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se lig@ DISTRIBUIÇÃO GRATUITA EDIÇÃO_1 ANO_1 NOVEMBRO_2011 o que você está a fim de ENFRENTAR ? PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA UNEMAT-ALTO ARAGUAIA

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se lig@DISTRIBUIÇÃO GRATUITA EDIÇÃO_1 ANO_1 NOVEMBRO_2011

o que você está a fim deENFRENTAR?

PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA UNEMAT-ALTO ARAGUAIA

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Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

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Não seria preciso nem dizer, mas é certo que Se Lig@ discute um assunto tão polêmico quan-to necessário. Mesmo favorável a uma postura definida, a nossa re-vista não vem com o objetivo de moralizar a discussão, e sim ofere-cer algumas ideias para que o de-bate se estabeleça.

Embora um tabu, já passou da hora de se instituir mais claramen-te o diálogo sobre as drogas, posto que negligenciá-lo só torna os en-torpecentes mais atrativos e a nos-sa juventude, frágil a eles.

Até por isso, o moralismo ten-deria a atrapalhar essa conversa franca, e obstáculos não faltam nessa relação jovem-droga, em que o segundo tem se mostrado mais arrebatador.

Nesse sentido, temos uma posi-ção assumida – somos contrários ao uso de entorpecentes, não por-

que a sociedade recrimina. Fugindo do senso comum, usar droga, assim como consumir cigarro e bebida al-coólica em exagero, aumenta a probabilidade de ônus à própria vida e à de terceiros.

Adolescente, jovem. Uma faixa de idade tão com-plexa, que a coerência muitas vezes foge, tornando passivos e intolerantes aqueles que deveriam orien-tar. Perceba que não há o meio termo, insinuando que a resolução dos problemas está mais distante do que qualquer outra coisa.

Exercendo uma função social, visando benfeito-ria pública, sem ser piegas ou vago demais, surge o jornalismo, representado aqui pela revista Se Lig@, material destinado a você, jovem ou adolescente ara-guaiense, para que compreendas melhor a situação sem extremismos, exageros.

Este veículo de informação tentará cumprir a dura missão de se aproximar, mais até do que as drogas que, de tão perto, pode aliciá-lo a qualquer momento, como já fez com tantos outros. Para que você não seja surpreendido ou iludido, abra-se a esta experiência chamada Se Lig@. Pode apostar: ela não lhe fará mal algum.

Tenha uma boa leitura!

seja usuário da nossa

IDEIA

expediente

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA EDIÇÃO_1 ANO_1 NOVEMBRO_2011

PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA UNEMAT-ALTO ARAGUAIA

Coordenação do projeto Cássia Regina TomaninCo-coordenação, Design e Dia-gramação Thiago Cury LuizReportagemJoão José Alencar

ImpressãoMundi Gráfica

Unemat, Maria Luiza de O. Ma-chado (vereadora), Creas, Circu-lando e Alcoólicos Anônimos

AgradecimentosDemais integrantesAline Oliveira BarbosaGeslâine Pires dos ReisWanderléia Pereira da Silva

FotosAs fotos sem créditos foram ex-traídas do Google e podem ou não ter sido modificadas

Tiragem1000 exemplares

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4 6Como uma artista de extremo talen-to e sucesso pode se perder em tão pouco tempo por causa das drogas

14Hélida Moraes fala sobre os perigos apresentados pelas drogas na vida do jovem e da dificulda-de que é recuperá-lo

As escolhas que a gen-te faz definem muito do que acontecerá adiante. Optar ou não pela droga pode não garantir nada, mas aumenta ou dimi-nui suas probabilidades 8

O que se faz em Alto Araguaia em prol do jo-vem indeciso e vulnerável

16Uma brincadeira pode não significar nada. Pode representar algo bom, re-meter à infância. Mas se for traiçoeira tende a transformá-lo em um refém completamente frágil e entregue. Por isso, cuidado com o que se brinca

RevisãoShirlene Rohr de Souza

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DROGASHOMEM

xquem vencerá essa guerra?O mundo atual está vivendo um

período de mudanças. As pessoas se deram conta que têm direitos e que devem reivindicá-los; e estão batalhando por isso. No cenário mundial, vemos regimes políticos sendo mudados; ditadores, há anos no comando, perdem o poder e vão para a cadeia; pessoas do mesmo sexo podem se casar. Enfim, está acontecendo uma série de fatos que até 10 anos atrás ninguém ou-saria pensar em reivindicar.

Entre essas reivindicações, há uma que, pelo menos no Brasil, está gerando muita polêmica e pre-ocupando uma grande parcela da sociedade. Falamos da liberação ou legalização da maconha.

Esse, como qualquer outro fato, divide a população em dois lados: os que aceitam e apoiam a medida e os que rejeitam e desaprovam a mesma.

Aqueles que defendem a pro-posta alegam pelo menos três pon-tos:

•Acham que cada um é livre e responsável por si próprio;

•Dizem que outras drogas que também causam problemas à saú-de e à sociedade, como o cigarro e as bebidas alcoólicas, são per-mitidas, então a maconha também poderia ser;

•Dizem ainda que quem mais ganha com o comércio ilícito da

maconha é o traficante. Se tal pro-duto fosse liberado, o governo ain-da arrecadaria impostos com sua comercialização, que já acontece mesmo, debaixo do nosso nariz.

Em alguns lugares, como parte dos Estados Unidos, Canadá, Por-tugal e Holanda, o uso da maco-nha é legal. Os EUA explicam que muita gente era detida ou presa por usar maconha, e quando iam ver a ficha criminal da pessoa, ela era limpa, a pessoa era estudante, tra-balhadora e pelo único fato de es-tar consumindo maconha acabava tendo sua ficha suja, o que prejudi-cava sua vida profissional. Pensa-se ainda que no caso de a pessoa ficar detida, é um trabalhador ativo que está deixando de produzir e contribuir com o desenvolvimento de seu país.

Bem, se esses argumentos fos-

sem coisas tão simples todos iam concordar com a legalização da maconha. No entanto, é preciso prestar atenção em tais pontos.

Primeiro é o fato de que se for-mos concordar com os que dizem que a maconha deve ser permitida porque é tão nociva quanto o cigar-ro e as bebidas alcoólicas, então o mais sensato é pensar que essas substâncias é que deveriam ser proibidas, assim como as outras.

Um outro ponto que deve ser cuidadosamente analisado antes que se permita que nossos jovens possam comprar maconha livre-mente no bar da esquina ou na pa-daria, é o argumento de que cada um pode fazer o que quiser con-sigo mesmo. Devemos lembrar que grande parte das pessoas que consomem substâncias alucinó-genas acaba por ficar dependente. De acordo com os dicionários, um dos significados atribuídos à DE-PENDÊNCIA é “necessidade físi-ca e/ou psicológica de determina-da substância ou atividade”. Sendo assim, podemos concluir que uma pessoa que é dependente em dro-gas não responde por si, ou seja, não tem como decidir sobre suas vontades, seus limites, sua própria vida. Quem acaba decidindo por ele é a droga da qual ela depende. Além disso, se após algum tempo de uso da(s) droga(s) essa pessoa adoece (e geralmente isso ocorre), na maioria dos casos, é levada para um hospital público para se tratar, ou seja, quem acaba pagando por seu tratamento é a população, por meio dos altíssimos impostos que pagamos. Quer dizer, a pessoa se acha livre para fazer o que quiser, mas quem acaba tendo que pagar por seu tratamento somos nós.

Vemos, assim, que o terceiro argumento também se torna frágil, porque os impostos arrecadados pela comercialização legal da ma-conha acabaria sendo gasto para o

tratamento dos usuários.Além dos argumentos apontados como favoráveis

serem tão frágeis, há ainda os argumentos daqueles que lutam contra a liberação da maconha. Entre várias justificativas, há pelo menos duas que são determi-nantes:

•Se liberada, a maconha será consumida numa es-cala cada vez maior, o que acarretará sérios danos à saúde do usuário;

•Na maioria dos casos de viciados, a maconha leva ao uso de drogas mais fortes e, consequentemente, mais nocivas ao ser humano, como a cocaína, o ecs-tasy, o LSD, o crack, entre outras.

