sistemas agrossilvipastoris: a importância das leguminosas

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Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas Arbóreas para as Pastagens da Região Centro-Sul Fabiano de C. Balieiro 1 ; Avílio A. Franco 2 ; Paulo Francisco Dias 1 ; Sebastião M. Souto 1 e Eduardo F. C. Campello 2 1 Pesquisador da PESAGRO RIO; 2 Pesquisador da Embrapa Agrobiologia, RJ Introdução A região centro-sul abrange boa parte dos domínios morfoclimáticos brasileiros (domínios dos morros florestados; das terras baixas da Amazônia; do semi-árido do nordeste; dos chapadões recobertos de cerrados e das pradarias mistas do Rio Grande do Sul). A ação do clima sobre a morfologia regional formou associações hidrológicas e sistemas ecológicos regionais diversos, conforme Ab`Saber (1996) descreve; e por isso, sistemas de produção agropecuária com tecnologias distintas puderam se estabelecer na região alavancando o Agronegócio Brasileiro nos últimos anos. Com uma receita líquida em 2001 de US$ 23,96 bilhões, a balança comercial apresentou um saldo 28,4% maior que o previsto pelo Ministério da Agricultura, sendo que os itens que participaram com fatia significativa na receita das exportações foram o complexo da soja, o de carnes e o de açúcar e álcool (Figura 1) (Pinazza e Alimandro, 2002). Dentro desse contexto a região centro-sul merece destaque, pois detêm mais de 92% da área plantada de soja do país (17,02 dos 18,43 milhões plantados), concentrando ainda 81% da produção de leite brasileira, 90% da produção de carne de frango, 77,4% do rebanho de suínos e mais de 80% dos abates bovinos do país (Santo, 2001; Embrapa, 2004; FNP, 2004). Apesar das disparidades regionais em termos de tecnologias e sistemas de produção, disponibilidade de recursos, diversidades edafoclimáticas dentre outras, é inquestionável que a pesquisa e problemas sanitários recentes em outros continentes, estejam contribuindo para tamanho sucesso da agropecuária brasileira. Entretanto, há de se ressaltar que no Brasil, por trás desta agricultura de sucesso e que tem sido o sustentáculo do país, existe também uma agricultura sem sustentabilidade econômica e, em geral, com muita degradação ambiental.

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Page 1: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas Arbóreas

para as Pastagens da Região Centro-Sul

Fabiano de C. Balieiro1; Avílio A. Franco2; Paulo Francisco Dias1;

Sebastião M. Souto1 e Eduardo F. C. Campello2

1Pesquisador da PESAGRO RIO; 2 Pesquisador da Embrapa Agrobiologia, RJ

Introdução

A região centro-sul abrange boa parte dos domínios morfoclimáticos brasileiros

(domínios dos morros florestados; das terras baixas da Amazônia; do semi-árido do

nordeste; dos chapadões recobertos de cerrados e das pradarias mistas do Rio Grande do

Sul). A ação do clima sobre a morfologia regional formou associações hidrológicas e

sistemas ecológicos regionais diversos, conforme Ab`Saber (1996) descreve; e por isso,

sistemas de produção agropecuária com tecnologias distintas puderam se estabelecer na

região alavancando o Agronegócio Brasileiro nos últimos anos.

Com uma receita líquida em 2001 de US$ 23,96 bilhões, a balança comercial

apresentou um saldo 28,4% maior que o previsto pelo Ministério da Agricultura, sendo

que os itens que participaram com fatia significativa na receita das exportações foram o

complexo da soja, o de carnes e o de açúcar e álcool (Figura 1) (Pinazza e Alimandro,

2002). Dentro desse contexto a região centro-sul merece destaque, pois detêm mais de

92% da área plantada de soja do país (17,02 dos 18,43 milhões plantados), concentrando

ainda 81% da produção de leite brasileira, 90% da produção de carne de frango, 77,4%

do rebanho de suínos e mais de 80% dos abates bovinos do país (Santo, 2001; Embrapa,

2004; FNP, 2004). Apesar das disparidades regionais em termos de tecnologias e

sistemas de produção, disponibilidade de recursos, diversidades edafoclimáticas dentre

outras, é inquestionável que a pesquisa e problemas sanitários recentes em outros

continentes, estejam contribuindo para tamanho sucesso da agropecuária brasileira.

Entretanto, há de se ressaltar que no Brasil, por trás desta agricultura de sucesso e que

tem sido o sustentáculo do país, existe também uma agricultura sem sustentabilidade

econômica e, em geral, com muita degradação ambiental.

