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Gerenciamento de Riscos em Projetos de TIC no estado do CEARÁ MBA - Gestão estratégica de projetos - Turma VI Prof. Eliseu Castelo Branco Jr Aluno : 200918008355 - Wellington Sousa Aguiar SETEMBRO/2010

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Gerenciamento de Riscos em Projetos de TIC no estado do

CEARÁ

MBA - Gestão estratégica de projetos - Turma VI Prof. Eliseu Castelo Branco Jr

Aluno : 200918008355 - Wellington Sousa Aguiar

SETEMBRO/2010

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GERENCIAMENTO DE RISCO EM PROJETOS DE TIC NO ESTADO DO CEARÁ

Wellington Sousa Aguiar1

Eliseu Castelo Branco Júnior2

RESUMO

O Gerenciamento de Risco é uma das principais áreas de estudo do Gerenciamento de Projetos e está presente em todo o processo de gerenciamento de Projetos. A qualidade da execução deste gerenciamento poderá ditar o sucesso ou fracasso do seu projeto. Risco não é uma fatalidade, risco é uma escolha. No desenvolvimento de projetos de TIC deparamos constantemente com situações de riscos que precisamos administrar. Este artigo tem como objetivo apresentar informações relevantes sobre o histórico, o desenvolvimento, e a aplicação do Gerenciamento de Riscos em Projetos à luz do PMBOK 4ª edição acompanhado de uma pesquisa realizada entre os profissionais e gestores de TIC do estado do Ceará para mostrar o nível de aplicação destas técnicas no nosso estado e quais os maiores desafios e dificuldades enfrentadas por estas profissionais.

Palavras - Chave: Gerenciamento de Riscos, PMBOK (Project Management Body of

Knowlegment), Gerenciamento de Projetos, TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). ABSTRACT

The Risk Management is a major study areas of Project Management and is present throughout the process of managing projects. The quality of implementation of this management may dictate the success or failure of your project. Risk is not a fatality risk is a choice. In the development of ICT projects constantly faced with situations that need to manage risks. This article aims to present relevant information about the history, development, and implementation of Risk Management in Projects in the light of the PMBOK 4th edition accompanied by a survey conducted among professionals and ICT managers of the state of Ceará, to show the level of application of these techniques in our state and what the major challenges and difficulties faced by these professionals.

Key words: Project Management. PMBOK (Project Management Body of Knowlegment), Risk Management., ICT (Information and Communication Technology).

1 Aluno do curso MBA em Gestão Estratégica e Projetos da Faculdade Integrada do Ceará – Turma VI 2 Mestre em Informática Aplicada. Professor orientador da disciplina Gerenciamento de Riscos - FIC

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1 INTRODUÇÃO

As empresas estão cada vez mais utilizando as melhores práticas do Gerenciamento de

Projetos baseadas no PMBOK (Project Management Body of Knowlegment), O Guia PMBOK

quarta edição foi lançado em 2008, traduzido em várias línguas, inclusive para português do

Brasil. As edições anteriores foram publicadas em 1996, 2000 e 2004. É crescente a

quantidade de profissionais que se especializam ou buscam a certificação PMP (Project

Management Professional) no Brasil e no mundo. Aqui no Brasil, algumas Empresas só

contratam gestores que conheçam e saibam aplicar o PMBOK ou que possuam a certificação

PMP do PMI (Project Management Institute). O PMI é uma entidade internacional que tem

como objetivo principal divulgar os conhecimentos em gerenciamento de projetos, as suas

certificações e o Guia PMBOK.

Toda esta movimentação a cerca de Gerenciamento de Projetos tem algumas

motivações que já são bem conhecidas: O PMBOK realmente funciona, é um diferencial

organizacional, otimiza os investimentos, ajuda no cumprimento dos prazos e mostra

transparência para os stakeholders (partes interessadas).

O Gerenciamento de Riscos será estudado aqui visando apagar esta áurea de que riscos

são somente para eventos negativos e que estão fora do nosso controle, pois ele é resultado de

SORTE ou AZAR, como pensávamos na idade média. Mostraremos como o homem evoluiu

desde o Renascimento usando seus conhecimentos de Matemática e Estatística.

