sÍndrome de burnout nos docentes do curso de...

21
SÍNDROME DE BURNOUT NOS DOCENTES DO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI- ÁRIDO Rafael Bezerra Duarte (UFERSA ) [email protected] Andre Duarte Lucena (UFERSA ) [email protected] MIGUEL ELIAS DE OLIVEIRA NETO (UFERSA ) [email protected] JESSICA DANIELLE DE CARVALHO NUNES (UFERSA ) [email protected] Levando-se em conta que todos os profissionais são hoje suscetíveis a desenvolver a síndrome de burnout, e que isso pode refletir não só no mau desempenho da tarefa, mas no índice de absenteísmo e de rotatividade das organizações em geral. Objetivando mensurar o grau de relação dos aspectos pessoais, sociais, institucionais e funcionais e, emocionais com a prevalência da síndrome de burnout nos docentes do curso de Engenharia de Produção da UFERSA. Para a obtenção dos dados necessários foram utilizados dois questionários. Recomenda-se que a instituição preste mais atenção a saúde do seu colaborador mais importante, o professor, pois a universidade tem como suas fundações os docentes, pois são eles que seguram e dão toda a estrutura necessária para que exista uma qualidade de excelência. Por fim, tem-se o desejo que a pesquisa realizada tenha serventia para os estudos sobre a síndrome dentro das instituições de ensino superior, já que foi visto que ela pode trazer danos ao docente e subsequentemente à própria universidade. O problema não afeta apenas o professor, outros que são prejudicados são os alunos, pois o docentes sofrendo deste mal irão ter um baixo rendimento em sala de aula e assim o alunos receberam aulas de baixo nível. O estudo constatou níveis variados para os fatores que estão ligados diretamente com a síndrome. XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10 Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

Upload: vuongkhanh

Post on 18-Jan-2019

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

SÍNDROME DE BURNOUT NOS DOCENTES DO

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-

ÁRIDO

Rafael Bezerra Duarte (UFERSA )

[email protected]

Andre Duarte Lucena (UFERSA )

[email protected]

MIGUEL ELIAS DE OLIVEIRA NETO (UFERSA )

[email protected]

JESSICA DANIELLE DE CARVALHO NUNES (UFERSA )

[email protected]

Levando-se em conta que todos os profissionais são hoje suscetíveis a

desenvolver a síndrome de burnout, e que isso pode refletir não só no mau

desempenho da tarefa, mas no índice de absenteísmo e de rotatividade das

organizações em geral. Objetivando mensurar o grau de relação dos aspectos

pessoais, sociais, institucionais e funcionais e, emocionais com a prevalência

da síndrome de burnout nos docentes do curso de Engenharia de Produção

da UFERSA. Para a obtenção dos dados necessários foram utilizados dois

questionários. Recomenda-se que a instituição preste mais atenção a saúde

do seu colaborador mais importante, o professor, pois a universidade tem

como suas fundações os docentes, pois são eles que seguram e dão toda a

estrutura necessária para que exista uma qualidade de excelência. Por fim,

tem-se o desejo que a pesquisa realizada tenha serventia para os estudos

sobre a síndrome dentro das instituições de ensino superior, já que foi visto

que ela pode trazer danos ao docente e subsequentemente à própria

universidade. O problema não afeta apenas o professor, outros que são

prejudicados são os alunos, pois o docentes sofrendo deste mal irão ter um

baixo rendimento em sala de aula e assim o alunos receberam aulas de baixo

nível. O estudo constatou níveis variados para os fatores que estão ligados

diretamente com a síndrome.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO

Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

2

Palavras-chaves: Sindrome de burnout, docentes, UFERSA

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

3

1 Introdução

O trabalho é uma atividade humana, útil, sendo este o motivo pelo qual os homens se

dão na perspectiva de fazerem parte da sociedade. De acordo com a história, o trabalho é algo

intrínseco no homem, por ter certa importância econômica, social, cultural e simbólica. É com

o trabalho que o sujeito se realiza, dignifica, mantém, relaciona, garantindo sua subsistência e

sua posição social. (CARNEIRO, 2010)

De acordo com Borges e Tamayo (2001), o trabalho é rico no sentido individual e

social, isto é, o mesmo cria um sentido existencial, transforma e torna o ser mais

personalizado dando-lhe uma identidade.

