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RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº GFO 19/2016
SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA
SEDE MUNICIPAL DE PRUDENTE DE MORAIS E
LOCALIDADE DE CAMPO DE SANTANA
PRESTADOR: COPASA-MG
Gerência de Fiscalização Operacional Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e de Fiscalização dos Serviços
Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água
e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais
Junho de 2016
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE PRUDENTE DE MORAIS E DISTRITO DE CAMPO DE SANTANA – JUNHO/2016
Diretoria Colegiada:
Gustavo Gastão Corgosinho Cardoso
Hubert Brant Moraes
Gustavo Cunha Gibson
Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e de Fiscalização dos Serviços
(CTROFS):
Rodrigo Bicalho
Gerência de Fiscalização Operacional (GFO):
Fábio José Bianchetti
Equipe Técnica:
Fellipe Moreira Silva – GFO/CTROFS – Analista Fiscal e de Regulação de Serviços de
Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário
Josianne Leandro Rodrigues – GFO/CTROFS – Analista Fiscal e de Regulação de Serviços
de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário
Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do
Estado de Minas Gerais – ARSAE-MG
Cidade Administrativa – Rodovia Papa João Paulo II, Nº 4.001, Edifício Gerais, 12º andar
Bairro Serra Verde
Belo Horizonte
Minas Gerais
CEP: 31.630-901.
Tel.: (31) 3915-8133
Fax: (31) 3915-2060
Site: www.arsae.mg.gov.br
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE PRUDENTE DE MORAIS E DISTRITO DE CAMPO DE SANTANA – JUNHO/2016
RESUMO INFORMATIVO
O processo de fiscalização do sistema de abastecimento de água (SAA) na sede municipal
de Prudente de Morais e na localidade de Campo de Santana iniciou-se em virtude da
programação estabelecida pela Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água
e Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais (ARSAE-MG) para o ano de 2016, tendo
ocorrido a inspeção in loco entre os dias 02 e 04 de março de 2016. Cumpre esclarecer que
é competência da ARSAE-MG regular e fiscalizar a prestação dos serviços de abastecimento
de água e de esgotamento sanitário nas localidades conveniadas, verificando o cumprimento
da legislação pertinente, dos direitos e obrigações previstos em contrato e da efetiva
prestação do serviço.
A prestação do serviço é atualmente regulada por Contrato de Programa, cuja validade é
2041, o qual prevê obras de ampliação do sistema que se estendem até 2025 e incluem a
padronização de ligações prediais e a implantação de dois reservatórios. O serviço de
abastecimento de água prestado, de acordo com a COPASA-MG, atende a 97% da população
residente da sede municipal e da localidade de Campo de Santana, mas com apenas 70% de
hidrometração na sede. Ressalta-se que a baixa hidrometração do sistema favorece o alto do
consumo e, por conseguinte, eleva as perdas aparentes de água. Verificou-se que o índice
de perdas apresentado pelo SAA esteve acima de 80% entre os meses de fevereiro e maio
de 2015, em grande parte devido à baixa hidrometração do sistema. Em dezembro de 2015
houve uma perda de 55,7% da água distribuída.
Convém ressaltar que, até o mês de janeiro de 2016, não há registros de análises de
qualidade da água no sistema, o que implica no descumprimento do plano de amostragem
estabelecido pela Portaria n° 2.914/2011 do Ministério da Saúde. O referido plano começou a
ser cumprido somente a partir de fevereiro de 2016. Verificou-se que o sistema não possui
laboratório para realização das análises químicas e bacteriológicas, e, segundo o Prestador
de Serviços, as análises de qualidade da água são realizadas no laboratório da ETA de
Matozinhos. Foram encontradas falhas na segurança sanitária dos reservatórios de
distribuição, o que pode vir a comprometer a qualidade da água. Verificou-se, ainda, que as
escadas dos reservatórios elevados não oferecem condições adequadas de segurança para
o acesso à cobertura e vistoria das tampas de inspeção. Além disso, a fiscalização notou falta
de manutenção e conservação nas unidades, com ocorrências de vazamentos.
Como resultado do processo fiscalizatório, a ARSAE-MG propõe a adoção de uma série de
medidas corretivas para adequar o sistema de abastecimento de água às normativas
observadas, as quais constam no capítulo 7 e 8 deste relatório. O relatório fotográfico
encontra-se no Apêndice A.
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE PRUDENTE DE MORAIS E DISTRITO DE CAMPO DE SANTANA – JUNHO/2016
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 5
2. ENTREVISTA COM O PODER CONCEDENTE .............................................................................................. 6
3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS ..................................................................................... 7
4. SITUAÇÃO CONTRATUAL ......................................................................................................................... 8
5. FATOS LEVANTADOS ............................................................................................................................... 8
5.1. FATOS LEVANTADOS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ........................................................................ 8
5.1.1. Captações Subterrâneas ....................................................................................... 9
5.1.2. Reservatórios ...................................................................................................... 10
5.1.3. Rede de Distribuição ........................................................................................... 12
5.1.4. Perdas de Água ................................................................................................... 14
5.1.5. Controle da Qualidade da Água .......................................................................... 14
5.2. FATOS LEVANTADOS NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO ..................................................................................... 15
5.2.1. Agência de Atendimento ..................................................................................... 16
5.2.2. Atendimento ao usuário....................................................................................... 16
5.2.3. Informação ao Usuário ........................................................................................ 17
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................17
7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES .............................................................................................19
8. RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................................26
9. AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG ............................................................................................26
APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS .......................................................................................................27
ANEXO I. CROQUI DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SEDE MUNICIPAL ........................................32
ANEXO II. CROQUI DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - CAMPO DE SANTANA .................................33
ANEXO III. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA – SEDE MUNICIPAL ..................34
ANEXO IV. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA – CAMPO DE SANTANA ...........36
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1. INTRODUÇÃO
A ARSAE-MG, em observância à Lei Estadual nº 18.309, de 03 de agosto de 2009, Lei Federal
nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, suas
regulamentações e demais legislações pertinentes, atua na regulação e fiscalização dos
serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos munícipios conveniados
com a Agência.
