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Seminário de História da Ciência Ciência e História da Ciência Simon Schwartzman Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática – CEFET / RJ Maio de 2005 Prof.ª Tereza Fachada Levy Cardoso – 1º Período 2005 Apresentado em 05/05/2005 por: João Ricardo Quintal & Sérgio F. Lima

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Seminário de História da Ciência. Ciência e História da Ciência Simon Schwartzman. Apresentado em 05/05/2005 por: João Ricardo Quintal & Sérgio F. Lima. Prof.ª Tereza Fachada Levy Cardoso – 1º Período 2005. Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática – CEFET / RJ Maio de 2005. - PowerPoint PPT Presentation

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Seminário de História da Ciência

Ciência e História da CiênciaSimon Schwartzman

Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática – CEFET / RJMaio de 2005

Prof.ª Tereza Fachada Levy Cardoso – 1º Período 2005

Apresentado em 05/05/2005 por:

João Ricardo Quintal & Sérgio F. Lima

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1 - Introdução• Por que estudar história da Ciência?

• Para entender melhor uma época...

• Entender como um certo tipo de atividade, denominada “científica”, teve condições de florescer e, ao mesmo tempo, compreender que influência esta atividade exerceu sobre seu tempo!

• Mesmo numa visão mais internalista, compreender o processo de desenvolvimento do conhecimento humano.

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2 - Ciência na Periferia• Tanto Mason e Bernal (Concepções externalistas) como Khun e Heilbron (Concepções internalistas) se referem, nos seus estudos, aos ” centros” da atividade científica.

• Entretanto, segundo Tomas Kunh, é a atividade cotidiana de “puzzle-solving” que constitui o corpo principal da atividade cientifica.

• É esta perspectiva contemporânea da historiografia, que permite que se inicie estudos de história da ciência em países periféricos aos centros científicos mais dinâmicos.

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3 - Ciência e Subdesenvolvimento no Brasil

• O pouco desenvolvimento científico no Brasil, no século XIX tem suas origens na marginalização da Península Ibérica em relação ao resto da Europa.

• O espírito conservador dos ibéricos, que era resistente a indagação e a experimentação, produziu aqui Universidades e Instituições Medievais.

• Segundo Fernando Azevedo, o Homem Brasileiro ainda tem o germe do “daimon” tradicional, que fica sempre à espreita para frustrar as tentativas de implementação de uma mentalidade moderna e científica .

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4 – O Planejamento da Ciência • Por formação ou ofício, as pessoas que se ocupavam da “administração” perceberam a necessidade de conduzir a atividade científica de forma mais sistemática.

• Segundo Stevan Dedijer ”Negligenciar o desenvolvimento planejado e vigoroso da pesquisa nacional nas ciências físicas, biológicas e sociais, coloca em perigo todo o processo de desenvolvimento de um país”

• Partindo da premissa acima se propõe aos países subdesenvolvidos: Criação de um ministério da Ciência, alta prioridade para o ensino e pesquisa nas Universidades e governos sensíveis para as necessidades e produtos da ciência...

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5 – Ciência e Tecnologia I• Embora sociedades industriais contemporâneas mostrem inter-relação entre atividade científica e tecnológica, esta relação não é simples e automática.

• De um modo geral, países desenvolvidos crescem economicamente pela criação de tecnologia enquanto países subdesenvolvidos crescem por importação e adaptação de tecnologia!

• No Brasil, a história das relações entre tecnologia e desenvolvimento científico está vinculada a história da importação de tecnologia ligada aos mercados internacionais (tecnologias agrícolas, de mineração, de transportes ferroviários, etc.).

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5 – Ciência e Tecnologia II• Entretanto, deve haver condições de uso da tecnologia, recursos humanos adequados, e uma vontade política explícita de gerar e manter uma linha de atividade e conhecimentos dentro do país.

• Há entretanto um dilema nos países subdesenvolvidos de difícil equacionamento:

• Desenvolver tecnologias ( e pessoal qualificado) cuja possibilidade de aplicação é maior em países desenvolvidos ou desenvolver tecnologias (e pessoal qualificado) para solução de problemas locais/ nacionais.

• A alienação da ciência em países subdesenvolvimentos pode se dar por uso de “ black boxes ” importadas ou pela incapacidade de criar massa crítica local para definição de linhas de pesquisas de forma autônoma.

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6 – A Natureza da atividade científica: um modelo de mercado?

• A ciência é um conjunto de conhecimentos a respeito das coisas, conhecimentos que se desenvolvem, acumulam, se transformam e se reestruturam em função de uma lógica própria de organização do conhecimento – do seu logos.

• Na ciência, o valor de uma descoberta ou teoria se estabelece na medida em que ela é publicada, difundida e adotada pelos demais; enquanto que, em tecnologia, predomina o segredo e a posse de conhecimentos efetiva ou potencialmente rentáveis.