De fato, muitas pesquisas mostram, como já dis-semos acima, que na maioria dos casos, o usuário de qualquer droga perde o controle sobre si mesmo, so-bre sua própria vontade e seu corpo vai necessitando de mais drogas, cada vez em mais quantidade e cada vez mais fortes.

Sendo assim, antes de se pensar na implantação de uma lei que venha a facilitar a circulação de deter-minado produto em uma região ou em uma nação, o povo que ali reside deve estar muito bem preparado, instruído e esclarecido sobre os efeitos naquele pro-duto no seu organismo e na sua vida. E aí nos sur-ge uma pergunta: Será que o jovem (que é o maior consumidor de drogas lícitas e ilícitas) está preparado para consumir drogas de forma consciente?

Tudo indica que não.

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por Cássia Tomanin

Entre essas reivindicações, há

uma que, pelo menos no Brasil, está gerando muita

polêmica e preocupando uma grande parcela da sociedade. Falamos da liberação ou legalização da

maconha.

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a morte de AMYUm fato recente chamou nossa atenção justamente

para esse ponto. Falamos da prematura morte da can-tora Amy Winehouse.

Amy era inglesa, cantora e compositora, iniciou sua carreira ainda muito jovem e ficou conhecida em quase todo o mundo, dominando perfeitamente a gui-tarra e o violão, mas principalmente por ter uma voz e um estilo inconfundíveis.

Embora em uma carreira curta, a cantora lançou vá-rios discos e recebeu diversas premiações. Em 14 de fevereiro de 2007, ganhou um Brit Award de melhor artista feminina britânica, entregue pela Baby Spice, Emma Bunton. Quatro meses depois, recebeu o Mojo Awards pela melhor canção do ano. Ainda recebeu vários outros, como MTV Video Music Awards, Mer-cury Prize Awards, Q Awards, Elle Style Awards, Ivor Novello Awards, South Bank Show Awards, Meteor Irish Music Awards, entre outros.

A cantora fazia shows em várias partes do mundo, que eram lotados por uma multidão de fãs. Amy Wi-nehouse era, sem dúvida, um sucesso.

Os pais da cantora sempre apoiaram sua carreira e estiveram ao seu lado. Havia muito carinho entre eles, tanto que em uma das suas cinco tatuagens Amy mandou escrever daddy's girl, que quer dizer “menina do papai”, o que mostra a intimidade carinhosa que ela tinha em casa.

Mesmo assim, com tudo na vida a seu favor, fama,

família, amigos e tudo o que o di-nheiro pode comprar, sabemos o final trágico dessa história.

Depois de seu casamento com Blake Fielder, em maio de 2007, a vida de Amy começou a se trans-formar. Amy tornou-se dependente de vários tipos de drogas, entre elas o crack, conforme se pode ver num vídeo exposto pelo jornal inglês The Sun. Passou a ser comum ver o nome da famosa cantora envolvi-do em escândalos, prisões, clínicas de tratamento e, não raramente, ia fazer shows em visível estado de embriaguez.

Sua imagem ficou tão negativa que o governo norte-americano proibiu sua entrada naquele país, impedindo que a cantora recebesse um prêmio Grammy que ganhou.

Agora, Mitchell Winehouse, pai da cantora, parece estar disposto a ajudar pessoas e famílias com o mesmo problema que enfrentou. A própria casa de Amy será transfor-mada num centro de reabilitação para viciados. Seus fãs lembrarão dela com carinho por muito tempo. Seus discos continuam vendendo, suas músicas continuam sendo ou-vidas, enfim, a vida continua, mas não para Amy Jade Winehouse!

LIBERT AR

é possível se

das drogas

Há muitos outros detalhes sobre a turbulenta vida de Amy Winehouse e sua fracassada luta contra as drogas, mas pelo que sabemos até aqui, é possível fa-zermos uma pergunta: Por que alguém que tem tudo para ter uma vida feliz morre por não conseguir se libertar das drogas? Pelo que sabemos, a família de Amy, principalmente seu pai, fez tudo que estava a seu alcance para libertar a filha. Então, se ela tinha o apoio da família, dos amigos, dinheiro para pagar as melhores clínicas, os melhores profissionais, por que ela perdeu essa guerra?

Médicos especialistas explicam que o poder quí-mico das drogas sobre o organismo humano é tão for-te que é possível que a pessoa que as utiliza fique to-talmente dependente daquela substância. A sensação de prazer, de euforia, que a maioria das drogas causa é absolutamente fantástica, é uma sensação incrível que dificilmente pode ser experimentada sem o uso de alguma substância alucenógena. No entanto, essa sensação dura muito pouco e, em seguida, aparece a sensação exatamente contrária: depressão, medo, so-lidão ou algo parecido. É precisamente aí que está o grande problema. A pessoa nesse estado deseja ime-diatamente se livrar da referida sensação e sabe que a droga, além de tirá-lo daquela situação, ainda trará de volta a impressão de poder sem limites. É por isso que a pessoa viciada “precisa” cada vez mais de mais droga

E é esse o grande problema que envolve as drogas. Uma vez viciada, é muito difícil para uma pessoa vol-tar atrás, justamente por causa da forma, muitas vezes definitiva, com que a droga atua em nosso cérebro, em nosso corpo.

WINEHOUSE ?

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Revista Se Liga- O que é o CRAS?Jucimar Cruz da Silva- O CRAS, Centro de Referência de Assistên-cia Social, tem como maior ob-jetivo a prevenção de problemas sociais, como violência infantil, abuso sexual infantil, uso de dro-gas e exploração do trabalho in-fantil. O CRAS é conhecido como “a casa das famílias”. Ele trabalha com o Bolsa Família, além de tra-balhar com as famílias referencia-das no CRAS, que são famílias em vulnerabilidade (situação de extrema pobreza) e famílias que se encontram em situação em que se pode trabalhar a prevenção.

RSL- Quais as ações que o CRAS desenvolve em relação ao uso de drogas?JCS- O CRAS trabalha com a ideia da PREVENÇÃO. Assim sendo, realizamos constantemente campa-nhas preventivas. Neste ano foram realizadas várias atividades, dentre elas destacam-se as seguintes: • “Eu dirijo pela vida” – campanha relacionada à prevenção do uso do álcool por motoristas;• “Faça Bonito” – campanha contra o abuso sexual da criança e do adolescente;• “Independência ou Morte” – campanha de combate às dro-gas, realizada na época do Festival Náutico.

RSL- Quem são as pessoas que

procuram o auxílio do CRAS em questões relacionadas à droga?JCS- Quem nos procura são, ge-ralmente, famílias desestruturas, seja no campo financeiro, social, moral. Enfim, famílias que en-frentam problemas na relações en-tre seus membros. Isso ocorre, na maioria das vezes, nas famílias da classe trabalhadora (baixa e média baixa), mas geralmente a pessoa que chega até nós representando a família são as mães. Outro dia, por exemplo, veio até aqui uma mãe de um adolescente contando que encontro entre as coisas do filho, um cachimbo, e não sabia o que aquilo significava. Ela levou o objeto a uma pessoa conhecida que lhe esclareceu que se tratava de um instrumento utilizado no uso do crack. Mediante a confirmação de que seu filho era usuário des-

sa droga, ela sentiu a necessidade de procurar auxílio junto à equipe técnica do CRAS. Em casos como o dessa mãe, que agiu corretamen-te, no sentido de não “fechar os olhos” para o problema, o CRAS possui essa equipe técnica que acolhe, encaminha e acompanha a família, porque a equipe, que conta com psicólogo e assistente social, é capacitada para tratar desses ca-sos. Se o problema não se resolve, porque esse é um problema social nacional, pelo menos nós tentamos amparar e conscientizar as famí-lias.

