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1 fevereiro 2016 1ª edição MentaLx A NEWSLETTER DA ÁREA DE PEDOPSIQUIATRIA DO HOSPITAL DONA ESTEFÂNIA CHLC, EPE

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A newsletter da Área de Pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia - CHLC, EPE

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Page 1: MentaLx 1ª Edição

1

fevereiro 2016 1ª edição

MentaLx

A NEWSLETTER DA ÁREA DE PEDOPSIQUIATRIA DO HOSPITAL DONA ESTEFÂNIA – CHLC, EPE

Page 2: MentaLx 1ª Edição

2

Hospital Dona Estefânia Área de Pedopsiquiatria

CONTACTO Área de Pedopsiquiatria Hospital Dona Estefânia CHLC, EPE Rua Jacinta Marto 1169-045 Lisboa MENTALX www.issuu.com/mentalx

[email protected] FICHA TÉCNICA Direção: Augusto Carreira Direção editorial: Rita Rapazote Corpo redatorial: Ana Prata, Ivo Peixoto, Lurdes Simeão, Rita Rapazote, Susana Pereira Nº 1, FEVEREIRO DE 2016 CAPA Pintura: “Flores”, Juan Sánchez Fotografia: André Maravilha

Bem-vindos ao espaço da recém-criada newsletter da Área de Pedopsiquiatria do HDE-CHLC! O desafio foi lançado pelo Dr. Augusto Carreira, e o que se seguiu foram várias semanas de entusiasmo, que culminaram nesta 1º edição do MentaLx. Queremos que seja um espaço de todos e um reflexo do tanto que nos liga. Até já!

Nesta edição…

Quem e onde?.…………………………………….. 4 Organograma da Área de Pedopsiquiatria Grande entrevista - Dr. Augusto Carreira ……...6 Grandes respostas a grandes perguntas Está a acontecer… na UPI……………………...…10 Em cada edição, um projeto de cada equipa Estrangeirismos……………………………………...11 Estágios no estrangeiro: quem foi, está ou vai New staff……………………………………………...12 Novos elementos da Área de Pedopsiquiatria Psicoestimulantes…………………………………...13 Sugestões: livro, artigo, TV e links Short stories…………………………………………..14 “Conte-nos algo sobre si que a maioria das pessoas não saiba”

Page 3: MentaLx 1ª Edição

3

Palavras cruzadas Soluções na

próxima edição!

Vox pop………………………………………………14 O que dizem de nós e dos nossos Sinestesias……………………………………………15 Metáforas e Pedopsiquiatria Aconteceu cá, aconteceu lá…………………….16 Eventos relevantes, cá dentro e lá fora Humor SOE……………………………………………16 Nesta edição: Psicopatos Projeções……………………………………………..17 Cursos, congressos e prazos importantes Palavras cruzadas…………………………………..18 Quebra-cabeças (pedopsiquiátrico)

Page 4: MentaLx 1ª Edição

4

QUEM E ONDE?

DIREÇÃO Augusto Carreira, Diretor

Manuela Almeida, Administradora António Nabais, Enfermeiro Coordenador/Enfermeiro Chefe

UNIDADE DA PRIMEIRA INFÂNCIA Pedro Caldeira da Silva, CE/AGS

Carla Pardilhão, AH Rita Rapazote, AH

Mª João Nascimento, EE Lília Carvalho, EE

Sílvia Catarino, AS Susana Pereira, TO

Madalena Gomes, Psi Ana Bessam, AT

Alexandra Neves, AO

CLÍNICA DA ENCARNAÇÃO João Beirão, CE/AH Juan Sanchez, AHG Lídia Pocinho, AHG Fátima Gomes, EE

Isabel Marques Santos, TF Mário Santos, Psi

Manuela Santos, Psi Maria João Pena, Psi Margarida Quina, Psi

Eduarda Sousa, Pr João Costa, Pr/PM Sílvia Catarino, AS Cátia Oliveira, AT Noémia Silva, AO

Ermelinda Gonçalves, AO

CLÍNICA DO PARQUE Cristina Marques, CE/AGS

Magda Mendo Jorge, AHG Sílvia Pimenta, AH Arlete Correia, EE

Isabel Margarida Pereira, Psi Inês Pina Cabral, Psi

Ana Paula Vicente, AS Rita Vieira, AT

Adelina Bandola, AO Ermelinda Sousa, AO

HOSPITAL DE DIA DA INFÂNCIA

Arlete Correia, Co/EE Ricardo Rodrigues, EE*

Susana Pereira, TO* Luísa Costa, PM*

Ana Cristina Camarão, AO*

CLÍNICA DA JUVENTUDE António Matos, CE/AGS

Paula Vilariça, AHG Neide Urbano, AH

Henrique Pereira, AH Fernanda Pedro, EE Manuela Santos, Psi

Satya Sousa, Psi Carla Silva, AS

Luísa Barroso, AT Lara Gomes, AO

Ermelinda Sousa, AO

HOSPITAL DE DIA DA JUVENTUDE António Matos, Co/AGS

Paula Vaz, EE** João Marques, EE** Luísa Costa, PM**

Francisca Órfão, TO** Lucinda Rodrigues, AO**

SECRETARIADO Cláudio Filipe Coelho, AT

Nuno Leão, AO

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5

AH – Assistente Hospitalar EE – Enfermeiro Especialista AHG - Assistente Hospitalar Graduado Enf – Enfermeiro AGS – Assistente Graduado Sénior PM – Psicomotricista AO – Assistente Operacional Pr – Professor AS – Assistente Social Psi – Psicólogo AT – Assistente Técnico TF – Terapeuta da Fala CE – Chefe de Equipa TO – Terapeuta Ocupacional Co – Coordenador HDia *** Colabora com a Cl. Encarnação * Colabora com a Cl. Parque **** Colabora com o HD Infância ** Colabora com a Cl. Juventude

UNIDADE DE INTERNAMENTO EQUIPA DE LIGAÇÃO

Margarida Marques, CE/AHG Joana Afonso, AHG

Maria Antónia Silva, AHG Cláudia Calças, EE

André Maravilha, EE*** António Penedo, EE

Beatriz Pires, Enf Carla Quaresma, Enf Catarina Alves, EE*** Graciano Martins, EE Joana Cardoso, Enf Luciana Lima, EE*** Lurdes Simeão, EE

