinam a frequência de corte inferior, fci . As

capacitâncias intrínsecas e as capacitâncias parasíticas de fiação

determinam a freqüência de corte superior, fcs. O problema central a ser

formulado neste contexto é: dado um amplificador , como determinar suas fre-

quências críticas fci e fcs ?

Page 74: Aulas Eletronica II Parte 1

Essas duas freqüências são importantes para a resposta em freqüência por-

que através delas determina-se facilmente a banda média, que é toda a faixa

de freqüências desde 10 fci até 0,1 fcs.

As freqüências críticas são tão importantes que são referidas por vários outros

nomes, dependendo da aplicação, alguns dos quais são: freqüências de corte,

freqüências de quebra, freqüências de canto, freqüências de potência média,

e freqüências de -3 dB.

2.1 Rede de Avanço

Em um amplificador com acoplamento RC operando em baixas freqüências,

aparecem duas redes de avanço, que têm a forma geral mostrada na Figura

2.2, sendo uma na malha de entrada e outra na malha de saída.

Fig. 2.2

S

RS C

RL L

Page 75: Aulas Eletronica II Parte 1

A função de transferência de tensão do circuito da Figura 2.2 é, por definição,

dada por:

Preliminarmente vamos definir as impedâncias ZS=RS+(1/sC) e ZL=RL.

Aplicando a regra do divisor de tensão ao referido circuito, tem-se que

Para o caso particular em que s=jω, a função de transferência acima assume

a forma particular a seguir, denominada função de transferência senoidal:

)()( sV

VsA

S

LV

)/1()(

sCRR

R

ZZ

Zs

V

V

LS

L

LS

L

S

L

)1.2(

)/1()(

CjRR

Rj

V

V

LS

L

S

L

Page 76: Aulas Eletronica II Parte 1

O ganho de tensão do circuito, em função da freqüência ω, é o módulo da fun-

ção de transferência senoidal (2.1), sendo portanto dado por:

e o ângulo de fase é

ou

)2.2()/1()(

)()(22 CRR

Rj

V

VA

LS

L

S

LV

])/1()[(0])/1()[(

)( CjRRCjRR

Rj

V

VLS

LS

L

S

L

CRRarctg

CRRtgarcj

V

V

LSLSS

L

)(

1

)(

1)(

Page 77: Aulas Eletronica II Parte 1

Explicitando o ângulo de fase da tensão de saída, da expressão anterior resul-

ta:

Para 0, de (2.3) tem-se o seguinte valor para o ângulo de fase:

Por este valor particular, observa-se que a tensão de saída do circuito da

Figura 2.2 está adiantada em relação à sua tensão de entrada. É por esta

razão que o referido circuito é chamado rede de avanço.

2.1.1 Resposta em freqüência da rede de avanço

Para esboçar o gráfico do ganho de tensão versus freqüência, avalia-se a ex-

pressão desse ganho, dada por (2.2), para cada faixa de freqüências,

tendo a freqüência de corte como referência. Este procedimento é apresenta-

do na seqüência.

)3.2()(

1)( S

LS

L VCRR

tgarcjV

SL VV 2

)0(

Page 78: Aulas Eletronica II Parte 1

Da expressão (2.2), segue que:

a) Para 0 ou C (faixa de baixas frequências), tem-se

b) Na freqüência de corte, ocorre a igualdade XC=(RS+RL). Como a expressão

geral da reatância capacitiva é XC=1/ωC, então a freqüência de corte é

C1(RS+RL)C. Para ω=ωC , tem-se:

onde Av,máx=RL/(RS+RL) é o valor do ganho na banda de passagem.

c) Para ω>>ωC , ou ω → ∞ (faixa de altas frequências), tem-se:

0)/1()(

)(22

CRR

Rj

V

V

LS

L

S

L

max,22

707,0707,0)/1()(

)( v

LS

L

LS

L

S

L ARR

R

CRR

Rj

V

V

max,22 )/1()(

)( v

LS

L

LS

L

S

L ARR

R

CRR

Rj

V

V

Page 79: Aulas Eletronica II Parte 1

O gráfico do ganho de tensão versus freqüência tem portanto a forma mos- trada na Figura 2.3

Fig. 2.3

Em particular para RS << RL , situação possível de ocorrer na prática, então

1max,

L

L

LS

Lv

R

R

RR

RA

(VL VS )

Av,max

0,707Av,max

c

0

Page 80: Aulas Eletronica II Parte 1

Acoplamento Estabilizado

Já foi visto que acoplamento capacitivo se constitui numa rede de avanço.

Um acoplamento capacitivo é dito estabilizado quando, na menor freqüência

da banda de passagem, a reatância capacitiva assume o seguinte valor:

Portanto, na menor freqüência da banda de passagem, o ganho de tensão da

rede de avanço de um acoplamento estabilizado, de acordo com as Equações

(2.2) e (2.4), é

Através dessa equação, percebe-se que o ganho de tensão AV, na menor

freqüência da banda de passagem é aproximadamente o ganho de tensão na

banda de passagem. Da igualdade (2.4) e da igualdade na freqüência de

corte, XC=(RS+RL), pode-se demonstrar que a freqüência mínima com

acoplamento estabilizado é 10 vezes maior do que a freqüência de corte, ou

seja:

)4.2()(1,0 LSC RRX

)5.2(995,0 max,vv AA

f fmin c 10

Page 81: Aulas Eletronica II Parte 1

onde:

fmin: é a menor freqüência da banda de passagem para a rede de acoplamento estabilizada

fC: é a freqüência de corte da rede de avanço

2.2 Rede de Atraso

Para um amplificador a EC com acoplamento capacitivo, a rede de atraso,

que tem a forma geral mostrada na Figura 2.4, aparece nas seguintes

circunstâncias: i) nas baixas freqüências, onde CE insere uma rede RC, que

se constitui num caso particular da rede de atraso da Figura 2.4, e

ii) nas altas freqüências, onde as capacitâncias intrínsecas do transistor e as

capacitâncias de fiação inserem, na entrada e na saída, o equivalente a

redes RC com a forma geral da Figura 2.4

Fig. 2.4

RS

S C RL

C

Page 82: Aulas Eletronica II Parte 1

Inicialmente determina-se o equivalente Thevenin visto pelo capacitor.

A tensão e a resistência do equivalente Thevenin são, respectivamente:

onde:

O circuito equivalente Thevenin, juntamente com o capacitor, está esquemati-

zado na Figura 2.5

Fig. 2.5

SvS

LS

Lth VAV

RR

RV

max,

R R Rth S L

Rth

AV,maxS C

C

LS

LV

RR

RA max,

Page 83: Aulas Eletronica II Parte 1

Aplicando a regra do divisor de tensão ao circuito da Figura 2.5, visando

obter a função de transferência de tensão, tem-se

Da equação acima, determina-se a expressão para VC(s) / VS(s), como segue

1

1

)/1(

)/1()(

max,

CsRsCR

sCs

VA

V

ththSV

C

max,1)//(

1)( V

LSS

C ACRRs

sV

V

LS

L

LSLSS

C

RR

R

CRRRRss

V

V

1)]/()[(

1)(

)6.2()()(

)(LSLS

L

S

C

RRCRRs

Rs

V

V

Page 84: Aulas Eletronica II Parte 1

Em particular para s=jω, a função de transferência (2.6) assume a forma

particular a seguir, a qual é denominada função de transferência senoidal:

O ganho de tensão, em função da freqüência ω, é o módulo da função de

transferência senoidal (2.7), que é dado por:

e o ângulo de fase é:

)7.2()()(

)(LSLS

L

S

L

RRCRRj

Rj

V

V

)8.2()()(

)()(22

LSLS

L

S

LV

RRCRR

Rj

V

VA

])()([0)()(

)( LSLS

LSLS

L

S

L RRRRjRRCRRj

Rj

V

V

Page 85: Aulas Eletronica II Parte 1

2.2.1 Resposta em freqüência da rede de atraso

De modo geral, as freqüências de corte de um circuito podem ser vistas como

referencias que demarcam suas faixas de freqüências (baixas, altas, medias).

Para a rede de avanço, analisada anteriormente, e para o circuito em analise,

esquematizado na Fig. 2.4 (equivalente ao da Fig. 2.5), existe apenas uma

freqüência de corte. Na freqüência de corte ocorre a seguinte igualdade:

XC=Rth (2.9)

Sabe-se que o modulo da reatância capacitiva, XC, é dada por

Das Equações (2.9) e (2.10) deduz-se que a freqüência de corte é

)10.2(1

CXC

CRfou

CR th

c

th

c

2

11

Page 86: Aulas Eletronica II Parte 1

Para esboçar a curva de resposta em freqüência (ganho de tensão versus freqüência), procede-se da mesma maneira que no caso da rede de avanço

analisada anteriormente. Assim, considerando a Equação (2.8), do ganho de

tesão da rede de atraso da Fig. 2.4 (equivalente a da Fig. 2.5), segue que

a) Para 0 ou C (faixa de baixas freqüências), tem-se

b) Para C1/RthC (freqüência de corte), tem-se

c) Para C ou (faixa de altas freqüências), tem-se

max,22 )()(

)( v

LS

L

LSLS

L

S

L ARR

R

RRCRR

Rj

V

V

max,22

707,0)()(

)( v

LSLSc

L

S

C ARRCRR

Rj

V

V

0)()(

)(22

LSLS

L

S

C

RRCRR

Rj

V

V

Page 87: Aulas Eletronica II Parte 1

Portanto, o comportamento do ganho de tensão em função da freqüência,

descrito nos itens a, b, c, corresponde ao gráfico esboçado na Figura 2.6

Fig. 2.6

2.2.2 Rede de atraso com fonte de corrente

A Figura 2.7 é do esquema de uma rede contendo uma fonte de corrente em

paralelo com dois resistores e um capacitor.

Fig. 2.7

VC/VS

Av,max

0,707Av,max

0 ωC ω

RC RL C is

Page 88: Aulas Eletronica II Parte 1

A forma mais simples de visualiza-la é através do equivalente de Thevenin

visto pelo capacitor, o qual esta esquematizado na Figura 2.8

Fig. 2.8

onde

Só lembrando, a freqüência de corte da rede de atraso é

A rede de atraso é importante na análise em altas freqüências de amplificado-

res a BJT e a FET.

Rth

C Vth

sLCthLCth iRRveRRR

CRfou

CR th

c

th

c

2

11

Page 89: Aulas Eletronica II Parte 1

2.3 Análise em freqüências baixas de Amplificador com Acoplamento RC

O diagrama esquemático da Figura 2.9 é de um amplificador a BJT na

configuração EC, com acoplamento RC, também chamado de acoplamento

capacitivo.

Fig. 2.9

Esse circuito tem um capacitor Cin de acoplamento na malha de entrada e um

capacitor Co de acoplamento na malha de saída. Para determinar a freqüência

de corte inferior, identificam-se as redes de avanço da entrada e da saída,

considerando, por enquanto, que o capacitor de passagem CE esta em curto.

VS

RS

Cin

R1

R2

RC Co

RE CE

RL

+ VCC

Rin Ro

Page 90: Aulas Eletronica II Parte 1

Com tal consideração, o modelo equivalente AC em baixas freqüências tem a

forma mostrada na Figura 2.10

Fig. 2.10

onde

Amed é o ganho de tensão intrínseco ao estagio, na banda media

Cin é o capacitor de acoplamento da malha de entrada, circuito da base

Co é o capacitor de acoplamento da malha de saída, circuito de coletor

RS é a resistência do gerador do sinal de entrada

Rin é a impedância de entrada do estagio na banda media

Ro é a impedância de saída do estagio na banda media, vista pela carga

S

RS Cin Ro Co

Vin. Rin. Améd Vin. RL

Page 91: Aulas Eletronica II Parte 1

De acordo com o circuito da Figura 2.9 , temos que

a) a impedância de entrada é dada por:

b) a impedância de saída é dada por:

onde hoe é a admitância de saída do transistor ligado em EC.

Para grande parte dos problemas verifica-se (1/hoe)>>RC, e consequente-

mente

R R R rin e 1 2

coeo RhR //)/1(

co RR

Page 92: Aulas Eletronica II Parte 1

As notações de impedâncias generalizadas Zin e Zo podem ser usadas equiva

lentemente às notações Rin e Ro, respectivamente.