RSL- Em resumo, como as pesso-as envolvidas com uso e usuários de drogas podem contar com a ajuda do CRAS?JCS- Bem, o que eu quero dizer a toda população é que o CRAS está de portas abertas para receber e aju-dar toda e qualquer família que se identificar com alguns dos proble-mas mencionados acima. O CRAS é a casa das famílias. Os profissio-nais daqui trabalham com muita ética. Os problemas trazidos para cá são tratados com o maior sigilo, ou seja, ninguém além da psicólo-ga e da assistente social vai saber o que se passa na casa ou na vida de cada um. Então, dizemos para as pessoas que enfrentam problemas com drogas, para aquela mãe que percebe que o filho está agindo de forma diferente, que está tendo um comportamento estranho, que nos procure, que não espere a situação se agravar, porque é muito mais fácil tratar do problema enquanto a pessoa ainda não está totalmen-te na dependência da droga. Quer dizer, é mais difícil, mais caro e mais demorado tirar uma pessoa do vício. É melhor conscientizar as pessoas e as famílias e impedir que elas comecem a usar drogas, porque, para muitos, esse é um ca-minho sem volta e procurar ajuda na hora certa pode ser a diferença entre a vida e a morte.

DESENVOLVEações que Alto Araguaia

contra as drogasNão podemos deixar de mencionar que as escolas, de um modo geral, também são bastante engajadas nessa questão. Alguns professores fazem até cursos extracurricula-res, como os professores da Escola Alfredo Nasser, que fizeram um curso em Brasília para terem mais informações e saberem abordar o

problema de forma mais adequada. Os alunos do ensino médio de Alto Araguaia e Santa Rita do Araguaia acreditam que há conscientização suficiente, que as escolas traba-lham bastante essa questão, mas a ação parece não surtir efeito. Olha só o que eles dizem:

A escola nos esclarece muito bem sobre o que a droga pode nos cau-sar, e se um aluno usar está ciente do que irá

acontecer.

A escola consegue esclarecer muito bem aos alunos os riscos

que corremos.

Todas as palestras são muito bem explicadas. Todas as perguntas são esclarecidas. Vai para esse mundo só quem

realmente quer.

Não só as escolas, mas as emissoras de rádio e televisão conseguem esclarecer muito bem. Falta as pessoas toma-rem vergonha na cara e não usarem essas coisas.

A escola faz o possível. Quem tem que mudar não é a escola, e sim a

pessoa que usa.

Têm muitas palestras, só que tem que investir mais pra ver se coloca

ideia nas nossas cabeças.

A escola explica muito bem. Faltam os alunos em geral se conscienti-zarem de que a droga

não vai levar ninguém a lugar algum.

Sempre tem palestras, mas acho que deveriam levar a gente para uma clínica de dependentes.

Eu acho que falta a presença de uma pessoa que já tenha passado por isso e venha aqui para dar depoimento.

A escola esclarece, mas faltam pessoas que usam

drogas para falar conosco, pra mostrar como a droga

nos faz esquecer a vida.

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por Cássia Tomanin

Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_20118 9Jucimar Cruz da SilvaCoordenadora do CRAS

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10Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 11Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

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COMBATEvereadora fala do seu

às drogas em Alto Araguaia

Desde que assumiu o cargo de vereadora em 2009, Maria Luiza de Oliveira Machado realiza um trabalho de conscientização em relação e combate às drogas, buscando resolver os problemas que são freqüentes em nossa comunidade.

Em entrevista, a vereadora conta das ações que ela e a câmera de ve-readores promovem em prol da comunidade. É interessante a leitura para conhecermos aquilo que os nossos administradores estão fazendo por nossa sociedade, já que essas ações nos atingem diretamente e antes de tudo o vereador é um funcionário do povo que deve prezar e lutar pelos nossos direitos

Revista Se Liga - A senhora acha interessante que em Alto Araguaia seja tratado o tema “drogas?

Vereadora Maria Luiza - Eu acho de suma importância, porque é um assunto com o qual o mundo está preocupado. Existem pesquisas que mostram que hoje esse proble-ma atinge 30% da população. Uma outra coisa que queremos destacar é que a sociedade se preocupa mais com as drogas ilícitas, mas não é bem assim. Eu estive há pouco tempo em Cuiabá, e uma das rei-vindicações de um representan-te de uma casa de recuperação, a casa “Vida Serena”, é em relação ao álcool, porque pelo fato de não ser proibido, a sociedade, em ge-ral, ingere com muita facilidade e com isso as pessoas não percebem as consequências do alcoolismo na vida de suas famílias.

RSL- E mesmo sendo proibida a venda de bebida alcoólica para o menor, ele consegue comprar?

VML- Ele consegue facilmente.

Eles têm algum tipo de acesso, e é algo que nós precisamos trabalhar, principalmente junto à família e mesmo para com o adulto. Não que ele deixe de beber, mas que ele não ofereça bebida ao jovem, por-que as conseqüências estão aí, es-tão no nosso dia-a-dia, dentro dos nossos lares. Sem falar na questão da violência: os maiores casos de violência doméstica estão relacio-nados ao alcoolismo, até mesmo casos de homicídio. O Promotor de Justiça pode falar melhor sobre esses fatos. Eu fiquei sabendo que na maioria dos julgamentos que ocorreram aqui em Alto Araguaia nos últimos três anos, praticamen-te 90% têm relação com o alcoo-lismo.

RSL- Nós temos acompanhado sua preocupação em relação a es-ses problemas nos projetos que você faz, nas indicações feitas na Câmara de Vereadores. Conte-nos um pouco sobre suas reivindica-ções.

VML- Bem, através do Projeto de

Lei, eu consegui instituir em Alto Araguaia a “Semana Municipal de Álcool e Drogas”, que ocorre no período de 19 a 23 de junho de todo ano, e aí será trabalhada a questão das drogas no nosso município. É também de minha autoria um Pro-jeto de Lei que instituiu em nosso município o PROERD, que é um dos maiores programas do mundo de resistência ao álcool, drogas e à violência. Trabalha-se tudo isso dentro das escolas. Alto Araguaia ficou um pouco prejudicada, por-que o policial que iria aplicar esse programa era o capitão Wilson, mas ele veio a falecer. Hoje, nós estamos trabalhando em nosso município com a ajuda de um po-licial de Alto Taquari, o nome dele é Kleber, conhecido como solda-do Maia. Nós temos ido juntos às escolas e aplicado o programa no quinto e sexto ano. Ele aplica pa-lestras, mostra vídeos... e assim tem sido feito no decorrer desse ano, é uma seqüência. Faltam pou-cas escolas para serem visitadas.

RSL- As escolas acolhem bem esse programa?

VML- Eles ficam maravilhados. Esse projeto, na realidade, precisa-ria de um policial específico para esse fim em Alto Araguaia, porque esse policial que está fazendo esse trabalho não ganha a mais por apli-

car esse programa. Embora ele te-nha recebido um treinamento, par-ticipado de uma formatura, ele não ganha a mais por isso. Então, já foi feita uma reivindicação de nossa parte para tratar dessa questão, de ter um policial em Alto Araguaia designado especificamente para essa função. O programa aconte-ce da seguinte forma: o policial vai fardado para a sala de aula, e o que ele faz é ministrar um curso. É uma sequência: têm as apostilas e o policial na escola por seis meses, acompanhado do professor e no fi-nal tem a formatura, a criança re-cebe um certificado e no ato ele se compromete a resistir às drogas.

RSL- Em relação a esses projetos, qual é o posicionamento da Prefei-tura e da Câmara de Vereadores?

VML- Eu agradeço muito aos meus colegas vereadores por terem aprovado meus projetos e também ao prefeito, por ter sancionado as leis. Um único projeto meu que não teve apoio dos demais foi em relação à limitação do horário de funcionamento de bares e restau-rantes no município. Em Diadema (São Paulo) já foi constatada a di-minuição do índice de criminali-dade com o controle do horário de funcionamento dos bares e restau-rantes. Nos Estados Unidos isso funciona também. Aí a gente fala:

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ISTAPuxa mas em Alto Araguaia preci-saria disso? Devemos lembrar que essas medidas são preventivas. Isso não é repressão, porque o cidadão de bem tem horário, horário para tudo e pode se programar. Então, o horário que foi estipulado, em mi-nha opinião, durante a semana, po-deria melhorar um pouco mais. O de final de semana e feriados ficou flexível, muito bom, porque até as três horas da manhã, horário Mato Grosso, é praticamente a noite toda que a pessoa já teria aproveitado e já estaria na hora de retornar para seus lares. Outra questão nesse projeto é também proibir a venda de bebidas alcoólicas nas escolas, nas festas, nos eventos em geral, porque eu penso que a escola é um lugar sagrado, a gente tem que ver como sagrado. Se ali é um lugar que vai formar caráter, cidadãos de bem... É a educação em si, então

ali não é lugar de se vender bebi-da alcoólica, ou seja, não se deve vincular escola com venda de be-bidas.