Margarida Pereira, EE**** Manuela Vidal, EE Susana Correia, EE Vanessa Lages, EE Joana Pombo, Psi Satya Sousa, Psi

Francisca Órfão, TO Rita Palma, PM Pedro Filipe, AT

Alice do Vale, AO Ana Isabel Vilela, AO

Ana Paula Amieiro, AO Carlos Cruz, AO

Mª de Fátima Vitória, AO Milton Cruz, AO

Nuno Teixeira, AO Raúl Alves, AO Sofia Lima, AO

MÉDICOS INTERNOS DE PEDOPSIQUIATRIA

Tânia Duque Viktoria Mandrik

Rebeca Monte Alto Ana Barata

Cátia Almeida Catarina Santos Rita Rodrigues Helena Afonso Andreia Araújo

Cátia Santos Cláudia Cabido

Rebeca Cifuentes Berta Ferreira

Pedro Dias Ana Moreira

Ana Prata Mafalda Martins

Rita Gameiro Ilda Moreira Ivo Peixoto Joana Reis

Francisca Vieira Mariana Farinha

Rita Ganhoto Luísa Queiroga Frederica Vian

Maria Castello Branco Raíssa Rodrigues

Sandra Leal Rute Moura

Catarina D. Santos Cátia Felgueiras Cláudia Cano Sandra Pires

Sara Pires

Page 6: MentaLx 1ª Edição

6

GRANDE ENTREVISTA DR. AUGUSTO CARREIRA POR: SUSANA PEREIRA

Como e quando surgiu a ideia de criar uma newsletter da Área da Pedopsiquiatria? A newsletter é uma ideia que me acompanha desde que comecei a exercer as funções de Diretor. Quando surgiram condições, pela contratação de mais profissionais, ganhou forma. Um desses novos elementos foi a Dr.ª Rita Rapazote, que tem bastante interesse na partilha de informações entre profissionais, como se refletiu na criação do PROP. Foi nomeada a responsável pela criação deste projeto, ficando encarregue de escolher os colaboradores. Quais as vantagens que vê na criação de uma newsletter? A Área de Pedopsiquiatria tem cerca de 130 profissionais, dispersos geograficamente pela cidade de Lisboa. Ao longo destes anos funcionou muito numa lógica compartimentada. Por um lado, cada equipa tem uma grande identidade, mas por outro há dificuldade em partilhar experiências, em comunicar entre si, o que me parecia uma falha importante. Pretende-se assim aproximar mais as pessoas e tornar a comunicação entre as equipas mais fácil. As equipas estão coesas com identidade própria, mas é importante que sintam que pertencem a um todo. Pegando na sua ideia de aproximação das equipas e da partilha de conhecimento, recordo a realização das Primeiras Jornadas de Pedopsiquiatria do CHLC, realizadas em

outubro de 2015. Que balanço faz deste acontecimento e qual o envolvimento das várias equipas nesta ideia? As jornadas foram mais uma ação para promover o conhecimento dos elementos das várias equipas. Para além da sua individualidade, existe um objetivo comum: a Pedopsiquiatria e a Saúde Mental. O balanço é extremamente positivo. Por um lado, pelo

enorme envolvimento que todos os profissionais tiveram nas jornadas, o que me deixou muito feliz. Por outro lado, do ponto de vista científico, de uma maneira geral as referências foram bastante elogiosas, o que atesta a qualidade e grande diferenciação do trabalho que se faz na

nossa Área. Ao longo dos anos, pela força da experiência daquilo que nos passaram os nossos mestres, do desejo de aprofundar os nossos conhecimentos e da importância que damos à formação, tornámo-nos numa Área de excelência. As jornadas foram reflexo disso. Sente que Pedopsiquiatria tem vindo a crescer nestes últimos anos? A Pedopsiquiatria tem vindo a ganhar cada vez mais importância socialmente. Passámos de uma especialidade onde éramos “tolerados” ou confundidos com uma subespecialidade da pediatria para uma especialidade indispensável e reconhecida como essencial para a sociedade, e isso é muito importante para todos os profissionais,

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7 mesmo de outras disciplinas, que connosco trabalham lado a lado. A nossa especialidade sempre contou com muitas disciplinas diferentes, e este conceito de multidisciplinaridade, que preservamos e que queremos continuar a cultivar, poderá ser até tema das próximas jornadas. Apesar de reconhecermos esta prática como fundamental, subsistem por vezes algumas dificuldades na articulação entre si, sobre a importância e o papel de cada uma, o que torna o tema merecedor de muita reflexão. Para que possa continuar a ser uma marca identitária da Pedopsiquiatria, temos de ter a coragem de refletir sobre este conceito e aprender a ultrapassar potenciais tensões que tantas vezes se refletem negativamente no nosso trabalho.

Existem várias transformações que têm ocorrido desde que tomou posse como Diretor. Há novos projetos para a Área de Pedopsiquiatria neste novo ano de 2016? Nós temos muitos projetos. Aliás, ideias não nos faltam! Não me estou a referir a mim concretamente, mas a toda a Direção da Área. Aproveitando todo o trabalho que foi feito no passado - pois acredito que o melhor resulta da acumulação da experiência do passado - havia outras coisas que nos pareciam importantes introduzir. Uma delas foi a reformulação profunda do internato médico. O internato de Pedopsiquiatria tem 1600 horas de formação por ano, com aulas teóricas e práticas, um currículo formativo praticamente adaptado às exigências de formação europeias. Mereceu um grande investimento da Área e conta com a colaboração de muitos especialistas da casa, mas também com diversas parcerias institucionais. Neste momento, aliás, está a ser transmitido via Skype para Coimbra, com a colaboração da Associação Nacional de Internos de Pedopsiquiatria (ANIPIA), o que nos deixa

muito satisfeitos. Outro grande investimento foi a renovação dos quadros de pessoal. Ainda estamos longe do ideal, mas foi possível admitir 5 novos pedopsiquiatras, uma terapeuta ocupacional, uma psicomotricista e mais uma estagiária profissional de psicomotricidade. A nossa Área não precisa de máquinas que custam milhões de euros como outras especialidades, precisa de pessoas, são elas o nosso material de trabalho. Foi esta a mensagem que tentámos passar para a tutela. Demos início também a alguns projetos inovadores como a musicoterapia ou a psicomotricidade no internamento. Temos também em curso mais de duas dezenas projetos de investigação, que a newsletter irá apresentar ao longo das várias edições. As equipas começaram também a organizar e

investigar determinadas áreas de diferenciação, aumentando assim o

seu conhecimento técnico. No que diz respeito ao que nós gostaríamos que acontecesse no futuro, uma delas é inevitável: aumentar a lotação do internamento. Temos 10 camas para mais de 4 milhões e 500 mil pessoas. É uma insuficiência gravíssima que tem de ser ultrapassada, corrigindo a ideia de que os jovens aos 16 anos podem ser internados em serviços de adultos com doença crónica e sem qualquer acompanhamento da Pedopsiquiatria.