A ação de fiscalização visa determinar o grau de conformidade do sistema auditado em
consonância com as legislações e normas técnicas pertinentes, especialmente as Resoluções
Normativas expedidas pela ARSAE-MG, bem como a adequação da prestação dos serviços,
no que tange à regularidade, continuidade, eficiência, segurança, generalidade e atualidade.
Dessa forma, foi realizada a fiscalização dos serviços de abastecimento de água na sede
urbana do Município de Prudente de Morais e na localidade de Campo de Santana,
concedidos à COPASA-MG, conforme características sintetizadas no Quadro 1. Os croquis
referentes aos sistemas da sede municipal e da localidade Campo de Santana fiscalizados
encontram-se nos Anexos I e II e a descrição técnica destes, nos Anexos III e IV. Os
procedimentos compreenderam análise documental, entrevistas com o Prefeito Municipal e
inspeção técnica em campo. Assim, é objetivo deste relatório descrever os resultados obtidos
a partir da fiscalização.
Quadro 1. Características da fiscalização
Tipo de Fiscalização Fiscalização direta e indireta
Período da Inspeção de Campo 02 a 04 de março de 2016
Localidade Fiscalizada Sede municipal de Prudente de Morais e localidade de Campo de Santana
Serviço Fiscalizado Abastecimento de Água
Prestador de Serviços Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA MG
Endereço da Sede do Prestador Rua Mar de Espanha, 525, bairro Santo Antônio. Belo Horizonte. CEP: 30.330-900.
Endereço do Distrito Operacional do Prestador
Rua Conde Dolabela, 3.220, bairro Várzea. Lagoa Santa. CEP: 33400-000
Representante(s) designado(s) pelo Prestador para acompanhamento
José Cláudio Ramos (Gerente DTLS)
Samuel Antônio Pereira Tavares (encarregado)
Ofícios Encaminhados Prestador: Ofício ARSAE-MG/DG N° 117/16
Prefeitura: Ofício ARSAE-MG/DG N° 116/16
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2. ENTREVISTA COM O PODER CONCEDENTE
A entrevista realizada com a Prefeitura Municipal, que é o Concedente dos serviços de
saneamento básico, serve de base para a execução da fiscalização.
Os agentes de fiscalização da ARSAE-MG reuniram-se com os representantes da Prefeitura
de Prudente de Morais, o Sr. José Roberto Filho, Prefeito Municipal, e a Sra. Kênia Gisele
Martins, Coordenadora de Meio Ambiente. Os representantes do Município afirmaram que a
prestação de serviço entre os anos de 2011 e 2014 foi insatisfatória quanto aos aspectos de
qualidade e continuidade, e que, neste período, eram recorrentes as reclamações por falta de
água, havendo hidrometração em apenas um bairro do município. Afirmaram ainda que não
houve investimentos no sistema entre os anos de 2011 e 2013, sendo que as obras de
implantação da rede de distribuição e padronização de ligações iniciaram-se em 2014 e
exigiram diversas interrupções no abastecimento. Também foi relatado que houve problemas
relacionados à qualidade da água em Campo de Santana no ano de 2014 e que havia um
poço com distribuição de água sem cloração. Não obstante, o Prefeito relatou que,
atualmente, possui um bom relacionamento com o Prestador de Serviços e que o sistema
vem sendo operado de forma satisfatória.
No que tange ao Plano Municipal de Saneamento Básico, a despeito do documento de 2011
que encontra-se anexo ao Contrato de Programa, a prefeitura está elaborando um novo PMSB
em parceria com a AGB Peixe Vivo. O projeto encontra-se na fase de finalização e visa a
elaboração, segundo relato dos representantes do Poder Concedente, de um PMSB mais
completo e adequado à real situação do município. Ressalta-se que a legislação prevê a
atualização do Plano a cada quatro anos.
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3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS
As unidades operacionais que constam no Quadro 2, a seguir, foram fiscalizadas durante o
procedimento descrito neste relatório.
Quadro 2. Segmentos operacionais e unidades fiscalizadas
Área Segmento Operacional Unidade Fiscalizada
Abastecimento
de Água
Captação
Captações Subterrâneas:
E-01 - São João II
E-02 - Brejinho
E-04 - Monteiro
Creche – Campo de Santana
C-01 – Campo de Santana
Tratamento Casa de Química (Cloração)
Reservatórios
REL-01 – São João I
RAP-02 – Jardim Padre Pedro
REL-03 – São João II
RSE-04 – Maracanã
REL-05 – Campo Belo
REL-06 – Campo Belo
REL-01 – Campo de Santana
Rede de distribuição Instalação de datalogger
Controle da Qualidade da
Água
Coleta e Análise da Água:
Escola Municipal Jeliomar Brandão
Captação Subterrânea Brejinho
REL-01 – São João I
REL-01 – Campo de Santana
Plano de Amostragem
Registros de Qualidade da Água
Atendimento
ao usuário
Agência de Atendimento
Condições de atendimento
Disponibilidade de documentos previstos no
artigo 20 da Resolução nº 40/2013 da ARSAE-
MG.
Prazo para execução de serviços.
Informações ao Consumidor
Fatura de Serviços.
Comunicados de paralisação e alerta de risco.
Situação
Contratual Contrato de Concessão
Responsabilidades e metas de atendimento do
Prestador de Serviços
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4. SITUAÇÃO CONTRATUAL
O Contrato de Programa, firmado entre a Prefeitura de Prudente de Morais e o Prestador de
Serviços, COPASA-MG, possui como objeto a prestação dos serviços públicos de
abastecimento de água na sede municipal e na localidade de Campo de Santana. O Contrato
foi assinado em 24/03/2011 e vigorará pelo prazo de 30 anos, conforme autorizado pela Lei
Municipal nº 968/2009.
Conforme constatado na fiscalização e em informações fornecidas pelo Prestador, com
exceção da revitalização do Poço Pastinho que encontra-se desativado, os serviços previstos
para serem concluídos até 2015, no Anexo III – Metas de Atendimento do Contrato de
Programa, foram executados.