Page 2: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

Figura 1 – Receita brasileira com exportações por itens do agronegócio de maior

representatividade (extraído de Pinazza e Alimandro, 2002)

Reconhecendo a importância do fator solo como base da produção agropecuária e

o avançado processo de degradação de alguns biomas brasileiros (Myers et al., 2000),

como conseqüência do desmatamento acelerado, do superpastejo e manejo agrícola

incorreto (Oldeman, 1994, citado por Dias e Griffith, 1998) é que o presente trabalho

pretende subsidiar estratégias para o manejo sustentável dos sistemas produtivos.

Sistemas Agroflorestais (SAF’s)

Os SAF’s têm sido apontados como aqueles de maior potencial de uso em solos

tropicais, pois conjugam o uso dos componentes arbóreos, com cultivos anuais e animais.

Em relatório recente (março de 2004) “Realizing the promise and potential of African

Agriculture”, elaborado para as Nações Unidas pelo Conselho Mundial de Academias de

Ciências, os sistemas agroflorestais foram indicados como um dos sistemas com grande

potencial para a redenção da agricultura do continente africano, que em muitas regiões

são semelhantes às brasileiras.

5.297

2.553

2.370

1.340

1.088

944

926

578

271

43

Complexo soja

Carnes

Açúcar e álcool

Café

Algodão

Fumo e tabaco

Sucos de fruta

Cereais e farinhas

Pescados

Leite, laticínios e ovos

Iten

s do

agro

negó

cio

US$ milhões

Page 3: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

A múltipla funcionalidade desses sistemas, pode ainda, inserir o agricultor ou

empresas em outros nichos do mercado, aumentando a sua renda e diminuindo a

suscetibilidade às variações do mercado de produtos específicos (DUBOIS, 1998; DUBÉ

et al., 2000). Daniel et al. (2001) citam que o território brasileiro apresenta diversos pré-

requisitos à adoção e disseminação dos SAF`s, embora os autores os julguem pouco

divulgados e pesquisados. Dentre esses pré-requisitos, eles citam a grande quantidade de

terras degradadas, cultivadas com agricultura ou pastagem; algumas regiões com alta

densidade de pequenas propriedades; existência de bacias hidrográficas desordenadas e

que servem de mananciais de abastecimentos a municípios com alta concentração

demográfica; êxodo rural em função da falta de sustentabilidade econômica; drástica

redução da biodiversidade nas áreas de produção agropecuária; extensas áreas de

pastagem desprovidas de árvores de sombra; ausência de tradição de suplementação

alimentar baseada em forragens lenhosas; deficiência nas práticas de conservação de solo,

entre outros.

A integração de equipes, linhas de financiamento em instituições estaduais e

federais tem sido apontadas como peças-chave para o desenvolvimento e a sedimentação

do conhecimento e difusão do conhecimento sobre os SAF’s (Silva et al., 2001; Daniel et

al., 2001).

O presente trabalho apresenta aspectos relevantes da importância do componente

arbóreo aos sistemas agropecuários de produção, algumas experiências em avaliação e a

perspectiva desses sistemas no Brasil, com ênfase na região Centro-Sul.

Benefício das Árvores aos sistemas agropecuários de produção

A inserção de espécies arbóreas aos sistemas de produção agropecuário possui,

acima de tudo, caráter conservacionista, podendo este ser manifestado por meio das mais

diversas configurações.

Por possuírem um porte elevado e apresentarem um caráter perene de

desenvolvimento, as árvores tendem a ocupar estratos diferenciados do ambiente e a

aumentar, quando adequadamente estabelecidas, a eficiência do sistema, na captação dos

recursos disponíveis (água, luz e nutrientes). Além disso, proporcionam diminuição da

energia cinética da água de precipitação e do seu potencial erosivo, por meio da

Page 4: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

interceptação pela copa e pela serapilheira depositada sobre o solo, ou mesmo a redução

da velocidade dos ventos mitigando, dessa forma, a erosão eólica. A mudança no

microclima local, pode favorecer outras culturas ou a qualidade da pastagem, e aumentar

o conforto térmico para os animais.

