seleÇÃo de sistema de informaÇÕes gerenciais de...

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO SELEÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE PROJETOS UTILIZANDO SAW e VIP ANALYSIS HELIO FERNANDO FERNANDES DE REZENDE ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2012.

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOO

PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

SELEÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE

PROJETOS UTILIZANDO SAW e VIP ANALYSIS

HHEELLIIOO FFEERRNNAANNDDOO FFEERRNNAANNDDEESS DDEE RREEZZEENNDDEE

ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2012.

ii

SELEÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

DE PROJETOS UTILIZANDO SAW e VIP ANALYSIS

HELIO FERNANDO FERNANDES DE REZENDE

Dissertação apresentada ao curso de

Mestrado Profissionalizante em

Administração como requisito parcial para

obtenção do Grau de Mestre em

Administração.

Área de Concentração:

Administração Geral

ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2012.

iii

SELEÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

DE PROJETOS UTILIZANDO SAW e VIP ANALYSIS

HELIO FERNANDO FERNANDES DE REZENDE

Dissertação apresentada ao curso de

Mestrado Profissionalizante em

Administração como requisito parcial para

obtenção do Grau de Mestre em

Administração.

Área de Concentração:

Administração Geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES (Orientador)

Instituição: Ibmec

_____________________________________________________

Professor VALTER DE ASSIS MORENO JÚNIOR

Instituição: Ibmec

_____________________________________________________

Professor ANNIBAL PARRACHO SANT’ANNA

Instituição: Universidade Federal Fluminense

Rio de Janeiro, 28 de fevereiro de 2012.

iv

FICHA CATALOGRÁFICA Prezado aluno (a),

Por favor, envie os dados abaixo assim que estiver com a versão definitiva, ou seja, quando não faltar

mais nenhuma alteração a ser feita para o e-mail [email protected], colocando no assunto:

FICHA CATALOGRÁFICA - MESTRADO.

Enviaremos a ficha catalográfica o mais breve possível para o seu e-mail (se possível em até 72 horas).

1) Helio Fernando Fernandes de Rezende

2) Seleção de Sistema de Informações Gerenciais Utilizando SAW e VIP ANALYSIS

3) Ano da defesa: 2012

4) Área de concentração: Administração Geral

5) Assunto principal (contextualizado);

6) Assuntos secundários;

7) Palavras-chave, e

8) Resumo (se possível)

9) Curso (Mestrado profissionalizante em ...)

Ou envie os anexos contendo a página de rosto e a do resumo, além da área de concentração.

v

DEDICATÓRIA

Às duas pessoas mais importantes da minha vida:

Minha esposa Margarete e meu filho Theo.

vi

AGRADECIMENTOS

Ao Professor Autran pela generosidade na transmissão de seus valiosos

conhecimentos e pelas orientações que foram além dos limites desta dissertação.

Aos professores Valter Moreno e Roberto Mury, por terem aceitado o convite de

participar da banca examinadora e pela colaboração no aprimoramento deste trabalho.

Ao professor Annibal Sant’anna, pela sua colaboração no projeto desta dissertação.

Aos Gerentes da Petrobras, Sr. Álvaro Adriano Rocha Martins, Sr. Carlos José

Carneiro de Vilhena e Sr. Luis Claudio Pereira Sampaio pelo apoio e patrocínio na realização

deste curso de mestrado.

Aos professores do curso de Mestrado Profissionalizante em Administração do Ibmec

por todo o conhecimento transmitido.

Aos meus colegas Roberto Constantino e Marcello Mirilli pela fundamental

contribuição no processo de construção deste trabalho.

vii

Aos meus colegas da Equipe do Escritório de Projetos da TIC pela amizade e pelo

apoio durante todo o período do mestrado.

À minha família e aos meus amigos pelo apoio que sempre tenho recebido.

E em especial à minha esposa Margarete, meu filho Theo, minha irmã Eloisa e meu

sobrinho Pedro por todo incentivo, compreensão e amor.

viii

RESUMO

O objetivo desta dissertação é propor a utilização de dois métodos de análise

múlticritério de apoio à decisão, o Simple Additive Weighting (SAW) e o Variable

Interdependent Parameter Analysis (VIP Analysis), na seleção de um Sistema de Informações

Gerenciais de Projetos (SIGP). Definiu-se que os critérios teriam que ser reconhecidos pelo

mercado de gerenciamento de projetos e que fossem atualizados periodicamente. Foi utilizado

o Benchmarking em Gerenciamento de Projetos, realizado pelos Chapters Brasileiros do PMI,

uma vez que realiza o levantamento das funcionalidades fundamentais em um software de

gerenciamento de projetos segundo organizações brasileiras, importante ponto neste trabalho.

ix

ABSTRACT

The goal of this dissertation is to propose the application of two methods of multi-

criteria decision analysis, Simple Additive Weighting (SAW) and Interdependent Variable

Parameter Analysis (VIP Analysis), in a process selection of a Project Management

Information System (PMIS). It was decided that the criteria would have to be recognized by

the project management market and updated periodically. We used the Benchmarking Study

Project Management, held by PMI Brazilians Chapters, since it conducts a survey of the key

features in a software project management according to Brazilian organizations, an important

point in this work.

x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 − Quadrante Mágico de Aplicações para Gerenciamento de Portfólio e Projeto de TI

.................................................................................................................................................... 2

Figura 2 - Interação entre os grupos de processos (PMI, 2008a) ............................................... 5

Figura 3 – Fases do ciclo de vida de portfólio de projetos ....................................................... 10

Figura 4 − Integração entre SIG e o SIGP (Raymond e Bergeron, 2008) ................................ 13

Figura 5 – Processo decisório adaptado de Clemen e Reilly (2001) por Woitovicz (2009) ... 15

Figura 6 – Processo de aplicação da metodologia proposta ..................................................... 22

Figura 7 – Interdependência entre critérios .............................................................................. 24

Figura 8 – Processo de aplicação do método SAW .................................................................. 30

Figura 9 – Processo de aplicação do método VIP Analysis ..................................................... 34

Figura 10 – Matriz de decisão normalizada.............................................................................. 35

Figura 11 – Matriz de restrições ............................................................................................... 36

Figura 12 – Resultados obtidos pela função aditiva ................................................................. 37

Figura 13 – Amplitude dos desempenhos apresentados pelas alternativas .............................. 37

Figura 14 – Matriz de confrontação par-a-par .......................................................................... 38

xi

Figura 15 – Máximo arrependimento associado às alternativas não-dominadas ..................... 38

Figura 16 – Resultados – Acima de R$ 1 Bilhão ..................................................................... 40

Figura 17 – Resultados - Entre R$ 500 Milhões e R$ 1 Bilhão ............................................... 40

Figura 18 – Resultados - Entre R$ 100 Milhões e R$ 500 Milhões ......................................... 41

Figura 19 – Resultados - Entre R$ 10 Milhões e R$ 100 Milhões ........................................... 41

Figura 20 – Resultados - Abaixo de R$ 10 Milhões ................................................................ 41

Figura 21 – Resultados - Consultoria ....................................................................................... 42

Figura 22 – Resultados - Engenharia e EPC ............................................................................ 43

Figura 23 – Resultados - Serviços ............................................................................................ 43

Figura 24 – Resultados - Tecnologia da Informação ................................................................ 43