Ainda estão previstas no cronograma a padronização de 500 ligações prediais até 2017 e de
1.592 ligações até o ano de 2025 além da implantação de dois reservatórios, sendo um até o
ano de 2022 e outro sem prazo definido. Segundo informações do mês de dezembro de 2015
no IBO/IBG, constam padronizadas um total de 3.061 ligações, das 4.196 existentes no
Município, restando portanto, cerca de 1.135 padronizações das 1.592 previstas para 2025.
5. FATOS LEVANTADOS
São listados nesse item os principais fatos apurados na inspeção de campo sobre o SAA da
sede do município de Prudente de Morais, e da localidade de Campo de Santana. Há também
informações coletadas junto ao Prestador com o propósito de verificar a adequabilidade dos
serviços explorados, sobretudo o cumprimento da regulamentação expedida pela ARSAE-
MG.
Cabe destacar que todos os fatos levantados, que geraram não conformidades, constam no
capítulo 7.
5.1. Fatos levantados no Sistema de Abastecimento de Água
A seguir são apresentados os principais aspectos de interesse relacionados ao sistema de
abastecimento de água da sede de Prudente de Morais e localidade de Campo de Santana,
considerando suas principais partes constituintes.
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5.1.1. Captações Subterrâneas
O sistema de abastecimento do município é composto por três unidades de captação
subterrânea na sede municipal, e duas na localidade de Campo de Santana. O tratamento da
água é realizado diretamente nos poços e consiste basicamente do processo de cloração.
Não é realizada a fluoretação da água nos sistemas.
As unidades de captação de Campo de Santana encontravam-se em boas condições de
conservação e segurança sanitária, e não foram encontradas não-conformidades que
pudessem comprometer a operação destas. Todavia, foram verificadas deficiências
relacionadas à segurança sanitária dos poços localizados na sede municipal. A unidade
Brejinho não possui laje de proteção sanitária do poço, além de encontrar-se vulnerável ao
acesso de pessoas não autorizadas, por não possuir cercamento e identificação/advertência
da unidade (Fotos 1 e 2 – Apêndice A). A captação Monteiro apresentava a tampa do tubo de
revestimento quebrada com entrada improvisada para a fiação elétrica (Foto 3 – Apêndice A).
Observou-se ainda vazamentos na ventosa e no registro do poço São João II.
No que tange ao licenciamento ambiental das captações subterrâneas, foram identificados
descumprimentos das condições de outorga em quatro das cinco captações em operação na
localidade, conforme demonstrado na tabela 01.
Tabela 01. Relação das Outorgas de Direito de Uso das Águas
Nome do poço
Localidade Portaria de
outorga Coordenadas
Vazão outorgada
Jornada de trabalho
outorgada
Vazão captada [1]
Jornada de trabalho [1]
PC Brejinho
Prudente de Morais/ sede
Portaria IGAM 01645/2010
19°29’08’’ S, 44°09’23’’ W
40 m3/h (11,1 L/s)
20h/dia 5,0 L/s 24h/dia
PC Monteiro
Prudente de Morais/ sede
Portaria IGAM 039/2005
19°28’55’’ S, 44°09’19’’ W
112 m3/h (31,1 L/s)
15h/dia 31,0 L/s 13h/dia
PC São João II
Prudente de Morais/ sede
Portaria IGAM 01644/2010
19°29’11’’ S, 44°09’20’’ W
40 m3/h (11,1 L/s)
18h40m/dia 10,0 L/s 24h/dia
PC Creche
Prudente de Morais/
Campo de Santana
Portaria IGAM 064/2010
19°29’39’’ S, 44°08’00’’ W
12 m3/h (3,3 L/s)
2h/dia 2,5 L/s 16h/dia
PC 01
Prudente de Morais/
Campo de Santana
Portaria IGAM 01562/2010
19°29’55’’ S, 44°07’53’’ W
12 m3/h (3,3 L/s)
20h/dia 4,0 L/s 16h20m/dia
[1] segundo informações declaradas pelo Prestador de serviços através de Formulário da ARSAE-MG
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O Poço C-01, da localidade de Campo de Santana, tem operado com vazão média de (4,0
L/s), vazão superior à outorgada (3,3 L/s). Além disso, os poços “Brejinho”, “São João II” e
“Creche”, operam atualmente com jornadas de trabalho superiores às outorgadas. No
momento da fiscalização, o poço Monteiro, localizado na sede do município de Prudente de
Morais, não estava em operação devido a um problema elétrico. Havia no local uma equipe
de manutenção trabalhando no reparo do poço.
5.1.2. Reservatórios
As condições de segurança sanitária das unidades de reservação foram consideradas
insatisfatórias. Verificou-se que as aberturas de ventilação dos reservatórios encontravam-se
sem tela de proteção e, em alguns casos, não impediam a entrada de água de chuva e
contaminantes (Fotos 8 e 10 – Apêndice A). Além disso, ressalta-se a ausência de cadeado
na tampa de inspeção do reservatório RAP-02 (Foto 11 – Apêndice A).
Devido à falta de segurança de acesso à cobertura dos reservatórios elevados (Fotos 7, 15,
22 e 25 – Apêndice A), os operadores locais do sistema não realizam nenhum serviço que
exija a subida nestes. Tais serviços são realizados por equipe de manutenção do Distrito
Operacional de Lagoa Santa, sob agendamento. Destaca-se, portanto, a indisponibilidade de
mão de obra no sistema para realizar atividades de rotina como a inspeção dos reservatórios
elevados e para a solução de problemas emergenciais nesses reservatórios. Convém
destacar que, na ocasião da fiscalização, mesmo tendo sido solicitado o acesso às unidades,
houve morosidade no atendimento, fato que corrobora para a dificuldade de resoluções de
problemas de forma imediata, quando necessário.