Sarriera, Rocha e Pizzinato (2004) afirmam que o trabalho está passando por

metamorfoses. Algumas delas cobram atualização de conhecimentos, habilidades e estratégias

para ingressar ou se manter no mundo do trabalho. A tentativa de se inserir ao mundo do

trabalho vem acarretando novas tecnologias, dando força às atividades econômicas e uma

metamorfose nos métodos de trabalho. Entretanto, esse esforço para dar conta de várias

atividades diferentes trás consigo um aumento dos tipos de cargas relacionadas ao labor,

provocando doenças físicas, psíquicas e emocionais ao ser humano.

Trazendo para o âmbito acadêmico é importante salientar que os professores não estão

livres do mal que acomete alguns trabalhadores, que são as doenças psíquicas. É a partir daí

que vem a surgir à síndrome de burnou(SB). De acordo com Maslach, Schaufeli e Leiter(2001

apud Carlotto, 2010, p. 496) a síndrome de burnout é considerada um fenômeno psicossocial

que aparece como resposta crônica aos estressores interpessoais que ocorrem na situação do

trabalho. A SB tem maior incidência nos profissionais que têm relação estreita com outros

indivíduos, um exemplo destes são os docentes, que estão estreitamente ligados aos seu

alunos. Os professores de nível superior tendem a sofrer por tal mal, pois ministram suas aulas

e tem atividades extracurriculares como pesquisa e extensão, que são exigidos deles.

2 Referencial Teórico

O termo burnout tem sua tradução fiel como “queimar para fora”, já para o campo de

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

4

estudo significa “estar esgotado”. Bevenides-Pereira e Gonçalves (2009) diz que a síndrome

tem basicamente três dimensões: exaustão, ou esgotamento, emocional (E.E.),

despersonalização (D.P.) e baixa realização profissional (B.R.P.).

Ao falar em esgotamento emocional Benevides-Pereira (2002) diz que nada mais é que

o ser se sentir enfadado tanto emocional quanto fisicamente, não tendo mais forças para

realização de nenhuma atividade. Para Tamayo (2002) a exaustão emocional tem

consequências que podem ser vistas nos níveis individual e organizacional. Ao tratar de nível

individual a E.E. afeta a saúde do trabalhador, acarretando distúrbios psicossomáticos e

depressão; as relações interpessoais, seja de forma social ou no âmbito familiar; e o

comportamento, causando o uso de bebidas alcoólicas e drogas, e tornando o ser mais

agressivo e com irritabilidade.

Para Benevides-Pereira (2002) que a despersonalização não significa que o indivíduo

ficou sem personalidade, mas que ele está modificando a sua com o tempo, que o desgaste

está fazendo com que exista uma variação no seu modo de tratar as pessoas, aquelas com

quem ele tem uma relação profissional.

Ao tratar da baixa realização profissional Maslach (2003) afirma que este aspecto é o

ponto onde o ser se sente inadequado, achando que suas habilidades estão fora do aceitável,

que ela não se encaixa, surgindo uma baixa autoestima.

Partindo do pressuposto de que a síndrome aflige aos profissionais que têm que criar

um vínculo com pessoas, sendo elas a quem o trabalho dos profissionais está completamente

destinada, por exemplo: Professores, médicos, psicólogos e entre outros que trabalhem

diretamente com pessoas. Benevides-Pereira (2002) afirma que estudos revelam que a

despersonalização e a exaustão emocional são mais elevadas nessas profissões.