Observando o esquema da Figura 2.10, constata-se a existência de duas

redes de avanço: uma na malha de entrada e outra na malha de saída do

amplificador. Para a rede de avanço da entrada, a freqüência de corte, é dada

por:

(2.11)

onde:

C,in: freqüência angular de corte da rede de avanço da entrada, em rad/s

fC,in : freqüência de corte da rede de avanço da entrada, em Hz

RS: resistência da fonte

Rin: resistência de entrada do estágio

Cin: capacitância da rede de avanço da entrada, é também a capacitância de

acoplamento do sinal de entrada.

ininS

inc

ininS

incCRR

fouCRR )(2

1

)(

1,,

Page 93: Aulas Eletronica II Parte 1

De maneira análoga, define-se a freqüência de corte da rede de avanço da

saida, como

(2.12)

onde

ωC,o : é a freqüência angular de corte da rede de avanço da saída, em rad/s

fC,o : é a freqüência de corte da rede de avanço da saída, em Hz

Ro : é a resistência de saída do estágio

RL : é a resistência de carga

Co : é a capacitância da rede de avanço de saída, é também a capacitância de

acoplamento do sinal entregue à carga.

As Equações (2.11) e (2.12) podem ser usadas para análise ou projeto do

amplificador, desde que se possa calcular suas resistências de entrada

e saída.

oLo

oc

oLo

ocCRR

fouCRR )(2

1

)(

1,,

Page 94: Aulas Eletronica II Parte 1

Capacitor de Derivação do Emissor

Considera-se agora a influência do capacitor de derivação do emissor. O

circuito do emissor é equivalente a uma rede de atraso, que pode ser vista

encontrando-se o equivalente Thevenin do circuito que alimenta CE, como

mostrado na Figura 2.11

Fig. 2.11

onde:

ou

A freqüência de corte da rede de atraso da Fig. 2.11 é

ou

A freqüência de corte inferior do amplificador é a maior das tres fc,in, fc,o ou fc,E

Vth

Rth

CE

R R rR R R

th E e

S ( )

1 2

R r

R R Rth e

S

1 2

Eth

EcCR

f2

1,

Eth

EcCR

1,

Page 95: Aulas Eletronica II Parte 1

onde:

fc,E : é a freqüência de corte da rede do emissor

Rth : é a resistência de saída vista pelo capacitor de derivação

CE : é a capacitância de derivação do emissor

Exemplo 2.1 – Para o circuito amplificador esquematizado na Figura 2.12,

dado 150, determine a freqüência de corte

a) da rede de avanço da entrada

b) da rede de avanço da saída

c) da rede de atraso do emissor

d) do amplificador como um todo

Fig. 2.12

VS

1K

0,47F

10K 3,6K

2,2F

2,2K 1K 10µF

1,5K

+10V

Page 96: Aulas Eletronica II Parte 1

Solução

Através do diagrama da Figura 2.12 são dados, VCC=10V, RS=1kΩ, R1=10kΩ,

R2=2,2kΩ, RC=3,6kΩ, RE=1kΩ, RL=1,5kΩ, Cin=0,47µF, Co=2,2µF, CE=10µF

a) da Equação (2.11), a freqüência de corte da rede de avanço da entrada é

onde

Note que ωC,in depende de Rin, que depende de re. A resistência re depende

ainda da corrente IE. Portanto, o procedimento para calcular ωC,in é o seguinte

1. Calcula-se a tensão DC da base, que pela regra do divisor de tensão, é

2. Calcula-se a corrente DC do emissor, obtendo-se

c in

S in inR R C, ( )

1ein rRRR 21

VVkk

kV

RR

RV CCB 8,110

102,2

2,2

21

2

mAk

VV

R

VVI

E

BEBE 1,1

1

7,08,1

Page 97: Aulas Eletronica II Parte 1

3. Calcula-se a resistência re

4. Calcula-se a impedância de entrada do estagio amplificador

5. Finalmente calcula-se a freqüência, fazendo as devidas substituições

ou

b) Na seqüência calcula-se a freqüência de corte da rede de avanço da saída

64,231,1

2626

mA

mV

I

mVr

E

e

kKKKrRRR ein 19,15,32,21021

sradFKK

inc /5,97147,0)19,11(

1,

Hzfsrad

f incinc 6,1542

/5,971,,

c o

o L oR R C, ( )

1

Page 98: Aulas Eletronica II Parte 1

Considerando (1/hoe)>>RC , entao Ro=(1/hoe) / / RC≈RC, ou seja

Ro≈3,6kΩ, e a freqüência de corte da rede de avanço da saída é

ou, em Hz,

c) Neste item calcula-se a freqüência de corte da rede de atraso do emissor

Calculadas as três freqüências de corte, fc,in , fc,o e fc,E, a maior é chamada

freqüência de corte dominante. Neste exemplo a maior é fE 569,8 Hz.

c o K K F

rad s, ( , , ) ,, /

1

3 6 15 2 289 13

f Hzc o

c o

,

,,

214 2

93,27150

2,210164,23

21

kkkRRRrR

S

eth

HzfFCR

f Ec

Eth

Ec 8,569)10)(93,27(2

1

2

1,,

Page 99: Aulas Eletronica II Parte 1

Esta é portanto a freqüência de corte inferior do amplificador como um todo.

Exemplo 2.2 - Aproveitando o exemplo anterior, esboce o gráfico da resposta

em freqüências baixas e medias, colocando no eixo vertical, a tensão de pico

da carga, sabendo que a tensão de pico de entrada é 1mV.

Solução

Um modelo equivalente AC, nas medias freqüências, para o circuito amplifica-

dor da Figura 2.12 esta esquematizado na Figura 2.13.

Fig. 2.13

A impedância de entrada do estágio, calculada anteriormente, é Rin=1,19kΩ

1mV

pico

1K 3,6K

Vin Rin Améd Vin. 1,5K VL

Page 100: Aulas Eletronica II Parte 1

O ganho de tensão do estágio na banda média, sem carga, é

A tensão de pico sobre a impedância de entrada Rin, de acordo com a regra

do divisor de tensão aplicada ao modelo da Figura 2.13, é

A tensão de pico na carga para banda média, também de acordo com o

circuito da Figura 2.13, é

3,15264,23

6,3 med

e

Cmed A

K

r

RA

mVVmVKK

KV

RR

RV pinpS

inS

inpin 54,01

19,11

19,1,,,

)54,03,152(6,35,1

5,1)( ,, mV

KK

KVA

RR

RV pinmed

oL

LpL

mVV pL 19,24,

Page 101: Aulas Eletronica II Parte 1

Para concluir, apresenta-se na Figura 2.14, o gráfico da resposta em

freqüência

Fig. 2.14

Exemplo 2.3 - Na Figura 2.15 mostra-se um amplificador a MOSFET. Dado

gm5000S, qual o ganho de tensão na banda média ? Se a capacitância da

fiação é de 20pF através da carga, qual a freqüência de corte ? Faça um

esboço da resposta em freqüência.

Fig. 2.15

VL,p

f

24,19mV

17,1mV

569,8 Hz

0

1mV 10M rms

+20V

10K

o

20pF

Page 102: Aulas Eletronica II Parte 1

Solução

As linhas pontilhadas simbolizando um capacitor indicam a capacitância

interna da fiação. O circuito equivalente AC para o lado do dreno está esque-

matizado na Figura 2.16

Fig. 2.16

Este circuito é um caso particular de uma rede de atraso. Sua freqüência de

corte é

Na banda média do amplificador, a reatância da capacitância de fiação é

muito alta, sendo considerada um circuito aberto. O ganho de tensão é

gmvgs 10KΩ 20pF

kHzfpFK

f cc 796)20)(10(2

1

50105000 medmed AKSA

Page 103: Aulas Eletronica II Parte 1

Na Figura 2.17 mostra-se a resposta em freqüência

Fig. 2.17

Note que a banda média abrange a freqüência zero porque o amplificador é

acoplado diretamente. Na banda média a tensão de saída tem um valor rms

de 50x1mV=50mV. Na freqüência de corte, a tensão de saída cai para 0,707

do valor na banda média.

Exemplo 2.4 - Para o seguidor de emissor da Figura 2.18 calcular as

freqüências de corte das redes de avanço da entrada e da saída.

Av,med

50mV

35,4mV

0 796KHz f

Page 104: Aulas Eletronica II Parte 1

Solução

para calcular as freqüências de corte das redes de avanço da entrada e da

saída são necessárias as resistências de entrada e saída do estágio, Rin e Ro,

respectivamente.

Fig. 2.18

As resistências de entrada e de saída do estágio são

3,6K

0,68F

10K

+10V

10K

100 0,33F

4,3K 620

Ro

Rin

kRKKKR inin 5)3,4(1001010

9,45100

10106,33,4

oeo R

KKKrKR

Page 105: Aulas Eletronica II Parte 1

onde

A freqüência de corte da rede de avanço da entrada é

A freqüência de corte da rede de avanço da saída é

A freqüência de corte do amplificador é a maior das duas freqüências acima,

ou seja, 724 Hz.

rmV

Ie

E

25

25

HzfFKK

f incinc 2,27)68,0)(56,3(2

1,,

HzfF

f ococ 72433,0)6209,45(2

1,,

Page 106: Aulas Eletronica II Parte 1

2.4 Teorema de Miller

Considere um amplificador geral de ganho A com um capacitor conectado

entre os seus terminais de entrada e saída, Fig. 2.19. O capacitor pode ser

visto na literatura cientifica com o nome de capacitor de realimentação

porque através dele o sinal de saída do amplificador é re-aplicado à entrada.

Fig. 2.19

Circuito Equivalente de Miller

A análise do circuito da Figura 2.19 é relativamente difícil. O teorema de

Miller afirma que o referido circuito é equivalente ao circuito esquematizado

na Figura 2.20, cuja análise é mais simples.

Fig. 2.20

Vi Ci,M A Co,M Vo

C

iC

A Vo

Vi

Page 107: Aulas Eletronica II Parte 1

onde

Ci,M: é a capacitância Miller de entrada, que é dada por

Co,M : é a capacitância Miller de saída, que é dada por

A capacitância de realimentação C, do circuito original, é decomposta nas

capacitâncias Miller, do circuito equivalente Miller, uma do lado da entrada e

outra do lado da saída.

Demonstração do Teorema de Miller

Do amplificador da Figura 2.19, pode-se afirmar que a corrente alternada pelo

capacitor de realimentação é dada por

)13.2()1(, ACC Mi

)14.2(1

,

A

ACC Mo

)15.2()/1( sC

vvi oiC

Page 108: Aulas Eletronica II Parte 1

De acordo com o mesmo amplificador, pode-se afirmar também que

Combinando, entre si, as Equações (2.15) e (2.16), obtém-se

Desta equação resulta uma expressão para a impedância Vi / iC , que é

Esta expressão representa a impedância do capacitor vista pelo lado da

entrada do amplificador. Nela aparece uma capacitância C(1-A), que é a capa

citância Miller de entrada definida através da Equação (2.13). Ela aparece em

paralelo com os terminais de entrada do Equivalente Miller, Figura 2.20. Isto

demonstra uma parte do Teorema de Miller.

Na seqüência, demonstra-se a outra parte deste teorema. Da Equação (2.16),

decorre a seguinte expressão para Vi

)16.2(io vAv

)1( AsCvi iC

)1(

1

ACsi

v

C

i

)17.2(A

vv o

i

Page 109: Aulas Eletronica II Parte 1

Combinando, entre si, as Equações (2.15) e (2.17), obtém-se

Esta expressão representa a impedância do capacitor vista dos terminais de

saída do amplificador. Nela aparece a capacitância de valor C (A-1)/A, que

é exatamente a capacitância Miller de saída definida através da Equação 2.14

Ela aparece em paralelo com os terminais de saída do Equivalente Miller, Fig.

2.20. Portanto, conclui-se a demonstração do Teorema de Miller.

Para A1, a Equação (2.14) é aproximadamente equivalente a

Amplificador Inversor com capacitância de Realimentação

A aplicação mais importante do teorema de Miller é com um amplificador

inversor. Neste caso A é negativo e a capacitância Miller de entrada é maior

do que a capacitância de realimentação. Isto é chamado efeito Miller.

}/)1({

1

AACsi

v

C

o

C Co M,

Page 110: Aulas Eletronica II Parte 1

Exemplo 2.5 - Dados C5pF e A-120, como ilustrado na Figura 2.21,

calcular as capacitâncias Miller

Fig. 2.21

Solução

A capacitância Miller de entrada é

A capacitância Miller de saída é

5pF

A=-120

pFCpFACC MiMi 605)121(5)1( ,,

pFCpFA

ACC MoMo 5

120

1215

1,,

Page 111: Aulas Eletronica II Parte 1

Como afirmado anteriormente, um grande ganho de tensão implica numa

capacitância Miller de saída aproximadamente igual à capacitância

de realimentação. Para concluir este exemplo, mostra-se na Figura 2.22 o

equivalente Miller do amplificador da Figura 2.21

Fig. 2.22

2.5 Análise de Amplificador a FET em alta Freqüência

O diagrama da Figura 2.23(a) é de um amplificador a FET com a polarização

por divisor de tensão, sendo alimentado por um gerador de sinal, de tensão

VG e resistência interna RG. Na banda média, sabe-se que os capacitores de

acoplamento e derivação se comportam como curtos AC, como mostrado no

circuito equivalente AC da Figura 2.23(b). A resistência rD é a resistência AC

vista pelo terminal do dreno, que é a associação em paralelo de RD com RL

605pF A=-120 5pF

r R RD D L

Page 112: Aulas Eletronica II Parte 1

A resistência rG é a resistência Thevenin AC vista pelo terminal da porta do

FET. Ou seja,

(a)

(b)

Fig. 2.23

GG RRRr 21

G

RG Cin

R2 RS

R1 RD Co

+VDD

RL

rG

rD

th

Page 113: Aulas Eletronica II Parte 1

A tensão Thevenin AC vista também pelo terminal da porta do FET, é

Na banda média do amplificador, o ganho de tensão com carga é

Acima da banda média, as capacitâncias internas do FET e as decorrentes da

fiação formam redes de atraso que fazem o ganho de tensão diminuir.

