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se lig@ CIDADADANIA: uma questão de DISTRIBUIÇÃO GRATUITA EDIÇÃO_2 ANO_2 NOVEMBRO_2012 CIDADADANIA: uma questão de PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA ATITUDE! UNEMAT-ALTO ARAGUAIA ATITUDE!

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se lig@

CIDADADANIA: uma questão de

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA EDIÇÃO_2 ANO_2 NOVEMBRO_2012

CIDADADANIA: uma questão de

PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

ATITUDE!

UNEMAT-ALTO ARAGUAIA

ATITUDE!

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falaí Qual é o maior desrespeito contra a juventude hoje?

“A educação e lazer são uns dos maiores desres-peitos, porque a educação não é boa. Querem um fu-turo melhor para nós, mas não investem na educação aqui em Alto Araguaia. O lazer na nossa cidade não tem infraestrutura para distrair os adolescentes”.

“Não ter cultura dispo-nível para nós, acho que é um grande desrespei-to aos jovens. Além de sermos considerados marginais, delinquen-tes... Acho que nós não deveríamos ser vistos assim”.

“Eu acho que o maior desrespeito é não ter um lugar para ter acesso à cultura, um lazer. Só têm festas, estas que influen-ciam o uso de drogas. Tem que ter lazer que edifique o nosso conhe-cimento”.

“Não preservar o que tem, acho que é um desrespei-to. As pessoas não preser-vam o meio ambiente, a escola, como os patrimô-nios públicos, algo que é nosso e não devemos dei-xar acabar”.

“Acho que somos repri-midos, não podemos opinar. Às vezes, o jovem quer até se expressar, mas não é ouvido, ou é escutado, mas não é fei-to nada a respeito. Então, ele deixa de reclamar pe-los seus direitos”.

Adilla Resende Fraga, 16 anos3º B matutino/Escola Estadual Carlos Huguiney

[email protected] [email protected]

Annanda Rodrigues de Resende, 17 anos3º B matutino/Escola Estadual Carlos Huguiney

Meline Garcia Silva, 15 anos1º E matutino/Escola Estadual Carlos Huguiney

Meline GarciaMaiara Garcia Silva3º A matutino/Escola Estadual Carlos Huguiney

Raiane Talissa dos Santos, 15 anos2ºB matutino/Escola Estadual Alfredo Nasser

[email protected]

[email protected]

Esta edição da Revista Se Liga tem como tema central Ci-dadania. A proposta é mostrar como esse é um assunto rela-cionado ao cotidiano da juven-tude.

Procuramos debater a cida-dania como uma questão de direitos humanos e mostrar que ser jovem no Brasil ainda é um desafio quando se discute a ga-rantia desses mesmos direitos.

Mas lembramos que esse é o ponta pé inicial. A ideia é que o papo continue nas rodas de amigos, na sala de aula e em casa. O assunto rende muito conversa. Afinal, como nos tor-namos cidadãos? Você acha que a juventude brasileira exer-ce a cidadania?

Nas reportagens especial-mente produzidas sobre o tema,

apresentamos matéria sobre a importância do primeiro voto. Votar é participar das decisões que afetam nosso dia-a-dia. Por isso, estar ligado na melhor ma-neira de exercer esse direito é importante.

O desafio em conseguir o pri-meiro emprego é destaque de outra reportagem especial. Os direitos ao trabalho decente são a profissionalização também é cidadania. Afinal, o trabalho é a forma que muitos jovens têm de buscar independência, autono-mia e seguir o sonho de cons-truir projetos de vida.

E se cidadania remete ao di-reito a ter direitos, falar desse assunto é destacar que a falta de políticas e ações do poder público podem dificultar a vida de muitos jovens, estejam eles

no campo ou na cidade; em um grande ou pequeno município país afora.

É por isso que destacamos nesta edição, a dificuldade en-contrada pela juventude do campo no acesso à escola. A violência, problema que afeta milhares de jovens pela falta de oportunidades e exclusão social, também é tratada como uma questão de cidadania.

O leitor encontra nas sessões Fica a Dica, sugestões de filmes sobre cidadania e juventude. No Fala aí, o convite é para se in-terar do que a galera anda pen-sando. Para rir e se divertir sem deixar de pensar em coisa sé-ria, curta as sessões de Humor e Charges que estão recheadas de surpresas.

Boa leitura!

carta ao leitor

sumário

expedienteCOORDENAÇÃO DO PROJETO E REVISÃO Cássia Regina Tomanin EDITOR-CHEFE Anto-nio Carlos Sardinha EDITOR-ADJUNTO João José Alencar REPORTAGENS João José Alen-car Casimiro Ríos García Aline Oliveira Barbosa Neide Mariano Freitas Wanderléia Pereira da Sil-va FOTO DA CAPA Casimiro Ríos García DIAGRAMADOR E MEMBRO DO PROJETO Thiago Cury Luiz

“O maior desrespeito aos jovens é a falta de in-vestimento, por parte do governo, no esporte, na saúde e, principalmente, na educação. O descaso é imenso e eles ainda fazem de conta que está tudo bem”.

Clesio Silva Nery Júnior, 16 anos2º B matutino/Escola Estadual Alfredo Nasser

Clesio Nery

É a Se Liga que voltou!

se lig@ DISTRIBUIÇÃO GRATUITA EDIÇÃO_2 ANO_2 Novembro_2012

PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA UNEMAT-ALTO ARAGUAIA

trampo e facul 4

falaí 3

institucional 5

o que tem de bom 10

artigo 9

reportagem_direitos humanos e juventude 6

charges 11

reportagem_primeiro emprego 12

#ficaadica 14

reportagem_primeiro voto 16

humor 19

entrevista 20

reportagem_educação no campo 22

registros 24

destaque jovem 28

equipe 31

interagindo 30

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2 3Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012 Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012

reportagem_violência contra jovens 26

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trampo e faculA Se Liga foi saber quais os cursos mais procurados no último vestibular da Univer-sidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), realizado nos dias 27 e 28 de maio. Me-dicina e Direito, oferecidos no campus universitário de Cáceres, e Engenharia civil, no campus de Sinop, foram os cursos mais disputados.Conheça outros cursos oferecidos pela Unemat no www.novoportal.unemat.br

O médico estuda oito anos e sai como especialista em uma

das muitas especialidades como pediatria, cardiologia e cirurgia. Os médicos atuam em

serviços de saúde públicos e particulares.

O curso de Direito tem a duração de cinco anos e for-ma advogados para atuarem na defesa de seus clientes em instâncias trabalhistas, civis ou penais. Após o ter-

mino do curso de direito, o aluno poderá fazer cursos de especialização em áreas como Direito Trabalhista,

Civil, Administrativo, Penal e Comércio Internacional.O profissional também pode dedicar-se à carreira públi-

ca de promotor, juiz de direito ou delegado.

O aumento de investimentos em infra-es-trutura tem criado uma demanda por enge-nheiros civis. Aliás, esse é um campo de tra-balho onde faltam profissionais. O curso

tem duração de cinco anos. O engenheiro civil é o profissional que

projeta, gerencia e executa obras como casa, edifícios pontes, viadutos, estradas. Também

pode atuar em escritórios de construção civil, instituições, indústrias e construto-

ras.

Uma forma rápida de entrar no mercado de trabalho é por cursos técnicos. A partir do segundo ano de ensino médio é possível matricular-se nessa modalidade de cursos, que têm uma duração menor, comparado a um curso superior. A vantagem é que, ao ser certificado em um curso técnico, o jovem consegue acessar o mercado de trabalho com mais facilidade por ter no currículo uma formação, uma exigência do mercado de trabalho.Os cursos mais procurados pelos jovens e pelo mercado de trabalho são:- Técnico de Enfermagem - Técnico de Informática- Técnico de Segurança no trabalho - Técnico de Administração- Técnico de Mecânica

- Técnico em Radiologia - Técnico de Agropecuária - Técnico de Comércio- Técnico de Eletrotécnica- Técnico em Eletrônica

Mercado de Trabalho

ASSESSORIA- Professora Edi-leusa, as pessoas comentam que há vários projetos de extensão na Unemat. A senhora poderia expli-car, de uma forma bastante obje-tiva para os leitores, o que é um projeto de extensão.EGM- Um projeto de extensão é uma atividade desenvolvida por um ou mais professores da Univer-sidade com o objetivo principal de estender temas que são tratados em sala de aula, de forma que se possa colocar em prática o que se aprende na Universidade.

E esses projetos atendem somente os alunos da faculdade ou outras pessoas podem participar tam-bém?Uma das coisas mais importantes dos projetos é que a maioria deles é ofertada para toda a comunidade. Podem participar crianças, jovens e adultos, independentemente de seu

grau de escolaridade, ou seja, os projetos são oferecidos para quem está dentro e para quem está fora da Unemat, portanto, são feitos para qualquer pessoa que se interesse.