Nas literaturas encontram-se sintomas associados à Burnout, entretanto podemos

separá-los em quatro categorias: Físicos, psíquicos, defensivos e comportamentais. Partindo

os sintomas físicos encontramos vários sintomas, tendo em comum o corpo do ser, são

sintomas como o cansaço constante, as dores de cabeça, a falta de sono, a falta do apetite

sexual, nas mulheres é a disfunção menstrual, problemas respiratórios, distúrbios

cardiovasculares entre vários outros sintomas. Os psíquicos são aqueles onde a mente estão

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

5

envolvidas, todos os problemas envolvendo a mente, como a falta de memória, problemas

com concentração, impaciência, baixa auto-estima, dificuldade no processamento de

pensamentos e outros. Quando ao tratar dos defensivos encontramos o isolamento, perda de

interesse no trabalho ou no lazer, absenteísmo, ironia, cinismo entre outros sintomas. Já os

comportamentais são aqueles relacionados aos modos do sujeito, como irritabilidade,

incapacidade para relaxar, a não aceitação das mudanças e outros sintomas relacionados aos

comportamentos deles.

A docência de acordo com Rosales et al. (2005) é uma das profissões com maior

compromisso quando tratamos de auxiliar e apoiar as pessoas. A docência suporta pressões

constantes da sociedade para reparar problemas sociais, exemplos como as drogas, álcool,

abuso sexual e outros. Alguns docentes deixam suas profissões por esses motivos, largando já

com a síndrome de burnout por causa de suas cargas diárias.

De acordo com Carneiro (2010) o stress ocupacional é um fator chave para o

surgimento da síndrome. Para Silva (2010) o stress são as situações em que o profissional

percebe em seu ambiente de trabalho como ameaçador a suas necessidades de realização

pessoal e profissional, sua saúde mental e física, trazendo prejuízo ao seu relacionamento com

o trabalho e o seu ambiente e, quanto maior o crescimento da demanda, a pessoa não tem

condições de suportar o grande acúmulo de responsabilidade e não possui os recursos

necessários para enfrentá-los. Contudo, ele não é o único e essencial para o acarretamento da

doença, autores relatam a existência dos aspectos pessoais, organizacionais e os aspectos

sociais. Contudo a World Helth Organization (WHO) (1998) classifica os fatores de risco

como fatores organizacionais, o indivíduo, a sociedade e o trabalho.

Segundo Carneiro (2010) os fatores organizacionais são aqueles que remetem

organização como um todo, o seu regimento, as suas remunerações e todas as improbidades

existentes, tudo o que vier da organização. O autor afirma que os fatores individuais são

aquelas que estejam relacionadas a personalidade, ao ser do homem, suas características. O

social é a falta do suporte social, o não prestígio social, isto é, o fator remete a tudo o que vem

da sociedade, como ele se sente com relação a ela e o que ela pensa dele. Já os laborais são

aqueles que são acarretadas por causa do trabalho, isto é, o excesso dele, ou a impossibilidade

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

6

de realizar como deseja, os horários são fatores a ser observadas, sem por de lado as

expectativas tanto com a profissão como consigo mesmo.

3 Metodologia

A pesquisa empregada é de cunho descritivo, pois delineia a síndrome de Burnout,

indo no sentido da definição de Menezes e Silva (2005) onde afirmam que ela tenta, como o

nome já diz, descrever características de uma determinada população ou fenômeno, ou a

determinação de relações.

3.1 Universo da pesquisa

A amostra foi composta por docentes universitários do quadro geral de docentes

efetivos do curso de engenharia de produção da UFERSA, docentes alocados ao

Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas que lecionam para o curso de

Engenharia de Produção.

Figura 1: Universo da Pesquisa

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014.

Para que fosse realizada a pesquisa com o docente ele precisava ser professor efetivo

da UFERSA, alocado ao Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas e lecionasse

disciplinas no curso de Engenharia de Produção.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

7

Foram distribuídos 10 questionários entre os docentes que se encaixavam no quesitos

supracitados. Entretanto apenas 9 retornaram, pois um dos docentes se recusou em fazer parte

da pesquisa. O pesquisador pediu que respondessem os dois questionários, o Maslach

Burnout Inventory (MBI-ED) e o Questionário Sócio-Funcional (QSF), sendo entregues

simultaneamente.