Figura 25 – Resultados - Telecomunicações ............................................................................ 44

Figura 26 – Resultados - Consultoria ....................................................................................... 44

Figura 27 – Resultados - Engenharia e EPC ............................................................................ 44

Figura 28 – Resultados – Serviços ........................................................................................... 45

Figura 29 – Resultados - Tecnologia da Informação ................................................................ 45

Figura 30 – Resultados - Telecomunicações ............................................................................ 45

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Atribuição de Pesos ................................................................................................ 28

Tabela 2 – Pesos normalizados ................................................................................................. 29

Tabela 3 – Matriz de Decisão ................................................................................................... 30

Tabela 4 – Resultados obtidos com o método Simple Additive Weighting (SAW) ................ 31

Tabela 5 – Resultado por porte de organização ........................................................................ 33

Tabela 6 – Resultado por setor da economia ............................................................................ 33

Tabela 7 – Ordem de preferência de parâmetros de importância de critérios por porte de

organização ............................................................................................................................... 39

Tabela 8 – Ordem de preferência de parâmetros de importância de critérios por setor da

economia ................................................................................................................................... 40

xiii

LISTA DE ABREVIATURAS

EPC – ENGINEERING, PROCUREMENT AND CONSTRUCTION

MIS – MANAGEMENT INFORMATION SYSTEM

PMIS – PROJECT MANAGEMENT INFORMATION SYSTEM

SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

SIGP – SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE PROJETOS

RFI – REQUEST FOR INFORMATION

xiv

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA ..................................................................................................................... 3

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................................................ 3

2 GERENCIAMENTO DE PROJETOS ........................................................................... 5

2.1 ÁREAS DE CONHECIMENTO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS ....................................... 6

2.2 GERENCIAMENTO DE PROGRAMA .................................................................................................... 8

2.3 GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIO .................................................................................................... 9

3 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS ........................................................ 11

3.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE PROJETOS ....................................................... 12

4 APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO ................................................................... 14

4.1 PROCESSO DECISÓRIO ........................................................................................................................ 14

4.2 TIPOS DE PROBLEMÁTICAS ............................................................................................................... 15

4.3 MÉTODOS ................................................................................................................................................. 16

4.3.1 SIMPLE ADDITIVE WEIGHTING (SAW) .................................................................................. 17

4.3.2 VIP ANALYSIS ................................................................................................................................ 18

4.3.3 SWING WEIGHTING ..................................................................................................................... 20

5 METODOLOGIA ........................................................................................................... 22

5.1 IDENTIFICAÇÃO DAS ALTERNATIVAS ........................................................................................... 23

5.2 DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS RELEVANTES ..................................................................................... 23

xv

5.3 ATRIBUIÇÃO DE PESOS ....................................................................................................................... 28

5.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO SAW ......................................................................................................... 29

5.4.1 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ................................................................................................... 32

5.5 APLICAÇÃO DO MÉTODO VIP ANALYSIS ...................................................................................... 34

5.5.1 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ................................................................................................... 39

6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 46

6.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA ................................................................................................................ 46

6.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS ....................................................................................... 47

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 48

8 APÊNDICE A ................................................................................................................. 51

9 ANEXO A ........................................................................................................................ 53

10 ANEXO B ........................................................................................................................ 55

11 GLOSSÁRIO .................................................................................................................. 65

1

1 INTRODUÇÃO

Esta dissertação é um estudo ex-post de seleção de software de gerenciamento de

projetos realizada em uma organização de grande porte na área de Tecnologia de Informação

e Telecomunicações.

Inicialmente, foram utilizadas as pesquisas mais recentes do Gartner, Inc.1 (Figura 1),

e do Forrester Research, Inc.2 como referência para elencar soluções participantes. Os

softwares escolhidos foram os que apresentaram melhores avaliações nas duas pesquisas. Em

seguida, elaborou-se um questionário com mais de cem questões - Request for Information

(RFI)3 - com os requisitos necessários de ferramenta de gerenciamento de projetos e enviados

aos respectivos fornecedores.

1 Gartner, Inc.: Instituto de pesquisa e consultoria especializado em tecnologia de informação

(www.gartner.com).

2 Forrester Research, Inc.: Empresa de pesquisa tecnológica e de mercado que fornece conselhos pragmáticos

líderes mundiais em negócios e tecnologia (www.forrester.com).

3 Request for Information (RFI) é o documento por meio do qual o comprador solicita a um possível fornecedor

várias informações relacionadas ao produto, serviço ou capacidade do fornecedor (PMI,2008a).

2

Figura 1 − Quadrante Mágico de Aplicações para Gerenciamento de Portfólio e Projeto de TI

(Gartner, 2010)

As respostas obtidas com os RFIs foram colocadas em planilha onde cada questão

recebeu um valor e um peso. Somados os resultados das questões dos RFIs de cada solução,

foi gerado um valor que indicava a aderência desta solução com as necessidades da

organização.

Uma pontuação superior a 70% do total dos pontos da RFI habilitava a ferramenta a

participar da etapa posterior da avaliação. Nesta seleção todas as empresas participantes desta

fase passaram para a subsequente fase de entrevistas.

Nesta fase foram agendadas reuniões com os fornecedores, definindo-se anteriormente

um roteiro a ser seguido nas mesmas, enviado às empresas para que elas apresentassem o

funcionamento do sistema, desde a criação da necessidade até o encerramento do projeto,

3

passando por todo o seu ciclo de vida. A partir destas apresentações, as empresas foram

classificadas de forma decrescente em relação à aderência aos critérios propostos.

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

O objetivo desta pesquisa é a proposição de um modelo multicritério de decisão para a

seleção de Sistema de Informações Gerenciais de Projetos com base nos métodos Simple

Additive Weighting (SAW) e Variable Interdependent Parameter Analysis (VIP Analysis),

conferindo transparência ao processo decisório e aderência às boas práticas de mercado.

1.2 JUSTIFICATIVA

Considerando, atualmente, os altos custos de investimentos de implantação de

softwares para o Sistema de Informações Gerenciais de Projetos é de suma importância a

utilização de um método que aponte para a solução mais adequada para uma organização.

Esta solução deve prevê fluxos de trabalho customizáveis para a gestão de demandas e seus

respectivos projetos de Tecnologia de Informação e Telecomunicações, desde a identificação

da demanda, passando por sua classificação, aprovação, priorização e formação de carteiras

até a construção e entrega de produtos, cobrindo todo o ciclo de vida do projeto.

É desejável que a ferramenta possua também mecanismos de colaboração entre todas

as partes envolvidas, de forma que os recursos humanos possam interagir entre si para a

conclusão de alguma atividade prevista nos fluxos de trabalho ou no próprio cronograma do

projeto.

Com base no estudo de Benchmarking de Gerenciamento de Projetos realizado pelos

Chapters Brasileiros do PMI (2010), 81% dos entrevistados concordam que a utilização de

4

softwares de gerenciamento de projetos pode colaborar com os resultados apresentados pela

organização e que 79% trabalham em empresas que os utilizam em pelo menos 50% dos

projetos realizados.

5

2 GERENCIAMENTO DE PROJETOS

O gerenciamento de projetos, conforme definição adotada pelo PMI (2008a) é a

aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e de técnicas às atividades do projeto

com a finalidade de atender aos seus requisitos e cumprir seus objetivos.