RSL- Vereadora, há ainda outras reivindicações feitas por você para Alto Araguaia?

VML- Sim. Fomos contemplados agora com o SENAI, que é uma luta, desde 2009, que nós estamos trabalhando junto com o Conselho Tutelar. A Prefeitura Municipal também se empenhou bastante. Essa era uma promessa de cam-panha, a briga para essas vagas para adolescentes. Nós já tivemos reuniões com as indústrias, por-que dependíamos delas, já que o SENAI, quando procurado, ale-ga que eles dão os cursos, mas é preciso que as indústrias peçam, porque depende de uma demanda

da região, e as indústrias, até então vinham resistindo, mas hoje, não. Já tivemos reuniões, eles pediram e haverá um curso de aprendiza-gem de atendimento ao público e informática, que vai atender crian-ças a partir de 14 anos. Quando ele terminar o curso, se teve um bom desempenho, ele já sai empregado. É uma medida preventiva que tem a intenção de tirar nossas crianças da rua.Nós conseguimos também, por meio de parceria do município com o Banco do Brasil, o Projeto

AABB Comunidade. Trata-se de um projeto bastante ousado das AABB’s do Brasil e também um dos melhores do mundo. Os pro-fessores envolvidos irão para a USP fazer cursos para lidar com a criançada, haverá uniformes, é algo muito bem organizado. Fo-ram solicitados cursos de ginástica olímpica, xadrez, dança... Serão atendidas crianças de baixa renda que sejam estudantes, e haverá o acompanhamento dos professores. Não há uma data certa para o início deste projeto, mas os encaminha-

mentos já foram dados.Outra coisa que eu queria mencio-nar é que o pessoal do CRAS tem se esforçado muito com relação a esse trabalho também. Era a Nara, hoje é o Jucimar que está a fren-te do CRAS, e tem sido feito um trabalho meio “de formiguinha” nas escolas. O que nós queremos com isso é a assimilação dos nos-sos jovens, não a imposição, e esse trabalho de conscientização é fei-to de forma mais lenta, que é mais eficaz. O trabalho não se limita a “falar bonito”.Sobre o tratamento de dependentes químicos, meus colegas aprova-ram, o prefeito sancionou e eu ins-tituí duas leis, que seriam reservas de vagas para pessoas que fazem o tratamento da dependência quí-mica e para aqueles que estão em situação de regime semi-aberto. Assim, ficou determinado que uma empresa que trabalha para o muni-cípio destinará dois por cento das vagas para aquele que voltou do tratamento químico ou é preso em regime semi-aberto, é uma espécie de cota. O motivo dessa medida é que já chegaram mães em meu gabinete desesperadas, pois o filho chega do tratamento, mas precisa de uma vida nova, ele precisa de outros contatos. Caso contrário, ele vai voltar a usar droga, e sem o que fazer, realmente eles voltam.Com relação aos presos, eles têm ido ao Ministério Público e soli-

citado a vaga, mas parece que não houve muito sucesso com relação a isso. A lei foi posta, eu não sei se faltou procura... Até agora eu não sei o que houve. Talvez tam-bém por ser uma ação que dependa do judiciário. Muitos deles tam-bém preferem trabalhar em outras empresas à do próprio município. Mas, no geral, o que eu percebo é que o prefeito municipal tem dado total sustentação nessa área, sobre as questões que envolvem os pro-blemas causados pelas drogas. Outro projeto que eu instituí no município foi um cadastro, junto aos Centros de Saúde do Municí-pio, para que se possa contabilizar todos os atendimentos que são fei-tos em decorrência do uso de álco-ol e drogas, e seja possível ter esse controle.

RSL- Você tem um recado para dar para os adolescentes e jovens de nossa cidade?

VML- Eu quero dizer para todos os jovens que a gente sonha, eu sonho mesmo e acredito que podemos vencer. Basta que a gente queira. Eu posso falar isso porque sou um exemplo vivo de que criança po-bre tem condições de chegar num mundo melhor. Digo ao jovem que estude, lute, procure um emprego, porque ele é capaz de superar mui-tas dificuldades e vencer inclusive a pobreza.

Fomos contemplados agora com o SENAI, que é uma luta, des-de 2009, que nós

estamos trabalhando junto com o Conse-lho Tutelar. A Pre-feitura Municipal também se empenhou bastante. Essa era uma promessa de cam-panha, a briga para essas vagas para adolescentes

Eu quero dizer para todos os jovens

que a gente sonha, eu sonho mesmo e acredito que pode-mos vencer. Basta que a gente quei-ra. Eu posso falar isso porque sou um exemplo vivo de que criança pobre tem condições de chegar num mundo melhor

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As pessoas demoram muito para perceber que o prazer causado pe-las drogas é muito passageiro, que as drogas não trazem felicidade, que é um sentimento pleno e du-radouro. O que as drogas trazem é um sentimento falso, e que cobram um alto preço, que é o preço de roubar suas forças, seu caráter, sua personalidade, sua vida, enfim, seu próprio EU.

Quando você é usuário de dro-gas, você mesmo se discrimina, foge da realidade, afasta as pes-soas, sente-se inferiorizado, passa a fazer parte e pertencer a um gru-po que não tem responsabilidade, equilíbrio, respeito, noção do certo e do errado. A partir daí, começam as práticas ilícitas, sem nenhum pudor, sem nenhum arrependimen-to. Você já está deixando de ser quem você era.

Alguém pode dizer: “Eu sus-tento meu vício!”; ou “Isso é tão natural!”. Então, por que você não quer que ninguém saiba de seu ví-cio? São inúmeras as causas que levam as pessoas a fazerem usos de drogas. As justificativas são muitas, e os usuários, tanto hoje como em qualquer tempo, não têm idade, nem classe social. Ou seja, para que se procure a falsa ajuda das drogas, basta ser um humano.

No entanto, como mostram as estatísticas, em algumas regiões o uso é mais freqüente, e isso se dá por vários motivos, como a fa-cilidade de acesso ao traficante, a

própria propaganda feita pelo tra-ficante, entre outros fatores. Mas o fato é que cada caso é um caso, é que se agrava pela falta de diálogo com amigos e família, o medo que a família tem de encarar a verdade, o medo da constatação do proble-ma, a vergonha da sociedade, e, principalmente, a falta de conheci-mento sobre o assunto. Aí surgem as “desculpas” em frases que são sempre as mesmas: “Ele já é maior, sabe o que faz” ou “ O que que eu posso fazer?”

Mas o fator mais determinante que faz alguém procurar as dro-gas é a baixa estima, que embora inconsciente, trazem consigo a insegurança e os complexos. As pessoas nessas condições sentem a necessidade de pertencer a um gru-po, um grupo aceito socialmente. Assim, tem na droga um modismo. Com algum tempo de uso, vem a degradação, em todas as áreas de sua vida, e aí o usuário, já depen-dente, tem poucas forças para lutar contra a droga que o escravizou. Muitas vezes é nesse ponto, ou seja, no fundo do poço, que a pes-soa tem um impulso para sair, mas se não tiver uma mão estendida, a libertação desse cativeiro se torna muito difícil .

É isso mesmo! Durante minha carreira tenho percebido que mui-tos tentam se libertar, mas as al-gemas são fortes, tanto pela ação química da droga, que vicia o usuário, como pela pressão exer-

cida pelo traficante e pelo grupo de usuários. Tenho percebido que as pessoas que têm o apoio de al-guém e, principalmente, acreditam que Deus pode libertá-las têm tido sucesso em sua recuperação. É preciso acreditar que os momentos de euforia proporcionados pelas drogas são ilusões muito passagei-ras e estão muito longe do que seja felicidade.