Este trabalho está organizado da seguinte forma; Introdução e contextualização ao

assunto, o detalhamento do Gerenciamento de riscos, com sua história, processos e

utilizações, e principalmente uma pesquisa realizada entre os profissionais e gestores de TIC

no estado do Ceará, a análise desta pesquisa, as considerações finais e as referencias

bibliográficas. E é neste contexto que a pesquisa torna-se importante para demonstrar a

evolução dos profissionais de TIC do estado do Ceará no acompanhamento de todas as

novidades que o PMBOK oferece no mundo todo e que também pode e deve ser aplicado aqui

no nosso estado em projetos de TIC.

A pesquisa realizada entre os profissionais e gestores de TIC do estado do Ceará,

pretende mostrar o nível de utilização destas técnicas em terras alencarinas, bem como

mostrar qual a expectativa destes profissionais em relação a estas técnicas e suas maiores

dificuldades. A pesquisa foi realizada no mês de JULHO/2010 através de questionário

respondido via web, foram convidados a participar mais de 100 (cem) profissionais de TIC e

tivemos a adesão de 69 (sessenta e nove) profissionais, gerando uma amostra bastante

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significativa destes profissionais no nosso estado, representando 13 % (treze por cento) dos

gestores e profissionais de TIC com algum poder de decisão

1.1 Contextualização

O Gerenciamento de Projetos é a aplicação de conhecimentos, habilidades,

ferramentas e técnicas às atividades do projeto a fim de atender aos seus requisitos. O

Gerenciamento de projeto é realizado através da aplicação e integração apropriadas dos 42

processos agrupados logicamente abrangendo 05 (cinco) grupos. (PMBOK, 2008)

Os projetos normalmente envolvem um cronograma, um orçamento e um cliente. A

tarefa central é combinar o trabalho de várias pessoas em um todo singular e coerente que será

útil para as pessoas ou clientes. (BERKUN, 2008)

A gestão de projetos é uma massa de contradições. Você tem de elaborar um plano

abrangente e detalhado e, ao mesmo tempo, ser suficientemente flexível para lidar com o

inesperado. Você é obrigado a ter a visão do panorama geral, concentrada no objetivo final.

(DUFFY, 2006).

O Gerenciamento de Projetos segundo o PMBOK está dividido em cinco grupos de

processos: Iniciação, Planejamento, Execução, Monitoramento e controle e Encerramento, e

em nove áreas de conhecimentos, são elas: Gerenciamento de Integração, Gerenciamento do

Escopo, Gerenciamento do Tempo, Gerenciamento de Custos, Gerenciamento de Qualidade,

Gerenciamento de Recursos Humanos, Gerenciamento de Comunicações, Gerenciamento de

Riscos e Gerenciamento de Aquisições.

Segundo o Professor Eliseu Castelo Branco, 2003, os processos do PMBOK estão

ligados entre si pelo resultado que produzem. Os documentos de saída de um processo são

utilizados como entradas no processo seguinte. Por fim são estabelecidos em cada processo

tarefas de início, planejamento, execução, controle e finalização, com o objetivo de

monitoração do processo de melhoria da qualidade, passo a passo.

As principais características do projeto são a temporariedade, a individualidade do

produto ou serviço a ser desenvolvido pelo projeto, a complexidade e a incerteza. (VARGAS,

2009).

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Segundo Ricardo Vargas, (2007, p18.)

“Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequência clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade”.

Segundo o PMI, “Risco é um evento ou condição incerta que, se ocorrer, provocará

um efeito positivo ou negativo nos objetivos do projeto”.

Na verdade, os riscos são incertezas. Quanto mais se souber dos riscos e seus

impactos, mais preparado você estará para lidar com eles caso eles ocorram. Os processos que

envolvem riscos estão relacionados com o balanceamento. É preciso encontrar o ponto no

qual você e as partes interessadas estão dispostos a enfrentar os riscos com base nos

benefícios que eles podem trazer. De modo geral, você está balanceando a decisão de encarar

o risco com a decisão de evitar as conseqüências e impactos do risco. (KIM HELDMAN,

2009).

O gerenciamento de riscos consiste em identificar as possíveis incertezas e tentar

controlá-las. Se tudo fosse puramente uma questão de sorte ou azar, o gerenciamento de riscos

não teria sentido, e analisar tendências tampouco. (CORRÊA, 2007 – Série FGV).