Tem sido relatado para diversos animais (Aguiar e Targa, 1999; Balieiro et al.,

2003; Magalhães et al., 1998 citado por Townsend et al., 2003;) que variações de

temperaturas diárias são acompanhadas por variações na temperatura retal e freqüência

respiratória dos mesmos. Desta forma, identificando o potencial que cada espécie arbórea

ou arbustiva tem em absorver ou emitir (albedo) a energia incidente sobre determinada

área, pode-se manejar os animais dentro da chamada faixa de conforto, onde se mantém a

homeotermia, com mínimo de esforço do sistema termo regulador. Neste sentido tornam-

se indispensáveis os estudos de seleção de espécies com potencial de mitigação dos

efeitos adversos aos componentes de interesse à exploração, no caso o animal. Martins et

al. (2002) conduziram trabalho em Pirassununga objetivando avaliar a qualidade térmica

do sombreamento natural das espécies sapateiro (Pêra glabrata), copaíba (Copaifera

langsdorfii), orelha de negro (Enterolobium contortisiliquum), pau pereira (Platycyamus

regnelii) e angico (Anadenanthera macrocarpa). A partir das características

psicrométricas do microclima (nível de iluminação, índice de temperatura e umidade

relativa, índice de temperatura do globo negro e umidade, índice de carga térmica

radiante e redução de carga térmica) gerado por suas respectivas sombras, os autores

concluíram que as espécies com melhor qualidade de sombra são o angico, seguido do

pau pereira, copaíba e orelha de negro. Além disso, a interceptação parcial do angico à

luz, permite que as espécies herbáceas cresçam sob sua copa, sem dimuinuir a

acumulação de proteína (Carvalho et al., 1997).

É bem verdade que o efeito do sombreamento é menos acentuado em condições

climáticas amenas. como observado por Aguiar e Targa (1999)(Tabela 1). Porém, em se

tratando de áreas com índices de ambiente térmico mais estressantes, como aquelas

observadas em diversas áreas do Cerrado, semi-árido, ou mesmo zona da mata mineira,

respostas fisiológicas e de produção geralmente apontam para os efeito nocivo desse

estresse, principalmente para animais de alta produção. Campos et al. (2002) avaliando o

estresse calórico sobre a produção de leite de vacas holandesas na região de Coronel

Page 5: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

Pacheco, MG, concluíram que o desconforto térmico, caracterizado pelo Índice

Temperatura Umidade (ITU), pode causar, dependendo do nível de produtividade,

diminuição significativa (de 0,1 a 8,4 kg/vaca/dia) na produtividade de leite de vacas

holandesas.

Tabela 1 – Médias das variáveis termoreguladoras, armazenamento de calor corporal, índice de circulação térmica médio (mancha preta mais mancha branca), produção de leite para os dois grupos das 8:00 às 16:00 h (Aguiar e Targa, 1999)

Variável Grupos

Sol Sombra Natural

Freqüência respiratória, mov.min-1 40,06 38,13 n.s.

Temperatura da mancha preta, oC 31,33 31,14 n.s.

Temperatura da mancha branca, oC 30,68 30,10 n.s.

Temperatura retal, oC 38,69 38,64 n.s.

Índice de circulação térmica 1,44 1,35 n.s.

Armazenamento de calor corporal, kJ.m-2, em 8 horas 262,85 237,61 n.s.

Produção de leite 19,4 21,9 n.s.

n.s. Não Significativo a 5% de probabilidade pelo teste “F”

Chiles e Pahnish (1952) mostraram que no Arizona, o gado sob efeito da sombra

ganhou 0,23 kg/dia a mais que o sem sombra. Em um experimento conduzido na região

sudeste da Austrália, Silver (1987), trabalhando com vacas holandesas, em pastagens

consorciadas de alta qualidade, tendo acesso ou não à sombra, após oito semanas de

pastejo, a produção média de leite aumentou em 1,45 l-1 vaca-1 dia-1 nos animais que

tinham acesso à sombra, e que a qualidade do leite das vacas sem acesso à sombra era

inferior.

As árvores podem também beneficiar as pastagens principalmente quanto à

proteção do solo e disponibilização de nutrientes, pois com raízes mais profundas, parcial

ou totalmente ativas no solo, as árvores permitem a (i) estabilização física da massa do

solo seja pelo efeito direto de aproximação das partículas, seja por influência indireta da

adição de matéria orgânica sobre as propriedades físicas do solo; a (ii) ciclagem de

nutrientes situados em profundidades maiores no perfil para a superfície do solo; a (iii)

reserva temporária de nutrientes, imobilizados nas raízes e parte aérea, evitando sua perda

Page 6: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

por erosão ou mesmo lixiviação; a (iv) redistribuição de C e outros nutrientes em

profundidade, favorecendo a atividade microbiana e da fauna do solo, com conseqüências

benéficas em termos de aeração e permeabilidade e o (v) aumento da capacidade que os

sistemas nos quais as árvores são inseridas possuem, de seqüestrar C.