O FET tem capacitâncias internas entre os seus três terminais, que estão ilus

tradas na Figura 2.24, que é do circuito equivalente para as altas freqüências

Fig. 2.24

th

G

G

R R

R R R

1 2

1 2( )

A g rm D

rG

th

Cgd

Cds

Cin

rD

Cgs

Page 114: Aulas Eletronica II Parte 1

As notações dessas capacitância são especificadas a seguir

Cgs é a capacitância interna entre porta e fonte

Cgd capacitância interna entre porta e dreno

Cds é a capacitância interna entre dreno e fonte.

Quando a saída de um amplificador a FET alimenta um outro estágio, a

capacitância de entrada Cin do estágio seguinte aparece entre os terminais

dreno e terra, como mostrado na Figura 2.24. Esta capacitância inclui a

capacitância de entrada do estágio seguinte e a capacitância decorrente da

fiação, que é a capacitância entre os fios conectores e o terra. Orienta-se

adotar 0,118pF/cm como um valor aproximado para a capacitância, por

comprimento, associada à fiação.

Assim, cada centímetro de fio de conexão entre o dreno do primeiro estágio e

a porta do segundo estágio, deriva 0,118pF em paralelo com a carga. É por

isso que se deve manter os fios de ligação o mais curto possível nos

amplificadores de alta freqüência.

Page 115: Aulas Eletronica II Parte 1

Aplicando o Teorema de Miller ao amplificador da Figura 2.24

Note que Cgd aparece no circuito amplificador da Figura 2.24 como uma

capacitância de realimentação. Pelo teorema de Miller, essa capacitância

pode ser substituída por duas outras. Uma delas na entrada, situada entre o

terminal da porta e o da fonte (ou terra), a qual é dada por

E outra capacitância na saída, situada entre o terminal do dreno e o da fonte

(ou terra), a qual é aproximadamente

Portanto, substituindo a capacitância Cgd pelas duas capacitâncias referidas

acima, o circuito da Fig. 2.24 é equivalente ao circuito esquematizado na

Figura 2.25 abaixo.

Fig. 2.25

)1()1( ,, DmgdMigdMi rgCCACC

C Co M gd,

IDEAL

rG

th

Cgs Cgd(1+gmrD)

rD

Cgd Cds Cin

Page 116: Aulas Eletronica II Parte 1

Sabe-se que a capacitância equivalente de uma associação de capacitâncias

em paralelo é igual à soma das capacitâncias componentes dessa associação

O circuito equivalente da Figura 2.25 tem duas redes de atraso: uma do lado

da porta e outro do lado do dreno.

Rede de atraso da porta

A capacitância total do circuito da porta é

E a freqüência de corte da rede de atraso da porta é

onde

fG: é freqüência de corte da rede de atraso da porta

rG: é resistência vista pela porta

CG: é capacitância total da rede de atraso da porta

Rede de Atraso do Dreno

O dreno se comporta como uma fonte de corrente que alimenta a resistência

rD em paralelo com as capacitâncias Cgd, Cds e Cin. A capacitância total do

circuito do dreno é

C C C g rG gs gd m D ( )1

)18.2(2

1

GG

GCr

f

C C C CD gd ds in

Page 117: Aulas Eletronica II Parte 1

E a freqüência de corte da rede de atraso do dreno é

onde

fD: é a freqüência de corte da rede de atraso do dreno

rD: é a resistência AC vista pelo dreno

CD: é a capacitância total da rede de atraso do dreno

Capacitância fornecida pelo fabricante

Na Figura 2.26(a) mostram-se as três capacitâncias do FET, que são: Cgs, Cds

e Cgd

Fig. 2.26

fr CD

D D

1

2

Cgd IDEAL Cgd

Cds

Cgs Cgs

Ciss

(a) (b) (c)

Cgd

Cds

Coss

Page 118: Aulas Eletronica II Parte 1

Por conveniência, o fabricante mede as capacitâncias do FET sob condições

de curto-circuito. Por exemplo, Ciss é a capacitância de entrada com um curto

AC através da saída, como mostrado na Figura 2.26 (b). Como Cgd fica em

paralelo com Cgs, então

As folhas de dados também fornecem Coss, a capacitância vista na saída do

FET, com um curto AC através dos terminais da entrada, conforme Figura

2.26 (c). Como, neste caso, Cds fica em paralelo com Cgd, então

Uma outra capacitância que aparece nas folhas de dados (ou manual do

fabricante) é Crss, a capacitância de realimentação

Combinando entre si, as Equações 2.19 a 2.21, obtém-se:

)19.2(gdgsiss CCC

)20.2(gddsoss CCC

)21.2(gdrss CC

)22.2(

rssossds

rssissgs

rssgd

CCC

CCC

CC

Page 119: Aulas Eletronica II Parte 1

Com estas expressões pode-se calcular as capacitâncias necessárias para

analisar as redes de atraso de um amplificador a FET.

Exemplo 2.6 - A Figura 2.27 é de um amplificador contendo o FET MPF 102,

cujas capacitâncias internas são: Ciss7pF, Coss4pF e Crss3pF.

A capacitância produzida pela fiação no circuito do dreno é de 4pF. Se

gm4000 S, quais as freqüências de corte das redes de atraso da porta e do

dreno ?

Fig. 2.27

+25V

5K

50 MPF 102

1M

1M 330

Page 120: Aulas Eletronica II Parte 1

Solução

Das Equações 2.22, calculam-se

A Figura 2.28 é do circuito equivalente AC em altas freqüências, onde os

capacitores de acoplamento e de derivação se comportam como curtos AC.

A capacitância produzida pela fiação fica em paralelo com a resistência do

dreno

Fig. 2.28

pFCpFpFC

pFCpFpFC

pFC

dsds

gsgs

gd

134

437

3

3pF

50

IDEAL 5K 1pF 4pF

4pF

Page 121: Aulas Eletronica II Parte 1

O ganho de tensão na banda média é

A capacitância de realimentação, de 3pF, pode ser desmembrada em duas

outras, conforme segue:

1a) a capacitância Miller da entrada, que é

2a ) e a capacitância Miller de saída, que é

O circuito equivalente AC considerando as capacitâncias Miller, está esquema

tizado na Figura 2.29

Fig. 2.29

20)5()4000( AKSrgA Dm

pFCpFACC MigdMi 63)21(3)1( ,,

C pFo M, , 315

50

5K 3pF 1pF 4pF

4pF 63pF

IDEAL

Page 122: Aulas Eletronica II Parte 1

A rede de atraso da porta tem os valores:

Portanto a rede de atraso da porta tem uma freqüência de corte de

A rede de atraso do dreno tem os valores

E portanto a freqüência de corte da rede de atraso do dreno é

Em alta freqüência, a menor das freqüências de corte é dominante. Portanto,

a freqüência de corte da rede de atraso do dreno é dominante pois seu valor,

3,98MHz é o menor.

pFCpFpFCer GGG 6763450

MHzfpFCr

f G

GG

G 5,47)67()50(2

1

2

1

pFCpFpFpFCekr DDD 84135

MHzfpFKCr

f D

DD

D 98,3)8()5(2

1

2

1

Page 123: Aulas Eletronica II Parte 1

Exemplo 2.7 - A Figura 2.30 é de um amplificador cascode, cujo ganho de

tensão é –gmRD. Qual a capacitância de entrada se o primeiro estágio tem

Cgs4pF e Cgd3pF ?

Fig. 2.30

I T1

RG RS

Vo

T2 RD VDD

R2 R1

Page 124: Aulas Eletronica II Parte 1

Solução

O primeiro estágio (fonte-comum) alimenta o segundo estágio (porta-comum).

A impedância de entrada de um amplificador com porta-comum é

aproximadamente 1/gm.

Portanto, a resistência AC vista pelo dreno do primeiro estágio é

O ganho de tensão do primeiro estágio é

O primeiro estágio tem uma capacitância de realimentação de 3pF e um

ganho Av1-1; portanto a capacitância Miller da entrada é

A capacitância total de entrada do primeiro estágio é a soma de Cgs com a

capacitância Miller de entrada, ou seja

rgD

m

1

11

)( 11

v

m

mDmv Ag

grgA

pFCpFACC MivgdMi 623)1( ,1,

pFCpFpFCCC iMigsi 1064 1,,1,

Page 125: Aulas Eletronica II Parte 1

A vantagem de um amplificador cascode está na sua baixa capacitância Miller

de entrada. Em geral, a capacitância de entrada de qualquer amplificador

cascode a FET é

2.6 Análise de Amplificador a BJT em Médias e Altas Freqüências

O diagrama da Figura 2.31 é de um amplificador a BJT com EC acionado por

um gerador de sinal de tensão VG com uma resistência RG

Fig. 2.31

C C Ci gs gd 2

G

RG

Cin

R1

R2

RC Co

RE CE

RL

+ VCC

Page 126: Aulas Eletronica II Parte 1

Na banda média De acordo com o que já foi estudado neste curso, para a banda media tem-se

o circuito equivalente AC esquematizado na Figura 2.32

Fig. 2.32

A tensão Vth,G é a tensão Thevenin AC vista pelo terminal da base do

transistor, a qual é expressa por

A resistência rG é a resistência Thevenin AC vista pelo terminal da base do

Transistor, a qual é determinada por

rG

rC

th,G

th G

G

G

R R

R R R,

1 2

1 2

r R R RG G 1 2

Page 127: Aulas Eletronica II Parte 1

E rC é a resistência AC vista pelo coletor, a qual é obtida por

Acima da Banda Média

O diagrama da Figura 2.33 é do circuito equivalente AC para freqüências

acima da banda média do amplificador

Fig. 2.33

Onde

Ce’: é a capacitância associada ao diodo emissor

CC’: é a capacitância associada ao diodo coletor

Ci: é a capacitância de entrada do estágio seguinte

rb’: é a resistência de espalhamento da base

r R RC C L

rG rb’

Ce’

Cc’

rC Ci

IDEAL

Page 128: Aulas Eletronica II Parte 1

A resistência rb’ está incluída nesta análise de alta freqüência porque faz Parte da rede de atraso da base

Redes de Atraso da Base e do Coletor

Para se determinar as freqüências de corte de um amplificador a BJT, é

necessário identificar as redes de atraso do lado da base e do lado do coletor.

O primeiro passo consiste em se determinar a capacitância Miller de entrada,

que é

onde AV é o ganho de tensão na banda média entre a base e o coletor,

sendo portanto expresso por

Substituindo a Equação (2.24) na Equação (2.23), obtém-se

)23.2()1('

, vcMi ACC

)24.2(e

Cv

r

rA

)25.2(1'

,

e

CcMi

r

rCC

Page 129: Aulas Eletronica II Parte 1

A capacitância Miller de saída é aproximadamente CC’ porque o ganho de tensão, AV, é normalmente alto num amplificador com EC. Portanto,

Considerando as capacitâncias Miller para o circuito da Figura 2.33, este torna

se equivalente ao circuito esquematizado na Figura 2.34

Fig. 2.34

As capacitâncias equivalentes dos circuitos da base e do coletor são,

respectivamente

)26.2('

, cMo CC

rG+rb’

Ce’ Cc’(1+rC/re)

rC Cc’ Ci

IDEAL

)27.2(1 `''

iCC

e

CceB CCCe

r

rCCC

Page 130: Aulas Eletronica II Parte 1

O diagrama esquemático da Figura 2.35 é de um modelo equivalente ao da

Figura 2.34. Neste modelo as capacitâncias equivalentes determinadas em

(2.27) são consideradas.