Então quer dizer que a Unemat oferece todas essas opções para a comunidade araguaiense?Sim, oferece. Infelizmente, e não sei o porquê, a comunidade não tem participado. Mas, aproveito a opor-tunidade para, mais uma vez, con-vidar toda a população araguaiense para participar da Universidade, para fazer parte de nossa estrutura e aproveitar o que temos a oferecer, porque aqui tudo é feito e pensado não somente na classe acadêmica, mas também na comunidade. O campus está implantado aqui para atender as necessidades da popula-ção. Assim, finalizo esta entrevista dizendo que a Unemat está de por-tas abertas para você.

Diretora da Unemat de Alto Araguaia fala dos projetos de extensão desenvolvidos pela universidade na cidade

informe institucional

Da assessoria

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4 5Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012 Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012

Edileusa Gimenes Moralis é a Diretora Político-Pedagó-gica e Financeira da Unemat em Alto Araguaia-MT. Nesta entrevista, apresenta os projetos de extensão desenvol-vidos pelo campus universitário e fala do papel da uni-versidade no meio social através dessa modalidade de

projeto.

Revista Se Liga: Coordenado pela pro-fessora Cássia Regina Tomanin, a pu-blicação busca discutir temas relevantes para a sociedade, com uma linguagem objetiva e jornalística. Tem como público alvo alunos do Ensino Médio.

Centro de Literatura Infanto-Juvenil: Coordenado pelo professor Jesuíno Pinto, é um dos projetos mais antigos do nosso Campus e trabalha incentivando a prática da leitura junto a crianças e adolescentes das escolas da rede pública.

Circulando: Tem como coordenador o professor Adevaldo Rosa de Lima. Con-siste na organização de palestras que procuram tratar de temas polêmicos que afligem nossa população

ArtSet: Coordenado pela professora Shirlene Rohr, seu objetivo é exibir fil-mes que provoquem reflexões acerca dos temas abordados. A entrada é gratuita e qualquer pessoa pode participar.

Cinema itinerante: Esse projeto é coor-denado pelo professor Isaac Newton em parceria com a Prefeitura de Santa Rita do Araguaia e o Centro de Referência Es-pecializado de Assistência Social (CRE-AS), e trabalha na projeção e discussão de filmes de diversos gêneros para a co-munidade externa nos bairros e escolas municipais.

Iniciação às Artes Dramáticas: Coor-denado pelo professor Max Robert Ma-rinho, tem como objetivo inserir cultura, formação e arte dramática aos acadêmi-cos e população araguaiense, levando seu trabalho desenvolvido, as apresentações culturais, para as escolas.

Aprendendo e Ensinando Línguas In Tandem: Coordena o projeto a professo-ra Ana Carolina Brandão. Estabelece par-cerias com a Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e a Universidade do México. O projeto Tandem funciona via chat entre os acadêmicos que se propõem a aprender inglês ou espanhol, e falantes de espanhol ou inglês interessados em aprender português.

Projetos de Extensão abertos à comunidade

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A população jovem brasilei-ra entre 15 e 24 anos representa 17,3% dos brasileiros. Atualmente, são mais de trinta e três milhões de jovens nessa faixa etária. Apesar de numerosos, os problemas dos jovens ainda não tiveram a devida atenção do governo e da sociedade.

A garantia dos direitos de mi-lhares de jovens no Brasil é um de-safio. E a ausência de políticas pú-blicas, ou seja, ações dos governos para garantir esses direitos, é um tema que aborrece qualquer jovem antenado na realidade.

De acordo com relatório reali-zado em conjunto pelos institutos de Pesquisa Ibase e Polis no ano de 2006, os principais problemas apontados pela juventude se refe-rem a Trabalho, Educação, Miséria, Política, Saúde e Discriminação.

A falta de oportunidades no mercado de trabalho se configura como um dos grandes problemas da juventude, que, atrelados à desi-gualdade social, má distribuição de renda e falta de políticas públicas, criam uma situação propensa à en-trada desse jovem na criminalidade.

Essa questão é um problema que abrange todos os continentes, tanto que dados recentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) estipulam que o número de jovens desempregados chega a 12,7 da po-pulação mundial em 2012, o equi-valente a 74, 5 milhões de pessoas.

Outro problema apontado no relatório de 2006 é o da educação. No Brasil de hoje, de acordo com o último censo 2012, o salário do professor de educação básica é um dos mais baixos dentre as carreiras que exigem ensino superior. Para piorar a situação ainda existem re-giões que sofrem com a degradação e violência dentro da escola e casos de analfabetismo funcional dentro da população jovem brasileira.

O analfabeto funcional é toda a pessoa que sabe ler, escrever e exe-cutar atividade simples de matemá-tica, mas é incapaz de interpretar o sentido das palavras, colocar ideias no papel por meio da escrita e que não consegue fazer operações mate-máticas mais elaboradas. Segundo o último relatório (2009) do Indi-cador de Analfabetismo Funcional

– INAF, no Brasil o analfabetismo funcional corres-ponde a 15% da população jovem.

A conselheira tutelar Neuraci de Moraes David, 49, que se encontra no seu 2° mandato, afirma que em Alto Araguaia os principais problemas referentes aos jovens estão ligados ao uso e tráfico de drogas, violação dos direitos desses jovens por outros que se encontram na mesma faixa etária e problemas na convivência fami-liar.

A conselheira tutelar afirma que muitos desses jo-vens são colocados como problema para a família e à sociedade.

A ideia do jovem como o eterno rebelde sem causa, ou como pessoa imatura, sem responsabilidades, cria uma ideia de que os jovens são os únicos responsáveis pelos problemas que enfrentam.

“O jovem é visto como alguém que só faz coisa er-rada, ninguém reconhece as coisas boas que a gente produz”, afirma a estudante Juciele da Silva, 15, aluna da Escola Arlinda Pessoa Morbeck, na Vila Aeroporto em Alto Araguaia.

“Daí a necessidade para que o poder público, atra-vés de seus legisladores, destine um número maior de recursos orçamentários para o desenvolvimento de tra-balhos junto aos jovens, para que possam ser investidos em atividades desportivas, de lazer e, principalmente, na educação”, destaca o defensor público Carlos Edu-ardo Freitas de Souza, que atende em Alto Araguaia.

Para o professor e pedagogo Milton Chicalé Correa, o poder público é obrigado a oferecer políticas voltadas para a juventude. “Nos últimos anos o governo promo-veu avanços nessa questão, mas ainda tem muito que se fazer”, afirma Chicalé.

Entre as últimas conquistas alcan-çadas está a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Ju-ventude, que inclui o termo JOVEM no capítulo VII da Constituição Federal. Com isso, cidadãos de 15 a 29 anos passaram a ser reconhecidos como um grupo, tais como as crianças, ado-lescentes e idosos.

O Estatuto garante ao jovem acesso a uma educação de qualidade e entrada no mercado de trabalho em condições justas e com a devida profissionaliza-ção. Além de direitos que garantem a igualdade, saúde integral, segurança pública, cultura, comunicação, liberda-de de expressão, práticas esportivas, lazer e meio ambiente equilibrado.

Indo além de conquistas pontuais, o Estatuto da Juventude vem para discu-tir políticas públicas para aqueles que, ao contrário das crianças e adolescen-tes, precisam muito mais de oportuni-dades do que proteção.

Jorge Barrientos-Parra, em artigo publicado na Revista de Informação Legislativa, explica que o Estatuto da Juventude ocasiona um tratamento diferenciado ao jovem, provocando discussões em relação a uma parcela considerável da população brasileira, que até o momento era vista de forma secundária pela sociedade.

Com isso projetos voltados para os jovens, que hoje funcionam de forma isolada, atendendo uma ou outra re-gião, sem ter apoio dos órgãos gover-namentais e se mantendo a partir de ações voluntárias, passam a ser discu-tidos no projeto político do Estado e dos municípios.

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Estatuto da Juventude

os problemas da juventude no BRASIL

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artigo

No Aurélio, podemos encontrar a palavra CIDADANIA definida de forma muito simples, como “condição do cida-dão”. Então, concluímos que ter cidadania é exatamente ser um cidadão. E o que é ser um cidadão? O termo cidadão deriva de “cidade”, ou seja, cidadão é aquele indivíduo que vive na cidade, em contato com outros indivíduos, forman-do grupos. Então, ser cidadão é basicamente saber viver e conviver em grupo. Para que a convivência do indivíduo em grupos seja possível, é criado nas comunidades um conjun-to de regras que, se todos seguirem, a sociedade vive em perfeita harmonia. Esse conjunto de regras é chamado de “direitos e deveres” do cidadão.

