uma abordagem multicritério para seleção de ferramenta de...

89
FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de Business Intelligence Bernardo Barbosa Chaves Woitowicz ORIENTADOR: Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2009

Upload: dotruc

Post on 16-Dec-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

DDIISSSSEERRTTAAÇÇÃÃOO DDEE MMEESSTTRRAADDOO PPRROOFFIISSSSIIOONNAALLIIZZAANNTTEE EEMM AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO

Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de

Business Intelligence

BBeerrnnaarrddoo BBaarrbboossaa CChhaavveess WWooii ttoowwiicczz

OORRIIEENNTTAADDOORR:: PPrrooff.. DDrr.. LLuuiizz FFlláávviioo AAuuttrraann MMoonntteeiirroo GGoommeess

Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2009

Page 2: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

“UMA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO PARA SELEÇÃO DE FERRAM ENTA DE

BUSINESS INTELLIGENCE”

BERNARDO BARBOSA CHAVES WOITOWICZ

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

ORIENTADOR: Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes

Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2009

Page 3: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

“UMA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO PARA SELEÇÃO DE FERRAM ENTA DE

BUSINESS INTELLIGENCE”

BERNARDO BARBOSA CHAVES WOITOWICZ

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes (orientador) Instituição: Faculdades IBMEC – IBMEC RJ _____________________________________________________

Professor Dr. Valter de Assis Moreno Junior Instituição: Faculdades IBMEC – IBMEC RJ _____________________________________________________

Professor Dr. Hugo Fuks Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC RJ

Rio de Janeiro, 24 de agosto de 2009

Page 4: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

FICHA CATALOGRÁFICA

658.4035 W847

Woitowicz, Bernardo Barbosa Chaves. Uma abordagem multicritério para seleção de ferramenta de Business Intelligence / Bernardo Barbosa Chaves Woitowicz - Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2009. Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração. Área de concentração: Administração geral. 1. Administração – Tomada de decisão - Técnicas. 2. Apoio à decisão – Teoria da Utilidade Multiatributo (MAUT). 3. Análise multicritério (Método Swing Weighting). 4. Negócios inteligentes (Business Intelligence – BI).

Page 5: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

v

DEDICATÓRIA

À minha família que com seus valores e compreensão

sempre me nortearam em busca do crescimento pessoal e

profissional. Em especial à minha esposa Aline com seu

apoio incondicional nos momentos mais difíceis.

Page 6: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

vi

AGRADECIMENTOS

Aos professores do Mestrado Profissionalizante em Administração do IBMEC que

colaboraram diretamente na minha formação acadêmica e no meu crescimento profissional.

Em especial ao Professor Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro Gomes pelas orientações e

estímulos durante todo o desenvolvimento deste trabalho, contribuindo significativamente no

meu amadurecimento como aluno e pesquisador.

Page 7: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

vii

RESUMO

Esta dissertação tem como objetivo demonstrar a aplicação da Teoria da Utilidade

Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção de ferramenta para um projeto de Business

Intelligence em uma empresa multinacional diversificada nos seguintes ramos: seguros,

previdência privada, capitalização, fundos de pensão e gestão de recursos financeiros. Com a

aplicação do método fica evidenciada a importância de um procedimento formal para ajudar

os decisores nas escolhas, contribuindo com uma maior clareza e um alto aprendizado em

todo o processo. O processo de definição dos pesos foi embasado na técnica Swing Weighting,

a qual necessita de uma forte interação com os decisores para a correta atribuição dos pesos

em todos os critérios a serem analisados.

Palavras Chave: Business Intelligence – MAUT – Swing Weighting – Análise Multicritério

Page 8: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

viii

ABSTRACT

This thesis aims to demonstrate the application of the Theory of Utility Multiattribute

(MAUT) in a process of selection of BI tool for a project in a diversified multinational

company in the following areas: insurance, private provident, capitalization, pension funds

and management of financial resources. With the application of the method is highlighted the

importance of a formal procedure to assist decision makers in choices, contributing to greater

clarity and a high learning in the process. The process of defining the weights was based on

technical Swing Weighting, which needs a strong interaction with the decision to correct the

allocation of weights in all criteria to be analyzed

Key Words: Business Intelligence – MAUT – Swing Weighting – Multicriteria Analysis

Page 9: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

ix

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxo da Tomada de Decisão, adaptado de CLEMEN e REILLY (2001) ............. 12 Figura 2 – Gráfico das Três Melhores Ferramentas Analisadas Sob Todas as Perspectivas ... 48

Page 10: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

x

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Métodos da Família Electre (GOMES, ARAYA e CARIGNANO, 2004)............ 19 Tabela 2 – Resumo dos Métodos Prométhée (MORAIS e ALMEIDA, 2006) ....................... 19

Tabela 3 – Exemplo de Aplicação da Técnica SMART ........................................................ 31 Tabela 4 – Exemplo de Aplicação da Técnica SMARTER ................................................... 31

Tabela 5 – Exemplo de Aplicação da Técnica Swing Weighting ........................................... 33 Tabela 6 – Critérios para Avaliação...................................................................................... 36 Tabela 7 – Notas do Critério 4 – Relatórios e Gráficos - Sub-Critério 4.1 – Funções ............ 39 Tabela 8 – Notas e Pesos do Sub-Critério 4.8 - Dashboards ................................................. 41

Tabela 9 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 1 - Plataforma ................................. 41 Tabela 10 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 2 – Características Básicas ............ 42

Tabela 11 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 3 – Funcionalidades Web .............. 42 Tabela 12 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 4 – Relatórios e Gráficos .............. 42

Tabela 13 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 5 – Mineração de Dados ............... 43 Tabela 14 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 6 – Simulação de Cenários............ 43

Tabela 15 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 7 – Política de Segurança .............. 43 Tabela 16 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 8 – Capacity Planning .................. 43 Tabela 17 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 9 – Plano de Recovery .................. 43 Tabela 18 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 10 – Ferramentas de Planejamento 44

Tabela 19 – Notas e Pesos de Todos os Critérios .................................................................. 44 Tabela 20 – Notas do Critério 6 – Simulação de Cenários .................................................... 45 Tabela 21 – Pesos dos Sub-Critérios do Critério 6 – Simulação de Cenários......................... 45 Tabela 22 – Nota de Todos os Fornecedores para o Critério 6 – Simulação de Cenários ....... 46

Tabela 23 – Notas Calculadas a partir dos Sub-Critérios de Todos os Fornecedores ............. 46 Tabela 24 – Notas Finais de Todos os Fornecedores por Critério .......................................... 47

Page 11: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

xi

LISTA DE ABREVIATURAS AHP Analytic Hierarchy Process

ANP Analytic Network Process

BI Business Intelligence

Electre Elimination et Choix Traduisant la Réalité

ERP Enterprise Resource Planning

MACBETH Measuring Attractiveness by Categorical Based Evolution Technique

MAUT Teoria da Utilidade Multiatributo (Multiattribute Utility Theory)

ORCLASS Ordinal Classification

PACOM Paired Compensation

Prométhée Preference Ranking Organization Method for Enrichment Evaluations

RFI Request for Information

SMART Simple Multi-Attribute Rating Technique

SMARTER Simple Multi-Attribute Rating Technique Exploiting Ranks

TI Tecnologia da Informação

TODIM Tomada de Decisão Interativa Multicritério

VDA Verbal Decision Analysis

Page 12: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

xii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

1.1 Business Intelligence .............................................................................................................................. 1

1.2 Objetivo do Estudo ................................................................................................................................ 4

1.3 Relevância do Tema .............................................................................................................................. 6

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 9

2.1 Introdução ............................................................................................................................................. 9

2.2 Problemas Multicritério .......................................................................................................................14

2.3 Métodos da Escola Americana .............................................................................................................15