Todo projeto possui um ciclo de vida que, independente do seu resultado, apresenta

uma estrutura básica. Esta estrutura compreende cinco grupos de processos: iniciação,

planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento (Figura 3).

Figura 2 - Interação entre os grupos de processos (PMI, 2008a)

6

a) Os processos de iniciação: Possuem como finalidade definir um novo projeto ou

uma nova fase de um projeto existente e obter autorização/aprovação para sua realização.

b) Os processos de planejamento: Correspondem à elaboração do plano de

gerenciamento, consistindo em definir o escopo total do projeto, refinar seus objetivos, bem

como definir a documentação necessária a sua execução.

c) Os processos de execução: Compreendem a execução do plano de gerenciamento

do projeto definido na fase de planejamento.

d) Os processos de monitoramento e controle: Buscam realizar o acompanhamento,

a avaliação e regulação do progresso e do desempenho do projeto, necessários para atingir os

objetivos definidos no plano de gerenciamento.

e) Os processos de encerramento: Objetivam finalizar todas as atividades de

processos, encerrando formalmente o projeto ou uma fase do mesmo.

2.1 ÁREAS DE CONHECIMENTO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Conforme PMI (2008a), os quarenta e dois processos existentes (vide anexo A) são

mapeados em cinco grupos de processos de gerenciamento de projetos e em nove áreas de

conhecimento. Esses processos definem as funcionalidades necessárias como melhores

práticas para cada área de conhecimento.

As áreas de conhecimento, definidas pelo PMI (2008a), são as seguintes:

7

Gerenciamento de Integração do Projeto

São os processos e atividades necessárias para identificar, definir, combinar, unificar e

coordenar todos os vários processos dos grupos de processos de gerenciamento.

Gerenciamento do Escopo do Projeto

Correspondem aos processos necessários para assegurar que o projeto inclua todo

trabalho necessário, e apenas o necessário, para finalizar o projeto com sucesso.

Gerenciamento do Tempo do Projeto

Objetivam gerenciar a conclusão do projeto no tempo previsto.

Gerenciamento de Custos do Projeto

Envolvem estimativas, orçamentos e controle dos custos do projeto, de modo que o

mesmo possa ser concluído dentro do orçamento aprovado.

Gerenciamento da Qualidade

São os processos e atividades da organização executora que determinam as políticas

de qualidade, os objetivos e as responsabilidades, de modo que o projeto satisfaça às

necessidades para as quais foi empreendido.

Gerenciamento de Recursos Humanos

Referem-se os processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto.

Gerenciamento das Comunicações

Processos necessários para assegurar que as informações dos projetos sejam geradas,

coletadas, distribuídas, armazenadas, recuperadas e organizadas de maneira apropriada.

8

Gerenciamento de Riscos

Processos de planejamento, identificação, análise, planejamento de respostas,

monitoramento e controle de riscos de um projeto.

Gerenciamento de Aquisições

Processos para comprar ou adquirir produtos, serviços ou resultados externos à equipe

do projeto.

Como exemplo, a área de conhecimento de Gerenciamento do Tempo do Projeto

envolve os seguintes processos:

Definir as atividades

Sequenciar as atividades

Estimar os recursos da atividade

Estimar a duração das atividades

Desenvolver o cronograma

Controlar o cronograma

2.2 GERENCIAMENTO DE PROGRAMA

Conforme o PMI (2008a), programa é um grupo de projetos relacionados, gerenciados

de modo coordenado para a obtenção de benefícios e controle que não estariam disponíveis se

eles fossem gerenciados individualmente. Programas podem incluir elemento de trabalho

relacionado fora do escopo dos projetos distintos do programa.

9

O gerenciamento de programa, segundo o PMI (2008c), compreende o alinhamento de

múltiplos projetos para atingir o objetivo do programa e permitir otimizar e integrar custos,

prazos e esforços.

2.3 GERENCIAMENTO DE PORTFÓLIO

De acordo com o PMI (2008b), o gerenciamento de portfólio refere-se a processos que

capacitam a gerência executiva a atingir as metas e objetivos da organização através de uma

eficiente tomada de decisão abrangendo programas e projetos, inseridos ou não em

programas.

O Gerenciamento de Portfólio de Projetos pode ainda ser entendido como uma

sistemática para gerar e monitorar o portfólio de projetos, alinhada às diretrizes estratégicas

da organização, para melhor alcançar os objetivos da organização, considerando os diversos

negócios da empresa (Levine, 2005).

Alguns dos benefícios esperados com a implantação do processo de gestão de

portfólio de projetos são: projetos alinhados à estratégia, priorização pelo que agrega mais

valor à empresa, diversificação e balanceamento, melhor previsibilidade das necessidades,

melhor utilização de recursos e estabilidade do processo decisório (regras claras e

transparentes).

10

Figura 3 – Fases do ciclo de vida de portfólio de projetos

(Levine, 2005) adaptada pelo autor

De acordo com Levine (2005), o Gerenciamento de Portfólio é constituído pelas

seguintes fases (Figura 4):

Identificação das necessidades e oportunidades;

Seleção das melhores combinações de projetos (carteiras de projetos);

Planejamento e execução dos projetos (gerenciamento de projetos);

Lançamento do produto (aceitação e resultados);

Realização de benefícios.

11

3 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS

O Sistema de Informações Gerenciais (SIG) ou Management Information Systems

(MIS), conforme definido por Stair e Reynolds (2006), auxilia uma empresa a alcançar seus

objetivos, fornecendo percepções detalhadas das operações realizadas pela organização e

permitindo aos seus executivos que controlem, planejem e organizem as atividades com maior

detalhamento e eficiência.

De acordo com Laudon e Laudon (2007) e Gomes et al. (2009), um Sistema de

Informações Gerenciais (SIG) deve possuir as seguintes características:

Foco na informação direcionada a gerentes (nível tático);

Foco no armazenamento, processamento e fluxo de dados (nível operacional);

Processamento de transações eficientes;

Fluxo de informações estruturado;

Integração das atividades de processamento de dados eletrônicos;

Geração de relatórios e consultas.

Oliveira (2001) afirma que para um SIG ser eficiente deve consolidar os dados das

transações de forma consistente e fornecer com rapidez as informações necessárias para a

tomada de decisão.

12

3.1 SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS DE PROJETOS

Os Sistemas de Informações Gerenciais podem ser excelentes ferramentas para gestão

de projetos, dentre seus benefícios Kerzner (2006) destaca os seguintes:

Planejamento e análise de recursos;

Análises de custos e variância;

Informações personalizadas e padronizadas;

Acompanhamento de projetos múltiplos;

Análise de impacto;

Análise do caminho crítico.

Além dos benefícios do SIG é necessário tomar alguns cuidados e evitar certos

problemas, como os apresentados abaixo por Meredith e Mantel (2003):

Envolvimento excessivo com as atividades operacionais do SIGP em detrimento do

próprio gerenciamento de projeto;

Relatórios do SIGP podem encobrir problemas ocorridos no projeto ou apenas

notificá-los sem dar condições de atuação sobre os mesmos;

Detalhamento excessivo de informação e perda de foco do gerenciamento;

Substituição indevida da comunicação entre o gerente de projetos e sua equipe ou com

a alta gerência;

Perda da proatividade, dependência das informações geradas pelo SIGP para reagir a

problemas ocorridos nos projetos.