Um risco pode ser um evento (como um incêndio) ou pode ser uma condição (como

uma parte importante que ficou indisponível). De qualquer forma, é algo que pode ou não

acontecer... Mas, se acontecer, irá forçá-lo a mudar a forma que você e sua equipe irão

trabalhar no projeto. (GREENE, 2009 – Use a cabeça PMP).

As coisas nem sempre saem como o planejado. Catástrofes naturais, falhas de

hardware e outras circunstâncias não previstas podem acontecer. A administração de risco é

uma parte essencial de qualquer projeto. (JORDAN, 2008)

2 GERENCIAMENTO DE RISCO

2.1 Histórico

Em 1703, Gottfried Von Leibniz comentou com o cientista e matemático suíço Jacob

Bernoulli que “A natureza estabeleceu padrões que dão origem ao retorno dos eventos, mas

apenas na maior parte dos casos”, levando assim Bernoulli a inventar a Lei dos Grandes

Números e os métodos de amostragem estatística. Esta frase, “apenas na maior parte dos

casos”, forneceu a chave para a questão da existência do risco, sem esta ressalva, tudo seria

previsível, um evento sempre seria igual ao outro, nenhuma mudança jamais ocorreria.

(BERNSTEIN, 1997)

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Segundo Peter L. Bernstein, (1997, p. 8)

“ A palavra “risco” deriva do italiano antigo “risïcare”, por sua vez derivado do baixo-latim “risicu”ou “riscu”, que significa “ousar”. Neste sentido, o risco é uma opção, e não um destino. É das ações que ousamos tomar, que dependem de nosso grau de liberdade de opção, que a história do risco trata. E essa história ajuda a definir o que é um ser humano. ”

Os jogos de azar em sua essência representam o ato de correr riscos e foi um desses

jogos que inspirou a pesquisa revolucionária dos grandes matemáticos Pascal e Fermat, em

1654, pelas leis das probabilidades. O jogo de dados (craps), deriva de diferentes jogos de

dados trazidos da Europa, estes jogos eram chamados de “jogos de azar”, de al zahr, palavra

árabe para dados. (BERNSTEIN, 1997)

Mas o gerenciamento dos riscos faz ainda mais. O processo de gerenciamento dos

riscos irá ajudá-lo a evitar muitos problemas em projetos. E fará também que outros

problemas sejam menos prováveis de ocorrer. Quando se elimina incertezas, as estimativas de

trabalho podem ser reduzidas. Portanto, este gerenciamento economiza tempo e dinheiro e um

projeto. (MULCAHY, 2009)

2.2 Os Processos do Gerenciamento de Riscos

O Gerenciamento de Riscos é o processo de identificação, análise, desenvolvimento de

respostas e monitoramento dos riscos em projetos, com o objetivo de diminuir a probabilidade

e o impacto de eventos negativos e de aumentar a probabilidade e o impacto de eventos

positivos, segundo o PMI.

A gestão dos riscos consiste em processos sistemáticos de identificação, de análise e

avaliação dos riscos e no estabelecimento de adequadas respostas a eles. (VALERIANO,

2005).

Risco é a possibilidade de ocorrência de um resultado indesejável, como conseqüência

de um evento qualquer. Mas, por estar sempre monitorando o ambiente interno e externo do

projeto, este gerenciamento também pode detectar oportunidades e determinar como

aproveitá-las. (VALERIANO, 2005).

2.2.1 Planejar o Gerenciamento dos Riscos

A partir dos documentos: Escopo, cronograma, plano de comunicação, fatores

ambientais da empresa e ativos organizacionais, são realizadas reuniões e análises de

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planejamento para definir o plano de gerenciamento de riscos, que descreve como o

gerenciamento de risco será estruturado e executado no projeto.

2.2.2 Identificar Riscos

É o processo de determinação dos riscos que podem afetar o projeto e a documentação

destas características. É um processo iterativo porque novos riscos surgem constantemente.

Utiliza-se praticamente toda a documentação do projeto, fazendo-se revisões, coletando novas

informações (Brainstorming, Técnica Delphi, entrevistas), análise de listas de verificação,

análise das premissas, técnicas de diagramas (Causa e feito, fluxogramas, influência), análise

SWOT (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) e opiniões e de especialistas. A saída

deste processo é o registro dos riscos (riscos identificados e respostas potenciais).

