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10 1 INTRODUÇÃO A Fisioterapia desde a sua regulamentação em 1969 vem ampliando sua área de atuação no mercado de trabalho. Uma demonstração disso é a Fisioterapia Dermato- Funcional, uma nova especialidade fisioterapêutica que não se preocupa apenas em melhorar a aparência, mas vai além, pois se ocupa em restaurar e melhorar também a função. O fisioterapeuta atuante em dermato-funcional visa tratar distúrbios estéticos como o fibro edema gelóide (FEG), lipodistrofia localizada (gordura localizada), flacidez tecidual, acne, rugas, entre outros, utilizando para isso diferentes técnicas de tratamento. Uma das principais queixas estéticas predominantemente feminina é o fibro edema gelóide (celulite), que consiste em uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não inflamatório, produzindo uma reação fibrótica consecutiva. Além de ser esteticamente desagradável e diminuir a auto-estima, pode acarretar problemas álgicos nas zonas acometida e conseqüente diminuição das atividades funcionais. A endermologia trata-se de uma técnica de tratamento através de um aparelho que realiza movimentos associados à aspiração (sucção), proporcionando efeitos biofísicos específicos no combate ao FEG. Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar os efeitos da aplicação da endermologia no tratamento do FEG. Para tal, foram desenvolvidos objetivos

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1 INTRODUÇÃO

A Fisioterapia desde a sua regulamentação em 1969 vem ampliando sua área de

atuação no mercado de trabalho. Uma demonstração disso é a Fisioterapia Dermato-

Funcional, uma nova especialidade fisioterapêutica que não se preocupa apenas em melhorar

a aparência, mas vai além, pois se ocupa em restaurar e melhorar também a função. O

fisioterapeuta atuante em dermato-funcional visa tratar distúrbios estéticos como o fibro

edema gelóide (FEG), lipodistrofia localizada (gordura localizada), flacidez tecidual, acne,

rugas, entre outros, utilizando para isso diferentes técnicas de tratamento.

Uma das principais queixas estéticas predominantemente feminina é o fibro edema

gelóide (celulite), que consiste em uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo, não

inflamatório, produzindo uma reação fibrótica consecutiva.

Além de ser esteticamente desagradável e diminuir a auto-estima, pode acarretar

problemas álgicos nas zonas acometida e conseqüente diminuição das atividades funcionais.

A endermologia trata-se de uma técnica de tratamento através de um aparelho que

realiza movimentos associados à aspiração (sucção), proporcionando efeitos biofísicos

específicos no combate ao FEG.

Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar os efeitos da

aplicação da endermologia no tratamento do FEG. Para tal, foram desenvolvidos objetivos

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específicos como: verificar e identificar os graus do FEG existentes na paciente; verificar as

alterações visuais da região tratada; verificar a eficácia da endermologia nos diferentes graus

do FEG e elaborar um protocolo de tratamento para o FEG com a endermologia.

O presente trabalho é constituído de cinco capítulos, sendo que o primeiro

equivale à introdução, o segundo desenvolve a fundamentação teórica com uma breve revisão

bibliográfica sobre o FEG e a endermologia, o terceiro aponta o delineamento da pesquisa, o

quarto analisa e interpreta os dados obtidos e por último estão as considerações finais.

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2 ENDERMOLOGIA NO FIBRO EDEMA GELÓIDE (FEG)

Para verificarmos os efeitos da aplicação da endermologia sobre o fibro edema

gelóide (FEG), é necessário conhecer melhor a fisiologia, as alterações provocadas pela

patologia e os princípios de ação do tratamento proposto.

2.1 Tecido epitelial

Para Kerr (2000), os epitélios consistem em uma camada de células, ou de muitas

células, podendo variar na forma, tamanho e orientação. As células epiteliais estão

intimamente ligadas entre si, com pouco material intercelular.

De acordo com Starkey (2001, p. 5), “[…]este tipo de tecido é capaz de secretar e

absorver várias substâncias e tem a característica de ser desprovido de vaso sanguíneo.”

Para Cormack (1996), a superfície externa do corpo e quase todas as suas

superfícies internas são recobertas por folhetos celulares contínuos conhecidos como epitélios

que, juntamente com as glândulas que se desenvolvem a partir deles, constituem o tecido

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epitelial. Este é um tecido básico simples que pode desenvolver-se a partir de qualquer das

diferentes camadas germinativas do embrião.

Os epitélios criam uma superfície que recobre o organismo, ou revestem estruturas vazias, tal como tubos ou cavidades do corpo, as células epiteliais servem a funções tais como proteção, permeabilidade seletiva, secreção, absorção, transporte ao longo de sua superfície, e toda percepção sensorial. (KERR, 2000, p. 39).

Segundo Guirro e Guirro (2004), a nutrição epitelial é geralmente feita pela

difusão dos nutrientes através da membrana basal, que é a conexão ao tecido conjuntivo.

Dessa forma, para que o oxigênio e os nutrientes cheguem às células, eles devem se difundir

pela substância intercelular do tecido conjuntivo subjacente a partir dos capilares deste.

Os mesmos autores também colocam que os epitélios são inervados por

terminações nervosas livres que, às vezes, formam uma rica rede intra-epitelial.

Segundo Bloom e Flawcett (1975), os epitélios são classificados de acordo com o

número de camadas celulares e a forma de suas células. Quando possui uma única camada de

células, o epitélio é denominado simples; se tiver duas ou mais camadas, diz-se que ele é

estratificado.

Para Junqueira e Carneiro (1999), os epitélios simples, pela forma de suas células,

são subdivididos em pavimentosos, cúbitos e prismáticos. No epitélio estratificado sua

classificação baseia-se na forma das células da camada mais superficial, sendo mais freqüente

o pavimentoso, o prismático e o de transição. Um tipo especial de epitélio simples é o pseudo-

estratificado, constituído de uma só camada a diversas alturas, cujos núcleos se dispõem em

diferentes níveis.

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Conforme Kerr (2000), as células epiteliais são ligadas por junções celulares que

oferecem suporte estrutural, regulam a forma da célula, adesão e uma comunicação

intercelular através de pequenas moléculas, sendo apoiadas pela lâmina basal.

A renovação epitelial, segundo Guirro e Guirro (2004, p. 5), “ […] são tecidos

cujas células tem vida limitada, catalogados como tecidos lábeis, ocorrendo contínua

renovação de suas células, graças a uma atividade mitótica contínua.”

2.2 Tecido conjuntivo

Para Guirro e Guirro (2004), o tecido caracteriza-se por apresentar diferentes tipos

de células, separadas por abundante material intercelular, que é sintetizado por elas e

representado pelas fibras do conjuntivo e pela substância fundamental amorfa. Banhando este

material, existe uma pequena quantidade de fluido denominado líquido intersticial.

Os mesmos autores também afirmam que o tecido conjuntivo apresenta uma

grande capacidade de regeneração e varia consideravelmente tanto na forma como na função.

Alguns servem de arcabouço sobre o qual as células epiteliais se dispõem para formar órgãos;

outros contêm o meio (líquido intersticial), através do qual nutrientes e resíduos transitam

entre o sangue e as células do corpo; outros servem como locais de estoque para materiais

alimentares em excesso, sob a forma de gordura; e ainda outros formam o rígido arcabouço

esquelético do organismo. Resumindo, os tecidos deste grupo desempenham as funções de

sustentação, preenchimento, defesa, nutrição, transporte e reparação.

Segundo Junqueira e Carneiro (1999), os três tipos principais de fibras do tecido

conjuntivo são as colágenas, reticulares e elásticas, que se distribuem desigualmente entre as

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variedades do tecido conjuntivo, sendo que a predominância de um tipo de fibra é o que o

torna tecido responsável por certas propriedades.