2.4 Métodos da Escola Francesa ................................................................................................................18

2.5 Outros Métodos Multicritério ..............................................................................................................20

2.6 Justificativa da Escolha do Método ......................................................................................................22

2.7 Método MAUT .....................................................................................................................................24

2.8 Técnicas de Atribuição de Pesos...........................................................................................................30

3 METODOLOGIA ............................................................................................... 34

3.1 Introdução ............................................................................................................................................34

3.2 Tratamento dos Dados .........................................................................................................................38

3.3 Atribuição dos Pesos .............................................................................................................................39

3.4 Aplicação do Método ............................................................................................................................44

3.5 Análise de Sensibilidade .......................................................................................................................49

4 LIMITAÇÃO ...................................................................................................... 52

5 PESQUISAS FUTURAS...................................................................................... 54

Page 13: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

xiii

6 CONCLUSÃO .................................................................................................... 56

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 59

8 APÊNDICE A ..................................................................................................... 70

9 GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 76

Page 14: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

1

1 Introdução

1.1 Business Intelligence

A internet é um conjunto poderoso de ferramentas que podem ser utilizadas em

praticamente todas as indústrias e como parte de praticamente qualquer estratégia (PORTER,

2001).

Dentre as diversas vantagens trazidas pela Internet, uma das principais é a facilidade

na obtenção de informações. Graças à rede, as empresas coletam milhares de dados

relacionados aos seus negócios. No entanto, essa avalanche de dados causou um problema:

como extrair dessa pilha de dados, as informações realmente úteis para o desenvolvimento do

negócio e como analisá-las. Segundo LOSHIN (2003), no últimos anos a habilidade para

criar, coletar e armazenar informação ultrapassou a nossa capacidade de fazer uso

significativo destas informações.

As empresas estão precisando manipular dados na faixa dos terabytes e petabytes.

Concomitantemente, aumentou também a necessidade de análises mais sofisticadas e de

síntese mais rápida de informações de melhor qualidade (SINGH, 2001).

Page 15: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

2

Essa crescente inundação de informações dificulta o processo de tomada de decisão,

na medida em que a alta e média gerência se sentem impotentes no processo de busca e

recuperação de informações (BARBIERI, 2001).

Os mercados atuais são mais competitivos e dinâmicos. O sucesso ou fracasso das

empresas depende da velocidade e sofisticação de seus Sistemas de Informação e de sua

habilidade em analisar e sintetizar informações (SINGH, 2001). Nos dias atuais, o grande

diferencial está na qualidade e na velocidade com que as informações chegam às mãos dos

profissionais que decidem (SERRA, 2002).

Surgindo como solução para este problema contextualizado, aonde se obtém com

extrema facilidade dados mas não informação relevante e de forma eficaz, os sistemas de

Business Intelligence (BI) se apresentam como alternativa.

BI é um grupo de aplicações projetado para organizar e estruturar os dados de

transação de uma empresa, de forma que possam ser analisados a fim de beneficiar as

operações e o suporte às decisões da empresa (KALAKOTA e ROBINSON, 2002).

SHARIAT e HIGHTOWER (2007) complementam esta afirmação dizendo que o objetivo do

BI é fornecer suporte estratégico, tático e operacional necessário ao processo de tomada de

decisão.

Outro grande diferencial é a facilidade com que qualquer profissional de uma empresa,

seja ele jornalista, médico ou engenheiro, pode fazer consultas ao banco de dados e gerar

relatórios sem a necessidade de conhecimentos de programação (KALAKOTA e ROBINSON

2002).

Page 16: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

3

Portanto, o conceito de Business Intelligence pode ser entendido, em uma de suas

vertentes, como diretamente relacionado ao apoio e subsídio aos processos de tomada de

decisão (COOPER et al., 2000) baseado em dados trabalhados especificamente para a busca

de vantagem competitiva (BARBIERI, 2001). Segundo PORTER (2001), as soluções de TI

permitem às empresas a obtenção de vantagem competitiva.

Com o apoio dos profissionais de TI e consultores externos, as empresas deveriam

utilizar a tecnologia de forma estratégica para reforçar o serviço, aumentar a eficiência e

alavancar os pontos fortes existentes (PORTER, 2001). A TI altera suas operações, seus

produtos e serviços, seus relacionamentos com parceiros, mercados e concorrentes (SERRA,

2002).

Outros autores defendem esta visão da tecnologia da informação voltada mais para a

estratégia da empresa. HENDERSON e VENKATRAMAN (1999) afirmaram que em vários

países e mercados, a área de TI estava deixando de ser uma área de back-office e cada vez

mais assumindo um papel estratégico, não só para dar suporte as estratégias de negócio, mas

também para moldar as estratégias nas empresas. LAURINDO e ROTONDARO (2008)

corroboram esta afirmação, dizendo que a TI evoluiu de uma orientação operacional de

suporte administrativo para um papel mais estratégico dentro da organização

Com a utilização de uma arquitetura de BI, muitas empresas estão obtendo vantagem

competitiva (BARBIERI, 2001), pois este, influencia diretamente os processos estratégicos da

organização. Permitindo com isso, uma maior fidelização dos clientes, visão de mercados

Page 17: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

4

promissores, melhora na qualidade dos produtos e processos empresariais, além é claro, de

permitir avanço contínuo nos lucros.

Em resumo, Business Intelligence (BI) é uma arquitetura com capacidade de extrair e

integrar informações de diferentes bancos de dados, possibilitando a interpretação de forma

contextualizada, trabalha com hipóteses e procura relações de causa e efeito, transformando

os dados brutos em informações estratégicas (SERRA, 2002), fundamenta o processo

decisório da organização e disponibiliza conteúdo relevante para atuação da empresa. Além

de ser flexível o suficiente para propiciar isso, a todos os profissionais da empresa.

1.2 Objetivo do Estudo

A Wicz é uma empresa multinacional que atua em diversos ramos: seguros de vida,

previdência privada, títulos de capitalização, administração de recursos e fundos de pensão. A

empresa foi criada em 1991, sendo a primeira seguradora especializada em seguros de vida e

planos de previdência complementar no Brasil. Somente em 1995 a empresa entrou no

mercado de títulos de capitalização. Em 1996 ocorreu a fusão com um grupo americano,

permitindo maior visibilidade e confiabilidade para a então multinacional Wicz. Atualmente a

empresa está entre as dez maiores seguradoras do mercado.

Cada ramo de negócio de atuação da Wicz possui um vasto leque de especificidades,

por isso não existe um sistema ERP (Enterprise Resource Planning) que integre todas estas

áreas. Por vários anos um projeto para a criação de um sistema integrado foi financiado pela

empresa, porém sem sucesso devido à natureza dos negócios envolvidos.

Page 18: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

5

Cada área de negócio de empresa possui uma arquitetura proprietária, dificultando a

consolidação das informações. A inexistência de um sistema integrado impacta na geração de

relatórios analíticos, prejudicando as análises dos gestores, por não terem as informações ou

por não estarem disponíveis no tempo necessário. Existe também o impacto na área de

Tecnologia da Informação com a sobrecarga de trabalho devido ao excesso de demanda de

relatórios provenientes das áreas usuárias.

Com este contexto totalmente desfavorável em relação à quantidade e confiabilidade

das informações disponíveis, a empresa optou pela contratação de uma consultoria

especializada em BI, para fazer o levantamento das necessidades da Wicz e conduzir o

processo de escolha da ferramenta de Business Intelligence a ser adquirida pela organização.

Por determinação da empresa só serão avaliadas as principais ferramentas de Business

Intelligence do mercado. Após uma análise do comitê responsável pelo processo de seleção,

determinou-se que somente as ferramentas da Business Objects, Cognos, Oracle BI Enterprise

Edition, Oracle Discoverer e MicroStrategy seriam avaliadas.