É essencial para os gerentes de projeto um apoio no planejamento, na organização, no

controle, nos relatórios e tomadas de decisão e nas tarefas no ambiente de gerenciamento de

projetos. Conforme Raymond e Bergeron (2008), a função básica de um Sistema de

13

Informações Gerencial de Projetos (SIGP) é fornecer aos gestores informações essenciais

sobre o desempenho de um projeto, principalmente prazo e custo, e sobre a inter-relação

desses parâmetros (Figura 2).

Figura 4 − Integração entre SIG e o SIGP (Raymond e Bergeron, 2008)

adaptada pelo autor

A natureza e o papel de um SIGP no âmbito do gerenciamento de projetos tem sido

caracterizada como fundamental para a realização dos objetivos do projeto e da

implementação das estratégias do mesmo.

14

4 APOIO MULTICRITÉRIO À DECISÃO

Segundo Forman e Selly (2001), a tomada de decisão é um processo de escolher entre

cursos alternativos de ação de forma a atingir metas e objetivos. Planejamento, organização,

implementação e controle dependem fortemente de tomada de decisão, o que a torna o cerne

de todas as funções gerenciais.

4.1 PROCESSO DECISÓRIO

Para Keeney e Raiffa (1999), a identificação e definição do problema estão

intrinsecamente associadas à identificação das alternativas a serem consideradas, devendo ser

este um processo necessariamente interativo, de forma a não deturpar a análise formal da

decisão.

Clemen e Reilly (2001) afirmam que a estruturação de um problema de decisão é útil

para compreendê-lo com mais precisão, gerar alternativas para ação e identificar os objetivos

mais importantes. Estes autores esquematizam o processo decisório apresentado na Figura 5,

abaixo.

15

Figura 5 – Processo decisório adaptado de Clemen e Reilly (2001) por Woitovicz (2009)

4.2 TIPOS DE PROBLEMÁTICAS

Considera-se problemática a formalização do problema associado ao processo

decisório, cujo objetivo é o levantamento de alternativas em potenciais ou de uma proposta de

resolução para o problema, de acordo com critérios definidos previamente.

Segundo Roy e Bouyssou (1993) e Roy (2005), os quatro principais tipos de

problemáticas são os seguintes:

16

Problemática de Seleção (P.α): consiste em auxiliar os tomadores de decisão na

seleção da “melhor” ou um subconjunto de “melhores” alternativas, podendo também

se basear em comparações com o objetivo de eliminar o maior número possível de

alternativas, tendo como resultado as opções que permanecerem não comparáveis

entre si.

Problemática de Classificação (P.β): consiste em atribuir a cada alternativa uma

categoria pré-definida com base em tipos de tratamento ou julgamento que motivem

esta classificação. As categorias estabelecidas não são necessariamente ordenadas.

Problemática de Ordenação (P.γ): tem como finalidade a organização das alternativas

viáveis na ordem da melhor para a pior opção, tendo também como resultado possível,

alternativas equivalentes, já que há a possibilidade das alternativas serem classificadas

como indiferentes ou não comparáveis.

Problemática de Descrição (P.δ): seu objetivo é a definição de um conjunto de

alternativas possíveis, critérios adequados e informações adicionais (valores limiares,

pesos, etc.), sem ter a perspectiva de obter a resolução do problema.

4.3 MÉTODOS

Conforme Chou et al. (2008) e Zanakis et al. (1998), os métodos de apoio à decisão

multicritério mais populares e amplamente utilizados para a problemática de seleção são:

Simple Additive Weighting (SAW), Multiplicattive Exponent Weighting (MEW), Analytic

Hierarchy Process (AHP), ELECTRE e TOPSIS (Technique for Preference by Similarity to

the Ideal Solution).

17

No presente trabalho optamos pelo SAW, pois este método, ainda segundo Chou et al.

(2008) e Zanakis et al. (1998), apresenta o mais aceitável resultado para a maioria dos

problemas de seleção de uma única dimensão.

A opção de inclusão do VIP Analysis foi devido ao fato de também ser um método

multicritério de agregação aditiva, que conforme Chaves et al. (2010) confere apoio ao

processo de avaliação de um conjunto inumerável de alternativas, de modo a promover a

escolha da mais preferível.

Outra vantagem na utilização do VIP Analysis, segundo Brito et al. (2005) e Campos

e Almeida (2006) , é que o método utiliza função de valor aditiva com informações parciais

ou imprecisas no parâmetro de escala dos critérios.

4.3.1 SIMPLE ADDITIVE WEIGHTING (SAW)

De acordo com Tzeng e Huang (2011), o SAW é o método de apoio multicritério à

decisão mais conhecido e amplamente utilizado devido a sua simplicidade.

No SAW, a melhor alternativa pode ser obtida por meio da seguinte equação:

Si =

n

j 1 wj . rji

Onde:

Si representa a função de utilidade da i-ésima alternativa, sendo i = 1,2,...,n

wj o peso do j-éssimo critério e j = 1,2,...,n,

rji o valor normalizado da i-ésima alternativa em relação ao j-ésimo critério.

18

Sua técnica consiste nas seguintes etapas:

Normalizar os valores de utilidade das alternativas para torná-los comparáveis;

Aplicar pesos a esses valores de utilidade;

Somar os valores de utilidade de cada alternativa.

O resultado do método é que para cada alternativa haverá uma pontuação de

desempenho, cujos maiores valores indicarão a preferência da alternativa.

4.3.2 VIP ANALYSIS

De acordo com Dias e Clímaco (2005), o objetivo do método de apoio à decisão

multicritério VIP Analysis é apoiar a avaliação de um conjunto discreto de alternativas, a fim

de escolher a melhor opção, com base em uma função de valor multiatributo aditiva.

Conforme define Dias (2001), o acrônimo VIP constitui uma abreviatura de Variable

Interdependent Parameter, demonstrando que o método trabalha com parâmetros variáveis de

variação interdependente, obedecendo a restrições propostas pelos decisores.

Segundo Gomes Júnior et al. (2011), o VIP Analysis é um método bastante indicado

em situações nas quais o decisor não se sente confortável para prover valores precisos para os

parâmetros de importância dos critérios (pesos), aceitando trabalhar apenas com um conjunto

de informações.

A função valor aditiva é representada pela equação:

V(ai,k) =

n

j 1kj uj (gi)

Onde:

19

ai é a i-ésima alternativa do problema de decisão,

gij a performance da i-ésima alternativa de acordo com o j-ésimo critério,

uj (gij) a função que representa o valor da performance da i-ésima alternativa

associada ao j-ésimo critério,

kj o parâmetro de importância, ou constante de escala, do j-ésimo critério.

Conforme Almeida Filho et al. (2005), à função acima é associado um valor a cada

performance, de forma que uj (gxj) > uj (gyj) se a performance de gxj for melhor que a

performance de gyj , e uj (gxj) = uj (gyj) se gxj e gyj forem igualmente preferíveis.