De acordo com Guirro e Guirro (2004), as fibras colágenas são as mais freqüentes

do tecido conjuntivo, constituídas por colágeno, que proporciona o arcabouço extracelular

para todos os organismos pluricelulares. Os mais conhecidos são os colágenos intersticiais do

tipo I, II e III. O colágeno tem função de oferecer resistência e integridade estrutural a

diversos tecidos e órgãos, sendo que para romper uma fibra de 1 mm de diâmetro, exige-se

uma carga de 10 a 40 kg.

O tecido conjuntivo colágeno é o mais comum; a densidade de fibras colágenas varia grandemente, desde o frouxo até o denso, em correspondência com a função mecânica de sustentação. A regularidade e a disposição das fibras colágenas igualmente variam de acordo com a função. O tecido conjuntivo reticular forma delicadas redes de sustentação para órgãos predominantemente celulares como o fígado, linfonodos e glândulas. Os tecidos conjuntivos elásticos apresentam como tipo de fibra predominante uma proteína altamente elástica, chamada elastina, que pode estar disposta sob a forma de fibras ou lâminas. (OLIVEIRA et al, 1982, p. 38).

Segundo Guirro e Guirro (2004, p. 11), “As células do tecido conjuntivo, com

suas características e funções próprias, determinam o aparecimento de vários tipos de

tecidos.”

Para Junqueira e Carneiro (1999), as células do tecido conjuntivo são as seguintes:

fibroblasto, macrófagos, mastócitos, plasmócitos, célula adiposa e leucócitos.

Os fibroblastos, para Guirro e Guirro (2004), são as células mais comuns do

tecido, responsável pela formação das fibras e do material intercelular amorfo. Sintetiza

colágeno, mucopolissacarídeo e também fibras elásticas. Os fibroblastos estão particularmente

ativos durante o processo de reparação.

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Cormack (1996), complementa que os fibroblastos são células secretoras que

produzem os constituintes da matriz do tecido conjuntivo comum.

Os macrófagos para Ciporkin e Paschoal (1992, p. 11), “São células

polifuncionais (fagocitose e secreção) oriunda dos monócitos e atuam como elementos de

defesas.”

Os mastócitos e plasmócitos para Junqueira e Carneiro (1999), participam do

processo inflamatório. Sendo que a principal função dos mastócitos é produzir e armazenar

mediadores químicos, enquanto que a dos plasmócitos é sintetizar e secretar anticorpos.

As células adiposas de acordo com Guirro e Guirro (2004), podem surgir

isoladamente ou em grupos nas malhas de muitos tecidos conjuntivos, especialmente

numerosos no tecido adiposo. À medida que a gordura se acumula, as células vão aumentado

de tamanho, e se tornam globosas, inicialmente aparecem como pequenas gotas que,

posteriormente, juntam-se para formar uma gota só. A mobilização desta gordura está sob o

controle nervoso e hormonal que leva à liberação de ácidos graxos e glicerol, os quais passam

para o sangue.

Aponta Cormack (1996), que o tecido adiposo constitui a principal reserva de

energia do corpo em longo prazo, também o isola contra a perda de calor, preenche fendas, e

suavemente alcochoa determinadas partes da anatomia. Estas células gordurosas são

ricamente supridas tanto por capilares quanto por fibras nervosas que pertencem à divisão

simpática do sistema nervoso autônomo.

Os leucócitos para Guirro e Guirro (2004, p. 13), “São células freqüentemente

encontradas no conjuntivo, vindas do sangue por migração através das paredes dos capilares e

vênulas. Esta migração aumenta nos processos inflamatórios.”

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A substância fundamental amorfa do tecido conjuntivo é incolor, transparente e opticamente homogênia. Ela preenche os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo e, sendo viscosa, representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999, p. 84).

Junqueira e Carneiro (1999), afirmam que, na verdade, existe no conjuntivo, ao

lado da substância amorfa, uma quantidade mínima de um fluido, o plasma ou líquido

intersticial, cuja composição é semelhante ao plasma sanguíneo, no que se refere a íons e

substâncias difusíveis.

A água presente na substância intercelular do conjuntivo origina-se do sangue, passando através da parede dos capilares para os espaços intercelulares do tecido. A parede dos capilares é impermeável às macromoléculas, porém deixa passar água, íons e moléculas pequenas, inclusive algumas proteínas de baixo peso molecular. (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 8).

Apontam Junqueira e Carneiro (1999), o sangue traz para o conjuntivo os diversos

nutrientes de que as células necessitam e leva os produtos de refugo do metabolismo,

compreende-se assim a importância da passagem de água dos capilares para o conjuntivo e

vice-versa. Existe para isso duas forças que atuam sobre a água contida nos capilares. Uma é a

pressão hidrostática do sangue (pressão arterial), conseqüência principalmente da contração

cardíaca e que tende a forçar a passagem da água para fora dos capilares. A outra força, que

tem sentido contrário, é a pressão osmótica (coloidosmótica) do plasma sanguíneo, que atrai

água para dento dos capilares, devido às proteínas do plasma.

Em resumo, estes autores colocam que, na metade arterial da parede dos capilares,

passa água destes para o conjuntivo e na metade venosa, a água passa do conjuntivo para os

capilares voltando para o sangue. Existe, portanto o equilíbrio entre a água que entra na matriz

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extracelular do conjuntivo e a que dele sai, de tal modo que a quantidade de água livre é

insignificante.

2.3 Sistema tegumentar

Conforme Guirro e Guirro (2004), o sistema tegumentar é constituído pela pele e

tela subcutânea, juntamente com os anexos cutâneos, sendo que, o tegumento recobre toda a

superfície do corpo e é constituído por uma porção epitelial, a epiderme e uma porção

conjuntiva, a derme.

Figura 1 – Arquitetura típica do tegumento. Fonte: Guirro e Guirro, (2004, p. 14).

A pele para Azulay e Azulay (1999), é um órgão externo que reveste e delimita o

organismo protegendo-o, através das inúmeras funções de relação com o meio exterior, pela

sua resistência e flexibilidade determina a sua plasticidade.

Cormack (1996), afirma que a pele é o maior órgão do corpo.

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A pele representa mais de 15% do peso corpóreo e apresenta grandes variações ao longo de sua extensão, sendo ora mais flexível e elástica, ora mais rígida. Toda sua superfície é composta por sulcos e saliências, particularmente acentuadas nas regiões palmo-plantares e extremidades dos dedos onde sua disposição é absolutamente individual e peculiar [...]. (SAMPAIO; SAMPAIO; RIVITT, 1985, p. 1).

Para Guirro e Guirro (2004, p. 16), a epiderme, “É constituída essencialmente por

um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado.”

Figura 2 – Epitélio estratificado pavimentoso. Fonte: Bloom e Fawcett, (1975, p. 79).

Para Kerr (2000), a pele possui funções que incluem a proteção, sensibilidade

sensorial, termoregulação, produção de vitamina D, várias propriedades de secreção, de

permeabilidade, defesa imunológica e cicatrização de ferimentos. A pele também desenvolve

os pêlos e unhas, que possuem funções protetoras especializadas.

Segundo Cormack (1996), a epiderme é desprovida de vasos sanguíneos, sendo

nutrida por difusão a partir dos capilares sanguíneos, do tecido conjuntivo subjacente, que

sustentam apenas as camadas mais profundas da epiderme, e quando as células mais

superficiais chegam à superfície do corpo, não são mais que flocos mortos de queratina.

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Conforme Guirro e Guirro (2004), existe cinco tipos de camadas que são

observadas com a evolução da derme para a superfície.

