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Universidade de São Paulo Coordenadoria do Campus de Pirassununga Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - Departamento de Nutrição e Produção Animal Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal - Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal 1 Socioeconomia & Ciência Animal Boletim Eletrônico do LAE/FMVZ/USP Edição 031, de 20 de novembro de 2010 EDITORIAL O papel do Médico Veterinário enquanto importante agente promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental no meio rural é tratado em artigo nesta edição do boletim “Socioeconomia & Ciência Animal”. No meio científico, destacamos a realização do IV Simpósio de Pós-Graduação e Pesquisa em Nutrição e Produção Animal da FMVZ/USP. Listamos os trabalhos apresentados no evento, o conteúdo do livro “Novos Desafios da Pesquisa” publicado na ocasião e os vencedores dos prêmios de melhor aluno e melhor tese/dissertação do Programa. Por falar em prêmios, foi com muita satisfação que nossa comunidade recebeu o resultado do Prêmio Capes de Teses 2009 na área de Medicina Veterinária, outorgado a Heidge Fukumasu, sob orientação da Profa. Maria Lucia Zaidan Dagli, do Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental e Comparada da FMVZ/USP. Outra grande conquista foi obtida nos últimos dias. A Organização Internacional para a Padronização (ISO), maior desenvolvedora de normas internacionais do mundo, incluiu o bem- estar animal no recém-lançado certificado ISO 26000, que relaciona normas para responsabilidade social a serem seguidas por organizações públicas, privadas ou do terceiro setor. Trazemos em destaque notícias a esse respeito. Preparamos, ainda, uma seleção das principais notícias veiculadas na mídia nacional e internacional nas primeiras semanas de novembro. Os editores DIVULGAÇÃO O PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO ENQUANTO AGENTE DE MUDANÇA SOCIAL NO CAMPO 1 Ellen Kundiew Yamamoto 2 Flávia Serra Engles 2 Larissa de Lucca Druwe Lima 2 Mayra Bertolo Rizardi 2 Natalie Kazue Yanasse 2 Augusto Hauber Gameiro 3 Resumo A necessidade de atuação do médico veterinário no meio rural tem crescido. Este profissional pode atuar em diversas áreas como, por exemplo, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, extensão rural e, ganhando a cada dia mais importância, na promoção do desenvolvimento sustentável. Este último tem como objetivo manter equilíbrio entre a economia, política, desenvolvimento social, cultural e ambiental. Portanto exige do médico veterinário uma formação acadêmica mais completa, não focada apenas na saúde animal, mas também na saúde pública e nos aspectos sociais da população. Este artigo apresenta uma breve revisão sobre o assunto. O trabalho também traz o resultado de um ensaio realizado com 10 profissionais, médicos veterinários, atuantes no campo. 1. Introdução O papel do médico veterinário, no Brasil, foi definido pela Lei n° 5.517/1968, nos artigos quinto e sexto. Dentre suas diversas atividades, constam: i) saúde pública (zoonoses); ii) inspeção e fiscalização do ponto de vista sanitário e higiênico das indústrias e do comércio de alimentos de origem animal; iii) defesa da fauna, especialmente em relação aos animais silvestres; iv) prática clinica; v) assistência técnica e sanitária dos animais; vi) defesa sanitária animal; vii) educação rural relativa à pecuária; viii) 1 Texto originado de trabalho apresentado pelas autoras à Disciplina “Sociologia e Extensão” do Curso de Graduação em Medicina Veterinária (FMVZ/USP). 2 Alunas do Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (FMVZ/USP). 3 Professor do Departamento de Nutrição e Produção Animal (FMVZ/USP).

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EDITORIAL O papel do Médico Veterinário enquanto importante agente promotor do desenvolvimento socioeconômico e ambiental no meio rural é tratado em artigo nesta edição do boletim “Socioeconomia & Ciência Animal”. No meio científico, destacamos a realização do IV Simpósio de Pós-Graduação e Pesquisa em Nutrição e Produção Animal da FMVZ/USP. Listamos os trabalhos apresentados no evento, o conteúdo do livro “Novos Desafios da Pesquisa” publicado na ocasião e os vencedores dos prêmios de melhor aluno e melhor tese/dissertação do Programa. Por falar em prêmios, foi com muita satisfação que nossa comunidade recebeu o resultado do Prêmio Capes de Teses 2009 na área de Medicina Veterinária, outorgado a Heidge Fukumasu, sob orientação da Profa. Maria Lucia Zaidan Dagli, do Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental e Comparada da FMVZ/USP. Outra grande conquista foi obtida nos últimos dias. A Organização Internacional para a Padronização (ISO), maior desenvolvedora de normas internacionais do mundo, incluiu o bem-estar animal no recém-lançado certificado ISO 26000, que relaciona normas para responsabilidade social a serem seguidas por organizações públicas, privadas ou do terceiro setor. Trazemos em destaque notícias a esse respeito. Preparamos, ainda, uma seleção das principais notícias veiculadas na mídia nacional e internacional nas primeiras semanas de novembro. Os editores

DIVULGAÇÃO

O PAPEL DO MÉDICO VETERINÁRIO ENQUANTO AGENTE DE MUDANÇA SOCIAL

NO CAMPO1

Ellen Kundiew Yamamoto2

Flávia Serra Engles2

Larissa de Lucca Druwe Lima2

Mayra Bertolo Rizardi2

Natalie Kazue Yanasse2

Augusto Hauber Gameiro3

Resumo A necessidade de atuação do médico veterinário no meio rural tem crescido. Este profissional pode atuar em diversas áreas como, por exemplo, vigilância sanitária, vigilância epidemiológica, extensão rural e, ganhando a cada dia mais importância, na promoção do desenvolvimento sustentável. Este último tem como objetivo manter equilíbrio entre a economia, política, desenvolvimento social, cultural e ambiental. Portanto exige do médico veterinário uma formação acadêmica mais completa, não focada apenas na saúde animal, mas também na saúde pública e nos aspectos sociais da população. Este artigo apresenta uma breve revisão sobre o assunto. O trabalho também traz o resultado de um ensaio realizado com 10 profissionais, médicos veterinários, atuantes no campo.

1. Introdução

O papel do médico veterinário, no Brasil, foi definido pela Lei n° 5.517/1968, nos artigos quinto e sexto. Dentre suas diversas atividades, constam: i) saúde pública (zoonoses); ii) inspeção e fiscalização do ponto de vista sanitário e higiênico das indústrias e do comércio de alimentos de origem animal; iii) defesa da fauna, especialmente em relação aos animais silvestres; iv) prática clinica; v) assistência técnica e sanitária dos animais; vi) defesa sanitária animal; vii) educação rural relativa à pecuária; viii)

1 Texto originado de trabalho apresentado pelas autoras à

Disciplina “Sociologia e Extensão” do Curso de Graduação em Medicina Veterinária (FMVZ/USP). 2 Alunas do Curso de Graduação em Medicina Veterinária da

Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo (FMVZ/USP). 3 Professor do Departamento de Nutrição e Produção Animal

(FMVZ/USP).

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pesquisa relativa à produção animal e às indústrias derivadas (AMORIM & CARNEIRO, 2004).

Essas são algumas competências atribuídas ao medico veterinário, e visto o tamanho da sua responsabilidade no contexto da preservação do meio ambiente e da sustentabilidade para a sobrevivência humana, faz-se necessário discutir a real importância deste profissional no campo.

A área ambiental é um ponto estratégico de mudanças. É uma dimensão onde ocorrem articulações e interações ecológicas, sociais, econômicas, políticas, científicas, etc.; onde se situam interesses, atritos, e problemas sistêmicos. O ser humano, inserindo-se nesse sistema, passou a causar drásticas modificações no meio, pois, ao mesmo tempo em que age sobre o ambiente, depende de suas diversas formas de interação.

O crescimento demográfico junto com o avanço tecnológico tem causado deterioração das condições naturais do planeta. Os sucessivos acidentes ecológicos e a observação que a natureza não é capaz de absorver toda a degradação ambiental causada pelo homem, resultam na necessidade de melhor conhecê-la e conservá-la.

A problemática ambiental coloca em risco a perpetuação da espécie humana, sendo que nas últimas décadas, se tornou assunto de grande preocupação da sociedade como um todo.

Sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, ecodesenvolvimento são palavras que, hoje, ganham força, pois estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. O principal objetivo deste trabalho é discutir a inserção do médico veterinário nas atividades rurais, diante do reconhecimento de que ele pode ser um agente de extrema importância para o sistema agropecuário, ambiental, social e educacional. As perguntas que se propõe são as seguintes: qual o papel do veterinário no campo? Qual a importância deste profissional no meio rural? É possível o médico veterinário, com a formação acadêmica oferecida, promover o desenvolvimento sustentável no campo?

2. Áreas de atuação do médico veterinário no campo

O médico veterinário faz parte do grupo

de profissionais de saúde por estar habituado a proteger a população contra as enfermidades coletivas. O tipo de formação recebida pelo

veterinário está em harmonia com o conceito de saúde pública, que considera todos os fatores que determinam a saúde coletiva. Em muitas escolas de veterinária, a medicina preventiva, que se ocupa em combater as enfermidades animais, forma uma parte tão importante do programa quanto a patologia, a clínica e a cirurgia veterinária (PFUETZENREITER et al., 2004).

A veterinária contribui para a saúde humana, promovendo a saúde dos animais, que fornecem renda, alimentação, transporte, força de tração e as matérias-primas para o vestuário. Ao promover a saúde animal, a qualidade e a quantidade de produtos de origem animal são maiores. Isto é especialmente importante nos países em desenvolvimento, onde os alimentos de origem animal ajudam a melhorar o estado nutricional de pessoas, fornecendo proteínas e micronutrientes de alta qualidade. Da mesma forma, utilizando-se animais para força de tração e seu estrume para produção de fertilizantes há um aumento na produção, especialmente em fazendas de pequena escala. Em todos os países, a melhoria da saúde animal e a garantia na qualidade dos alimentos de origem animal contribuem para segurança alimentar em nível local e nacional (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002).

A saúde pública veterinária vincula a agricultura, a saúde animal, a educação, o ambiente e a saúde humana. Seus princípios de base estão fortemente ligados nas ciências biológicas e sociais que se encontram amplamente difundidos na agricultura, na medicina e no meio ambiente (PFUETZENREITER et al., 2004).

Os domínios fundamentais na saúde pública veterinária incluem: o diagnóstico, vigilância epidemiologia, controle, prevenção e eliminação de zoonoses; proteção dos alimentos; a gestão dos aspectos de saúde e instalações de animais de laboratório; laboratórios de diagnóstico e investigação biomédica; educação em saúde e extensão; produção e controle de produtos biológicos e dispositivos médicos. Outros domínios fundamentais na saúde pública veterinária podem incluir o controle de populações de animais domésticos e selvagens, a proteção de água potável e do meio ambiente, e gestão emergências de saúde pública.

Novas tecnologias têm sido aplicadas à pecuária e à indústria de alimentos, e estes têm levado à intensificação dos sistemas agrícolas. No entanto, a introdução de novas tecnologias traz um aumento dos riscos microbiológicos e toxicológicos, bem como problemas relacionados

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ao bem-estar animal. As novas tecnologias também podem trazer mudanças profundas em práticas agrícolas, o que significa que os agricultores precisam adquirir novos conhecimentos sobre o bem-estar animal e saúde, e para assegurar o treinamento adequado para os seus trabalhadores (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002).

A intensificação da agricultura levou também a outras consequências. Embora a produção e qualidade dos alimentos tenham aumentado, a introdução de novas tecnologias reduziu a demanda de trabalho no campo. Com isso, trabalhadores mais jovens vão para os centros urbanos em busca de oportunidades. Além disso, muitas vezes esses agricultores não conseguem gerar economias na mesma escala das grandes fazendas. Em tais casos, tornam-se pobres e são incapazes de pagar serviços médicos e veterinários, e isso proporciona o potencial para a falta crônica de saúde em seres humanos e animais (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002).

2.1 Vigilância epidemiológica

A Lei n°. 8.080 de 1990, define Vigilância Epidemiológica como “um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionais de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar ou adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.

Todos os níveis do sistema de saúde têm algum vínculo com a Vigilância Epidemiológica, onde as principais atribuições desta área são: coleta de dados, seguida de processamento, análise e interpretação dos mesmos; recomendação das medidas de controle apropriadas; promoção, avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; divulgação de informações pertinentes a cada situação (MENEZES, 2005).

O médico veterinário vem ocupando um lugar de destaque na Vigilância Epidemiológica, principalmente no que se refere ao controle de zoonoses. Estes profissionais são responsáveis pelo controle das alterações na sanidade animal que podem colocar em risco a população, principalmente, se tratando de doenças emergentes ou re-emergentes. Além disto, a obtenção de dados vindos de clínicas e laboratórios veterinários é imprescindível para uma boa escolha e execução das medidas que serão adotadas (MENEZES, 2005).

As zoonoses constituem um importante fator de morbidade e pobreza, pelas infecções agudas e crônicas que causam aos seres humanos e pelas perdas econômicas ocasionadas na produção animal. A prevenção e a eliminação desse tipo de enfermidade no homem dependem, em grande parte, das medidas adotadas contra essas doenças nos animais. As ações de combate não podem ser adotadas independentemente pelas autoridades sanitárias e agrícolas. Dessa forma, a melhor maneira para enfrentar o problema é coordenar os esforços dos serviços de saúde e de agricultura por meio da saúde pública veterinária (PFUETZENREITER et al., 2004).

Agentes da saúde e agentes de extensão visitam as casas dos produtores para dar conselhos de saúde para as comunidades e as famílias, especialmente nas zonas rurais. Eles estão em estreito contato com populações em risco, sobretudo em áreas remotas, que podem não ter outra fonte de informação sobre a transmissão de determinada doença.

2.2 Vigilância sanitária De acordo com o Ministério da Saúde, a

Vigilância Sanitária é definida como “um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos a saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente se relacionam com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos” (MENEZES, 2005).

A atuação inicial do médico veterinário foi na área de vigilância sanitária, onde hoje, é reconhecido dentro da estrutura profissional multidisciplinar, na qual essa contribuição vem refletindo pelo aumento da oferta de vagas pelo setor (AMORIM & CARNEIRO, 2004).

As doenças carenciais, infecciosas e parasitárias, transmitidas pela contaminação da água, solo, alimentos, insetos e vetores constituem uma grande causa de morte da população, principalmente em se tratando de países subdesenvolvidos ou ainda em desenvolvimento. Sendo assim, o controle higiênico sanitário e tecnológico destas possíveis fontes de infecção em massa representa um assunto de segurança nacional pela importância do comércio de alimentos no mundo globalizado. Neste contexto, as medidas adotadas pela

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Vigilância Sanitária irão interagir com as questões de natureza social, econômica, política e de saúde pública (MENEZES, 2005).

2.3 Extensão rural De acordo com a Associação Brasileira

de Credito e Assistência Rural (ABCAR), define-se “extensão rural” como um processo educativo que propicia assistência técnica, econômica e social às famílias rurais com o objetivo de ajudá-las a elevar seu nível de vida (ARAUJO & PETTAN, 2007).

A missão da extensão rural é difundir e transferir técnicas de trabalho, produção e comercialização, úteis e sustentáveis, aos produtores rurais, por meio de métodos educativos. Para um verdadeiro agente de extensão, produtor rural não é somente o agricultor, mas também sua esposa e filhos, porquanto todos exercem funções importantes no trabalho cotidiano de uma unidade de produção agrícola familiar (ARAUJO & PETTAN, 2007).