A impossibilidade de acesso à parte superior das unidades elevadas impediu a vistoria das
tampas de inspeção dos reservatórios REL-01, REL-03, REL-05, REL-06 da sede municipal
e REL-01 de Campo de Santana. Foi enviado à ARSAE-MG, pelo Prestador de Serviços, o
relatório Fotográfico n° 03/2016, datado de 17/03/2016, recebido por esta Agência em 21 de
março, 10 dias úteis contados a partir do último dia da fiscalização, que apresenta fotos das
tampas de inspeção dos reservatórios elevados. De acordo com o referido relatório todas as
tampas de inspeção encontram-se lacradas, no entanto, é necessária a troca do lacre de
plástico presente no REL-01 de Campo de Santana por um cadeado de metal, visto que o
lacre pode ser facilmente violado (Foto 27 – Apêndice A). No reservatório RSE-04, localizado
no bairro Maracanã, foi encontrada uma barata dentro do reservatório (Foto 20 – Apêndice
A), fato grave do ponto de vista da segurança sanitária do reservatório, uma vez que estes
insetos são vetores de doenças, evidenciando o fato que as entradas do reservatório não
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estão adequadamente protegidas. Tal constatação enseja a adoção de medidas imediatas de
limpeza, desinfecção e proteção adequada do mesmo. Os agentes de fiscalização solicitaram
ao encarregado que fossem tomadas providências imediatas, no entanto, a limpeza do
reservatório foi realizada apenas no dia 09 de março, 6 (seis) dias após a ocorrência.
Cabe apontar ainda, que os extravasores dos reservatórios REL-01, REL-03, RSE-04, REL-
05, e REL-06 (Fotos 8, 14, 18, 24 e 26 – Apêndice A) da sede municipal não possuem
tubulação vertical com descarga livre em caixa, conforme determinado pela norma NBR
12.217/1994, da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, que “fixa as condições
exigíveis na elaboração de projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento
público”.
Constatou-se também a falta de conservação das unidades de reservação em geral, com
ocorrência de infiltrações nas paredes de alguns reservatórios, principalmente na unidade
REL-01 (Fotos 4 a 8 – Apêndice A), no bairro São João I. Convém destacar ainda, um buraco
na área do reservatório RSE-04 e a utilização de uma pilha de blocos como escada, fatos que
podem colocar em risco a segurança dos operadores (Foto 19 – Apêndice A).
Ressalta-se ainda que as escadas de acesso à cobertura dos reservatórios elevados não são
providas de guarda-corpo e que a escada do reservatório REL-03, no bairro São João II, não
apresenta o espaço livre, atrás da escada, de pelo menos 0,18 m, descumprindo a referida
norma NBR 12.217/1994, fatos que comprometem a segurança dos operadores do sistema.
O Prestador de Serviços apresentou os relatórios de Inspeção Sanitária realizadas no período
de fevereiro de 2015 a fevereiro de 2016, referentes aos reservatórios do sistema da sede
municipal e da localidade de Campo Santana. Não foram apresentados registros trimestrais
de inspeção sanitária dos reservatórios anteriores a dezembro/2015, conforme frequência
mínima exigida pela resolução 40 da ARSAE-MG. Não é realizada a inspeção da cobertura
dos reservatórios elevados, uma vez que os operadores locais responsáveis pela realização
da inspeção sanitária não possuem condições de segurança para acessar a cobertura dos
reservatórios. Convém destacar que apesar do acesso impossibilitado, consta no formulário
de inspeção sanitária que a tampa de inspeção do reservatório encontrava-se em bom estado
de conservação. Finalmente, ressalta-se que em outubro de 2015, o reservatório REL-03,
situado no bairro São João II, apresentou HPC igual a 624 UFC/mL, valor superior ao valor
estabelecido pela Portaria do Ministério da Saúde n° 2.914/2011, fato que caracteriza a
necessidade de lavagem da unidade, sem que tenha sido realizada a lavagem do mesmo. No
reservatório REL-05, bairro Campo Belo, foi detectada amostra com resultado positivo para
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coliformes totais em fevereiro de 2016, e não há registro de recoleta da amostra, nem
solicitação de limpeza do reservatório.
No que tange ao volume de reservação do sistema de abastecimento, a sede municipal possui
coeficiente de reservação de 0,16, enquanto o distrito de Campo de Santana possui
coeficiente de 0,07. Tais valores são considerados baixos, indicando que o sistema pode não
ser capaz de garantir a continuidade do abastecimento de água frente às variações horárias
de consumo, fato corroborado pelas reclamações recebidas em campo pelos fiscais
relacionadas à intermitência no abastecimento de água das localidades. Além disso, a baixa
reservação faz com que o sistema possua baixa autonomia em caso de paradas emergenciais
da produção de água (cerca de 4 horas para a sede municipal e 2 horas para o distrito).
Ressalta-se que a continuidade do abastecimento e a manutenção de uma pressão positiva
de abastecimento ao longo de toda a rede de distribuição são exigências da Resolução nº
40/2013 da ARSAE-MG (Arts 3º e 4º) e da Portaria nº 2.914/2011 do Ministério da Saúde (Art.
25). De acordo com o Prestador de serviços, o volume de reservação dessas localidades será
reavaliado quando a padronização das ligações for concluída e, consequentemente, o
consumo normalizado.
5.1.3. Rede de Distribuição
Com o objetivo de avaliar as condições da pressão manométrica e a regularidade da
prestação do serviço de abastecimento de água nos bairros Maracanã e São João II, foram
instalados dois aparelhos medidores de pressão (dataloggers). Um dos aparelhos foi instalado
na rua Gercino Pereira da Costa, bairro Maracanã, e executou medições de pressão da rede
de distribuição durante o período de 03 a 14 de março de 2016. O outro aparelho foi instalado
na rua João Nepomuceno, próximo à área mais alta do bairro São João II, e permaneceu
durante os dias 02 e 14 de março de 2016.
Nos gráficos 1 e 2 são apresentados os resultados obtidos de pressão em função do tempo.
As linhas azuis representam os limites recomendados pela NBR 12.218/94 da ABNT, que é
de 10 a 50 m.c.a.
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A partir da análise dos gráficos, verificou-se que o abastecimento de água no bairro São João
II, durante os dias monitorados, ocorreu de forma contínua e com pressão adequada,
conforme recomendações da NBR 12.218/94 da ABNT. No entanto, no bairro Maracanã,
observou-se a recorrência diária de desabastecimentos e períodos nos quais a pressão
permaneceu abaixo do valor recomendado de 10 m.c.a., inclusive com períodos em que a
pressão na rede de abastecimento era nula, descumprindo a exigência da Portaria 2.914/2011
do Ministério da Saúde de que seja mantida uma pressão positiva continuamente ao longo de
toda a rede de distribuição de água.