- Camada germinativa: para Snell (1985), esta é a camada mais profunda da epiderme e faz

limite com a derme. É constituída por uma única camada de células que repousam sobre a

lâmina basal. Estas células são os queratinócitos, que estão continuamente sofrendo divisão

mitótica e formando pilhas de novas células, que são empurradas para a superfície;

- Camada espinhosa: para Cormack (1996), possui várias células de espessura. Suas células

poliédricas comumente parecem ser unidas por prolongamentos denominados desmossomas,

que unem as células, distribuindo tensões de uma célula para outra, possibilitando à epiderme

resistir a um tratamento rude;

- Camada granulosa: segundo Guirro e Guirro (2004), parecem estar associadas com o

fenômeno de queratinização dos epitélios. A medida que os grânulos vão aumentando de

tamanho, o núcleo se desintegra, daí resultando na morte das células mais externas da camada

granulosa;

- Camada lúcida: conforme Guirro e Guirro (2004), é constituída por várias camadas de

células achatadas que estão intimamente ligadas, das quais a maioria apresenta limites

indistintos e perde todas as suas inclusões citoplasmáticas. Esta é transformada em queratina,

assim que as células desta camada tornam-se parte da camada córnea. A camada lúcida é mais

proeminente nas áreas de pele espessa, podendo estar ausente em outros locais.

A camada córnea, a mais exterior, é constituída de lâminas superpostas de ceratina, cuja espessura varia com a região, sendo mais espessa nas regiões palmoplantares. É a camada morta da epiderme; é muito hidrófila e exerce função protetora contra as agressões física, químicas e biológicas [...]. (AZULAY; AZULAY, 1999, p. 3).

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Para Guirro e Guirro (2004), a derme é uma espessa camada de tecido conjuntivo

sobre a qual se apóia a epiderme, comunicando-se com a hipoderme. Na derme situam-se

algumas fibras elásticas, reticulares e fibras colágenas, que são supridas por vasos sanguíneos

linfáticos e nervos.

Junqueira e Carneiro (1999), relatam que a derme possui uma superfície externa

irregular, observando-se saliências que acompanham as reentrâncias correspondentes da

epiderme.

Segundo Snell (1985), a derme pode ser dividida em camada papilar, mais

externa, e camada reticular, mais interna.

De acordo com Cormack (1996), a camada papilar é superficial e ricamente

suprida por capilares que se estende até a epiderme, nutrindo e contribuindo para a sua

adesão. Já a camada reticular da derme é uma camada fibrosa resistente subjacente, porque

contém significativos feixes de colágenos entrelaçados em uma rede grosseira. Esta camada

não é tão vascularizada quanto a papilar.

A hipoderme para Junqueira e Carneiro (1999), é formada por tecido conjuntivo

frouxo, que une, de maneira pouco firme, a derme aos órgãos subjacentes, sendo responsável

pelo deslizamento da pele sobre as estruturas na qual se apóia.

Funcionalmente, a hipoderme além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico e na proteção mecânica no organismo às pressões e traumatismos externos e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes. (SAMPAIO; SAMPAIO; RIVITT, 1985, p. 12).

Conforme Guirro e Guirro (2004, p.15), “A aparência da pele depende de uma

série de fatores: idade, sexo, clima, alimentação e estado de saúde do indivíduo.”

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De acordo com Junqueira e Carneiro (1999), a cor da pele é resultado de uma

série de fatores, sendo os mais importantes: o conteúdo em melanina e caroteno, a quantidade

de capilares na derme e a cor do sangue que corre nestes capilares.

2.4 Fibro edema gelóide

Segundo Guirro e Guirro (2004), o termo fibro edema gelóide (FEG) foi o

escolhido para nomear os achados histopatológicos encontrados no que conhecemos

popularmente como celulite. Também podem ser encontrados termos como: lipodistrofia

localizada, paniculose, lipoesclerose nodular, lipodistrofia ginóide, entre outros.

Segundo Ulrich (1982), a palavra latina celulite é empregada erroneamente já que

esta palavra quer dizer simplesmente inflamação das células, e isso não é o que acontece nesta

doença.

Para Ciporkin e Paschoal (1992), FEG é uma infiltração edematosa do tecido

conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância

fundamental, que se infiltrando nas tramas produz uma reação fibrótica consecutiva.

O FEG para Guirro e Guirro (2004), sem dúvida trata-se de uma desordem

localizada que afeta o tecido dérmico e subcutâneo, com alterações vasculares e

lipodistróficas com respostas esclerosantes, que resulta no inestético aspecto macroscópico

que pode apresentar-se em diversos graus.

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Figura 3 – Fibro edema gelóide - FEG. Fonte: Zimmermann, (2004, p. 48).

Segundo Guirro e Guirro (2004), os tecidos cutâneos e adiposos são afetados em

diversos graus, ocorrendo uma série de alterações estruturais na derme, na microcirculação e

nos adipócitos que não são apenas morfológicas, mas também histoquímicas, bioquímicas e

ultra-estruturais.

Trata-se de uma hipodermodistrofia regional, cuja incidência é exclusiva na mulher, agregada ou não à obesidade tipo ginóide, com topografia localizada nos quadris, nádegas, membros inferiores em menor escalas no abdômen e face látero-posterior dos braços. Sua ocorrência mais freqüente é durante a puberdade ou nos episódios da vida genital. (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992, p. 2).

2.4.1 Etiopatologia

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Para Guirro e Guirro (2004), o FEG apresenta aos seus pesquisadores problemas

patogênicos complexos e dúvidas sobre a sua etiologia. Através de estudo foram criadas

diferentes teorias para explicar a patologia:

- Teoria alérgica: Lagéze (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004), descreve três estágios evolutivos

sendo a produção de infiltração, fibrose e retração esclerótica, observando a ausência de

fenômenos inflamatórios.

- Teoria tóxica: Laroche (apud CIPORKIN; PASCHOAL, 1992), o FEG deve ser considerado

como uma reação do organismo às toxinas que o invadem por insuficiência hepática ou renal.

- Teoria circulatória: Merlen (apud CARIEL, 1982), reconhecem no FEG uma origem

hemodinâmica de natureza alérgica.

Ciporkin e Paschoal (1992), expõem que causas diversas foram invocadas para

explicar o déficit circulatório, a de maior destaque deve-se a causas endógenas como certas

modificações do estado físico-químico da substância fundamental conjuntiva, impedindo livre

circulação dos líquidos intersticiais.

- Teoria metabólica: Durval (apud GUIRRO; GUIRRO, 2004), menciona uma perturbação

nutritiva histológica de natureza metabólica e de caráter distrófico, que propõe a diminuição

do metabolismo protéico e aumenta o anabolismo lipídico.

- Teoria bioquímica: segundo Cariel (1982), quaisquer que sejam as causas, o FEG resulta

uma perturbação da fisiologia molecular no íntimo da matriz intercelular conjuntiva e, muito

especialmente de uma polimerização dos mucopolissacarídeos.

- Teoria hormonal: Weil-Fage (apud CIPORKIN; PASCHOAL, 1992), considera o início do

FEG como resultado de uma defesa hormônio-glandular e depois atribuída a um estado hiper-

hormonal paratireóideo.

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O estrogênio predispõe as mulheres a reter fluído. Sempre que há um surto de hormônios sexuais, o corpo está programado para armazenar gordura para uso posterior (gravidez ou amamentar). Parece que a atividade hormonal, que durante certas fases da vida da mulher pode elevar as quantidades de estrogênio a níveis excessivos, é um poderoso despoletador do aparecimento de celulite. (ZIMMERMANN, 2004, p. 50).