3.2 Instrumentos

Para realizar a coleta de dados utilizados dois questionários como ferramentas de

captação. Um deles é o MBI – ED (Maslach Burnout Inventory “Educatores Survey – Es”), o

outro foi o Questionário Sócio-Funcional (QSF). O MBI é um dos instrumentos mais

utilizados quando uma pesquisa tem como foco os professores e a síndrome de burnout.

3.2.1 MBI - ED

As questões foram respondidas de acordo com uma escala Linkert, onde as respostas

vão de 0 a 6, sendo 0 significa nunca e 6 todo dia. Codo e Vasquez-Menezes (1999) realizam

uma distinção das questões encontradas no questionário da MBI-ED. Esse agrupamento é

apresentado abaixo:

Figura 2: Agrupamento dos itens avaliados no MBI-ED

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

8

Fonte: Adaptado de Codo e Vasquez-Menezes (1999)

Para realizar a contabilidade dos dados foi utilizada a escala apresentada na figura 3,

onde ela estabelece a dimensão e a diferenciação das pontuações entre alto, moderado e baixo.

Figura 3: Dimensões e seus níveis

Fonte: Adaptado Carneiro(2010)

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

9

3.2.2 Questionário sócio-funcional (QSF)

O Questionário Sócio-Funcional (QSF) elaborado por Sousa (2013) - tem por objetivo

identificar os aspectos pessoais, sociais, institucionais (funcionais) e emocionais dos

entrevistados. O mesmo é composto por quarenta e uma questões, variando entre objetivas e

subjetivas.

4 Resultados

A figura 4 tem como função principal dispor do perfil sócio funcional dos docentes

que participaram da pesquisa.

Figura 4: Perfil sócio-funcional dos docentes

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

10

Fonte: Adaptado Carneiro (2010)

O quadro de profissionais estudados é dominado pelo gênero masculino, com 64,67%.

Com apenas 33,33% as mulheres se fazem visíveis no corpo docente do curso.

Um tabu que ainda está sendo quebrado nos dias de hoje é a inserção feminina no

mercado de trabalho, independente da função. As mulheres vencem poucas batalhas,

acrescentam poucas conquistas ao seu pódio, toda via são elas constantes. As mulheres podem

não ser a predominância no quadro de funcionários atrelados ao curso de engenharia de

produção da UFERSA, entretanto Carneiro (2010) afirma que na atualidade as mulheres estão

mais alicerçadas no mercado de trabalho, e o que está acontecendo é uma inversão de papel

com o homem.

Com 55,56% os profissionais com a faixa etária com limite máximo de 30 anos tem o

domínio do quadro geral dos profissionais efetivos. Aqueles que têm idades entre 31 anos e

50 compõem 44,44% dos trabalhadores docentes do corpo. Os com idade superior aos 50 anos

não são encontrados no grupo dos profissionais.

Entre as pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE) encontra-se a pesquisa para quantificar os trabalhadores a partir dos 50 anos de idade,

tendo como amostragem seis regiões metropolitanas, sendo elas: Recife, Salvador, Belo

Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Na pesquisa demonstra que esse perfil

de profissional está crescente. Entre o maio de 2002 a maio de 2006 o número de profissionais

acima desta idade cresceu de 8154 mil para 10013 mil nas regiões estudadas.

Ao analisar os dados obtidos vemos que os casados são a maioria, com uma diferença

de 11,12% sobre os solteiros. Carneiro (2010) afirmou que o relacionamento conjugal está

atrelado à segurança, à saúde e à qualidade de vida. Para Norgren et al. (2004) a intimidade

dos relacionamentos é um dos aspectos centrais da vida adulta e a qualidade deles tem

influência direta na saúde mental, física e profissional do ser. Ainda em Norgren et al. (2004)

eles relatam sobre a subjetividade encontrada ao tratar da satisfação conjugal, implicando em

ter seus desejos e necessidades satisfeitos, como também dar um retorno às expectativas do

outro.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

11

Os docentes que não têm filhos contabilizam 66,67%, logo em seguida aqueles com

apenas um filho somam 22,22% e por fim 11,11% são aqueles que têm dois filhos. Informa

Carneiro (2010) que os avanços anticoncepcionais dão a opção das famílias de ter ou não

filhos, ou então ter em proporções menores se comparados ao passado.