Para que cada um saiba como “ser um cidadão” é pre-ciso conhecer o conjunto de regras vigente em sua comu-nidade, em sua nação. Há algum tempo, o ensino de tais regras era da competência da própria sociedade e da família. No Brasil atual, a incumbência de formar um cidadão é da escola. Seria essa uma tarefa fácil para os professores das escolas? A resposta, com certeza, é NÃO. Primeiro porque a escola brasileira já enfrenta muitos problemas em relação ao ensino científico, ou seja, das matérias obrigatórias que temos de aprender na escola, como: português, matemática, física, geografia, entre outras. Segundo porque, como sabe-mos, infelizmente, nem todas as famílias brasileiras estão vivendo hoje de acordo com o conjunto ideal de regras de cidadania. Há famílias totalmente desestruturadas, sem no-ção de valores ou princípios morais. As crianças formadas em famílias desse tipo tem dificuldade em aceitar as regras sociais apresentadas na escola e acabam sendo rotulados como “alunos-problema”. Na verdade, não é o aluno que é um problema e, sim, todo um sistema político-social que falhou em algum momento, e, de alguma forma, acabou de-sobrigando a sociedade de cuidar de si própria. Nos casos desses “alunos-problema”, a função da escola de “ensinar” cidadania torna-se ainda mais difícil, porque a família é o primeiro grupo social a que pertencemos, é onde tudo come-ça. É com a família que adquirimos nossos princípios, que sabemos o que é certo e o que é errado, é com a família que aprendemos a noção de valor para podermos tomar decisões importantes em nossa vida.

É muito comum ouvirmos relatos em que mães (ou res-ponsáveis), que são chamadas à escola para saberem dos problemas em relação ao filho, dizem simplesmente “- Vê aí o que vocês fazem, porque eu não dou conta mais desse

menino!”. Seria até engraçado se não fosse uma verdadeira tragédia. É claro que os professores não conseguirão ensinar as regras de cidadania a uma criança ou a um jovem do qual a família desistiu ou não soube educar.

Assim, penso que todos nós devemos nos empenhar ao máximo para ajudar a escola a fazer o que seria, em primeira instância, da competência da família e da sociedade. É na escola que passamos grande parte de nossa vida, é isso que os professores querem dizer quando citam que a escola é o nosso segundo lar. Portanto, é fundamental para a formação do cidadão e, por que não dizer, da nação brasileira, agregar e difundir as noções de cidadania que vemos nas entrelinhas das aulas de qualquer matéria, na hora do intervalo, nas ati-vidades em grupo, enfim na rotina diária de nossa escola.

Quero com isso dizer que cada um de nós pode e deve fazer a sua parte. Devemos procurar conhecer nossos direi-tos e deveres. Não é difícil para ninguém entender que a cidadania se sustenta sobre princípios de educação, moral e ética. Não é difícil entender que ninguém é obrigado a ouvir a música que VOCÊ gosta num volume além do tolerável, que ninguém é obrigado a catar o lixo que VOCÊ joga no chão, no rio, no ar, que ninguém é obrigado a pagar pelos prejuízos que VOCÊ causa ao patrimônio público quando comete atos de vandalismo. Assim como não é difícil en-tender que VOCÊ tem direito de pagar preços justos pelo que adquire, que VOCÊ tem direito de conhecer o candidato em quem vota, que VOCÊ tem direito ao ensino, à saúde, à alimentação, à moradia, que VOCÊ tem direito de saber para onde está indo o dinheiro que VOCÊ paga ou deixa de ganhar, com tantos impostos que temos em nosso país.

Como já disse acima, cidadania é algo muito complexo, não se resume nem se limita a esses simples exemplos que citei. Cidadania deve ser um aprendizado contínuo, um exer-cício diário que deve ser feito ao se observar a sociedade e a vida. Existe uma coisa bem legal que dá para fazer em sala de aula. Pode ser com o professor de português, de biologia, de sociologia, entre outros. Visitem a WebQuest “educacao-ecidadania.vilabol.uol.com.br” e vejam as conclusões a que você e sua turma podem chegar, é bem interessante.

Como usei parte de uma música do Skank como título para esse texto, vou terminar com mais uma parte da mú-sica, para que você reflita sobre o sentido de seu papel na sociedade: “Pra que tanta TV, tanto tempo pra perder? Qual-quer coisa que se queira saber viver! Pacato cidadão...”

ATENÇÃOoh! pacato cidadão! te chamei a

não foi à toa, não!

“ “

1710 18271937

19841992

2012

Mais de mil soldados fran-ceses invadiram o Rio de Janeiro. Uma multidão de jovens estudantes de con-

ventos e colégios religiosos enfrentou os invasores,

vencendo-os e expulsando-os.

Foi fundada a primeira facul-dade brasileira, a Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Este foi o primeiro passo para o desenvolvimento do movimento

estudantil, que logo integrou as campanhas pela Abolição da Escravatura e pela Proclamação

da República.

Criação da União Nacional dos Estudan-tes (UNE), a entidade

brasileira represen-tativa dos estudantes

universitários.Em 1º de abril, o Golpe Militar

derrubou o presidente João Goulart. A partir daí foi ins-tituída a ditadura militar no

Brasil, que durou até o ano de 1985. Neste período as eleições

eram indiretas, sem partici-pação direta da população no processo de escolha de presi-dente e outros representantes

políticos.

19641968Em março, morre o estudante Edson Luís, assassinado por

policiais no restaurante Cala-bouço, no Rio de Janeiro. No

congresso da UNE, em Ibiúna, os estudantes reuniram-se para discutir alternativas à ditadura militar. Houve invasão da po-lícia, muitos estudantes foram presos, mortos ou desaparece-ram, evidenciando a repressão

e a restrição à liberdade de expressão que eram caracterís-

ticas desse período.

Diretas Já! – movimento da população, com participação fundamental dos estudantes e dos políticos progressistas, para a volta das eleições dire-tas para presidente no Brasil. O congresso votou a favor das eleições indiretas e Tancredo

Neves foi nomeado presidente para o próximo mandato (a

partir de 1985).

Acontecem sucessivas ma-nifestações nas ruas contra

a corrupção no governo, dando início ao movimen-to de estudantes chamado

Caras Pintadas, que resultou no Impeachment do então Presidente da República, Fernando Collor de Melo.

No dia 12 de fevereiro de 2012, foi aprovado no Se-

nado Federal o Estatuto da Juventude que passa a dar um tratamento diferenciado aos jovens de 15 a 29, anos com a inserção desse público como um grupo que necessita de

políticas públicas para garan-tia de direitos e o estimulo de

oportunidades.

o JOVEM como PROTAGONISTA-CIDADÃO na HISTÓRIA brasileira

Fonte: Instituto Sou da P

az.

por Cássia Regina Tomanin

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8 9Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012 Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012

Page 6: Seliga pronta

o que tem de bom

O colégio Alfredo Nasser realizou no último dia 17 de abril, na Praça da Matriz, o Chá com Poesia. O evento contou com apresentações de músicas e poemas. O mais interessante é que alguns poemas foram feitos pelos próprios alunos. A Se Liga destaca o talento de alguns jovens poetas.

Chá com poesia

Eu não tinha este rosto de hoje, Assim calmo, assim triste, assim

magro,Nem estes olhos tão vazios, nem o

lábio amargo. Eu não tinha rosto de hoje

Eu não tinha este coração que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

....cansei de ouvir você dizer cres-ce...

Sabe eu cresci....E cansei e você.....

Cansei de viver nesta página da minha vida..

Pode ser que um dia não mais existamos.....

Mas, se ainda sobrar amizade,Nasceremos de novo um para o

outro Há duas formas para

Viver a sua vida:Uma é acreditar que Não existe milagre.

A outra é acreditar que Todas as coisas são milagres!

Retrato

Cansei

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Os jovens que buscam a inclusão no mercado de trabalho precisam vencer vários tipos de obstáculos. O primeiro deles é a falta de trabalho. Segundo dados do Relatório Tendências Mundiais do Emprego Juvenil, de 2012, cerca de 75 milhões de jovens estão sem em-prego no mundo.

No Brasil, a situação não é diferente. Entre 2007 e 2011, a taxa de desemprego dos jovens não caiu na comparação com outros países. No entanto, mais da metade dos desempregados no país (54%) é composta de jovens entre 18 e 29 anos.

Por isso, conquistar o primeiro emprego é algo mar-cante na vida de qualquer jovem. Emily Carolina, 16, lembra muito bem do dia 14 de fevereiro de 2012: foi o dia em que conseguiu o primeiro trabalho. A jovem nasceu na cidade de Alto Araguaia-MT. Os pais da moça são separados, e, atualmente, mora com a mãe e dois irmãos.