Conforme Pinto, Saenger e Govantes (1995), analisando dados clínicos concretos,

tem-se observado que a FEG afeta mais de 95% das mulheres, podendo-se considerar quase

que uma característica sexual secundária. A aparição e evolução dependem de ciclos

metabólicos exclusivos na mulher como a puberdade, menstruação, gravidez, etc, ficando

estabelecido a sua relação com a feminilidade.

Segundo Guirro e Guirro (2004), podem delinear uma etiologia para o FEG,

numerando-se e subdividindo os fatores que provavelmente desencadeiam o processo em três

classes:

1) Os fatores que predispõem o aparecimento do FEG, que são: os genéticos; o sexo, a idade e

o e o desequilíbrio hormonal;

2) Os fatores tidos como determinantes, que são: o estresse, fumo, sedentarismo, os

desequilíbrios glandulares, as perturbações metabólicas, maus hábitos alimentares e as

disfunções hepáticas.

3) E os fatores condicionantes indicam que a partir dos fatores acima citados criam-se

dificuldades de ocorrer à reabsorção linfática e favorecimento a transudação linfática nos

espaços intersticiais.

Segundo Guirro e Guirro (2004), estes fatores provocam alterações no tecido

conjuntivo, fazendo com que retenha maior quantidade de água, ocasionando um trânsito

lento de líquido na região, facilitando a maior deposição de gordura na região.

Conforme Ciporkin e Paschoal (1992), podemos finalmente concluir que a FEG é

um processo distrófico com uma fisiopatologia complexa com múltiplos fatores interligados,

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que atuam por diferentes mecanismos em vários elementos alvos no tecido conjuntivo adiposo

hipodérmico.

2.4.2 Fisiologia do FEG

De acordo com Pinto, Saenger e Govantes (2003), o papel fundamental da

microcirculação na aparição do FEG e de sua sucessão até sua etapa final a hipoesclerose.

Segundo Ciporkin e Paschoal (1992), um aumento da pressão do líquido

intersticial (PLI) sempre eleva o volume deste líquido, provocando um microedema no

interstício. Os fenômenos que produzem o aumento da PLI podem ser:

- Aumento da pressão capilar;

- Diminuição da pressão oncótica plasmática;

- Aumento da pressão oncótica do líquido intersticial;

- Diminuição do fluxo linfático.

Segundo Leite (2003), o FEG é uma defesa do organismo as alterações que os

adipócitos estão sofrendo. Com o aumento do adipócito ocorre a compressão do seu núcleo,

levando a alterações no seu pH e nas trocas metabólicas. O tecido conjuntivo fica distendido e

com isso ocorre perda de elasticidade, a luz dos vasos sanguíneos aumentam e ocorre

compressão nervosa promovendo dor à palpação. Em respostas a essas alterações, o

organismo forma tramas de colágeno (com elastina e reticulina) que irão tentar encapsular

todo esse extravasamento do adipócito, dando sustentação e abrindo passagem para os vasos

sanguíneos e descomprimindo as células nervosas. Surge assim, o aspecto “casca de laranja”,

que se evoluir, pode adquirir a aparência de “saco de nozes”, devido ao aumento do número

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das tramas de colágeno. A pele perde a sua forma primitiva e podem surgir os distúrbios

funcionais que evoluem para a doença.

A mesma autora ainda coloca que, às vezes, o organismo consegue deter o mal em

um determinado estágio de desenvolvimento, mas geralmente o tempo atua a favor do FEG,

pois com os distúrbios circulatórios e a congestão nos vasos linfáticos, a tendência do FEG é

tornar-se uma doença crônica e dolorosa.

Zimmermann (2004), coloca que com na região comprometida os sistemas

circulatório e linfático não conseguem nutrir e oxigenar os tecidos e nem drenar as toxinas.

Por isso qualquer fator que favoreça a retenção de líquidos irá agravar a celulite. Mal

oxigenada, subnutrida e sem elasticidade o tecido conjuntivo torna-se disforme e a celulite

fica evidente.

Conforme Guirro e Guirro (2004), a classificação do FEG pode ser dividida em

três estágios:

Grau I ou brando:

Ainda não é visível à inspeção somente pela compressão do tecido entre os dedos

ou contração voluntária, não há alteração de sensibilidade à dor, sendo sempre curável.

Figura 4 – Imagem do FEG de grau I ou brando. Fonte: Zimmermann, (2004, p. 53).

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Grau II ou moderado:

As depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos, com a luz

incidindo lateralmente, as margens são especialmente fáceis de serem delimitadas. Já existe

alteração de sensibilidade, sendo freqüentemente curável.

Figura 5 – Imagem do FEG de grau II ou moderado. Fonte: Zimmermann, (2004, p. 53).

Grau III ou grave:

O acometimento já é percebido com o indivíduo em qualquer posição, ortostática

ou em decúbito. A pele fica enrugada e flácida. Há aparência por apresentar-se cheia de

relevos, assemelha-se a um “saco de nozes”, a sensibilidade à dor está aumentada e as fibras

do conjuntivo estão quase totalmente danificadas. Este estágio grave é considerado como

incurável ainda que passível de melhora.

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Figura 6 – Imagem do FEG de grau III ou grave. Fonte: Zimmermann, (2004, p. 53).

2.4.3 Identificação do FEG

Para Guirro e Guirro (2004), os sinais do FEG, podem ser verificados com testes

simples e seguros. Em alguns estágios não são mais necessários os testes, pois a própria

visualização já permite a identificação da infiltração tecidual, neste caso, o tecido encontra-se

flácido, com relevos e depressões.

Os mesmos autores indicam que a inspeção deve ser realizada com a paciente na

posição ortostática, pois em decúbito ocorre a acomodação dos tecidos pela ação da

gravidade, podendo mascarar o grau de acometimento dos tecidos.

Na palpação, segundo Ciporkin e Paschoal (1992), encontramos quatro sinais

clássicos, que são: o aumento da espessura celular subcutânea; da consistência; da

sensibilidade à dor e diminuição da mobilidade por aderência.

Segundo Guirro e Guirro (2004), o primeiro teste para reconhecer o FEG, consiste

no “teste da casca de laranja”, onde se pressiona o tecido adiposo entre os dedos polegar e

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indicador ou entre as palmas das mãos e a pele adquire uma aparência rugosa, tipo casca de

laranja.

Figura 7– Teste da casca de laranja. Fonte: Guirro e Guirro, (2004, p. 360).

Ainda segundo os mesmos autores, outro teste é denominado “teste de pressão”,

que após uma preensão da pele juntamente com a tela subcutânea entre os dedos, promove um

movimento de tração. Quando a sensação dolorosa for mais incômoda que o normal, é um

sinal da presença do FEG, onde já se encontra alteração de sensibilidade.

Figura 8 – Teste da preensão. Fonte: Guirro e Guirro, (2004, p. 360).

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2.4.4 Formas clínicas

De acordo com Ciporkin e Paschoal (1992), dependendo do tipo de FEG,

poderemos encontrar a palpação diferentes sinais, levando-se em conta a consistência do

infiltrado do celular subcutâneo, sendo considerado os três tipos: dura, branda e edematosa.

2.4.4.1 FEG compacta ou dura

Apresenta formas rígidas, uma massa dura, sem mobilidade e as zonas de tecido

envolvido são espessas, sólidas e revestidas de uma camada compacta. Outro aspecto é a

impossibilidade de fazer deslizar os planos superficiais da pele sobre os planos profundos,

presença de pequenos nódulos de consistência dura, além de maior sensibilidade a dor.