Esta pesquisa tem como principal objetivo a utilização de um método de análise

multicritério para o processo de seleção de ferramenta de BI a ser conduzido por uma

consultoria especializada na empresa Wicz, tornando o processo mais racional e transparente.

Com isso a consultoria torna o processo de seleção imparcial e fidedigno, pois as informações

serão disponibilizadas de maneira clara e fundamentada em uma metodologia cientifica.

Page 19: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

6

1.3 Relevância do Tema

A atividade de tomada de decisão é extremamente importante para nossa vida pessoal

e para o sucesso das organizações (BROWN, 2005). O processo de tomada de decisão nas

organizações é complexo e envolve uma análise sob diferentes aspectos (CLEMEN e

REILLY, 2001; ZOPOUNIDIS e DOUMPOS, 2002). Frequentemente no processo decisório,

segundo ROY (2005), se torna necessário levar em consideração diferentes pontos de vista,

por exemplo, finanças, recursos humanos, aspectos ambientais, atrasos, segurança, qualidade,

ética e etc.

Estudos decorrentes da teoria da decisão sugerem que más decisões muitas vezes

ocorrem devido ao fato das alternativas não estarem claramente definidas, a informação

correta não estar disponível ou os custos e benefícios não estarem adequadamente

ponderados, além das distorções no processo cognitivo inerentes aos seres humanos

(HAMMOND, KEENEY e RAIFFA, 1998). Embora se possa pensar que as decisões sejam

tomadas de forma racional, não é sempre assim (BROWN, 2005).

Por tudo isso, a abordagem da análise de decisão pode beneficiar importantes

avaliações sob incertezas (ROWE e LUECKE, 2006), já que a intuição humana é pobre em

processar probabilidades e lidar com detalhes (SCHUYLER, 2001).

Uma decisão pode ser difícil, devido a sua complexidade intrínseca, devido às

incertezas inerentes à situação, devido à necessidade de atender a múltiplos objetivos, que

nem sempre apontam para a mesma direção e, finalmente, um problema pode ser altamente

Page 20: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

7

sensível à mudança em um parâmetro ou a utilização de diferentes perspectivas pode levar a

conclusões diversas (CLEMEN e REILLY, 2001).

Além disso, segundo BROWN (2005), não existem decisores que sejam

completamente racionais, que façam ótimas escolhas sem auxílio, baseadas exclusivamente

no que eles conheçam e sintam, que cheguem sozinhos às mesmas conclusões que chegariam

seguindo uma lógica rigorosa. E vários são os critérios que podem se tornar necessários para

uma escolha final entre diferentes alternativas, o que exige o desenvolvimento e a aplicação

de metodologias que permitam ao decisor ponderar com eficiência os diferentes critérios

usados na tomada de decisão (GOMES, ARAYA e CARIGNANO, 2004).

A motivação para perseguirmos uma tomada de decisão racional envolve: a melhoria

na qualidade da decisão, a transparência do processo como um todo e sua disponibilidade para

posterior análise que, se tornada pública, desencoraja a tomada de decisão sob condições

suspeitas (BROWN, 2005). Essa prática fornece uma base sólida para se formar melhores

agentes de decisão, por conter elementos de entendimento comum as pessoas que decidem

tais como objetivos, conseqüências e barganhas, incluindo procedimentos que facilitam a

implementação desses conceitos de uma forma lógica transparente e organizada (KEENEY,

2004).

A grande contribuição deste trabalho é apresentar a utilização de uma metodologia de

apoio multicritério à decisão, explicitando e comprovando as principais vantagens e

desvantagens na adoção destas no contexto empresarial. Além de corroborar os benefícios

apresentados por outros autores e demonstrar a versatilidade dos métodos multicritério.

Page 21: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

8

Outra contribuição se deve ao caráter intuitivo proporcionado pela aplicação do

método e a apresentação formal com exemplos práticos, permitindo maior familiarização dos

métodos de apoio multicritério aos decisores em geral. FIGUEIRA et al. (2005) afirmam que

existe um vínculo muito forte e vital entre teóricos e desenvolvimentos metodológicos, por

um lado, e as aplicações reais em outro. Assim segundo este autor, a validade dos

desenvolvimentos teóricos e metodológicos só pode ser medida em função da utilização

prática no mundo real.

Segundo GOMES, ARAYA e CARIGNANO (2004) a aplicação dos métodos de

apoio multicritério de maneira natural, desmistificam qualquer complexidade que possa existir

na visão do usuário final quanto à aplicação prática destas metodologias.

Outra importante contribuição deste trabalho são as referências bibliográficas

adquiridas no estudo exaustivo de livros e artigos científicos. Ao utilizar estas referências o

autor permite que outros trabalhos possam ser produzidos a partir desta dissertação,

recomendando autores consagrados e indicando possíveis fontes para aprofundamentos

teóricos.

Este estudo permite ainda, o confronto na utilização de diferentes métodos para

resolução de problemas multicritério nas organizações, com o intuito de propiciar maior

conhecimento sobre os mesmos e facilitar futuras escolhas. Com isso, os pesquisadores e

analistas de decisões em geral se capacitam com a ampliação do conhecimento adquirido,

permitindo escolhas mais adequadas quando for necessária a opção por um método específico.

Page 22: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

9

2 Referencial Teórico

2.1 Introdução

A partir de década de 70, começaram a surgir os primeiros métodos de apoio ou

auxílio multicritério à decisão, com o intuito de enfrentar situações específicas, nas quais um

decisor, atuando com racionalidade, deveria resolver um problema em que vários eram os

objetivos a serem alcançados de forma simultânea (GOMES, ARAYA e CARIGNANO,

2004). Estes fazem parte de uma disciplina que engloba vários métodos, técnicas e atitudes no

sentido de orientar o processo de tomada de decisão sob incerteza (NEWENDORP e

SCHUYLER, 2000).

MALCZEWSKI (1999) afirma que as decisões são necessárias quando uma

oportunidade ou problema existe, ou quando algo não é o que deveria ser ou ainda quando

existe uma oportunidade de melhoria. As decisões estão presentes quando se seleciona um

candidato para trabalhar em uma empresa, quando se opta pela compra de um carro novo, ou

ainda a escolha de um curso ou de uma faculdade.

A pesquisa operacional sugere lidar com o problema de decisão da seguinte forma:

primeiro definir uma função objetivo, ou seja, um único ponto de vista representando a

Page 23: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

10

preferência das ações consideradas, depois minimizar ou maximizar este objetivo (FIGUEIRA

et al., 2005). Diferentemente de uma análise em que se busca a maximização ou minimização

de um único parâmetro, como ocorre na pesquisa operacional tradicional, o apoio

multicritério à decisão visa uma solução de compromisso, onde deve prevalecer o consenso

entre as partes envolvidas (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2006).

Em síntese, os métodos de apoio à decisão visam estruturar o problema, permitindo a

compreensão precisa de sua natureza, geram cursos alternativos de ação e identificam

objetivos importantes e critérios de compensações, propiciando recomendações consistentes

em todo o processo decisório (CLEMEN e REILLY, 2001).

Os componentes básicos dos métodos de apoio à decisão são: um conjunto finito ou

infinito de ações (alternativas, soluções, cursos de ação e etc), pelo menos dois critérios, e,

obviamente, pelo menos um decisor (FIGUEIRA et al., 2005).