2.2.3 Analise qualitativa dos Riscos

É o processo de priorização dos riscos através da avaliação e combinação da

probabilidade de ocorrência com o seu impacto. A partir do plano de gerenciamento de riscos

e da declaração do escopo são realizadas análises como: avaliação de probabilidades e

impactos, matriz de probabilidade e impacto, avaliação da qualidade dos dados, categorização

de riscos, avaliação da urgência dos riscos e consulta a opiniões de especialistas. A saída deste

processo é a atualização do registro dos riscos com a classificação relativa (lista de prioridade

dos riscos), os riscos agrupados por categoria, causas de riscos, riscos que requerem respostas

rápidas, riscos para análise e resposta adicional, riscos de baixa prioridade e o estudo das

tendências nos resultados das análises qualitativa dos riscos.

2.2.4 Análise quantitativa dos Riscos

É o processo de analisar numericamente o efeito dos riscos identificados. A análise

quantitativa é realizada nos riscos priorizados pela análise qualitativa como sendo de impacto

forte nas demandas do projeto. São utilizados como entrada: registro dos riscos atualizados,

plano de gerenciamento dos riscos, plano de gerenciamento dos custos, plano de

gerenciamento do cronograma e ativos organizacionais. Com estas informações são realizadas

análises : Coleta de dados, distribuição de probabilidade, análise de sensibilidade, análise do

valor monetário esperado, modelagem e simulação e consulta a opiniões de especialistas. As

saídas deste processo são: análise probabilística do projeto, probabilidade de atingir os

objetivos de custo e tempo, riscos priorizados por quantidade e a tendência nos resultados da

análise.

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2.2.5 Planejar as respostas aos Riscos

Este processo define as estratégias de respostas a riscos ou conjunto de estratégias.

Para riscos negativos ou ameaças (eliminar, transferir, mitigar e aceitar) e para riscos

positivos (explorar, compartilhar, melhorar e aceitar). As saídas deste processo são:

atualização do registro dos riscos, decisões contratuais, atualizações dos planos de

gerenciamento do projeto e as atualizações dos documentos do projeto.

2.2.6 Monitorar e controlar os Riscos

É o processo de implementação dos planos de respostas a riscos, acompanhamento dos

riscos identificados, monitoramento dos riscos residuais, identificação de novos riscos e

avaliação da eficácia do processo de riscos durante todo o projeto. Neste processo são

realizadas: reavaliação dos riscos, auditorias de riscos, análises da variação e tendências,

medição de desempenho técnico, análise das reservas e reuniões de andamento. Neste

processo são atualizados os seguintes documentos: registro dos riscos, solicitações de

mudanças, plano de gerenciamento do projeto e demais documentos do projeto.

A Figura 1 apresenta todos os processos do Gerenciamento de Riscos, segundo o

PMBOK 4ª edição.

Fonte: Site da web http://files.smoktest.webnode.com.br

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3 METODOLOGIA DA PESQUISA

Este trabalho teve por objetivo identificar o nível de conhecimento e aplicação das

técnicas divulgadas no PMBOK, especialmente o Gerenciamento de Riscos entre os

profissionais de TIC no estado do Ceará-Brasil, focando principalmente a Capital Fortaleza,

onde se encontram a maior parte dos profissionais de TIC do estado. Do ponto de vista de

seus objetivos, esta monografia foi descritiva e exploratória.

Com relação ao método utilizado, o mesmo foi hipotético-dedutivo, pois “os

conhecimentos disponíveis sobre determinado assunto são insuficientes para a explicação de

um fenômeno, surgindo, assim, o problema a ser analisado” (GIL, 2001, p. 47)

Ainda diz, “para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são

formuladas conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se conseqüências

que deverão ser testadas ou falseadas” (GIL, 2001, p. 48).

Do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa foi realizada via internet

para que os profissionais se sentissem em um ambiente de grande conhecimento deles,

deixando-os bem à vontade para responder o questionário no local e horário que queiram.

Nesta pesquisa, foram utilizadas perguntas qualitativas para o levantamento de

dados quantitativos, gerando dados estatísticos. O principal instrumento de coleta de dados

utilizado nesta pesquisa foi o questionário.

Segundo GIL (2001, p. 97), o questionário é:

“Uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções. As instruções devem esclarecer o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do informante e facilitar o preenchimento”.