A transição para uma agropecuária que respeite o meio ambiente, porém, vem determinando a necessidade de um novo perfil profissional dos extensionistas, pois indica a necessidade de construção de conhecimentos sobre distintos agroecossistemas e variedades de sistemas culturais e condições econômicas. Nesses, o médico veterinário deve lançar mão de instrumentos de apoio ao desenvolvimento rural, adotar objetivos, estratégias, metodologias e práticas compatíveis com os requisitos deste novo processo (ARAÚJO & PETTAN, 2007).

O “novo” medico veterinário extensionista deve privilegiar o potencial próprio das comunidades, resgatando e interagindo com os conhecimentos dos agricultores familiares e as populações que ali vivem, estimulando o uso sustentável dos recursos locais, utilizando de pesquisa e restabelecimento do contato direto com a agricultura familiar (ARAUJO & PETTAN, 2007).

2.4 Sustentabilidade no meio rural

A sustentabilidade e o desenvolvimento

sustentável se definem por um conceito econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades atuais sem comprometer as necessidades das futuras gerações. Esse entendimento começou a se formar a partir do momento que se constatou que os recursos naturais eram utilizados de maneira

predatória, que era socialmente perverso com a disparidade social, politicamente injusto com acumulo de capital e poder e eticamente censurável no que diz respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies (SASAHARA, 2009).

O profissional de Medicina Veterinária deve ter um nível de competência consistente com as demandas da sociedade. O reconhecimento da importância do médico veterinário pela sociedade está na dependência de sua relevância social. As questões de maior relevância social apontadas para a profissão atualmente são: a) produção de alimentos com utilização de métodos sustentáveis levando em consideração o crescimento populacional; b) proteção do meio ambiente à degradação e perda da biodiversidade; c) profilaxia das novas zoonoses com potencial epidêmico. Todas essas questões apontadas estão ligadas à sustentabilidade (PFUETZENREITER et al., 2004). Poder-se-ia incluir, ainda, nesse rol de demandas sociais a crescente preocupação da sociedade com as condições (bem estar) de vida dos animais, incluindo os de produção.

A humanidade é inseparável da natureza e se a humanidade prejudica o meio ambiente, também é prejudicada. A exploração de recursos naturais causa a sua escassez devido ao uso intensivo: durante as três ultimas décadas foram consumidos 33% dos recursos naturais do planeta. Por essa velocidade de degradação, debilitamos a capacidade do planeta para sustentar o nosso modo de vida. Essa consideração fundamenta a idéia de sustentabilidade ambiental (SASAHARA, 2009).

Muitas atividades estão relacionadas ao meio ambiente, mesmo que não aparentem estar ligadas a ele. A erosão, salinização, desertificação, contaminação de recursos hídricos, dejetos orgânicos, agrotóxicos, destruição da flora e fauna, extinção das espécies, inseticidas utilizados na pastagem, promotores de crescimento e hormônios, etc., estes e mais exemplos estão diretamente ligados ao exercício da profissão do medico veterinário (AMORIM & CARNEIRO, 2004).

Altas densidades de sistemas de criação de gado geram enormes quantidades de resíduos e poluentes. Estes representam, a curto e longo prazo, riscos à saúde humana e animal, bem como para o ambiente. Esses riscos podem ser extremos em países pobres. Muitas vezes os procedimentos para lidar com os resíduos são de apenas transferi-los de um lugar para outro, sem qualquer pré-tratamento biológico ou químico.

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Agricultura sustentável Agricultura convencional Aspectos tecnológicos

1 - Adapta-se às diferentes condições regionais, aproveitando ao máximo os recursos locais. 2 - Atua considerando o agrossistema como um todo, procurando antever as possíveis conseqüências da adoção das técnicas. O manejo do solo visa sua movimentação mínima, conservando a fauna e a flora. 3 - As práticas adotadas visam estimular a atividade biológica do solo.

1 - Desconsideram-se as condições locais, impondo pacotes tecnológicos. 2 - Atua diretamente sobre os indivíduos produtivos, visando somente o aumento da produção e da produtividade. 3 - O manejo do solo, com intensa movimentação, desconsidera sua atividade orgânica e biológica.

Aspectos ecológicos 1 - Grande diversificação. Policultura e/ou culturas em rotação. 2 - Integra, sustenta e intensifica as interações biológicas. 3 - Associação da produção animal à vegetal. 4 - Agrossistemas formados por indivíduos de potencial produtivo alto ou médio e com relativa resistência às variações das condições ambientais.

1 - Pouca diversificação. Predominância de monoculturas. 2 - Reduz e simplifica as interações biológicas. 3 - Sistemas pouco estáveis, com grandes possibilidades de desequilíbrios. 4 - Formado por indivíduos com alto potencial produtivo, que necessitam de condições especiais para produzir e são altamente suscetíveis às variações ambientais.

Aspectos sócio-econômicos

1 - Retorno econômico a médio e longo prazo, com elevado objetivo social. 2 - Relação capital/homem baixa. 3 - Alta eficiência energética. Grande parte da energia introduzida e produzida é reciclada. 4 - Alimentos de alto valor biológico e sem resíduos químicos.

1 - Rápido retorno econômico, com objetivo social de classe. 2 - Maior relação capital/homem. 3 - Baixa eficiência energética. A maior parte da energia gasta no processo produtivo é introduzida, e é, em grande parte, dissipada. 4 - Alimentos de menor valor biológico e com resíduos químicos.

Parecer Nº 105/2002 MATÉRIAS DE FORMAÇÃO BÁSICA

1. Ciências Biológicas e da Saúde – incluem-se os conteúdos (teóricos e práticos) de base moleculares e celulares dos processos normais e alterados, da estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, bem como processos bioquímicos, biofísicos, microbiológicos, imunológicos, genética molecular e bioinformática em todo desenvolvimento do processo saúde-doença, inerentes à Medicina Veterinária.

MATÉRIAS DE FORMAÇÃO GERAL 1. Ciências Humanas e Sociais – Incluem-se os conteúdos referentes às diversas dimensões da relação indivíduo/sociedade, contribuindo para a compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, ecológicos, éticos e legais e conteúdos envolvendo a comunicação, a informática, a economia e gestão administrativa em nível individual e coletivo.

MATÉRIAS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL 1. Ciências da Medicina Veterinária – Incluem-se os conteúdos teóricos e práticos relacionados com saúde-doença, produção animal e ambiente, com ênfase nas áreas de Saúde Animal, Clínica e Cirurgia veterinárias, Medicina Veterinária Preventiva, Saúde Pública, Zootecnia, Produção Animal e Inspeção e Tecnologia de Produtos de origem Animal, contemplando os conteúdos teóricos e práticos a seguir: 2. Clínica Veterinária - Incorporando conhecimentos de clínica, cirurgia e fisiopatologia da reprodução com ênfase nos aspectos semiológicos e laboratoriais, visando a determinação da etiopatogenia, do diagnóstico e dos tratamentos médico ou cirúrgico das enfermidades de diferentes naturezas. 3. Medicina Veterinária Preventiva e Saúde Pública - Reunindo conteúdos essenciais às atividades destinadas ao planejamento em saúde, a epidemiologia, controle e erradicação das enfermidades infecto-contagiosas, parasitárias e zoonoses, saneamento ambiental, produção e controle de produtos biológicos. 4. Inspeção e Tecnologia dos Produtos de Origem Animal - Incluindo classificação, processamento, padronização, conservação e inspeção higiênica e sanitária dos produtos de origem animal e dos seus derivados. 5. Zootecnia e Produção Animal - Envolvendo sistemas de criação, manejo, nutrição, biotécnicas da reprodução, exploração econômica e ecologicamente sustentável, incluindo agronegócios.

Consequentemente, pesquisas em eliminação de resíduos e manutenção da saúde são extremamente necessárias a fim de desenvolver métodos adequados para lidar com os resíduos informando os agricultores sobre os riscos envolvidos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002).

As ações em saúde e meio ambiente do veterinário também devem estar articuladas com os movimentos sociais, organizações comunitárias e o restante da sociedade civil organizada para realizar a mobilização social e exercício da cidadania. Quando em clínica, o veterinário não tem função apenas de diagnosticar um paciente, mas levar em conta como isso tem influencia direta sobre o meio ambiente onde vivemos, tendo em vista a promoção de ambientes saudáveis tanto para animais quanto para humanos (AMORIM & CARNEIRO, 2004).

Carmo (1998) sistematiza, como reproduzido na Tabela 1, as diferenças entre uma agricultura sustentável e uma agricultura convencional e afirma que uma concepção física de agricultura sustentável é a de manter a produtividade do solo, onde a vida do solo, o equilíbrio dos ecossistemas, a diversificação e o uso de matéria orgânica são alguns dos elementos que devem ter sua utilização modificada em uma nova agricultura. Tabela 1 - Principais Diferenças entre Agricultura Sustentável e Convencional.

Fonte: Sistematizada e adaptada por Carmo (1998).

A diminuição da pobreza principalmente nas comunidades rurais, a produção de alimentos sem degradação do meio ambiente e o controle de enfermidades relacionadas ao meio ambiente constituem alguns dos desafios para a população mundial atual. A importância da participação do sanitarista veterinário cresce nessas questões ligadas à sustentabilidade, em que as populações devem examinar seus padrões de produção e consumo e se comprometer com um crescimento econômico responsável que respeite o meio ambiente. Todos esses tópicos ligados à sustentabilidade devem ser mais enfatizados na formação do médico veterinário (PFUETZENREITER et al., 2004).

3. A formação acadêmica do Médico Veterinário

A Tabela 2 apresenta o currículo mínimo

exigido dos cursos de Medicina Veterinária do Brasil aprovado em 2002 (Parecer nº 105/2002), onde mostra as exigências mínimas nas matérias de formação básica, matérias de formação geral e matérias de formação profissional. Tabela 2 - Currículo mínimo de Medicina Veterinária.

Em 2003 realizou-se um estudo nas oito

Instituições mais antigas de Ensino Superior de Medicina Veterinária no Brasil. Foram analisadas as categorias principais, que correspondem aos

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Curso CV1(%) MVPSP2(%) ZPA3(%) MB4(%) Outros5(%) CH Total6(%) UFBA 34,55 10,47 23,04 26,18 5,76 3.630 UFF 35,04 12,77 14,23 31,75 6,20 4.650

UFMG 38,49 13,89 16,27 25,79 5,56 3.870 UFPR 35,18 13,04 19,76 31,23 0,79 4.500

UFRGS 42,62 10,06 21,48 21,14 4,70 5.070 UFRPE 37,20 13,20 19,60 24,40 5,60 4.140 UFRRJ 42,65 10,05 14,69 28,31 4,30 4.245

USP 42,47 9,70 15,38 30,77 1,67 4.995

Curso Inspeção e tecnologia1 (%)

Meio ambiente2 (%)

Saúde3 (%) Meio ambiente e saúde (%)

UFBA 60,00 - 40,00 - UFF 74,29 8,57 17,14 -

UFMG 62,86 8,57 28,57 - UFPR 48,48 9,09 36,36 6,06

UFRGS 53,33 6,67 40,00 - UFRPE 63,64 12,12 24,24 - UFRRJ 71,43 14,28 14,28 -

USP 44,83 - 55,17 -

campos de atuação da profissão: i) clínica veterinária; ii) medicina veterinária preventiva e saúde pública; iii) zootecnia e produção animal. Foi feita a analise dos conteúdos das disciplinas obrigatórias de cada curso e classificados dentro dos “estilos de pensamento”, observando a carga horária destinada a cada estilo dentro do curso, além dos programas curriculares das disciplinas ligadas à medicina veterinária preventiva e saúde pública, fazendo ao final, uma comparação entre os currículos (PFUETZENREITER & ZYLBERSZTAJN, 2004).

A pesquisa demonstrou que em todos os cursos é observada que a maior parte dos conhecimentos passados é de clínica veterinária, seguida pelo da zootecnia e produção animal, com a menor participação para a medicina veterinária preventiva e saúde pública (Tabela 3). A baixa representatividade deste último indica que ele ainda não se firmou dentro da estrutura dos cursos, apesar da grande importância dos conhecimentos nas diferentes áreas de atuação profissional (PFUETZENREITER & ZYLBERSZTAJN, 2004). Tabela 3 – Percentagem de carga horária referente aos estilos de pensamento em universidades brasileiras

Legenda: 1. Estilo de pensamento de clínica veterinária; 2. Estilo de pensamento de medicina veterinária preventiva e saúde pública; 3. Estilo de pensamento de zootecnia e produção animal; 4. MB: matérias básicas; 5. Outros/Mesclas: outros estilos de pensamento e mesclas de estilos; 6. CH Total: carga horária total do curso, que inclui as disciplinas e o estágio obrigatório. Fonte: Adaptado de PFUETZENREITER & ZYLBERSZTAJN, 2004.

As cargas horárias em relação às

diversas atividades dentro do estilo de pensamento da medicina veterinária preventiva e saúde pública estão distribuídas de maneira relativamente desuniforme (Tabela 4). As disciplinas de inspeção e tecnologia de alimentos, que apresentam uma visão higienista-preventivista, são as que possuem maior carga horária na maioria das faculdades, havendo poucas exceções, como é o caso da USP. As

disciplinas que trabalham conteúdos relacionados ao meio ambiente, caracterizados pela visão social, são as que apresentam menor carga horária. Os conteúdos ligados à epidemiologia, zoonoses, educação em saúde, administração e planejamento em saúde, que possuem tendências de natureza higienista-preventivista e também social, são os que estão distribuídos mais irregularmente, o que mostra que não estão ainda bem firmados o ensino na medicina veterinária preventiva e saúde pública (PFUETZENREITER & ZYLBERSZTAJN, 2004). Tabela 4 – Carga horária relativa às atividades da medicina veterinária preventiva e saúde pública nos cursos de medicina veterinária das universidades pioneiras do Brasil.

Legenda: 1. Disciplinas com conteúdos relacionados à inspeção e tecnologia de produtos de origem animal; 2. Disciplinas com conteúdos relacionados à ecologia e meio ambiente; 3. Disciplinas com conteúdos relacionados à epidemiologia, zoonoses, educação em saúde; administração e planejamento em saúde. Fonte: Adaptado de PFUETZENREITER & ZYLBERSZTAJN, 2004.

Os autores do trabalho concluíram que o foco principal das universidades estudadas é para uma formação tecnicista baseada no desenvolvimento de conhecimentos teóricos e práticos específicos das áreas de atuação da medicina veterinária, sem se preocupar com uma formação mais ampla que inclua o conhecimento humano, como as ciências humanas e sociais, que são aspectos fundamentais para a formação de pensamento da medicina veterinária preventiva e saúde pública.

4. Um breve ensaio: a opinião dos profissionais

Formulamos um questionário que foi aplicado entre profissionais formados em Medicina Veterinária e que atuam no meio rural. Essa pesquisa envolveu 10 profissionais e foi

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realizada no período de 15 a 23 de março de 2010.

As perguntas foram: 1) Logo depois de formado (a), sentiu-se seguro (a) para atuar como médico veterinário no campo? 2) Você se acha devidamente valorizado pelo que faz? 3) Em uma escala de 0 a 10, em sua opinião, qual a importância do médico veterinário no meio rural? 4) O que você entende por sustentabilidade rural? 5) A formação básica do médico veterinário é suficiente para a manutenção de um sistema de produção sustentável? Os resultados são apresentados na sequência.

1. Logo depois de formado (a), sentiu-se seguro (a) para atuar como médico veterinário no campo?

De acordo com o gráfico, 80% dos

entrevistados não se sentiram prontos para atuar no campo logo após sua formação acadêmica. Somente 20% responderam positivamente à pergunta.