Pastagens arborizadas permitem também o uso racional de fertilizantes,

principalmente os fosfatados que podem ser aplicados junto às espécies arbóreas,

voltando para as espécies herbáceas como parte da estrutura orgânica das folhas e

estruturas das espécies arbóreas que retornam ao solo. Além desses aspectos, o

componente arbóreo pode servir de elos de ligação de fragmentos remanescentes de

ecossistemas degradados, minimizando assim a deriva gênica nessas áreas (Costa e

Scariot, 2003).

O Papel das Leguminosas arbóreas nos Sistemas Agrossilvipastoris

Em pastagens arborizadas, um aspecto muito importante é a qualidade da

forragem sombreada, que pode influenciar diretamente a produção animal. E em se

tratando de solos tropicais, onde a matéria orgânica exerce papel importante na reserva de

nutrientes, é fundamental que não apenas a entrada de resíduos orgânicos seja constante,

mas que sua composição proporcione acúmulo de C e intensificação da ciclagem de

nutrientes nas pastagens.

As leguminosas arbóreas, capazes de formar simbiose com bactérias diazotróficas,

são aquelas com maior número de representantes com potencial de uso. A fixação

biológica de N2 atmosférico (FBN), fenômeno catalisado pela enzima nitrogenase,

apresenta-se como peça fundamental no manejo de solos tropicais, pois (a) dispensam

(total ou parcialmente) a aplicação do fertilizante nitrogenado, cuja produção exige

grande requerimento energético (14.700 kcal por kg de N fertilizante)(Macedo e Koller,

1997); (b) diminuem o potencial de poluição e de perdas dos fertilizantes nitrogenados,

uma vez que o sincronismo entre os organismos simbiontes é perfeitamente atendido se

fatores limitantes à simbiose são satisfeitos (Siqueira e Franco, 1988; Franco e Balieiro,

1999); (c) aumentam o estoque de C do solo, seja por deposição direta da serapilheira ou

estabilização da matéria orgânica do solo (Balieiro, 2002; Sisti et al., 2003), (d) podem

Page 7: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

aumentar a solubilização de fosfatos naturais (Silva et al., 1985), fontes mais baratas de

P, (e) podem introduzir ao sistema quantidades significativas de N (Tabela 2).

Várias dessas espécies têm sido avaliadas quanto à capacidade de nodulação

eficiente (Dobereiner, 1967; Campelo e Dobereiner, 1969; Faria et al., 1984; Faria et al.,

1987; Faria et al., 1989; Moreira et al., 1992; Franco e Faria, 1997; Faria et al., 1999),

porém, parte considerável das espécies identificadas ainda permanece sem estudos.

Tabela 2 - Porcentagem de N derivado da fixação biológica (%Ndfb) e quantidade fixada

(QNF) por algumas leguminosas arbóreas1 Espécie País Idade Densidade %Ndfb QNF2 Período

anos Plantas. a-1 kg. ha-1 Acacia auriculiformis Congo 7 800 - 141 1 ano A. holocericea Austrália 3 1.110 - 12 1 ano 3 1.110 - 19 1 ano A. mangium Congo 7 800 - 120 1 ano A. mearnsii África do Sul - - - 200 1 ano A. melanoxylon Austrália 2,25 180 43 <1 27 meses A. mucronata Austrália 2,25 2.020 48 <1 27 meses A. pennatula México 20 - - 34 1 ano A. pulchela Austrália - - - 2 1 ano Cajanu cajan Índia 0,55 55.000 44-63 120-170 200 dias Gliricidia sepium Austrália - - 75 99 90 dias Sri Lanka - 5.000 52-65 87-308 9 meses Inga jinicuil México - 205 - 35 1 ano Leucena leucocephala Porto Rico 2 5.000 70 51-71 1 ano 2 10.000 70 103 1 ano Nigéria - - 40-45 133 6 meses Paraserianthes falcataria Havaí - - - 100 1 ano Prosopis glandulosa California - - 43-61 40 1 ano - - - 25-30 1 ano Robinia pseudoacacia Áustria 2 5.714 90 110 1 ano Sesbania rostrata Filipinas 0,15 500.000 86 458 dias 1 Extraído de Domergues et al. (1999); 2Quantidade de nitrogênio fixado.

Além da capacidade de se associarem às bactérias diazotróficas, quase todas as

leguminosas tropicais estudadas se associam, também, aos fungos micorrízicos

arbusculares (FMA) (Siqueira, 1996). Algumas espécies de leguminosas apresentam

grande dependência pelos fungos micorrízicos, inclusive para a nodulação e

estabelecimento da simbiose com rizóbio (Monteiro, 1990; Siqueira, 1996; Saggin Júnior

& Lovato, 1999). Com essas propriedades as plantas noduladas e micorrizadas adquirem

Page 8: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

maior capacidade de absorção de nutrientes, se tornando mais tolerantes aos estresses

ambientais (Awotoye et al., 1992; Santos et al., 1994; Souza & Silva, 1996; Franco &

Faria, 1997) e incorporando quantidades significativas de C e N ao solo. Desta forma,

espécies que formam estas simbioses são indicadas para aumentar a matéria orgânica do

sistema em condições de baixa fertilidade (Franco et al., 1992; Redente et al., 1993) e

intensificar a ciclagem de nutrientes (Figura 2).