2.4.4.2 FEG flácida, branda ou difusa

Segundo Guirro e Guirro (2004), essa forma de fibro edema gelóide é tida como a

mais comum, normalmente pode ser encontrada naqueles que são sedentários, apresentando

massa muscular pouco desenvolvida, de forma mole, fofa e trêmula.

De acordo com Ciporkin e Paschoal (1992), a mobilidade desta zona

lipodistrófica, desliza-se muito facilmente sobre os planos superficiais e profundos. Esta

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massa não tem resistência e mostra-se solta e móvel. Em movimento, balança, seguindo o

curso da marcha e muda de aspecto seguindo a posição e os movimentos da paciente. Na

palpação, além de confirmar-se a brandura do tecido, nota-se também abaixo dos dedos a

presença de pequenos nódulos duros, que às vezes são observados a olho nu.

Conforme Guirro e Guirro (2004), pode vir acompanhada de varicosidade, edema

e sensação de peso dos membros acometidos pela diminuição de tonicidade muscular, e

déficit circulatório.

2.4.4.3 FEG edematoso

Conforme Ciporkin e Paschoal (1992), é a mais grave, porém menos freqüente.

Constitui um sinal de falência dos sistemas de retornos circulatório, caracterizado por um

infiltrado mais duro, que não se movimenta com a mudança de posição e não obedece a lei da

gravidade, geralmente acompanhando a obesidade global. A astenia, fadiga, dispnéia em

esforços moderados e a hipotonia muscular são sintomas marcantes referidos.

2.4.4.4 FEG misto

Segundo Guirro e Guirro (2004, p.366), “Podemos encontrar o FEG firme nas

coxas associado ao flácido no abdômen, ou então um fibro edema gelóide muito firme na

coxa, lateralmente, acompanhado de um muito flácido, medialmente.”

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2.5 Endermologia

2.5.1 Histórico

Segundo Vasconcellos (1999), no final dos anos 70, Louis Paul Guitay sofreu

danos aos músculos e pele devido a um acidente motociclístico. Os danos deixaram o lado

esquerdo de seu corpo com muitas cicatrizes. Na tentativa de liberar o tecido da cicatriz e

restaurar as funções musculares, foram prescritas várias sessões de massagem diariamente.

Cada sessão necessitaria de três horas e meia a quatro horas ocupando vários massagistas. A

massoterapia consistia no rolamento do tecido em processo de cicatrização, para restaurar sua

elasticidade. No entanto, este processo manual consumia muito tempo e muitas pessoas, sendo

que os resultados variavam de acordo com o terapeuta. Para padronizar o processo, Guitay

imaginou um método mecânico de massagem, porém utilizando menos tempo, menor esforço

e pressões variáveis.

Para Wiseman et al (1997), afirma que, por isso, Guitay projetou o sistema de

endermologia que usou um método mecânico permitiu executar a terapia mais rapidamente e

de maneira mais consistente. Em seguida, estas máquinas foram usadas para tratar as

cicatrizes traumáticas e queimaduras similares àquelas sofridas por Guitay. Durante o seu uso

terapêutico, os médicos perceberam que esse tratamento reduzia a aparência das celulites e

alterava a distribuição de gordura nos pacientes. A maneira que isto ocorre, é teorizada pelo

alongamento vertical dos tecidos conjuntivos e pela estimulação ao fluxo linfático, como

resultado da diferença de pressão e do movimento rolante da técnica.

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Vasconcelos (1999), indica que o Louis Paul Guitay é pioneiro e líder mundial no

tratamento mecânico do tecido conjuntivo, o que lhe dá respaldo para ser o único a utilizar o

termo endermologia com propriedade, por ter sido o inventor do mesmo.

2.5.2 Definição

Segundo Wiseman et al (1997), a endermologia é um sistema de massagem a

máquina que permite uma pressão positiva pelo rolamento junto com uma pressão negativa

(vácuo), aplicada sob a pele e tecidos subcutâneos.

De acordo com Guirro e Guirro (2004), a endermologia é um método também

denominado palper-roler (palpar-rolar). É uma técnica de tratamento que engloba

equipamentos específicos, baseados na aspiração (sucção), acrescidos de uma mobilização

profunda da pele e tela subcutânea, permitindo um incremento na circulação sanguínea e

superficial.

Para Guitay (1996), a utilização desse aparelho permite uma dupla ação sinérgica

de aspiração e mobilização dérmica, onde é utilizada pressão negativa de sucção associada ao

rolamento exercido pelos rolos presentes no cabeçote.

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Figura 9 – Cabeçote do aparelho de endermologia. Fonte: Pesquisa realizada pela autora, (2005).

2.5.3 Composição do aparelho

O princípio da técnica baseia-se em um procedimento eletrônico que utiliza dois

rolos motorizados, situados na máquina e unidos a uma aspiração constante (Systèmes de

Santé et Beauté, 2004).

O aparelho realiza uma aspiração que é regulada por eletroválvulas que obedecem

a um sistema eletrônico. Para a realização da massagem eletrônica utilizam-se os roletes

situados no cabeçote, os quais devem se adaptar bem à pele para que não ocorram desconforto

e hematomas. A função do cabeçote é apalpar-sugar-rolar; é formado por uma câmara de

aspiração onde o estancamento é garantido por válvulas laterais e longitudinais. A potência a

ser utilizada no aparelho vai depender da qualidade do tecido e sensibilidade do paciente. A

espessura dos roletes relaciona-se à espessura da pele e do tecido adiposo subcutâneo em

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tratamento, sendo que a pressão lateral que exerce sobre a dobra cutânea é constante. A

depressão é promovida pela bomba a vácuo que aspira a pele entre os dois roletes, criando

uma dobra cutânea, que é enrolada e massageada pelos roletes graças a um motor incorporado

ao cabeçote. (GUITAY, 1996; BERAMENDI, 1999).

Figura 10 – Ação sinérgica de aspiração (sucção) associado a mobilização da pele e tecidos

subcutâneos. Fonte: Systèmes de Santé et Beauté, (2004).

Para Vasconcellos (1999), afirma que o uso correto e sistemático desta ferramenta

é parte essencial para o êxito na prática da endermologia.

2.5.4 Efeitos fisiológicos

O aparelho de endermologia ativará o metabolismo local e favorecerá a melhora

da oxigenação, porém, é o organismo do paciente que realizará as trocas metabólicas. Dessa

forma, a associação do tratamento a um melhor ritmo de vida, com hábitos alimentares

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saudáveis, exercício físico regular e ingestão diária de água, garantirá resultados mais

satisfatórios (DGM Eletrônica Ltda, 2004).

Segundo os autores descritos a seguir, as ações resultantes desse tratamento são as seguintes:

a) Ação lipolítica

A massagem mecânica força a normalização das funções metabólicas e os

adipócitos que se encontravam congestionados no interior dos lobos retornam a sua

configuração original, liberando os estoques de gordura excedentes. Como conseqüência, os

lobos também diminuem de volume, deixando de tracionar os trabéculos dos septos que

formam capitonê. A lipogênese e a lipólise voltam a entrar em equilíbrio (BERAMENDI,

1999).

b) Hipervascularização sanguínea

A ação conjunta do apalpar-sugar-rolar leva à mobilização do sangue nos vasos

capilares cutâneos, e como conseqüência à uma hiperemia superficial que possibilita uma

sensível tonificação da pele, promovendo dessa forma, uma melhor nutrição celular pelo

maior aporte circulatório, que também se prolonga e repercuti sobre o sistema linfático,

muscular e visceral. Quando a aplicação da massagem mecânica se dá no sentido da

circulação de retorno, as eliminações dos dejetos são mais aceleradas e os tecidos se

descongestionam mais rapidamente (BERAMENDI, 1999).