A pesquisa foi desenvolvida com perguntas fechadas para facilitar a tabulação e

apresentação dos resultados em forma de gráficos. Embora em algumas questões foi dada a

oportunidade para que o sujeito pesquisado incluisse suas opções quando estas não estavam

disponíveis, e ao final puderam registrar seus comentários sobre o assunto. Alguns destes

comentários foram transcritos para este trabalho sem a identificaçao do autor, premissa básica

de nossa pesquisa: “o sujeito pesquisado jamais será identificado”, visando deixá-los à

vontade para registrar suas respostas e críticas.

O questionário foi aplicado no período de 25/07/2010 a 03/08/2010 utilizando o

site de pesquisas grátis http://www.encuestafacil.com

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3.1 Público pesquisado

Esta pesquisa foi realizada através de convites enviados para 114 (cento e quatorze)

profissionais de TIC, professores de TIC e alunos do curso de MBA em Gestão de Projetos da

Faculdade FIC – Estácio, onde a única exigência para ser convidado era atuar na área de

tecnologia da informação e/ou comunicação no estado do Ceará. A limitação quanto à

unidade federativa, visou restringir a amostra pesquisada ao mercado onde este artigo

pretende propor melhorias e adequações para o futuro. Dos profissionais convidados, 69

(sessenta e nove) profissionais participaram efetivamente da pesquisa, representando 61%

(sessenta e um por cento) dos convidados.

3.2 PMBOK

A primeira parte do questionário procurou levantar o nível de conhecimento e

aplicação que os profissionais e empresas do estado do Ceará fazem do PMBOK.

O gráfico 1 mostra o resultado da primeira pergunta: 1. Sua EMPRESA utiliza as

melhores práticas de Gerenciamento de Projetos divulgadas pelo PMI através do

PMBOK (Project Management Body of Knowlegment) ?

Gráfico 1 – Uso do PMBOK na empresa Fonte: Autoria própria (2010)

Como podemos observar no resultado da pesquisa, ainda é muito tímido o

conhecimento e divulgação do PMBOK nas empresas, pois mais de 50% (cinqüenta por

cento) das empresas usam pouco ou nunca usaram os conhecimentos do PMBOK. Este

resultado mostra o quanto ainda temos que desenvolver para atingir um nível aceitável de

gerencia de projetos no nosso estado.

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O gráfico 2 mostra o resultado da segunda pergunta: 2. VOCÊ utiliza as melhores

práticas de Gerenciamento de Projetos divulgadas pelo PMI através do PMBOK

(Project Management Body of Knowlegment) ?

Gráfico 2 – Uso do PMBOK pelo profissional Fonte: Autoria própria (2010)

O resultado desta pergunta também é preocupante, mas já apresenta uma melhora na

preparação dos profissionais em relação às empresas, pois aqui o índice de profissionais que

usam pouco ou nunca usaram os conhecimentos do PMBOK cai para 38% (trinta e oito por

cento), isto dá mostras de que os profissionais já estão se preparando com os conhecimentos

do PMBOK.

3.3 O uso do Gerenciamento de Riscos

A segunda parte do questionário procurou levantar o nível de conhecimento e

aplicação que os profissionais e empresas têm sobre o Gerenciamento de Riscos à luz do

PMBOK e que fatores mais ameaçam o Gerenciamento de Projetos de TIC.

O gráfico 3 mostra o resultado da terceira pergunta: 3. Você ou sua empresa utiliza

alguma forma de Gerenciamento de RISCOS em Projetos de TIC (Tecnologia da

Informação e Comunicações) ?

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Gráfico 3 – Uso do Gerenciamento de Riscos Fonte: Autoria própria (2010)

Como podemos observar no resultado da pesquisa, é muito preocupante o resultado,

ainda é muito tímido o conhecimento do Gerenciamento de Riscos entre os profissionais e

suas empresas, e divulgação do PMBOK nas empresas, pois 56% (cinqüenta e seis por cento)

dos profissionais e empresas usam pouco ou nunca usaram os conhecimentos do

Gerenciamento de Riscos, isto é, gerenciam projetos como na idade média, baseados na sorte,

no azar ou na vontade dos Deuses. Temos que mudar este perfil urgentemente.

O gráfico 4 mostra que é possível mudar, pois 90% (noventa por cento) dos

entrevistados consideram o Gerenciamento de Riscos de grande e alta importância para o

sucesso dos projetos. Veja os resultados da quarta pergunta. 4. Em sua opinião, qual a

importância do Gerenciamento de Risco para atingir os objetivos de um Projeto de TIC

(Tecnologia de Informação e Comunicação) ?