Os métodos de apoio multicritério auxiliam o decisor na tomada de decisão, onde o

decisor pode ser um indivíduo ou um grupo de indivíduos (CLEMEN e REILLY, 2001) e a

decisão é o processo que leva – direta ou indiretamente – à escolha de, ao menos, uma dentre

diferentes alternativas, todas estas candidatas a resolver determinado problema (GOMES,

2007). A alternativa é uma das possibilidades que compõem o objeto da decisão, é qualificada

como potencial quando existe algum interesse no âmbito do processo decisório ou quando

esta pode ser implementada, e pode ser identificada no início ou no decorrer do processo

(ROY, 2005). Ainda segundo este autor, estas alternativas têm suas performances avaliadas a

partir de critérios, pois estes são instrumentos construídos para avaliar e comparar as

potenciais ações. TRIANTAPHYLLOU (2000) afirma que os critérios representam diferentes

Page 24: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

11

dimensões das alternativas, ou seja, uma forma julgar uma escolha ou ação melhor do que

outra (BELTON e STEWART, 2002).

ROY e BOUYSSOU (1993) definem o apoio multicritério à decisão como sendo a

atividade do analista de decisão que, calcado em modelos claramente explicitados, mas não

necessariamente formalizados, ajuda na obtenção de elementos de resposta às questões de um

agente de decisão ao longo do processo decisório.

Portanto, o apoio multicritério à decisão é uma abordagem prescritiva projetada para

pessoas com inteligência normal pensarem de forma sistemática sobre problemas reais e é

composta por um conjunto de axiomas e procedimentos sistemáticos, de modo a tratar de

forma responsável a complexidade embutida nos problemas de decisão (KEENEY e RAIFFA,

1999). Os métodos de apoio à decisão visam organizar e estruturar o processo decisório,

aumentando a coerência entre os valores subjacentes aos objetivos e metas, e a decisão final

ROY (2005). E estes contribuem para a tomada de decisão, sobretudo em termos de escolha,

classificação ou triagem de alternativas (FIGUEIRA et al., 2005).

BOUYSSOU et al. (2002) e WALLENIUS et al. (2008) enfatizam a necessidade de

analisarmos a decisão como um processo e não de forma pontual como um decreto.

HAMMOND, KEENEY e RAIFFA (2004) afirmam que um processo de decisão eficaz

começa com a concentração naquilo que é efetivamente importante no processo decisório, que

deve ser lógico e coerente, contemplando fatores objetivos e subjetivos, misturando raciocínio

analítico e intuição.

Page 25: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

12

CLEMEN e REILLY (2001) afirmam que a análise nas decisões provê estrutura e

orientação para o pensamento sistemático sobre as decisões e sugerem sete passos para o

processo de tomada de decisão, conforme apresentado no fluxo abaixo:

Figura 1 – Fluxo da Tomada de Decisão, adaptado de CLEMEN e REILLY (2001)

Identificar a Situação de Decisão e Compreender

os Objetivos

Identificar as Alternativas

Decompor e Modelar o Problema:

1 – Modelar a Estrutura 2 – Modelar Incertezas 3 – Modelar Preferências

Escolher a Melhor Alternativa

Análise de Sensibilidade

Necessidade de Análise

Adicional

Implementar Solução

Não

Sim

Page 26: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

13

De acordo com BOUYSSOU (1993), com uma abordagem multicritério em um

processo de tomada de decisão complexo, obtém-se as seguintes vantagens: a constituição de

uma base para o diálogo entre os diferentes agentes de decisão (interventores), a possibilidade

concreta de se trabalhar com subjetividades e incorporar incertezas e imprecisões, além da

visualização de cada solução potencial satisfatória como compromisso entre os diferentes

pontos de vista em conflito.

NEWENDORP e SCHUYLER (2000) citam outras vantagens do método de análise de

decisão: permitir que se considerem explicitamente os possíveis resultados, possibilitar o

realce dos fatores chave, facilitar a comparação de projetos com riscos diferentes, explicitar os

julgamentos sobre risco e tomar decisões que envolvam investimentos complexos.

De acordo com ZOPOUNIDIS (1999), os métodos multicritério facilitam a

estruturação de problemas complexos, permitem a utilização de critérios qualitativos e

quantitativos na avaliação das alternativas no processo decisório, além de serem científicos,

flexíveis, sofisticados e realistas. ZOPOUNIDIS e DOUMPOS (2002) afirmam que o

benefício mais importante destes métodos é propiciar a participação ativa dos decisores,

apoiando e suportando o mesmo na compreensão das especificidades encontradas nos

problemas do mundo real.

Page 27: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

14

2.2 Problemas Multicritério

De acordo com ROY (2005), existem quatro tipos de problemas de apoio à decisão,

estes não são independentes, pois um problema de ordenação de alternativas (Pγ) pode servir

como base para a resolução de problemas de seleção da melhor alternativa (Pα):

• Problema Pα: o objetivo é selecionar uma única alternativa em um pequeno grupo de

boas alternativas ou selecionar um pequeno grupo de alternativas satisfatórias;

• Problema Pβ: o objetivo é aceitar alternativas que parecem boas e descartar as que

parecem ruins, ou seja, realizar uma classificação das alternativas. A atribuição de

uma categoria (i, ii, iii ou iv) para cada alternativa, permite a distinção entre ações

plenamente justificáveis (i), aconselhadas após pequenas modificações (ii),

aconselhadas após alterações importantes (iii) ou desaconselháveis (iv);

• Problema Pγ: o objetivo é gerar uma ordenação completa ou parcial das alternativas;

• Problema Pδ: o objetivo é realizar uma descrição das alternativas;

Os algoritmos multicritério podem ser classificados de acordo com a teoria em que se

baseiam, sendo as escolas Americana e Francesa os dois mais importantes agrupamentos de

métodos analíticos (GELDERMANN e RENTZ, 2000).

Page 28: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

15

2.3 Métodos da Escola Americana

A escola Americana é definida como critério único de síntese e exclui o estado de

incomparabilidade (DIAS, COSTA e CLÍMACO, 1996), sendo possível a indicação do

posicionamento global de cada alternativa (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2006). A escola

assume que todos os estados são comparáveis e que existe a transitividade nas relações de

preferência (KEENEY e RAIFFA, 1999).

Portanto, os métodos desta escola não permitem que as alternativas sejam

incomparáveis e se A é preferível a B e B é preferível a C, então A é preferível a C. Os

principais métodos desta escola são: AHP, MACBETH e MAUT (FIGUEIRA et al., 2005).

O método AHP (Analytic Hierarchy Process), desenvolvido por SAATY (1991), foi

um dos primeiros métodos voltados para o ambiente de decisão multicritério e talvez o mais

utilizado hoje em todo o mundo (MACHADO, GOMES e CHAUVEL, 2003).

O método AHP decompõe um problema multicritério complexo em um sistema de

hierarquia de objetivos, seu principal objetivo é gerar uma matriz com a importância relativa

das alternativas em cada critério (TRIANTAPHYLLOU, 2000). Este método utiliza as

comparações par a par através do julgamento de experts para mensuração de critérios

qualitativos e intangíveis (SAATY, 2005; FIGUEIRA et al., 2005).

Page 29: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

16

O método ANP (Analytic Network Process) é uma generalização das hierarquias para

redes com dependência e feedback, sua estrutura básica é composta por redes e as prioridades

são estabelecidas através da comparação par a par e do julgamento, assim como no método

AHP (SAATY, 2005). O ANP identifica o resultado da dependência e do feedback dentro e

entre os agrupamentos de elementos (FIGUEIRA et al., 2005).

Outro método da escola Americana é o MACBETH (Measuring Attrativeness by a

Categorical Based Evaluation Technique), este foi criado pelo pesquisador lusitano Carlos

António Bana e Costa, com o apoio do seu colega belga Jean-Claude Vansnick (BANA e

COSTA E VANSNICK, 2000), sendo posteriormente agregado à equipe Jean-Marie De Corte

(BANA e COSTA et al., 2003). Este método é baseado no modelo de utilidade aditiva

(FIGUEIRA et al., 2005).