No problema de decisão, a informação imprecisa considerada são os parâmetros de

importância kj , os quais Dias e Clímaco (2000) consideram como variáveis independentes

que podem variar e respeitando as seguintes restrições:

kj ≥ 0 (j=1,...,n) e

n

j 1kj = 1

Segundo Dias (2001), o método VIP Analysis permite acrescentar restrições

adicionais a serem fornecidas pelos decisores, tais como:

Estabelecer um limite inferior e um limite superior aos parâmetros de importância do

critério, delimitando-o a um intervalo determinado.

kj [limmin , limmáx]

Ordenar os parâmetros de importância de acordo com informações obtidas pelos

decisores.

e.g. k1 ≥ k2 ≥ k3

Limitar as taxas de compensação dos parâmetros de importância dos critérios.

e.g. k1 / k2 ≥ 0.5

20

Uma vez obtido o resultado final, o método VIP Analysis utiliza quatro abordagens

para avaliar as alternativas do problema. Estas abordagens, de acordo com Lemes et al.

(2010), se completam para enriquecer os resultados fornecidos, permitindo ao decisor tirar

conclusões mais realistas. As abordagens são as seguintes:

1. Baseada na Otimalidade: busca encontrar a alternativa que apresente o melhor valor na

função de agregação aditiva. Caso exista tal alternativa, esta será considerada ótima e

apresentada como solução do problema;

2. Baseada na Comparação Par-a-Par: explora as relações binárias no conjunto das

alternativas, podendo-se analisar os subconjuntos de critérios que favorecem a cada

alternativa quando duas são comparadas;

3. Baseada nos Intervalos de Variação: determina quais as alternativas mais afetadas pela

variação dos parâmetros.

4. Baseadas nas Regras Pessimistas de Agregação de Valor: Compara as maiores

diferenças entre os valores obtidos para as alternativas na função aditiva. Devido à

incerteza relacionada aos parâmetros, pode-se escolher a alternativa que apresente a

menor diferença.

De acordo com Almeida Filho et al. (2005) e com base em Dias e Clímaco (2000),

essas abordagens não podem ser feitas de forma isolada, com o risco de eliminarmos a melhor

opção para um determinado tipo de resultado.

4.3.3 SWING WEIGHTING

Conforme Clemen e Reilly (2001), Swing Weighting é uma técnica de estimação de

coeficientes de ponderação com base na comparação dos critérios em relação a sua melhor e

pior alternativa. Requer que o decisor compare atributos individuais diretamente com outros

21

que servem de benchmarking e dispô-los por ordem de preferência, atribuindo-lhes pesos

proporcionais a sua posição.

Primeiro o decisor ordena os atributos por ordem de preferência. Logo após, atribui

peso 100 ao critério que obteve melhor resultado e peso zero ao de pior resultado. Os demais

critérios recebem pesos com valores de zero a cem proporcionalmente a sua colocação no

ranking.

Segundo Woitowicz (2009), outra forma de atribuir pesos para os critérios e atribuir o

valor 100 para o critério de maior preferência e em seguida retirá-lo do processo de

estimativa. O decisor repete o processo atribuindo valor menor que o anterior e assim

sucessivamente até a estimativa do último critério na ordem de preferência.

Com os pesos já estabelecidos é calculado o coeficiente de ponderação, dividindo cada

peso pelo somatório dos pesos dos critérios.

22

5 METODOLOGIA

Para o estudo do problema proposto foi definido um fluxo de processo com base nas

etapas de estruturação de um problema de decisão sugeridas por Clemen e Reilly (2001) e

Gomes (2007), apresentado na Figura 6, abaixo.

Figura 6 – Processo de aplicação da metodologia proposta

23

5.1 IDENTIFICAÇÃO DAS ALTERNATIVAS

As alternativas foram escolhidas com base nas pesquisas do Gartner, Inc., e do

Forrester Research, Inc., com as restrições de estarem classificadas como soluções líderes ou

desafiantes e possuírem atendimento e suporte no Brasil. Como resultado foram selecionados

cinco softwares de gerenciamento de projetos para participarem do processo de seleção.

5.2 DEFINIÇÃO DE CRITÉRIOS RELEVANTES

O Estudo de Benchmarking de Gerenciamento de Projetos, PMI (2010), forneceu os

seguintes critérios, para a seleção do Sistema de Informações Gerencias de Projetos a ser

realizada por meio dos métodos SAW e VIP Analysis:

(1) Cronograma

(2) Relatórios de performance

(3) Orçamento

(4) Estrutura Analítica do Projeto (EAP)

(5) Painel de controle executivo, com indicadores de desempenho

(6) Gerenciamento de documentação

(7) Acesso via web

(8) Milestones

(9) Monitoramento de portfólio de projetos

(10) Time Sheet (Apontamento de Horas)

(11) Gerência de Riscos

(12) Envio automático de mensagens

(13) Pool de recursos

(14) Gestão de Portfólio

(15) Integração com Financeiro/Contábil

24

(16) Acesso Remoto

(17) Análise de Valor Agregado (EVA)

(18) Ajuda para a metodologia (help)

(19) Integração com suprimentos/compras

Empregou-se o método de minimização heurística de interdependências, definido por

Gomes et al. (1992), que visa promover uma redução na quantidade de critérios considerando

a interdependência entre os mesmos.

Ainda segundo Gomes et al. (1992), é realizada a verificação da possibilidade de

eliminação ou agregação dos critérios, submetendo-os a uma verificação de interdependência

par-a-par. O resultado desta análise é obtido graficamente por meio de um triângulo em que

os pares de critérios são confrontados, conforme Figura 7, abaixo, na qual está representada a

interdependência (X), ou a sua ausência (•) entre os critérios.

Figura 7 – Interdependência entre critérios

.

25

Os critérios que apresentaram interdependência foram agregados em um critério mais

abrangente, representando as funcionalidades necessárias de um software de gerenciamento

de projetos de todos dos critérios agrupados.

Do processo de minimização de interdependências resultaram os seguintes critérios,

aos quais foram detalhadas as funcionalidades necessárias para a avaliação dos softwares de

gerenciamento de projetos:

(k1) Gerenciamento de Escopo

Coletar requisitos;

Definir escopo;

Criar EAP;

Verificar escopo;

Controlar escopo.

(k2) Gerenciamento do Tempo

Definir as atividades;

Sequenciar as atividades;

Estimar os recursos da atividade;

Estimar a duração das atividades;

Desenvolver o cronograma;

Controlar o cronograma.

(k3) Gerenciamento de Custos

Estimar custos;

Determinar orçamento;

Controlar os custos (Análise de Valor Agregado – EVA).

26

(k4) Gerenciamento de Recursos Humanos

Desenvolver o plano de recursos humanos;

Mobilizar a equipe do projeto;

Desenvolver a equipe do projeto;

Gerenciar a equipe do projeto.

(k5) Gerenciamento das Comunicações

Identificar as partes interessadas;

Planejar as comunicações;

Distribuir informações;

Gerenciar as expectativas das partes interessadas;

Reportar o desempenho.

(k6) Gerenciamento de Riscos

Planejar o gerenciamento dos riscos;

Identificar os riscos;

Realizar a análise qualitativa dos riscos;

Realizar a análise quantitativa dos riscos;

Planejar as respostas aos riscos;

Monitorar e controlar os riscos.

(k7) Gerenciamento de Portfólio

Gestão de Portfólio;

Monitoramento de Portfólio de Projetos.

(k8) Integração com ferramenta ERP

Integração com módulo Financeiro/Contábil;

Integração com módulo Suprimento/Compras.

27

(k9) Acesso Remoto

Acesso via web;

Acesso remoto.

(k10) Documentação do Sistema

Ajuda para a metodologia – help.

