seminário de história-2

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Gregori Warchavichik Introdutor da arquitetura moderna no Brasil UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI CAMPUS BALNEÁRIO CAMBORIÚ ARQUITETURA E URBANISMO HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA ACADÊMICAS: AMANDA DE MELO BRINZIN ANDRÉIA P. GOMES CAROLINE TORQUATO JAQUEÉLE MAÍRA MEYER

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História

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Gregori WarchavichikIntrodutor da arquitetura moderna

no Brasil

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALICAMPUS BALNEÁRIO CAMBORIÚ

ARQUITETURA E URBANISMO HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA

ACADÊMICAS: AMANDA DE MELO BRINZIN ANDRÉIA P. GOMES CAROLINE TORQUATO JAQUEÉLE MAÍRA MEYER

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Gregori Warchavichik Introdutor da Arquitetura Moderna no Brasil

Gregori Warchavichik

Nasceu em 02 de Abril de 1896, na cidade russa de Odessa.Formado na Itália em 1920, chega ao Brasil em 1923 já com um repertório moderno relativamente consolidado. É o elo fundamental entre arquitetura e modernismo no Brasil. Não apenas pela acolhida do movimento modernista, mas sobretudo pelo significado atribuído à sua obra arquitetônica em um momento decisivo de realinhamento das vanguardas no país.

Gregori Warchavichik

Em 1925, Warchavchik escreveu o primeiro manifesto da arquitetura modernista no Brasil, que foi publicado inicialmente em italiano no jornal ll Piccolo no dia 14 de junho, intitulado "Futurismo?", que logo foi traduzido e republicado pelo Correio da Manhã em 1º de novembro do mesmo como "Acerca da Arquitetura Moderna".

No artigo de Warchavchik são expostas ideias do arquiteto sobre o novo padrão de estética arquitetônica que estava se desenvolvendo.

Segundo ele, assim como as máquinas que acompanhavam a evolução tecnológica, os edifícios também precisavam se modernizar, pois são verdadeiras "máquinas para habitar”.

Faz críticas aos ornamentos de forma impetuosa: dizendo que “São absurdos os detalhes inúteis, que são imitações cegas da técnica da arquitetura clássica, tudo isso era lógico e belo, agora se tornou inútil e absurdo.”

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hikCasa da Rua Santa Cruz

(1927-1928)

Gregori Warchavichik

Consagrada como a primeira casa modernista construída no Brasil, a residência do próprio arquiteto, apresenta vários exemplos das dificuldades para impor suas ideias e demonstra como ele trazia no seu repertório traços bem característicos da sua formação italiana tradicional, sempre com métodos da arquitetura clássica.

1º obstáculo: Censores de fachada da prefeitura, os

padrões da época consistiam em obrigar o uso

de elementos decorativos na fachada, já o arquiteto

queria uma arquitetura desprovida deles.

Mandando para a prefeitura um projeto de fachada com cornija e outros adereços e depois no término da obra

justificar sua ausência alegando falta de dinheiro.

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hikCasa da Rua Santa Cruz

(1927-1928)

Gregori Warchavichik

Predominância do cubo volumétrico central que se estende pelas asas laterais definindo a composição em simetria tripartida.

As janelas angulares recortam a linha vertical que cumpriria o papel de definir a aresta do ângulo quebrando a continuidade do desenho.

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hikCasa da Rua Santa Cruz

(1927-1928)

Gregori Warchavichik

Esta obra foi utilizada para tentar desqualificá-la como uma obra puramente moderna, pois um elemento construtivo foi associado a uma falsidade construtiva, foi o caso do recurso de ocultamento do telhado na fachada através da elevação da platibanda , e a decorrente sugestão ilusória do uso de laje plana e portanto de terraço-jardim.

“Não tive coragem de construir a casa com terraço-jardim, como o teria desejado. Ainda não existiam na praça os materiais isolantes adequados. Cobri o telhado embutido entre as paredes com telhas coloniais.”

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hikCasa da Rua Santa Cruz

(1927-1928)

Gregori Warchavichik

O texto coloca também a ambiguidade entre as plantas. A do térreo apresenta uma certa liberdade quanto as normas de projetação clássica, pautadas na simetria.

A planta do segundo pavimento, conforme se depreende dos quartos, principalmente o quarto do meio, e suas respectivas janelas, sofre o jugo da ordenação simétrica da fachada em detrimento da funcionalidade dos ambientes.