2. Você se acha devidamente valorizado pelo que faz?

De acordo com a segunda pergunta, mais da

metade dos entrevistados, o equivalente a 60%, não se sentem valorizados pela sua atuação. Um dos entrevistados respondeu que ao mesmo tempo se sente valorizado e desvalorizado pelo que faz, dependendo da situação

3. Em uma escala de 0 a 10, em sua opinião, qual a importância do médico veterinário no meio rural?

A média calculada entre as respostas dos

entrevistados ficou em 9,2. Para os que responderam 10, o médico veterinário é um profissional com alta importância para atuar em diversos segmentos da sociedade, principalmente em saúde animal, que é a base do sistema de produção. Foi citado também que o veterinário tem habilidade e capacidade de produção de alimentos preservando o bem-estar dos animais e mantém a saúde publica fazendo o controle de zoonoses. As notas menores ou iguais a 9,0 foram atribuídas devido ao fato de que o médico veterinário não trabalha sozinho, e depende de outros profissionais da área, assim como dos próprios produtores.

4. O que você entende por sustentabilidade rural?

Nesta pergunta observamos que os

entrevistados tiveram dificuldade em respondê-la, onde alguns sentiram a necessidade, inclusive, de consultar o significado de sustentabilidade. Com isso, 70% dos entrevistados responderam que o termo “sustentabilidade” visa a um sistema de produção que busque a racionalidade dos recursos naturais, ao mesmo tempo em que tenta minimizar os impactos ambientais sobre a exploração da natureza, buscando um equilíbrio entre bem-estar e aos meios de vida de hoje em dia. Os 30% restantes nem sequer utilizaram a palavra “meio ambiente”, e para essa pequena parcela, sustentabilidade é a produção com máximo de aproveitamento da cadeia produtiva e a produção do suficiente para suas necessidades.

5. A formação básica do médico veterinário

é suficiente para a manutenção de um sistema de produção sustentável?

A maioria (73%) acha que como a

sustentabilidade é multidisciplinar, o médico veterinário, sozinho, não consegue elaborar

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meios de explorar a natureza de forma cautelosa, pois além de precisar da ajuda de outros profissionais, ele precisa entender mais de responsabilidade social e educação humanitária. Já 27% têm opinião oposta: acham que o médico veterinário tem sim capacidade de criar métodos de produção sustentável, pois sua grade curricular fornece as ferramentas necessárias para que o veterinário consiga participar mais ativamente de projetos que visem à preservação juntamente com a exploração de recursos naturais de forma segura.

5. Considerações finais

A necessidade do médico veterinário no

meio rural vem crescendo, não somente como sanitarista ou no controle de epidemias, mas principalmente na preservação do meio ambiente. Essa preocupação com a conscientização engloba todas as áreas ocupadas por este profissional, necessitando ainda a interação social, cultural, política e econômica. No entanto, muitos profissionais recém-formados, não se consideram qualificados com a exigência do mercado para oferecer idéias criativas de como auxiliar e praticar a sustentabilidade na sua profissão. E devido à tamanha importância desse profissional em tantas áreas, sua formação é fundamental para que ele consiga expressar toda sua capacidade.

De acordo com nossa pesquisa, as opiniões dos médicos veterinários são bastante diferentes. Apenas uma pequena parcela defende que o veterinário pode atuar facilmente em um ramo multidisciplinar tendo, somente, a bagagem de sua graduação, enquanto a maioria acha fundamental que o mesmo aprenda mais sobre educação e responsabilidade social, não só em relação à questão da sustentabilidade, mas

também pelo grau de relevância que este profissional tem na relação saúde publica e saúde animal. Isto indica que há necessidade de uma atenção maior para a saúde coletiva, levando em consideração os aspectos sociais, culturais e econômicos e passem a ter um grau maior de comprometimento com a saúde da população. A falta de interação entre a medicina veterinária preventiva e saúde pública com as ciências humanas e sociais é um reflexo da falta de interação dos cursos com outras áreas do conhecimento. Referências ARAUJO, R. T.; PETTAN, K. B. A política nacional de assistência técnica e extensão rural (PNATER) e o novo perfil profissional do médico veterinário. Ensaios e Ciência, v.5, n.5, 2007. Disponível em: http://sare.unianhanguera.edu.br/index.php/rensc/article/viewFile/372/373. AMORIM, A.M.; CARNEIRO, F.F. A participação do Médico Veterinário nas questões ambientais, 2004. Disponível em: http://27enevet.files.wordpress.com/2008/06/a-participacao-dos-medicos-veterinarios-nas-questoes-ambientais.pdf. ASTUDILLO, V.; ZOTTELE, A.; SERRÃO, U. M. Os Sistemas de Atenção Veterinária Frente à Erradicação da Febre Aftosa, Revista Brasileira de Medicina Veterinária, v.16, n.6, 1994. Disponível em: http://bvs1.panaftosa.org.br/local/File/textoc/Astudillo-FMD-atencao-veterinaria.pdf. CARMO, M. S. A produção familiar como locus ideal da agricultura sustentável. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 45, n.1. p.1-15, 1998. Disponível em: http://www.iea.sp.gov.br/OUT/verTexto.php?codTexto=946. DECHEN, A.; ASSI, A.L.; ZAMPAR, C.G.; ARAÚJO, J.F.; ENUMO, S.N.; SANTOS, T.P.P. Sustentabilidade e o Papel do Médico Veterinário. Artigo apresentado à Disciplina de Sociologia e Extensão, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, São Paulo, 2009 (não publicado). MENEZES, C.C.F. A importância do Médico Veterinário na Saúde Pública. Fortaleza, UECE:

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2005. Dissertação (Monografia) - Conclusão do curso de graduação, Faculdade de Medicina Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2005. Disponível em: http://www.monografias.brasilescola.com/saude/a-importancia-medico-veterinario-na-saude-publica.htm. MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. Versão Final: 25/05/2004. MDA, Brasília: 2004. OLIVETTE, M. P. A. O setor agropecuário no contexto da sustentabilidade: a região Oeste do Estado de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2005. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-20022006-144438/pt-br.php PFUETZENREITER, M.R.; ZYLBERSZTAJN, A. O ensino de saúde e os currículos dos cursos de medicina veterinária: um estudo de caso, Interface: Comunicação, Saúde, Educação, v.8, n.15, p.349-60, mar/ago 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/icse/v8n15/a12v8n15.pdf PFUETZENREITER, M. R.; PIRES, F. D. A.; ZYLBERSZTAJN, A. Evolução histórica da medicina veterinária preventiva e saúde pública. Ciência Rural, vol.34, n.5, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782004000500055. RIBEIRO, H.C.; CARVALHO, D.S.; SANTOS, G.V.C.; MENEZES, T.M.; CARVALHO, Z.A.Q.; SANTOS, N.V.M. A importância da extensão rural na preservação da fauna nativa, 2009. Resumos da IX Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão. Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009. Disponível em: http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R0708-3.pdf. SASAHARA, C. Sustentabilidade: a perda do caráter de mudança estrutural no conceito, 2009. Dissertação (Mestrado). Ecologia de Agroecossistemas. Universidade de São Paulo. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-17112009-081704/pt-br.php. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Future Trends in Veterinary Public Health. Report of a

WHO Study Group. Geneva, 2002. (Technical Report Series n.907). SEÇÃO ESPECIAL

NOVOS DESAFIOS DA PESQUISA EM NUTRIÇÃO E PRODUÇÃO ANIMAL

– EDIÇÃO 2010 –

Marcos Veiga dos Santos Luis Felipe Prada e Silva Francisco Palma Rennó Ricardo de Albuquerque

(Organizadores) A organização da edição 2010 da publicação “Novos Desafios da Pesquisa em Nutrição e Produção Animal” tem por objetivo divulgar os mais recentes avanços na pesquisa desenvolvida dentro do Departamento de Nutrição e Produção Animal (VNP) da FMVZ/USP, bem como apresentar a visão crítica dos pesquisadores sobre temas relevantes à nutrição e produção animal. Considerando o escopo, a obra está organizada em 13 capítulos, nos quais os autores apresentam seus resultados de pesquisa e revisam, com visão abrangente e crítica, importantes temas de interesse da comunidade científica desta área de conhecimento. Todas estas contribuições são fruto de consolidação e do avanço de projetos científicos desenvolvidos por docentes, alunos e colaboradores do VNP, os quais tem resultado no avanço do conhecimento científico e na formação de recursos humanos altamente qualificados em nível de iniciação científica, mestrado e doutorado. Os organizadores acreditam que esta coletânea possa contribuir com a difusão do conhecimento científico, cujo conteúdo específico fica, muitas vezes, fragmentado em artigos publicados em revistas especializadas. Desta forma, este livro é recomendado para todos que buscam aprofundamento científico em relação à fronteira do conhecimento sobre alguns dos grandes temas de importância para a Nutrição e Produção Animal.

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CAPÍTULO I: ANTIBIÓTICOS, PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS COMO ADITIVOS ZOOTÉCNICOS PARA FRANGOS DE CORTE Yonemura, C.Y.; Russo, F.A.; Ferreira, J.G.; Burbarelli, M.F.C.; Antunes, M.T.; Luppi, M.F.R.; Ferreira, N.T.; Pulici, P.M.M.; Ribeiro, P.A.P.; Albuquerque, R. Na primeira metade do século passado a indústria animal, em especial aquela da área avícola, desenvolveu-se de forma efetiva, melhorando os resultados zootécnicos e disponibilizando a cada ano uma maior quantidade e diversificação de alimentos. Este fato refletiu e vem refletindo, em nosso país, na forma de produtos avícolas de menor custo e, conseqüentemente, em uma maior oportunidade de consumo dos mesmos por parte dos cidadãos; tem possibilitado, também, os excelentes resultados da balança comercial brasileira, decorrência direta do aumento de exportação de produtos cárneos e, de modo muito particular, da carne de frango. Os progressos advindos de diversas áreas do conhecimento foram fundamentais para o progresso da avicultura nacional. De fato, a relevância dos conhecimentos angariados na área de sanidade animal, e o emprego de técnicas de melhoramento genético vem possibilitando, indiscutivelmente, ganhos efetivos de desempenho zootécnico. Foi assim que - através de cruzamentos e de seleção – escolheu-se da população de aves os indivíduos mais qualificados e que, a cada geração, foram transferindo suas qualificações genéticas, o que permitiu a obtenção de plantéis com excelentes habilidades de produção. Este procedimento técnico exigiu dos responsáveis pelos elos da cadeia produtiva aviária, um acompanhamento dos animais por um período superior a 50 anos. Neste mesmo período, a evolução do conhecimento das necessidades nutricionais das aves, bem como daqueles ligado às relações indivíduo – indivíduo e às necessidades ambientais, permitiu uma melhora substancial dos procedimentos de manejo em avicultura. Em seu conjunto, estas competências têm colaborado de maneira decisiva para o aumento da eficiência zootécnica das criações, de forma tal que se atingissem hoje, os indicadores técnicos de excelência que pontuam o agronegócio brasileiro. Assim, em um cenário em que os custos da ração atingem patamares cada vez mais elevados em função, por exemplo, dos aumentos de preço da soja e do milho, o rendimento adicional carreado pelo uso de aditivos antimicrobianos não pode ser

desprezado. Por outro lado, o fato de vivermos em um país tropical e de empregarmos um tipo de manejo que permite o aparecimento e a propagação de infecções clínicas ou sub-clínicas em nossos plantéis praticamente condiciona o uso de medicação preventiva. Neste contexto, e ainda que aparentemente de forma paradoxal, trabalhos recentes têm mostrado que o banimento pela Suécia e pela Dinamarca do uso de antimicrobianos como aditivos em avicultura está ocasionando um aumento do consumo dos mesmos nestes países, agora na forma de medicação terapêutica destinada ao tratamento de processos infecciosos instalados principalmente no trato gastrintestinal das aves. O presente trabalho abordará a questão do uso dos antimicrobianos e de alguns produtos alternativos (probióticos, prebióticos e simbióticos) como aditivos zootécnicos em avicultura. CAPÍTULO II: IMUNIZAÇÃO PASSIVA COMO POTENCIAL FERRAMENTA PARA MANIPULAÇÃO DA FERMENTAÇÃO RUMINAL E SEUS EFEITOS EM BOVINOS DE CORTE E LEITE Marino, C.T.; Otero, W.G.; Bastos, J.P.S.T.; Millen, D.D.; Pacheco, R.D.L.; Ferreira, F.A.; Arrigoni, M.B.; Rodrigues, P.H.M. Nas últimas décadas tem sido notável o desenvolvimento mundial na produção de carne e leite bovina. Na área de manejo nutricional, a utilização de ionóforos tem sido imprescindível para otimizar a eficiência das dietas utilizadas e prevenir os distúrbios metabólicos que podem ser provocados pelo aumento da proporção de alimentos prontamente fermentescíveis presentes na dieta. Porém, a busca do mercado consumidor por produtos de origem animal oriundos de criações que utilizam a menor quantidade de substâncias sintéticas quanto possível, abre espaço para a pesquisa de novos aditivos alimentares. Neste contexto, surge a possibilidade da utilização do conceito de imunização passiva para manipulação da fermentação ruminal através de anticorpos policlonais produzidos contra bactérias ruminais específicas. Assim, esta revisão bibliográfica tem como objetivo apresentar os resultados com a utilização dos anticorpos policlonais no comportamento ingestivo, desempenho de bovinos de corte e na manipulação da fermentação ruminal.

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CAPÍTULO III: AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIMICROBIANO E DE CICATRIZAÇÃO DO MUCO DE ESCARGOT ACHATINA SP Martins, M.F.; Pieruzzi, P.A.P.; Paim, E.F. Os caracóis terrestres pertencem à família Achatinidae (África) e Helicidae (Europa). A espécie mais conhecida é o Achatina fulica (Gigante africano), sendo a mais recomendada para as regiões tropicais e subtropicais devido a sua capacidade de adaptação a estes climas. O muco de caracóis terrestres Achatina sp tem sido pesquisado devido a sua atividade cicatrizante, antimicrobiana, antitumoral e cosmética. Em busca de produtos de origem animal de importância terapêutica, a exemplo de venenos dos aracnídeos, própolis e mel das abelhas e, com a experiência acumulada ao longo desses anos sobre as propriedades farmacológicas do muco do escargot Achatina sp, muitas questões estão sendo revisadas e indagações suscitadas com o propósito de suas aplicações terapêuticas e cosméticas utilizadas desde os primórdios da humanidade. CAPÍTULO IV: FINGERPRINTING POR ESPECTROMETRIA DE MASSAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE AGENTES CAUSADORES DA MASTITE BOVINA Barreiro, J.R.; Beuron, D.C.; Naves, J.R.; Gonçalves, J.L; Cortinhas, C.S.; Jesus, E.F.; Ferreira, C.R.; Santos, M.V. A mastite é uma das principais doenças de vacas leiteiras em todo o mundo. O diagnóstico de rotina pode ser feito por meio de cultura microbiológica, cujo procedimento é demorado. A espectrometria de massas, utilizando matriz assistida por dessorção e ionização por tempo-de-vôo (MALDI-TOF MS) vem sendo usada para identificar e caracterizar microrganismos de forma rápida, utilizando protocolo de extração de amostra de fácil execução. Esta técnica permite a identificação de bactérias com alta confiabilidade e velocidade a partir de extrato bruto bacteriano ou bactérias lisadas. Com o uso de MALDITOF MS, 33 isolados bacterianos do leite obtidos de diferentes vacas leiteiras foram analisadas e os resultados foram comparados com aqueles obtidos pelo método microbiológico. A metodologia de MALDI-TOF MS apresentou confiabilidade para a identificação bacteriana de bactérias isoladas em 24 h de cultivo em casos de mastite subclínica, possibilitando emprego

imediato de medidas de controle da mastite e controle da qualidade do leite na indústria de laticínios. CAPÍTULO V: BIOLOGIA MOLECULAR NO MELHORAMENTO DO VALOR NUTRITIVO DE FORRAGENS TROPICAIS Prada e Silva, L.F.; Gerônimo, D.M.; Mesquita, L.G. O Brasil apresenta grande heterogeneidade de sistemas de produção de bovinos à pasto, com maior ou menor aplicação de tecnologia, o que dificulta a identificação de objetivos claros em programas de melhoramento de plantas forrageiras. Apesar desta heterogeneidade, a produção de bovinos vem apresentando melhora nos índices produtivos, o que, combinado com a pressão nacional e internacional para que os biomas Amazônia e Cerrado sejam preservados, indica que o mercado buscará cultivares de plantas forrageiras que aumentem a produtividade por área em sistemas mais intensivos de produção. O principal limitante da maior lotação animal em áreas de pastagem é a estacionalidade da produção do pasto, sendo este um importante objetivo de programas de melhoramento (Valle et al., 2009). No entanto, apesar da expressão de alguns genes já ter sido relacionada com a resistência a seca e salinidade (Kim et al., 2010), será preciso ainda um grande avanço no conhecimento para que a transgenia consiga contribuir de maneira significativa para aliviar o problema de baixa produção de pastagens na época da seca. Outro importante limitante da produção animal em pastagens é a baixa qualidade nutricional, ou ainda mais precisamente, a rápida queda da qualidade nutricional com a maturidade. A parede celular (fibra) corresponde de 50 a 80% da matéria seca (MS) de forragens, e representa a maior fonte de energia para ruminantes. O sistema digestivo dos ruminantes e populações microbianas associadas são adaptados para obter nutrientes e energia da parede celular de forragens; mas, infelizmente menos de 50% desta fração é digerida e utilizada pelo animal (Buxton & Redfearn, 1997). Sendo assim, a qualidade da fibra é o fator mais limitante à produção de ruminantes em regiões tropicais (Wattiaux et al., 1991). (...) O melhoramento genético é um dos meios mais efetivos para o aumento da produtividade e qualidade de plantas forrageiras. No entanto, plantas forrageiras apresentam enorme variabilidade no número de cromossomos, comportamento reprodutivo,