4.1 Análise das dimensões da síndrome de burnout

4.1.1 Exaustão emocional (E.E.)

Figura 5: Gráfico com o nível de exaustão emocional dos docentes

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014

De acordo com os dados encontrados no gráfico a exaustão emocional está baixa, com

11,11% de diferença para o alto índice de exaustão emocional. Moreno-Jimenez, et al. (2002)

afirma que os docentes após a sua interação com os discentes, apontam um enfraquecimento

de suas energias emocionais e informam que o trabalho não é realizado com a mesma

dedicação passada nos primórdios de suas carreiras. O professor sente incapaz de dar mais de

si mesmo quando o assunto chega ao emocional.

Aqueles que têm o nível de exaustão emocional alto somam exatos 33,33% do total,

sendo eles 100% formado pelos homens. 66,67% dos mesmos tiraram férias a

aproximadamente 3 meses atrás, enquanto que 33,33% tiraram férias fazem aproximadamente

13 meses, isto é, 1 ano e 1 mês. De acordo com as pesquisas, os dados apontam para as

informações que dentro dos 33,33% com E.E. 66,67% destinam aproximadamente 4 horas

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

12

para qualquer coisa fora do seu local de trabalho enquanto que 33,33% informaram que não

destinam hora alguma para atividade extraclasse.

Figura 6: Exaustão emocional e as variáveis sócio-funcionais

Fonte: Adaptado Carneiro (2010)

Um fato a se observar é que todos levam trabalho para casa (100%) e como

consequência atrapalhando a sua vida pessoal, observa-se pelo dado apresentado. A figura 6

demonstra os motivos pelo qual aqueles docentes se encontram em estado de E.E.,

observando percebe-se que os mais afetados são aqueles com idade acima dos 40 anos, onde

eles têm tempo de trabalho avançado, estão a mais tempo trabalhando, seja nesta instituição,

ou não. Um fato importante a se observar é que estes mesmos professores (66,67%) lecionam

em outra instituição, acarretando um maior desgaste, tanto por sua idade, como por seu ritmo

de trabalho desgastante.

Ao levar trabalho para casa eles acabam por atrapalhar seu convívio familiar e, claro, o

seu tempo livre fora das tarefas acadêmicas, isto é, usando o tempo que deveria ser

direcionado ao descanso para trabalhar. Carneiro (2010) afirma que o trabalho em excesso

proporciona angústia e ansiedade, que podem causar danos psicossociais, sendo elas doenças

psicossomáticas, como hipertensão arterial sistêmica, gastrites, cefaleias, mialgias,

imunodeficiências, doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho e outras, trazendo a

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

13

necessidade de absenteísmo, descontentamento e desistência.

Com a coleta dos dados e a estratificação dos mesmos foi possível ver que os docentes

que se encontram com a exaustão emocional são todos (100%) casados, onde 66,67%

receberam o título de mestre, enquanto 33,33% encontram-se doutores.

Figura 7: Estado civil e titulação dos docentes entrevistados

Fonte: Adaptado Carneiro (2010)

Segundo Carneiro (2010) a exaustão física e emocional acarreta no professor conflitos

de identidade, deixando-o refletindo sobre o seu envolvimento pessoal e profissional,

fazendo-o com se distancie e tenha atitudes de frieza em suas relações, como forma de se

proteger.

4.1.2 Despersonalização(DP)

Figura 8: Gráfico do Nível de Despersonalização dos Docentes

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

14

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014

Os dados coletados geraram o gráfico mostrado mais acima, onde 45% dos

profissionais efetivos do curso não estão sofrendo com a despersonalização, porém existe a

parcela de 22% que está sofrendo com o problema.