“Queria muito trabalhar para poder ajudar a minha família. Meu sonho maior é fazer uma faculdade de Administração, oferecer uma vida melhor à minha mãe e meus irmãos e conquistar meus objetivos. Meus ami-gos acham que tenho um futuro pela frente”, diz Emily, que tem uma vida agitada. Ela divide o tempo entre o trabalho e os estudos. Atualmente, cursa o segundo ano do ensino médio na escola Arlinda Morbeck e mora na Vila Aeroporto. “Acordo quase todos os dias às 6 horas

de manhã para ir ao trabalho, entro às 7 horas. Depois, vou para o cur-sinho do SENAI às 13 horas, chego em casa só para me arrumar e de-pois ir à escola, porque eu estudo à noite. É muito cansativo, mas vale a pena. Se você quer ser alguma coisa na vida tem que se sacrificar”, afir-ma Emily.

A busca por trabalho tem relação com a necessidade do jovem em ser independente. “Sempre procurei um emprego, não queria depender de meus pais. Escutei na rádio da cidade anúncio de que uma empre-sa estava procurando jovens de 16 a 22 anos. Fiz várias entrevistas e, depois de três dias, me ligou uma moça”, conta Pablo Ricardo.

O jovem de 18 anos está cursan-do o primeiro ano de Ciências Con-tábeis em uma faculdade à distan-cia na cidade de Alto Araguaia-MT e trabalha em uma grande empresa da região. “Acredito que dominar vários conhecimentos aumenta a chance de êxito no mercado de tra-

reportagem

a DIFÍCILPRIMEIRO EMPREGOconquista do

por Casimiro Ríos García

Foto: Casimiro Ríos García

12 13Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012 Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012

15. O jovem cursa o segundo ano do ensino médio na escola estadual Alfredo Nasser, na cidade de Santa Rita do Araguaia-GO e mora na ci-dade de Alto Araguaia-MT.

“Eu moro com minha tia e minha irmã, meus pais moram na fazenda e não estão bem economicamente. Vou tentar aproveitar ao máximo o curso do SENAI para sair preparado ao mercado de trabalho e ter minha carteira assinada”, diz o rapaz.

Pablo Santos, 16, também é alu-no do SENAI e está desempregado. “Estou aqui no cursinho para con-seguir um diploma, já que as em-presas visam muito essa capacita-ção, porque aqui na cidade não tem.

Lei do Aprendiz

O Governo Federal implantou a Lei 10.097/00 e a Lei nº 11.180, que apresentam os critérios que de-terminam quem pode ser conside-rado jovem aprendiz, jovens entre 14 e 24 anos. As leis foram criadas para evitar a exploração de jovens em trabalhos degradantes e oferecer formação profissional adequada.

Segundo a legislação, é obriga-tório que as empresas de médio e grande porte tenham no seu quadro de funcionários o mínimo de 5% e o máximo de 15% de aprendizes. Caso descumpram essas recomen-dações, os empresários são multa-

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balho. O fato de eu estar fazendo uma faculdade foi que garantiu a vaga dentro do mercado. Meu so-nho sempre foi ver minha carteira assinada e ser um executivo de su-cesso”, afirma.

Gabriel Souza está matricula-do no Programa Menor Aprendiz. Ele já terminou o terceiro ano do ensino médio e agora está matricu-lado no SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), no curso de auxiliar administrativo industrial. O jovem presta serviços para uma empresa multinacional instalada na região e afirma que a experiência no curso tem sido mui-to importante, além do salário e a carteira assinada.

A remuneração de R$ 622,00 ajuda nos gastos em casa. Ele sem-pre teve o sonho de ver a carteira assinada, mas pretende fazer uma faculdade de Engenharia Elétrica em uma das faculdades de Cuiabá e, assim, conseguir a própria inde-pendência.

dos.Os contratos na condição de jo-

vem aprendiz devem ser de, no má-ximo, dois anos, com exceção da-queles que possuem algum tipo de deficiência física. A carga horária precisa ser entre quatro e seis horas por dia para quem se encontra es-tudando e de até oito para quem já concluiu o ensino médio.

A legislação exige não só que as empresas cumpram com a respon-sabilidade em garantir o emprego para a população juvenil acessar o mercado de trabalho, como garante condições dignas de trabalho para que cada jovem possa aprender uma profissão.

Na cidade de Alto Araguaia, as empresas da região têm buscado a contratação de jovens aprendizes. A procura por um emprego aumen-tou, segundo o Conselho Tutelar da Cidade. “Conseguir emprego não é fácil, por isso a iniciativa como a do Menor Aprendiz já é um pas-so grande”, pensa Julio Fenadave,

Meu sonho é arrumar um emprego e seguir carreira”, conta.

Adequações

O programa da prefeitura de Alto Araguaia para estimular a contraga-ção de jovens aprendizes passa por uma reformulação, depois que a Procuradoria do Trabalho de Ron-donópolis descobriu que as ações não estavam atendendo a legisla-ção.

Em junho, uma nova lei foi apro-vada para garantir que o trabalho dos jovens acontecesse conforme determina a legislação federal para contratação de jovem aprendiz. Os adolescentes que foram contrata-dos poderão participar de cursos de capacitação no SENAI com cursos técnicos e, paralelamente, trabalhar em órgão municipal ou estadual. Segundo a nova lei municipal, o Jovem Aprendiz não poderá prestar serviços em delegacias, farmácias e hospitais.

Segundo a legislação, é obrigatório que as empresas de médio e grande porte tenham no seu quadro de funcionários o mínimo de 5% e

o máximo de 15% de aprendizes

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#ficaadica #ficaadica

INDICAÇÕES DE

fi mesPARA FORMAÇÃO À CIDADANIA

Título do filmeA escola da vidaDuração90 minutosSinopseHá um novo professor na cidade, e ele está promovendo um ver-dadeiro pandemônio na Fallbrook Middle School. Ele é atraente, simpático e informal. Os alunos amam o sr. D (Ryan Reynolds, de Horror em Amityville). Os professores também o admiram... com exceção de Matt Warner (David Paymer, de Em Boa Companhia), o ansioso professor de biologia, que sonha em ganhar o prêmio de Professor do Ano. Seu pai, Stormin? Norman (John Astin, de Os Es-píritos), foi Professor do Ano durante 43 temporadas seguidas, e Matt está determinado a fazer deste o seu ano. Mas com o sr. D (Mi-chael D?Angelo) em cena, Warner vê sua chance escapar. Ele não consegue competir com quem até seu próprio filho admira. Mas há um segredo que pode mudar o jogo. O diretor William Dear faz uma ponta como um astronauta.

Título do filmeEscritores da liberdadeDuração122 minutosSinopseHilary Swank, duaz vezes premiada com o Oscar, atua nessa insti-gante história, envolvendo adolescentes criados no meio de tiro-teios e agressividade, e a professora que oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola corrom-pida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell com-bate um sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma turma de adolescentes su-postamente indomáveis vai descobrir o poder da tolerância, recu-perar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo. Com eletrizantes performances de um elenco de astros, incluindo Scott Glenn (Dia de Treinamento), Imelda Stauton (Harry Potter e a Ordem da Fê-nix) e Patrick Dempsey (Grey's Anatomy), ganhador do Globo de Ouro. Escritores da Liberdade é basedo no aclamado best-seller O Diário dos Escritores da Liberdade.

Título do filmeA corrente do bemDuração115 minutosSinopseEugene Simonet (Kevin Spacey), um professor de Estudos Sociais, faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Trevor McKinney (Haley Joel Os-ment), um de seus alunos e incentivado pelo desafio do professor, cria um novo jogo, chamado "pay it forward", em que a cada favor que recebe você retribui a três outras pessoas. Surpreendentemen-te, a idéia funciona, ajudando o próprio Eugene a se desvencilhar de segredos do passado e também a mãe de Trevor, Arlene (Helen Hunt), a encontrar um novo sentido em sua vida.

Título do filmeEntre os muros da escolaDuração125 minutosSinopseFrançois Marin (François Bégaudeau) trabalha como professor de língua francesa em uma escola de ensino médio, localizada na pe-riferia de Paris. Ele e seus colegas de ensino buscam apoio mútuo na difícil tarefa de fazer com que os alunos aprendam algo ao longo do ano letivo. François busca estimular seus alunos, mas o descaso e a falta de educação são grandes complicadores.

Título do filmeO clube do imperadorDuração109 minutosSinopseWilliam Hundert (Kevin Kline) é um professor da St. Benedict's, uma escola preparatória para rapazes muito exclusiva que recebe como alunos a nata da sociedade americana. Lá Hundert dá lições de moral para serem aprendidas, através do estudo de filósofos gregos e romanos. Hundert está apaixonado por falar para os seus alunos que "o caráter de um homem é o seu destino" e se esforça para impressioná-los sobre a importância de uma atitude correta. Repentinamente algo perturba esta rotina com a chegada de Sed-gewick Bell (Emile Hirsch), o filho de um influente senador. Sed-gewick entra em choque com as posições de Hundert, que ques-tiona a importância daquilo que é ensinado. Mas, apesar desta rebeldia, Hundert considera Sedgewick bem inteligente e acha que pode colocá-lo no caminho certo, chegando mesmo a colocá-lo na final do Senhor Julio Cesar, um concurso sobre Roma Antiga. Mas Sedgewick trai esta confiança arrumando um jeito de trapacear.