Gráfico 2. Pressão medida (m.c.a.) em função do tempo - Bairro Maracanã
Gráfico 1. Pressão medida (m.c.a.) em função do tempo - Bairro São João II
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Verificou-se que no dia 09 de março houve paralisação do abastecimento no bairro Maracanã
por período superior a 12 horas. Ressalta-se, no entanto, que o Prestador de Serviços
comunicou a ocorrência à Ouvidoria da ARSAE-MG, e procedeu com a divulgação da
paralisação no sítio eletrônico da COPASA-MG, argumentando que houve necessidade de
parada emergencial para manutenção em adutora de água tratada. Neste mesmo dia, foi
realizada a lavagem do reservatório RSE-04.
5.1.4. Perdas de Água
O baixo índice de hidrometração no sistema impede a determinação e controle das perdas
reais de água na rede de distribuição, uma vez que não é possível determinar qual o volume
de água consumido pelas ligações não padronizadas e qual o volume perdido na rede de
distribuição. Nestas unidades, os usuários foram cobrados pelo consumo mínimo de 6 m³, fato
que não incentiva o consumo consciente por parte dos usuários, podendo aumentar
consideravelmente o impacto da parcela das perdas aparentes nas perdas totais.
Possivelmente é em virtude disso que as perdas de faturamento na localidade giram em torno
de 70%, valor muito elevado e não compatível com as boas práticas de gestão.
De acordo com o IBO/IBG, durante o ano de 2015, os valores de perda diminuíram
gradativamente à medida que o índice de hidrometração aumentou no município. Não
obstante, em dezembro de 2015, o sistema de abastecimento de água da sede municipal
apresentou índice de perdas de 55,7%, e índice de hidrometração de 70,2%. Em fevereiro de
2015 a perda medida chegou a 84%.
5.1.5. Controle da Qualidade da Água
Foi solicitado ao Prestador de Serviços, o registro das análises físico-químicas e
bacteriológicas do sistema no período de setembro de 2015 a fevereiro de 2016. Verificou-se
que não houve cumprimento do Plano de Amostragem determinado pelo Ministério da Saúde
até o mês de janeiro de 2016. Na rede de distribuição, no período de setembro de 2015 a
janeiro de 2016, constam que foram feitas um total de apenas 12 (doze) análises de coliformes
totais e 12 (doze) de E. coli, 6 (seis) análises de flúor, 8 (oito) análises de pH e uma análise
de turbidez. Dessas, nenhuma análise de flúor atendeu às recomendações do Ministério da
Saúde, uma vez que o tratamento consiste apenas de cloração da água, e uma análise acusou
a presença de Coliformes. Ressalta-se que, conforme exigências da Portaria MS n°
2.914/2011, seriam necessárias análises de pelo menos 16 amostras mensais do sistema de
distribuição (reservatórios e redes) da sede municipal para cada um dos parâmetros cloro,
turbidez e microbiológicos e 10 amostras na localidade de Campo de Santana.
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Durante o mês de fevereiro, o plano de amostragem foi cumprido satisfatoriamente. No
entanto, as análises microbiológicas detectaram uma amostra com presença de E. coli e duas
amostras com presença de Coliformes, em desacordo com o número máximo de amostras
positivas permitido pela Portaria MS n° 2.914/2011 para sistemas deste porte populacional.
Nestas amostras, os parâmetros de cloro e turbidez atenderam ao padrão de potabilidade. As
recoletas foram devidamente realizadas, não sendo constatada a presença de Coliformes.
Em relação às análises dos parâmetros cuja frequência exigida é semestral, verificou-se que
não foram coletadas amostras no Poço Creche, localizado em Campo de Santana. Nos
demais poços, as análises foram realizadas e estão de acordo com o padrão de potabilidade
estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Durante a fiscalização foi solicitada à COPASA-MG a realização de coleta de amostras de
água para análise da qualidade na rede de distribuição do município de Prudente de Morais.
As amostras foram analisadas no laboratório do município de Matozinhos. Foram realizadas
análises dos parâmetros físico-químicos, como turbidez, cor, pH e flúor, e bacteriológicos
(Coliformes Totais e E.coli). Os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas das
amostras coletadas são apresentados na Tabela 02. Além do parâmetro flúor, que não
atendeu às recomendações do Ministério da Saúde, foi verificado que a amostra coletada na
Escola Municipal Jeliomar Brandão apresentou resultado positivo para Coliformes totais. Foi
realizada recoleta no dia 05 de março, que não apresentou resultados fora do padrão.
Tabela 02 - Resultado das análises de Prudente de Morais
Local da Coleta
Físico - químicos Microbiológicos
Cor Flúor pH Turbidez Cloro Coliformes
totais E.
coli
Poço Brejinho < 2,5 0,08 7,65 0,62 0,9 A A
Escola Municipal Jeliomar Brandão
< 2,5 0,03 7,45 0,55 0,9 P A
REL-01–São João II < 2,5 0,03 7,64 0,5 0,9 A A
REL – Campo de Santana
< 2,5 0,16 7,75 2,06 0,8 A A
Ponta Rede - Maracanã
< 5,0 0,07 8,13 2,85 0,2 A A
Unidade uH mg/L N.A. NTU mg/L x x
Valor Máximo Permitido - VMP
15 0,6 a 1,5 6,0 a 9,5
Saída ETA
≤ 1,0
Rede ≤ 5,0
0,2 a
2,0 x
5.2. Fatos levantados no Atendimento ao Público
A seguir são apresentados os principais aspectos de interesse relacionados ao atendimento
ao público.
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5.2.1. Agência de Atendimento
A agência de atendimento está localizada na rua Prefeito João Dias Jeunon, 29, centro e fica
aberta de segunda a sexta-feira de 08:30 às 12:00 e de 13:00 às 16:30, apresentando boa
infraestrutura para o atendimento ao público.