O MACBETH é uma abordagem que necessita somente de julgamentos qualitativos

sobre as diferenças de valor e ajuda o decisor (pode ser indivíduo ou grupo de indivíduos) a

quantificar a atratividade relativa entre as opções (BANA e COSTA et al., 2005).

Em síntese, o método MACBETH visa construir uma escala de intervalos de

preferência sobre um conjunto de ações, sem a necessidade de representação numérica destas

preferências (FIGUEIRA et al., 2005), ou seja, através do julgamento qualitativo mede-se a

diferença de atratividade entre as alternativas (BANA e COSTA et al., 2005).

A Teoria da Utilidade Multiatributo, referida frequentemente por MAUT

(Multiattribute Utility Theory), também pertence à escola Americana, foi introduzida por

KEENEY e RAIFFA (1999) e incorpora à teoria da utilidade a questão do tratamento de

Page 30: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

17

problemas com múltiplos objetivos (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2006; ZOPOUNIDIS e

DOUMPOS, 2002).

O método MAUT é a abordagem mais utilizada para resolução de problemas de

alternativas discretas (WALLENIUS et al., 2008). Sua forte fundamentação teórica tem sido

um dos pilares do desenvolvimento dos métodos multicritério e suas aplicações práticas

(ZOPOUNIDIS e DOUMPOS, 2002).

De acordo com BELTON e STEWART (2002), a intenção deste método analítico é a

associação de um valor a cada alternativa, produzindo-se uma ordem de preferência entre as

alternativas de modo consistente com os julgamentos de valor do decisor. Estes julgamentos

são representados em uma função de utilidade (ZOPOUNIDIS e DOUMPOS, 2002).

Em síntese, o método MAUT consiste em calcular uma utilidade, expressa por uma

nota ou pontuação, para cada objetivo (ou critério) e depois essas utilidades são somadas, em

particular no caso em que se emprega a modelagem pela função de utilidade aditiva,

ponderando apropriadamente os critérios, de acordo com sua respectiva importância em

relação aos demais (CLEMEN e REILLY, 2001; MUSTAJOKI, HAMALAINEN e

LINDSTEDT, 2006).

O objetivo dos decisores no método MAUT é maximizar o valor de utilidade

(WALLENIUS et al., 2008), sendo que a pontuação baixa em um critério pode ser

compensada por um valor maior em outro critério (LINKOV et al., 2006).

Page 31: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

18

2.4 Métodos da Escola Francesa

A escola Francesa é composta por métodos que se baseiam na comparação par a par e

na relação binária de superação entre as alternativas, onde A supera B, se e somente se, A é

pelo menos tão boa quanto B (FIGUEIRA et al., 2005; ZOPOUNIDIS e DOUMPOS, 2002).

Ao contrário da escola Americana, a escola Francesa aceita a incomparabilidade entre

alternativas (DIAS, COSTA e CLÍMACO, 1996), permitindo ao decisor confrontar-se com

uma das quatro situações abaixo (ROY e BOUYSSOU, 1993):

• Uma alternativa é preferida a outra com preferência forte;

• Uma alternativa é preferida a outra com preferência fraca;

• Uma alternativa é indiferente a outra;

• Uma alternativa é incomparável a outra;

Portanto, os métodos da escola Francesa utilizam comparações paritárias e

pressupõem subordinação entre as alternativas, ou seja, estes métodos baseiam-se na relação

de superação ou dominância. Os principais métodos desta escola são: Electre e Prométhée

(FIGUEIRA et al., 2005).

O primeiro método da família Electre (Elimination et Choix Traduisant la Réalité) foi

proposto por ROY (1968). O conceito básico desta família de métodos é a utilização das

relações de superação nas comparações par a par das alternativas (TRIANTAPHYLLOU,

2000).

Page 32: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

19

Os métodos Electre são compostos pela relação de superação (outranking) entre as

alternativas e o procedimento de exploração, sendo este utilizado para fazer recomendações

(dependendo da problemática) a partir dos resultados obtidos na primeira fase (FIGUEIRA,

2005). A tabela a seguir apresenta resumidamente os métodos da família Electre e os tipos de

problemas adequados a cada um.

Versão Autor Ano Tipo de

Problema Tipo de Critério

Utilização de Pesos

I Roy 1968 Seleção Simples Sim II Roy e Bertier 1973 Ordenação Simples Sim III Roy 1978 Ordenação Pseudo Sim IV Roy e Hugonard 1982 Ordenação Pseudo Não IS Roy e Skalka 1985 Seleção Pseudo Sim

TRI Yu Wei 1992 Classificação Pseudo Sim

Tabela 1 – Métodos da Família Electre (GOMES, ARAYA e CARIGNANO, 2004)

Os métodos Prométhée (Preference Ranking Organization Method for Enrichment

Evaluations) se baseiam na comparação paritária e levam em consideração os desvios nas

avaliações entre as alternativas, podendo o decisor especificar uma preferência pequena ou

grande de acordo com os desvios (BRANS e MARESCHAL, 2005). Uma análise de

concordância ou discordância, baseada no parâmetro de veto, é realizada para avaliar a

relação de superação entre as alternativas (MARTEL e MATARAZZO, 2005). A tabela a

seguir apresenta os objetivos de cada método Prométhée.

Método Objetivos

Prométhée I Ordenação Parcial – Problemática da Escolha

Prométhée II Ordenação Completa – Problemática da Ordenação

Prométhée III Ordenação Completa – Ampliação da Noção de Indiferença

Prométhée IV Classificação Completa – Conjunto Contínuo de Soluções

Prométhée V Classificação Completa – Restrições de Segmentos

Prométhée VI Classificação Completa – Graus de Dificuldade com Pesos

Tabela 2 – Resumo dos Métodos Prométhée (MORAIS e ALMEIDA, 2006)

Page 33: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

20

2.5 Outros Métodos Multicritério

O método TODIM (Tomada de Decisão Interativa Multicritério) tem como base a

escola Francesa e Americana, pois combina aspectos provenientes da teoria da utilidade

multiatributo do método AHP e dos métodos Electre (ROY e BOUYSSOU, 1993). O método

está fundamentado na avaliação de alternativas em relação a um conjunto de critérios de

decisão, sendo estes avaliados em uma escala ordinal (TROTTA et al., 1999).

O TODIM é fundamentado na Teoria dos Prospectos (KAHNEMAN e TVERSKY,

1979), esta teoria conclui que a maneira como as pessoas decidem em uma determinada

situação de risco decorre do contexto em que esta está inserida, ou seja, nas situações que

envolvem ganhos, a tendência do ser humano é ser mais conservador, enquanto que em

situações envolvendo perdas as pessoas se mostram mais propensas ao risco (GOMES,

ARAYA e CARIGNANO, 2004).

O método de Análise Verbal de Decisões (VDA) tem como principal objetivo apoiar o

processo de tomada de decisão partindo diretamente da representação verbal (LARICHEV e

OLSON, 2001; LARICHEV e MOSHKOVICH, 1995) e foi proposto para resolução de

problemas desestruturados (MOSHKOVICH, MECHITOV e OLSON, 2005).

Em síntese, o método VDA se orienta pela utilização de formas verbais para elucidar

preferências e avaliar alternativas decisórias (MOSHKOVICH, MECHITOV e OLSON,

2005), e sua principal característica é não desprezar a influência que a pouca habilidade das

pessoas no trabalho com números tem sobre o julgamento e o processamento de informações

em situações decisórias (MOSHKOVICH, MECHITOV e OLSON, 2002). Estes métodos

Page 34: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

21

pretendem utilizar operações e procedimentos simples, claros e compreensíveis pelos

decisores (ASHIKHMIN e FUREMS, 2005).