Page 9: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

Figura 2 – Importância de espécie leguminosa arbórea fixadora de nitrogênio na ciclagem

de nutrientes em pastagens (FMA= fungo micorrízico arbuscular)

Considerando a biodiversidade tropical e os contrastes edafoclimáticos

encontrados nas diferentes regiões brasileiras, pode-se afirmar que o pecuarista ou o

agricultor possui uma infinidade de combinações passíveis de uso e sucesso.

Dentre as espécies nativas, as que ocorrem no cerrado são de interesse especial

para uso em pastagens, devido ao ambiente natural pouco denso ser um indicativo da

adaptação das espécies à ambientes abertos. Kirkbride (1984), revisando a flora de

leguminosas do Cerrado, com o intuito de serem utilizadas futuramente como

condicionadoras do solo, verificaram cerca de 70 gêneros e 527 espécies de leguminosas,

tendo 65% dos gêneros com 1 ou mais espécies reportadas como nodulantes e 12% das

espécies como não nodulantes. O autor supracitado recomendou especial atenção aos

NH4+, P + K+ + Ca2+ + Mg2+

(Alcance das raízes das gramíneas)

K+ + Ca2+ + Mg 2+

(do subsolo)

P- Fosfato de rocha

+ adubos

N2(Atmosfera)

NH4+, P + K+ + Ca2+ + Mg2+

(Alcance das raízes das gramíneas)

K+ + Ca2+ + Mg 2+

(do subsolo)

P- Fosfato de rocha

+ adubos

N2(Atmosfera)

Page 10: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

gêneros Sclerolobium, Dimorphandra, Chamaecrista (subfamília Caesalpinoideae),

devido a freqüência e características das espécies, aos gêneros Stryphnodendron e

Enterolobium da subfamíla Papilionoideae e como representantes da subfamília

Papilonoideae cita Phaseolea, Aeschinomeneae, Swartzia, Ascomium e Bowdichia.

Algumas dessas espécies já foram avaliadas quanto a nodulação e eficiência na fixação

de N2, mas ainda são poucos os trabalhos que demonstram o impacto dessas espécies

sobre os componentes forrageiro, solo e animal.

Em trabalho recente de prospecção de espécies potenciais para uso em sistemas

silvipastoris em região da Mata Atlântica do Estado do Rio de Janeiro, Souto et al. (2003)

cadastraram fenologicamente cerca 611 espécies em 16 municípios do Estado. A família

botânica de maior representatividade do estudo foi a Leguminosae, com 314 árvores

cadastradas, distribuídas nas subfamílias Papilionoideae (111), Mimosoideae (110) e

Caesalpinoideae (90). Dentre as espécies identificadas, as que ocorreram em maior

número foram Platypodium elegans (54 árvores), Peltophorum dubium (42),

Anadenanthera peregrina (41), Apuleia leiocarpa (37), Tabebuia ochracea (27),

Piptadenea gonoacantha (16), Machaerium hirtum (15), Dalbergia nigra (11), Albizia

polycephala (10) e Tabebuia chrysotrichia (9). A A. peregrina, o P. elegans e a A.

leiocarpa se destacaram por suas respectivas alturas, 27, 25 e 25 m e raio de copa (11, 12

e 13 m). A P. elegans e a A. leiocarpa apresentaram-se com a maior altura livre abaixo da

copa, ao passo que A. peregrina e a P. gonoacantha com menor altura, ambas com 1 m.

Além disso, as espécies de maior ocorrência no estudo não prejudicaram o crescimento

das pastagens, que em sua maioria era de Brachiaria brizantha cv. Marandu, B.

decumbens e B. humidicola.

Dentre os estudos conduzidos com leguminosas, àqueles que demonstram o

potencial das espécies sobre a quantidade (oferta) e qualidade de forragem, merecem

destaque. Carvalho et al. (1997), por exemplo, avaliando a performance de seis diferentes

gramíneas frente ao sombreamento com Ângico-Vermelho (Anadenanthara macrocarpa

(Benth) Bressan), na Zona da Mata Mineira, detectaram tolerância da Brachiaria

brizantha cv. Marandu e ainda do Pannicum maximum cv. Vencedor ao sombreamento.