Gráfico 4 – Importância do Gerenciamento de Riscos Fonte: Autoria própria (2010)

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O gráfico 5 mostra o resultado da quinta pergunta: 5. Selecione a ameaça que mais

ocorre no Gerenciamento de Projeto de TIC na sua empresa :

Gráfico 5 – Maiores Riscos identificados e conhecidos Fonte: Autoria própria (2010) O resultado desta pergunta já era de se esperar, pois é de conhecimento geral e

constante tema de estudos da indústria de software que um dos maiores vilões para o bom

andamento dos projetos de TIC é escopo mal definido, este problema foi apontado por mais

de 40% (quarenta por cento) dos entrevistados, surpresa foi o segundo colocado : Falhas de

comunicação, pois se imagina mais facilmente contornável quanto à questão técnica que a

tecnologia ajuda em vários níveis, mas de difícil evolução quando penetra no âmbito cultural

e comportamental dos profissionais de TIC. Esse perfil precisa mudar entre os profissionais.

O gráfico 6 mostra o resultado da sétima pergunta: 7. O que você considera a

principal BARREIRA para uma Gestão de Riscos mais EFICAZ ?

Gráfico 6 – Principais barreiras para a gestão de riscos Fonte: Autoria própria (2010)

O resultado desta pergunta consolida uma realidade preocupante quanto à gestão de

riscos no nosso estado, pois podemos observar que 72% (setenta e dois por cento) dos

entrevistados confirmaram a falta de conhecimento, falta de conscientização e falta de

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especialistas em gestão de riscos, batendo com os levantamentos acima que mostraram que a

grande maioria das nossas empresas de TIC ainda estão torcendo pela sorte, contra o azar e

rezando para que as coisas dêem certo através de pedidos aos Deuses.

3.4 Impressões individuais

O questionário permitiu que ao final da pesquisa o sujeito pesquisado pudesse registrar

suas impressões. Segue abaixo a relação de algumas impressões individuais consideradas de

grande valor para o conhecimento do perfil dos nossos profissionais e de nossas empresas de

TIC. Os autores não foram identificados.

26/07/2010 18:42:50

Os riscos, quando vistos são considerados apenas de forma negativa e esquecem que existem também os riscos positivos e que devem ser potencializados. Outro ponto é dizer que não é feito gerenciamento de risco por falta de informações históricas, ora, fazer um planejamento mínimo é melhor que fazer no chutômetro.

26/07/2010 18:50:23

O Gerenciamento de Projetos e Riscos não é um assunto novo, mas no nosso estado as iniciativas são muito insipientes, pois a maioria das empresas não tem preocupação com este tema.

27/07/2010 6:35:27

Creio que em nosso estado, assim como no restante do Brasil o gerenciamento de Risco só é implementado de forma eficiente e coerente em empresas de grande porte e que possuem um processo de governança de TI maduro, pois o que vemos é que a maioria peca em virtude de um excesso de otimismo de que tudo dará certo ou de confiança de que imaginam que dominam um determinado universo e que imprevistos não acontecerão.

27/07/2010 8:48:38

Estamos numa crescente nessa área em nosso Estado graças à contribuição das instituições de ensino e de profissionais qualificados que ultimamente tem visitado Fortaleza e ministrado cursos e palestras pertinentes.

27/07/2010 11:36:11

Não só a burocracia como o excesso de níveis hierárquicos, ou melhor, excesso de vaidade, reflete na falta de compreensão para aceitação da identificação de riscos nos projetos. É oportuno ressaltar a importância da documentação para se resguardar no futuro.

27/07/2010 13:51:59

Boa pesquisa, é de extrema importância esses tipos de abordagens, porém só vale a pena se for levado à discussão e conhecimento dos grandes gestores a frente das grandes empresas de nosso mercado.

27/07/2010 17:04:46

Embora o Gerenciamento de Projetos e Riscos seja uma realidade em todo o mundo, em nosso estado a maioria das empresas ainda não tem como uma das suas prioridades

27/07/2010 18:05:21

A conscientização para uma gestão de riscos eficaz é que faz a diferença para o sucesso do projeto.

27/07/2010 18:17:02

é importante criar uma ferramenta que acelere o uso do gerenciamento de riscos que proporcione o crescimento de seu uso nas organizações.