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reportagem especial

JOVENS APONTAM importância do primeiro

As escolhas que são feitas nas eleições refletem diretamente no nosso dia a dia, seja nas leis apro-vadas, na qualidade do ensino nas escolas, na criação de novos postos de trabalho para os jovens ou nos serviços públicos de saúde. O voto é um instrumento importante para mudar a realidade do país.

Apesar de terem consciência disso, os adolescentes acreditam que o incentivo para que os jovens votem ainda é pequeno, principal-mente, para aqueles que votam pela primeira vez.

Isabel Cristina, da Escola Alfre-do Nasser, de Santa Rita do Ara-guaia-GO, que é eleitora de primei-ra viagem, diz que nunca viu um incentivo ao voto, nem palestras sobre este assunto em sua escola.

Segundo balanço apresenta-do pelo Tribunal Superior Elei-toral (TSE) em maio desse ano, 1.818.714 jovens com 16 a 24 anos estão aptos a participar das eleições em outubro na região Centro-Oeste do país. Em Alto Araguaia – MT, de 12.106 eleitores, 2.322 são jovens.

Já em Santa Rita do Araguaia – GO de 4.216 votantes, 757 são adolescentes com idades entre 16 e 24 anos.

O voto é a voz que a sociedade tem para reivindicar os seus direitos. Os jovens têm esta consciência.

Bianca Freitas de Oliveira, 16, estuda na Escola es-tadual Alfredo Nasser, de Santa Rita do Araguaia-GO, e está matriculada no segundo ano. Em outubro, parti-cipou pela primeira vez da eleição que escolhe o prefei-to municipal e os vereadores. “O primeiro voto é muito importante porque é uma experiência sem igual na vida de um jovem, porque é a de selecionar um representan-te no nosso país que vai nos representar lá na frente, que irá cuidar de nossos interesses, isto quando o voto é bem feito, quando o jovem sabe escolher”.

Para o professor da Universidade do Estado de Mato Grosso, Milton Chicalé, o voto é o exercício da cida-dania, que deve ser exercido mais do que nunca de ma-neira consciente. O professor pontua que não se deve escolher alguém em troca de um favor pessoal ou por-que o candidato é bonito, simpático, carismático, mas escolher alguém que seja íntegro, ético, trabalhador, lutador pelos interesses da comunidade. A sugestão é investigar a vida do cidadão que é candidato e depois disto ficar cobrando dele os projetos.

Para o professor Chicalé, o voto é dependente da própria democracia e esse exercício e fundamental, porque tem oportunidades de escolher os parlamen-tares e dirigentes, de acordo com o projeto que eles apresentam e da ideologia de cada um. O exercício

da democracia é por meio do voto. Chicalé destaca que no seu tempo como jovem era muito mais difícil por causa do regime militar e havia uma perseguição ferrenha, prisões e tortura. Por isso, valorizar a oportu-nidade que muitos jovens hoje têm de participar da vida política de sua cidade é algo importante e que pre-cisa ser incentivado.

E para qualquer cidadão é fun-damental saber que o presidente da República, os senadores, os deputa-dos federais e estaduais e o gover-nador, assim como os vereadores e os prefeitos, devem satisfação aos cidadãos, pois são servidores públi-cos e são eleitos para trabalhar em benefício da população. Por isso, não basta apenas votar. Mais impor-tante ainda é acompanhar os eleitos e fiscalizar o trabalho deles.

O professor Milton Chicalé lem-bra aos primeiros eleitores que o

exercício da cidadania acontece a partir do momento que se conhecem os seus direitos e os deveres. A ideia é cumprir os deveres, mas também cobrar os direitos a saúde, educação, habitação e ao trabalho, por exem-plo.

Eleições municipais

Em outubro, aconteceu a eleição para prefeitos e ve-readores em todas as cidades do país. Mas a função e a importância dessa eleição não são tão conhecidas pela maioria dos jovens ouvidos pela revista Se Liga.

Procuramos saber dos jovens se sabiam sobre a fun-ção e as atividades que o prefeito e o vereador exercem em uma cidade. “A única coisa que nos informam é sobre nossos deveres e não dos direitos”, afirma Isabel Cristina, do segundo ano que estuda na escola Alfredo Nasser, de Santa Rita do Araguaia-GO.

O prefeito e os vereadores exercem uma função im-portante em uma cidade. Ao administrar o município, por exemplo, é que se pode garantir escolas e postos de saúde, promover o emprego e moradia. Os vereadores buscam aprovar leis e fiscalizar o prefeito para que as ações da prefeitura atendam a todos.

VOTOpor Wanderléia Pereira da Silva

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A eleição é o melhor mo-mento para saber se as ideias e propostas de um Partido Político são apro-vadas ou não pela popula-ção.O Partido Político que re-ceber mais votos terá mais representantes, tanto no Poder Legislativo, quanto no Poder Executivo.

Antes de votar pense no seguinte...Em quem você votou na última eleição?Seus candidatos prestaram conta à co-

munidade?Seu candidato cumpriu o que prometeu?Converse e discuta os problemas de sua

cidade.Saiba o partido político de seu candidato

e que interesses ele representa.Aos vereadores cabe...

Discutir, aprovar e fiscalizar o orçamento do Município.Elaborar e votar nas leis.

Fiscalizar as ações da Prefeitu-ra e das administrações regio-

nais.

Ao prefeito cabe...Administrar serviços públicos do município.

Administrar a aplicação dos recursos do que o município recebe.

Cuidar da limpeza de ruas, programas de assis-tência social, coleta do lixo e outras.

Sancionar e revogar leis Vetar projetos inconstitucionais ou que não

sejam de interesse público.Nomear ou demitir servidores.

Acompanhar a execução dos programas e fisca-lização da aplicação dos recursos.

Os recursos do orçamento não caem do céu...

A origem desses recursos está no recolhimento de impostos e

taxas.Os impostos são pagos pe-los cidadãos, para que esses

recursos sejam utilizados para o benefício de todos.

Na hora de votar...Seu voto é secreto.

Na cabine eleitoral quem decide é você.

Ninguém vai ficar sabendo em quem você realmente votou

Não se esqueça de levar o TÍTULO DE ELEITOR e a CARTEIRA DE

IDENTIDADE.Se você perdeu o título, pode votar

com outro documento legal.

Valorize o seu votoVotar válido é registrar na urna eletrônica

o número de quem você escolheu para representar os seus interesses.

Votar em Branco é não registrar voto. Significa eleger um candidato que você

não escolheu.Votar Nulo é digitar um número de can-didato inexistente e confirmar. Significa perder a oportunidade de escolher um

candidato.

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Em entrevista à revista Se Liga, o defensor Carlos Eduardo Freitas de Souza destacou o trabalho da defensoria pública que defende os direitos individuais dos cidadãos que não tem condições de pagar advogado. Souza destaca os pro-blemas enfrentados pela juventude e sugere ações para garantir os direitos do jovem.

Carlos Eduardo Freitas de Souza trabalha há dois anos como defen-sor público da comarca de Alto Garças – MT, incluindo o municí-pio de Alto Araguaia. Formado em Direito e pós-graduado em Direito Penal pela Universidade Federal de Goiás, também foi professor durante dois anos, na unidade de Primavera do Leste, da Universi-dade de Cuiabá (UNIC).

Qual é o papel da defensoria pú-blica em relação à defesa dos di-reitos dos jovens e adolescentes de Alto Araguaia e região?A defensoria tem o papel de fazer a defesa dos direitos das pessoas, principalmente os das crianças e dos adolescentes, que não tenham condições financeiras para contra-tação de um advogado na realiza-ção da sua defesa. Entramos com ações contra pais omissos para que esses passem a efetuar pagamento de pensão alimentícia aos seus fi-lhos e ações referentes a guarda da criança. Realizamos a defesa de jo-vens que cometem ato infracional, respaldando os seus direitos nas re-presentações feitas pelo Ministério Público, a fim de que sejam apli-

cadas corretamente as disposições aplicadas pelo Estatuto da Crian-ça e Adolescente. Entre as nossas ações já realizadas, encontra-se so-licitação da mudança de localidade do abrigo de menores de Alto Ara-guaia, que não tinha condições fí-sicas de atender esses jovens. Com isso, a prefeitura transferiu o abrigo para outro local.

Quais são os principais proble-mas averiguados pela defensoria em relação à juventude na região de Alto Araguaia?O principal problema identificado é o uso de substâncias entorpecentes e a dependência química, que gera um problema social muito grande, em que as famílias são arruinadas.

São vários os casos em que mães desesperadas procuram a defenso-ria para entrar com uma ação de internação compulsória, buscando um tratamento para seus filhos. E a defensoria busca atender da melhor forma esses casos.