Pelo aumento da vascularização, aumenta também a oxigenação dos tecidos e a

eliminação das toxinas, melhorando o metabolismo celular (VACUOTERAPIA, 1996).

Para Vasconcellos (1999), ao aumentar a microcirculação local, a endermologia,

permite restaurar o tecido conjuntivo e melhorar o aspecto e tonicidade dos tecidos.

c) Desfibrosamento profundo e aplanamento da epiderme

A normalização da vascularização cutânea elimina as toxinas estagnadas

melhorando o aporte de substâncias e os elementos nutritivos que agem sobre o tecido

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conjuntivo. Essa ação combinada da pressão negativa (vácuo) e massageamento propõem um

desfibrosamento progressivo dos tecidos e uma regeneração do tônus da epiderme pela

estimulação dos fibroblastos. Quando o fibroblasto é submetido a uma força de tração,

aumenta a sua produção de colágeno e elastina, quando comparado a um fibroblasto em

repouso, sendo este um aspecto fundamental para uma melhor mobilidade, adesão,

elasticidade e tonicidade da pele (GUITAY, 1996; BERAMENDI, 1999).

d) Eliminação dos resíduos metabólicos

A melhor vascularização associada ao desfibrosamento e aplanamento do tecido

conjuntivo garante uma melhor circulação dos fluídos (sangue, linfa e líquidos intersticiais).

A regulação da intensidade de aspiração (vácuo), associada com a duração e sentido das

manobras, permitem abrir as paredes linfáticas, intensificando a mobilização da linfa e a

drenagem de toxinas (GUITAY, 1996; BERAMENDI, 1999; LEDUC, 2000).

2.5.5 Contra-indicações

A endermologia vem sendo utilizada como técnica terapêutica para o tratamento

do FEG, proporcionando uma remodelagem corporal, onde a pele adquire um aspecto mais

regular proporcionando aos pacientes ganhos em saúde e estética (LOPES, 2003).

Segundo Guitay (1996), a endermologia é contra-indicada para pacientes que

possuem:

a) Hipertensão

A endermologia aumenta a vascularização, por isso, a pressão arterial deve ser

sempre mensurada pelo fisioterapeuta;

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b) Afecções de pele

Devem ser evitadas as regiões que possuem erupções, feridas abertas,

inflamações, hematomas e despigmentações inespecíficas. Quando estas afecções forem

generalizadas a endermologia é contra-indicada;

c) Câncer

Pelo estímulo a circulação linfática, pode ocorrer a disseminação das células

doentes;

d) Hérnia

Pode agravar a herniação (exemplo: parede abdominal), quando aplicada

diretamente sobre a região, por isso, deve-se apenas rodear estas áreas. A região inguinal

nunca deve ser tratada, pela possibilidade de possuir hérnias ocultas;

e) Veias varicosas

A aplicação da endermologia deve ser ao redor das áreas afetadas;

f) Flebites (inflamação de uma ou mais veias) e trombos;

g) Gravidez;

h) Uso de anticoagulantes

Os pacientes que possuem hematomas quase que permanente não devem ser

tratados com endermologia, entretanto, os que fazem uso de baixas doses de aspirina

diariamente não possuem contra-indicações;

i) Pseudoatrofia

Afecções bem localizadas (como rachaduras na pele), que podem ser produzidos

alguns meses depois da aplicação de injeção (usualmente de cortisona), e não forem

determinados com exatidão na anamnese.

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j) Diabetes

Em alguns poucos casos os pacientes podem apresentar hematomas com

facilidade. Deve-se prestar atenção especial no início do tratamento, onde os pacientes

sensíveis a estas manifestações não devem ser tratados com endermologia.

2.5.6 Aplicação da terapêutica

No tratamento corporal deve-se passar sobre a região a ser tratada uma fina

camada de gel ou óleo de massagem, para auxiliar no deslocamento da ventosa evitando

hematomas (DGM Eletrônica Ltda, 2004).

Figura 11 – Aplicação da endermologia. Fonte: Pesquisa realizada pela autora, (2005).

A pressão adequada é aquela em que o cabeçote desliza com facilidade,

provocando hiperemia local, passando para outra área de trabalho. Sempre a intensidade de

sucção depende da sensibilidade da pessoa e do estágio do FEG (DGM Eletrônica Ltda,

2004).

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

De acordo com Gil (1994, p.70), “[...] o delineamento refere-se ao planejamento

da pesquisa na sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a

previsão de análise e interpretação dos dados.”

3.1 Tipo de pesquisa

Esta pesquisa classifica-se como um estudo de caso.

Segundo Gil (1994, p.78), “[...] o estudo de caso é caracterizado pelo estudo

profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir conhecimento amplo

e detalhado do mesmo.”

O mesmo autor, ainda refere que este tipo de delineamento se fundamenta na idéia

de que a análise de uma unidade de determinado universo possibilita a compreensão da

generalidade do mesmo ou, pelo menos, o estabelecimento de bases para uma posterior

investigação, mais sistemática e precisa.

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3.2 Caracterização do sujeito da pesquisa

O estudo de caso baseia-se em uma paciente do sexo feminino, com 48 anos de

idade, cor branca, 68 quilos, 1.65 metros, menarca aos 14 anos, multípara, sedentária, possui

uma alimentação diversificada, com o aparecimento do FEG a partir da adolescência, com

maior concentração na região do glúteo e parte superior e posterior da coxa. Não faz uso de

anticoncepcional hormonal.

Foi escolhida a paciente como amostra intencional, por se tratar de um caso típico

do problema.

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Para identificar, classificar e tratar, os graus de FEG existentes na paciente do

estudo de caso, bem como os efeitos obtidos com o uso da endermologia foram utilizados:

- Aparelho de endermologia: Endesux da marca DGM Eletrônica Ltda;

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Figura 12 – Aparelho de endermologia. Fonte: Pesquisa realizada pela autora, (2005).

- Ficha de avaliação para FEG, da Clínica Escola de Fisioterapia da UNISUL-Tubarão:

contendo dados pessoais de inspeção e exame físico da paciente, colhidos na avaliação e no

momento das reavaliações (anexo A);

- Câmera fotográfica marca Cânon EOS100 QD, utilizada para realizar o registro fotográfico;

- Escala de opinião: para verificar o nível de satisfação da paciente após a aplicação da

endermologia (anexo B) (OENNING, 2002).

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

Primeiramente foi esclarecido à paciente os objetivos da pesquisa e a mesma

assinou o termo de consentimento (anexo C) concordando em participar da mesma. A

pesquisa aconteceu na clínica de Fisioterapia Dermato Funcional Espaço Bella de Morro da

Fumaça/SC, no período de setembro a novembro de 2004. A paciente foi avaliada antes de

iniciar a 1ª sessão do tratamento para determinar a classificação do FEG apresentado na

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região do glúteo e porção superior e posterior da coxa, sendo reavaliada no término da 10ª e

20ª sessão de atendimento. No momento da avaliação e reavaliações utilizou-se registro

fotográfico, com os seguintes parâmetros câmera Cânon EOS100 QD, velocidade 60, abertura

de 11, filme Fuji Provalve 200, a uma distância de 0,90 m, altura 1,5 m, com o objetivo de

verificar os efeitos locais proporcionados pela aplicação da endermologia. Foi aplicado um

questionário visando verificar o nível de satisfação da paciente no momento das reavaliações.