O método ZAPROS-LM é baseado nos princípios do VDA, foi criado para solucionar

problemas de ordenação e visa a construção de uma escala ordinal para todos os critérios

(MOSHKOVICH, MECHITOV e OLSON, 2005), de forma que todas as alternativas sejam

ordenadas a partir das preferências declaradas do decisor (MOSHKOVICH, MECHITOV e

OLSON, 2002). Este é recomendado para problemas decisórios com muitas alternativas a

serem avaliadas, uma vez que o seu objetivo é estabelecer um ranking – no mínimo parcial –

das alternativas selecionadas (LARICHEV e MOSHKOVICH, 1995).

Outro método que se baseia nos princípios da VDA é o ORCLASS (Ordinal

Classification), este foi criado para solucionar problemas de classificação, ou seja, agrupar as

alternativas de forma a se obter diferentes classes de decisão (MOSHKOVICH, MECHITOV

e OLSON, 2005).

A principal característica do método PACOM (Paired Compensation), outro método

baseado nos princípios da VDA, é o processamento da compensação e análise em pares dos

critérios de uma situação decisória para seleção da melhor alternativa (LARICHEV e

MOSHKOVICH, 1997). Segundo estes autores, os principais objetivos deste método são:

organizar as idéias do tomador de decisão, inspirá-lo a formular outras saídas acerca da

solução do problema e auxiliá-lo na escolha da melhor alternativa, utilizando a expressão

verbal para elucidar as preferências.

Page 35: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

22

2.6 Justificativa da Escolha do Método

Estudos comparativos entre os diferentes métodos de apoio à decisão multicritério,

mostram que não existem metodologias que podem ser apontadas como melhores em relação

às outras em qualquer situação (LARICHEV e OLSON, 2001; ROY, 2005). Os métodos de

apoio à decisão podem representar diferentes respostas para o mesmo problema de decisão

(OZERNOY, 1992; TRIANTAPHYLLOU, 2000), por isso é muito importante identificar

qual o método é mais adequado ao processo de tomada de decisão, considerando o contexto e

o tipo de problema a ser resolvido.

Escolher um método multicritério envolve vários fatores, dentre os quais se destacam

as características: do problema analisado, do contexto considerado, da estrutura de

preferências do decisor e da problemática (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2006). Para

BOUYSSOU et al. (2000) esta escolha é resultado de uma avaliação dos parâmetros

escolhidos, do tipo e da precisão dos dados, da forma de pensar do decisor e do seu

conhecimento sobre o problema.

O método MAUT tem como principal vantagem seu fundamento na Teoria da

Utilidade (FISHBURN, 1970) e o objetivo essencial deste método é a associação de uma

medida de utilidade a cada alternativa, produzindo a ordem de preferências (ordenação

completa) entre as alternativas, consistente com as avaliações ou juízos de valor do próprio

tomador de decisão (BELTON e STEWART, 2002). Possui uma consistente base axiomática

(MOSHKOVICH, MECHITOV e OLSON, 2005), fornecendo uma robusta justificativa para

Page 36: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

23

o tipo de função (de utilidade) usada na agregação da utilidade unitária de cada critério

(LARICHEV e OLSON, 2001).

Outra vantagem do método MAUT apresentada por LARICHEV e OLSON (2001) é

que o envolvimento do decisor é necessário para elaborar a função utilidade, porém após esta

definição é possível comparar várias alternativas, já existentes e/ou novas. LINKOV et al.

(2006) afirmam que o método MAUT permite comparar alternativas com maior facilidade,

pois as pontuações globais são expressas em números. LARICHEV e OLSON (2001)

argumentam ainda, que quando existem alternativas baseadas em preferências subjetivas ou

quando o número de alternativas é grande, novas alternativas podem ser geradas a partir das

originais.

O processo de seleção de ferramentas de BI envolve um conjunto finito de opções,

com objetivos simultâneos a serem alcançados, onde devemos quantificar os trade-offs

(compensações) entre as alternativas, por isso pode-se trabalhar com o método MAUT

(KEENEY e RAIFFA, 1999).

Neste trabalho será utilizado o método MAUT, pois é relativamente simples e pode ser

interpretado intuitivamente, fornecendo uma mensuração da força de preferência do decisor

(DYER, 2005) e permite fazer uma avaliação profunda sobre as trocas ou compensações que

este precisa estabelecer entre os critérios conflitantes do seu problema de decisão (KEENEY e

RAIFFA, 1999). O método contribui ainda para a resolução de conflitos com o aumento da

transparência, proporcionando com maior facilidade a obtenção do consenso (HOSTMANN

et al., 2005) e todos os pressupostos da estrutura axiomática (ordenabilidade e transitividade)

do método são consistentes com o problema a ser estudado.

Page 37: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

24

2.7 Método MAUT

A formalização da teoria da utilidade efetuada por NEUMANN e MORGENSTERN

(1947), posteriormente refinada por FISHBURN (1970) e KEENEY e RAIFFA (1976; 1999),

serviu de base para a formulação de uma teoria de preferência para escolhas envolvendo

riscos (DYER, 2005).

KEENEY e RAIFFA (1999) introduziram o conceito de se medir a utilidade de cada

uma das alternativas candidatas à resolução de um problema decisório, na presença de

múltiplos atributos, através da construção de uma função matemática. Ao estimar a função de

utilidade, constrói-se um modelo matemático de representação de preferências (CLEMEN e

REILLY, 2001).

De acordo com GOMES, GOMES e ALMEIDA (2006), o decisor deve obedecer aos

seis axiomas relacionados a seguir, de modo que sua função de utilidade possa ser

perfeitamente definida.

• Axioma da Ordenabilidade: dadas as consequências A e B, pode-se dizer que

A é preferível a B, ou A é indiferente a B ou B é preferível a A;

• Axioma da Transitividade: se A é preferível a B e B é preferível a C, então A é

preferível a C. Se A é indiferente a B e B é indiferente a C, então A é

indiferente a C;

Page 38: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

25

• Axioma da Continuidade: se A é preferível a B e B é preferível a C, então

existe uma probabilidade p, 0 < p < 1, tal que B seja indiferente a uma loteria

com probabilidade p de ocorrer A e p-1 de ocorrer C;

• Axioma da Substitutabilidade: é possível substituir um evento incerto com

consequência A por outro evento equivalente mais complexo B, ou seja, é o

inverso do axioma da redutibilidade;

• Axioma da Redutibilidade: é possível reduzir um evento complexo com

consequência A por outro evento equivalente menos complexo B, sem afetar as

preferências do decisor.

• Axioma da Monotonicidade: caso existam duas consequências equivalentes, o

decisor prefere aquela com maior probabilidade de alcançar o resultado

desejado.

De acordo com DYER (2005) a teoria da preferência multiatributo seria um termo

mais geral para cobrir diversos modelos multiatributo de escolhas. O autor argumenta que,

apesar de muitos acadêmicos considerarem a teoria da utilidade multiatributo de KEENEY e

RAIFFA (1976; 1999) como sinônimo da teoria da preferência multiatributo, essa teoria não é

apropriada para decisões envolvendo múltiplos objetivos, quando o risco não é um fator a ser

considerado, tendo em vista que os axiomas apropriados para escolhas de risco não precisam

ser satisfeitos nestes casos.

Page 39: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

26

BELTON e STEWART (2002) adotam a nomenclatura “Teoria de Valor Multiatributo

– MAVT (Multiattribute Value Theory)” e consideram que a teoria da utilidade pode ser vista

como uma extensão da teoria de valor aplicada às situações de incerteza. DYER (2005)

corrobora esta afirmação definindo uma função de representação de preferência, sob

condições de certeza, como função valor (v) e uma função de representação de preferência,

sob condições de risco, como função utilidade (u).