O Andropogon gayanus cv. Planaltina e a Melinis minutiflora tiveram suas produções de

matéria seca (MS) reduzidas significativamente (p<0,05) quando sobreadas. A redução

Page 11: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

média na luminosidade foi de 38%. Lisieire et al. (1994) também confirmaram a

performance da brizantha em Itaguaí, RJ, frente ao sombreamento artificial de 75%. Em

artigo mais recente Carvalho et al. (2002) avaliando a performance de outras espécies

gramíneas (P. maximum cvs. Aruana, Makiveni, Mombaça e Tanzânia e Cynodon

dactilon vc. Tifton 68) frente ao sombreamento (30-60%) por Ângico-Vermelho,

detectaram diferenças na resposta das espécies e cultivares. O Tifton cv. 68 não foi

tolerante à sombra, não se adaptando as condições ambientais que prevaleceram durante

o experimento, ao passo que os demais capins apresentaram tolerância intermediária.

A intensidade luminosa pode afetar a qualidade nutricional das forragens (Wilson,

1982; Wilson et al., 1990), a qual é geralmente expressa pelo produto do consumo

voluntário de forragem e a digestibilidade da mesma (Norton et al., 1991). Na literatura,

aumentos significativos na concentração de K na parte aérea de diversas forrageiras

sombreadas tem sido relatadas, em experimentos conduzidos a campo, com sombra de

árvores e de telas. Modificações nas concentrações de P em condições de sombra, são

menos acentuados (Norton et al., 1991; Carvalho et al., 1994). Carvalho et al. (1997), sob

o dossel do Ângico-Vermelho observaram que o nitrogênio total acumulado na parte

aérea das gramíneas testadas foi menos afetado pelo sombreamento do que a produção de

matéria seca. Somente a espécie A. gayanus teve acumulação de N na parte aérea

significativamente maior na área de sol do que na sombra. Duas gramíneas que tiveram

bom crescimento na sombra em relação ao solo, B. brizantha e P. maxium cv. Vencedor,

apresentaram acumulação de N 47 e 22%, respectivametne, maior na sombra (Tabela 3).

Em termos de digestibilidade, Carvalho et al. (2002) detectaram que sob

condições de sombreamento, a digestibilidade in vitro (DIVMS) da parte aérea total das

gramíneas foi significativamente mais alta do que na área sem árvores. Por outro lado,

Norton et al. (1991), estudando o efeito do sombreamento sobre a qualidade de cinco

gramíneas tropicais (Setária Sphacelata cv. Kazangula, Panicum maximum var.

tricoglume cv. Petrie; Panicum Maximum cv. Riversdali, Brachiaria decumbens cv.

Basilisk, e Paspalum notatum), por meio de dois experimentos de campo, concluíram

que, o sombreamento de 50%, teve pouco efeito sobre a digestibilidade das forrageiras.

Belsky (1992), também relata que em pastagem nativa, as concentrações de fibra

detergente neutra (FDN), fibra detergente ácida (FDA) e celulose nas forragens

Page 12: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

diminuíram sob a sombra de árvores em relação á área sem sombra, enquanto as

concentrações de lignina aumentaram.

Tabela 3 – Produção de matéria seca e acumulação total de nitrogênio de seis gramíneas

em um sub-bosque de angico-vermelho e em área de sol1 (Carvalho et al., 1997) Espécie Produção de MS Acumulação de N na biomassa

Sol

kg.ha-1

Sombra

kg.ha-1

Prod. Relativa

(%)

Sol

kg.ha-1

Sombra

kg.ha-1

Prod. Relativa

(%)

B. brizantha 7.051 6.901 98 83,5 122,7 147

P. maximum 8.220 6.310 77 99,4 121,3 122

B. decumbens 9.974* 6.337 63 102,6 101,4 99

S. sphacelata2 5.275 2.297 43 56,2 34,0 60

A. gayanus 13.334* 5.533 41 149,5* 89,3 60

M. menutiflora 7.183* 2.573 36 82,1 53,9 66 1 Média de três cortes e média de quatro repetições; 2 média de dois cortes.

A introdução de nutrientes ao solo via deposição e decomposição da serapilheira e

lavagem de suas copas, beneficiam as forrageiras qualitativamente. Porém, respostas

positivas sobre a fertilidade podem ser mais acentuadas sob a copa de espécies

leguminosas, onde a introdução de N é marcadamente superior àquelas não leguminosas

(Froufe, 1999; Balieiro et al., 2001; Balieiro et al., 2004). Sob influência da copa da

Acacia mangium, por exemplo, Xavier et al. (2003), detectaram teores significativamente

mais elevados para o P, K, Mg, Ca e matéria orgânica em amostras de solo (0-20cm) com

Brachiaria decumbens, comparativamente àquelas retiradas fora da área de influência das

árvores, sendo esse efeito mais pronunciado para a camada superficial (0-10 cm).