O que acha então que pode ser feito para inverter estas insuficiências tão graves para as crianças e adolescentes? Uma delas é aumentar a nossa capacidade de resposta de internamento. Outra seria encontrar um espaço de colaboração entre psiquiatras e pedopsiquiatras que pudesse tratar as patologias do final da adolescência e de início da idade adulta. Sabemos que são absolutamente sobreponíveis nesta fase etária em muitos casos. É por isso importante uma compreensão e tratamento que tenha em conta a visão da Pedopsiquiatria e da Psiquiatria, pois este cruzamento fará

“A nossa área não precisa de máquinas (...), precisa de pessoas, são elas o nosso material de trabalho.”

Page 8: MentaLx 1ª Edição

8 certamente diferença. Temos desde agosto de 2015 o projeto aprovado para este espaço, o “Internamento 15-25”, assim como o plano de estruturação dos recursos humanos numa fase bastante avançada. Foi objeto de muito trabalho na Área, com bastante fundamentação teórica, até chegarmos ao projeto final. Entretanto, com a remodelação ministerial e do CA do CHLC, neste momento não sabemos o que vai acontecer.

Como gostaria que estivesse a Pedopsiquiatria em Portugal daqui a 10 anos? Bem, em relação à Pedopsiquiatria na nossa Área, gostava que estivéssemos menos dispersos. Gostava que a Unidade da Primeira Infância, a Unidade de Desenvolvimento do HDE e a Neuropediatria pudessem estar a trabalhar em conjunto para criar uma unidade de referência de desenvolvimento infantil, um sonho que não está assim tão longe de se concretizar. Os responsáveis das equipas em questão têm esse desejo, pelo que poderá estar a criar-se um embrião de uma unidade nova e pioneira. Gostaria também que no futuro pudéssemos estar mais próximos geograficamente - mantendo naturalmente a estrutura de cada equipa - pois atualmente esta dispersão dificulta a resolução das falhas, quer informáticas quer nas instalações, que há muito não têm qualquer reabilitação ou investimento. A nível nacional terá de se fazer uma grande transformação. É impensável que haja regiões como o Algarve ou o Alentejo sem pedopsiquiatras. Aliás existe uma grande área geográfica sem qualquer cobertura da saúde mental infantil. Gostaria que os internos do nosso departamento, que forma 2/3 dos futuros especialistas a nível nacional, pudessem começar a ir para as periferias, criando eles próprios equipas multidisciplinares nesses meios. Neste momento temos 30 internos, e esperamos nos próximos 5 anos receber mais 20. É um esforço de formação enorme, mas que tem sido sobejamente compensado pela

qualidade dos profissionais que daqui têm saído. Gostaria que eles se juntassem a outros profissionais, as tais equipas multidisciplinares que são a nossa marca de funcionamento, pois só assim é que se consegue trabalhar bem e que replicassem por esse Portugal fora este modelo.

A propósito da comemoração do centenário do aniversário de João dos Santos, o Dr. Augusto escreveu um texto que falava na “Força das Palavras”. Acredita que estes jovens internos de alguma maneira se inspiram em João dos Santos e que isso poderá influenciar a sua prática? Alguns sim, sem dúvida. Sabe que durante muito tempo, sobretudo na “escola” de Lisboa, se confundiu a Pedopsiquiatria com a psicanálise e com a psicopedagogia, fruto naturalmente dos que iniciaram esta especialidade em Portugal, quase todos psicanalistas ou com formação em psicanálise. João dos Santos foi talvez aquele cuja influência foi mais marcante. Mas muitos outros, que continuaram a sua obra e transmitiram os seus ideais e que foram os nossos primeiros Mestres. Hoje em dia já não é assim, porque a Pedopsiquiatria foi adquirindo

uma identidade própria, que integra distintas abordagens, entre as quais a psicanálise. Este distanciamento, em minha opinião, fez com que ambas ganhassem. A Pedopsiquiatria criou uma identidade própria e cada vez mais afirmativa, apanágio da idade adulta. Nós sabemos que só assim é possível estabelecer relações de parceria, em pé de igualdade e sem subserviência. Esta separação/individuação tornou possível um olhar sem desconfiança, sem reatividade, começando os jovens a dar verdadeira importância às palavras de João dos Santos. Eu quero acreditar que ele continuará a ser uma referência através das gerações.

“É impensável que haja regiões como o Algarve ou o Alentejo sem Pedopsiquiatras.”

Page 9: MentaLx 1ª Edição

9 Se pudesse fazer uma pergunta a João dos Santos, qual seria? Pergunta? Não sei. Gostava que pudéssemos ter uma discussão. Se ele pudesse viver na sociedade atual - com as pessoas mais centradas em si próprias, mais preocupadas com as satisfações do imediato do que propriamente com a transmissão de valores - como é que faria para passar a sua mensagem: de que as crianças continuam a ser o mais importante, não no sentido de um investimento narcísico ou do sucesso material, mas de um investimento nos valores humanistas que foram o centro das suas preocupações. Seria interessante ouvir as suas ideias.