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incompatibilidade sexual e modo de polinização, o que representa tanto desafios como oportunidades para o desenvolvimento de melhores cultivares. (...) Esta revisão irá focar no uso da transgenia como ferramenta para acelerar o melhoramento de plantas forrageiras tropicais, visando principalmente o desenvolvimento de ecótipos com maior valor nutritivo, sem prejudicar a resistência à insetos herbívoros. Por que utilizar biologia molecular no melhoramento de plantas forrageiras? Avanços recentes em conhecimentos e técnicas de genética molecular modificaram radicalmente a percepção científica sobre a maneira e o grau no qual as plantas podem ser geneticamente modificadas para aumentar seu valor nutritivo. CAPÍTULO VI: LEVEDURAS NA ALIMENTAÇÃO DE MONOGÁSTRICOS Valadares, L.S.C.; Barbosa, L.C.G.S.; Freitas, B.V.; Freitas, T.C.; Araújo, C.S.S.; Albuquerque, R.; Araújo, L.F. Nós últimos anos, a utilização de leveduras na alimentação animal tem se tornado cada vez mais frequente. Em animais monogástricos, um das principais funções exercidas pelas leveduras é a promoção da saúde intestinal o que resulta, consequentemente, em melhor desempenho dos animais. Vários trabalhos foram conduzidos com o objetivo de avaliar o efeito de diferentes fontes de levedura na alimentação de suínos e aves, cujos resultados são descritos nas tabelas apresentadas nesta revisão. CAPÍTULO VII: FONTES DE GORDURA NA ALIMENTAÇÃO DE VACAS LEITEIRAS: FLUXO INTESTINAL DE ÁCIDOS GRAXOS E MANIPULAÇÃO DO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DO LEITE Rennó, F.P.; Venturelli, B.C.; Freitas Júnior, J.E.; Gandra, J.R.; Barletta, R.V.; Vilela, F.G.; Naves, A.B.; Verdurico, L.C. Objetivou-se nesta revisão de literatura discutir como as diferentes fontes de gordura influenciam o fluxo intestinal de ácidos graxos e afetam o perfil de ácidos graxos do leite em vacas leiteiras. A grande variação entre a gordura da dieta e a gordura secretada ou depositada em ruminantes está nas mudanças ocorridas no perfil dos ácidos graxos durante o processo de digestão. Os

estudos conduzidos nas últimas décadas têm buscado entender de forma concreta como ocorre o metabolismo digestivo de vacas leiteiras suplementadas com fontes de gordura. Entretanto, diante das descobertas de intermediários do processo de biohidrogenação aliada a dinâmica ruminal, em diferentes sistemas de produção, os resultados observados na literatura sobre fluxo e alterações no perfil de ácidos do leite são inconsistentes. É possível afirmar que pouco se sabe sobre o efeito da inclusão de sementes de oleaginosas, como o grão de soja em altos níveis da dieta de vacas leiteiras, e seus efeitos sobre o processo de fluxo intestinal e alteração da composição do perfil de ácidos graxos do leite. Contudo, a grande diversidade de métodos de coleta e técnicas para avaliar o fluxo intestinal tem desviado o objetivo final em busca dos efeitos das fontes de gordura. Portanto, novos estudos são necessários que permitam a avaliação da utilização de fontes de gordura em animais de alta produção e que permitam a recomendação de níveis e fontes adequadas de ácidos graxos em diferentes fases de produção e com diferentes objetivos nutricionais. CAPÍTULO VIII: USO DE ENZIMAS EXÓGENAS NA ALIMENTAÇÃO DE FRANGOS DE CORTE Freitas, T.C.; Valadares, L.S.C.; ¹ Barbosa, L.C.G.S.; Freitas, B.V.; Albuquerque, R.; Araújo, L.F.; Araújo, C.S.S. Um dos grandes objetivos na produção de aves atualmente, é a busca por redução dos custos de produção sem afetar o desempenho dos animais. Os principais ingredientes utilizados na alimentação, como o milho e o farelo de soja, além de ingredientes alternativos apresentam fatores antinutricionais que, se não forem considerados, podem comprometer o desempenho dos animais. Por estes motivos, tem-se buscado alternativas para maximizar o potencial genético dos animais com o uso de aditivos nutricionais. As enzimas exógenas apresentam como benefícios a manutenção da qualidade dos alimentos, a melhora na digestibilidade dos nutrientes, a redução da umidade das excretas e a eliminação em parte ou total dos fatores antinutricionais dos alimentos utilizados na alimentação de aves. Sendo assim, esta revisão teve como objetivo elaborar este documento com base nos avanços e demais

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utilizações das enzimas exógenas na alimentação de aves. CAPÍTULO IX: MODELAGEM MATEMÁTICA PARA O PLANEJAMENTO, OTIMIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA Gameiro, A.H.; Caixeta Filho, J.V.; Barros, C.S. O objetivo deste capítulo é analisar o surgimento e os avanços da modelagem matemática, com destaque para a área do conhecimento denominada de “Pesquisa Operacional”, aplicada ao planejamento e avaliação da produção agropecuária. É apresentado um modelo matemático multiobjetivo para otimização e avaliação de uma propriedade rural caracterizada pela integração entre lavoura (culturas vegetais) e pecuária (culturas animais). Procurou-se ressaltar que o aumento da complexidade envolvida nos sistemas produtivos, em função da necessidade de se considerar aspectos sociais e ambientais, além dos técnicos, implicará esforços para o desenvolvimento de novos métodos e ferramentas auxiliares no processo de tomada de decisão quanto às três questões centrais dos sistemas sociais: o que produzir, como produzir e para quem produzir. Como resultado, tem-se que o modelo pode ser utilizado como ferramenta para simular os impactos na realocação dos recursos diante de mudanças nas prioridades (pesos) atribuídas a cada um dos três grupos de variáveis consideradas: econômicas, ambientais e sociais. Todavia, para a elaboração do modelo é necessário que se tenha disponível um detalhamento bastante minucioso dos dados, o que implicará tanto esforços gerenciais de campo, quando da pesquisa científica. CAPÍTULO X: EFEITO DA INTERAÇÃO NUTRIÇÃO E REPRODUÇÃO EM REPRODUTORES SUÍNOS Moretti, A.S.; Martins, S.M.M.K.; Afonso, E.R.; Parazzi, L.J.; Eckhardt, O.H.O.; Santo, T.A. A suinocultura diante do atual avanço no conhecimento técnico e científico principalmente nas áreas do melhoramento genético, vive momentos de mudanças na biologia do animal, as quais tem requerido novas adaptações nos vários segmentos da produção, visando atender a progressiva melhora na produtividade e qualidade do produto final. Com o desenvolvimento dos programas de seleção genética e hibridação, pesquisadores se vêem diante da necessidade

em avaliar as novas linhagens, quanto ao desempenho reprodutivo de fêmeas, bem como, quanto a definição de estratégias que possam adequar o potencial o potencial genético conquistado com a precocidade de crescimento dos animais. Diante dessa perspectiva, atenção deve ser dada às fêmeas primíparas, pois, deve ser considerada a conciliação da continuidade do seu crescimento desde a puberdade seguindo-se com o período pós púbere, a posterior manutenção da primeira gestação, o adequado aporte de nutrientes aos embriões e fetos, a galactogênese, mamogênese e ainda o posterior retorno a atividade estral pós-desmame ( Whittemore,1996; Verstegen et al.,1998;). A utilização de um manejo nutricional inadequado em uma fase do ciclo reprodutivo pode influenciar vários aspectos da biologia reprodutiva, tendo como reflexo o possível prolongamento do intervalo desmame estro fértil, a diminuição da taxa de ovulação e redução da sobrevivência embrionária (Foxcroft, 1997; Sincclair et al.,2001). Nesta interação, nutrição e reprodução, estão relacionadas diversas substâncias, dentre as quais, nutrientes, hormônios e neuropeptídeos, os quais atuam em mecanismos fisiológicos variados, agindo em diferentes pontos do eixo hipotálamo- hipófise-ovário-útero (Prunier e Quesnel, 2000). Busca-se, na verdade, o entendimento necessário para proporcionar às fêmeas suínas um desempenho reprodutivo que, em um seqüencial de acréscimos de parto a parto, mantenha um estado metabólico ideal e característico para a faixa etária e fase de produção específica. Nesta linha de investigação, destaca-se a importância de averiguações que elucidem os fatores nutricionais que contribuam com a ocorrência de perdas na eficiência reprodutiva em fêmeas suínas levando a redução do número de leitões na segunda leitegada , conhecida com Síndrome do Segundo Parto. Esta síndrome pode ser resultante de um desenvolvimento folicular limitado e de um recuperação incompleta de eixos endócrinos ligados à reprodução, fruto de um catabolismo acentuado na primeira lactação, a um nível tal que desencadeie o processo, aliado invariavelmente a alteração do estado metabólico da matriz com reflexos na eficiência reprodutiva futura. Dada a multifatoriedade do processo alia-se nas hipóteses os efeitos da dieta na gestação, cujos reflexos estariam associados a uma menor taxa de ovulação e menor sobrevivência embrionária, das primíparas (Kemp e Soede, 2004), as quais apresentariam maior predisposição à perda de peso durante a

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lactação, devido a menor capacidade de ingestão de ração( Whittemore, 1996;Guedes e Nogueira,2001; Thaker e Bilkei, 2005; Schenkel,et al.,2010). Isto justificaria o fato de fêmeas que pariram um maior número de leitões de leitões no primeiro parto, estariam sujeitas a maiores perdas na lactação, sendo assim propensas à apresentação da Síndrome do Segundo Parto (Schenkel et al., 2005). Tais estudos devem avaliar as correlações entre sua manifestação e o estado metabólico das fêmeas. CAPÍTULO XI: PESQUISAS COM USO DA SOJA COMO FONTE DE LIPÍDEO NA ALIMENTAÇÃO DE RUMINANTES Pereira, A.S.C.; Cônsolo, N.R.B.; Lopes, M.R.F.; Vidal, M.P.; Rennó, F.P. A bovinocultura de corte é uma atividade extremamente importante para o Brasil, visto que o país detém o maior rebanho comercial do mundo, superior a 200 milhões de cabeças (SOUZA, 2007). Outra atividade pecuária que tem recebido destaque atualmente é a ovinocultura de corte, apresentando-se como uma das opções no agronegócio brasileiro, pois o Brasil além de possuir grande lacuna a ser preenchida no consumo interno de carne ovina, apresenta atributos necessários para ser também um grande exportador (ALMEIDA JÚNIOR et al., 2004). (...) O confinamento na pecuária de corte é uma das técnicas mais utilizadas na cadeia de produção da carne bovina e ovina, onde a alimentação de ruminantes representa até 75% dos custos de produção no confinamento. Portanto, é fundamental o uso de ingredientes de alta qualidade na dieta, que forneça nutrientes necessários para um ganho de peso elevado com baixos custos; e animais de boa qualidade, com características desejáveis de carcaça e da carne, (SAMPAIO et al., 2002). Atualmente, em muitos países a qualidade da carne é um fator importante para se determinar o preço de uma carcaça. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos e em grande parte da Europa verificaram que os consumidores estão dispostos a pagar mais pelo produto carne, de acordo com suas características sensoriais e organolépticas (NEVES et al., 2000). Assim, a qualidade da carne é comumente avaliada a partir de características como cor, maciez, quantidade e distribuição da gordura, sabor e suculência. No entanto, cada vez mais frequentemente, outros aspectos têm sido considerados relevantes na avaliação da qualidade da carne. Estes aspectos

podem incluir o tipo de dieta fornecida aos animais, uma vez que esta influencia fortemente na composição da carne, possibilitando o consumo de produtos de origem animal mais saudáveis ao ser humano. Ruminantes convencionalmente são alimentados com dietas que apresentam quantidades limitadas de gordura (HESS et al., 2008). Assim, respostas em animais mantidos de acordo com as práticas normais de produção poderiam ser diretamente atribuídas ao uso de lipídeos nas dietas. Neste contexto, ingredientes como a soja se destacam na alimentação animal como uma das leguminosas mais ricas, quando avaliadas as suas características nutricionais, podendo ser fornecida na forma de grãos, farelo de soja, rolão, silagem, massa verde e, ainda, como feno obtido do corte nas fases de desenvolvimento vegetativo, floração ou frutificação (GRIS, 2008). (...) A forma de utilização mais comum da soja na alimentação animal, e particularmente, em bovinos de corte, é o farelo, abastecendo o rebanho mundial, respondendo aproximadamente por três quartos da alimentação animal com alto teor de proteína. (PORCILE et al., 2000). Porém, alguns autores verificaram que características de desempenho de animais alimentados com soja grão e farelo de soja são muito próximas ou semelhantes (PELEGRINI et al., 2000; PAULINO et al., 2002). A soja grão é uma excelente fonte de proteína, e devido ao seu alto teor de lipídeos, consiste também em uma ótima fonte de energia. Dentre as sementes de oleaginosas, o grão de soja é o mais empregado nos países desenvolvidos, com o objetivo de suprir lipídeos em rações de vacas de alta produção (RUEGSEGGER e SCHULTZ, 1985). (...) Portanto, neste panorama, a soja, nos dias de hoje, torna-se um dos principais produtos inseridos na cadeia alimentar de ruminantes e monogástricos(...) Entretanto, o grão de soja in natura e alguns de seus co-produtos possuem fatores antinutricionais que interferem no aproveitamento das proteínas pelos animais, como inibidores de tripsina, hemaglutininas (lecitinas), ácido fítico, enzimas lipase e lipoxidase, estrógenos, fatores flatulentos e alergênicos (glicininas e conglicininas), usualmente inativados por aquecimento dos grãos (BUTOLO, 2002). COPPOCK e WILKS (1991) afirmaram que a digestibilidade dos lipídeos de sementes oleaginosas não promove efeito negativo na ingestão, provavelmente em razão da lenta liberação dos lipídeos dos grãos, não superando, dessa forma, a capacidade de hidrogenação dos microrganismos ruminais. Tais