Fig. 2.35

Aplicando Thevenin ao circuito que alimenta a capacitância CB, obtém-se o

circuito equivalente esquematizado na Figura 2.36

Fig. 2.36

rG+rb’

CB re rC CC

(rG+rb’ )re

CB rC CC

Page 131: Aulas Eletronica II Parte 1

Note que a resistência Thevenin vista pela capacitância da base, CB , é

Portanto, a rede de atraso da base tem uma freqüência de corte de

onde

fB : é a freqüência de corte da rede de atraso da base

rB: é a resistência Thevenin vista pela capacitância total da base

CB: é a capacitância total da rede de atraso da base

O circuito do coletor forma outra rede de atraso, cuja freqüência de corte é

onde

fC: é a freqüência de corte da rede de atraso do coletor

rC: é a resistência AC vista pelo coletor

CC: é a capacitância total da rede de atraso do coletor

r r r rB G b e ( ' )

fr CB

B B

1

2

fr CC

C C

1

2

Page 132: Aulas Eletronica II Parte 1

Capacitância Especificada pelo Fabricante

Não há uma denominação padrão para a capacitância CC’ do BJT. Nas folhas

de dados (ou manuais) usa-se qualquer um dos seguintes símbolos

equivalentes: CC, CCb, Cob e Cobo. Por exemplo, a folha de dados do

transistor 2N2330 dá um Cob de 10pF. Este é o valor de CC’ a ser usado em

análise de alta freqüência.

A capacitância Ce’ não é dada normalmente nas folhas de dados porque é

muito difícil de ser medida diretamente.

Em vez disso, o fabricante fornece um valor de freqüência fT, para a qual o

ganho de corrente de um transistor cai para unidade. A capacitância Ce’ pode

ser calculada como segue

Exemplo 2.8 - Na folha de dados de um 2N3904 é fornecida uma fT300MHz.

Calcular o valor de Ce’ dada a corrente IE10mA

Solução

Como Ce’ depende de re , conforme Equação (2.28), calcula-se antes , re

)28.2(2

1'

eT

erf

C

5,210

2525 e

E

e rmA

mV

I

mVr

Page 133: Aulas Eletronica II Parte 1

Aplica-se a seguir a Equação (2.28)

Exemplo 2.9 - Suponha que o transistor 2N3904 do exemplo anterior seja

utilizado num amplificador EC com os seguintes dados: rG1K , rb’100 ,

re250, rC1K , re2,5 , Ce’212pF , CC’4pF e Ci5pF. Calcular as

freqüências de corte do amplificador.

Solução

A resistência Thevenin vista pela capacitância CB é

O ganho de tensão é

E a capacitância Miller de entrada é

pFCMHzrf

C e

eT

e 212)5,2()300(2

1

2

1 ''

204250)1001000()'( BebGB rrrrr

4005,2

1000 v

e

Cv A

r

rA

pFCpFACC MivcMi 1816)4001(4)1( ,

'

,

Page 134: Aulas Eletronica II Parte 1

Logo, a freqüência de corte da rede de atraso da base é

No circuito do coletor, a capacitância total é

Portanto, a freqüência de corte da rede de atraso do coletor é

Conforme já mencionado, a freqüência de corte dominante na faixa de alta

freqüência é a menor dentre aquelas pertinentes a essa faixa. Para este

exemplo é a menor das duas freqüências calculadas acima, ou seja 430 kHz.

Se for pretensão melhorar a resposta na parte de alta freqüência deste

amplificador, deve-se começar com o circuito da base porque ele possui a

freqüência de corte mais baixa.

kHzfpFCr

f B

BB

B 430)1816()204(2

1

2

1

pFCpFpFCCC CicC 954'

MHzfpFK

f CC 7,17)9()1(2

1

Page 135: Aulas Eletronica II Parte 1

3. CIRCUITOS REGULADORES

3.1 Regulação

A tensão ou corrente fornecida por uma fonte a uma dada carga está muito

vulnerável a variações. A regulação é um recurso usado preventivamente

para evitar que tais variações ocorram. Uma grande quantidade de

configurações de circuito são capazes de efetuar regulação de tensão ou

corrente. Alguns circuitos aplicados mais comumente são considerados nesta

unidade do curso.

Importância da regulação

Para ilustrar a importância da regulação de tensão, considere o diagrama

geral da Figura 3.1

Fig. 3.1

FONTE VNL RL=∞ VS,nom.

FONTE VFL RL= RL,mín

VS,nom.

FONTE VL RL

VS,nom.

Page 136: Aulas Eletronica II Parte 1

onde VNL é a tensão nos terminais de saída sem carga (em circuito aberto,

INL0), VFL é a tensão nos terminais de saída à plena carga (carga máxima)

e VL é a tensão nos terminais de saída para qualquer carga RL entre RL,mín

e ∞ ( ou seja RL,mín.< RL < ∞ )

A tensão fornecida pela fonte, VS, pode variar também devido a problemas

técnicos em sua produção. Por exemplo, variação na tensão da rede de

distribuição de energia.

O ideal é VLVFLVNL para RL,mín ≤ RL ≤ ∞. Portanto, o ideal é que a

tensão nos terminais de saída seja a mesma para qualquer valor de RL na

faixa que abrange desde a condição sem carga (RL=∞ ) até a condição

com carga máxima ( RL= RL,mín ), independentemente de variações na

tensão da fonte, VS. Ou seja, o ideal é que VL não seja afetada por

variações em RL ou em VS .

Não existe nenhuma fonte atualmente de semicondutor ou eletromecânica

(gerador), que possa fornecer uma tensão completamente independente

do valor da resistência da carga colocada.

Page 137: Aulas Eletronica II Parte 1

Efeito da variação de R L ou de VS sobre a tensão de carga

Para ilustrar o efeito da variação da resistência de carga na sua tensão,

considere o circuito simples da Figura 3.2, cuja fonte é não regulada.

Fig. 3.2

Supondo que: VS = 10 V (valor nominal), RS= 50Ω e RL = 1KΩ. Então, a

tensão na carga é

Supondo agora que RL = 500Ω enquanto RS e VS não são alteradas, então

VS VL RL

RS.

VR

R RV VL

L

L S

S

1000

1000 5010

V VL 9 5,

V VL

500

500 5010

V VL 9 1,

Page 138: Aulas Eletronica II Parte 1

Supondo por último que VS sofreu alteração indesejavelmente para 8V,

enquanto RS não alterou, e RL1K.

Assim,

Com este exemplo ilustra-se que, sem algum recurso preventivo, a tensão na

carga, VL, fica vulnerável a variações. É neste contexto que se insere a téc-

nica de regulação.

VR

R RV VL

L

L S

S

1000

1000 508

V VL 7 6,

Page 139: Aulas Eletronica II Parte 1

Configurações básicas gerais Há, fundamentalmente, duas configurações básicas para se estabelecer

regulação de tensão ou corrente, que são: série e paralelo, como ilustrado na

Figura 3.3

Fig. 3.3

Nesta figura, a tensão VL é chamada de ‘saída regulada’ .

Os reguladores mais sofisticados fazem uso da regulação-série e paralela

em um mesmo sistema.

FONTE VS VL RL

VS,nom.

IL

FONTE VS VL RL

VS,nom.

IL

Page 140: Aulas Eletronica II Parte 1

3.2 Reguladores de Tensão Discretos Nesta seção são apresentados vários circuitos reguladores usando componen

tes discretos, ao mesmo tempo em que uma descrição sobre o princípio de

funcionamento e, em alguns casos, uma análise dos respectivos circuitos são

realizadas.

3.2.1 O regulador zener básico

Na Figura 3.4 é mostrado o circuito regulador zener básico

Fig. 3.4

Este é um regulador paralelo. O diodo zener é usado para regular a tensão

sobre a resistência de carga, funcionando na sua região de ruptura e

mantendo a tensão da carga praticamente constante. A tensão de Thevenin

aplicada ao diodo Zener é importante para determinar a sua região de opera-

ção.

RS

VS

+

-

VZ

RL VL

IS

IL

IZ

Page 141: Aulas Eletronica II Parte 1

Para calcular a tensão de Thevenin, substitui-se o diodo zener por um circuito

aberto, como mostrado na Figura 3.5

Fig. 3.5

De acordo com o circuito da Figura 3.5, tem-se que a tensão de Thevenin,

VTH, é

(3.1)

Para que o diodo zener funcione em sua região de ruptura, é necessário que

VTH > VZ . Esta é a primeira relação que deve ser satisfeita para qualquer

regulador zener.

VS

RS

VTH RL VL

VR

R RVTH

L

S L

S

Page 142: Aulas Eletronica II Parte 1

Correntes do circuito da Figura 3.4

a) a corrente através da resistência RS é

(3.2)

b) desprezando a resistência zener, RZ, de modo que VLVZ, a corrente

através da carga é

(3.3)

c) aplicando a lei das correntes de Kirchhoff, obtém-se

(3.4)

Regulador Zener quase ideal

Um regulador zener é quase ideal quando satisfaz as duas condições :

a) RZ 0,01 RS

b) RZ 0,01RL

IV V

RS

S Z

S

IV

RL

L

L

I I IS Z L

I I IZ S L

Page 143: Aulas Eletronica II Parte 1

• Ao satisfazer a primeira condição, o regulador reduz os efeitos da variação

da tensão da fonte, incluindo a ondulação, de um fator de pelo menos 100.

• Ao satisfazer a segunda condição, o regulador zener apresenta-se para

carga como se fosse uma fonte de tensão quase ideal.

Exemplo 3.1 - Considere o regulador zener esquematizado na Figura 3.6

Fig. 3.6

Em primeiro lugar pergunta-se: o circuito satisfaz a condição VTH VZ ?

Para responder esta questão, calcula-se VTH para VS = 40 V (menor valor de

VS dado ).

40V a 50V

+

10V 2K

-

820

VVVK

KV THTH 4,2840

8202

2

Page 144: Aulas Eletronica II Parte 1

Observa-se portanto que a condição VTH VZ , para o menor valor de VS

mostrado no circuito, está satisfeita, estando automaticamente satisfeita para

os demais valores da faixa.

Calculando as correntes mínima e máxima através da resistência RS, segue

Sabe-se que VL VZ 10V, portanto a corrente de carga é

As correntes zener: mínima e máxima para os valores dados de VS, são

mAIVV

R

VVI S

S

ZS

S 6,36820

1040min,

min,

.min,

mAIVV

R

VVI S

S

ZS

S 8,48820

1050max,

.max,

.max,

mAIK

V

R

VI L

L

LL 5

2

10

mAImAmAIII ZLSZ 6,3156,36 min,.min,.min,

mAImAmAIII ZLSZ 8,4358,48 max,.max,.max,

Page 145: Aulas Eletronica II Parte 1

Qual o menor valor da tensão da fonte do circuito da Figura 3.6, abaixo do

qual não seria possível a regulação de tensão na carga ?

Neste limite ocorre a igualdade VTH VZ. Assim, para obter o menor valor de

VS que permite regulação de tensão na carga do circuito em análise, usa-se

esta igualdade, como segue

Portanto 14,1V é o menor valor de VS abaixo do qual não é possível a

regulação de tensão na carga do circuito da Figura 3.6

ZS

LS

L VVRR

R.min,

VVS 102000820

2000.min,

V VS min, . , 14 1

Page 146: Aulas Eletronica II Parte 1

Exemplo 3.2 - Considere outra situação da mesma configuração do regulador

zener básico, o qual está mostrado na Figura 3.7

Fig. 3.7

Neste caso considera-se a hipótese de que RL varia enquanto VS permanece

constante e igual a 30V, como ilustrado na figura acima.

Qual o mínimo valor de RL que garante a regulação de tensão na carga ?

O valor mínimo de RL, RL,min, é tal que a tensão de Thevenin aplicada

ao diodo zener é igual à tensão zener deste último, ou seja

VS=30V

100

IZ +

-

10V RL (0 a 1K)

IL

IS

ZS

SL

L

ZTH VVRR

RVV

.min,

.min,

501030100

min,

.min,

.min,

L

L

LRVV

R

R

Page 147: Aulas Eletronica II Parte 1

Para a resistência de carga igual ao seu valor mínimo, isto é RL= R L,min=50Ω ,

a corrente de carga atinge o seu valor máximo, dado por:

Por outro lado, para a resistência de carga igual ao seu valor máximo, RL=1K

que é o limite superior do intervalo fornecido na Figura 3.7, a corrente de car-

ga atinge seu valor mínimo, dado por:

Portanto, para qualquer valor de RL entre 50 e 1K, o diodo zener opera

em sua região de ruptura, simulando uma fonte de tensão de 10V .

A corrente através da resistência RS para 50 RL 1K é

mAV

R

VI

L

ZL 200

50

10

min,

.max,

mAK

V

R

VI

L

ZL 10

1

10

max,

.min,

mAIVV

I SS 200100

1030

Page 148: Aulas Eletronica II Parte 1

As correntes: máxima e mínima através do diodo zener são

Para ilustrar a regulação de tensão na carga, mostra-se na Figura 3.8 o

gráfico de VL versus IL .