Para finalizar, o que dizem os seus olhos? J Sabe, eu sou um otimista. Alguns dizem que também tenho qualquer coisa de ingénuo. Talvez… Mas quero continuar a acreditar nas pessoas, no que elas têm de melhor. Quero continuar a acreditar que é possível fazer cada vez mais e melhor, no nosso trabalho e nas nossas vidas. Quero acreditar que continuará a ser possível congregar esforços e vontades, para construir uma sociedade mais justa, mais tolerante e mais preocupada com as crianças. Não se pode trabalhar em Pedopsiquiatria e em Saúde Mental Infantil sem acreditar que o dia de amanhã será melhor, sem acreditar no futuro. É isso que os meus olhos dizem. n

PROJETOS DE INVESTIGAÇÃO A RECRUTAR COLABORADORES Impacto da intervenção nas Perturbações Regulatórias Luísa Queiroga Contacto: [email protected]

Quão diferente é a hospitalização de adolescentes em serviços de Psiquiatria e de Pedopsiquiatria? Ana Teresa Prata, Rita Rodrigues, Sara Pires Contacto: [email protected]

Continuidades e descontinuidades diagnósticas da infância para a adolescência Sandra Leal, Luísa Queiroga, Rute Moura, Joana Reis, Maria Castello Branco Contacto: [email protected]

Alterações do processamento sensorial e psicopatologia Joana Reis, Mariana Farinha, Rute Moura, Luísa Queiroga, Sandra Leal, Francisca Vieira, Maria Castello Branco, Tânia Duque Contacto: [email protected]

Estudo piloto de prevenção em saúde mental com crianças do primeiro ciclo do ensino básico António Nabais, Augusto Carreira, Daniel Virella, Arlete Correia, Ricardo Rodrigues, Cláudia Calças, Lurdes Simeão, Marta Alves Contacto: [email protected]

Page 10: MentaLx 1ª Edição

10

O Baby Talks é um projeto criado pela Unidade da Primeira Infância em 2015, que tem como objetivo a sensibilização de adolescentes para as temáticas da primeira infância e das boas práticas parentais.

Consiste numa sessão, com cerca de 45 minutos de duração, em que são abordados temas como o neurodesenvolvimento, a vinculação, as emoções e as competências dos bebés. E porque uma imagem vale mais do que mil palavras, muitos destes assuntos são ilustrados com fotografias e vídeos que arrancam exclamações e risos à audiência. No início e no fim das sessões todos os adolescentes respondem a um questionário acerca de crenças e mitos referentes às emoções, necessidades e desenvolvimento psicoafetivo dos bebés e à parentalidade. O objetivo desta avaliação é apurar o impacto e satisfação relativamente ao projeto Baby Talks nos adolescentes presentes. Os dados iniciais destes questionários foram já apresentados no XXVI Encontro da APPIA sob a forma de poster, e os resultados têm sido consistentes: após a sessão verifica-se uma melhoria do conhecimento geral sobre as necessidades do bebé e maior capacidade para identificar as suas emoções. O Baby Talks superou as expectativas da maioria destes adolescentes e, sem dúvida, superou as

nossas. A primeira edição aconteceu nos dias 9 e 10 de abril na Escola Secundária António Damásio, em Lisboa, para 160 alunos do 12º ano, e o feedback foi tão positivo que a experiência teve de ser repetida. Desde então, o Baby Talks já foi apresentado a 700 adolescentes e o objetivo é abranger todas as escolas secundárias do Concelho de Lisboa até ao fim deste ano letivo.

O que é que adolescentes do 12º ano têm a ver

com bebés? Tudo, dizem eles.

ESTÁ A ACONTECER… NA UPI

Por: Rita Rapazote

Unidade da Primeira Infância Hospital Dona Estefânia, CHLC EPE Diretor da Área de Pedopsiquiatria do CHLC Dr. Augusto Carreira

1Chefe de Serviço Hospitalar de Pedopsiquiatria do CHLC; 2Interno de Psiquiatria CHLN; 3Enfermeira Especialista em Psiquiatria e Saúde Mental do CHLC; 4Técnica do Serviço Social do CHLC; 5Interna de Pedopsiquiatria CHLC; 6Interna de Psiquiatria do CHA; 7Psicóloga Clínica do CHLC; 8Interna de Pediatria do CHA; 9Assistente Hospitalar de Pedopsiquiatria CHLC; 10Interna de Pedopsiquiatria do CHLO.

Introdução O Baby Talks é um projeto criado pela Unidade da Primeira Infância que tem como objetivo a sensibilização de adolescentes para as temáticas da primeira infância e das boas práticas parentais. Consiste numa apresentação que se realizou no dia 9 e se repetiu no dia 10 de Abril de 2015, na Escola Secundária António Damásio em Lisboa, para 160 alunos do 12º ano de escolaridade. No início e no fim das sessões todos os adolescentes responderam a um questionário acerca de crenças e mitos referentes às emoções, necessidades e desenvolvimento psicoafetivo dos bebés e à parentalidade, nesta faixa etária. O objetivo desta avaliação foi o de apurar o impacto e satisfação relativamente ao projecto Baby Talks nos adolescentes que estiveram presentes. Metodologia Foram distribuídos dois questionários, um no início (Quest. 1), outro no fim da sessão (Quest. 2). O questionário 1 incluía as questões: Assinalar que emoções um bebé de 12 meses não sente (Gráfico 1); Assinalar com verdadeiro e falso as seguintes afirmações (Gráfico 2): 2.1) É bom um bebé ficar alternadamente aos cuidados de avós paternos numa semana e dos avós maternos noutra, porque assim conhece a família toda; 2.2) Os brinquedos didáticos não são essenciais para o desenvolvimento do bebé; 2.3) O bebé deve frequentar a creche o mais cedo possível para ter estimulação adequada; 2.4) A televisão para bebés é uma grande vantagem dos nossos dias; 2.5) Não se deve deixar um bebé chorar sozinho; 2.6) Não se deve habituar o bebé ao colo porque mimo a mais, estraga; Para ti, qual a melhor idade para ter filhos?; Quantos filhos gostavas de ter? No questionário 2 repetiram-se as perguntas anteriores e acrescentaram-se as seguintes: Relativamente às tuas expetativas qual a tua opinião sobre esta sessão?; Esta sessão mudou a forma como entendes os bebés e porquê?; Que outros assuntos sobre bebés gostarias de ver discutidos?