Quais são os pontos que a lei pre-cisa melhorar para garantir o direito à cidadania ao jovem nos dias de hojeA lei, no caso, o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente, é uma utopia. As diretrizes nos quais estão con-tidas possuem disposições legais de amparo ao menor com difícil aplicabilidade prática. Daí a ne-cessidade para que o poder público através de seus legisladores destine um número maior de recursos orça-mentários para o desenvolvimento de trabalhos junto aos jovens, para que possam ser investidos em ativi-dades desportivas, de lazer e prin-cipalmente na educação. Verifica-se que há uma educação de baixa qua-lidade no ensino de Alto Araguaia, principalmente no ensino de pri-meiro e segundo graus, nos quais os jovens não conseguem competir no difícil mercado dos vestibulares de universidades federais. Sendo rara a aprovação de jovens de Alto Araguaia em universidades fede-rais. Por isso, a principal mudança que deveria ser feita é um aumento no investimento no ensino público, pois é através de uma educação de qualidade que o jovem pode se de-senvolver e chegar a algum lugar.

O QUE É A DEFENSORIA PÚBLICA: De acordo com a Constituição Federal todo indivíduo, brasileiro ou estrangeiro, possui o direito fundamental de acesso à justiça, ainda que não tenha condições fi-nanceiras de pagar um advogado particu-lar. Nesse caso, o Estado Brasileiro tem o dever de garantir assistência jurídica gra-tuita, por meio da Defensoria Pública.

QUEM SÃO OS DEFENSORES PÚBLICOS: Os Defensores Públicos são profissionais aprovados em concurso pú-blico de provas e títulos com, pelo menos, dois anos de experiência jurídica. No exercício da profissão, o Defensor Público é independente para atuar na defesa dos interesses do cidadão, devendo, inclusive, agir contra o próprio Estado sem receber qualquer punição.

Fonte: Terra de Direitos

entrevista

Defensor público defende investimentos na educação e em políticas públicas para a juventude

Foto: Rosana Dias da Silva

Defensor público defende investimentos na educação e em políticas públicas para a juventude

Em defesa dos direitos da criança e do adolescente

A criança e o adolescente, de 0 a 17 anos, por serem pessoas que pe-rante a lei estão em processo de formação e serem dependentes de seus pais para realização de algumas atividades desenvolvidas exclusivamen-te por adultos, contam com a Lei Federal 8.069/1990, conhecida como o Estatuto da Criança e do Adolescente. Documento este que passou de forma mais específica respaldar esse público que se encontra em desvan-tagem perante a sociedade sobre diferentes temas como inserção no mer-cado de trabalho, segurança, saúde, direitos políticos e sociais, educação, entre outros.

Para que essas leis funcionem existem, entre outros órgãos, a Promotoria de Jus-tiça, a Defensoria Pública e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Dentro desse grupo se destaca o Conselho Tutelar que tem como função zelar, ga-rantir e orientar para que os direitos das crianças e adolescentes sejam cumpridos, agindo quando esses são desrespeitados ou tem seus direitos ameaçados ou viola-dos e quando cometem uma infração, in-fringindo alguma lei.

A conselheira Neuraci de Moraes Da-vid contou que “o conselho é visto como um bicho pelas crianças e adolescentes, pois os pais passam para eles uma ideia equivocada de que o conselho serve só para repreender quando a nossa função é defender os direitos deles”. Dessa forma, os adolescentes acabam vendo o Conselho Tutelar com medo e apreensão quando, na verdade, este tem a função de prote-ger e orientá-lo no exercício dos seus direitos e cumprimento dos seus deveres.

Verifica-se que há uma educação de baixa qualida-de no ensino de

Alto Araguaia, no qual os jovens não conseguem

competir no difí-cil mercado dos vestibulares de

universidades fe-derais. É rara a

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por João José Alencar

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A educação no campo precisa passar por várias mudanças. Exem-plo disso são os jovens que sofrem com o analfabetismo e o abandono da sala de aula ainda nas séries ini-ciais. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica), 22,8% dos adolescentes da zona rural estão fora das escolas.

Os fatores que muitas vezes le-vam esses alunos a saírem das es-colas são a falta de professores qua-lificados, de espaço físico adequado e de um ensino voltado à realidade dos alunos do campo. Na falta de escolas próximas de casa, muitos alunos precisam percorrer longas distâncias para estudar nas escolas da zona rural.

Conforme o Censo rural de 2011, apenas 21,6% dos professo-res da zona rural têm curso supe-rior, enquanto que na zona urbana esse percentual é de 56,4% dos do-centes. Outro fator que preocupa é a existência de 6.913 professores que dão aulas sem terem concluído a faculdade.

Esses profissionais são mal re-munerados em relação aos da zona urbana, sofrem o problema de alta rotatividade e dificuldades de aces-so á escola, em função das condi-

ções das estradas, e muitas vezes caminham longas dis-tâncias e não recebem nenhuma ajuda de custo.

Diante dessa realidade, a saída de jovens do campo para a cidade em busca de melhores condições aumen-ta. De acordo com o IBGE, o ponto máximo de migra-ção do meio rural para o urbano está entre as jovens de 15 e 19 anos e os jovens de 20 e 24 anos.

Um dos problemas decorrentes desta situação é o envelhecimento do meio rural – aproximadamente 24% dos agricultores têm mais de 60 anos.

Nas cidades, os jovens do campo tornam-se mão de obra barata e sofrem com a falta de oportunidades. “Muitos jovens têm o desejo de permanecer no campo, mas a educação não consegue prepará-los para que isso aconteça, penso que é preciso ter uma política voltada para o campo com temas das coisas do meio rural”, relata Diego Silva Moraes, 18, morador na fazenda Olhos d´água

Em Santa Rita do Araguaia, a Prefeitura investe aproximadamente R$ 38 mil com o transporte dos 156 alunos da zona rural para a cidade. Alguns alunos per-correm distâncias diárias de 152 km para chegarem à escola.

O aluno Bruno Lino Barbosa, 18, da fazenda Horti-ga, fala que mesmo com essa iniciativa de transportar os alunos, a educação ainda continua sendo deslocada da realidade deles e reproduzindo um ensino voltado para a zona urbana.

Para Lucinéia Freitas, coordenadora do movimento das mulheres dos MST, é importante ter uma educação voltada para os alunos do campo. Para ela, é necessá-rio que a política pública da educação seja inserida de acordo com as realidades de cada localidade.

Entre as propostas que estão sendo discutidas está a adoção de um calendário de aulas específicos para quem mora no campo e utili-zação de livros com conteúdo vol-tado a realidade desses alunos. “O livro traz a figura de morango para explicar a letra M, enquanto o aluno conhece a manga que também co-meça com a letra M”, exemplifica Lucinéia.

Os jovens do campo apontam que a qualidade da educação precisa de mais atenção do poder público. “O governo ainda não se tocou que a quantidade não é mais importante que a qualidade, apesar de ser pre-ciso que a educação chegue a todos sem distinção”, afirmou Gabriel de Souza, 18, e morador da zona rural de Santa Rita do Araguaia.

“O governo só sabe cobrar im-postos e criar burocracia, mas na hora de aplicar recursos na zona ru-ral isso não acontece. Deixa a gente abandonado. Exemplo disso são as estradas ruins para chegar à esco-la.” desabafa Bruno Lino Barbosa, 18, que estuda no colégio Alfredo Nasser.

Os alunos Diego Silva e Gabriel de Souza falam do desejo de per-manecer no campo, mas a educação não consegue prepará-los para que isso aconteça. “Penso que é preciso ter uma política voltada para o cam-po com temas das coisas do meio rural”, relata Diego Silva.

Quando perguntados se a polí-tica pública da educação inclui os alunos do campo. Eles respondem que não.

“Muitos de nós querem perma-necer no campo, mas o ensino for-ma pessoas para trabalharem na cidade. Para eles seria necessária uma educação com temas do cam-po e conhecimentos específicos das coisas do meio rural”, afirma Izabel Cristina Moraes 16, fazenda Cam-pestre e estudante na Escola Esta-dual Alfredo Nasser.

A presidenta Dilma Rousseff lançou em março de 2012 o progra-ma Nacional de Educação no Cam-po (Pronacampo) na tentativa de re-solver problemas graves no ensino da zona rural.

O governo vai investir R$ 1,8 bi-lhão por ano. O dinheiro será usa-do na formação de professores e na infraestrutura das escolas rurais. A meta é até 2014 melhorar as escolas rurais. O programa tem objetivo de reduzir o grau de diferença entre o ensino dos alunos zona urbana e da zona rural.