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afirmações podem ser evidenciadas por FERNANDES (1987), que estudou o efeito da utilização da soja grão, crua e moída em dietas de vacas leiteiras de alta produção. Foram avaliados três níveis de inclusão da soja grão crua na dieta dos animais, 20% e 40% de inclusão no concentrado e concluiu-se que é possível a inclusão de até 40% na dieta, sem qualquer efeito negativo no consumo. CAPÍTULO XII: DIETA COMPLETA EXTRUSADA NA ALIMENTAÇÃO DE EQUINOS Gobesso, A.A.O.; Etchichury, M.; Gonzaga, I.V.F. Os equinos são herbívoros por natureza, e precisam consumir fibras vegetais para manter a homeostase do seu sistema digestivo. As forragens cobrem as necessidades nutricionais de manutenção, mais são insuficientes para sustentar cavalos de esporte, trabalho ou de produção altamente exigente. Os grãos de cereais são incorporados na nutrição eqüina para prover energia adicional concentrada, constituindo uma prática alimentar não isenta de riscos, tais como cólica e laminite. Recentes avanços no processamento industrial dos alimentos têm feito grande contribuição para atenuar estes riscos, facilitando a digestão dos grãos e tornando os alimentos mais seguros. A necessidade de fornecer aos cavalos fibra vegetal e concentrados, na forma de grãos de cereais ou misturas balanceadas, faz necessário manejar, no mínimo, duas frações, volumoso e concentrado, o que incide no transporte, armazenamento, distribuição e manejo. O conceito de dieta única completa para equinos não é novo, porém o seu desenvolvimento encontrou limitantes na falta de conhecimentos da fisiologia digestiva dos equinos e na tecnologia de produção de alimentos, postergando assim a sua presença no mercado. Novos avanços na tecnologia de produção e no conhecimento da nutrição eqüina permitem conceber novas formas de apresentação dos alimentos, que considerem não somente os aspectos nutricionais senão também de transporte, armazenamento e manejo, com vantagens significativas. A dieta completa extrusada é um novo conceito que reúne num único produto todos os nutrientes exigidos para as diferentes categorias nutricionais, permitindo o aproveitamento dos mais diversos ingredientes disponíveis no mercado, seguro em termos alimentares, viável economicamente e com potencial de mercado expressivo.

CAPÍTULO XIII: FISIOLOGIA DO CICLO ESTRAL, SINCRONIZAÇÃO DO ESTRO E OVULAÇÃO EM FÊMEAS BOVINAS Biehl, M.V.; Nepomuceno, D.D.; Rocha, F.M.; Pires, A.V. Determinados fatores da cadeia produtiva na pecuária de corte nacional ainda impedem o seu desenvolvimento, entre eles podemos citar o elevado intervalo entre partos, pouco uso da inseminação artificial (IA), conseqüentemente, demorada evolução genética e é claro um grande prejuízo na qualidade do produto original que é a carne. A previsão é que o rebanho bovino nacional, que atualmente possui cerca de 202,2 milhões de cabeças (IBGE, 2009) apresente crescimento constante nos próximos anos. Murta et al. (2001), cita que a inseminação artificial em gado de corte no Brasil representa pouco menos de 5% do rebanho efetivo. Porém atualmente revisando os dados estatísticos do rebanho bovino brasileiro (ANUALPEC, 2010), juntamente com a quantidade de sêmen vendida no ano de 2009 (ASBIA, 2009), podemos concluir que houve um aumento substancial do número de animais inseminados, que está em torno de 10% do rebanho nacional. Este forte crescimento está associado diretamente à utilização da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), que definitivamente começou a ser usada em grande escala pelos produtores brasileiros. Os problemas rotineiramente encontrados em programas de IA são: as características fisiológicas de fêmeas bovinas zebuínas, pouca qualificação da mão de obra, rebanhos muito numerosos e grandes extensões das propriedades, estes são os fatores que diminuem a detecção de cio e a taxa de serviço na IA. Portanto, tendo em vista aumentar a exploração da IA, obtendo então os benefícios desta tecnologia, espera-se que a sincronização do ciclo estral e IATF torne-se uma ferramenta apropriada para a solução de alguns dos fatores acima citados. Nesse sentido busca-se através da melhora no aspecto nutricional, uma adequada utilização de substâncias farmacológicas em protocolos reprodutivos, os quais proporcionem uma correta sincronia dos estros, boas taxas de fertilidade, racionalização da mão de obra empregada, dentro de um manejo coerente e obviamente com melhor retorno financeiro. O controle farmacológico do ciclo estral e da ovulação de vacas de corte depende primeiramente do entendimento do comportamento fisiológico reprodutivo da vaca, o qual este ligado diretamente com seu estado

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nutricional e condição (parida ou solteira). Neste mesmo sentido as interações e funções de hormônios aplicados para este fim, requerem compreensão e análise do seu funcionamento fisiológico. SEÇÃO ESPECIAL

ANAIS DO IV SIMPÓSIO DE PESQUISA EM NUTRIÇÃO E PRODUÇÃO ANIMAL DA

FMVZ/USP Parâmetros de fermentação ruminal de novilhos nelores suplementados com fontes de uréia de liberação lenta Araújo, A.P.C.; Rennó, F.P.; Venturelli, B.C.; Freitas Júnior, J.E.; Rodrigues, J.G.; Santos, M.C.B.; Calomeni, G.D. Síntese de proteína microbiana de vacas leiteiras alimentadas com grão de soja integral e processado Naves, A.B.; Barletta, R.V.; Verdurico, L.C.; Gandra, J.R.; Freitas Júnior, J.E.; Tonon, E.S.; Rennó, L.N.; Rennó, F.P. Avaliação da composição química e digestibilidade de genótipos de cana-de-açúcar (Saccharum spp.) Marques, B.S.; Silva, S.O.; Prada e Silva, L.F. Composição da fração protéica do leite de vacas leiteiras suplementadas com diferentes fontes de ácidos graxos insaturados de cadeia longa no período de transição e início de lactação Venturelli, B.C.; Rennó, F.P.; Araújo, A.P.C.; Freitas Júnior, J.E.; Rodrigues, J.G.; Naves, A.B.; Santos, M.C.B.; Calomeni, G.D. Efeito do sistema de pagamento sobre a qualidade do leite em rebanhos leiteiros Botaro, B.G.; Gameiro, A.H.; Santos, M.V. As inovações tecnológicas na ovinocultura brasileira e seus efeitos na organização do sistema agroindustrial Raineri, C.; Barros, C.S.; Lopes, M.; Gameiro, A.H.

Lucratividade da produção de cordeiros desmamados terminados em pastagem com suplementação Barros, C.S.; Monteiro, A.L.G.; Fernandes, M.A.M.; Prado, O.R.; Poli, C.H.E.C.; Gameiro, A.H. Identificação e sequenciamento parcial dos genes envolvidos com a biossíntese da lignina em gramíneas tropicais e suas similaridades com milho e arroz Gerônimo , D.M.; Prada e Silva, L.F. Susceptibilidade antimicrobiana e prevalência de patógenos causadores de mastite bovina em rebanhos leiteiros Beuron, D.C.; Botaro, B.G.; Cortinhas, C.S.; Moreno, J.F.G.; Santos, M.V. Efeito de probióticos na dieta de leitões desafiados com Salmonella typhimurium sobre a freqüência de diarréia Afonso, E.R.; Parazzi, L.J.; Martins; S.M.M.K.; Magalhães, J.D.,; Donato, D.C.Z.; Bastos; J.P.S.T.; Arruda, A.G.; Moreno, A.M.; Sá, L.R.M.; Moretti, A.S. Maltodextrina na substituição do amido em dieta para eqüinos: digestibilidade aparente total Taran, F.M.P.; Gil, P.C.N.; Gonzaga, I.V.F.; Wajnsztejn, H.; Gandra, J.R.; Françoso, R.; Pastori, W.T.; Gobesso, A.A.O. Avaliação da resposta do uso da exclusão competitiva (CE) em desempenho e imunidade em frangos de corte de 1 a 21 dias Russo, F.A.; Ferreira, N.T.; Albuquerque, R.; Ferreira, J.G.; Pulici, R.P.; Burbarelli, M.F.C. Produção e composição do leite de vacas alimentadas com uréia encapsulada de liberação controlada Calomeni, G.D.; Venturelli, B.C.; Gardinal, R.; Gandra, J.R.; Freitas Júnior, J.E.; Cônsolo, N.R.B.; Rennó, F.P. Suplementação mineral de potros criados em regiões com alta concentração de minerais na água Gonzaga, I.V.F.; Taran, F.M.P.; Wajnsztejn, H.; Etchichury, M.; Gobesso, A.A.O. Efeito de diferentes fontes de ácidos graxos insaturados de cadeia longa em rações de vacas leiteiras no período de transição e início

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de lactação sobre o perfil de ácidos graxos do leite Freitas Júnior, J.E.; Verdurico, L.C.; Barletta, R.V.; J Gandra, J.R.; Trímboli, R.T.; Rennó, F.P. Fingerprinting por espectrometria de massas para identificação de agentes causadores da mastite bovina Barreiro; J.R.; Ferreira, C.R.; Naves, J.R.; Moreno, J.F.G.; Eberlin, M.N.; Santos, M.V. Efeito da nutrição sobre o perfil de expressão de genes hipotalâmicos em novilhas zebuínas no início da puberdade Magalhães, J.D.; Carvalho, M.V.; Machado, A.B.E.; Ribeiro, R.A.; Bodini, A.P.; Prada e Silva, L.F. Produção e composição do leite de vacas alimentadas com fontes proteícas com diferentes taxas de degradabilidade e cana-de-açúcar Naves, J.R.; Barreiro, J.R.; Jesus, E.F.; Conti, L.H.A.; Morita, L.M.; Rennó, F.P.; Santos, M.V. Frequência de isolamentos de bactérias causadoras de mastite subclínica em rebanhos leiteiros Gonçalves, J.L.; Botaro, B.G.; Cortinhas, C.S.; Beuron, D.C.; Barreiro, J.R.; Moreno, J.F.G.; Santos, M.V. Avaliação de diferentes planos nutricionais utilizando leveduras na dieta de frangos de corte Valadares, L.S.C.; Barbosa, L.G.S.; Carlos, T.C.F.; Freitas, B.V.;Albuquerque, R.; Araújo, C.S.S.; Araújo, L.F. Utilização de probióticos na dieta de leitões: sobre o aspecto econômico Parazzi, L.J.; Afonso, E.R.; Martins, S.M.M.K.; Silva, C.C.; Gameiro, A.H.; Moretti, A.S. Metabólitos sanguíneos de búfalas da raça mediterrâneo no período de transição e início de lactação Verdurico, L.C.; Rennó, F.P.; Freitas Junior, J.E.; Barletta, R.V.; Tonon, E.S.; Gandra, J.R. Avaliação do uso de levedura inativada e autolisada em dietas de frangos de corte Barbosa, L.C.G.S.; Valadares, L.S.C.; Carlos; Freitas, B.V.; Albuquerque, R.; Araújo, C.S.S.; Araújo, L.F.

Produção e composição do leite de vacas alimentadas com uréia e farelo de soja, com dois níveis protéicos e cana de açúcar como volumoso Conti, L.H.A.; Jesus, E.F.; Naves, J.R.; Barreiro, J.R.; Macedo, S.;M.; Rennó, F.P.; Santos, M.V. Resposta imunológica humoral de frangos de corte vacinados contra a Doença de Newcastle e recebendo dietas suplementadas com zinco e vitamina E Burbarelli, M.F.C.; Ferreira, J.G.; Russo, F.A.; Ferreira, N.T.; Ribeiro, P.P.; Albuquerque, R. Características histológicas do duodeno de frangos de corte alimentados com dieta úmida Antunes, M.T.; Araújo, L.F.; Almeida, E.G.; Cantelli, T.R.; Albuquerque, R. Desempenho de cordeiros cruzados alimentados com diferentes grãos de cereais Vidal, M.P.; Pereira, A.S.C.; Aferri, G.; Luz e Silva, S.; Desempenho produtivo de vacas leiteiras suplementadas com monensina sódica nas rações Santos, M.C.B.; Rennó, F.P.; Venturelli, B.C.; Gandra, J.R.; Freitas Júnior, J.E.; Trímboli, R.T.; Araújo, A.P.C.; Calomeni, G.D. Síntese de proteína microbiana de diferentes grupos de bovídeos Cônsolo, N.R.B.; Gandra, J.R.; Barletta, R.V.; Freitas Junior, J.E.; Mingoti, R.D.; Tonon, E.S.; Pereira, A.S.C.; Rennó, F.P. Avaliação da eficiência da sanitização de água de dessedentação de poedeiras comerciais Ferreira, N.T.; Soares, N.M.; Russo, F.A.; Albuquerque, R..; Burbarelli, M.F.C.; Ferreira, J.G.; O uso do muco de escargots achatina sp no controle da microbiota de tetos de vacas leiteiras Pieruzzi, P.A.P.; Yokoya, E.; Martins, M.F. Maltodextrina na substituição do amido em dieta para eqüinos: resposta glicêmica e insulinêmica Gil, P.C.N.; Taran, F.M.P.; Wajnsztejn, H.; Gonzaga, I.V.F.; Gandra, J.R.; Gobesso, A.A.O.

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Minerais orgânicos na prevenção de hiperparatireoidismo nutricional secundário em eqüinos: densitometria óssea Françoso, R.; Wajnsztejn, H.; Taran, F.M.P.; Gonzaga, I.V.F.; Etchichury, M.; Gobesso, A.A.O. Síntese de proteína microbiana de vacas leiteiras alimentadas com diferentes níveis de grão de soja nas rações Barletta, R.V.; Naves, A.B.; Verdurico, L.C.; Freitas Junior, J.E.; Gandra, J.R.; Mingoti, R.D.; Rennó, L.N.; Rennó, F.P. Viabilidade econômica de um sistema de produção de pecuária de bovinos de corte sob alta lotação: uso na pesquisa e na pecuária comercial Rodrigues, R.; Gameiro, A.H.; Alves, T.C. Avaliação de minerais orgânicos na prevenção de hiperparatireoidismo nutricional secundário em eqüinos: biópsia óssea Martins, R.A.D.T.; Wajnsztejn, H.; Taran, F.M.P.; Gonzaga, I.V.F.; Etchichury, M.; Gobesso, A.A.O. Utilização de uréia encapsulada de liberação controlada na alimentação de bovinos de corte Gardinal, R.; Cônsolo,N.R.B.; Calomeni, G.D.; Gandra, J.R.; Freitas Júnior,J.E.; Pereira, A.S.C.; Rennó, F.P. Minerais orgânicos na prevenção de hiperparatireoidismo nutricional secundário em equinos Sabrina Funari, Henry Wajnsztejn, Iaçanã V. F. Gonzaga, Fernanda M. P. Taran, Camilla M. Garcia, Eduardo S. Caula, Alexandre A. O. Gobesso Influência da suplementação de selênio orgânico sobre a peroxidação lipídica da membrana espermática de cachaços Martins, S.M.M.K.; Andrade, A.F.C.; Parazzi, L.J.; Zaffalon, F.G.; Silva, C.I.; Afonso, E.R.; Santos, T.A.; Mejia-Gallego, A.; Moretti, A.S.; Arruda, R.P. Efeito da suplementação de selênio orgânico sobre o potencial mitocondrial e a integridade de membranas plasmática e acrossomal do espermatozóide de cachaços Martins, S.M.M.K.; Andrade, A.F.C.; Parazzi, L.J.; Zaffalon, F.G.; Silva, C.I.; Afonso, E.R.; Santos, T.A.; Mejia-Gallego, A.; Moretti, A.S.; Arruda, R.P.