Fig. 3.8

Para RL menor que 50 o diodo zener se comporta como um circuito aberto

pois VTH VZ

10mA 200mA IL

VL

10V

mAImAmAIII ZLSZ 19010200 max,.min,.max,

0200200 min,.max,.min, ZLSZ ImAmAIII

Page 149: Aulas Eletronica II Parte 1

Influência da Resistência Zener

O efeito da resistência zener, RZ, sobre a regulação pode ser determinado

facilmente encontrando-se o equivalente de Thevenin para carga, consideran-

do o menor valor desta carga para regulação, que neste caso é RL50.

Assim, pegando o caso particular de regulador zener dado na Figura 3.7 e

substituindo o diodo zener pelo seu modelo composto por uma fonte de ten-

são em série com a resistência RZ, obtem-se o circuito mostrado na Figura 3.9

Fig. 3.9

30V

100

RZ 2

VZ 10V

RL=50

THEVENIN.

Page 150: Aulas Eletronica II Parte 1

Para calcular a tensão de Thevenin, retira-se a carga e procede como a se-

guir:

Fig. 2.10

Para calcular a resistência de Thevenin, substituem-se as fontes por curto:

Fig. 3.11

30V

100

2

10V

VTH

I2

V

VVVIVTH 10

2100

10302102 2

V VTH 10 4,

100

2

RTH

RTH 100 2 2

Page 151: Aulas Eletronica II Parte 1

O equivalente de Thevenin juntamente com a carga está mostrado na Figura

3.12

Fig. 3.12

A resistência RZ tem portanto um efeito desprezível para RL,min ( e I L,max)

de modo geral, RZ tem efeito desprezível sobre RL, conforme demonstrado a

seguir:

a) para R L RL,min 50, a tensão de carga é:

b) Para RL = 1KΩ , a tensão de carga é

10,4

2

50

VVVV LL 104,10502

50

VVVV LL 4,104,1021000

1000

Page 152: Aulas Eletronica II Parte 1

O erro percentual associado a esses dois valores de VL , calculados nos

extremos do intervalo de RL, é o seguinte:

3.2.2 O regulador seguidor de emissor

O seguidor de emissor pode melhorar o desempenho de um regulador zener.

A Figura 3.13 é da configuração do referido regulador, que é do tipo série

Fig. 3.13

Aplicando a LTK à malha de saída resulta

(3.5)

%4%10010

104,10

VV

VS (fonte não

regulada)

R

IR

+

VZ

-

IC

IB

RL VL

- VBE

+

IZ

Regulador série

IE

V V VL Z BE

Page 153: Aulas Eletronica II Parte 1

A tensão VZ é constante. Logo, de acordo com (3.5), a tensão da carga, VL, é

aproximadamente constante, mesmo que a tensão da fonte varie.

Aplicando a LCK ao circuito da Figura 3.13, temos

A corrente de base, por sua vez, é

Como IB IL, pode ser usado um diodo zener de menor potência. Enquanto

Isso, para um regulador zener comum, se é necessário fornecer a uma carga

uma corrente na ordem de ampères, o diodo zener deve suportar uma corren-

te também na ordem de ampères.

Equivalente Thevenin visto pela carga

Para calcular a tensão de Thevenin vista pela carga do circuito da Figura 3.13,

remove-se a carga e calcula-se a tensão nos terminais em que a mesma

estava. Este procedimento é mostrado a seguir

I I IR Z B

II

B

L

Page 154: Aulas Eletronica II Parte 1

O circuito da Figura 3.13, sem a carga, está mostrado na figura abaixo

Para obter a impedância Thevenin vista pela carga, substituem-se: a fonte VS

por um curto, o transistor pelo seu modelo com re, e o diodo zener por sua

resistência Interna, obtendo-se o seguinte:

R

RZ

re

TRANSISTOR

ZTH

VS

R

+

VZ

-

- VBE

+

VTH BEZTH VVV

ZeoTH

ZeoTH

RrZZ

RRrZZ

)//(

Page 155: Aulas Eletronica II Parte 1

Assim, obtém-se o circuito equivalente de Thevenin, com a carga reposta aos

terminais, resultando no circuito mostrado na Figura 3.14.

Fig. 3.14

A idéia principal é que o seguidor de emissor aumenta a capacidade de

manipulação de corrente de um regulador zener; ele aumenta a corrente de

carga de um fator

Potência de dissipação no transistor

Para projetar um circuito como esse, deve-se levar em conta a dissipação de

potência do transistor, que é dada por:

(VZ-VBE)

re+(RZ/)

RL

P V ID CE C

Page 156: Aulas Eletronica II Parte 1

Tensão coletor-emissor, V CE

Aplicando a LTK à malha mais externa do circuito da Figura 3.13, tem-se

Corrente de coletor

A corrente de coletor é aproximadamente igual à corrente de emissor, ou seja

Como os terminais do coletor-emissor estão em série com a carga, a corrente

de carga deve passar através do transistor. É por isso que ele é chamado

transistor de passagem.

A desvantagem principal de um regulador série é a potência dissipada pelo

transistor de passagem. Se a corrente de carga não é muito grande, o

transistor de passagem não se aquece muito. Mas se a corrente de carga é

alta, o transistor de passagem dissipa uma boa quantidade de potência,

aumentando a temperatura interna do equipamento. Em alguns casos pode

ser necessário um ventilador para diminuir o calor.

V V VCE S L

I IC E

Page 157: Aulas Eletronica II Parte 1

Efeito da Temperatura

É importante mencionar o efeito que a temperatura tem sobre VBE. Quando a

temperatura do emissor aumenta, VBE diminui. As folhas de dados geralmen-

te informam quanto VBE varia com a temperatura. A variação em VBE

depende, dentre outros fatores, da corrente de coletor do transistor dado.

Uma aproximação útil para a variação é a seguinte: VBE diminui 2mV para

cada grau Celsius de aumento de temperatura. Por exemplo, suponha-se que

VBE 0,7V para uma temperatura do emissor de 25oC. Se a temperatura do

emissor aumenta para 75oC (um aumento de 50oC) então VBE diminui de

50 x 2mV100mV0,1V.

Ou seja, VBE passa de 0,7V para 0,6V. Este efeito deve ser considerado por-

que, sendo a tensão de carga dada por

uma variação em VBE é refletida em VL.

V V VL Z BE

Page 158: Aulas Eletronica II Parte 1

Embora essa variação seja relativamente pequena deve-se ter cuidado com

esses efeitos quando do projeto do circuito.

Para maiores informações sobre a dependência de VBE com a temperatura,

deve-se consultar as folhas de dados do transistor específico que se pretende

usar.

Exemplo 3.3- Na Figura 3.15 o transistor de passagem tem um de 80.

Calcular a corrente que passa através do diodo zener.

Fig. 3.15

Aplicando a LCK ao nó logo acima do diodo zener, tem-se:

(3.6)

20V

680

IR

IZ

+

10V

-

IC

IB

- VBE

+

IE

15Ω V L

I I IZ R B

Page 159: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo da corrente IR

Cálculo da corrente IE

Cálculo da corrente IB

Substituindo, na Equação (3.6), os valores encontrados acima, segue que:

Observe que o valor da corrente IZ é bem menor que a corrente de carga

mAIVV

R

VVI R

ZSR 7,14

680

1020

AIVV

R

VV

R

VI E

L

BEZ

L

LE 62,0

15

7,010

mAIAI

I BE

B 75,780

62,0

mAImAmAIII ZBRZ 95,675,77,14

mAAII EL 62062,0

Page 160: Aulas Eletronica II Parte 1

Exemplo 3.4 - Qual a dissipação de potência do transistor da Figura 3.15 ?

Se RZ7 e 100, qual a impedância de saída que o resistor de carga vê?

A potência dissipada pelo transistor de passagem é:

Para uma corrente de carga consideravelmente maior, a potência dissipada

pelo transistor de passagem pode se tornar muito alta.

Como mostrado anteriormente, a impedância de saída, que é a impedância

Thevenin vista pela carga é

A resistência CA do diodo emissor é

Fazendo as substituições, segue que

WPAVVIVP DCCED 63,662,0)3,920(

Z

eo

RrZ

04,062,0

2525 e

E

e rA

mV

I

mVr

11,0100

704,0 o

Zeo Z

RrZ

Page 161: Aulas Eletronica II Parte 1

Isto implica que a fonte está estabilizada para todas as resistências de carga

maiores do que 11.

De quanto varia a tensão de carga do circuito da Figura 3.15 se a resistência

de carga varia, por exemplo, de 15 para 14 ?

1o) a corrente de carga, IL, aumentou de IL1(9,3V/15,11)0,615 A para

IL2 (9,3V/14,11)0,659 A .

Logo

IL0,659A-0,615 A

IL0,044A

2o) a tensão na impedância de saída, VZo, aumentou de:

VZo1 (0,11) (0,615 A )0,06765V para

VZo2(0,11) (0,659 A )0,07249V .

Logo

∆VZo=0,07249 V -0,06765 V

∆VZo=0,00484 V

Page 162: Aulas Eletronica II Parte 1

3o) por fim, como VZo aumentou, então a tensão de carga, VL, diminuiu de

uma quantidade igual. Ou seja VL -0,00484V

3.2.3. Regulador de tensão paralelo a transistor bipolar

Na Figura 3.16 é mostrado um regulador de tensão empregando um transistor

na configuração paralela

Fig. 3.16

Qualquer tendência de aumento ou de diminuição em VL terá efeito

correspondente em VBE pois

(3.7)

VS (fonte não

regulada)

RS

IRs + IC

VZ -

+

VBE

-

VL RL

IB

V V VBE L Z

Fixo

Page 163: Aulas Eletronica II Parte 1

Suponha por exemplo que V L tende a diminuir, então ocorre o seguinte:

VBE diminui, o que pode ser concluido através da Equação (3.7),

IB e IC diminuem devido decréscimo em VBE

IRS diminui uma vez que o nível de condução do transistor diminuiu

VRS diminui devido ao decréscimo em I RS

VL aumenta, compensando sua tendência inicial de diminuir

Uma discussão semelhante pode ser aplicada para uma tendência de

aumento em V L.

3.2.4. Regulador de tensão série usando dois transistores A Figura 3.17 é o esquema de um regulador de tensão série empregando um

segundo transistor para fins de controle.

Função dos elementos que compõem o circuito regulador da Figura 3.17

1o) O diodo zener é um elemento que fornece uma tensão de referência

2o) O transistor T1 é usado como elemento de controle; ele controla a tensão

de saída a partir de uma tensão de correção enviada a ele através de um

circuito comparador

Page 164: Aulas Eletronica II Parte 1

3 o ) O transistor T2 é um comparador DC; ele compara duas tensões, sendo

uma delas a de referência, a outra enviada da carga a ele para que possa

proceder a devida comparação.

-

Fig. 3.17

Não havendo alteração da diferença, na comparação, o comparador não

muda a polarização do circuito de controle. Havendo alguma variação na

diferença, aparece na carga do comparador uma tensão de correção, que é

enviada ao circuito de controle que, por sua vez, procede a uma correção na

tensão de carga.

VS (fonte não

regulada)

VR1 R1

R2

B

IB2

R3

RL VL

VCE1

T1

IC2 IR1 T2

+

IZ - VBE2

+

VZ

IB1

IL

Page 165: Aulas Eletronica II Parte 1

Princípio de funcionamento do circuito regulador da Figura 3.17

a) Suponha inicialmente a variação: um aumento na tensão de entrada, VS

b) Assim, a tensão da carga, VL, tende a aumentar porque

c) Um aumento de VL provoca um aumento da tensão de R3 pois

d) Um aumento de VR3 provoca um aumento de VBE2 porque

e) Devido ao aumento de VBE2, as correntes IB2 e IC2 aumentam

f) Com o aumento de IC2 a tensão VCE2 diminui

g) Uma diminuição de VCE2 provoca um aumento na tensão VR1 porque

h) Com o aumento de VR1 a tensão VCE1 aumenta porque

i) Por último, VL diminui, compensando sua tendência de aumento inicial pois

LR VRR

RV

23

3

3

1CESL VVV

ZRBE VVV 32

ZCESR VVVV 21

V V VCE R BE1 11

V V VL S CE 1

Page 166: Aulas Eletronica II Parte 1

Com esta descrição, conclui-se que o regulador produz uma estabilização da

tensão na carga.

De modo análogo pode-se demonstrar que a tensão da carga mantém-se

estabilizada para o caso de uma diminuição da tensão de entrada.