Dias et al. (1994), por exemplo, em áreas degradadas pela extração de bauxita,

detectaram reserva de nutrientes (N, P, K e Mg) superior na manta orgânica de Acacia

mangium (94,47 kg.ha-1 de N; 1,37 kg.ha-1 de P; 4,90 kg.ha-1 de K; 29,43 kg.ha-1 de Ca e

5,46 kg.ha-1 de Mg) que naquela sob Eucalyptus pellita (27,45 kg.ha-1 de N; 0,56 kg.ha-1

de P; 2,75 kg.ha-1 de K; 45,86 kg.ha-1 de Ca e 4,86 kg.ha-1 de Mg). Apesar dos mesmos

reportarem que, naquele substrato, as diferenças nas características químicas, entre os

plantios, se deram apenas até os 5 cm superficiais, é sabido que a maior parte do ciclo

Page 13: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

biogeoquímico dos nutrientes ocorre nas camadas superficiais do solo, onde a matéria

orgânica se encontra acumulada.

Porém, para que esses efeitos sejam sentidos nas pastagens é preciso que as

espécies arbóreas se estabeleçam e se desenvolvam, sem que grandes investimentos com

a proteção das mesmas sejam feitos. Por isso, Dias (2004, tese de Doutorado - dados

ainda não publicados), em sete diferentes áreas, em três diferentes municípios do estado

do Rio de Janeiro (Valença, Seropédica e Itatiaia), tem avaliado 16 espécies arbóreas,

dentre elas algumas leguminosas, em pastagens sob sistema rotacionado. Dentre as

espécies avaliadas (Tabela 4) destaque merece ser dado as espécies Mimosa tenuiflora,

Mimosa artemisiana, Mimosa caesalpiniifolia, Pseudosamanea guachapele e Acacia

holocerisea por apresentarem baixa taxa de pastejo, maior sobrevivência e rápido

crescimento inicial.

Tabela 4 - Levantamento do patejo e da altura e sobrevivência de mudas no final do período experimental (16 meses). Dias (Dados não publicados – Tese de Doutorado em andamento)

Médias1 Espécies Altura da planta2 (cm/mês) Pastejo2 Sobrevivência

2

1- Gliricidia sepium 3,20 c** 81,13 a** 88,57 b**

2- Pseudosamanea guachapele 8,01 b 32,20 c 94,14 a 3- Erythrina verna 1,95 d 63,97 b 28,86 c 4- Mimosa tenuiflora 7,49 b 11,94 d 90,00 a 5- Mimosa caesalpiniifolia 6,93 b 50,23 b 93,13 a 6- Anadenanthera peregrina 2,83 c 66,45 b 56,43 c 7- Acacia holocerisea 11,10 a 26,37 c 84,43 b 8- Acacia auriculiformes 7,54 b 56,85 b 80,00 b 9- Mimosa artemisiana 10,62 a 14,98 d 90,38 a 10- Enterolobium contortisiliquum 5,30 b 32,96 c 95,43 a 11- Schizolobium parayba 0,36 d 48,10 b 20,17 d 12- Erythrina poeppigiana 0,31 d 73,35 b 46,72 c 13- Albizia lebbek 6,99 b 65,92 b 92,86 a 14- leucaena leucocephala 4,80 c 87,80 a 95,71 a 15- Machaerium hirtum 3,15 c 32,43 c 75,83 b 16- Peltophorum dubium 1,57 d 33,29 c 65,28 c 1 Médias originadas de sete locais diferentes; 2 Taxa de crescimento de cada espécie; 3Avaliação subjetiva considerando 100 como as plantas totalmente pastejadas e, também, como sobreviventes. * * Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem significativamente pelo teste de Scott-Nott a 5% de probabilidade.

Outros sistemas silvipastoris, podem incluir forrageiras arbóreas e arbustivas, de

alto valor nutritivo, como a leucena (Leucaena leucocephala), Gliricidia (Gliricidia

Page 14: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

sepium), algaroba (Prosopis juliflora), Albizia lebbek, e várias espécies de Erythrina, que

poderão ter participação significativa na dieta dos animais. Entretanto, para o

estabelecimento de árvores em pastagens, sem proteção, na presença de animais é

desejável que as espécies apresentem baixa taxa de pastejo.