Os critérios foram julgados por meio de afirmações associadas a uma escala Likert,

com valores variando de 1 a 5, onde, segundo Cooper e Schindler (2003) expressarão uma

avaliação favorável ou desfavorável em relação à alternativa em questão. As funcionalidades

receberam a seguinte classificação:

Concordo Plenamente: Quando o software apresentar a funcionalidade em questão

(classificação: 5);

Concordo Parcialmente: Quando houver necessidade de parametrização para o

software apresentar a funcionalidade (classificação: 4);

Nem Concordo, Nem Discordo: Quando houver necessidade de esforço de

desenvolvimento, através de programação, para que o software apresenta a

funcionalidade (classificação: 3);

Discordo Parcialmente: Quando houver possibilidade no futuro para que o software

apresente a funcionalidade (classificação: 2);

Discordo totalmente, quando não houver possibilidade de implementação da

funcionalidade no software (classificação: 1).

28

5.3 ATRIBUIÇÃO DE PESOS

Na análise realizada através do método SAW, os pesos atribuídos aos critérios foi o

número do percentual das organizações que citaram a funcionalidade correspondente ao

mesmo no Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos, PMI (2010).

Os pesos dos critérios agrupados pelo método de minimização heurística de

interdependência foram calculados utilizando-se a técnica de Swing Weighting.

Tabela 1 – Atribuição de Pesos

Critérios Pesos

k1 Gerenciamento de Escopo 65,3

k2 Gerenciamento de Tempo 95,3

k3 Gerenciamento de Custos 65,3

k4 Gerenciamento de Recursos Humanos 51,4

k5 Gerenciamento das Comunicações 65,1

k6 Gerenciamento de Riscos 49,1

k7 Gerenciamento de Portfólio 45,4

k8 Integração com ferramenta ERP 43,6

k9 Acesso Remoto 61,2

k10 Documentação do Sistema 34,8

Após a normalização os pesos apresentaram os valores de acordo com a Tabela 2.

29

Tabela 2 – Pesos normalizados

Critérios Pesos

k1 Gerenciamento de Escopo 0,1133

k2 Gerenciamento de Tempo 0,1653

k3 Gerenciamento de Custos 0,1133

k4 Gerenciamento de Recursos Humanos 0,0892

k5 Gerenciamento das Comunicações 0,1129

k6 Gerenciamento de Riscos 0,0852

k7 Gerenciamento de Portfólio 0,0788

k8 Integração com ferramenta ERP 0,0756

k9 Acesso Remoto 0,1062

k10 Documentação do Sistema 0,0604

Seguindo a mesma lógica utilizada para o método SAW, na análise realizada através

do método VIP Analysis, os critérios obtiveram a seguinte a ordem de prioridades:

(k2) Gerenciamento do Tempo > (k1) Gerenciamento de Escopo > (k3) Gerenciamento

de Custos > (k5) Gerenciamento das Comunicações > (k9) Acesso Remoto ao SIGP > (k4)

Gerenciamento de Recursos > (k6) Gerenciamento de Riscos > (k7) Gerenciamento de

Portfólio > (k8) Integração com ferramenta ERP > (k10) Documentação do Sistema

Ou seja,

k2 > k1 = k3 > k5 > k9 > k4 > k6 > k7 > k8 > k10

5.4 APLICAÇÃO DO MÉTODO SAW

Para a aplicação do método - considerando que este é um estudo ex-post - foram convocados

dois profissionais que participaram da seleção do software para responderem o questionário

30

de avaliação dos softwares de gerenciamento de projetos (vide anexo A). O processo

decisório foi realizado de acordo com o fluxograma apresentado na Figura 8, abaixo.

Figura 8 – Processo de aplicação do método SAW

Foram preenchidos cinco questionários, cada um relativo a um software respectivo,

com base nas reuniões que estes analistas de decisão tiveram com os fornecedores dos

softwares avaliados. Nestas reuniões os fornecedores apresentaram as suas soluções e

simularam um ambiente de gerenciamento de projetos proposto anteriormente por esses

analistas. Com base nos questionários respondidos, os analistas preencheram a matriz de

decisão da Tabela 3.

Tabela 3 – Matriz de Decisão

k1 k2 k3 k4 k5 k6 k7 k8 k9 k10

SIGP1 1 4 1 1 1 1 4 1 4 3

SIGP2 1 5 5 5 5 5 5 1 5 3

SIGP3 1 5 5 5 5 5 5 1 5 3

SIGP4 2 4 5 5 5 1 1 5 1 1

SIGP5 1 5 2 1 4 2 2 1 4 2

Utilizou-se a normalização pelo valor máximo dos respectivos critérios avaliados e

posteriormente foi calculada a função de utilidade de cada alternativa, como está representada

na Tabela 4.

31

Tabela 4 – Resultados obtidos com o método Simple Additive Weighting (SAW)

32

5.4.1 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

Segundo Clemen e Reilly (2001), a análise de sensibilidade leva o tomador de decisão

a reconsiderar a natureza do problema, permitindo avaliar se determinado modelo é

suficientemente apropriado para resolver um problema particular.

Utilizou-se a simulação de cenários como forma de validar os resultados obtidos

anteriormente. Estes cenários foram compostos pelos resultados do Estudo de Benchmarking

em Gerenciamento de Projetos, PMI Chapters Brasileiros (2010), segmentados em porte da

organização e setor da economia.

Os cenários derivados dos diversos portes das organizações são os seguintes:

Acima de R$ 1 Bilhão;

Entre R$ 500 Milhões e R$ 1 Bilhão;

Entre R$ 100 Milhões e R$ 500 Milhões;

Entre R$ 10 Milhões e R$ 100 Milhões;

Abaixo de R$ 10 Milhões.

Os cenários derivados dos diversos setores da economia são os seguintes:

Consultoria;

Engenharia e EPC (Engineering, Procurement and Construction);

Serviços;

Tecnologia da Informação;

Telecomunicações.

33

A atribuição dos pesos teve como base o valor do percentual de organizações que

citaram as funcionalidades dos respectivos cenários e foi utilizada a matriz de decisão

composta pelos resultados dos questionários obtidos anteriormente.

A função de utilidade nos cenários analisados em relação às alternativas estão

representadas nas Tabelas 5 e 6.

Tabela 5 – Resultado por porte de organização

Porte da Organização SIGP1 SIGP2 SIGP3 SIGP4 SIGP5

Acima de R$ 1 Bilhão 0,4405 0,8182 0,8182 0,6333 0,5439

Entre R$ 500 Milhões e R$ 1 Bilhão 0,4451 0,8416 0,8416 0,6259 0,5410

Entre R$ 100 Milhões e R$ 500 Milhões 0,4332 0,8238 0,8238 0,6385 0,5233

Entre R$ 10 Milhões e R$ 100 Milhões 0,4348 0,8238 0,8238 0,6301 0,5262

Abaixo de R$ 10 Milhões 0,4248 0,8255 0,8255 0,6409 0,5255

Tabela 6 – Resultado por setor da economia

Setor da Economia SIGP1 SIGP2 SIGP3 SIGP4 SIGP5

Consultoria 0,4241 0,8000 0,8000 0,6338 0,5224

Engenharia e EPC 0,4173 0,8025 0,8025 0,6598 0,5250

Serviços 0,4419 0,8282 0,8282 0,6388 0,5347

Tecnologia da Informação 0,4258 0,8448 0,8448 0,6407 0,5297

Telecomunicações 0,4360 0,8196 0,8196 0,6161 0,5315

Os resultados obtidos variando os pesos dos critérios nos cenários apresentados acima

foram os mesmos em relação à ordem de preferência das alternativas, apresentando apenas

uma pequena variação em relação ao valor da função aditiva.