Utilização de complexo enzimático na dieta de frangos de corte Carlos, T.C.F.; Araújo, CL.F.; Araújo, C.S.S.; Albuquerque, R.; Ferreira, J.G.; Valadares, L.S.C.; Barbosa, L.C.G.S. SUGESTÕES DE LEITURA Ocorrência de mastite altera a curva de lactação de primíparas

Por Marcos Veiga dos Santos, disponível no site Milk Point.

O melhoramento genético das vacas leiteiras para aumento da produção tem apresentado duas consequências principais. A primeira é o grande aumento da produção de leite no início da lactação, por outro lado, a segunda é o maior desafio metabólico da vaca e consequente aumento da susceptibilidade as doenças. A ocorrência de mastite pode afetar a curva de lactação e reduzir a persistência de lactação, mas o impacto pode ser diferente em relação ao estágio de lactação em que a mastite ocorre. Clique aqui para acessar. Importância e qualidade dos serviços prestados aos produtores de caprinos leiteiros Por Camila Raineri e Augusto Hauber Gameiro, disponível no site Farm Point. Com o desenvolvimento da produção de pequenos ruminantes no país, verificamos uma oferta cada vez maior (ainda que muitas vezes não seja suficiente para suprir a demanda) de produtos e serviços relacionados à criação desses animais. Nesse contexto, optamos por discutir os dados apresentados por um artigo publicado em 2009 na revista Ecological Economics, intitulado "Evaluation and effectiveness of breeding and production services for dairy goat farmers in Kenya". O objetivo do trabalho foi avaliar a oferta de serviços reprodutivos e zootécnicos prestados a criadores de cabras leiteiras, e a visão desses criadores sobre a qualidade e a importância desse processo. A pesquisa foi realizada no Quênia, e foi escolhida por nós este mês por mostrar uma

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realidade muito interessante e o posicionamento dos caprinocultores frente a serviços de assessoria, marketing, entre outros. Clique aqui para acessar. LIVROS Meio Ambiente - Coletânea Legislativa de Bolso Eron Veríssimo Gimenes e Daniela Nunes Veríssimo Gimenes Millennium Editora

Direito do Saneamento - Introdução à Lei de Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico (Lei Federal nº 11.445/2007) - 2ª ed. Luiz Henrique Antunes Alochio Millennium Editora Acesso à Água Potável - Acesso Fundamental de Sexta Dimensão Zulmar Fachin e Deise Marcelino Silva Millennium Editora Código de Mineração de “A” a “Z” - 2ª ed. Eliane Pereira Rodrigues Poveda, Hildebrando Herrmann e Marcus Vinicius Lopes da Silva Millennium Editora A Economia Irracional Paul Slovic, Erwann Michel-Kerjan Campus

Econophysics and Companies: Statistical Life and Death in Complex Business Networks Hideaki Aoyama Cambridge University Press PRÊMIOS Prêmio Capes de Teses 2009 área Medicina Veterinária A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) outorgou a Heidge Fukumasu, o Prêmio Capes de Teses 2009 da área Medicina Veterinária pela tese “Sobre os efeitos quimiopreventivos e antineoplásicos do guaraná, Paullinia cupana Mart var. sorbilis, em modelos experimentais in vivo e in vitro”, defendida no ano de 2008 sob orientação da Professora Maria Lucia Zaidan Dagli, do Programa de Pós-Graduação em Patologia Experimental e Comparada da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo. Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal (FMVZ/USP) reconhece estudantes e seus trabalhos Durante os dias 05 e 06 de novembro último aconteceu o IV Simpósio de Pós-Graduação e Pesquisa em Nutrição e Produção Animal da FMVZ/USP. Durante o evento foram divulgados os vencedores dos prêmios de melhor aluno e melhor trabalho (tese ou dissertação) do Programa: O Programa concedeu o Prêmio Professor Titular Felix Ribeiro de Lima: Melhor Aluno 2009 para o M.Sc. Jefferson Rodrigues Gandra.

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Na fotografia, Jefferson Rodrigues Grandra recebendo o Prêmio de Melhor Aluno do Programa em 2009 das mãos do seu orientador, Prof. Francisco Palma Rennó, do Diretor da FMVZ/USP, Prof. José Antonio Visintin, e da Profa. Ana Cristina Limongi França, da FEA/USP, convidada para o evento. O Programa também concedeu o Prêmio Professor Titular Felix Ribeiro de Lima: Melhor Dissertação 2009, intitulada “Qualidade nutricional e expressão de genes da lignificação em genótipos de Panicum maximum colhidos em três estágios de maturidade”, para o M.Sc. Samuel dos Santos Stabile, orientado pelo Professor Luis Felipe Prada e Silva.

Na fotografia, o Prof. Luis Felipe Prada e Silva representando seu orientado, Samuel dos Santos Stabile, recebendo o Prêmio de Melhor Dissertação do Programa em 2009 das mãos do Vice-Diretor da FMVZ/USP, Prof. Enrico Lippi Ortolani. Clique aqui para acessar a dissertação premiada.

CONCURSO PARA DOCENTE Edital nº 229/2010-FCAV Área de “Nutrição e Alimentação de Não Ruminantes”, Departamento de Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias do Campus de Jaboticabal. Inscrições até 15/12/2010. Clique aqui para acessar o edital. NOTÍCIAS EM DESTAQUE WSPA comemora a inclusão do bem-estar animal entre as normas do certificado ISO 26000 A Organização Internacional para a Padronização (ISO), maior desenvolvedora de normas internacionais do mundo, incluiu o bem-estar animal no recém-lançado certificado ISO 26000, que relaciona normas para responsabilidade social a serem seguidas por organizações públicas, privadas ou do terceiro setor. Embora a aquisição do selo seja voluntária, ela traz o reconhecimento de que uma corporação opera de forma socialmente responsável. Segundo Dirk-Jan Verdonk, gerente de programas na WSPA da Holanda, "sem dúvida, este é um marco, porque reconhece que o bem-estar animal importa para todos. Nossas ações geram impacto sobre os animais de inúmeras formas e, por isso, temos o dever de assegurar que o seu bem-estar será respeitado, seja por uma empresa, escola, município, igreja, universidade, ministério ou qualquer outra forma de organização", afirmou o gerente. Brasil em sintonia com o cenário internacional

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“Um melhor tratamento aos animais, dentre os critérios para a obtenção do certificado ISO 26000, sinaliza que o Brasil está em sintonia com o cenário internacional” opina o diretor da WSPA no Brasil, Antonio Augusto Silva. “Há ações do governo, de legisladores e de um forte movimento de protetores que vem garantindo a inclusão do bem-estar animal nas novas legislações, o que representa um enorme avanço em relação ao que havia há poucos anos”, destaca Antônio Augusto. A WSPA - Sociedade Mundial de Proteção Animal - se juntou a cerca de 400 especialistas de 99 países – inclusive o Brasil – que estavam desde 2005 envolvidos na discussão da ISO 26000. O texto do certificado institui "o respeito ao bem-estar dos animais quando suas vidas e existência são afetadas, incluindo o fornecimento de condições dignas para a manutenção, criação, produção, transporte e uso de animais", além de mencionar também o bem-estar psicológico dos animais em diversos capítulos. Clique aqui para acessar notícia original no website da WSPA. WSPA hails new standard to promote animal welfare The World Society for the Protection of Animals (WSPA) celebrates the inclusion of animal welfare in the newly launched ISO Standard 26000. The International Organization for Standardization’s (ISO) new guidelines are internationally accepted standards on social responsibility for all organisations, public, private or third sector. The inclusion of animal welfare in ISO 26000 published today marks a historic first, as it will encourage a large number of entities to acknowledge the importance of animal welfare while pursuing certification as per ISO standards. Dirk-Jan Verdonk, international programmes manager at WSPA says: “Undoubtedly, this is a landmark, because it states unequivocally that animal welfare matters to all. Our actions impact animals in countless ways and accordingly, we have a responsibility to ensure their welfare is respected, be it as a company, school, municipality, church, university, ministry or in any other form we organise ourselves.”

The standard, although voluntary, is highly significant as it states what organisations need to do to operate in a socially responsible manner, stipulating that the welfare of animals used economically, or in any other way, must be taken into consideration. Most notably, the text of ISO 26000 states that organisations should aim at: “respecting the welfare of animals, when affecting their lives and existence, including by providing decent conditions for keeping, breeding, producing, transporting and using animals.” The standards also make specific mention of the physical and psychological wellbeing of animals in several chapters, not restricted to the section relating to the environment. The need to take animal welfare into consideration in an organisation’s business practices has also been integrated into actions governing ethical behaviour, consumer issues and community involvement and development, specifically in wealth and income creation. The inclusion of animal welfare in these standards is a result of WSPA, together with Dutch consumers association, Goede Waar & Co, being included in the working group discussing the development of ISO 26000. Discussions on ISO 26000 began in 2005 and the working group which ISO formed to develop the standard was the largest in the Swiss-based organisation’s history, involving around 400 experts from 99 countries. After an initial focus on corporate responsibility, it was decided to open the standard up to include all types of organisations. “So far, because animal welfare was not part of the ISO benchmark, organisations could claim to take their social responsibility seriously, despite overlooking the interests of the animals affected by their business practices,” says WSPA’s Verdonk. “We hope that other organisations responsible for issuing guidelines or standards – such as the IFC or OECD – will follow the ISO example, giving animal welfare its rightful place as a critical aspect of social responsibility.” “The ISO Working Group agreed that it made sense to include animal welfare as an element of social responsibility,” says ISO Deputy Secretary-General Kevin McKinley. “The specific issue of animal welfare is a relatively new subject in ISO Standards. Bringing together so many experts from different stakeholder interests to debate this new Standard has helped

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to ensure that the final consensus represents a depth and breadth of input on social responsibility as a whole.” Click here to access the original new. CLIPPING

EUA: cientistas criam "isopor" biodegradável a partir de leite: Cientistas dos Estados Unidos usaram uma proteína do leite e argila para desenvolver um novo tipo de

poliestireno extrudido - tipo de "espuma de plástico", usado como isolante térmico -, leve, biodegradável que eles dizem que podem substituir o produto tradicional (Milk Point).

Banning sow stalls possible, says PM: Prime Minister John Key says it is possible the Government could ban the use of sow stalls on pig farms. About 29% of New Zealand pig

farmers use the stalls, which have been criticised by animal rights lobbyists as too small for pigs to move about in. Mr Key says animal welfare in the pork industry is being taken very seriously and a report from the National Animal Welfare Advisory Committee is being considered by Agriculture Minister David Carter. The committee recommended phasing out farrowing crates and sow stalls by the end of 2017. The Prime Minister says Mr Carter will release a new code of welfare for the industry in coming weeks that could include banning sow stalls (Radio New Zealand News).

Thai chicken better than most British production, says RSPCA: Shoppers who care about animal welfare should shun standard British

chicken and buy meat imported from thousands of miles away in Thailand, according to the RSPCA. Britain's biggest animal welfare charity said that the standards in two of the biggest poultry exporters, Thailand and Brazil, were generally higher than in basic UK production. The calls came on the same day campaigners released footage showing a "conveyor belt to death" for male chicks unwanted by the egg production industry. Vegetarian organisation Viva! said that

between 30 million and 40 million chicks were killed each year in gas chambers or by being thrown into electric mincers. The RSPCA said Thai poultry had more space – around 13 chickens per square metre compared with 20 per square metre in basic UK production – and were allowed to grow for longer, 42 days, compared to as little as 35 days here. They were also allowed more rest; six hours of darkness rather than the four they have here (…) "It's the same for Brazil. The production there is more variable, but again, it would be incorrect to assume that the chicken that's coming in from overseas – from Brazil and Thailand – is being reared to a lower standard" (Independent).

Conseboi harmonizaria a relação criador/indústria: Uma iniciativa da cadeia produtiva da carne é a criação do Conseboi, nos moldes do Conselho

dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (Consecana). "O Conseboi reuniria pecuaristas e representantes da indústria frigorífica e atuaria como um harmonizador de preços. O conselho tornaria a relação produtor-indústria transparente", acredita José Lemos Monteiro, da Famasul. "A ideia seria criá-lo por meio da Câmara Setorial de Bovinos de Corte de Mato Grosso do Sul, mas o debate ainda é embrionário" (Beef Point). Live-export ban call slammed: Animals Australia has claimed that transporting sheep and cattle from drought-stricken Western Australia to the eastern states was "cruelty on a mass scale". But Victorian Farmers Federation livestock chairman Chris Nixon said the organisation was running an emotive argument that was not based on science. Animals Australia executive director Glenys Oogjes said she had "anecdotal evidence" to support the accusation that the practice was cruel and "inherently stressful". She called for the new animal welfare codes of conduct - which various state governments are set to legislate next year - to demand animals be watered every 24 hours during transport, not the current 48 hours (Weekly Times Now). Pakistanis risk their lives for their livestock: A report last August 2010 from Reuters AlertNet about Pakistan’s struggles to move its flood victims out of danger highlights how important livestock are to Pakistan’s poor. Many refused to be rescued if that meant leaving their valuable animal assets behind to drown or starve to death.

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(…) Persuading stranded people to agree to leave their villages is one of the biggest challenges for authorities, who have limited resources and must act quickly in case fresh rains cause more devastation. (…0 Others who finally understood they would not survive if they stayed behind with their buffaloes decided to walk neck-deep in water and pull their animals behind them. . . .(ILRI Clippings).

Austrália - lã atinge maior preço dos últimos 20 anos: Os preços da lã da Austrália atingiram seus níveis mais altos dos últimos 20 anos. Após uma semana excepcional para o

mercado, o Indicador de Mercados Orientais (EMI) da Austrália aumentou 69 centavos, para US$ 9,95 por quilo, a maior taxa já atingida. Em termos de dólares australianos, o EMI fechou na semana passada em A$ 9,90 (US$ 9,93) por quilo limpo, 41 centavos (41,12 centavos de dólar) por quilo a mais que a última venda feita em 28 de outubro (Farm Point). Chineses fazem documentário sobre lã australiana: Uma equipe chinesa está filmando um documentário visando promover a lã australiana. A equipe tem feito filmagens para um longo episódio de nove horas que será televisionado no num canal de luxo da China. Esse documentário tem o objetivo de promover as fábricas de tecidos e roupas da lã Merino australiana da marca Gold Woolmark (Farm Point). Mercado da ovinocultura está aquecido em vários países: Em todo o mundo, há a consciência de que hoje em dia o futuro da atividade ovina sustentável está em ambas as produções: cordeiros e lãs. A Nova Zelândia, apesar da grande pressão exercida pelo setor leiteiro e de silvicultura sobre a terra disponível, segue liderando as exportações de cordeiros no mundo e, além disso, tem um consumo interno de 23,3 quilos por habitante/ano (Farm Point).