O ser humano precisa a cada dia reconhecer o seu valor, sua impor-tância e se conscientizar de que ele pode construir uma felicidade com bases sólidas

Infelizmente, há muito apoio ao tráfico, no sentido de que as fa-mílias não denunciam porque aca-bam se beneficiando. A corrupção, como se sabe, também existe e, no final, surge uma desculpa: “O tra-ficante não obriga ninguém a com-prar, ele só oferece. Compra quem quiser.”

Se você está pensando em ex-perimentar alguma droga, ou se já experimentou e já começou a se arrepender, o que tenho a dizer a você é que não tenha medo, nem vergonha de pedir ajuda e, pode acreditar, você pode ser ajudado, nunca é tarde. A primeira pessoa que pode te ajudar é você mesmo, depois você pode contar, sempre que quiser, com a ajuda de Deus, que te conhece, sabe de seus pro-

blemas, suas fraquezas, e está sem-pre de mãos estendidas. Há ainda um outro tipo de ajuda: você pode sempre contar com um profissional que não vai te julgar, nem te discri-minar, apenas te ajudar.

Afaste-se de tudo que te faz mal: coisas e pessoas! Goste de você! Afirmo com toda certeza: nenhuma droga não traz nada de bom para ninguém, pelo contrário, ela escraviza e consome o homem.

Hélida Maria de Moraes é espe-cialista em psicopedagogia, formada

pela USC de Bauru (SP), onde já atendia usuários de drogas. De volta a esta cidade, continua com o propó-

sito de ajudar essas pessoas tão en-ganadas pelo falso prazer das drogas. Atualmente, atende como psicopeda-goga em todas as escolas municipais de Alto Araguaia, bem como na zona rural, a toda criança com problemas

de comportamento e aprendizagem, o que a leva a atender também a famí-

lia das mesmas.

VOCÊIMPORTANTE!!!

é tão

Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

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16Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 17Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

é essa brincadeira que você quer

enfrentar?

Page 10: Seliga 1ª edição

cafeínaálcoolremédio

cogumelo cigarro

cocaína

maconha

crack

O café foi inicialmente usado para ajudar a manter as pessoas acordadas nas noites frias, durante longos

eventos religiosos. A cafeína não produz uma verdadeira euforia, mas causa dependência psicológica, aumenta a vivacidade, a performance mental e a motora, espe-

cialmente nos fadigados. Entre os efeitos conhecidos da cafeína estão a estimulação do coração (aumento do rit-mo e potência, e às vezes, ritmo acelerado) e a diurese

(aumento do volume de urina).

Há 1,1 bilhão de fumantes no mun-do, segundo a OMS, matando mais que o álcool e drogas ilegais. O fumo é o maior responsável pelas farin-gites, bronquites, falta de apetite, tremores, perturbações da visão, diversos tipos de câncer, sobretudo do pulmão e doenças cardiovascula-res como a angina do peito e o en-farte do miocárdio. Além do câncer do pulmão, de que o fumo é maior causador, produz bronquite crônica, enfisema pulmonar, coronariopatias, úlceras do estômago e do duode-no, câncer da língua, da faringe, do esôfago e da bexiga. O fumante sofre, em cada trago, endurecimen-to das artérias, fazendo o coração trabalhar mais depressa, enquanto os pulmões absorvem monóxido de carbono, amônio, ácido carbônico, piridina e substâncias alcatroadas que passam a circulação do sangue. O monóxido de carbono também ori-gina dores de cabeça; o amônio irri-ta as narinas e a garganta, a piridina irrita os brônquios e as substâncias alcatroadas engrossam a língua, su-jam os dentes e determinam câncer na boca e na língua.A nicotina, em si, diminui a vitalidade do fumante e de seus filhos. A fumaça do cigarro provoca uma reação violenta nos centros nervosos, produzindo a de-generação das células do cérebro.

Empregados como alucinógenos há milhares de anos, os cogumelos apresen-tam muitas variedades. O tipo Amanita muscaria, também conhecido como “agário das moscas” porque o seu sumo atordoa as moscas por ele atraídas, é familiar à maioria das pessoas como cogumelo decorativo. Os primeiros efeitos do cogumelo Amanita são desorientação, falta de coordenação e sono, enquanto que os efeitos posteriores incluem euforia intensa, distorção da noção de tempo, alucinações visuais intensas e alterações de humor que podem incluir fúria. No caso de doses altas podem ocorrer efeitos tóxicos. Sua intoxicação provoca salivação, lacrimejamento, perda de controle da urina e das fezes. Podem ainda ocorrer contração pupilar, cólicas, naúseas, vômitos e queda do ritmo cardíaco e da pressão arterial. O genêro Psilosybe traz os alucinógenos psilosibin, quimicamente semelhantes à serotonina e ao LSD. Podem provocar euforia, náusea, sonolência, visão obscura, pupilas dilatadas, aumento de percepção de cores, de contornos, formas e imagens. Outras reações comuns são forte ansiedade e angústia, com imagens extraor-dinárias e assustadoras. Os efeitos podem passar em três horas, mas cria-se rapidamente a tolerância.

É uma das drogas ilegais mais consumidas no mundo. A cocaína é um psi-cotrópico, pois age no Sistema Nervoso Central, isto é, sua atuação é no cérebro e na medula espinhal, exatamente nos órgãos que comandam os pensamentos e as ações das pessoas. A respiração, primeiro é estimulada e, depois decai. A morte advém devido ao colapso cardíaco. As alucina-ções cocaínicas são terríveis: no início, um pouco de prazer, mas com o decorrer do tempo, o usuário pode ouvir zumbidos de insetos, queixando-se de desagradável cheiro de carrapatos; sente pequenos animais imaginá-rios, como vermes e piolho, rastejando embaixo de sua pele, e as coceiras ou comichões quase o levam à loucura. Nos casos agudos de intoxicação, pode haver perfuração do septo nasal, quando a droga é aspirada ou fric-cionada nas narinas; e queda dos dentes, quando a fricção for nas gen-givas. A maneira como a cocaína é usada pode ter influência nos efeitos. Quanto mais rápido a cocaína é absorvida e enviada para o cérebro, maior será a euforia experimentada. O reforço do próprio uso e a possibilidade de efeitos colaterais também são maiores.

Leva 10 segundos para fazer o efeito, gerando euforia e excitação; respiração e batimentos car-díacos acelerados, seguido de depressão, delírio e “fissura” por novas doses. “Crack” refere-se à forma não salgada da cocaína isolada numa solução de água, depois de um tratamento de sal

dissolvido em água com bicarbonato de sódio. Os pedaços grossos secos têm algumas impurezas e também contêm bicarbonato. Os últimos estouram ou racham (crack) como diz o nome.

Cinco a sete vezes mais potente do que a cocaína, o crack é também mais cruel e mortífero do que ela. Possui um poder avassalador para desestruturar a personalidade, agindo em prazo muito curto e criando enorme dependência psicológica. Assim como a cocaína, não causa dependência

física, o corpo não sinaliza a carência da droga.As primeiras sensações são de euforia, brilho e bem-estar, descritas como o estalo, um relâmpago,

o “tuim”, na linguagem dos usuários. Na segunda vez, elas já não aparecem. Logo os neurônios são lesados e o coração entra em descompasso (de 180 a 240 batimentos por minuto). Há risco de

hemorragia cerebral, fissura, alucinações, delírios, convulsão, infarto agudo e morte.

É a substância psicoativa mais antiga da huma-nidade. Consumo excessivo traz aplicações no sistema digestivo, podendo resultar em câncer na boca, faringe, laringe e esôfago, atrofia do cérebro, demência, icterícia, teleangioma (ruptura dos vasos sanguíneos da superfície), eritema palmar, varizes abdominais, fluído abdominal, atrofia testicular, pancreatite, edema de tornolzelos, tendência a sangramen-to fácil, tremor, aumento do braço, cirrose, vasos sanguíneos dilatados, coração aumen-tado e enfraquecido, etc. Afeta a capacidade intelectual, memória e destrói a vida social e afetiva do dependente.