O aparelho de endermologia foi usado segundo seu manual, sendo que, a intensidade foi

ajustada de acordo com a tolerância da paciente que esteve entre 200 e 450 mmHg, e a

disponível no aparelho é de 0 e 760 mmHg. A aplicação da endermologia foi diretamente

sobre a região glútea na porção superior e posterior da coxa, de cada membro inferior, sendo

que, antes de sua aplicação foi utilizado no local um gel. Foram realizadas 20 sessões, com

uma freqüência de 3 vezes por semana e duração de aplicação de 15 minutos para cada

membro, finalizando a sessão com 30 minutos.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

4.1 Dados da avaliação

A primeira medida a ser tomada ao entrar em contato com a paciente é o processo

de avaliação e este durante o estudo veio a apresentar uma paciente do sexo feminino, com 48

anos, cor branca, menarca aos 14 anos, multípara, sedentária, com o aparecimento do FEG a

partir da adolescência com maior concentração na região do glúteo e coxa. Não faz uso de

anticoncepcional hormonal, possui 68 quilos, 1,65 metros de altura, e IMC de 25, estando

dentro do peso normal.

De acordo com alguns estudos, as mulheres apresentam duas vezes mais

adipócitos em relação ao homem, e para alguns autores essa diferença já pode ser observada a

partir do primeiro ano de vida e até mesmo pré-natalmente (ZIMMERMAN, 2004).

Para Ciporkin e Paschoal (1992), o exagero de depósito gorduroso normal da

mulher se acumula em regiões como a mama, proximal dos braços, parte inferior do abdômen,

nádegas e coxas, sendo conhecido essa predisposição hereditária e hormonal como

adiposidade ginóide.

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Sempre que a mulher sofre um aumento excessivo de peso devido uma

alimentação hipercalórica, ocorre primeiro nas áreas ginóides, antes de se estender ao resto do

corpo. Estas regiões são preferenciais ao desenvolvimento da celulite (ZIMMERMANN,

2004).

A fim de identificar os graus do FEG presentes na paciente em questão foi

realizadas a inspeção e a palpação, que segundo Guirro e Guirro (2004), é de importante

propedêutica durante o exame físico. Neste verificou-se que a paciente possuía FEG

principalmente na região glútea e porção superior e posterior da coxa.

Na inspeção, foi solicitado à paciente que realizasse uma contração do local, onde

foi possível identificar a presença do FEG de grau 1, 2 e 3 do tipo flácido, brando ou difuso,

sendo este para Ciporkin e Paschoal (1992), a forma mais comum do distúrbio.

Nos locais examinados a paciente apresentou diferentes graus de FEG, o que é

segundo Guirro e Guirro (2004), uma das características do FEG, pois apresenta estágios que

não estão totalmente delimitados, podendo ocorrer uma sobreposição de graus em uma mesma

área de uma paciente.

Durante a palpação verificou-se que a pele da paciente na região acometida pelo

FEG encontrava-se mais fria com relação às outras partes do corpo.

Esse fato é explicado por Guirro e Guirro (2004), que relata que a hipotermia é

uma das características encontradas no FEG de grau mais avançado, devido a sua relação com

as alterações circulatórias ocasionadas pelo distúrbio.

Foram realizados na paciente testes específicos para FEG na região do glúteo e

porção superior e posterior da coxa, sendo que o “teste da casca de laranja” acentuaram as

características do FEG já existentes enquanto o “teste de preensão” demonstrou um aumento

da sensibilidade dolorosa no local.

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De acordo com o exame físico realizado e confirmado pela literatura encontrada a

paciente apresentou FEG de grau 1, sendo percebido somente pela compressão do tecido entre

os dedos ou pela contração muscular voluntária. De grau 2, o qual foi visível mesmo sem a

compressão dos tecidos e tornou-se mais evidente com ela. Em alguns locais apresentou o

FEG de grau 3 que estava evidente em qualquer posição, deixando a pele da paciente flácida

e cheias de relevos com aspecto de saco de nozes. Foi percebido que no grau 2 e 3 a

sensibilidade à dor já estava aumentada (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Quando a paciente foi questionada sobre os seus hábitos de vida relatou ser uma

pessoa sedentária, e segundo Guirro e Guirro (2004), o FEG flácido é normalmente

encontrado naqueles que são sedentários por apresentarem uma massa muscular pouco

desenvolvida.

Com relação à flacidez encontrada no local, Ciporkin e Paschoal (1992), colocam

que na zona lipodistrófica os planos superficiais deslizam-se facilmente sobre os planos

profundos, tratando-se de uma massa sem resistência, solta e móvel.

4.2 Alterações visuais

Foram realizados registros fotográficos do FEG, que serviram como base de

comparação para a verificação da eficácia do tratamento, permitindo visualizar os resultados

obtidos da aplicação da endermologia sobre o FEG.

Adiante serão apresentadas as fotos, colocadas na seguinte disposição: as

posicionadas à esquerda indicam que a paciente encontra-se relaxada, e a direita, a mesma

está realizando contração máxima da região acometida.

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As fotos descritas foram realizadas a uma distância de 0,90 metros da paciente em

uma altura 1,50 metros, sendo que, as primeiras fotos horizontais são anteriores ao tratamento,

as fotos centrais são após 10 sessões de atendimento e finalizando, as duas últimas fotos após

20 sessões de aplicação da endermologia sobre os glúteos na porção superior e posterior das

coxas.

O tratamento realizado apresentou os resultados demonstrados a seguir:

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Figura 13 – Aspecto da região glútea, superior e posterior da coxa, sem e com a contração da musculatura envolvida, antes do tratamento. Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2005.

Figura 14 – Aspecto da região glútea, superior e posterior da coxa, sem e com a contração da musculatura envolvida, após 10 sessões de tratamento. Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2005.

Figura 15 – Aspecto da região glútea, superior e posterior da coxa, sem e com a contração da musculatura envolvida, após 20 sessões de tratamento. Fonte: Pesquisa realizada pela autora, 2005.

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Após o término das 10 sessões pode-se perceber que houve uma redução

significativa do FEG de grau 1 e 2 e uma melhora no aspecto do FEG de grau 3, sendo que,

estes resultados se intensificaram ao término das 20 sessões.

Com o decorrer da aplicação da endermologia sobre os locais do FEG, através do

protocolo estabelecido, pode-se perceber que houve uma melhora no contorno da pele, que

adquiriu um aspecto mais saudável, diminuindo os FEG de grau 1 e 2 e atenuando os de grau

3, que a paciente possuía na posição relaxada e destacavam-se no momento de contração da

região acometida.

Confirmando o que foi percebido na prática Guirro e Guirro (2004), afirmam que

o FEG de grau 1 é sempre curável, o grau 2 é freqüentemente curável e o grau 3 é incurável,

mas passível de melhora.

Os resultados da endermologia sobre o FEG são alcançados através de seus

principais efeitos fisiológicos de ação lipolítica, hipervascularização sanguínea,

desfibrosamento e eliminação de resíduos metabólicos.

Vale lembrar que o processo de reabilitação do FEG através do favorecimento das

trocas metabólicas pode se beneficiar com a associação do tratamento a um estilo de vida

mais saudável, uma alimentação equilibrada, exercícios físicos regulares e ingestão diária de

água.

No momento da reavaliação, após o término da 10ª e 20ª sessão de tratamento, a

paciente relatou manter-se sedentária, com uma dieta variada, sendo que o seu peso e IMC

mantiveram-se o mesmo do dia da avaliação.

4.3 Nível de satisfação

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A paciente recebeu um questionário sobre o seu nível de satisfação pelos

resultados obtidos com a aplicação da endermologia sobre a região acometida pelo FEG, que

foi respondido no momento da reavaliação após a 10ª e 20ª sessão de atendimento. A mesma

referiu após as 10 primeiras sessões estar satisfeita, e no final das 20 sessões estar plenamente

satisfeita com os resultados obtidos após o tratamento realizado.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho desenvolvido buscou analisar os efeitos obtidos com a aplicação da

endermologia sobre o fibro edema gelóide, tratando uma paciente que apresentou um quadro

típico do problema.