Análise do circuito da Figura 3.17 para fins de projeto

Aplicando a LTK à malha mais externa do referido circuito, resulta

(3.8)

Da teoria sobre transistores BJT, pode-se afirmar que as tensões nos

terminais do transistor T1 satisfazem a seguinte equação:

(3.9)

Combinado entre si, as equações (3.8) e (3.9), encontra-se:

(3.10)

De acordo com o circuito, pode-se deduzir que

(3.11)

De (3.10) e (3.11), considerando IC2 ≈ IE2=IZ, obtém-se

(3.12)

1CELS VVV

11 CBBELS VVVV

V V V R I IS L BE Z B 1 1 1( )

111 CBBECE VVV

)( 1211111 1 BCCBRRCB IIRVIRVV

Page 167: Aulas Eletronica II Parte 1

Para o caso em que a tensão de entrada é máxima, a Equação (3.12)

assume a seguinte forma particular:

Como IZ,máx IB1,mín, então a equação acima pode ser simplificada para

Da qual obtém-se a seguinte expressão para a corrente IZ,máx:

(3.13)

Para o caso em que a tensão de entrada é mínima, a Equação (3.12) assu-

me a seguinte forma particular:

Desta equação resulta

(3.14)

V V V R I IS max L BE min Z max B min, . , , . , .( ) 1 1 1

.max,1.min,1.max, ZBELS IRVVV

IV V V

RZ max

S max L BE min

, .

, . , .

1

1

)( .max,1.min,1.max,1.min, BZBELS IIRVVV

I IV V V

RZ min B max

S min L BE max

, . , .

, . , .

1

1

1

Page 168: Aulas Eletronica II Parte 1

Como

então, a Equação (2.14) é equivalente a

(3.15)

Dividindo-se, membro a membro, a Equação 3.13 pela Equação 3.15,

encontra-se

Isolando a corrente IZ,máx na equação acima e, chamando esta corrente de

corrente zener máxima para teste do diodo’, IZ,máx,T, segue

II

B max

L max

min

1

1

, .

, .

, .

II V V V

RZ min

L max

min

S min L BE max

, .

, .

, .

, . , .

1

1

1

I

II

V V V

V V V

Z max

Z min

L max

min

S max L BE min

S min L BE max

, .

, .

, .

, .

, . , .

, . , .

1

1

1

IV V V

V V VI

IZ max T

S max L BE min

S min L BE max

Z min

L max

min

, ,

, . , .

, . , .

,

, .

, .

1

1 1

Page 169: Aulas Eletronica II Parte 1

onde IZ,mín é a corrente zener mínima do diodo em teste

Escolha do Transistor T1

O transistor T1 deve ser tal que

VCEO (VS,máx – VL)

IC,max IL,máx

PC,máx (VS,máx – VL)I L,máx

Escolha do Diodo Zener

Escolhe-se uma tensão de referência e, em função dela, é feito um teste pe-

la expressão de IZ,máx,T, para saber se o mesmo pode ou não ser utilizado.

As correntes zener máxima e mínima específicas do diodo escolhido são

simbolizadas por IZ,máx,D e IZ,mín,D, respectivamente

Escolha do Transistor T2

O transistor T2 deve ser tal que

VCEO [(VL VBE1,mín ) – VZ]

IC,máx IZ,máx,D

PC,máx [(VL VBE1,mín ) – VZ ] I Z,máx

Page 170: Aulas Eletronica II Parte 1

Escolha de R1

Da Equação (3.13), tira-se a expressão para R1

Entretanto, para proteção do zener, R1 escolhido deve ser maior que o valor

expresso no membro direito da igualdade acima, ou seja

Por outro lado, da Expressão (3.15), tira-se

RV V V

I

S max L BE min

Z max

1

1

, . , .

, .

RV V V

I

S max L BE min

Z max D

1

1

, . , .

, ,

RV V V

II

S min L BE max

Z min

L max

min

1

1

1

, . , .

, .

, .

.

Page 171: Aulas Eletronica II Parte 1

O R1 escolhido deve ser menor que o valor expresso no lado direito desta

última igualdade para se garantir IZ,min,D. Isto é

Portanto o valor de R1 a ser escolhido deve estar no seguinte intervalo

Potência dissipada por R 1,escolhido

De modo geral, a potência dissipada em R 1,escolhido é

RV V V

II

S min L BE max

Z min D

L max

min

1

1

1

, . , .

, ,

, .

.

V V V

IR

V V V

II

S max L BE min

Z max D

S min L BE max

Z min D

L max

min

, . , .

, ,

, . , .

, ,

, .

, .

1

1

1

1

PV

RD R

R

escolhido

,

,1

1

2

1

Page 172: Aulas Eletronica II Parte 1

No pior caso, tem-se que

Escolha de R2

A corrente de R2 deve ser dez por cento da corrente de coletor de T2. Ou

seja

IR210% de IC2 IR2 0,1 IC2

Pelo circuito, sabe-se que IC2 IZ. Para garantir o limite inferior IC2 IZ,mín,

deve-se ter

V V V VR S max L BE min1 1 , . , .( )

PV V V

RD max R

S max L BE min

escolhido

, ,

, . , .

,

[ ( )]

1

1

2

1

min,

.max,2

2

.max,2

21,0

2 Z

BEZL

R

BEZL

I

VVVR

I

VVVR

Page 173: Aulas Eletronica II Parte 1

No limite superior, tem-se IC2 IZ,máx. Por uma questão de proteção, deve-se

ter

Portanto R2 deve ser escolhido no intervalo

onde:

RV V V

I

L Z BE min

Z max

2

2

0 1

, .

, .,

V V V

IR

V V V

I

L Z BE min

Z max

L Z BE max

Z min

2

2

2

0 1 0 1

, .

, .

, .

, ., ,

IV V V

RZ max

S max L BE min

escolhido

, .

, . , .

,

1

1

IV V V

RIZ min

S min L BE max

escolhido

B max, .

, . , .

,

, .

1

1

1

Page 174: Aulas Eletronica II Parte 1

Potência Dissipada em R2

De modo geral, a potência dissipada em R2 é dada por

A potência máxima de dissipação em R2 é

Cálculo de R3

Parte do circuito da Figura 3.17, contendo R3, está desenhado na Figura a

seguir

PV

Ronde V V V VD R

R

escolhido

R L Z BE,

,2

2

2

2

2

2

PV V V

RD max R

L Z BE min

escolhido

, .,

, .

,

( )2

2

2

2

T2

+

VZ

-

R2 VR2

R3 VR3

+

- VBE2

VL

Page 175: Aulas Eletronica II Parte 1

Aplicando a LTK à malha que contém o zener, a junção base-emissor de T2 e

R3, encontra-se

(3.16)

Por outro lado, aplicando a regra do divisor de tensão, vem

(3.17)

Da Equação 3.17, com R2 = R2,escolhido, encontra-se a expressão para R3:

Substituindo VR3 pela quantidade expressa em 3.16, a equação acima é

Potência Dissipada em R3

De modo geral, a potência dissipada em R3 é dada por

23 BEZR VVV

VR

R RVR L3

3

2 3

RV

V VR

R

L R

escolhido3 2

3

3

,

RV V

V V VR

Z BE

L Z BE

escolhido3

2

2

2

,

PV

Ronde V V VD R

R

R Z BE, 3

3

3

2

3

2

Page 176: Aulas Eletronica II Parte 1

A potência máxima dissipada em R3 é

Exemplo 3.5 - Projeto de um regulador de tensão série com dois transistores,

tendo a mesma configuração mostrada na Figura 3.17 e, com as seguintes

especificações: VS20V10% , IL,máx 1A , VL10V , Vref = 5,1 V

Procedimento do projeto

1o) Escolha do transistor T1. O transistor T1 deve satisfazer as condições:

V CEO (V S,máx – V L ) VCEO (22-10)V12V

IC,máx IL,máx IC,máx 1A

P C,máx (VS,máx – VL) IL,máx PC,máx 12 W

O transistor BD233, por exemplo, satisfaz estas exigências pois tem as

seguintes características:

IC,máx 2 A, VCEO 45V,

PC,máx 25W, mín 20

PV V

RD max R

Z BE max

, ,

, .( )

3

2

2

3

Page 177: Aulas Eletronica II Parte 1

2o) Escolha do diodo Zener

Considerando o valor dado de 5,1V para a tensão de referência, procede-se

com testes para escolha do zener:

a) Inicialmente vamos investigar o diodo BZX79 cujas características são

IZ,mín10mA, PZ,máx 400mW, VZ = 5,1V , IZ,máx78,43mA

Para saber se o diodo identificado acima pode ser usado, calcula-se a

máxima corrente que pode passar pelo zener:

Como o IZ,máx,T=93,7mA , é maior do que o IZ,máx suportável pelo diodo BZX79,

que é 78,43mA, então este diodo não pode ser usado na implementação do

projeto especificado.

IV V V

V V VI

IZ max T

S max L BE min

S min L BE max

Z min

L max

min

, ,

, . , .

, . , .

, .

, .

, .

1

1 1

IV V V

V V VAZ max T, ,

,

,

22 10 0 6

18 10 0 710

1000

2010 3

I mAZ max T, , , 93 7

Page 178: Aulas Eletronica II Parte 1

b) Vamos testar um outro diodo, o BZX87, cujas características são:

IZ,mín 50 mA , PZ,máx 1,3W , VZ 5,1V , IZ,máx 255mA , vem

Para este diodo, encontra-se

Como a corrente zener máxima de teste, IZ,máx,T , é menor do que a corrente

zener máxima suportável pelo diodo, IZ,máx, então este pode ser usado e,

portanto IZ,máx,D 255mA

3o) Escolha do Transistor T2 . O transistor T2 deve satisfazer as condições:

a) VCEO [(VLVBE1,mín) – VZ ] VCEO [(10 0,6V)-5,1V] VCEO 5,5V

b) IC,máx IZ,máx,D (do zener) IC,máx 255mA

c) PC,máx [(VL VBE1,mín ) - VZ] IZ,máx PC,máx [(10V0,6V)-,1V]255 x10-3

PC,máx 1,4W

mAIAVVV

VVVI TZTZ 15610

20

100050

7,01018

6,01022max,,

3

max,,

Page 179: Aulas Eletronica II Parte 1

Um transistor que satisfaz estas exigências é por exemplo o BD135, cujas

características são:

VCEO 45V , IC,máx 1 A , PC,máx 8W

4o) Escolha do resistor R1

Como visto anteriormente, o valor de R1 deve ser escolhido no intervalo

ou seja,

O valor que vamos escolher dentro deste intervalo, é

V V V

IR

V V V

II

S max L BE min

Z max D

S min L BE max

Z min D

L max

min

, . , .

, ,

, . , .

, ,

, .

.

1

1

1

22 10 0 6

255 10

18 10 0 7

1000

2010

3 13

V V V

AR

V V V

A

, ,

(50 )

44 7 731, R

R escolhido1 56,

Page 180: Aulas Eletronica II Parte 1

Potência máxima dissipada por R1

5o) Escolha de R2

O valor de R2 , como visto anteriormente, deve ser escolhido no intervalo

onde:

56

]6,010(22[)]([ 2

,1

2

.min,1.max,

max,, 1

VVV

R

VVVP

escolhido

BELS

RD

P WD max R, , ,1

2 3

V V V

IR

V V V

I

L Z BE min

Z max

L Z BE max

Z min

2

2

2

0 1 0 1

, .

, .

, .

, ., ,

mAIVVV

R

VVVI Z

escolhido

BELS

Z 20456

6,01022.max,

,1

.min,1.max,

.max,

mAIAVVV

IR

VVVI ZB

escolhido

BELS

Z 3,8020

1

56

7,01018.min,.max,1

,1

.max,1.min,

.min,

Page 181: Aulas Eletronica II Parte 1

Portanto, o intervalo em que R2 deve ser escolhido é

ou seja,

Dentro deste intervalo, vamos escolher o valor

Cálculo da potência máxima dissipada por R2

6o) Escolha de R3

10 51 0 6

0 1 204 10

10 51 0 7

0 1 80 3 103 2 3

V V V

AR

V V V

, ,

,

, ,

, ,

211 5222 R

R escolhido2 330,

mWPVVV

R

VVVP RD

escolhido

BEZL

RD 56330

)6,01,510()(22 max,,

2

,2

2

.min,2

max,,

4703306,01,510

6,01,53,2

2

23

R

VVV

VVR

VVV

VVR escolhido

BEZL

BEZ

Page 182: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo da potência máxima dissipada por R3

3.2.5 Regulador de tensão série usando a configuração Darlington

Na Figura 3.18 os transistores T1 e T1 ’ compõem a configuração Darlington

Fig. 3.18

mWPVV

R

VVP RD

escolhido

BEZ

RD 72470

)7,01,5()(33 max,,

2

,3

2

.max,2

max,,

VS

R1

T1

T1’

T2

R2

R3

RL

Page 183: Aulas Eletronica II Parte 1

Conforme demonstrado anteriormente, a configuração Darlington proporciona

um elevado ganho de corrente, ficando evidente seu emprego no regulador

estudado na seção anterior.

Esta configuração, como se sabe, pode ser encontrada encapsulada num

único invólucro como um único transistor.