Resultados N = 160 Estiveram presentes 160 adolescentes, 63,8% do sexo feminino e 33% do sexo masculino. A média de idades foi de 17.7, com idade mínima de 17 anos e máxima de 21 anos.

Caldeira da Silva P.1, Carmenates S.2, Carvalho L.3, Catarino S.4, Cifuentes R. ,5 Duque T. 5, Costa L. 6, Mesquita Reis J.5, Nascimento MJ.3, Pinto M. 8, Pinto Ferreira B. 5 , Paiva Gomes M.7, Queiroga L.5,

Teixeira R 10 Santos C.L. 5 , Santos C.C. 5, Rapazote R. 9,

Insegurança Indiferença

Desprezo

Zanga

Vergonha

Nojo

Medo

Ódio

Tédio

Desconforto

Ressentimento

Tristeza

Preocupação

Frustração

Desespero

Ciúme Culpa

Rivalidade Solidão

Injustiça

Inquietação

Saudade

Inveja

Ambivalência

Confiança

Orgulho

Empatia

Simpatia

Surpresa

Alegria

Espanto

Curiosidade

Amor Desejo

Questionário 1

Questionário 2

- Tanto antes como após a sessão, verificou-se um predomínio de reconhecimento de “emoções positivas”nos bebés. - As emoções menos identificadas nos bebés, antes e depois da apresentação, foram respectivamente “ressentimento”, “orgulho”, “ódio”; e “ressentimento”, “injustiça” e “culpa”. - Depois da sessão os jovens reconheceram mais as emoções “insegurança”, “preocupação”, “frustração” e “rivalidade” nos bebés. - Os rapazes identificam menos “culpa” e as raparigas menos “insegurança”.

Gráfico 1: Que emoções não sente um bebé de 12 meses?

- Verificou-se um conhecimento prévio razoável. - Observou-se um aumento geral de 26,5% de resposta corretas. - As crenças correspondentes às alíneas 1 e 6 mudaram após a sessão. - Não se observou efeito de mudança nas questões 2 e 5.

1 1%

48 30%

110 69%

Expetativas sobre a apresentação

decepcionou não correspondeu correspondeu superou

14 9%

145 91%

Mudou a forma como entendes os bebés?

não mudou mudou

Não mudou porque tinham Nº de respostas

Conhecimento prévio sobre bebés 6 Contacto regular com bebés 3 Outro 1 Não respondido 6

Mudou porque aprenderam acerca de Nº de respostas

Tudo (geral) 48 Sentimentos e emoções dos bebés 47 Cuidados e necessidades dos bebés 21 Relação e ambiente 9 Desenvolvimento dos bebés 5 Outros 4

27,52

2,54

27,54

2,50

0

5

10

15

20

25

30

Melhor idade para ter filhos Filhos que queres ter

O que pensas acerca de ter filhos?

Quest 1 Quest 2

Que outros assuntos sobre bebés gostarias ver discutidos? Educar/Cuidar/Criar/Relações pais e filhos 49 Desenvolvimento 12 Outros 19

Discussão e Conclusões O Baby Talks foi acolhido com grande recetividade pelos jovens, professores e escola, superando as expetativas da maioria dos adolescentes

--

A melhoria do conhecimento geral sobre as necessidades do bebé e a maior capacidade de identificar as suas emoções suportam a utilização deste programa para a sensibilização dos adolescentes para as temáticas da Primeira Infância e de boas práticas parentais;

- Não houve influência sobre os projetos pessoais relativos à idade de início da parentalidade e ao número de filhos desejados. - Dado o impacto e satisfação face ao projeto consideramos que é importante dar continuidade a este projeto, não só na sua a replicação, como no aprofundamento

de outras temáticas sugeridas pelos adolescentes

Contatos UPI:

[email protected]_saude.pt

218530733

40,3%

11,0%

28,6%

70,1%

64,9%

49,4%

95,0%

37,5% 40,6%

75,6%

82,5%

91,9%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1 2 3 4 5 6 Questões

Gráfico 2: Quantos alunos deram respostas corretas

Quest. 1

Quest. 2

BABYTalks

Unidade da Primeira Infância Hospital Dona Estefânia, CHLC EPE Diretor da Área de Pedopsiquiatria do CHLC Dr. Augusto Carreira

1Chefe de Serviço Hospitalar de Pedopsiquiatria do CHLC; 2Interno de Psiquiatria CHLN; 3Enfermeira Especialista em Psiquiatria e Saúde Mental do CHLC; 4Técnica do Serviço Social do CHLC; 5Interna de Pedopsiquiatria CHLC; 6Interna de Psiquiatria do CHA; 7Psicóloga Clínica do CHLC; 8Interna de Pediatria do CHA; 9Assistente Hospitalar de Pedopsiquiatria CHLC; 10Interna de Pedopsiquiatria do CHLO.

Introdução O Baby Talks é um projeto criado pela Unidade da Primeira Infância que tem como objetivo a sensibilização de adolescentes para as temáticas da primeira infância e das boas práticas parentais. Consiste numa apresentação que se realizou no dia 9 e se repetiu no dia 10 de Abril de 2015, na Escola Secundária António Damásio em Lisboa, para 160 alunos do 12º ano de escolaridade. No início e no fim das sessões todos os adolescentes responderam a um questionário acerca de crenças e mitos referentes às emoções, necessidades e desenvolvimento psicoafetivo dos bebés e à parentalidade, nesta faixa etária. O objetivo desta avaliação foi o de apurar o impacto e satisfação relativamente ao projecto Baby Talks nos adolescentes que estiveram presentes. Metodologia Foram distribuídos dois questionários, um no início (Quest. 1), outro no fim da sessão (Quest. 2). O questionário 1 incluía as questões: Assinalar que emoções um bebé de 12 meses não sente (Gráfico 1); Assinalar com verdadeiro e falso as seguintes afirmações (Gráfico 2): 2.1) É bom um bebé ficar alternadamente aos cuidados de avós paternos numa semana e dos avós maternos noutra, porque assim conhece a família toda; 2.2) Os brinquedos didáticos não são essenciais para o desenvolvimento do bebé; 2.3) O bebé deve frequentar a creche o mais cedo possível para ter estimulação adequada; 2.4) A televisão para bebés é uma grande vantagem dos nossos dias; 2.5) Não se deve deixar um bebé chorar sozinho; 2.6) Não se deve habituar o bebé ao colo porque mimo a mais, estraga; Para ti, qual a melhor idade para ter filhos?; Quantos filhos gostavas de ter? No questionário 2 repetiram-se as perguntas anteriores e acrescentaram-se as seguintes: Relativamente às tuas expetativas qual a tua opinião sobre esta sessão?; Esta sessão mudou a forma como entendes os bebés e porquê?; Que outros assuntos sobre bebés gostarias de ver discutidos?