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hikResidência Max Graf, Rua

Melo Alves (1929)

Gregori Warchavichik

Construída no mesmo período da casa da rua Santa Cruz, esta obra já foi demolida, nesta casa os elementos modernos já eram mais expostos, com maior clareza, sem duplas interpretações. Alguns obstáculos construtivos já foram solucionados, cada vez mais próximo aos seus manifestos.

“A nossa arquitetura deve ser apenas racional, deve basear-se apenas na lógica e esta lógica devemos opô-la aos que estão procurando por força imitar na construção algum estilo.”

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hikResidência Max Graf, Rua

Melo Alves (1929)

Gregori Warchavichik

O cubo é adotado, um sólido geométrico puro de linhas elementares, que neste caso acomoda de forma funcional todas as atividades propostas.

As aberturas e janelas trabalham simultaneamente para o caráter inovador do conjunto, elaborado para extrair a maior sensação de movimento possível de uma forma geométrica simples e estática.

“O resultado final é um equilíbrio, inusitado para os padrões daquele momento, mas coerente com a nova linguagem arquitetônica.”

A planta do andar superior surpreende pela economia de meios, a quase supressão do corredor e pela divisão interna exatamente em quatro partes do cubo em planta.

A utilização da cor vermelha para portas e janelas acentua a nova solução expressiva, com padrões de linguagem abstrata que enfatizam o que o arquiteto já havia investigado.

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hikCasa da rua Itápolis – Casa

Modernista (1930)

Gregori Warchavichik

A casa Modernista agrega à fachada dois grandes planos/varandas/coberturas, e cria uma série de dispositivos formais que proporcionam lateralidades, evidenciam a composição de retângulos e quadrados que fazem um jogo de sombras.

Nessa casa reaparece, em maior escala, o cubo como elemento articulador da construção. Rompendo novamente as arestas sóbrias, o arquiteto insere na superfície frontal e lateral dois planos achatados, perpendiculares e de diferentes espessuras.

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hikCasa da rua Itápolis – Casa

Modernista (1930)

Gregori Warchavichik

As janelas, aberturas e recortes na edificação, situados nos vértices dão continuidade as fachadas. A fachada posterior também possui recortes dando maior riqueza a uma edificação de formas básicas.

Uma outra solução que Warchavichik apresenta nessa fachada é o plano/parede que compensa o recuo do bloco na sua parte inferior direita, parte exatamente do seu limite para fazer uma elegante curva que tem como centro uma árvore que se encerra transformando-se na primeira parede da edícula.

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hikResidência Luis da Silva Prado, casa

da rua Bahia (1930)

Gregori Warchavichik

A casa da rua Bahia apresenta novos progressos da poética de Warchavchik. Onde o bloco monolítico empregado nos trabalhos anteriores se decompõe no jogo de volumes.

Possuí dois cubóides de diferentes dimensões e grandes alturas, os mesmos se interpenetram-se e criam profundidades diferentes e desníveis espaciais.

A fachada oferece dois volumes desiguais dispostos um ao lado do outro, cujo aspecto monolítico é rompido no cubo maior por uma espécie de janela estreita que o rasga lateral e verticalmente , o

o cubo menor está um pouco recuado em relação ao primeiro pelo plano/cobertura que equaliza os dois volumes ao mesmo tempo que registra efeito de cilhamento.

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hikResidência Antônio da Silva Prado Neto,

casa da rua Estados Unidos (1931)

Gregori Warchavichik

Nessa obra o arquiteto buscou outras possibilidades. Ao contrário das soluções verticais onde o cubo inicial foi progressivamente ganhando altura, aqui foi adotado o paralelepípedo .

A arquitetura toma posse de sua materialidade e passa estabelecer uma relação com o solo, onde o volume solidamente ancorado no solo é rompido criando profundidades distintas , enquanto algumas superfícies das paredes dão lugar aos grandes panos de vidro, fazendo relação entre interior e exterior.

Todos esses elementos, especialmente a ocupação fluída do solo dada pelahorizontalidade da edificação,remete ao arquiteto Mies Van der Rohe.Os ambientes estão distribuídos às margens de um espaço central – salas de estar e de jantar, que também atua como uma espécie de jardim de inverno, está limitado na frente e atrás por duas paredes de vidro.