Para avaliar as vantagens de seu emprego, considere o projeto anterior

empregando esta configuração

Especificações do projeto

VL10V

IL,máx1 A

VS20V10%

1o) Escolha do Transistor T1 O transistor T1 deve satisfazer as seguintes exigências:

VCEO (22V-10V) VCEO 12V

IC,máx IL,máx IC,máx 1A

PC,máx (22V-10V) x 1 A PC,máx 12W

Page 184: Aulas Eletronica II Parte 1

O transistor escolhido é o BD263, cujas características são

IC,máx 4 A , VCEO 60V , PC,máx 36W , 500

2o) Escolha do Zener

Escolhendo a mesma tensão de referência da solução anterior, ou seja 5,1V

procede-se com teste

Diodo BZX79, cujas características são:

IZ,mín 10mA , PZ,máx 400mW , VZ 5,1V , IZ,máx 78,43mA

A corrente zener máxima para teste é

.min,1

.max,

.min,

.max,1.min,

.min,1.max,

max,,

L

Z

BELS

BELS

TZ

II

VVV

VVVI

IV V V

V V VZ max T, ,

,

,

22 10 1 2

18 10 1 410

1000

50010 3

I mAZ max T, , , 19 64

Page 185: Aulas Eletronica II Parte 1

Como pode ser visto o diodo BZX79 pode ser usado pois sua corrente zener

máxima, 78,43mA ; é maior que a corrente zener máxima de teste, 19,64mA.

É oportuno comentar que, devido ao ganho elevado proporcionado pela

configuração Darlington, tem-se uma corrente de reduzido valor circulando por

R1, em comparação com o caso anterior.

3o) Escolha do Transistor T2

O transistor T2 deve satisfazer as seguintes condições:

a) VCEO [(VLVBE1,mín ) – VZ ] VCEO [(10 1,2V)-5,1V] VCEO 6,1V

b) IC,máx IZ,máx,D IC,máx 78,43mA

c) PC,máx [(VL VBE1,mín ) - VZ] x IZ,máx

PC,máx [(10V1,2V) - 5,1V] x 78,43 x10-3

PC,máx 478mW

O transistor escolhido é o BC337, cujas características são:

VCEO 45V, IC,máx 500mA , PC,máx 625mW

Page 186: Aulas Eletronica II Parte 1

No caso anterior a potência exigida para T2 é PC,máx 1,4W enquanto neste

caso, a potência máxima exigida para T2 deve ser PC,máx 0,478W

4o) Escolha de R1

O valor do resistor R1 deve estar dentro do intervalo

Ou seja,

Um valor dentro deste intervalo é por exemplo

V V V

IR

V V V

II

S max L BE min

Z max D

S min L BE max

Z min D

L max

min

, . , .

, ,

, . , .

, ,

, .

.

1

1

1

22 10 1 2

78 43 10

18 10 1 4

101000

50010

3 1

3

V V V

AR

V V V

A

,

,

,

138 5501 R

R escolhido1 330,

Page 187: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo da potência máxima dissipada por R1

5o) Escolha de R2

O valor de R2 deve estar dentro do intervalo

onde:

330

)]2,110(22[)]([ 2

,1

2

.min,1.max,

max,, 1

VVV

R

VVVP

escolhido

BELS

RD

P mWD max R, , 1353

V V V

IR

V V V

I

L Z BE min

Z max

L Z BE max

Z min

2

2

2

0 1 0 1

, .

, .

, .

, ., ,

mAIVVV

R

VVVI Z

escolhido

BELS

Z 33330

2,11022.max,

,1

.min,1.max,

.max,

mAImAVVV

IR

VVVI ZB

escolhido

BELS

Z 182330

4,11018.min,.max,1

,1

.max,1.min,

.min,

Page 188: Aulas Eletronica II Parte 1

Substituindo os valores no intervalo onde R2 deve ser escolhido, segue

Ou seja,

Um valor dentro deste intervalo é por exemplo

Cálculo da potência máxima dissipada por R2

6o) Cálculo de R3

A

VVVR

A

VVV323 10181,0

7,01,510

10331,0

6,01,510

13 2 32, ,K R K

R Kescolhido2 15, ,

mWPK

VVV

R

VVVP RD

escolhido

BEZL

RD 3,125,1

)6,01,510()(22 max,,

2

,2

2

.min,2

max,,

KRVVV

VVR

VVV

VVR escolhido

BEZL

BEZ 2105,16,01,510

6,01,53

3

,2

2

23

Page 189: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo da potência máxima dissipada por R3

3.3 Regulação de Corrente Para introduzir o conceito de regulação de corrente considere os diagramas

mostrados na Figura 3.19

Fig. 3.19

onde INL e IFL são as correntes: sem carga e com carga máxima (a plena

carga). A corrente IL é a corrente na carga para 0 < R L < RL,máx . Idealmente

tem-se que INL=IL=IFL. A regulação de corrente é definida por:

mWPK

VV

R

VVP RD

escolhido

BEZ

RD 8,162

)7,01,5()(33 max,,

2

,3

2

.max,2

max,,

FONTE

IL

RL

FONTE

IFL

RL,max

FONTE

INL

RL=0

regulaçao de correnteI I

I

NL FL

FL

100%

Page 190: Aulas Eletronica II Parte 1

3.3.1 Regulador de corrente

Uma configuração de regulador de corrente está mostrada na Figura 3.20

Fig. 3.20

A corrente IL, através de RL, deve ser constante, independentemente das

variações que possam ocorrer na fonte e/ou na carga. Sendo IE ICIL, então

VRe R EIL (3.18)

Por outro lado, aplicando a LTK à malha que envolve RE e o diodo zener,

VRe VZ – VBE (3.19)

Das Equações (3.18) e (3.19), temos

RE IL VZ – VBE (3.20)

RL

RE

+

VZ

-

RB

IRb

IL

IZ IB

+

VBE -

VL

VRe

VCE

VS

IS

Page 191: Aulas Eletronica II Parte 1

Da Equação 3.20, obtém-se a seguinte expressão para IL:

Por esta última equação nota-se que IL é praticamente constante.

Procedimento para o projeto do circuito

1o) Escolha do transistor

O transistor deve ser tal que

VCEO VS,máx , IC,máx IL, PC,máx VCE,máx IL

onde

VCE,máx VS,máx VBE – VZ – VL,mín , VL,mín 0

Uma vez escolhido o transistor tem-se o valor de mín

2o) Cálculo de VZ

Para o circuito da Figura 3.20, vale a seguinte equação:

(3.21)

IV V

RL

Z BE

E

V V V V VS L CE Z BE ( )

Page 192: Aulas Eletronica II Parte 1

Particularmente para VL=VL,máx, a Equação 3.21 é escrita da seguinte maneira:

(3.22)

Da Equação (3.22) acima, obtém-se a seguinte expressão para VZ:

(3.23)

3o) Cálculo de IZ,máx

Aplicando a LTK à malha de entrada do circuito da Figura 3.20 obtém-se:

Um caso particular da equação acima, para VS=VS,máx, é:

(3.24)

Outro caso particular da mesma equação, para VS=VS,mín, é

(3.25)

V V V V VS min L max CE min Z BE, , , ( )

V V V V VZ S min BE L max CE min , . , ,

V R I I VS B Z B Z ( )

V R I I VS max B Z max B Z, ,( )

V R I I VS min B Z min B Z, ,( )

Page 193: Aulas Eletronica II Parte 1

Passando VZ para o lado esquerdo da igualdade, nas Equações 3.24 e 3.25,

e, em seguida, dividindo a Equação 3.24 pela Equação 3.25, obtém-se

Da equação acima obtém-se a seguinte expressão para IZ,máx

onde IB é a corrente de base do transistor, que é dada por

4o) Escolha de RB

Para se garantir IZ,mín, bem como a proteção do zener, RB deve ser escolhido

no seguinte intervalo

V V

V V

R I I

R I I

S max Z

S min Z

B Z max B

B Z min B

,

,

,

,

( )

( )

I I IV V

V VIZ max Z min B

S max Z

S min Z

B, ,

,

,

( )

II

B

L

min

V V

I IR

V V

I I

S max Z

Z max B

B

S min Z

Z min B

,

,

,

,

Page 194: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo da potência máxima dissipada em RB

De modo geral a potência dissipada por RB é

onde

A potência máxima dissipada por RB é

5o) Cálculo de RE e da potência dissipada em RE

Para mín 100, tem-se

PV

RD R

R

B escolhidoB

B

,

,

2

V V VR S ZB

PV V

RD max R

S max Z

escolhidoB, ,

,

,

( )

2

1

RV V

Ie P R IE

Z BE

L

D R E LE

,

2

Page 195: Aulas Eletronica II Parte 1

Exemplo 3.6 - Uma fonte de corrente com a configuração da Figura 3.20 cujas especificações são:

IL20mA , VS 20V10% , VL 0 a 10V , RL0 a 0,5K

Procedimento do projeto

1o) Escolha do diodo zener

Para teste, considere o zener BZX79 cujas características são

IZ,mín 10mA , VZ8,3V , PZ,máx400mW , IZ,máx 49mA

A seguir calcula-se a corrente zener máxima de teste

Como IZ,máx,T é menor que a IZ,máx do zener em observação, este pode

ser usado

VVVVVVVVVVV ZCELBESZ 3,83,0106,018min,max,.min,

33

min,

max,

min,max,, 10100

20

3,818

3,82210)

100

2010()(

VV

VVI

VV

VVIII B

ZS

ZS

BZTZ

mAI TZ 21,14max,,

Page 196: Aulas Eletronica II Parte 1

2o) Escolha do transistor

O transistor deve ser tal que

VCEO VS,máx VCEO 22V, IC,máx IL IC,máx 20mA

PC,máx VCE,máx IL PC,máx286mW

onde

VCE,máx VS,máxVBE –VZ –VL,mín22V0,6V-8,3V-0V VCE,máx 14,3V

Transistor escolhido - BC337, cujas características são:

V CEO45V, IC,máx500mA, PC,máx625mW, VCE,mín 0,3V

3o) Escolha de RB

O valor da resistência RB deve ser escolhido dentro do intervalo

Ou seja

Vamos escolher o valor

V V

I IR

V V

I I

S max Z

Z max B

B

S min Z

Z min B

,

,

,

,

22 8 3

49 0 2 10

18 8 3

10 0 2 103 3

V VR

V VB

,

( , )

,

( , )278 951 RB

RB escolhido, 560

Page 197: Aulas Eletronica II Parte 1

Cálculo da máxima potência dissipada em RB

4o) Cálculo de RE

Para se obter um melhor resultado sugere-se colocar em lugar de RE 385,

um resistor fixo de 330 e um resistor variável de 100.

Potência dissipada em RE

mWPVV

R

VVP

BB RD

escolhido

ZS

RD 335560

)3,822()(max,,

2

,1

2

max,

max,,

3851020

6,03,83

E

L

BEZE R

A

VV

I

VVR

mWPIRPEE RDLERD 154)1020(385 ,

232

,

Page 198: Aulas Eletronica II Parte 1

3.4 Regulador com Amplificador Diferencial

Como visto anteriormente, os amplificadores diferenciais amplificam uma

diferença infinitesimal de tensão entre os dois terminais de entrada.

Na Figura 3.21 está representada a configuração básica de um amplificador

diferencial.

Fig.3.21

VCC

A B

VB1

VB2

IC1

RC1

IC2

RC2

VO1

T1

VO2

T2

VO

IE1 IE2

Io

VE

Page 199: Aulas Eletronica II Parte 1

Quando a base de T2 torna-se positiva em relação à de T1, a corrente IE2

aumenta e, como

IoIE1IE2

a corrente IE1 diminui pois Io é constante. A recíproca é verdadeira, ou seja,

quando VB1 VB2, ocorre um aumento em IE1 e uma diminuição em IE2

Fig. 3.22

RP

IC1

RC1

IC2

RC2

Vo

VB1

VB2

T1

IE1

T2

IE2

Io

T3

RE

RB

VZ

VCC

Page 200: Aulas Eletronica II Parte 1

Características de Transferência

Para o amplificador diferencial em estudo, considere que

IC1IE1 e IC2IE2

Para a junção base-emissor, de modo geral, vale a seguinte expressão:

(3.26)

onde:

IS: corrente de saturação; corrente inversa de fuga da junção base-emissor

K : constante de Boltzmann,

K1,38x10-23 J / oK

q : carga do elétron, q1,6x10-19 C

T : temperatura absoluta em graus kelvin; na temperatura ambiente normal

(T300K), a relação (KT/q)0,026V26mV

Como VBE 26mV, o termo -1 da Equação 3.26 é desprezível. Consequente-

mente, a referida equação é aproximadamente equivalente a:

(3.27)

I I eE S

qV

KT

BE

( )1

KT

Vq

SE

BE

eII

Page 201: Aulas Eletronica II Parte 1

Com base em (3.27), as correntes de emissor dos dois transistores são

expressas, respectivamente, por:

Como IoIE1IE2, então

Colocando em evidência a 1a parcela do lado direito da Equação acima, tem-

se

ou, equivalentemente

(3.28)

KT

Vq

SEKT

Vq

SE

BEBE

eIIeeII21

21

KT

Vq

SKT

Vq

So

BEBE

eIeII21

KT

Vq

KT

Vq

KT

Vq

So

BEBEBE

eeII121

1

I I eo E

q

KTV VBE BE

1 12 1

Page 202: Aulas Eletronica II Parte 1

Lembrando que IE1 I C1 e, pelo circuito, VBE2VB2 – VE e VBE1VB1–VE, tem-se

(3.29)

Com procedimento análogo ao procedimento acima, encontra-se

(3.30)

Das Equações 3.29 e 3.30, levantam-se as curvas de (IC1/ Io) e (IC2/Io) em

função de (VB1–VB2) q / KT, como ilustrado na Figura 3.23

Fig. 3.23

I

I

e

C

o

q

KTV VB B

1

12 1

I

I

e

C

o

q

KTV VB B

2

11 2

IC/Io

(VB1-VB2)q/KT

IC2/Io IC1/Io

-10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10

1,0

0,8

0,6

0,4

0,2

0

Região linear

Page 203: Aulas Eletronica II Parte 1

Como pode ser visto através da Figura 3.23, as características de

transferência são lineares apenas numa pequena região em torno de um

ponto central.