São encontrados os docentes com 22% de despersonalização, onde os docentes que

fazem parte deste quadro que sofre metade faz uso de medicamentos, enquanto a outra metade

não faz uso. 50% dos professores já se sentiram insatisfeito em sua profissão.

Sobre a despersonalização Carneiro (2010) afirma que ela faz com que o professor se

distancie como autoproteção do trabalho. Com isso ele se sente injustiçado, não se acha mais

capaz, chegando ao ponto de abrir mão de alguma coisa que no passado o dava prazer.

4.1.2 Baixa realização profissional(B.R.P.)

Figura 9: Gráfico do nível de baixa realização profissional dos docentes

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

15

Fonte: Elaborado pelo Autor, 2014

O gráfico mostra a situação dos docentes com relação à baixa realização

profissional. Mostrando que eles se encontram com índices altos e moderados, nenhum dos

profissionais apresentou um quadro baixo com relação a B.R.P. Com 56% é apresentado que

os professores se encontram com um alto índice de B.R.P.

Para definir da melhor maneira possível, Carlotto, Mazon e Câmara (2008, p. 58)

descreve a Baixa Realização Profissional afirmando que ela “caracteriza-se por uma tendência

do trabalhador em se auto-avaliar de forma negativa, sentindo-se infeliz e insatisfeito com seu

desenvolvimento profissional”.

Figura 10: Fatores organizacionais

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

16

Fonte: Adaptado Carneiro (2010)

Com a figura 10 se percebe alguns fatores importantes, como 80% dos docentes, que

estão com o índice elevado de baixa realização profissional, considera o acervo bibliográfico

da universidade insuficiente. A falta de material didático proporciona um desconforto e

dificulta o docente de atuar de um modo melhor, sobre a relação professor e material didático

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

17

Fiscarelli (2007) fala que os materiais didáticos são considerados pelos docentes como

instrumentos à prática docente, vendo-o como material auxiliar da prática.

Outro ponto importante a ser observado é a insatisfação que permeia sobre a falta de

incentivo da universidade para com a atualização dos professores. Com 60% os professores

consideram que a universidade não investe na atualização daqueles que perpetuam o

conhecimento, isto é, os docentes. Sobre a atualização Silva (2011) afirma que a situação

atual da profissão docente requer mais que os conhecimentos científicos. Um professor é um

produtor e organizador do conhecimento dentro de um processo de aprendizado contínuo. A

formação contínua é um caminho onde os que sentem necessidade de crescimento profissional

percorrem. Contudo, para que seja mostrado um perfil de aprendizado efetivamente contínuo,

os docentes enfrentam dificuldades em virtude do tempo, falta de recursos financeiros e ações

de formação de qualidade que não se enquadram em meros receituários desconectados de suas

realidades, seus desejos e valores.

60% dos docentes sente eventualmente o reconhecimento da sua profissão. Os

sentimentos deles são revelam nos questionários com a possibilidade de responder por quem

eles são reconhecidos, quem os dá o mérito que vos é de direito.

É possível observar que os alunos são na grande maioria aqueles que mais reconhecem

o trabalho e esforço do profissional docente. A interação professor e aluno é de grande valia

para que a atividade seja realizada perfeitamente bem, pois os discentes são o público à quem

os docentes se direcionam. Segundo Santos (2001) apesar de do programa acadêmico, de

tempo, por normativas e pela infra-estrutura da instituição, é a interação professor e o aluno

que vai guiar o processo. A interação fica de conta por dirigir a aprendizagem do aluno, sendo

ela mais ou menos facilitada e orientada para alguma direção.