Sistemas agrossilvipastoris

Apesar de diversos trabalhos contemplarem os benefícios das leguminosas

arbóreas em solos tropicais, degradados ou não, pode-se dizer que ainda são escassos os

trabalhos, de longa duração, que demonstrem as interações dos diferentes componentes

desse sistema e, principalmente, os benefícios econômicos dessas interações.

Nos sistemas silvipastoris, tanto o componente agrícola, como o silvícula, têm

valores econômicos complementares aos derivados da produção animal. Neste sentido, as

iniciativas desenvolvidas pela Companhia Mineira de Metais (CMM), merecem destaque.

Em Vazante, Minas Gerais, Dubé et al. (2000) faz uma avaliação econômica do sistema

com os seguintes componentes: (i) Componente arbóreo: Clones híbridos de Eucalyptus

camaldulensis x E. grandis, Eucalyptus camaldulensis x E. urophylla e Eucalyptus

camaldulensis x E. terenticornis; (ii) Componente agrícola: arroz e soja; (iii)

Componente forrageiro: Brachiaria brizantha e (iv)Componente animal: Bos indicus. O

fluxograma das operações do sistema parte do ano zero com o plantio de mudas de

eucalipto, a semeadura do arroz e a venda da madeira de destoca de regeneração do

cerrado. No primeiro são efetuadas a semeadura da soja nas entre linhas de plantio do

eucalipto e a manutenção das florestas de eucalipto. No segundo e terceiro anos são

realizados a semeadura da braquiaria e 1a desrama e aquisição de novilhos e 2a desrama,

respectivamente. No quarto ano é feita apenas a manutenção do eucalipto e no quinto a

primeira venda de bois, segunda aquisição de novilhos para engorda e manutenção das

florestas. Somente ao décimo primeiro ano é que se realiza a venda dos bois e o corte e

venda da madeira. Segundo os autores, as culturas agrícolas foram responsáveis por um

quinto da receita obtida do sistema, enquanto que a do boi gordo (com 27%) superou

ligeiramente à de madeira para serraria (24%) ou para energia (24%). Nota-se, então, que

o componente animal teve participação significativa nas receitas da empresa.

Comparando a viabilidade econômica do sistema comparativamente a monocultura de

Page 15: Sistemas Agrossilvipastoris: a Importância das Leguminosas

eucalipto, os autores detectaram que o primeiro sistema proporciona receitas múltiplas

provenientes da venda de seus diversos produtos agrícolas e pecuários obtidos ao longo

do seu ciclo de produção, tornando-o mais atrativo para a empresa.

Em estudo sobre os fatores limitantes ao crescimento do capim Tanzânia, em

sistema agrossilvipastoril com eucalipto, em Latossolo Vermelho Escuro (LE) distrófico

e álico da região dos Cerrados de Minas Gerais, Andrade et al. (2001) detectaram, no

primeiro corte do capim, efeito apenas da adubação nitrogenada (p≥0,001) e no segundo

corte, tanto da nitrogenada (p≥0,01) quanto da potássica (p≥0,05). No primeiro corte, a

resposta a aplicação de 100 kg de N/ha foi expressiva, havendo incremento de 84% de

MS, em relação aos tratamentos não adubados com N. Além disso, os autores discutiram

que por possuir elevada eficência de uso dos nutrientes, o eucalipto adiciona um material

de baixa qualidade os solo (elevada relação C/N), intensificando a imobilização dos

mesmos no solo, que se soma a imobilização pelo próprio eucalipto.

Essas informações demonstram o quanto o crescimento e a qualidade das

forrageiras encontram-se associadas à qualidade do material incidente ao solo e como as

leguminosas fixadoras de N2 podem beneficiar as pastagens brasileiras. Necessita-se

porém, de mais estudos para idetificar, para cada região, quais as espécies que se

estabelecem em pastagens, dentro da realidade de cada agricultor e as que poderiam

proporcionar ganhos econômicos equivalentes ou superiores aos observados com o uso

do eucalipto nesses sistemas (Andrade et al. 2001).

Apesar de serem infinitas as combinações ou desenhos dos sistemas

agrosilvipastoris a serem implantados, é indiscutível que a manutenção do componente

arbóreo pode proporcionar vantagens aos sistemas produtivos. No caso das pastagens,

além dos ganhos de produtividade e sustentabilidade pelo conforto aos animais, pela

maior proteção ao solo, uso mais eficiente da energia incidente e dos nutrientes, inclusive

com a possibilidade de usar espécies arbóreas fixadoras de nitrogênio, a inserção das

espécies arbóreas tem papel importante como fonte de alimento e proteção aos animais,

favorecendo o fluxo de genes.

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