34

5.5 APLICAÇÃO DO MÉTODO VIP ANALYSIS

Para a aplicação do método VIP Analysis foi realizada com base na mesma análise

empregada no método SAW. O processo decisório foi concretizado de acordo com o

fluxograma representado na Figura 9, abaixo.

Figura 9 – Processo de aplicação do método VIP Analysis

Para a aplicação do método VIP Analysis foi utilizado o software V.I.P. Analysis

(Dias e Clímaco, 2000) e a matriz de decisão permaneceu a mesma do método SAW.

Para tornar as avaliações das performances comparáveis, normalizou-se a matriz de

decisão, para que cada critério apresentasse a mesma variação de medida.

35

Utilizou-se a normalização linear, conforme apresentado em Alencar e Almeida

(2008):

Para os critérios a serem maximizados:

kk

kkg

jj

ijij

ij minmax

min

Para os critérios a serem minimizados:

kk

kkg

jj

ijij

ij minmax

max

Onde, k j

maxe k j

min são respectivamente o valor máximo e mínimo do critério k j

para

o conjunto de alternativas.

Figura 10 – Matriz de decisão normalizada

Nove intervenções no software VIP Analysis foram efetuadas com o intuito de refletir

a ordem de preferência dos parâmetros de importância dos critérios:

(k2) Gerenciamento do Tempo > (k1) Gerenciamento de Escopo

(k1) Gerenciamento de Escopo = (k3) Gerenciamento de Custos

(k3) Gerenciamento de Custos > (k5) Gerenciamento das Comunicações

(k5) Gerenciamento das Comunicações > (k9) Acesso Remoto ao SIGP

(k9) Acesso Remoto ao SIGP > (k4) Gerenciamento de Recursos

36

(k4) Gerenciamento de Recursos > (k6) Gerenciamento de Riscos

(k6) Gerenciamento de Riscos > (k7) Gerenciamento de Portfólio

(k7) Gerenciamento de Portfólio > (k8) Integração com ferramenta ERP

(k8) Integração com ferramenta ERP > (k10) Documentação do Sistema

Ou seja,

k2 > k1 = k3 > k5 > k9 > k4 > k6 > k7 > k8 > k10

Figura 11 – Matriz de restrições

A Figura 11 apresenta as restrições definidas pela ordem de preferência dos parâmetros de

importância dos critérios, sem a necessidade de fixar valores exatos para os pesos.

Observando a Figura 12, percebe-se que as alternativas SIGP2 e SIGP3 foram as que

obtiveram uma menor variação entre o valor máximo e o mínimo, significando um menor

arrependimento. Já para as alternativas SIGP4 e SIGP5 esta variação foi maior, porém foram

dominadas de forma absoluta pelas alternativas SIGP2 e SIGP3.

A alternativa SIGP1 apresentou-se dominada absolutamente pelas alternativas SIGP3,

SIGP2 e SIGP5, pois o seu valor máximo obtido é menor que o valor mínimo da função

aditiva destas opções.

37

Figura 12 – Resultados obtidos pela função aditiva

O gráfico de amplitude dos desempenhos das alternativas, representado na Figura 13,

vem confirmar a análise feita a partir dos resultados da Figura 12, acima.

Figura 13 – Amplitude dos desempenhos apresentados pelas alternativas

As análises dos resultados das funções aditivas e das amplitudes dos desempenhos

tornam evidentes que as melhores opções avaliadas foram as alternativas SIGP2 e SIPG3,

ambas com obtendo os mesmos valores.

38

Figura 14 – Matriz de confrontação par-a-par

Por meio da matriz de confrontação par-a-par os valores menores ou iguais a zero na

cor vermelha indicam que a alternativa exposta no cabeçalho da coluna domina a alternativa

relativa a linha da matriz, conforme apresentado na Figura 14 acima.

Na Figura 14, as colunas relativas às alternativas SIGP2 e SIGP3 dominam as demais

alternativas. O mesmo pode ser observado na Figura 15 com o gráfico de máximo

arrependimento.

Figura 15 – Máximo arrependimento associado às alternativas não-dominadas

39

5.5.1 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

A análise de sensibilidade é feita a partir dos mesmos cenários utilizados no método

SAW. Para isso definem-se a ordem de preferência dos parâmetros de importância a partir dos

valores percentuais de organizações que citaram as funcionalidades relativas aos critérios,

analisados nestes cenários.

As matrizes de restrições dos cenários relativos às cinco faixas de porte das

organizações avaliadas são preenchidas de acordo com a ordem de preferência dos critérios

apresentados na Tabela 7 abaixo e derivados do Estudo de Benchmarking em Gerenciamento

de Projetos, PMI Chapters Brasileiros (2010):

Tabela 7 – Ordem de preferência de parâmetros de importância de critérios por porte de organização

Porte da Organização SIGP1

Acima de R$ 1 Bilhão k2 > k3 > k1 = k5 > k9 > k6 > k8 > k7 > k4 > k10

Entre R$ 500 Milhões e R$ 1 Bilhão k2 > k5 > k3 = k9 > k1 > k4 > k6 > k7 > k10 > k8

Entre R$ 100 Milhões e R$ 500 Milhões k2 > k3 = k5 > k9 > k1 > k4 > k7 > k8 = k10 > k6

Entre R$ 10 Milhões e R$ 100 Milhões k2 > k5 > k1 > k3 = k9 > k4 > k7 > k6 > k8 > k10

Abaixo de R$ 10 Milhões k2 > k1 > k3 > k5 > k9 > k4 > k6 > k7 > k8 > k10

Cinco setores da economia são apresentados e avaliados através das matrizes de

restrições de cenários, preenchidas de acordo com a ordem de preferência dos critérios

expressos na Tabela 8, derivados do Estudo de Benchmarking em Gerenciamento de Projetos,

PMI Chapters Brasileiros (2010):

40

Tabela 8 – Ordem de preferência de parâmetros de importância de critérios por setor da economia

Setor da Economia SIGP1

Consultoria k2 > k1 > k3 > k5 > k9 > k6 > k8 > k4 > k7 = k10

Engenharia e EPC k2 > k1 > k3 > k5 > k9 > k8 > k4 > k6 > k7 > k10

Serviços k2 > k9 > k5 > k1 > k4 > k3 > k7 > k8 > k6 > k10

Tecnologia da Informação k2 > k4 > k5 > k9 > k1 > k3 > k6 > k7 > k8 > k10

Telecomunicações k2 > k9 > k5 > k6 > k1 = k3 = k8 > k4 = k7 > k10

As Figuras 16, 17, 18, 19 e 20 a seguir, apresentam os resultados das análises para

cada um dos cinco cenários baseado no porte das organizações:

Figura 16 – Resultados – Acima de R$ 1 Bilhão

Figura 17 – Resultados - Entre R$ 500 Milhões e R$ 1 Bilhão

41

Figura 18 – Resultados - Entre R$ 100 Milhões e R$ 500 Milhões

Figura 19 – Resultados - Entre R$ 10 Milhões e R$ 100 Milhões

Figura 20 – Resultados - Abaixo de R$ 10 Milhões

42

Todos os cenários analisados anteriormente tiveram como melhores opções as

alternativas SIGP2 e SIGP3, obtendo as duas os mesmos valores mínimos e máximos para

suas funções aditivas. A alternativa SIGP1 teve a pior avaliação sempre sendo dominada

absolutamente em todas as avaliações.