A maioria dos professores consideram as gestões, seja vinda da reitoria, da

coordenação do curso e do departamento a qual estão vinculados, que ela seja democrática, o

que de acordo com Carneiro (2010) alivia a situação e enriquece o ambiente de trabalho, já

que a participações da gestão, por ser democrática, torna menor o índice de conflitos, onde

eles podem ajudando amenizando as dores, até mesmo em compartilhar os seus próprios

problemas.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

18

5 Considerações Finais

Carneiro (2010) afirma que é impossível desvincular o trabalho dos fatores estressores

que são encontrados dentro do ambiente de trabalho, todavia existem formas de minimizá-los,

como dando uma maior valorização do serviço prestado por estes docentes, implantando

planos de cargos e salários, dando incentivos para que existam atualizações pedagógicas,

proporcionando ao professor, horas reais para pesquisa e extensão e incentivando a realização

de exercícios físicos regularmente, já que as atividades físicas melhoram as condições do

corpo e da mente do ser, sendo também propício para retirar a atenção do trabalho e

engrandecendo seus relacionamentos sociais.

Em suma é importante estabelecer cursos de formação continuada, melhoria de

recursos instrumentais e aumentar a competência psicossocial do profissional. É importante

manter as relações interpessoais, e a melhoria do suporte social, entre os colegas de trabalho,

sejam os superiores ou aqueles que com eles trabalham. É importante manter a motivação,

para evitar o choque e para que as expectativas sejam quebradas, assim evitando desilusão e

os sentimentos de solidão e frustração que acometem os profissionais dos dias atuais.

Recomenda-se que a instituição preste mais atenção à saúde do seu colaborador mais

importante, o professor, pois a universidade tem como suas fundações os docentes, pois são

eles que seguram e dão toda a estrutura necessária para que exista uma qualidade de

excelência.

6 Referências bibliográficas

BATISTA, J. B. V et al.; Prevalência da Síndrome de Burnout e fatores sociodemográficos e

laborais em professores de escolas municipais da cidade de João Pessoa-PB. Revista

Brasileira Epidemiol. João Pessoa-PB, p. 502-512, 2010.

BENEVIDES-PEREIRA, A. M.; GONÇAVES, M. B. Transtornos emocionais e a formação

em Medicina: um estudo longitudinal. Revista Brasileira de Educação Médica v. 33. n. 1.

2009, p. 10-23.

BENEVIDES-PEREIRA, A.M. O Estado da Arte do Burnout no Brasil. Revista Eletrônica

InterAção Psy, v.1, n.1, ago., 2003. p. 4-11.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

19

BENEVIDES-PEREIRA, A. M. T. Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar

do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2002.

BORGES, L. O.; TAMAYO, A. A estrutura cognitiva do significado do trabalho. Revista

Psicologia: organizações e trabalho, v. 1, n. 2, p. 11-44, Jul./Dez. 2001.

CARLOTTO, M. S. Síndrome e burnout: diferenças segundo níveis de ensino. Psico. Canoas-

RS, v. 41. n. 4, out./dez., 2010. p. 495-502.

CARLOTTO, M. S. Burnout e o trabalho docente. Revista Eletrônica InterAção Psy, v. 1,

n. 1, ago., 2003. p. 12-18.

CARNEIRO, R. M. Síndrome de burnout: um desafio para o trabalho docente universitário.

Anápolis: UniEvangélica, 2010.

CODO, W.; VASQUES-MENEZES, I. O que é burnout? In: CODO, W. (coord.). Educação:

carinho e trabalho. Petrópolis, RJ: Vozes / Brasília: Confederação Nacional dos Trabalhadores

em Educação: Universidade de Brasília. Laboratório de Psicologia do Trabalho, p. 237-254.

1999

FANFANI, E. La Condición Docente: Análisis comparado de La Argentina, Brasil, Perú y

Uruguay. 1. ed. Buenos Aires: Sigilo XXI Editores Argentina, 2005.

FISCARELLI, R. Material Didátivo e Prática Docente. Revista Ibero-Americana de

Estudos em Eduação. v. 2. n. 1. (2007)

GONZÁLEZ, S.; DOMÍNGUEZ, J. El trabajador universitário: Entre el malestar y la

lucha. Educ. Soc. Campinas: v. 30, n. 107, p.373-387. Maio/ago. 2009

GOULART, I. (Org.). Temas de Psicologia e Administração. 1. ed. São Paulo: Casa do

Psicólogo, 2006.