Resultados N = 160 Estiveram presentes 160 adolescentes, 63,8% do sexo feminino e 33% do sexo masculino. A média de idades foi de 17.7, com idade mínima de 17 anos e máxima de 21 anos.

Caldeira da Silva P.1, Carmenates S.2, Carvalho L.3, Catarino S.4, Cifuentes R. ,5 Duque T. 5, Costa L. 6, Mesquita Reis J.5, Nascimento MJ.3, Pinto M. 8, Pinto Ferreira B. 5 , Paiva Gomes M.7, Queiroga L.5,

Teixeira R 10 Santos C.L. 5 , Santos C.C. 5, Rapazote R. 9,

Insegurança Indiferença

Desprezo

Zanga

Vergonha

Nojo

Medo

Ódio

Tédio

Desconforto

Ressentimento

Tristeza

Preocupação

Frustração

Desespero

Ciúme Culpa

Rivalidade Solidão

Injustiça

Inquietação

Saudade

Inveja

Ambivalência

Confiança

Orgulho

Empatia

Simpatia

Surpresa

Alegria

Espanto

Curiosidade

Amor Desejo

Questionário 1

Questionário 2

- Tanto antes como após a sessão, verificou-se um predomínio de reconhecimento de “emoções positivas”nos bebés. - As emoções menos identificadas nos bebés, antes e depois da apresentação, foram respectivamente “ressentimento”, “orgulho”, “ódio”; e “ressentimento”, “injustiça” e “culpa”. - Depois da sessão os jovens reconheceram mais as emoções “insegurança”, “preocupação”, “frustração” e “rivalidade” nos bebés. - Os rapazes identificam menos “culpa” e as raparigas menos “insegurança”.

Gráfico 1: Que emoções não sente um bebé de 12 meses?

- Verificou-se um conhecimento prévio razoável. - Observou-se um aumento geral de 26,5% de resposta corretas. - As crenças correspondentes às alíneas 1 e 6 mudaram após a sessão. - Não se observou efeito de mudança nas questões 2 e 5.

1 1%

48 30%

110 69%

Expetativas sobre a apresentação

decepcionou não correspondeu correspondeu superou

14 9%

145 91%

Mudou a forma como entendes os bebés?

não mudou mudou

Não mudou porque tinham Nº de respostas

Conhecimento prévio sobre bebés 6 Contacto regular com bebés 3 Outro 1 Não respondido 6

Mudou porque aprenderam acerca de Nº de respostas

Tudo (geral) 48 Sentimentos e emoções dos bebés 47 Cuidados e necessidades dos bebés 21 Relação e ambiente 9 Desenvolvimento dos bebés 5 Outros 4

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2,54

27,54

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0

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15

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30

Melhor idade para ter filhos Filhos que queres ter

O que pensas acerca de ter filhos?

Quest 1 Quest 2

Que outros assuntos sobre bebés gostarias ver discutidos? Educar/Cuidar/Criar/Relações pais e filhos 49 Desenvolvimento 12 Outros 19

Discussão e Conclusões O Baby Talks foi acolhido com grande recetividade pelos jovens, professores e escola, superando as expetativas da maioria dos adolescentes

--

A melhoria do conhecimento geral sobre as necessidades do bebé e a maior capacidade de identificar as suas emoções suportam a utilização deste programa para a sensibilização dos adolescentes para as temáticas da Primeira Infância e de boas práticas parentais;

- Não houve influência sobre os projetos pessoais relativos à idade de início da parentalidade e ao número de filhos desejados. - Dado o impacto e satisfação face ao projeto consideramos que é importante dar continuidade a este projeto, não só na sua a replicação, como no aprofundamento

de outras temáticas sugeridas pelos adolescentes

Contatos UPI:

[email protected]_saude.pt

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Gráfico 2: Quantos alunos deram respostas corretas

Quest. 1

Quest. 2

BABYTalksUse este QR code para assistir ao video do Baby Talks

Sessão apresentada pelo Dr. Pedro Caldeira da Silva na Escola Secundária António Damásio, no dia 27 de janeiro.

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ESTRΔNGEIR ISMΘS

Quem foi Cátia Santos – Programa DEPART, Centre Hospitalier Universitaire Vaudois, Lausanne (Estágio de Comportamentos Aditivos) Rita Ganhoto – Unidade de Dia, Grupo de observação e auxílio ao diagnóstico, Consulta de Maternidade/Perinatalidade, Hospital Neckers Enfants Malades, Paris (Estágio de Pedopsiquiatria)

Quem está Ana Teresa Prata – Unidad de Psiquiatría de Adultos/Unidad de Conductas Adictivas, Hospital Vall d’Hebron, Barcelona (Estágio de Psiquiatria e Comportamentos Aditivos) Catarina Santos – Snowsfields Adolescent Unit, Maudsley Hospital, Londres (Estágio de Internamento)

Quem vai Helena Afonso – Servei de Psiquiatria i Psicologia Infantil i Juvenil, Hospital Clinic, Barcelona, (Estágio de Adolescentes) Joana Reis – Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – USP, São Paulo (Estágio de Psiquiatria)