Ressalta-se, entretanto, que não está disposto em local visível ao público, conforme
determinado na Resolução ARSAE nº 40/2013, o relatório anual de qualidade da água
(referente ao ano de 2015), uma vez que não foram realizadas análises de qualidade de água
para elaboração do mesmo.
5.2.2. Atendimento ao usuário
Avaliou-se o cumprimento dos prazos constantes na Resolução ARSAE-MG nº 40/2013 para
os pedidos de vistoria e ligação de água, dos meses de outubro de 2015 a janeiro de 2016. A
tabela 03 apresenta a quantidade de solicitações em cada um dos meses e a porcentagem
de atendimentos fora do prazo.
Tabela 03 - Amostra de Ordens de Serviço – Outubro/2015 a Janeiro/2016
Tipo de Serviço
Número total de pedidos Número de
pedidos
atendidos fora
do prazo.
Percentual de
pedidos fora
do prazo Out/2015 Nov/2015 Dez/2015 Jan/2016
Vistoria para
Ligação de Água 26 31 37 33 13 10,2 %
Ligação de Água 22 23 36 25 6 5,7 %
Convém destacar a recorrência de ordens de serviços nas quais a data de atendimento é
anterior à data da solicitação. Fato que compromete a avaliação do atendimento aos prazos
estipulados. Do total de pedidos de vistoria no período analisado, 28% possuem data de
atendimento anterior à de solicitação, enquanto 29% dos pedidos de ligação de água
encontram-se nessa situação. Uma vez que estes dados são questionáveis, é possível que
os percentuais de pedidos atendidos fora do prazo sejam distintos dos valores apresentados
na tabela 03.
Também foi fornecido pelo prestador o registro das solicitações de correção de vazamentos
ocorridos na rede de distribuição do Município e os prazos em que estes estão sendo
reparados. Verificou-se que houve 159 solicitações nos meses avaliados (outubro de 2015 a
janeiro de 2016) e que em 26 dessas (16% do total) o tempo para reparo do vazamento
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demorou dois dias ou mais, prazos considerados altos para execução do serviço. Convém
destacar que o sistema apresentou, em dezembro de 2015, uma perda de 55,7% da água
distribuída, e que a COPASA-MG justificou os altos valores de perda com base na baixa
hidrometração do sistema. No entanto, a demora no atendimento às solicitações para reparo
de vazamentos contribui com o desperdício de água e não condiz com as boas práticas de
operação da rede de distribuição.
5.2.3. Informação ao Usuário
A fatura de serviços apresenta as informações estabelecidas pela Resolução ARSAE-MG nº
40, de 2013, bem como pelo Decreto Federal nº 5.440/2005. Entretanto, não foram realizadas
análises de qualidade da água e o campo para preenchimento dos valores encontra-se em
branco. De acordo com o Prestador de Serviços, as comunicações aos usuários sobre
paralisações são realizadas através de carro de som e divulgação no sítio eletrônico da
COPASA-MG.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Sistema de Abastecimento de Água da sede municipal de Prudente de Morais e da
localidade de Campo de Santana atende parcialmente à Resolução nº 040/2014 da ARSAE-
MG em relação à quantidade e qualidade de água distribuída. O serviço de abastecimento
atual necessita de ajustes para que apresente condições adequadas de operação e
manutenção.
É necessária atenção por parte do prestador para garantir que a água distribuída à população
esteja de acordo com os padrões de potabilidade do Ministério da Saúde, diante da
quantidade de amostras que não atenderam aos parâmetros microbiológicos de potabilidade,
da presença de uma barata no interior de um dos reservatórios e das inspeções sanitárias
realizadas de forma insatisfatória ou não realizadas. Devem ser tomadas providências no
sentido de garantir a segurança sanitária permanente do sistema e o cumprimento do plano
de amostragem expressos nos Anexos XII, XIII e XIV da Portaria MS nº 2.914/2011.
Ressalta-se ainda, a necessidade de reavaliação do volume de reservação da sede municipal
e da localidade de Campo de Santana, uma vez que foi verificado que essas localidades
possuem baixo coeficiente de reservação e abastecimento intermitente, conforme constatado
pela fiscalização realizada no bairro Maracanã.
Ensejam cuidados também, a demora no atendimento às solicitações de serviços de vistoria
e ligação de água, e de correções de vazamento. Verificou-se que em 16% das solicitações
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de correção de vazamentos, o tempo para realização do serviço demorou dois dias ou mais.
Este fato, aliado à baixa hidrometração do sistema, tem contribuído para os altos valores de
perda de água na rede de distribuição, que foi de 55,7% em dezembro de 2015.
Ademais, afirma-se que o sistema é dotado de Plano de Emergência e Contingência,
instrumento fundamental para uma gestão adequada e operação eficiente do sistema, e já foi
utilizado, segundo o Prestador, em setembro de 2015, quando ocorreu a paralisação do poço
Brejinho. No entanto, cabe destacar que o plano não é local e específico para o sistema de
Prudente de Morais, mas um documento padrão do Distrito Operacional de Lagoa Santa que
estabelece ações para problemas operacionais. Ressalta-se que constam ações para
combater vazamento de cloro gasoso ou de ácido fluossilícico, sendo que estes produtos não
são utilizados na operação do SAA de Prudente de Morais.
Vale destacar que está em fase de elaboração o novo PMSB - Plano Municipal de
Saneamento Básico, outro importante instrumento de gestão do sistema. O Plano permite
planejar as ações e definir as prioridades do Município sobre o tema, além de ser pré-requisito
para a obtenção de recursos setoriais. De acordo com a Lei 11.445/2007, marco regulatório
do saneamento no país, o PMSB deve ser atualizado a cada quatro anos.
No capítulo a seguir, são apresentadas todas as constatações e não-conformidades relativas
à prestação do serviço de abastecimento de água na sede municipal e localidade de Campo
de Santana, seguidas do relatório fotográfico.
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7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES
CONSTATAÇÕES NÃO CONFORMIDADES
C1: Bairro Maracanã
Rede apresenta pontos com pressão abaixo do valor
mínimo estabelecido.