IBGE. Pesquisa Mensal de Emprego – PME: Mulher no Mercado de Trabalho: Perguntas e

Respostas. 2012.

IBGE. Indicadores IBGE: Pesquisa Mensal de Trabalho. Dezembro de 2013. Disponível

em: <

ftp://ftp.ibge.gov.br/Trabalho_e_Rendimento/Pesquisa_Mensal_de_Emprego/fasciculo_indica

dores_ibge/2013/pme_201312pubCompleta.pdf> Acessado em: 09 fev. 2014.

LAGO, K.; CODO, W. Fadiga por compaixão: Sofrimento dos profissionais em saúde. 1.

ed. Petrópolos: Vozes, 2010.

LEMOS, J. C. Cargas psíquicas no trabalho e processos de saúde em professores

universitários. Florianópolis: UFSC, 2005.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

20

MELEIRO, A. M. A. S. O stress do professor. In: LIPP, M. (Org.) O stress do professor.

Campinas: Papirus, p. 11-27. 2002.

MARTINEZ, D. Abriendo el presente de uma modernidad inconclusa: treinta años de

estúdios del trabajo docente. In: XXIII Latin American Studyes Associations, 2001,

Washington DC.

MASLACH, C. Job burnout: New directions in research and intervention. Current

Directions in Psychological Science, 12, 189-192. 2003.

MAZON, V.; CARLOTO, M. S.; CÂMARA, S. Síndrome de Burnout e estratégias de

enfrentamento em professores. Arquivos Brasileiros de Psicología, v. 60, n.1. 2008.

MORENO-JIMENEZ, B. E. T. A. L. A avaliação do burnout em professores: comparação de

instrumentos: CBP-R e MBI-ED. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 7, n. 1, p. 11-19,

jan./jun. 2002

NORGREN, M. B. P.; et al. Satisfação conjugal em casamentos de longa duração: uma

construção possível. Estudos de Psicologia (Natal), 9, 3, 575-584. 2004.

ROSA, C.; & CARLOTTO, M. S. (2005). Síndrome de burnout e satisfação no trabalho em

profissionais de uma instituição hospitalar. Revista da Sociedade Brasileira de Psicologia

Hospitalar, 8(2), 1-15.

ROSALES, R. et al. El Síndrome Del “Quemado” por estrés Laboral Assistencial Em Grupos

de Docentes Universitarios. Revista IIPSI. v. 8. n. 2. 2005.

SARRIERA, J.;ROCHA, K.;PIZZINATO, A.(Orgs.). Desafios do Mundo do Trabalho:

Orientação, Inserção e Mudanças. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.

SILVA, F. Burnot: Um Desafio a Saúde do Trabalhador. Disponível em:

<http://www.uel.br/ccb/psicologia/revista/textov2n15.htm>. Acessado em: 14. fev. 2014.

SILVA, J. Formação continuada dos professores: visando a própria experiência para uma

nova perspetiva. Revista Ibero-americana de Educação v. 3. n. 55.

SOUSA, J. Síndrome de Burnout nos Docentes do Curso de Administração da Universidade

Federal Rural do Semi-Árido. 2013. 46 p. Monografia. - Universidade Federal Rural do

Semi-Árido (UFERSA), Mossoró.

TAMAYO, A. Exaustão Emocional no Trabalho. Revista de Administração, v. 37. n. 2, p.

26-37, abril/junho 2002.

WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for the primary prevention of mental,

neurological and psychosocial disorders: Staff Burnout. In: ______. Geneva Division of

Mental Health World Health Organization. p. 91-110, 1998.

XXXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Engenharia de Produção, Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável: a Agenda Brasil+10

Curitiba, PR, Brasil, 07 a 10 de outubro de 2014.

21