• As pessoas que fazem “a ciência” formam uma extensa rede social onde a superposição dos saberes dos indivíduos formam o corpo do conhecimento científico. Segundo Michael Polanyi formam “A República da Ciência”!

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6 – A Natureza da atividade científica: um modelo de mercado?

• A partir do surgimento da “big science” - caracterizada por grandes orçamentos e complexidade de atividades de pesquisa, que envolve milhares de pessoas em trabalho coordenado - faz com que o “mercado” científico determine as atividades e linhas de pesquisa científica.

• Entretanto, este conceito de atividade científica como uma “República da Ciência”, orientada para uma busca desinteressada do conhecimento só se aplica a atividade científica anterior a Segunda Guerra Mundial.

• Esta separação entre ciência básica e ciência aplicada, para Jean-Jacques Salomon, é um resquício elitista de origem aristotélico-escolástico.

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6 – A Natureza da atividade científica: um modelo de mercado?

• O que o autor conclui é que:

1. Devido ao crescimento exponencial da atividade científica, o número de novos cientistas proporciona este clima de horizontes abertos da “República da Ciência”.

2. Na medida que torna-se demasiadamente alto o nº de cientistas, surge a necessidade de planejamento e cerceamento característicos da “big science”.

• Segundo levantamento feito por Neide de Oliveira Soares, com cientistas paulistas há uma discrepância entre o desejado (do acadêmico para o prático) e o efetivamente feito. Que revela que só o modelo de “ciência de mercado” não é suficiente para interpretar o resultado deste levantamento.

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7 – História Social da Ciência no Brasil: Uma Estratégia de Pesquisa

• Para uma pesquisa da história social da ciência no Brasil, deve-se evitar:

• Gastar energia evidenciando que a ciência brasileira é dependente dos centros científicos, para se concluir que aqui a ciência é menos desenvolvida que lá! (Tautologia).

• Evitar-se prioritariamente as metodologias quantitativas, uma vez que o pressuposto desta metodologia é de que existe um universo operacional simples de ser definido, o que não é caso no Brasil.

• Métodos quantitativos devem responder a questões conceituais importantes. No entanto, são estas questões que merecem atenção prioritária.

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8 – Uma Estratégia de Pesquisa • Unidade Analítica: Definir sobre quem, ou o que, se está falando. O autor

sugere o foco em pessoas com destaque na implantação de instituições e no estabelecimento de uma tradição científica no país.

• Esta estratégia corresponde ao conceito de “comunidade científica” apontada por Thomas S. Khun e dividida em 4 níveis de estruturação:

1. Nível 1 – Totalidade dos Cientistas

2. Nível 2 – Grupos profissionais (físicos, astrônomos, etc..)

3. Nível 3 – sub-grupos (química orgânica, física dos sólidos, etc...)

4. Nível 4 – Especializações que comportem um paradigma comum – (Participação em reunião de especialistas, redes informais de circulação, etc...)

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8 – Uma Estratégia de Pesquisa • O autor sugere a escolha do nível 4 como centro da análise, pois este

constitue a contra-partida sociológica dos “paradigmas” (de Khun).

• Partindo-se das sub-divisões do grupo 3 solicitar que as pessoas pertencentes a C.C.B indiquem as comunidades científicas que operam em sua área profissional.

• Buscar identificar o “sucesso” da atividade científica, baseado em critérios objetivos e definidos. Entretanto, este conceito de “sucesso” deixa de lado a questão da relevância da atividade científica para a tecnologia nacional.

• Buscar identificar quais as causas do sucesso ou fracasso de tradições de pesquisa no Brasil.

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8 – Uma Estratégia de Pesquisa • Pesquisar quais foram os efeitos do surgimento da “big science”, em

escala internacional, sobre a ciência brasileira.

• Quais as tradições científicas mais afetadas pelo surgimento da “big science”?

• Investigar a relação entre ciências e políticas científicas (policy). Como um apoio político explícito pode suscitar desenvolvimento científicos, mas também, cercear a pesquisa livre, ou ainda, asfixiar tecnologias nacionais pela opção de investimentos maciços em tecnologias importadas?

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9 – Conclusão: Os Dilemas da Ciência Brasileira - I

• Em síntese: Seguir o desenvolvimento das principais tradições científicas brasileiras.

• Investigar o dilema entre livre escolha de temas versus escolha definida por critérios políticos/econômicos.

• Investigar a atividade desenvolvida em universidade versus institutos de pesquisas buscando identificar qual o modelo que mais se aproxima da produção científica nestes espaços.

• Investigar a relação entre desenvolvimento da ciência dos “centros” ou uma ciência “nacional”

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9 – Conclusão: Os Dilemas da Ciência Brasileira - II

• Responder a estas questões estaremos em condições de traçar, caso a caso, a história de tentativas, sucessos e fracassos da ciência brasileira.

Perguntas e Comentários!!!

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10 – Fim

Apresentação disponível em:

http://sergioflima.pro.br/wiki/seminarioI_historia_ciencia.pps