Inicialmente a paciente foi avaliada e com 10 sessões de tratamento e após o seu

término foram realizadas as reavaliações, sendo sempre acompanhadas de registros

fotográficos e questionamento sobre o nível de satisfação da paciente.

Durante a avaliação a paciente apresentou FEG tipo flácido de graus 1, 2 e 3, com

a pele na maior parte da região acometida com aspecto de “casca de laranja”, e nos locais

onde encontrava-se o FEG de grau 3 apresentava aparência de “saco de nozes.”

Após o tratamento realizado, pode-se observar que o protocolo utilizado (3 vezes

por semana, 30 minutos, 20 sessões ) mostrou-se eficaz no tratamento do FEG, pois conseguiu

diminuir e atenuar a sua presença, aumentando a auto-estima da paciente e proporcionando

uma melhor aparência local.

Os resultados obtidos com as 10 primeiras sessões foram bastante benéficos na

diminuição do FEG, sendo que ao finalizar as 20 sessões o aspecto da pele ficou ainda

melhor, com a paciente demonstrando satisfação com o tratamento.

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Durante a realização do estudo para a confecção do trabalho, o material didático

principalmente sobre a endermologia foi de difícil obtenção, por se tratar de uma prática ainda

nova na estética.

Como a estética é uma área em que a fisioterapia atualmente cresce em atuação e

reconhecimento, espera-se que este trabalho incentive estudos mais amplos, que utilizem

maior número de amostras e diferentes protocolos como a associação de outros recursos

terapêuticos como o ultra-som e a drenagem linfática buscando intensificar ainda mais os

resultados obtidos no tratamento do FEG.

Acredita-se que existindo a colaboração da paciente em adotar uma dieta

equilibrada, acompanhada de exercícios físicos regulares, resultaria no aumento dos

benefícios do tratamento proposto, e principalmente contribuiria para a manutenção de um

corpo mais saudável e belo, proporcionando um significativo benefício na qualidade de vida

da paciente que tem a sua auto-estima aumentada.

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REFERÊNCIAS

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LOPES, T. S. Utilização da endermologia no tratamento do fibro edema gelóide. Trabalho Monográfico. Universidade Estácio de Sá, São Paulo, 2003. OENNING, P. E. Efeitos obtidos com a aplicação do ultra- som no tratamento do fibro edema gelóide- FEG (celulite). Trabalho Monográfico. Universidade do Sul de Santa Catarina, Santa Catarina, 2002. PINTO, R.; SAENGER, F.; GOVANTES, P. Paniculopatia edemato fibro-esclerótica. Barcelona: Escuela Española de Medicina Estética Capítulo Argentino de Medicina Estética, 2003. OLIVEIRA, A.B.F. et al. Histologia funcional. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan, 1982. PROPOSTA de tratamento fisioterapêutico para o fibro edema geloide (FEG) utilizando ultra-som de 3Mhz. Disponível em: <http://www.geocities.com_unesp/celulite1.htm>. Acesso em: 10 jun. 2004. SAMPAIO, R. M.; SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, E. A. Dermatologia básica. 3. ed. São Paulo: Artes Médicas, 1985. STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. São Paulo: Manole, 2001. SNELL, R. S. Histologia clínica. Rio de Janeiro: Interamericana, 1985. Systèmes de Santé et Beauté - SSB , México, 2004. Disponível em: <http:\\www.endermologie.com.mx/index.html>. Acesso em: 10 jun. 2004. ULRICH, W. A Celulite é curável. Ediouro, 1982. VACUOTERAPIA aplicações e efeitos em terapia e estética. São Carlos. 1996 Disponível em: <http: <www.industra.com.br/artigos/caderno%20ventosa.pdf>. Acesso em 10 jun. 2004. VASCONCELLOS, D. F. Endermologie. Copyright. 1999. Disponível em: <http://www.dfv.com.br/Portugues/Ipg_1.htm>. Acesso em: 10 jun. 2004. WISEMAN, J. B. S. et al. Non-invasive mechanical body contouring: a one-year clinical outcome study update. Austin, 1997. Disponível em: <http://www.lipou.org/Publiched_Articles/endermologie.html>. Acesso em: 10 jun. 2004.

ZIMMERMANN L. Celulite. Revista Vida Estética, Rio de Janeiro, v.112, p.48-55, 2004.

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ANEXOS

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ANEXO A

TERMO DE CONSENTIMENTO

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim.

Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso: __________________________________________

RG: ___________________________________________

Local e Data: ___________________________________________

Assinatura: __________________________________________

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2)

Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.

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ANEXO B

FICHA DE AVALIAÇÃO

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FICHA DE AVALIAÇÃO - FEG (CELULITE)

Data da avaliação:_____/ _____/ _____.

IDENTIFICAÇÃO

Nome: _________________________________________________Idade ___________

Endereço _______________________________________ Bairro__________________

Cidade_____________________________ UF_____________ CEP________________

Profissão _____________________________Telefone __________________________

FICHA CLÍNICA

Cor de pele: ( ) branca ( ) parda ( ) negra ( ) amarela

Idade da menarca: ________________________________________________________

Mudanças observadas: _____________________________________________________

Gesta_____ Para_____ Abortos_____

Faz uso de medicamentos: ( ) a base de corticóides ( ) anti-histamínicos

( ) esteróides ( ) antiinflamatórios ( ) anticoncepcionais

( ) outros: ______________________________________________________________

Apresenta algum tipo de disfunção hormonal e /ou hepática:________________________

Tabagista: ( ) sim, há quanto tempo_____ ( ) não

Patologias dérmicas:_________________________________________________________

Alergia a :_________________________________________________________________

Tratamentos anteriores para FEG:______________________________________________

Resultados obtidos: _________________________________________________________

Hábitos alimentares: ( 0- não ingere; 1- ingere esporadicamente; 2- ingere freqüentemente)

( ) doces ( ) frutas ( ) salgados ( ) frituras ( ) chá preto/café

( ) água:_____copos/dia ( ) verduras ( ) refrigerantes ( )bebida alcoólica

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Vestuário: _________________________________________________________________

Atividade física: ( ) sim ( ) não Quantas vezes por semana : ________________

Qual:_____________________________________________________________________

Cirurgias recentes: ( ) sim ( ) não Qual: _____________________________

CARACTERIZAÇÃO DO QUADRO

Período do aparecimento das celulites:

( ) na adolescência ( ) durante a gravidez ( ) após a gravidez

( ) ao fazer uso de medicamentos ( ) ao ganhar peso ( ) após perder peso

( ) outros_____________________________________________________________

Localização:

( ) abdômen ( ) glúteos ( ) coxa ( ) outros : _____________________

Grau da celulite : __________________________________________________________

Peso corporal:_________ Estatura:___________ Índice de massa corporal:___________

Inspeção: ________________________________________________________________

Teste da “casca de laranja”: ( ) Negativo ( ) Positivo local:__________________

Teste de preensão: ( ) Negativo ( ) Positivo local:__________________________

Palpação: ________________________________________________________________

Obs.:____________________________________________________________________

Perimetria:

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Plano de Tratamento:

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

Acadêmica:________________________________________________________________

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ANEXO C

ESCALA DE OPINIÃO

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ESCALA DE OPINIÃO

Qual sua opinião a respeito dos resultados do tratamento:

( ) Plenamente satisfeito

( ) Satisfeito

( ) Parcialmente Satisfeito

( ) Insatisfeito