Chamada erroneamente de droga do amor, o ecstasy é considerada uma droga nova e é muito conhecida entre a galera que sai à noite na bala-da, principalmente em raves. O ecstasy causa uma sensação de euforia

e prazer. Segundo algumas pessoas que já experimentaram a droga, você é tomado por uma sensação de leveza, alegria e poder. O ecstasy

foi inventado em 1914 em uma pesquisa com antidepressivos com efeito rápido. Começou a ser usada há 10 anos na Inglaterra e hoje é consumi-

do em geral por jovens de classe média. O tráfico não vem dos morros das favelas: na maioria das vezes, é feito dentro de algumas festas

mesmo. Mas o perigo está justamente nessa sensação de poder que a droga passa. Esse “bem estar”, alegria e muita energia é como se fosse uma “ilusão” que o cérebro passa. De repente, uma pessoa toma a dro-ga e fica dançando por umas 5 horas, mas muitas vezes ela não tem um

preparo físico para agüentar tanta agitação. Não é raro algumas pessoas ficarem com febre ou resfriadas no dia seguinte. Isso porque a droga

diminui a resistência do corpo.

É a droga de entrada para consumo das outras drogas. Barata e de fácil acesso, o seu uso continuado inter-fere na aprendizagem, memorização e na fertilidade. É uma combinação de flores e folhas da planta conhe-cida como Cannabis sativa, e pode ser verde, marrom ou cinza. Causa vermelhidão nos olhos, boca seca, taquicardia; angústia e medo para uns, calma e relaxa-mento para outros. Vício mundial, a maconha é usada comendo-a, mascando-a, fumando-a; aspirando-a sob a forma de rapé, ou engolindo-a. No Brasil, ela é mais usada e, seu emprego é mais comum sob a forma de “cigarros”, que apresentam vários nomes, como: fini-nho, baseado, dólar, beck e pacau.

São os calmantes e sedativos, provocam alte-rações na capacidade de raciocínio, concentra-ção e coordenação motora. Enumerando-se os efeitos provocados pelo uso abusivo e indiscri-

minado dos barbitúricos, temos:- Dependência física (a administração repetida

de barbitúricos cria, no sistema nervoso cen-tral, um transtorno fisiológico que obriga à con-tinuação do consumo destas drogas para evitar

o aparecimento da síndrome de abstinência)- Dependência psicológica (o viciado fica obce-

cado em obter os barbitúricos, e persiste em usá-lo apesar do conhecimento prévio de que

eles são nocivos física, psicológica e socialmen-te)

- Tolerância (são necessárias doses progressiva-mente maiores de barbitúricos para se gerarem

os mesmos efeitos iniciais)

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Page 11: Seliga 1ª edição

20 21

O Futuro da Humanidade – a saga de um pensador, de Augusto Cury, trata a história de um jovem es-tudante de medicina que se depa-ra com a dura e fria realidade de seus professores em relação aos pacientes e suas histórias de vida. Indignado, o jovem desafia seus superiores, com o intuito de provar que cada ser humano deve ter seu reconhecimento, pois é constituído

por sonhos, emoções e decepções. Cury nos apresenta essa obra como uma forma de conhecer e entender o mundo da psicologia ao mesmo tempo em que discute de forma transversal o tema preconceito na sociedade. Essa é mais uma obra que o autor propõe para que o lei-tor possa repensar o mundo e suas atitudes enquanto ser humano.

O livro Jornalismo e Filosofia da Comunicação*, de Mayra Rodri-gues Gomes, mostra de forma cla-ra, objetiva e exemplificada como entender as ocorrências nas mídias em geral e em especial no jorna-lismo. O livro apresenta as teses de alguns importantes pensadores da atualidade como Gilles Deleu-ze e Michael Foucault. Mayra se aprofunda nos conceitos de poder, aplicando-os à experiência da pro-dução jornalística e à realidade dos

jornais. A autora reflete sobre o pa-pel da comunicação nas sociedades e suas condições de sustentação. Para tanto, a autora toma alguns telejornais como referência: Jornal Nacional, Jornal da Record e Jor-nal da Cultura.

* GOMES, Mayra Rodrigues. Jor-nalismo e Filosofia da Comunica-ção. São Paulo: Escrituras, 2004. Coleção Ensaios Transversais; 26.

A Mulher Invisível, dirigido por Cláudio Torres, é mais um sucesso que o cinema brasileiro conquistou no gênero comédia. A história gira em torno de Pedro, um cara que acreditava no casamento, mas foi abandonado pela esposa. Após fi-car três meses isolado e em depres-são, ele ouve batidas na sua porta. É Amanda a mulher mais linda do mundo pedindo uma xícara de açú-car e dizendo ser sua vizinha. Pe-dro se apaixona por aquela mulher perfeita, carinhosa, sensível, inte-

ligente, uma amante ardente que gosta de futebol e não é ciumenta. Seu único defeito era não existir. Estrelando Selton Mello e Luana Piovani como protagonistas, o fil-me fica entre ser ou não ser engra-çado. Salvo pela ótima atuação de Selton que deu uma aula de humor, ao contrário de Luana, que voltou às telas, mas esqueceu de dar um toque de humor para que o filme se tornasse completamente engra-çado.

O filme Vermelho como o Céu (Rosso come Il Cielo), do diretor Cristiano Bortone, é um drama, com duração de 96 minutos. Foi baseado na história real de Mirco Mencacci, um renomado editor de som da indústria cinematográfica italiana. O ator Luca Capriotti re-presenta um garoto toscano de 10 anos que, certo dia, ao subir em um caixote para observar a espingarda de seu pai, escorrega e cai e a arma dispara atingindo seus olhos, afe-tando totalmente a sua visão. As-sim, Mirco vai para um internato

de cegos em Gênova e tenta adap-tar-se. Com a ajuda de Francesca, a filha da arrumadeira do internato, do professor Giulio e o auxílio de um gravador/toca-fitas, o menino juntamente com alguns colegas ouve sons, barulhos e gravam para representar as quatro estações do ano. Este trabalho foi apresentado para toda a escola no final do ano letivo. O filme estimula a alma a pensar, pois somente através dela podemos incitar o corpo a aceitar novas experiências e também as diferenças.

Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

RESENHAS

SALA DE

LEITURASESSÃO DE

CINEMA

por Maiza da Cruz Sampaio

por Glória Teodora Chapini

por Maiza da Cruz Sampaio

por Lurdes Visnieski

RESENHAS

Page 12: Seliga 1ª edição

22Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 23Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

CARL

OS HU

GUEN

EY

ALFR

EDO

NASS

ER

ARLIN

DA PE

SSOA

MOR

BECK

FALA

FALA

Droga é minha maior

inimiga social e espiritual.

(1. ano)

Droga é algo que não serve pra nada... e os que

usam acham que vão melhorar sua vida, kkkkk!

(1. ano)

Droga é o mal do século, está afundando mui-

tas famílias. (3. ano)

A droga é uma substância que aos

poucos vai acabando com nossas vidas;

que nos tira as coisas mais importantes, a família, o caráter, a memória, a própria

vida. (2. ano)

A droga é uma peste que acaba com nossa

vida. (3. ano)

A droga faz a pessoa perder a noção de tudo. (3. ano)

Droga é uma porcaria que, tragicamente, vem matando

muitas pessoas. (3. ano)

A droga é uma sensação de prazer passageira que acaba com a vida das pessoas. (3.

ano)

Droga é algo que prejudica a vida e o espíri-

to. (3. ano)Droga é um caminho direto

para a morte! (3. ano)

Droga é uma via-gem... sem volta, que infelizmente

está muito presente na vida dos adoles-

centes. (3. ano)

Droga é morte... destruição... infelicidade! (3. ano)

Droga é um caminho sem volta, que leva as pessoas para o fundo do poço. Mesmo com

tratamento a pessoa vai ser escrava para o resto da vida.