Além de investimentos, o grande desafio é pensar ações de educação voltadas à necessidade e especifici-dades do aluno do campo. Iniciati-vas como a instalação de Internet rural e a criação de escolas técnicas

específicas ao aluno do campo são alternativas apontadas pelos estu-dantes. “Isso jamais vai acontecer porque nem aquele programa do governo “Luz Para Todos” ainda não chegou a todos os lugares”, re-lata Izabel Cristina 16, moradora da zona rural.

Um exemplo do que a aluna fala é o assentamento Ivapé (Agrovila). Lá tem uma escola com boas insta-lações, mas está fechada.

O Movimento dos Trabalhado-res Rurais Sem Terra (MST) tem lutado para melhorar a educação no campo. O movimento tem pontuado que fechar escolas rurais é crime. A luta também é por uma educação de qualidade que contemple a rea-lidade e as necessidades de quem vivem nas áreas rurais.

GOVERNO LANÇA MAIS UM PLANO DE EDUCAÇÃO

esqueceram-sede NÓS

reportagem

por Neide Mariano

“O governo só sabe cobrar impostos e criar burocracia, mas na hora de apli-car recursos na zona rural isso não acontece. Deixa a gente abandonado

exemplo disso são as estradas ruins para chegar à escola.”

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reportagem

A VIOLAÇÃO DO DIREITO À EDUCAÇÃO DA JUVENTUDE DO CAMPO

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registros

Durante a oficina sobre cidada-nia realizada no dia 22 de junho

de 2012, na Unemat, com alunos do ensino médio, houve uma

atividade de fotografia que regis-trou o significado de cidadania

na visão dos jovens participantes

OLHAR CIDADÃO JOVEMOLHAR CIDADÃO JOVEM

Bianca Freitas Oliveira e Matheus Lopes de Oliveira

Meline Garcia Silva e Annanda Rodrigues Resende

Maiara Garcia Raiane e Taliza dos Santos

Daniela Freitas Oliveira e Adilla Resende Fraga

Daniela Freitas Oliveira e Adilla Resende Fraga

Daniela Freitas Oliveira e Adilla Resende Fraga

Maiara Garcia Raiane e Taliza dos Santos

Meline Garcia Silva e Annanda Rodrigues Resende

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Quando se pensa em juventude no Brasil, logo te-mos a idéia de que os jovens são os eternos rebeldes. Em alguns casos, quando estão em classes sociais mais baixas, rebeldia é sinônimo de violência.

O que não se discute é que o número de jovens vio-lentos é bem menor na comparação com percentual de jovens vítimas da violência.

O “Mapa da Violência” (Instituto Sangari), de 2012, registra a causa da mortalidade jovem. Segundo o mapeamento, 43,3% das crianças e jovens são assas-sinados; 27,2 % dos jovens morrem em acidentes de transporte e mais 19,7% em outros acidentes de causas externas. Essas três causas de mortalidade representam acima de 90% do total de mortes de crianças, adoles-centes e jovens no país.

Em um ranking de 99 países, o Brasil está no 4º lugar em homicídios de crianças e adolescentes. No Es-tado de Mato Grosso, a cidade de Várzea Grande ocupa a posição 80º no ranking de todos os municípios do Brasil, como a cidade com o maior registro de morte de população jovem por Estado.

A violência juvenil tem cor. Conforme o relatório do Instituto Sangari, no ano de 2010, o número de jovens brancos mortos por homicídios foi de 13.660. Já o nú-mero de negros foi 33.264.

No Brasil, mais jovens são mortos do que em países em guerra. Se compararmos esses óbitos com guerri-lhas civis de países como Sudão, Colômbia, Moçambi-

que e Afeganistão, as mortes nesses não ultrapassam 50 mil mortos ao ano.

Esses números alarmantes de mortes de jovens em nosso país são resultado de uma soma de fatores. A pobreza e a desigualdade social colocam milhares de jovens em si-tuação vulnerável.

Segundo o sociólogo Antônio Matheus de Carvalho Soares, pro-fessor da UNEB (Universidade do Estado da Bahia), as condições eco-nômicas e situações de miserabili-dade são consideradas agressões à vida do jovem. Muitos jovens aca-bam entrando para o mundo do cri-me e tornam-se vítimas fáceis da violência.

Segundo o sociólogo, a violên-cia pode ser construída como um produto da desigualdade social e da exclusão, fazendo com que os jo-vens cometam infrações.

A juventude vive assustada em uma sociedade que muitas vezes a rejeita, negando emprego, escola, saúde e oportunidades.

Israel cresceu em meio à violência e à vida difícil da periferia da cidade de Cuiabá. O pai era violento com a mãe e irmãos. Aos 14 anos, conhece um grupo de garotos do seu bairro. O jovem precisava ser aceito e respeitado. Come-te pequenos furtos e roubos em mercados do bairro onde morava. Não demorou muito para começar o consumo de álcool e drogas.

Dos pequenos e bem sucedidos furtos vem o convite para o assalto a uma loja. O grupo planejou o assalto e Israel foi escalado para agir como o motorista. A ação bem sucedida aumentou a ousadia do adolescente, que com-prou um revólver. A arma foi usada para come-ter um homicídio de um jovem da mesma idade de Israel. O garoto acabou preso para respon-der pelo crime de homicídio, furto e porte ilegal de arma de fogo.

Em 2000, Israel foi levado para o presídio do Pascoal Ramos, em Cuiabá. E assim que atingiu a maioridade foi transferido para o Carumbé, presídio de segurança máxima localizado em Santo Antônio de Leverger, a 40 km da capital. Um ano após a prisão, o jovem recebe a notícia de que havia sido preso por um crime que não cometeu. O autor do homicídio e dono da arma que Israel havia comprado foi identificado pela polícia. O jovem acabou respondendo em liber-dade pelos furtos e outros roubos cometidos.

Israel, que ganharia a liberdade, não conse-guiu sair na data prevista porque a promotora responsável pelo caso não compareceu à pe-nitenciária. À noite, um acerto de contas entre detentos gerou rebelião. Isarel e outros seis presos foram feitos reféns. O jovem acabou morto a golpe de chuço (arma artesanal con-feccionada com pedaços de ferro). Os outros seis detentos que foram feitos reféns morreram todos carbonizados.

jovens infratores

o FIMe o PRINCÍPIO

por Aline Oliveira Barbosa

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A VIOLÊNCIA CONTRA O JOVEM NO BRASIL

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destaque jovem

O jovem Willian Alves Maia, 16, morador da cidade de Santa Rita do Araguaia, filho de Maria Rosa Maia, e estudante na escola Alfre-do Nasser, tem muitos objetivos para a sua vida. Ele é um jovem engajado nas questões sociais da cidade.

Willian apresentou um projeto socioeducacional voltado para a juventude de Santa Rita do Ara-guaia. A ideia do jovem foi votada e escolhida durante conferência municipal para discutir direitos de crianças e adolescentes.

Uma das propostas de Willian foi a construção do centro espor-tivo para incentivar os jovens a praticarem esportes. O estímulo pode garantir a formação de atle-tas para representar a cidade de Santa Rita em competições es-portivas.

A sugestão do jovem foi en-viada para Goiânia e, se escolhi-da, será discutida em Brasília na Conferência Nacional dos Direi-tos da Criança e do Adolescente. Na entrevista a Se Liga, ele fala dessa experiência e mostra como a participação política é impor-tante para garantir a cidadania de crianças, adolescentes e jovens.

Gostaríamos que falasse um pou-co da experiência em apresentar projetos para melhorar a vida da juventude na cidade durante a Conferência Muncipal dos Direi-tos da Criança e do Adolescente.Não fui só eu que participei, tive-ram outros jovens que apresen-taram propostas. Os projetos que não foram aprovados também eram bons e iriam beneficiar todos nós. Eu apresentei o projeto da quadra

esportiva, isso vai beneficiar mui-ta gente. É a criação de um centro esportivo para a prática de todos os esportes que englobam toda a juventude e a sociedade, podendo reduzir o número de envolvimento com as drogas bebidas e também com a criminalidade.

O que representa para você par-ticipar e sugerir projetos para a juventude?Na minha vida já é um grande desa-fio e conquista, porque nunca ima-ginei que eu iria fazer um projeto desses. Eu nunca pensei que iria para um fórum representar a cidade de Santa Rita do Araguaia. Isso me realiza muito, me sinto feliz.

Willian, você tem recebido apoio do poder público e da sociedade?Do poder público ainda não, nem da sociedade. Acho que ainda não recebi apoio porque ninguém sabe direito o que eu estou fazendo, mas penso que na hora que todos fica-rem sabendo vão apoiar. Mas eu recebi muito elogio das pessoas da prefeitura e dos meus colegas. No dia da conferencia municipal, todos me elogiaram bastante. Falta essa iniciativa de apoiar as ideias dos jo-vens por parte dos governantes e da população.

Como funciona o processo de se-leção das propostas?Primeiro, a gente concorre aqui em âmbito municipal, depois vai para o estadual e, se for classificado, em seguida vai apresentar os melhores

em Brasília, que é ponto máximo, e só as melhores vão ganhar.