No segundo cenário de organizações com porte entre R$ 500 Milhões e de R$ 1

Bilhão e no terceiro cenário de organizações com porte R$ 100 Milhões e R$ 500 Milhões, a

terceira melhor alternativa foi a SIGP4 e a quarta a SIGP5, se diferenciando do resultado dos

outros três cenários onde estas alternativas obtiveram colocações inversas.

As Figuras 21, 22, 23, 24 e 25 a seguir, apresentam os resultados das análises feitas

pelo software VIP Analysis para cada um dos cinco cenários relativos aos setores da

economia analisados:

Figura 21 – Resultados - Consultoria

43

Figura 22 – Resultados - Engenharia e EPC

Figura 23 – Resultados - Serviços

Figura 24 – Resultados - Tecnologia da Informação

44

Figura 25 – Resultados - Telecomunicações

Nos cinco cenários anteriores a ordem de preferência das alternativas foram: SIGP2 e

SIGP3 como as melhores opções, SIGP5 em terceira colocação, SIGP4 com quarta opção e

SIGP1 como alternativa absolutamente dominada pelas demais.

As Figuras 26, 27, 28, 29 e 30 a seguir, apresentam os resultados das análises feitas

pelo software VIP Analysis para cada um dos cinco cenários relativos aos setores da

economia analisados:

Figura 26 – Resultados - Consultoria

Figura 27 – Resultados - Engenharia e EPC

45

Figura 28 – Resultados – Serviços

Figura 29 – Resultados - Tecnologia da Informação

Figura 30 – Resultados - Telecomunicações

Observa-se que nos cenários do setor de Serviços, do setor de Tecnologia de

Informações e do setor de Telecomunicações a alternativas SIGP4 é dominada absolutamente.

Caso que não ocorre no setor de Engenharia e EPC onde é dominada parcialmente e no setor

de consultoria não é dominada por outra das alternativas.

46

6 CONCLUSÃO

Os resultados apresentados pelos dois métodos foram similares em relação às

melhores alternativas a serem escolhidas e também para a última colocada na ordem de

preferência. Apresentaram divergência em relação às alternativas que obtiveram a terceira e a

quarta colocação. Este fato de deve ao nível de imprecisão das informações que foram

trabalhadas.

O método VIP Analysis apresentou uma análise de sensibilidade mais consistente,

pois de acordo com a mudança de cenários pode ser observado variação no resultado da

ordem de preferência das alternativas e na relação de domínio entre as mesmas. O mesmo não

ocorreu na utilização do método SAW, onde com a variação de cenários o resultado da

seleção permaneceu idêntico.

Através desta maior consistência da análise de sensibilidade, o método VIP Analysis

provou ser uma ferramenta mais eficiente no que se trata de situações nas quais o decisor não

consegue prover valores precisos para os parâmetros de importância dos critérios (pesos).

6.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA

A aplicação do método de apoio à decisão VIP Analysis está intrinsecamente

associada ao uso do software que leva o mesmo nome. Existe documentação elaborada pelos

47

autores do método, mas a reprodução do seu mecanismo de funcionamento como parte

integrante de outro software ou sua simulação em planilhas eletrônicas é uma tarefa bem mais

árdua se comparada com outros métodos de apóia a decisão existente, como por exemplo, o

Analytic Hierarchy Process (AHP), ELECTRE ou o TOPSIS.

6.2 SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

Esta pesquisa poderia ser realizada incluindo um sistema de suporte a decisão em

grupo, incluindo a extensão do método VIP Analysis proposta em Dias e Clímaco (2005)

VIP-G (VIP Analysis software to multiperson use).

A aplicação do método VIP Analysis pode ser estendida a seleção de outros tipos de

software, com foi feita por Almeida Filho et al. (2005) para a seleção de ferramenta

computacional de apoio a decisão. Outros tipos de problemas também podem ser abordados

pelo método como o realizado por Bilich et al. (2011) sobre a análise e Otimização de

Inteligência Empresarial.

48

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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51

8 APÊNDICE A

Modelo do questionário de avaliação dos softwares de gerenciamento de projetos

aplicado no processo decisório.

52

Sistema de Informações Gerenciais de Projetos 1 (SIGP1)

As funcionalidades apresentadas pelo Sistema de Informações Gerenciais de Projetos 1 (SGP1)

correspondem às expectativas da minha empresa nos seguintes quesitos:

Gerenciamento de Escopo

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Gerenciamento do Tempo

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Gerenciamento de Custos

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Gerenciamento de Recursos Humanos

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Gerenciamento das Comunicações

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Gerenciamento de Riscos

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Gerenciamento de Portfólio

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Integração com ferramenta ERP

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Acesso Remoto

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

Documentação do Sistema

Concordo

Plenamente

Concordo

Parcialmente

Nem Concordo

Nem Discordo

Discordo

Parcialmente

Discordo

Plenamente

53

9 ANEXO A

Mapeamento de grupos de processos de gerenciamento de projetos e áreas de

conhecimentos (PMI, 2008a).

54

55

10 ANEXO B

Resultados Estudo de Benchmarking de Gerenciamento de Projetos realizado pelos

Chapters Brasileiros do PMI (2010) relativos a funcionalidades fundamentais em um software

de gerenciamento de projetos segundo as organizações participantes da respectiva pesquisa.

56

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

57

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

58

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

59

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

60

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

61

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

62

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

63

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

64

Fonte: PM SURVEY.ORG, Project Management Institute Chapters. Website: http://www.pmsurvey.org

65

11 GLOSSÁRIO

ESCOPO: A soma dos produtos, serviços e resultados a serem fornecidos na forma de projeto

(PMI, 2008a).

EPC: Engineering, Procurement and Construction.

GARTNER, Inc.: Instituto de pesquisa e consultoria especializado em tecnologia de

informação (www.gartner.com).

FORRESTER RESEARCH, Inc.: Empresa de pesquisa tecnológica e de mercado que

fornece conselhos pragmáticos líderes mundiais em negócios e tecnologia

(www.forrester.com).

PORTFÓLIO: Um conjunto de projetos ou programas e trabalhos agrupados para facilitar o

gerenciamento eficaz desse trabalho a fim de atender aos objetivos de negócios estratégicos.

Os projetos ou programas do portfólio podem não ser necessariamente interdependentes ou

diretamente relacionados (PMI, 2008a).

PROGRAMA: Um grupo de projetos relacionados, gerenciados de modo coordenado para a

obtenção de benefícios e controle que não estariam disponíveis se eles fossem gerenciados

individualmente. Programas podem incluir elemento de trabalho relacionado fora do escopo

dos projetos distintos do programa (PMI, 2008a).

66

PROJETO: Um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado

exclusivo (PMI, 2008a).

REQUEST FOR INFORMATION (RFI): Tipo de documento de aquisição pelo qual o

comprador solicita a um possível fornecedor que forneça várias informações relacionadas a

um produto, serviço ou capacidade do fornecedor (PMI, 2008a).