No último trimestre de 2015 realizei o estágio de Comportamentos Aditivos do Internato Complementar de Psiquiatria da Infância e Adolescência. Escolhi fazê-lo no CHUV - Centre Hospitalier Universitaire Vaudois - em Lausanne, na Suíça, mais concretamente no programa DEPART. Foram vários os motivos que me levaram a fazer esta escolha - por um lado, a vontade de adquirir conhecimentos na área das Dependências numa unidade dirigida a adolescentes (dos 12 aos 20 anos); por outro, conhecer diferentes formas de exercer Pedopsiquiatria e perceber como seria viver e ser Pedopsiquiatra na Suíça. A chegada foi surpreendente: ouvia a Língua Portuguesa um pouco por todo o lado! Ao longo do estágio e da minha estadia fui percebendo que eram consideráveis as diferenças, nomeadamente no sistema de saúde, na organização do internato da especialidade, na abordagem prática quotidiana dos casos clínicos e, claro, na cultura, na paisagem (deslumbrante), etc.. No final, uma grande vontade de regressar a Portugal, mas com saudades deixadas por um país e por pessoas que tornaram esta experiência muito mais do que uma visita à terra do chocolate. Se quiserem, conto-vos melhor como foi...n

DEPENDÊNCIAS – DO CHOCOLATE A MAIS ALÉM... CÁTIA SANTOS MÉDICA INTERNA DE PEDOPSIQUIATRIA

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NEW STAFF (BEM-VINDAS! J)

Médicas Internas de Pedopsiquiatria

Cláudia Cano, 25 anos, Beja Sandra Pires, 27 anos, Lisboa Catarina Dias Santos, 26 anos, Covilhã

Cátia Felgueiras, 27 anos, Felgueiras Sara Pires, 25 anos, Bragança

Enfermeira Psicomotricista Terapeuta Ocupacional

Joana Cardoso, 27 anos, Lisboa Rita Palma, 23 anos, Lagoa Francisca Órfão, 24 anos, Funchal

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PSIC¤ESTIMULANTES

LIVRO

Moderators and Mediators of Youth Treatment Outcomes Marija Maric, Pier J.M. Prins, e Thomas H. Ollendick Oxford, 2015 O primeiro livro a abordar os tópicos de moderação e mediação dos outcomes dos tratamentos em crianças e adolescentes. Oferece uma revisão da aplicação destes elementos aos tratamentos empiricamente validados nas principais formas de psicopatologia, bem como orientações sobre os projetos terapêuticos.

ARTIGO ESCAP Expert Article: Borderline personality disorder in adolescence: An expert research review with implications for clinical practice, Peter Fonagy; Mario Speranza; Patrick Luyten; Michael Kaess; Christel Hessels; Martin Bohus; Eur Child Adolesc Psychiatry (2015) 24:1307–1320 Este artigo oferece uma revisão das evidências atuais no diagnóstico, comorbilidades, fenomenologia e tratamento da perturbação de personalidade emergente em adolescentes. Peter Fonagy disponibilizou a sua apresentação sobre esta temática no congresso da ESCAP de 2015 em Madrid - disponível aqui.

TV Fora da Caixa Alberta Marques Fernandes conversa com a psicoterapeuta Isabel Leal e o terapeuta familiar Manuel Peixoto num programa sobre relações pessoais, dificuldades, exigências, tendências e caminhos a seguir. Episódios disponíveis aqui. \

LINKS MindEd O MindEd é uma plataforma online que oferece educação gratuita e de livre acesso sobre mais de 300 tópicos sobre saúde mental infantojuvenil. O seu objetivo é apresentar informação e diretrizes claras, em formato e-learning. Espreite alguns dos conteúdos aqui.

The European Monitoring Centre for Drugs and Drug Addiction (EMCDDA) Drug profiles. Perfis de drogas de abuso e substâncias psicoativas, disponíveis aqui.

A Razão pela qual a “Androginia Psicológica” é essencial para a Criatividade “Indivíduos criativos têm maior probabilidade de apresentar características do seu género, bem como do género oposto também”. Saiba porquê neste artigo do blog Brain Pickings.

A Maleabilidade do Cérebro da Criança Veja a palestra do neurocientista Takao Hensch, da Universidade de Harvard, sobre a modelagem dos circuitos neuronais pelas experiências precoces.

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SHORT STORIES PEDRO FILIPE ASSISTENTE TÉCNICO (UNIDADE DE INTERNAMENTO/EQUIPA DE LIGAÇÃO)

“EM 1996 (...) ORGANIZÁMOS O 1º FESTIVAL NACIONAL DE PAPAGAIOS...”

“Em 1995 entrei como monitor para um grupo de jovens chamado Jovem a Jovem da Junta de Freguesia de Belém, no âmbito do Projeto Contigo vais longe. Todos os sábados reuníamos para fazer várias atividades como passeios e jogos. Uma das atividades que fazia com os jovens era com papagaios, e dentro destes havia três vertentes: papagaios estáticos, papagaios acrobáticos e papagaios de tração. Construíamos papagaios estáticos e fazíamos alguns workshops sobre construção dos mesmos. Em 1996, juntamente com o Gil Teatro, organizámos o 1º Festival Nacional de Papagaios na praia dos Moinhos em Alcochete, o qual integrava várias provas de voo sincronizado, Freestyle e exposição/voo de papagaios estáticos de grande dimensão. Até 2007 participei ativamente nos Festivais Anuais de Papagaios e em 2004 integrei a comissão organizadora do 1º Festival de Papagaios no Faial. Pude ainda através desta paixão participar, em 1998, no 1º Festival Internacional de Papagaios em Gijón, Espanha e em 2006 em Nice, França. Gostava de poder voltar um dia aos Festivais e iniciar a minha filha nesta

atividade.”n

VOX POP “Saúde mental é…”

“Clareza no raciocínio, pensamento e atos. É objetividade para com a realidade. Não é fácil responder...” - Rita, 36 anos, Dentista “O essencial para tudo nesta vida.” - Ana, 30 anos, Personal Trainer “Ter equilíbrio, conseguir atingir os seus objetivos, conseguir cuidar de si e dos outros. É a base de tudo. É essencial.” - Rodrigo, 27 anos, Engenheiro Civil “Ter a capacidade de tomar sempre as melhores decisões” - Jorge, 54 anos, Inspetor Tributário

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SINΞSTεSI⏏S Onde a perceção de certo tipo de objeto é associada a imagens particulares de outra modalidade sensorial