Para você os jovens estão engaja-dos com a sociedade em projetos sociais ou não?Acho que ainda têm alguns jovens que lutam por alguma coisa. Mas a grande maioria não quer saber dis-so não.. Por exemplo, lembra o que aconteceu com o Collor (Fernando Collor, ex-presidente)? Os jovens foram para as ruas e lutaram para tirá-lo da presidência. Apesar de que hoje há tanta corrupção e a gen-te quase não vê manifestação por parte dos jovens. Quando há, é bem pequena, sem muita expressão.

Para você, Willian, quem é res-ponsável por essa ausência dos jovens nesse engajamento com a sociedade e seus problemas?Podemos falar que é tudo. As famí-lias, muitas vezes, não gostam de falar dessas coisas, acham que não é preciso falar de política e de ques-tões sociais. E a escola quase não fala de política e se esquece de que tudo está envolvido na política.

Você pensa em se engajar na polí-tica partidária, em se candidatar a algum cargo público?Sim. É algo que eu almejo, mas só bem pra frente, agora quero me pre-parar melhor. Penso que a política aqui em Santa Rita ainda está meio fraca. Porque alguns vereadores le-vam proposta que muitas vezes não tem tanta importância, mas deixam de lado o que é essencial.

CIDADANIAtambém é para JOVEM

por Neide Mariano de Freitas

destaque jovem

AGROROCKo rock do interior

Phobia é o nome da banda de Rock de Alto Araguaia formada por Marcos, 19, contra baixo e vo-cal; Paulo Henrique, 14, guitarra solo; e seus amigos Raul, 25, gui-tarrista; e Uanderson, 27, bateris-ta. Em conversa com Se Liga, Mar-cos e Paulo Henrique falam sobre como foi montar uma banda e apresentam alguns pensamentos sobre a juventude.

Quando se iniciou o projeto de montar a Phobia?Marcos: Eu era integrante de uma outra banda que não tinha dado certo e sempre fui apaixonado por música. Então resolvi montar outra e convidar os meus amigos Paulo, Raul e Uanderson. No total, a ban-da possui uma formação de quatro integrantes. É um projeto novo e te-mos algumas composições que ain-da não foram finalizadas, mas todas no segmento de Rock Metal, sendo a vertende que todos mais aprecia-mos no Rock .

Após a finalização das composi-ções, qual será o proximo passo da banda?Marcos: Pretendemos gravar uma demo que funcionará como uma espécie de portfólio para a banda e jogar o resultado nas redes sociais, para divulgar o nosso trabalho, mas

isso após o processo de composição finalizado .

Como as influências musicais de cada um está sendo importante para a formação da banda ? Marcos: Acredito que o Rock aju-dou cada um de nós, que cresceu escutando, a construir uma conci-ência politizada da sociedade em que vivemos, já que a maioria das bandas possui letras que retratam a sociedade, usando a política e cida-dania como temáticas para as letras das músicas. Todos na banda curtem rock, então para a formação da banda não hou-ve divergências. Pelo contrário, na hora de escrever as composições há uma interação de todos, pois cada um tem suas influências que aju-dam a enriquecer as letras .

Sobre a produção das composi-ções, qual é a mensagem que vcs querem passar para o seu públi-co?Paulo: Não sei ao certo ainda, por-que no momento estamos compon-do e sempre surgem ideias novas que cada integrante da banda tem de última hora. Mas uma coisa é certa: nas letras tem que ter os nos-sos sentimentos, nossas emoções, e a nossa paixão pela música é o que move a nossa banda.

Revoluçoes são temas constantes

de bandas de rock. Vocês, como apreciadores desse estilo musical, o que acham dessa nova era em que as revoluções são feitas atra-vés de marchas e páginas do Fa-cebook?Marcos: Então, não é de hoje que existe marcha. Isso é uma coisa meio utópica, que nunca resolveu e nem vai resolver nada, no meu pon-to de vista. É uma forma de protesto que não tem mais sentido e existe desde a época dos nossos avós e nossos pais.

A temática dessa edição da Se Liga é sobre Cidadania. Como músicos e fornencendo cultura para o público jovem local, como a administração pública das cida-des de Alto Araguaia e Santa Rita do Araguaia, no ponto de vista de vocês, pondem levar cultura ao jovem?Marcos: Quem sabe promovendo eventos, é o que falta na nossa co-munidade: incentivar a diversida-de. Nem todo mundo que mora no interior escuta sertanejo, mas infe-lizmente é o que é oferecido a nós. Promover cultura diversificada é do que precisamos. Paulo: Incentivar os jovens a pra-ticar esportes alternativos como, por exemplo, a andar de skate. Nós temos uma pista de skate, eles po-deria investir nela, investir naquilo que o jovem gosta.@ @

28 29Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012 Se Lig@ Edição 2 Ano 2 Novembro_2012

por Aline Oliveira Barbosawww.google.com.br

Foto: Neide M

ariano de Freitas

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quem fez a revistaA revista Se Liga, Ed. N°02, foi produzida pelos acadêmicos do curso de jornalismo da UNEMAT de Alto Araguaia, entre os 7° e 8° semestres e teve como apoio os professores Antônio Carlos Sardinha, Thiago Cury Luiz e

Reportagem sobre os direitos da juventude“A juventude teve um papel importante na conquista da maioria dos nossos direitos e na ga-rantia de uma sociedade democrática. Fico feliz em saber que essa luta continua e que novas conquistas estão acontecendo, como é o caso da aprovação do Estatuto da Juventude. Espero que a classe política dê mais atenção à juventude, pois é ela que construirá os próximos capí-tulos da história do país”

João José [email protected]

Reportagem sobre violência contra os jovens“Antes da reportagem não enxergava que toda essa violência virava consequência para vida toda de um jovem. Como por exemplo, um jovem ao ser violentado quando criança se torna-ria um agressor quando adulto. Torço para que a sociedade compreenda que a violência não é solução para nada, e sim, na maioria dos casos, o começo de grandes problemas”

Aline Oliveira [email protected]

Reportagem sobre o primeiro emprego“Em meio às histórias que ouvi uma em especial chamou a minha atenção. Foi a de um jo-vem de 15 anos que disse “meus pais moram no sitio e eu estou estudando com o intuito de trazer eles para morar na cidade”. Essa história me comoveu, por me deparar com um jovem que apesar da idade, pensa como adulto. Fazer uma reportagem com os jovens me fez conhe-cer o quanto esses são responsáveis com a família e a sociedade”.

Casimiro Ríos Garcí[email protected]

Reportagem sobre a importância do voto“O voto é a única arma que um cidadão dispõe para mudar a história da sua cidade. Espero que essa reportagem possa ajudar as pessoas a compreender que o voto é mais do que um dever, é um direito. E gostei de saber que apesar das decepções existem jovens que acredi-tam na política e esse é o caminho para que as coisas mudem”.

Wanderléia Pereira da Silvawanderlé[email protected]

Reportagem sobre a educação na zona rural“A educação é transformadora, somente ela é capaz de mudar uma nação e me entristece sa-ber que a zona rural encontra-se esquecida, dependente das escolas da cidade, o que ocasiona na ida de jovens cansados para sala de aula. O jovem que mora no campo tem os mesmos direitos do jovem da cidade, mas vejo que, por enquanto, essa ideia encontra-se só na teoria, porque esses meninos estão esquecidos, pois por ser a minoria são vistos como números, quando deveriam ser vistos como gente”

Neide Mariano de Freitas [email protected]

Cássia Regina Tomanin. Neste espaço, os re-pórteres dessa edição deixam o seu recado sobre o que a produção da edição Cidadania do projeto revista Se Liga provocou em suas vidas. @

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interagindo

reportagem premiada

comente a revista

concurso culturalEscreva uma frase dando uma sugestão de como ajudar a preservar o meio ambiente. Mande para [email protected] e con-corra a um exemplar do livro “Água para Ele-fantes”, de Sara Gruen. Não se esqueça de co-locar o seu nome, a sua idade, a série em que estuda, o nome da escola, da cidade e um te-lefone para contato. O concurso vale até 15 de dezembro.

O que você mais gostou na revista? Em que você discorda? O que faltou? O que você quer ver no próximo exemplar?Pelo blog da revista e por e-mail, mande as suas sugestões, comente essa edição. Partici-pe. Você é o grande parceiro da Se Liga!

A reportagem “Beber, cair, levantar” foi a grande vencedora do prêmio Expocom Cen-tro Oeste 2012, na categoria jornalismo opi-nativo. O evento ocorreu no mês de junho em Campo Grande-MS. Esse prêmio é considera-do o mais importante para estudantes de jor-nalismo. A revista Se Liga dedica essa pre-miação a todos que fazem parte da equipe e a você, leitor, que fez esse projeto possível.

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