27/07/2010 18:17:05

Devido à má definição de escopo dos projetos tem-se cada vez mas um alto grau de incertezas nos projeto de desenvolvimento de software. O gerenciamento de risco conduz a organização à sistematicamente planejar, antecipar e mitigar os riscos para proativamente eliminar ou minimizar seus impactos nos projetos.

27/07/2010 20:23:50

Já existe conhecimento mas este não está caminhando ao lado da prática. Esta dialética ainda não está totalmente inserida na realidade empresarial.

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27/07/2010 20:46:47

Risco é legal para mim e para todos. Arriscar faz muito bem. Porém é preciso muito treinamento nesse estado.

27/07/2010 22:42:35

Considero que é ainda muito pouco utilizada e também pouco reconhecida, talvez pela falta de conscientização por parte dos altos executivos para da importância do assunto. Por outro lado, considero que já houve um grande avanço nos últimos anos o que pode ser percebido pelo grande aumento de profissionais com certificação PMP e da oferta de cursos MBA pelas entidades de ensino. Isso se deva à excelente atuação do PMI-CE que vem trabalhando sério no sentido de disseminar o tema na comunidade.

28/07/2010 14:02:55

Falta maturidade nas empresas pra adoção do gerenciamento de riscos.

28/07/2010 15:47:26

É tendência o crescimento de profissionais se qualificando no setor.

01/08/2010 23:38:24

Acredito sim no gerenciamento de risco como uma ferramenta importante para se evitar prejuízos. Será inevitável que as empresas, durante essa década, comecem a valorizar essa prática como forma de evitar acidentes de percurso no decorrer dos projetos. A comunicação elaborada de forma eficiente torna-se um aliado essencial na gestão dos riscos.

Os comentários acima só confirmam o que a pesquisa conseguiu apresentar, existe

uma conscientização por parte dos profissionais, mas estes reconhecem que ainda temos

muito que evoluir no nosso estado, mas que eles já identificam algumas mudanças e ações do

PMI que contribuem para a melhora da qualificação dos nossos profissionais. Outros já

pediram uma maior participação dos gestores de TIC nesta empreitada, identificando os

gestores como válvula propulsora para estas mudanças nas empresas.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Gerenciamento de Riscos é decididamente um dos processos mais importantes para

o sucesso de um projeto, e dominando as técnicas divulgadas pelo PMBOK, o gerente de

projeto poderá minimizar riscos e potencializar oportunidades, mantendo principalmente uma

visão controlada dos pilares de um projeto: custo, tempo e escopo.

O estado do Ceará está enfrentando e enfrentará grandes desafios nos próximos anos,

como: Copa do Mundo de 2014, Olimpíadas de 2016, Implantação da ZPE (zona de

processamento de exportação) do Pecém, Siderúrgica do Pecém, TransNordestina, MetroFor,

novas usinas eólicas, termoelétricas e todo o avanço turístico que estes empreendimentos

trarão para nosso estado nos próximos anos. O que faremos ? Estaremos preparados para estes

projetos ? Contrataremos mão-de-obra de outros estados e outros países ? Acredito no nosso

potencial, e acho que devemos ocupar o nosso espaço, mas para isso teremos que nos preparar

melhor, estudar mais o assunto, exigir mais do nosso PMI local na divulgação do PMBOK e

desenvolvimento de novos treinamentos, divulgar estes conhecimentos nos cursos de

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graduação tecnológica preparando melhor nossos futuros tecnólogos e administradores. Isso

sim fará a diferença para mudarmos o cenário que nossa pesquisa mostrou, isto é, poucos

profissionais cearenses utilizam ou conhecem o PMBOK e o gerenciamento de riscos na área

de TIC e que provavelmente é pior ainda em outras áreas de projetos.

A pesquisa mostrou que temos muito a fazer, o PMI como principal divulgador das

melhores práticas em projetos deve tomar a frente envolvendo o comitê de gestores de TIC do

estado do Ceará que ultimamente ganhou uma nova força devido ao grande número de

projetos que se aproximam.

Cabe aqui uma reflexão de nós profissionais e estudiosos do assunto. Como

poderemos mudar este perfil preocupante no nosso estado e no Nordeste do Brasil, já tão

castigado por outras mazelas.

Agradeço a todos os participantes da pesquisa que contribuíram com suas respostas,

experiências e comentários.