Neverending story Inês Pina Cabral Psicóloga Clínica (Clínica do Parque) Neverending story é o título original da obra escrita em 1976 pelo escritor alemão Michael Ende. Li-o quando era criança e sonhei-me nele. Reli-o mais crescida, e nele encontrei-me de novo, mas com outro olhar e noutro papel... Assim, escolho-o (atenção, refiro-me ao livro, não ao filme!) pela forma simples e fantástica com que ilustra o sofrimento de uma criança - Bastian - que enfrenta o luto da mãe, o bullying dos colegas da escola, o insucesso de quem tem a cabeça cheia de pensamentos que não encontram forma de sair... Só de entrar. Vive só com um pai que se esforça por manter a normalidade do dia a dia e chegar a um filho que adivinha em sofrimento barricado por detrás do silêncio. A paixão de Bastian são os livros... Pela magia que encerram... E é precisamente através de um deles que este rapaz se confronta com o vazio que destrói o mundo de Fantasia, um reino governado por uma princesa, adormecida misteriosamente na sequência de um grande mal que os afecta: o vazio. Estranhamente, a salvação da princesa apenas requer do leitor a capacidade de a nomear. Na medida em que Bastian consiga dar nome à princesa, o vazio será parado, como no fundo a tristeza ganha significado quando ele consegue in extremis dar o nome da mãe à princesa. O enredo puxa Bastian para dentro da história tornando-o personagem, como a psicose esbate as fronteiras entre o real e o imaginário. A perda do imaginário que mata este mundo e a incapacidade de dar nome às coisas que o afectam, conduzem o mundo interno de Bastian até ao extremo da aniquilação. No limite, a partir de um grão de sanidade, Bastian inicia um processo de reconstrução do seu universo, emprestando a sua fantasia para fazer reerguer tudo o que ao longo da primeira parte do enredo viu esboroar. O Reino de Fantasia retoma a sua forma e o rapaz é elevado à condição de herói numa defesa maníaca que lhe consome as memórias em troco de cada realização fantástica. Surgem florestas que se transformam do dia para a noite em desertos de todas as cores que renascem em novas florestas no dia seguinte, lagos e montanhas maravilhosas, tudo a troco da perda de cada uma das memórias de Bastian. Por fim, o herói vê-se quase perdido no mundo da fantasia e é apenas a capacidade de evocar as relações primordiais com o pai e com a mãe que o irão conseguir trazer de volta à realidade. Esta viagem de Bastian começa e acaba numa livraria, onde ele se refugia dos seus receios, e onde existe um livreiro que o provoca, que o desafia a ousar... e depois de ter ousado, Bastian regressa ao livreiro e à livraria para devolver o livro, sendo este quem valida a mudança e as conquistas... e é também na livraria e no livreiro que o livro permanecerá, em suspenso até que outra criança mergulhe noutra neverending story.n

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O trabalho desenvolvido na Clínica da Encarnação “Crianças Institucionalizadas – continuidades e descontinuidades”, coordenado pela Dra. Mariana Farinha, foi eleito a melhor comunicação oral do 6º ENIPIA! O Encontro decorreu em Viseu nos passados dias 27 e 28 de novembro de 2015 e teve como tema “Criança Institucionalizada”. Parabéns! J António Coimbra de Matos foi homenageado no passado dia 12 de dezembro, num encontro que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian. Ex-alunos, pacientes, colegas, familiares e amigos encheram o auditório para ouvir e partilhar ideias sobre o pensamento do primeiro diretor do Departamento de Pedopsiquiatria do HDE.

A ESCAP, após uma revisão do estado da arte relativo à intervenção com crianças refugiadas, elaborou um documento com linhas orientadoras para os profissionais de saúde. Veja-o aqui. As medidas anunciadas por Barack Obama para o combate à violência por armas de fogo incluem um investimento de 500 milhões de dólares no acesso aos cuidados de saúde mental. Isto porque, lembrou o Presidente, a maioria das mortes por armas de fogo são suicídios.

ACONTECEU CÁ, ACONTECEU LÁ

HUMOR SJE

Fonte: https://www.facebook.com/Psicopatos

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PROJEÇÕES

Workshop: A Devolução em Terapia Familiar

12 e13 fevereiro, 2016, Lisboa Sociedade Portuguesa de Terapia Familiar

1.º Congresso Nacional de Integração

Sensorial 20 e 21 fevereiro, 2016, Porto

7Senses

Simpósio “Desafios Atuais em Psicologia Clínica”

20 fevereiro, 2016, Lisboa Sociedade Portuguesa de Psicologia

Clínica

Colóquio Internacional: Psicoterapia 11 e 12 março, 2016, Lisboa

Instituto Superior de Psicologia Aplicada

24th European Congress of Psychiatry 12 a 15 março, 2016, Madrid

European Psychiatric Association

XV Simpósio da Sociedade Portuguesa de Suicidiologia

1 e 2 abril, 2016, Guimarães

Re-Descobrir a Psicopatologia 8 e 9 abril, 2016, Lisboa

Associação Portuguesa de Psicopatologia

VII Congresso Internacional de Psicologia da Criança e do Adolescente

13 e 14 abril, 2016, Lisboa Universidade Lusíada

Simpósio “O Tempo na Psicoterapia”

9 e 30 abril, 2016, Lisboa Associação Portuguesa de Psicanálise e

Psicoterapia Psicanalítica

I Encontro de Psiquiatria e Saúde Mental 29 e 30 abril. 2016, Lisboa

Universidade Católica Portuguesa

International Psychological Applications Conference and Trends 2016 30 abril a 2 maio, 2016, Lisboa

World Institute for Advanced Research and Science

22/2 - The 18th Annual Conference of the International Society for Bipolar Disorders (Amesterdão) 29/02 - I Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Psicopatologia (Lisboa) 1/03 - 16th European Symposium on Suicide and Suicidal Behaviour (Oviedo) 5/03 – XV Simpósio da Sociedade Portuguesa de Suicidiologia (Guimarães) 31/03 - VI Congresso Internacional de Patologia Dual e Adictiva (Lisboa) 31/03 - 15th Biennial Conference of the European Association for Research on Adolescence (La Barrosa, Espanha) 1/04 - 29th ECNP Congress (Viena) 4/04 - I Encontro de Psiquiatria e Saúde Mental (Lisboa) 30/04 – 5th European Conference on Mental Health (Praga)

Formações

Reuniões

PRAZOS DE SUBMISSÃO

DE RESUMOS

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PALAVRAS CRUZADAS

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