De acordo com DYER (2005) a teoria da utilidade multiatributo é baseada em

rigorosos axiomas que caracterizam o comportamento de escolha dos indivíduos e são

essenciais para o estabelecimento de funções de representação de preferências, se constituindo

na base lógica para a análise quantitativa de preferências. A seguir são apresentados estes

axiomas sugeridos pelo autor:

• Preferência Assimétrica: assume que o decisor está apto para escolher sem

contradição entre duas alternativas, ou seja, não pode haver preferência estrita

de x em relação a y e de y em relação a x simultaneamente;

• Transitividade Negativa: se x é preferível estritamente a y e qualquer outro

elemento z em X, então ou x é preferível estritamente a z ou z é preferível

estritamente a y ou ambos;

• Se uma relação de preferência estrita é assimétrica e negativamente transitiva é

chamada de ordenação fraca;

Page 40: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

27

• Se uma relação de preferência é uma ordenação fraca, então as relações de

indiferença e preferência fraca associadas são bem comportadas;

Portanto, um indivíduo cuja preferência estrita possa ser representada por uma

ordenação fraca pode ranquear todas as alternativas em uma ordenação única e, se a

preferência estrita em X é uma ordenação fraca e X é finito, então, existe uma representação

numérica de preferência representada por uma função de valor real em X (DYER, 2005), tal

que x é preferível a y se, e somente se, o resultado da função de valor v(x) é maior do que o

resultado da função de valor v(y), para todo x e y em X (FISHBURN, 1970).

Existem duas formas predominantes de análise de alternativas para o método MAUT:

a aditiva e a multiplicativa (KEENEY e RAIFFA, 1999). A mais simples e amplamente

utilizada forma de função de utilidade é o modelo aditivo (BELTON e STEWART, 2002;

DYER, 2005). A Função multiatributo aditiva é a agregação, por adição, constituindo uma

média ponderada das utilidades segundo cada atributo (CLEMEN e REILLY, 2001).

Em síntese, na função de utilidade aditiva, calcula-se a utilidade multiatributo,

expressa por uma nota ou uma pontuação, para cada objetivo (ou critério), e depois essas

utilidades são somadas, ponderando-se apropriadamente os critérios de acordo com suas

importâncias relativas aos demais (CLEMEN e REILLY, 2001).

A condição de independência é necessária para se utilizar a função de utilidade aditiva

(DYER, 2005; RAIFFA, 2006), isso significa que uma compensação (isto é, uma relação de

troca, ou trade-off) entre quaisquer dois critérios, que o tomador de decisão esteja disposto a

aceitar, não pode depender de qualquer outro critério (BELTON e STEWART, 2002;

Page 41: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

28

RAIFFA, 2006). Segundo CLEMEN e REILLY (2001), um critério y é dito independente do

ponto de vista das preferências com relação a x, se as preferências pelas conseqüências

específicas de y não dependerem da variação do nível do critério x.

BELTON e STEWART (2002) esclarecem que a função de valor aditiva pode ser

expressa pela fórmula a seguir:

eq. (1)

Na qual v(a) é o valor que se deseja obter para uma alternativa a, vi(a) é um valor

específico de a para um critério i, i variando de 1 a m, e wi é o peso dado para o critério i.

De acordo com CLEMEN e REILLY (2001), caso se identifique a dependência entre

os critérios, recomenda-se que a família de critérios seja repensada e transformada,

eventualmente por meio de agrupamentos ou mesmo de redefinições.

Outra opção, nos casos onde a representação aditiva não possa ser utilizada, é

considerar a utilização de uma forma multiplicativa, sendo que com isso, condições mais

rigorosas devem ser satisfeitas (DYER, 2005). A utilização da forma multiplicativa exige que

cada subconjunto de critérios satisfaça a condição de independência com os demais critérios

(CLEMEN e REILLY, 2001).

∑=

=m

i

aav iivw1

)()(

Page 42: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

29

A fórmula apresentada a seguir é a representação matemática da função de valor

multiplicativa sugerida por DYER (2005):

eq. (2)

Onde vi é a função de valor de atributo único de xi, escalado entre 0 e 1, λi são

constantes de escala positiva e λ é uma constante de escala adicional. Caso a constante de

escala adicional λ seja igual a zero, a eq.(2) pode ser reduzida para a forma aditiva:

eq. (3)

Onde , ou seja, o somatório das constantes de escala positiva é igual a 1.

∏=

+=+n

i

iii xvxv1

]1[ )()(1 λλλ

∑=

=n

i

iii xvxv1

)()( λ

∑=

=n

i

i

1

Page 43: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

30

2.8 Técnicas de Atribuição de Pesos

A definição dos pesos de cada critério reflete a importância de cada um destes para o

decisor no problema a ser solucionado (GOODWIN e WRIGHT, 2000), por isso é

extremamente importante conhecer as técnicas de atribuição de pesos para escolher a mais

adequada ao contexto. Para TRIANTAPHYLLOU (2000) ao atribuir pesos aos critérios no

processo decisório, o decisor deve procurar fazê-lo de modo a representar a verdadeira

importância de cada critério.

No método Trade-off Weighting (KEENEY e RAIFFA, 1999), o decisor compara duas

alternativas que se diferenciam por apenas dois atributos com os outros atributos mantidos

fixos. É realizado um ajuste em um dos atributos até que as alternativas contenham igualdade

de preferências.

O método SMART é amplamente utilizado por causa da sua simplicidade nas

respostas necessárias do decisor e na maneira pela qual estas respostas são analisadas

(GOODWIN e WRIGHT, 2000). Neste método as alternativas são ordenadas de forma

decrescente, sendo que o valor 10 é atribuído para a alternativa de menor importância

(MUSTAJOKI, HAMALAINEN e SALO, 2005). As demais são avaliadas em relação a esta

alternativa e os valores atribuídos devem ser maiores do que 10 e proporcionais a preferência

na comparação entre elas.

Segundo POYHONEN e HAMALAINEN (2001) e POYHONEN, VROLIJK e

HAMALAINEN (2001), deve-se tomar cuidado com os possíveis vieses de julgamento por

Page 44: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

31

parte dos decisores, pois ao determinar o valor 10 para o atributo de menor importância, o

decisor pode ser influenciado a pontuar os demais atributos com múltiplos de 10.

Os pesos são calculados a partir da normalização da pontuação em relação ao total de

pontos atribuídos (MUSTAJOKI, HAMALAINEN e SALO, 2005). A tabela a seguir

exemplifica a aplicação da técnica SMART para cinco atributos:

1ª. Etapa: Ordenação

2ª. Etapa: Pontuação

3ª. Etapa: Normalização

Atributo 1 (Mais Importante) 100 0,425532

Atributo 2 70 0,297872

Atributo 3 30 0,127660

Atributo 4 25 0,106383

Atributo 5 (Menos Importante) 10 0,042553

Tabela 3 – Exemplo de Aplicação da Técnica SMART

O método SMARTER é uma simplificação do SMART, a função de valor é linear e o

processo de comparação é mais simples: o decisor ordena as trocas por importância

(GOODWIN e WRIGHT, 2000). Os pesos são calculados utilizando o Rank Centroid Method

(BARRON e BARRET, 1996) que converte o ranking em um conjunto aproximado de pesos,

conforme exemplificado na tabela a seguir:

1ª. Etapa: Classificação 2ª. Etapa: Fórmula 3ª. Etapa:

Peso

1 1/5 * (1/1 + 1/2 + 1/3 + 1/4 + 1/5) 0,456667

2 1/5 * (1/2 + 1/3 + 1/4 + 1/5) 0,256667

3 1/5 * (1/3 + 1/4 + 1/5) 0,156667

4 1/5 * (1/4 + 1/5) 0,090000

5 1/5 * (1/5) 0,040000

Tabela 4 – Exemplo de Aplicação da Técnica SMARTER

Page 45: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

32

A técnica de ponderação Direct Rating é utilizada quando um critério é difícil de ser

quantificado, por exemplo, imagem ou conforto, o decisor é convidado a ordenar de maneira

decrescente as alternativas (GOODWIN e WRIGHT, 2000). É atribuído o valor 100 para a

mais preferida e 0 para última do ranking, as demais são posicionadas pelo decisor entre estas

duas alternativas. Os valores relativos ao posicionamento de cada alternativa representam a

quantificação das alternativas segundo um determinado critério.