NC1: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 4º, do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 2° O prestador deverá realizar a operação e a manutenção dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário para a população usuária, em conformidade com as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e demais normas pertinentes.
Parágrafo único. A prestação dos serviços será feita de modo a contribuir para a saúde pública e proteção do meio ambiente.
“Art. 4° O prestador deverá assegurar o suprimento de água potável de forma contínua, garantindo sua disponibilidade durante as vinte e quatro horas do dia.
§ 1° O fornecimento de água deverá ser realizado mantendo na rede pública uma pressão dinâmica disponível mínima que permita o abastecimento contínuo.”
ABNT NBR 12.218/1994
“5.4.1 A pressão estática máxima nas tubulações distribuidoras deve ser de 500 kPa, e a pressão dinâmica mínima, de 100 kPa”
PORTARIA MS 2.914/2011
“Art. 25. A rede de distribuição de água para consumo humano deve ser operada sempre com pressão positiva em toda sua extensão”.
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C2: REL-01 – São João I
Extravasor inadequado (sem tubulação vertical)
(Foto 8)
REL-03 – São João II
Extravasor inadequado (sem tubulação vertical)
(Foto 14)
RSE-04 – Maracanã
Extravasor inadequado (sem tubulação vertical)
(Foto 18)
REL-05 – Campo Belo
Extravasor inadequado (sem tubulação vertical)
(Foto 24)
REL-06 – Campo Belo
Extravasor inadequado (sem tubulação vertical)
(Foto 26)
NC2: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 2º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 2º. O prestador deverá realizar a operação e a manutenção dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário para a população usuária, em conformidade com as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (grifo nosso) e demais normas pertinentes.”
ABNT NBR 12.217/1994
“5.10.2 A água de extravasão deve ser coletada por um tubo vertical que descarregue livremente em uma caixa, e daí encaminhada por conduto livre a um corpo receptor adequado”.
C3: Poço Brejinho
Falta laje de proteção sanitária do poço (Foto 2)
Poço Monteiro
Tampa do tubo de revestimento quebrada (Foto 3)
NC3: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 8º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 8°. O prestador de serviços executará, de forma constante, a conservação e a manutenção dos sistemas públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, mantendo-os em condições adequadas de operação, segurança e limpeza, obedecendo às normas e aos procedimentos técnicos pertinentes.”
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C4: REL-01 – São João I
Vazamento nas paredes do reservatório (Fotos 5 e 6)
SAA
Alto índice de perdas na rede de distribuição
NC4: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 8º, §1º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 8. (...) § 1°. O prestador deverá evitar vazamentos de água e extravasamentos de esgoto com a finalidade de prevenir perdas no sistema público de abastecimento de água ou contaminação do meio ambiente.”
C5: Poço Brejinho
Vulnerabilidade da unidade - falta cercamento (Foto 1)
REL-01 – São João I
Escada sem guarda corpo (Foto 7)
RAP-02 – Jardim Padre Pedro
Vulnerabilidade da unidade - falta cercamento (Foto 9)
REL-03 – São João II
Escada sem guarda corpo (Foto 15)
RSE-04 – Maracanã
Buraco no piso da área do reservatório Maracanã e escada improvisada com blocos (Foto 19)
REL-06 – Campo Belo
Escada sem guarda corpo (Foto 22)
REL-05 – Campo Belo
Escada sem guarda corpo (Foto 25)
NC5: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 8º, §4º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 8. (...) § 4°. O prestador deverá adotar medidas de segurança e de prevenção de acidentes, bem como medidas adequadas de proteção no sentido de restringir o acesso de pessoa não autorizada às unidades operacionais.”
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C6: Poço Brejinho
Falta de identificação da unidade e de placa de advertência. (Foto 1)
REL-01 – São João I
Falta de identificação da unidade. (Foto 4)
RAP-02 – Jardim Padre Pedro
Falta de identificação da unidade. (Foto 9)
REL-03 – São João II
Falta de identificação da unidade. (Foto 12)
RSE-04 – Maracanã
Falta de identificação da unidade. (Foto 16)
REL-05 e REL-06 – Campo Belo
Falta de identificação da unidade. (Foto 21)
NC6: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 8º, §5º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 8. (...)
§ 5°. As unidades operacionais deverão dispor de identificação própria e do prestador de serviços e conter avisos de advertência.”
C7: REL-01 – Campo de Santana
Falta de trava nas tampas de inspeção (RELATÓRIO FOTOGRÁFICO COPASA-MG nº 03/2016, de 17/03/2016) (Foto 27)
RAP-01 – São João I
Falta de tela de proteção no suspiro do reservatório
(Foto 8)
RAP-02 – Jardim Padre Pedro
Falta de trava nas tampas de inspeção (Foto 11)
Direcionamento inadequado dos suspiros de ventilação (Foto 10)
NC7: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 9º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 9. O prestador deverá manter os reservatórios de distribuição e acumulação devidamente trancados e as aberturas de ventilação devem impedir a entrada de água de chuva e de contaminantes.”
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RSE-04 – Maracanã
Proteção inadequada do reservatório (encontrada barata no interior desse) (Foto 20)
C8: REL-03 – São João II
Identificada a necessidade de lavagem em outubro de
2015, o serviço não foi executado.
REL-05 – Campo Belo
Identificada a necessidade de lavagem em fevereiro de
2016, o serviço não foi executado.
Frequência de Inspeção dos reservatórios
Não é cumprida a frequência mínima de inspeção dos
reservatórios exigida pela Resolução nº 40/2013 da
ARSAE-MG.
NC8: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 10º, parágrafo único do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 10. O prestador realizará inspeção sanitária e análises específicas nos reservatórios de distribuição e acumulação, no mínimo a cada 3 (três) meses, para identificar a necessidade de manutenção e limpeza.
Parágrafo único. Identificada a necessidade, será realizada a limpeza e desinfecção imediata do reservatório, com registro obrigatório da intervenção.”
C9: Qualidade da água
Concentração de fluoreto na água distribuída não
atende ao mínimo recomendado.
Descumprimento do Plano de Amostragem
NC9: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 12º do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 12. O prestador controlará, de acordo com Portaria n° 2.914 de 2011 do Ministério da Saúde, a qualidade e a potabilidade da água por ele distribuída para consumo humano com a finalidade de mantê-las nos padrões e níveis estabelecidos.”