ICMBio devolve ao Ibama gestão de quatro centros de pesca: Decreto publicado no Diário Oficial da União de terça-feira (9) determina o remanejamento de quatro centros

especializados da estrutura do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(Ibama). As unidades são centros de pesquisa e gestão do uso dos recursos pesqueiros do Nordeste (Cepene), Norte (Cepenor), Sudeste e Sul (Cepsul) e o Centro de Pesquisa e Gestão do Uso dos Recursos Pesqueiros Lagunares e Estuarinos (Ceperg). Os centros voltam a ser administrados pelo Ibama, que assume as obrigações, os direitos e acervos técnicos, materiais e patrimoniais. Eles foram repassado para a estrutura do ICMBio em 2007, na época da criação do instituto, juntamente com outros centros especializados em fauna e flora. Com o ICMBio, permanecem nove centros de pesquisa e conservação: Tamar (tartarugas marinhas), Cemave (aves silvestres), RAN (quelônios da Amazônia), Cenap (predadores), CPB (primatas), Cecat (cerrado e caatinga), Cepta (peixes continentais), Cepam (Amazônia), Cecav (cavernas), CMA (peixe-bois e cetáceos) e CNPT (populações tradicionais) (Christina Machado/Agência Brasil/Ambiente B). Salmon could show path for transgenic animals: James D. Murray, PhD, thinks it is clear that genetic engineering of food animals could improve human and animal health and help to feed a growing world population. A professor in the departments of Animal Science and Population Health and Reproduction at the University of California at Davis, Dr. Murray has conducted research involving transgenic animals since 1982. He expects that, were federal regulators to provide the approvals needed for a company to sell transgenic salmon in grocery stores, this action would encourage other companies to increase their investment in genetic engineering. "It has been an incredibly long period of regulatory uncertainty, and regulatory uncertainty affects industries' willingness to invest in a technology," Dr. Murray said. "So it has had a stifling effect in the U.S., Canada, Australia, New Zealand, places like that" (JAVMA News).

Eliminar os morcegos não é melhor opção, segundo pesquisadora: A presença de morcegos pode trazer inconvenientes, como barulho alto, odores e fezes espalhadas. Ainda

assim, na opinião da pesquisadora Susi Pacheco, do Instituto Sauver, matá-los não é a melhor alternativa. “Matar o animal não torna o ambiente menos propício para uma colônia de morcegos. As características que atraíram uma colônia, em pouco tempo, acabarão percebidas por outro grupo de animais”, diz. Embora os morcegos sejam comumente associados a doenças e

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considerados problemas de saúde pública, poucos dados são consistentes a esse respeito. Uma das poucas exceções é a raiva que, comprovadamente, pode ser transmitida pelo animal. Mesmo assim, nas grandes capitais brasileiras, os registros de positividade da doença entre os bichos oscilam entre 0,5% e 0,8%, dentro do índice de normalidade da OMS (Organização Mundial da Saúde) (...) “O ideal é entrar em contato com as secretarias responsáveis ou pesquisadores do assunto. Eles podem orientar sobre o que fazer”, afirma a pesquisadora (Folha.com/Ambiente Brasil). Increasing number of women join agriculture field: It was once considered only a male's area of study, but this way of thinking has changed. Agricultural colleges are seeing an increase in enrollment of female students, proving that females are just as important in the industry as males are — the ISU College of Agriculture and Life Sciences is no exception. "I think that, just as in any field, women should feel that they have an equal opportunity," said Samantha Blakley, senior in agriculture and life sciences education. "There are a lot of things women can bring to the table in agriculture." Between 1987 and 2000, the College of Agriculture and Life Sciences has seen an overall increase in student enrollment, specifically in female students, according to a CALS newsletter. This semester the female enrollment in the CALS is nearly equal to male enrollment, with female enrollment at 1,535 and male enrollment at 1,763 (Iowa State Daily). Vet med's big shift to more women: Women now dominate the field of veterinary medicine the result of a nearly 40-year trend that is likely to repeat itself in the fields of medicine and law. That's the conclusion of a newly released study that found three factors that appear to be driving the change: the 1972 federal amendment that outlaws discrimination against female students; male applicants to graduate schools who appears to be deterred by a growing number of women enrolling; and the increasing number of women earning Bachelor's degrees in numbers that far exceed those of male graduates, says sociologist Anne E. Lincoln. An assistant professor in the department of sociology at Southern Methodist University in Dallas, Lincoln is an expert on how occupations transition from being either male- or female-dominated (Biology Blog). Jamaica - Veterinary Professionals urged to continue improving Animal Health and

Welfare: Agriculture and Fisheries Minister, Honourable Dr. Christopher Tufton has called on veterinary professionals to continually work towards improving animal health and welfare by way of available tools, such as advocacy, scientific research and lobbying to enact appropriate legislation. "It is the responsibility of humans to ensure animal welfare and include steps to achieve proper housing, nutrition, disease prevention, humane and responsible care and humane handling of animals," Minister Tufton said (Jamaica Information Service).

Entidades unem-se para ampliar oferta de semente convencional em MT: Pesquisadores, agricultores, empresas de produção

de sementes e agroindústrias de processamento de soja estão somando forças para atender demandas de produtores de Mato Grosso por sementes de soja convencionais, com o lançamento do Programa Soja Livre. A iniciativa reúne três importantes entidades do setor: Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não-Geneticamente Modificados (Abrange) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O Programa foi apresentado na terça-feira (09.11), em Brasília, na sede da Embrapa (Informe Aprosoja). Embrapa lança programa para desenvolver novas variedades de soja tradicional: A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embapa) vai lançar nesta terça-feira (9) o programa Soja Livre, que pretende aumentar a variedade de sementes convencionais de soja. Os produtores temem que as sementes geneticamente modificadas ocupem muito espaço no mercado internacional, afetando a oferta da soja tradicional. O secretário de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Mato Grosso, Gilson Francisco da Silva, defendeu o programa, em entrevista à Agência Brasil, argumentando que a soja transgênica “é uma segurança estratégica, mas o desenvolvimento de variedades comuns também é, pois a oferta precisa ser mantida para a segurança do mercado” (Lourenço Canuto/Agência Brasil/Ambiente Brasil). Brasil e China fazem parceria para ampliar pesquisa de alimentos geneticamente modificados: Os governos do Brasil e da China firmaram parceria nesta segunda-feira (8) para desenvolver pesquisas em organismos geneticamente modificados, de modo a

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possibilitar ganhos de produtividade agrícola nos dois países. A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, depois de se reunir com o ministro chinês da Agricultura, Han Changfu (Stênio Ribeiro/Agência Brasil/Ambiente Brasil).

Polícia fecha rinha e apreende 24 galos em cidade no RS: A Brigada Militar fechou um imóvel utilizado

para rinha de galos, em Sapucaia do Sul (RS), na noite de sexta-feira (12). No local, foram apreendidos 24 galos, um “ringue” usado para a luta dos animais, duas esporas de metal e um troféu que seria oferecido ao vencedor. Os policiais chegaram ao local após uma denúncia anônima. De acordo com a Brigada Militar, o proprietário do imóvel deverá responder por abuso e maus-tratos de animais (G1/Ambiente Brasil). Canada - New animal welfare laws: Fines for violating Canada's Health of Animals Act have more than doubled, the Canadian Food Inspection Agency reports. In a statement, CFIA said the Government of Canada is cracking down on those who mistreat and improperly transport livestock with the first increase in fines in over 10 years. Stressed animals are generally considered to be more susceptible to disease and infections, making humane treatment an important food safety consideration. Violators now will face fines of up to $10,000, up from the previous maximum of $4,000 for convictions under the Health of Animals Act (Ffoodsafetynews/Meat Trade News).

Paternidade múltipla foi corriqueiro nas sociedades indígenas da Amazônia: A paternidade múltipla baseada na crença de que vários homens

podiam contribuir para a concepção de uma criança foi a técnica mais usada nas sociedades indígenas na Amazônia, segundo um estudo da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos. Os autores do artigo publicado na última edição da revista norte-americana “Proceedings of the National Academy of Science” estimam que até 70% das comunidades da Amazônia usavam o princípio da paternidade múltipla. “A concepção era vista como um processo gradual no qual se somavam contribuições de esperma de vários

homens”, descreveu o estudo realizado no Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Colômbia e Guianas. Conforme a pesquisa, o modelo trazia vantagens para a mulher, por se acreditar que “pais secundários” contribuíam geneticamente, e por garantir que seus filhos teriam um pai, numa sociedade que frequentemente estava em guerra (Folha.com/Ambiente Brasil). Sistema imunológico fraco dá algumas vantagens a animais: Um sistema imunológico fraco deixa o animal vulnerável a doenças e parasitas. Mas estranhamente, segundo um novo estudo, a seleção natural nem sempre elimina criaturas que teoricamente possuem sérias desvantagens. Isso pode ocorrer quando a fraqueza gera algumas vantagens. O estudo na revista “Science” relata que, embora um sistema imunológico forte ajude as fêmeas de carneiro a viver por mais tempo, ele é também associado a uma redução no sucesso reprodutivo. A pesquisadora Andrea Graham, da Universidade de Princeton, e colegas estudaram o carneiro-de-soay, uma raça antiga encontrada no arquipélago escocês de Saint Kilda. (...) “Pode ser simplesmente uma questão de orçamento de energia”, afirmou Graham. “A energia aplicada na produção de anticorpos pode estar reduzindo a energia gasta para produzir um feto” (Folha.com/Ambiente Brasil).

Prorrogada a consulta pública de Plano de Produção e Consumo Sustentáveis: Foi prorrogado até o dia 30/11 o prazo para a consulta

pública do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis, cujo objetivo é contribuir para a transformação dos atuais padrões de produção e consumo da sociedade com vistas ao desenvolvimento sustentável. As contribuições podem ser feitas no endereço www.mma.gov.br/ppcs e serão analisadas pelo Comitê Gestor do Plano, podendo fazer parte do documento final. Em estrita consonância com novos marcos legais, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos e as resoluções do Conama, o Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS) quer mostrar que responsabilidade socioambiental dá lucro e ajuda a mover o País em direção ao desenvolvimento sustentável (MMA/Ambiente Brasil).

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Mudanças climáticas prejudicam mais os agricultores familiares: As mudanças climáticas afetarão mais os agricultores familiares que os grandes produtores, disse nesta quinta-feira (11) o presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), Renato Maluf, ao participar da abertura do seminário Mudanças Climáticas: Adaptações e Vulnerabilidades. “As mudanças climáticas afetam a produção de alimentos, sobretudo das populações rurais que produzem parte importante daquilo que consumimos, como os agricultores familiares”, disse Maluf. De acordo com o presidente do Consea, o Plano de Mudanças Climáticas não valoriza suficientemente a agricultura familiar, embora ela seja mais vulnerável às mudanças das condições ambientais. “Estamos preparando propostas para incluir adaptações no Plano de Mudanças Climáticas. O conhecimento das populações tradicionais será uma contribuição importante” (Yara Aquino/Agência Brasil/Ambiente Brasil). Brasil precisa de US$ 20 bilhões por ano para reduzir emissões de gases: O Brasil precisa investir anualmente US$ 20 bilhões até 2030 para se tornar uma economia de baixas emissões de gases causadores do efeito estufa, segundo um relatório do Banco Mundial divulgado nesta quarta-feira em São Paulo. O Estudo de Baixo Carbono para o Brasil foi apresentado na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e aponta o setor energético como o principal foco dos investimentos destinados a reduzir a emissão de gases. As atividades do setor energético, de acordo com o relatório, demandam por ano investimentos que totalizam US$ 7 bilhões para mitigar as emissões de gás carbônico (CO2) para 11 milhões de toneladas anuais. No entanto, a maior redução, de 356 milhões de toneladas anuais de CO2, deve proceder das atividades agrícolas e do combate ao desmatamento, que exigem investimentos de

cerca de US$ 5,4 bilhões por ano (Folha.com/Ambiente Brasil). Mosquito estéril é a nova arma contra a dengue: Cientistas britânicos criaram um mosquito geneticamente modificado que, por transmitir um gene assassino, pode eliminar a população de insetos causadores da dengue. A empresa chamada Oxitec fez um pequeno teste de campo nas ilhas Cayman, no Caribe. Liberando na natureza 3 milhões de mosquitos geneticamente modificados, reduziram em 80 por cento a população de mosquitos ‘Aedes aegypti‘ num prazo de seis meses numa pequena área. A dengue, doença que pode ser letal e é endêmica em vários países, inclusive no Brasil, é transmitida pela picada da fêmea do mosquito. ‘A ideia é que soltando machos estéreis eles vão acasalar com as fêmeas selvagens’, disse Luke Alphey, cientista-chefe e cofundador da Oxitec (...) A Organização Mundial da Saúde estima que haja 50 milhões de casos de dengue por ano no mundo, dos quais 25 mil sejam fatais. Não há vacina nem tratamento eficaz, e especialistas dizem que é urgente encontrar novas formas de conter a difusão da doença, cuja incidência global cresceu fortemente nas últimas décadas (G1/Ambiente Brasil). Mudança climática provoca bolhas de queimaduras em baleias, diz estudo: As baleias da Califórnia (EUA) estão começando a sofrer de um mal: bolhas de queimaduras provocadas pelos raios solares. Pesquisadores que acompanharam os cetáceos durante três anos afirmam que a radiação ultravioleta (UV) e o dano à camada de ozônio são a causa do problema. As baleias se queimam quando saem das águas para descansar ou para alimentar suas crias. “Esta é a primeira evidência que o raio ultravioleta pode lesar a pele dos cetáceos, mas é difícil dizer qual será o impacto na saúde delas”, explica Laura Martinez-Levasseur, do Instituto de Zoologia e da Universidade de Londres Queem Mary, ambos no Reino Unido. Entre 2007 e 2009, a pesquisadora e equipe estudaram espécies diferentes de baleias, realizando autópsica da pele de 142 animais. As baleias-azuis são as que mais sofrem com a exposição solar – não foram encontrados sintomas mais graves como a presença de melanomas (câncer de pele) ou de outros tipos de doenças decorrentes do sol (Folha.com/Ambiente Brasil). Espécie de grilo tem maior testículo do reino animal: Cientistas descobriram uma espécie de