(3. ano)

A droga é um mal que acaba com sua vida. (3. ano)

Pra mim, com certeza, a droga não é uma coisa muito boa,

mas pelo que as pessoas falam é um “objeto de distração”, mas um objeto que vicia. Eu

jamais usaria! (3. ano)

Droga leva uma pessoa a se viciar

e fazer muitas coisas más com os outros e a si mesma. (3. ano)

Droga é uma coisa que a pes-soa usa e depois não consegue deixar, porque a droga passa a

dominar a pessoa. (3. ano)

Droga é uma coisa que pode causar

dependência física e psicológica ou a

morte. (3. ano)

Pra mim, a droga é uma coisa muito ruim, para nós, adoles-

centes e para adultos, porque a droga destrói a vida, ela acaba com nossa paz, nossa felicida-de e nossa família. Então eu

acho que as pessoas inteligen-tes são aquelas que correm das

drogas. (1. ano)

Não sei explicar o que é droga, mas

sei que não é bom! (1. ano)

Droga é um buraco sem fundo, que

quanto mais você usa, mas você cai!

(1. ano)

Droga é algo muito ruim, que te satisfaz na hora, mas acaba

com sua vida. (1. ano)

Droga pra mim é tudo que você ex-perimenta e vicia

depois de pouco tem-po. Droga é muito

sem futuro, você não ganha nada com isso,

só perde! (1. ano)

Droga é um caminho sem volta; o cami-nho que nin-

guém tinha que tomar. (1. ano)

Droga é destruição! (2. ano)Droga é um malefício que muitas pensam estão usando como algo para se divertir.

(3. ano)

Droga é um veneno. A

gente vicia e não consegue mais parar. Só depois vemos o tamanho do estrago que

fizemos. (3. ano)

Droga pra mim é uma forma de suicídio... mas um suicídio

lento e doloroso! (3. ano)

Droga... nada de

bom te trará (2. ano)

Droga é uma coisa que não vale a pena!

(2. ano)

Droga é uma ilusão. (2. ano)

Droga é o início do fim da vida. (2. ano)

Droga pra mim é uma

diversão rápida que

causa várias consequên-cias (2. ano)

Droga é uma coisa onde só en-tre pessoas sem conhecimento

e sem carinho. (2. ano)

Droga é uma coisa que acaba com sua vida, coisa que eu não

quero pra ninguém! (1. ano)

Droga é uma desgraça que destrói a vida da pessoa.

(1. ano)

Droga é uma ida sem volta!

(2. ano)

Droga é um tipo de química que quanto mais você usa,

mais você quer, até se tornar dependente dela. É uma coisa que eu nunca vou querer na

minha vida. (1. ano)

Droga parece ser uma coisa boa pra quem usa, porque se fosse ruim nin-guém usava. Mas para quem está ao seu redor, é uma coisa horrível, que acaba com a pessoa e com a família.

(1. ano)

Droga na vida de uma pessoa significa o fim de tudo. (2. ano)

Droga é uma coisa que des-trói a pessoa e

a família. (2. ano)

Page 13: Seliga 1ª edição

Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 25Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

Tomar uma cerveja para confra-ternizar com os amigos, beber um vinho para aliviar o stress, curtir uma pinga para esquentar do frio. Essas são algumas das desculpas e motivos usados para justificar o consumo de bebidas alcoólicas que estão presentes na mídia, através de propagandas nos mais variados veículos de comunicação, patroci-nando programas com temáticas divertidas e assuntos bem humora-dos, trazendo para nós, espectado-res, a ideia de que o álcool é sinô-nimo de popularidade e felicidade.

Acontece que para muitos essa dita felicidade se torna uma prisão, já que o ato de beber deixa de ser uma válvula de escape ou uma dis-tração para se tornar uma necessi-dade, às vezes, mais forte do que o ato de se alimentar. Nesse estágio, o álcool se torna tão importante, que a família, o emprego, os so-nhos, as perspectivas para o futuro se resumem a um boteco.

José, um senhor de 80 anos, conta que começou a beber aos 12 anos. Aos poucos tomar umas cervejas no boteco foi se tornando um hábito. Depois dos trinta, pas-sou a ser um “bebedor social”, de tal forma que tudo era motivo para beber: se estava triste, bebia para alegrar; se estava alegre, bebia para comemorar. Por causa disso, não viu seus filhos crescerem, viu a sua família desmoronar e passou

a ser presença indesejável na vida das pessoas. Isso se deve não ape-nas por estar bêbado, mas sim por ter se tornado um especialista em mentir, já que precisava criar todos os dias uma história para explicar o porquê de encher a cara e ficar bêbado. “Todo cachaceiro é menti-roso e ladrão. Ele rouba de si mes-mo. Quando bebia, muitas vezes por causa do meu vício, roubava o sono das pessoas, inclusive da minha família. Eu não vi os meus filhos crescerem, o boteco era mais forte”, relembra arrependido.

Esse tormento só foi ter fim em 1989, quando conheceu os alcoó-licos anônimos. Naquele dia, ele percebeu que estava doente e que, sozinho, não iria parar de beber. Desde então trava uma batalha diária contra si mesmo. “Graças aos Alcoólicos Anônimos, vi que o alcoolismo é uma doença muito difícil de ser curada, aprendi a pe-dir ajuda e a ser honesto, recuperei meu nome e pude ter os meus fi-lhos de volta. Todos os dias eu digo para mim mesmo: hoje, eu não vou beber. Faço qualquer coisa para evitar a 1ª dose”, explica José.

Seria então os Alcoólicos Anô-nimos uma entidade que provoca milagres? Seria um tipo de terapia revolucionária? Seria um remédio que resolve o problema daqueles que sofrem?

Talvez todas as perguntas acima

tenham um “sim” como resposta. Só que o AA (Alcoólicos Anôni-mos) tem uma função maior, para as pessoas que o frequentam: é a oportunidade de poderem assumir a sua fraqueza diante do álcool, sem ter medo, e poderem contar com o apoio de outros que pas-sam pela mesma situação. É uma entidade que permite aos que a frequentam serem escutados sem repressão. Criado em 1935, em Akron, Ohio, nos Estados Unidos a partir do encontro de Bill W., um corretor da Bolsa de Valores de Nova Iorque, e o Dr. Bob, um ci-

rurgião de Akron. Ambos haviam sido alcoólicos desenganados. Mas através de conversas e troca de conhecimentos perceberam que o alcoolismo é uma doença psico-lógica e que através de conversas, com o apoio de outras pessoas que passam pela mesma situação, en-contrariam forças para alcançar a sobriedade.

A partir daí as ideias do AA foram ganhando força. Em 1939, lançaram um livro contendo os conceitos básicos que a irmandade deveria seguir na luta contra a de-pendência e depois tiveram as suas ideias espalhadas por todo o mun-

do. Finalmente em 1945, através do americano Bob Valentine, o AA chegou ao Brasil. Em Mato Gros-so, o AA encontra-se há 36 anos.

E desde que surgiu vem sal-vando muitas famílias, como a de Dona Sônia, 60, que quando esta-va mergulhada no alcoolismo viu a sua vida desmoronar. “Só vivia presa. Saía de casa e ia para o bar, às vezes nem voltava, deitava no banco da praça e dormia. Isso para mim era uma grande vergonha, principalmente por ser mulher. E o pior é que eu era uma péssima mãe. Maltratava os meus filhos e

eles sofriam com toda a situação. Chegou ao ponto que a minha fi-lha saiu de casa por vergonha de mim”. Conta Sônia.

Apesar de não tomar bebidas alcoólicas há aproximadamente 20 anos, quando conheceu o AA, Sô-nia reconhece: “Eu sou uma pes-soa doente. Se deixar de frequentar o AA eu volto a beber. Já vi casos de pessoas que frequentaram o AA por quatro anos e que voltaram por álcool”.

De acordo com o médico Dráu-zio Varella, “o alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômi-

bebercair levantarpor João José Alencar

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26Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 27Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

cos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada”.

Samuel, um senhor com mais de 70 anos, conta que no auge da doença chegava a ficar todos os dias embriagado, e se alguém o chamasse de “cachaceiro” ou al-coólatra, ele chamava para briga. “Não dê conselho, alcoólatra não gosta de conselho”, exclama Sa-muel.

Uma frase que o marcou e o fez acreditar em si mesmo na luta contra a doença, veio de um mé-dico que disse: “A gente consegue ser útil quando a gente deixa de ser o centro das atenções”. Hoje, as-sim como todos os integrantes do grupo em Alto Araguaia, Samuel encontrou a força para seguir em frente.