C10 Informações operacionais
Os registros de solicitação de serviços fornecidos pelo
Prestador apresentam informações conflitantes ou não
condizentes com a realidade.
NC10: O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigos 19, §1°, e 23, §2°, do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40 de 2013, os quais encontram-se transcritos abaixo:
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“Art. 19 (...).
§ 1° O prestador deverá manter registro atualizado das
reclamações e solicitações, com anotação da data, do motivo e
do número do protocolo, por no mínimo 24 (vinte e quatro)
meses.”
“Art. 23 O prestador disporá, em todas as unidades de
atendimento presencial, de sistema, preferencialmente
informatizado, que forneça o número do registro do protocolo
do atendimento, os dados do reclamante, o tipo de reclamação
e o prazo de atendimento, quando solicitado pelo reclamante.
(...)
§ 2° O prestador manterá o registro integral das ocorrências por
um prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses.”
C11:
Atendimento aos usuários
O relatório anual de qualidade da água não está
disponível na agência de atendimento.
NC11:
O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 20 do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 20. O prestador manterá nas unidades de atendimento ao público, em local de fácil visualização e acesso: (...)
V – cópia do Relatório Anual sobre a qualidade de água do respectivo município, de acordo com o Decreto Presidencial n° 5.440/2005.”
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C12: Rede de distribuição
O sistema possui ligações não hidrometradas.
NC12: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 33 do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 33 Toda ligação de água deverá conter hidrômetro, exceto em situações de inviabilidade técnica.
Parágrafo único. O hidrômetro será fornecido pelo prestador de serviços e atenderá ao disposto em Portaria do INMETRO.”
C13: Atendimento aos usuários
Atendimentos de solicitações de vistoria e ligação de água realizados fora do prazo
NC13: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 65 do Anexo I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito abaixo:
“Art. 65 A ligação, precedida de vistoria, será realizada dentro dos seguintes prazos, salvo o disposto nos artigos 55, 56 e 66 desta Resolução:
I – em área urbana: 7 (sete) dias úteis, contados a partir da data de aprovação das instalações ou da liberação para realização da obra pelo poder executivo municipal; e
§ 2° A vistoria deverá ocorrer no prazo de até 3 (três) dias úteis em áreas urbanas e até 5 (cinco) dias úteis em áreas rurais, a contar da comunicação pelo usuário sobre o atendimento das providências constantes no parágrafo anterior.
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8. RECOMENDAÇÕES
1 – Tomar providência quanto às constatações mencionadas no capítulo 7 deste relatório a
fim de atender às Resoluções Normativas ARSAE-MG n° 40/2013.
2 – Regularização das outorgas das captações subterrâneas junto ao órgão ambiental
responsável.
3 – Tomar providência para efetivar controle integral e sistemático da qualidade da água.
4 – Adequar o volume de reservação de água tratada ao volume distribuído nos sistemas da
sede municipal e da localidade de Campo de Santana.
9. AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG
_____________________________
Fellipe Moreira Silva
MASP 1.371.340-9
____________________________
Josianne Leandro Rodrigues
MASP 1.372.979-3
Belo Horizonte, junho de 2016.
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APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS
Foto 1. Falta de cercamento e placas de identificação e advertência do poço Brejinho (C5 e
C6)
Foto 2. Poço Brejinho sem laje de proteção sanitária, cercamento. (C3)
Foto 3. Poço Monteiro com tampa do tubo de
revestimento quebrada (C3) Foto 4. Falta de identificação do REL-01 – São
João I (C6)
Foto 5. Vazamento na parede do
REL-01 – São João I (C4) Foto 6. Detalhe do vazamento na parede do REL-01
– São João I (C4)
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Foto 7. Escada do reservatório REL-01 sem
guarda-corpo (C5) Foto 8. Reservatório REL-01 com extravasor
sem tubulação vertical e suspiro de ventilação sem tela de proteção. (C2 e C7)
Foto 9. Falta de cercamento e placas de
identificação do RAP-02 (C5 e C6)
Foto 10. Reservatório RAP-02 com
direcionamento inadequado dos suspiros do
reservatório (C7)
Foto 11. Tampa de inspeção do reservatório
RAP-02 sem cadeado (C7)
Foto 12. Falta de identificação do REL-03
(C6)
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Foto 13. Reservatório REL-03 Foto 14. Reservatório REL-03 com extravasor sem tubulação
vertical (C2)
Foto 15. Escada do reservatório REL-03 sem guarda-corpo (C5)
Foto 16. Falta de identificação do RSE-04 (C6)
Foto 17. Reservatório RSE-04 Foto 18. Reservatório RSE-04 com extravasor sem tubulação
vertical (C2)
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Foto 19. Buraco no piso da área do reservatório
RSE-04 e escada improvisada com blocos (C5) Foto 20. Presença de barata no interior do
reservatório RSE-04, evidenciando a proteção inadequada desse (C7)
Foto 21. Falta de identificação da área na qual se situam os
REL-05 e REL-06 (C6) Foto 22. Escada do reservatório
REL-05 sem guarda-corpo (C5)
Foto 23. Reservatório REL-05 Foto 24. Reservatório REL-05 com extravasor sem
tubulação vertical (C2)
RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE PRUDENTE MORAIS E DISTRITO DE CAMPO DE SANTANA – JUNHO/2016
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Foto 25. Escada do reservatório REL-06 sem
guarda-corpo (C5) Foto 26. Reservatório REL-06 com extravasor
sem tubulação vertical (C2)
Foto 27. Tampa de inspeção do reservatório
REL-01 de Campo de Santana sem cadeado (C7)
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ANEXO I. Croqui do Sistema de Abastecimento de Água - Sede municipal
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ANEXO II. Croqui do Sistema de Abastecimento de Água - Campo de Santana
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ANEXO III. Descrição técnica do Sistema de Abastecimento de Água – Sede
Municipal
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ANEXO IV. Descrição técnica do Sistema de Abastecimento de Água – Campo
de Santana