REFERÊNCIAS

1. HELDMAN, Kim. Gerencia de Projetos. Rio de Janeiro, Ed. Campus, 2009.

2. GUIA PMBOK. Um guia de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos. 4ª Edição. Pennsylvania, USA: Project Management Institute. 2008.

3. SALLES JUNIOR, Carlos. Gerenciamento de Riscos em Projetos. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2007

4. BERNSTEIN , Peter L. Desafio aos Deuses, A Fascinante História do Risco. Rio de Janeiro, Ed. Elsevier, 1997.

5. MULCAHY, Rita. Preparatório para exame PMP – 6ª. Edição. USA, RMC Publication Inc. 2009

6. GREENE, Jeniffer; STELLMAN, Andrew. Use a cabeça PMP. Rio de Janeiro, Ed. Alta

Books, 2008

7. BRANCO Jr., Eliseu Castelo. Artigo: Projeto de melhoria do processo e desenvolvimento

de software baseado na metodologia PMBOK. Rio de Janeiro, 2003.

8. VARGAS, Ricardo. Gerenciamento de Projetos – Estabelecendo diferenciais

competitivos, 7ª. Edição, Rio de Janeiro, Ed. Brasport, 2009.

9. VARGAS, Ricardo. Manual prático do Plano de Projetos, 4ª. Edição, Rio de Janeiro, Ed. Brasport, 2009.

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10. VALERIANO, Dalton. Moderno Gerenciamento de Projetos, São Paulo, Ed. Pearson Prentice Hall, 2005.

11. BERKUN, Scott. A arte do gerenciamento de projetos; Tradução Carlos Augusto Caldas

de Moraes e Teresa Cristina Felix de Sousa, Porto Alegre. Ed. Bookman, 2008.

12. JORDAN, Lee. Gerenciamento de projetos com DotProject. São Paulo. Ed. Pearson Prentice Hall, 2008

13. DUFFY, Mary. Gestão de Projetos. Rio de Janeiro. Ed. Elsevier, 2006.

14. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa científica. São Paulo: Ed. Atlas,

2001.

15. FACULDADE INTEGRADA DO CEARÁ. Manual de normas técnicas para estrutura

formal de trabalhos científicos. Fortaleza: FIC - Estácio, 2009.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA

PESQUISA: Gerenciamento de Riscos em Projetos de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações) 1. Sua EMPRESA utiliza as melhores práticas de Gerenciamento de Projetos divulgadas pelo PMI através do PMBOK (Project Management Body of Knowlegment) ? Nunca usa Pouco usa Regularmente Boa utilização Grande utilização

2. VOCÊ utiliza as melhores práticas de Gerenciamento de Projetos divulgadas pelo PMI através do PMBOK (Project Management Body of Knowlegment) ? Nunca usa Pouco usa Regularmente Boa utilização Grande utilização

3. Você ou sua empresa utiliza alguma forma de Gerenciamento de RISCOS em Projetos de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações) ? Nunca usa Pouco usa Regularmente Boa utilização Grande utilização

4. Na sua opinião, qual a importância do Gerenciamento de Risco para atingir os objetivos de um Projeto de TIC (Tecnologia de Informação e Comunicação) ? Nenhuma Pouca Média Grande Alta

5. Selecione a ameaça que mais ocorre no Gerenciamento de Projeto de TIC na sua empresa Movimentação no quadro de pessoal (demissões, doenças, afastamentos, etc.) Escopo mal definido Prazos apertados ou inviáveis Orçamentos apertados ou inviáveis Ambiente inadequado e/ou interferindo Falhas de comunicação Outro (Por favor especificar)

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6. Como você considera a ocorrência e o risco de fatos negativos e prejudiciais ocorrerem em seus projetos ? Uma questão de SORTE ou AZAR Deixa que aconteçam para poder agir Faz prevenções ou contingências Outro (Por favor especificar)

7. O que você considera a principal BARREIRA para uma Gestão de Riscos mais EFICAZ Não existe conscientização para a Gestão de Riscos Falta de pessoal especializado em Gestão de Riscos Desconhecimento do assunto Excesso de níveis hierárquicos Burocracia Lentidão na tomada de decisões Outro (Por favor especificar)

8. Por favor, contribua com seus comentários sobre o Gerenciamento de Projetos e Riscos no nosso estado.