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grilo cujos testículos correspondem a 14% de seu peso, a maior porcentagem já registrada no reino animal. O estudo sobre as técnicas de procriação da espécie foi divulgado na publicação científica Biology Letters. Os grilos em questão são da espécie Platycleis affinis. Pesquisas anteriores sugerem que, quanto mais parceiras um macho tem, é provável que seus testículos sejam maiores em relação aos de outros membros de sua espécie. É comum supor-se em meios científicos que testículos grandes produziriam grandes quantidades de esperma para aumentar as chances de fertilização. Hipótese alternativa – Mas uma hipótese alternativa, favorecida por este estudo, é que testículos maiores teriam a função principal de permitir o acasalamento com mais parceiras ao invés de aumentar a chance de fecundação de uma única parceira (G1/Ambiente Brasil). Para 80% dos brasileiros, proteger o ambiente ajuda no crescimento da economia: Foi lançado esta semana o relatório “Cidadãos engajados!” (Citizens Engage), com foto de capa escrita “Salve a Amazônia”. A mensagem é clara: os cidadãos acreditam que as empresas precisam levar em conta a Amazônia e o meio ambiente em suas atividades. Trata-se da quarta edição da pesquisa “Edelman goodpurpose®Study 2010″, pesquisa feita em 13 países com 7 mil consumidores. De acordo com o relatório, 71% dos consumidores em todo o mundo – 79% no Brasil – acreditam que projetos que protejam o meio ambiente podem ajudar no crescimento da economia. Além disso, a pesquisa mostra que “Proteger o meio ambiente” foi considerada a causa número 1 sobre o que os consumidores se preocupam, seguido por “melhorar a qualidade dos cuidados de saúde”.(...) Oito em cada dez consumidores no Brasil comprariam produtos de empresas consideradas responsáveis social e ambientalmente, uma porcentagem bem mais expressiva do que os consumidores da Europa (54%) (Amazônia.org.br/Ambiente Brasil). Relatório da Unesco aponta Brasil como 13º maior produtor de ciência: O Brasil é o 13º maior produtor de ciência do mundo, segundo dados de um relatório da Unesco. A classificação leva em conta o número de artigos científicos publicados por cada país, sendo que o Brasil chegou, em 2008, a 26.482. Na contagem mundial, a participação brasileira no total de estudos foi de 0,8% em 1992 para 2,7% em 2008. Para o órgão da ONU, a estabilidade econômica do país entre 2002 e 2008 e o aumento no

número de doutores – de 554, em 1981, para 10.711, em 2008 – foram os principais motivos para a melhora no desempenho brasileiro no setor científico. Entre 2000 e 2008, o gasto do governo brasileiro com pesquisa e desenvolvimento subiu 28%, passando de R$ 25,5 bilhões para R$ 32,8 bilhões. Mesmo assim, a expansão da ciência brasileira não acompanhou o ritmo da economia, já que a razão entre o gasto com pesquisa e o PIB brasileiro, no mesmo intervalo, foi de 1.02% para 1.09% (...) Sete universidades são citadas como as principais do país, segundo o documento, contando com 60% de todos os artigos científicos brasileiros publicados em 2009: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de Campinas (Unicamp), Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Universidade de Minas Gerais (UFMG), Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (G1/Ambiente Brasil). Mercado de carbono precisa de regras claras para se desenvolver no Brasil, diz estudo: O Brasil precisa ter regras mais claras para desenvolver o mercado de créditos de carbono, ao estabelecer quem deve regular esse comércio e como o crédito deve ser tributado pelo Estado e contabilizado nos balanços das empresas. A conclusão é de uma série de estudos divulgada nesta terça-feira (9) e feita a pedido da BM&F Bovespa, com apoio do Banco Mundial e da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep) (...) Segundo Antonio Fernando Pinheiro Pedro, um dos realizadores do estudo, a Lei 12.187/2009, que institui a Política Nacional sobre a Mudança do Clima, prevê a criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O mercado brasileiro, no entanto, ainda não foi regulamentado (Vitor Abdala/Agência Brasil/Ambiente Brasil). UE lança disputa por bilhões de recursos em tecnologia verde: A União Europeia lançou uma competição nesta terça-feira (9) para oferecer cerca de 4 bilhões de euros (5,6 bilhões de dólares) em recursos para ajudar empresas a competir na corrida da tecnologia verde contra a China, o Japão e os Estados Unidos. Todos os projetos elegíveis devem estar em funcionamento até 2015. Provavelmente os grandes vencedores devem incluir geradores de energia, como os da E.ON da Alemanha e engenharia de empresas como a Alstom, da França. ‘Essas e outras tecnologias verdes são uma fonte cada vez mais

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importante para o futuro crescimento econômico e para empregos’, disse em comunicado a ministra do Clima da União Europeia, Connie Hedegaard (G1/Ambiente Brasil). Egito transforma deserto em florestas utilizando água reaproveitada: O governo egípcio desafia a natureza ao regar áreas desérticas com água reaproveitada para convertê-las em florestas, cujas superfícies já equivalem ao território do Panamá. A diferença verificada após a intervenção humana é significativa. Onde antes havia uma paisagem desértica e inóspita, agora há áreas verdes cobertas de árvores de alto valor econômico como álamos, papiros e eucaliptos. Tudo isso foi possível graças à água que utilizam, poluem e desperdiçam todos os dias os 80 milhões de egípcios. Ironicamente, esta é a melhor opção para as chamadas “florestas feitas à mão”. “A água residual pode transformar o que não é fértil, como o deserto, em algo fértil, já que contém nitrogênio, micronutrientes e substâncias orgânicas ricas para a terra”, disse à agência de notícias Efe o professor do Instituto de Pesquisa de Solo, Água e Ambiente Nabil Kandil, especializado na análise de terrenos desérticos adequados para o florestamento (Folha.com/Ambiente Brasil). Filme contesta tese da crise climática de ‘Verdade Inconveniente’, de Al Gore: A humanidade pode se adaptar às mudanças do clima sem necessidade de ceder ao pânico, sustenta “Cool it”, um documentário sobre o polêmico climatologista dinamarquês Bjorn Lomborg. A produção foi concebida como resposta a “Uma Verdade Inconveniente”, sobre a crise ambiental provocada pelas emissões de gases-estufa, apresentado pelo ex-vice-presidente americano Al Gore. O filme, do americano Ondi Timoner, propõe estratégias para contrabalançar o aquecimento global: pintar as cidades de branco para refletir a luz do sol e reduzir a temperatura, captar a energia das ondas, obter combustíveis a base de algas e até mesmo esfriar artificialmente o planeta produzindo nuvens na atmosfera (...) Lomborg, de 45 anos, cujo livro “O Ambientalista Cético” desatou a fúria de cientistas do mundo inteiro, afirma que os alarmistas estão errados (G1/Ambiente Brasil). Estrangeiros compram 22 campos de futebol por hora: Empresas e pessoas de outros países compram o equivalente a 22 campos de futebol

em terras no Brasil a cada uma hora. Em dois anos e meio, os estrangeiros adquiriram 1.152 imóveis, num total de 515,1 mil hectares. A Folha comparou registros mais recentes feitos entre novembro de 2007 e maio de 2010 pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), que leva em conta as aquisições de pessoas e empresas de outros países. Na tentativa de conter a "invasão estrangeira", o Incra também regula compras e arrendamento de terras feitos por empresas com sede no Brasil, mas que são controladas por estrangeiros (Folha de São Paulo/Informe Aprosoja). Amazônia deve suas espécies à formação dos Andes, diz estudo: Se o Egito é uma dádiva do Nilo, como se costuma dizer, a diversidade estonteante de espécies da Amazônia é um presente dos Andes, afirma uma nova pesquisa. Com base em dados que vão de análises de DNA a estudos detalhados de fósseis e solos, a equipe do estudo concluiu que os grandes pulsos de especiação (ou seja, de surgimento de novas espécies) na região amazônica batem com as fases de formação das grandes montanhas. “Em resumo, essas espécies se criaram em resposta ao surgimento dos Andes, e ‘in situ’, na própria Amazônia – não vieram já prontas de outros lugares”, disse à Folha o biólogo brasileiro Alexandre Antonelli, que trabalha no Jardim Botânico de Gotemburgo (Suécia) e é um dos autores da pesquisa na revista “Science” (Reinaldo José Lopes/Folha.com/Ambiente Brasil). Acordo é primeiro com número para proteção global de espécies: A conferência em Nagoya também marcou o fim do reinado dos adjetivos nos documentos da Convenção sobre Diversidade Biológica. Pela primeira vez, metas com números reais para deter a perda de biodiversidade (e não só termos como “significativo”, “substancial”) foram postas na mesa. “São propostas ambiciosas em vários casos”, afirma o engenheiro florestal Fábio Scarano, diretor-executivo da ONG Conservação Internacional no Brasil. Com horizonte previsto para 2020, elas incluem a meta de zerar as extinções de espécies e de reduzir pela metade a perda de habitats naturais. A ideia é, nesse mesmo prazo, 17% da área terrestre do planeta, bem como 10% da área dos oceanos, virem reservas naturais (Reinaldo José Lopes/Folha.com/Ambiente Brasil).

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Cientistas canadenses criam sangue a partir de pele humana: Cientistas especializados em pesquisas com células-tronco descobriram uma forma de transformar em sangue a pele humana, o que representa um avanço no tratamento do câncer e outras doenças, segundo um estudo canadense publicado este domingo (7). Os cientistas extraíram células de um pedaço de 4 por 3 cm de pele humana adulta e as transformaram em células sanguíneas com a mesma informação genética, sem recorrer a células-tronco embrionárias, destacou o trabalho, publicado na revista Nature. (...) “Acreditamos que no futuro poderemos gerar sangue de forma muito mais eficiente”, disse o autor do trabalho, Mick Bhatia, do Instituto McMaster de Pesquisas sobre Câncer e Células-tronco, da Escola de Medicina Michael G. DeGroote em Hamilton, província de Ontário, no sudeste do Canadá (Yahoo!/Ambiente Brasil). Incra identifica comunidades quilombolas no Rio: O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Rio de Janeiro reconheceu como remanescente de quilombo a comunidade da Pedra do Sal, na zona portuária – alvo do maior projeto de revitalização da cidade -, e estabeleceu os limites para a emissão do título de posse. A portaria foi publicada no Diário Oficial do Estado do Rio da última quarta-feira (3). No documento, também consta a identificação das comunidades de Cabral, com 50 famílias, no sul fluminense, e Sacopã, com 13, na zona sul da capital (Isabela Vieira/Agência Brasil/Ambiente Brasil). Cientistas desenvolvem maneira de apagar memórias em ratos: Pesquisadores do Escola de Medicina da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, desenvolveram uma forma de apagar partes específicas da memória de ratos de laboratório, de forma permanente. As informações são do site TG Daily. Os cientistas conseguiram identificar proteínas que agem em neurônios cujas atividades estão relacionadas com o medo em ratos, e também em humanos. Retirando estas proteínas de uma região específica do cérebro, os pesquisadores acreditam que podem eliminar não apenas a sensação de medo, mas também apagar lembranças traumáticas, explica o site. Richard Huganir, professor e diretor de neurociência da universidade, e seus colegas conseguiram remover a proteína modificando quimicamente outra, a GluA1. Ratos com esta proteína modificada tiveram suas memórias de medo apagadas, enquanto aqueles com nenhuma

modificação continuaram com seus medos (Portal Terra/Ambiente Brasil). Bovespa terá índice que incentiva redução de emissões de CO2: A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) terá, até o fim do ano, um índice que contemplará com peso maior ações de empresas com taxas baixas de emissão de dióxido de carbono (CO2). O Índice Carbono Eficiente (ICO2) será lançado em dezembro e visa a estimular a redução das emissões de gases causadores de efeito estufa. “O índice tem como objetivo trazer o item da mudança climática para dentro das empresas por meio de instrumento econômico, que é a Bolsa [de Valores]”, explicou a diretora de Sustentabilidade da BM&FBovespa, Sonia Favaretto. Segundo ela, 45 empresas cujas ações estão entre as mais negociadas na Bolsa foram convidadas a integrar o índice. Quem aceitar terá que enviar à BM&FBovespa um inventário das emissões (Vinicius Konchinski/Agência Brasil/Ambiente Brasil). Maior potencial de redução de emissões está na Agropecuária: Só o manejo correto de pastagens em áreas degradadas no Brasil poderia evitar a emissão de 80 milhões de toneladas de CO2 equivalente ao ano. O valor é maior do que as emissões industriais brasileiras que, de acordo com o último inventário, feito em 2005, foram de 78 milhões de toneladas de CO2 equivalente. Os números foram calculados pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), parceiro do Centro de Estudos em Sustentabilidade Fundação Getúlio Vargas (GVCes) em um relatório lançado nesta terça-feira sobre as emissões do setor agrícola (Beef Point). CCJ aprova projeto que cria Conselho de Zootecnia: A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou na última quarta-feira (10) projeto de lei que cria o Conselho Federal de Zootecnia bem como os conselhos regionais. O objetivo das instituições será fiscalizar o exercício da profissão regulamentada por lei federal (Beef Point). Kenya to launch Africa’s first carbon exchange: Kenya is to launch a climate exchange platform to facilitate the trading of carbon credits and help tackle climate change. The market will be the first of its kind in Africa, enabling all African countries to sell their carbon credits. The exchange is expected to be open for business by

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the middle of next year. Carbon dioxide is one of the main gases causing climate change, scientists say, and such exchanges are one way to offset carbon emissions. Polluting industries in rich countries pay for clean development projects in poor countries. Some forecasts warn that Africa will be badly affected by climate change, even though most of the greenhouse gases which cause it are produced in the West and Asia (BBC/ILRI Clippings). Reversing desertification with livestock in Zimbabwe: Overgrazing is often seen as a major cause of desertification. But by changing the way animals are managed, the Savory Institute (SI) and Africa Center for Holistic Management (ACHM) have restored 2,700 hectares of degraded land close to Victoria Falls by increasing livestock numbers by 400 per cent. Having increased land productivity, water availability and improved livelihoods, the approach is now being adopted by local communities and pastoralists in Namibia, Zambia, Kenya and Ethiopia (New Agriculturist/ILRI Clippings). Simple livestock production changes could help both farmers and the environment: The following excerpts are from an article by Philip Thornton published yesterday (1 November 2010) in a Global Food Security Blog. Thornton cites a new paper he and his colleague Mario Herrero have published in a prestigious scientific journal that outlines how simple livestock production changes could help both farmers and the environment. Thornton is a theme leader with the Challenge Programme on Climate Change, Agriculture and Food Security and senior scientist with the International Livestock Research Institute (ILRI) in Nairobi, Kenya. Thornton has worked mostly in Latin America, Europe, North America and Africa on systems modelling and impact assessment. His current research interests revolve around integrated assessment at different scales and evaluating the possible impacts of global change on agricultural systems in developing countries (…) Read the scientific article by Thornton and Herrero in the Proceedings of the National Academy of Sciences: Potential for reduced methane and carbon dioxide emissions from livestock and pasture management in the tropics, (early edition) 7 September 2010 (ILRI Clippings).

EVENTOS IV CLANA - Congresso Latino Americano de Nutrição Animal São Pedro SP – 24 a 26 de novembro de 2010 http://www.cbna.com.br/ VI Congresso Nordestino de Produção Animal XII Simpósio Nordestino de Alimentação de Ruminantes Mossoró RN - 29 de novembro a 02 de dezembro de 2010 www.snpa.org.br I Simpósio Brasileiro de Bem-Estar de Animais de Produção (I SBBEAP) Piracicaba SP – 08 a 09 de dezembro de 2010 http://www.sbbeap.com.br/ 8º Congresso Internacional sobre Geração Distribuída e Energia no Meio Rural Campinas SP – 13 a 15 de dezembro de 2010 www.nipeunicamp.org.br II Congresso Argentino de Reprodução Equina Mendoza, Argentina – 4 a 6 de maio de 2011 www.congresoreproequina.com.br EQUIPE Augusto Hauber Gameiro [email protected] Professor da FMVZ/USP Teresa Cristina Alves [email protected] Pesquisadora da FZEA/USP Rubens Nunes [email protected] Professor da FZEA/USP

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CONTATO USP / FMVZ / VNP / LAE Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal Av. Duque de Caxias Norte, 225 - Campus USP CEP 13.635-900, Pirassununga - SP Telefone: (19) 3565 4300 Fax: (19) 3565 4295

http://lae.fmvz.usp.br

SOBRE O BOLETIM ELETRÔNICO “SOCIOECONOMIA & CIÊNCIA ANIMAL”

Trata-se de um projeto de extensão vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/USP). O projeto conta com a participação da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA/USP). O boletim eletrônico tem o objetivo de divulgar os resultados de pesquisas desenvolvidas e publicadas nacionalmente e internacionalmente, e que tenham como campo de investigação, as Ciências Humanas aplicadas diretamente ou conjuntamente à Ciência Animal. Portanto, este projeto de extensão procura contribuir para o desenvolvimento científico baseado na multidisciplinaridade. O boletim é de livre acesso a todos que tenham interesse, bastando enviar uma mensagem solicitando a inclusão do e-mail destinatário para o seu recebimento. Críticas, ideias e sugestões sempre serão bem vindas. Para solicitar cadastramento na lista de destinatários ou cancelamento do recebimento, favor escrever para: [email protected] Escreva para o mesmo e-mail se desejar receber as edições anteriores (de no. 1 a 30). Clique aqui para ter acesso às edições anteriores.

“Philosophers and ploughmen Each must know his part To sow a new mentality

Closer to the heart”

(RUSH, 1977)