O amplificador diferencial é um ótimo limitador pois quando VB1-VB2 exceder

a aproximadamente 4KT/q ( 100mV), muito pouco incremento de saída é

possível.

3.4.1 Regulador de tensão com um Darlington e um amplificador diferencial

Fig. 3.24

VS

I1 I2

R2

R1 IB

IC3 IC4

T3 T4

Io

R3

VZ

R4

R5

R6

RL VL

T1

T2

VCE

Page 204: Aulas Eletronica II Parte 1

Princípio de funcionamento do regulador

Ao variar o cursor de R5 , varia-se o potencial na base de T4, enquanto o

potencial na base de T3 é fixo e igual a VZ.

Esta variação provoca um aumento ou diminuição de corrente no coletor de

T3 pois, conforme visto na parte de amplificadores diferenciais, Io é constante

e igual a IoIC3IC4

Ou seja, um acréscimo de corrente em IC4 provoca um decréscimo de corrente

em IC3 e vice-versa.

A variação de IC3 provoca uma variação em IB e, consequentemente, em VCE

Como VLVS –VCE , o valor de VL diminui ou aumenta compensando sua

tendência inicial de variar.

Quanto à correção da tensão de saída, VL, em função da variação da tensão

de entrada, VS, o princípio é o mesmo já descrito, onde o controle é exercido

por T1 e T2 .

O amplificador diferencial aumenta a sensibilidade do circuito a variações em

VL.

Page 205: Aulas Eletronica II Parte 1

3.5 Circuitos Integrados Reguladores de Tensão

As diversas unidades de um regulador de tensão são também encontradas

integradas numa única pastilha, chamada CI.

Portanto uma fonte de tensão pode ser composta dos seguintes blocos

funcionais:

1o) um transformador conectado à rede elétrica para baixar a tensão a um

nível desejado,

2o) um circuito retificador de meia onda ou de onda completa,

3o) um filtro capacitivo simples para diminuir a ondulação,

4o) e finalmente um CI regulador de tensão

Uma categoria básica de reguladores de tensão inclui

a) aqueles usados apenas com tensões positivas

b) aqueles usados apenas com tensões negativas

c) e aqueles cuja tensão de saída é ajustável ou fixada

Page 206: Aulas Eletronica II Parte 1

Tipos de reguladores de tensão em CI’s

Os reguladores de tensão que produzem uma tensão regulada fixada positiva

para uma faixa de corrente de carga estão representados no diagrama da

Figura 3.25

Fig. 3. 25

Na Figura 3.25 a tensão de entrada VS, é uma tensão DC não regulada e a

tensão de saída VL, é uma tensão DC regulada.

+

VS

IN OU

CI Regulador

GND

+

CARGA

VL

Tensão diferencial

saída-entrada

IL

Page 207: Aulas Eletronica II Parte 1

As especificações do dispositivo dão:

a) a faixa de tensão sobre a qual a tensão de entrada pode variar, VS sem

prejuízo da regulação

b) a faixa de variação da tensão de saída, VL, resultante de variações da

corrente de carga (regulação de carga) e também de variações na tensão

de entrada (regulação de linha)

Para operar o CI, deve-se manter uma diferença de tensão saída-entrada

Um grupo de reguladores de tensão positiva fixada é a série 78, que produz

tensões fixadas entre 5V e 24V. Na Figura 3.26(a) mostra-se como muitos

desses reguladores são conectados e, na Figura 3.26(b), mostram-se os da

série 79.

Os capacitores C1 e C2 conectados da entrada e saída, respectivamente,

para a terra ajudam a manter a tensão DC.

Page 208: Aulas Eletronica II Parte 1

Na série 79 são disponíveis CI’s reguladores de tensão negativa, que

constituem uma série de CI’s semelhante à série 78 porém, que opera com

tensões negativas, produzindo tensões de saída negativas reguladas.

(a)

(b)

Fig. 3.26

VS C1

IN OU

78XX

GND

C2

+

+ 1 2

3

VS C1

IN OU

79XX

GND

C2

3 2

1

Page 209: Aulas Eletronica II Parte 1

Nas Tabelas 3.1 são mostrados alguns dados típicos das séries 78XX e 79XX

Tabelas 3.1

Número do CI Tensão positiva regulada VS mín

7805 +5V 7,3V

7806 +6V 8,35V

7808 +8V 10,5V

7810 +10V 12,5V

7812 +12V 14,6V

7815 +15V 17,7V

7818 +18V 21V

7824 +24V 27,1V

Número do CI Tensão de saída regulada VS mín

7905 -5V -7,3V

7906 -6V -8,4V

7908 -8V -10,5V

7909 -9V -11,5V

7912 -12V -14,6V

7915 -15V -17,7V

7918 -18V -20,8V

7924 -24V -27,1V

Page 210: Aulas Eletronica II Parte 1

Note que após o prefixo 78 são colocados dois dígitos que indicam a tensão

de saída do regulador. São também disponíveis reguladores de tensão em configurações que

permitem ao usuário estabelecer a tensão de saída num valor regulado

desejado. O LM317, por exemplo, pode operar com tensão de saída regulada

em qualquer valor na faixa de 1,2V a 37V.

Na Figura 3.27 mostra-se uma conexão típica usando o CI LM317

Fig. 3.27

A escolha dos resistores R1 e R2 permite a fixação da tensão de saída Vo em

qualquer tensão desejada na faixa de ajuste (1,2V a 37V).

(3.31)

VREF

+

IR1

R1

Vo

+

VS

IN OU

LM317

IAJUSTÁVEL

R2

VR

RV R Io REF AJUSTAVEL

1

2

1

2

Page 211: Aulas Eletronica II Parte 1

São valores típicos: VREF 1,25V e IAJUSTAVEL 100A

Exemplo 3.7- Determine a tensão de saída regulada usando um LM317,

como na Figura 3.27, dados R1240 e R22,4K.

Aplicando a Equação (3.31), determina-se a tensão pedida neste exemplo.

3.6. Componentes de uma fonte regulada típica e mais conceitos sobre fonte

O diagrama da Figura 3.28 é de uma fonte de tensão típica

VK

V K Ao

1

2 4

2401 25 2 4 100

,, ,

V V V Vo 13 75 0 24 13 99, , ,

Rede

Elétrica

110 Vrms

ou

220 Vrms

Transfor Retifica-

mador cador

Filtro capaci- Vo,f

tivo

CI

regula- Carga

dor

Fig. 3.28

Page 212: Aulas Eletronica II Parte 1

Na Figura 3.29 mostra-se um gráfico ampliado da tensão de saída do filtro, Vo,f • Note que a forma de onda da tensão de saída do filtro possui uma

componente DC (que é o valor médio da tensão) e uma componente AC

(ondulação).

• Quanto menor a variação AC em relação ao valor DC, melhor a operação

de filtragem.

• Suponha que um voltímetro é utilizado para medir o valor médio ( chave seletora na posição DC) e o valor eficaz ou rms (chave seletora na

posição AC).

• Na posição AC, o voltímetro lê somente o valor rms pois nesta posição um

capacitor interno bloqueia o nível DC.

Vo,f

Vmed =VDC

VP

Vmin Vond

0 t

Fig. 3.29

Page 213: Aulas Eletronica II Parte 1

Definições I. Ondulação

A ondulação ou ripple é definida por:

A tensão eficaz ou rms da ondulação, Vrms,ond , é dada por:

A tensão pico a pico da ondulação, Vond , é dada por:

onde:

VP é a tensão de pico da onda retificada ou da ‘ondulação pós-filtragem’

Vmin é a tensão mínima da ‘ondulação pós-filtragem’

IDC é a corrente DC de carga

f é a freqüência da ondulação

%100%100)( ,

DC

ONDrms

DC

rms

V

V

V

ondulaçãodaVr

32,

ONDONDrms

VV

fC

IVVV DC

pOND min

Page 214: Aulas Eletronica II Parte 1

II. Regulação de tensão

• Outro fator importante em uma fonte de tensão é ‘de quanto a tensão DC

varia para o valor da resistência de carga variando de um extremo ao

outro’.

• O valor percentual desta razão, definido por regulação de tensão, é

calculado por:

onde:

VR% é a regulação de tensão

VNL é tensão de saída da fonte, sem carga

VFL é tensão de saída da fonte com carga plena

III. Fator de ondulação do sinal retificado A tensão retificada, antes de ser filtrada, também contem uma componente

DC e uma componente de ondulação. O sinal retificado de onda completa tem

uma componente DC maior e uma ondulação menor do que o sinal retificado

de meia onda.

%100%

FL

FLNL

V

VVVR

Page 215: Aulas Eletronica II Parte 1

a) Meia onda (MO)

• Para um sinal retificado de meia onda,

a tensão DC de saída é: VDC,MO = 0,318 VP

e o valor rms da componente AC é: Vrms,MO = 0,385 VP

• A ondulação percentual de um sinal retificado de meia onda é portanto:

b) Onda completa (OC)

• Para um sinal retificado de onda completa, o valor DC é: VDC,OC= 0,636 VP

e o valor rms da componente AC é: Vrms,OC = 0,308 VP .

Portanto, a ondulação percentual de um sinal retificado de onda completa é:

%121318,0

385,0%100

,

,

P

P

MODC

MOrms

MOV

V

V

Vr

%48636,0

308,0%100

,

,

P

P

OCDC

OCrms

OCV

V

V

Vr

Page 216: Aulas Eletronica II Parte 1

Como o sinal retificado de onda completa tem menos ondulação do que um

sinal retificado de meia onda, o de onda completa é mais vantajoso para a

etapa seguinte de filtragem.

IV. Filtro a capacitor

Um circuito de filtro muito comum é o que utiliza um simples capacitor, como

ilustrado na Figura 3.30.

A tensão rms da ondulação na carga, com a filtragem indicada acima é:

Rede

Elétrica

110 Vrms

ou

220 Vrms

Transfor- Retifica-

mador cador

(OC)

Filtro a capacitor

Fig. 3.30

C

Carga

(RL)

VP VP VP

34,

fC

IV DC

OCrms

Page 217: Aulas Eletronica II Parte 1

Para f=120 Hz (freqüência da tensão retificada em onda completa) temos

onde:

IDC é considerada em mA, C em µF , RL em kΩ

e a tensão DC na carga é

V. Filtro RC

É possível diminuir, ainda mais, a ondulação da tensão de saída do filtro,

Fig 3.30. Isto pode ser feito utilizando uma seção RC2 adicional ao filtro, como

ilustrado na figura 3.31.

CR

V

C

IV

L

DCDCOCrms

2,12,1,

fC

IVV DC

POCDC4

,

CR

IVV

L

DCPOCDC

01,2,

Page 218: Aulas Eletronica II Parte 1

• Análise DC para o filtro RC em conexão com a carga RL Como ambos os capacitores se comportam com circuitos abertos para

componente DC, a tensão DC resultante na carga é:

• Análise AC

Devido ao divisor de tensão entre a impedância AC do capacitor e o

resistor de carga, o valor rms da componente AC na carga é:

12 ,,, CDC

L

LCDCRDC V

RR

RVV

L

1

2

2

,,)//(

)//(Crms

LC

LC

Rrms VRXR

RXV

L

Filtro RC

Fig. 3.31

Rede

Elétrica

110 Vrms

ou

220 Vrms

Transfor- Retifica-

mador cador

(OC)

R

C1 C2

Carga

(RL)

VP VP VP