Um fato comum a todos que ce-deram entrevista durante a visita aos Alcoólicos Anônimos é o re-conhecimento do alcoolismo como doença e a certeza de que se não tivessem mergulhado nesse vício, teriam tido uma vida bem melhor,.Mas, apesar do sofrimento da vida, tomaram a decisão de recomeçar e conquistaram o respeito e admira-ção de seus familiares. Juntos, são um grupo, uma família, em cada reunião colocam as suas fraquezas, se tornam espelhos um do outro. Na pequena sala em que se reúnem, não há julgamentos, e sim o espaço para desabafarem e a oportunidade de mudarem de vida.

Caso desejem visitar o AA, o endereço em Alto Araguaia são os fundos da Igreja Matriz – Católica, com reuniões todas as terças-feiras e aos sábados, às 20 horas. A sua identidade será mantida em sigilo e todos que quiserem podem par-ticipar.

Alcoólicos Anônimos é uma irmanda-de de homens e mulheres que compar-tilham suas experiências, forças e espe-ranças, a fim de resolver seu problema comum e ajudar outros a se recupera-rem do alcoolismo.

O único requisito para se tornar mem-bro é o desejo de parar de beber. Para ser membro de A.A. não há taxas ou mensa-lidades; somos auto-suficientes, graças às nossas próprias contribuições.

A.A. não está ligada a nenhuma sei-ta ou religião, nenhum movimento po-lítico, nenhuma organização ou insti-tuição; não deseja entrar em qualquer controvérsia; não apóia nem combate quaisquer causas.

Nosso propósito primordial é man-termo-nos sóbrios e ajudar outros alco-ólicos a alcançarem a sobriedade.

(Texto retirado na integra de http://www.aa.org.br/index.htm)

ORIGENS ECAUSAS DO AA

CH ARGE

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Page 15: Seliga 1ª edição

28Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011 29Se Lig@ Edição 1 Ano 1 Novembro_2011

Nome completo: Karielle Barros Gontijo

Data de Nascimento: 11/01/1991Signo: Capricórnio

Hobby: estudarPar perfeito: eu e o Alexandre

(noivo)Música favorita: Nuvem de

lágrimasComida favorita: brigadeiro

Cor favorita: vermelhoFilme predileto: Um amor para

recordarLivro de Cabeceira: A cabana

Animal de estimação: CachorroSonho de consumo: Uma casa

própriaÍdolo musical: Chitãozinho e

XororóÍdolo na vida: meu pai Henrique

Se você fosse para uma ilha deserta e pudesse levar uma

pessoa e um objeto, quem você levaria: Meu noivo Alexandre e

um violãoSe aparecesse um gênio e você

pudesse fazer três pedidos, quais seriam: Gostariam que minha avó

e o meu avô já falecidos voltas-sem à vida por pelo menos um minuto, saúde e a paz mundial.

Resuma em uma palavraFamília: Meu suporte.

Amor: AlexandreDrogas: Solidão, tristeza

Programa Ídolos: Foi um sonhoDeus: Tudo

De Mineiros para o Brasil. Karielle Gontijo, em entrevista a Se Liga, fala da sua participação no pro-grama Ídolos, da Rede Record, em que conquistou a torcida dos jurados e uma legião de fãs em todo o Brasil e os seus próximos passos na carreira musical.

Com apenas 20 anos, Karielle Gontijo conta com uma bela trajetória no universo musical. Tudo come-çou aos cincos anos de idade, quando, incentivada pelos pais, descobriu o amor e o talento pela música. A partir daí, descobriu a sua vocação e passou a lutar por seu sonho, cantando cânticos em igrejas evangé-licas e, mais tarde, divulgando seu trabalho com os mais variados estilos musicais, através de participa-ções em festivais e shows em barzinhos e em even-tos, como casamentos e formaturas.

Apesar do sonho de viver da música ser tão forte, as dificuldades no cenário musical fizeram com que Karielle desistisse e fosse em busca de outros cami-nhos. Iniciou o curso de Direito, só que o amor pela música foi mais forte. Depois de seis meses, trancou a faculdade e, por sugestões de amigos e do pai, resolveu participar do programa Ídolos.

Em 2010, teve uma resposta negativa, mas dessa vez ela estava decidida a não desistir e, em 2011, voltou a se inscrever no reality. Em todas as apre-sentações surpreendeu com a sua voz e afinação, conquistando o júri e o Brasil. Apesar da eliminação na reta final do programa, a estrela aponta no cenário artístico com uma das grandes cantoras do estado de Goiás. Em setembro, o público pôde acompanhar a performance da moça como uma das principais atra-ções do Festival Náutico.

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Como surgiu a oportunidade de participar do Ídolos?Através de indicação do meu pai e amigos, participei da edição do ano passado, mas não deu muito certo. Apesar disso, com muita esperan-ça resolvi me inscrever novamen-te. Dessa vez fui mais confiante e esperta. Posso dizer que Ídolos foi uma porta que Deus colocou em minha frente.

Qual foi o momento mais difícil durante o programa?Não teve um pior momento, mas o mais difícil foi a experiência de ficar isolada, sem falar com a fa-mília. Eu tinha direito a apenas um telefonema de quatro minutos por semana. Além da falta de liberdade para sair e fazer as coisas que eu queria.

Como que era a convivência com os outros participantes na man-são Ídolos?

Foi tudo muito bom. A mansão é linda, toda decorada, dá vontade de morar lá para sempre. Vou lembrar com saudades as amizades que eu fiz. Só não dava para entrar na pis-cina, era muito fria.

Como era sua relação com os ju-rados?Era a melhor possível. Gostavam muito de mim. Não tínhamos muito contato, mas sempre que aparecia uma oportunidade, eles contavam piadas e riam junto com a gente. A Luiza chorou demais no dia em que fui eliminada, e me disse que o meu trabalho estava aqui fora e que muitas portas iriam se abrir.

Como você foi recepcionada pelo público após a eliminação?Tive noção do carinho do públi-co no aeroporto de São Paulo, um monte de gente pedindo autógrafo. Logo imaginei como seria quando chegasse a Mineiros.

Quais as suas expectativas e pla-nos para o futuro?As melhores possíveis, expectati-vas boas, pois tenho muita vonta-de de trabalhar, afinal Goiás é um bom lugar para se trabalhar e a mi-nha vida é a música.

Em algum momento você pen-sou em abandonar o sonho de ser cantora?Sim. Em alguns momentos não queria mais cantar, sofria precon-ceito, as pessoas e a minha mãe me cobravam pelo fato de ser nova e não estar na faculdade. Então eu decidi parar e comecei a cursar Di-reito em Rio Verde (GO). Fiquei seis meses sem cantar, mas logo o amor pela música falou mais alto. Gosto de viver o amor, cantar o

amor.No mundo artístico, é comum ver casos de pessoas que usam dro-gas. De que forma você enxerga essa situação?Tive amigos que já passaram por isso, inclusive cantores que can-taram comigo e que se tornaram dependentes das drogas. É muito triste ver as pessoas se acabando, a música não precisa disso. O cantor perde o principal do show. Quando se está drogado, fica anestesiado e não sente a reação do público. O melhor é sentir o calor que vem das pessoas, o arrepio, o friozinho na barriga. Já fui a um show, em que um cantor que eu admirava estava visivelmente drogado. Ele não conseguia prestar atenção no show, nas pessoas e chegou a errar a letra das músicas em certos mo-mentos.

Deixe uma mensagem aos jovens sobre as drogas?Não deixe acontecer a primeira vez, busque sempre o diálogo com os seus pais, não fuja desse as-sunto, porque o final é trágico. E para aqueles que estão nessa vida, acredito que com determinação o dependente químico pode se recu-perar. Acredito em milagres.

Gostaria de mandar um recado para os seus fãs?Gostaria de deixar um abraço es-pecial para o meu fã clube de Alto Araguaia, em especial ao Hector e a Aline que me adotaram como ídolo, desde quando eu fiz um show na AABB, o qual considero um dos melhores shows da minha vida. Mesmo não tendo uma estru-tura de um grande show, quando entrei no palco estava lotado e a emoção foi muito grande.

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