No método Swing Weighting (WINTERFIELD e EDWARDS, 1986), o decisor é

convidado a considerar a situação hipotética de uma alternativa que possui a menor pontuação

em todos os critérios envolvidos no processo de decisão (GOODWIN e WRIGHT, 2000;

MUSTAJOKI, HAMALAINEN e SALO, 2005). Com isso é criada uma situação de

benchmark (referência), caracterizada pelo pior cenário.

O decisor atribui 100 pontos para o critério que decide elevar à maior pontuação

possível. Após atribuir 100 pontos para esse critério, elimina-o do processo. O decisor

consulta os critérios restantes e novamente escolhe o critério que gostaria de elevar e atribui

um valor inferior a 100 pontos e assim sucessivamente (GOODWIN e WRIGHT, 2000;

MUSTAJOKI, HAMALAINEN e LINDSTEDT, 2006). Portanto, o decisor atribui uma

pontuação para cada critério partindo do mais relevante até o critério com pouca relevância.

Swing Weighting é uma técnica que pode ser utilizada em praticamente qualquer

situação de mensuração de pesos e tem como grande vantagem a construção intuitiva. O

decisor define uma situação de benchmark e ordena os critérios de maneira decrescente,

atribuindo pontos para cada um nesta ordem (CLEMEN e REILLY, 2001).

Page 46: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

33

Segue abaixo uma tabela com o exemplo de ponderação utilizando a técnica interativa

Swing Weighting, onde o peso do critério é igual a nota do critério divida pela soma de todas

as notas:

Critérios Ranking Nota Peso

Benchmark 3 0 -

Critério I 1 100 0,76923

Critério II 2 30 0,23076

Tabela 5 – Exemplo de Aplicação da Técnica Swing Weighting

No método Interval SMART / Swing Weighting, o atributo de referência pode ser

qualquer atributo, não precisa ser necessariamente o mais importante ou o de menor

importância, permitindo que o decisor utilize intervalos de julgamento na ponderação e avalie

as alternativas considerando a imprecisão (MUSTAJOKI, HAMALAINEN e SALO, 2005).

Portanto, segundo estes próprios autores, o método apresentado permite a modelagem de

imprecisão sem a perda significativa da facilidade já constatada pelos métodos SMART e

Swing Weighting no processo de ponderação dos critérios.

Outro método importante é o Even Swaps, ou Trocas Justas, este é composto por um

processo de eliminação baseado nos valores de trade-offs, com a finalidade de obter-se a

escolha da melhor alternativa (HAMMOND, KEENEY e RAIFFA, 1998; KEENEY e

RAIFFA, 1999). A essência do método trocas justas é uma forma de permuta, este obriga a

estimar o valor de um objetivo de acordo com outro (HAMMOND, KEENEY e RAIFFA,

2004). O objetivo do método é a realização de permuta com o intuito de tornar os atributos

irrelevantes, conduzindo as alternativas a terem preferências iguais ou a dominação de uma

por parte da outra (MUSTAJOKI e HAMALAINEN, 2005).

Page 47: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

34

3 Metodologia

3.1 Introdução

A Teoria da utilidade multiatributo foi aplicada na empresa Wicz no processo de

seleção de ferramenta de Business Intelligence. A empresa determinou um comitê responsável

pelo processo de seleção da ferramenta, este é composto por dois profissionais da área de

controladoria, um da área de marketing (pesquisa), dois da área de TI e um consultor externo

especializado em BI. Outra determinação importante da empresa foi que somente os

principais fornecedores de soluções de BI participariam de todo o processo de seleção.

Após várias reuniões do comitê responsável, definiu-se que os seguintes fornecedores

participariam do processo de seleção: Business Objects, Cognos, Oracle BI Enterprise

Edition, Oracle Discoverer e MicroStrategy. A ferramenta Hyperion foi desconsiderada da

análise por ter sido comprada pela Oracle e futuramente será descontinuada (não terá suporte

e nem haverá lançamento de novas versões ou funcionalidades), outra ferramenta descartada

do processo de avaliação foi a SAS devido aos custos elevados de licenciamento e a baixa

produtividade para usuários leigos (alta curva de aprendizado). Estas informações foram

fornecidas pelo consultor especializado em BI.

Page 48: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

35

Foi determinado também que os critérios de avaliação das ferramentas seriam

apresentados pelo consultor especializado e submetidos à aprovação do comitê do processo de

seleção. Após várias reuniões para ajuste dos critérios e dos sub-critérios apresentados pelo

consultor especializado, o comitê responsável pelo processo definiu como relevante para o

processo de seleção e adequado para as necessidades da empresa Wicz, 10 critérios e 36 sub-

critérios apresentados na tabela abaixo:

1 – Plataforma 1.1 - Suportada

1.2 - Aconselhada

1.3 - Mínima

1.4 - Ideal

2 – Características Básicas 2.1 - Suporte Técnico

2.2 - Arquitetura

2.3 - Novas Versões

2.4 - Funcionalidades

2.5 - Formas de Acesso

3 – Funcionalidades Web 3.1 - Funções

3.2 - Fórum

3.3 - Browsers

3.4 - Help On-line

3.5 - Idiomas

4 – Relatórios e Gráficos 4.1 - Funções

4.2 - Assistentes

4.3 - Tipos de gráficos

4.4 - Agendamento Relatório

4.5 - Fontes Externas

4.6 - Templates

4.7 - Grupos Customizados

4.8 - Dashboards

5 – Mineração de dados 5.1 - Recurso

5.2 - Assistentes

6 – Simulação de Cenários 6.1 - Simulação - What If

6.2 - Projeção de relatório

6.3 - Análises de Tendência

7 – Política de segurança 7.1 - Criação de Níveis

7.2 - Permissão de Acesso

Page 49: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

36

8 – Capacity Planning 8.1 - Capacidade

8.2 - Performance

8.3 - Servidores em Cluster

9 – Plano de Recovery 9.1 - Banco de Dados

9.2 - Metadados

10 – Ferramentas de Planejamento 10.1 - Ferramentas Integradas

10.2 - Nível de Integração

Tabela 6 – Critérios para Avaliação

Os critérios foram avaliados seguindo uma consolidação dos fatores sugeridos por

ROY (2005) e KEENEY e RAIFFA (1999):

• Completude: todos os critérios relevantes foram contemplados;

• Operacionalidade: os critérios são suficientemente específicos nos níveis mais

baixos da hierarquia;

• Decomponibilidade: pode-se avaliar o desempenho de uma alternativa em

relação a um critério, independente do seu desempenho em relação a outros

critérios;

• Ausência de Redundância: um critério não pode representar a mesma realidade

que outro, mesmo que seja parcialmente;

• Tamanho Mínimo: deve-se assegurar que os critérios não sejam decompostos

além do nível em que podem ser avaliados;

• Legibilidade: o que cada critério mede ou representa deve ser compreensível

para todos os envolvidos nos processo decisório;

• Monotônica: a ordenação das preferências parciais, representadas pela

avaliação ou julgamento de cada critério, deve ser consistente com a ordenação

das preferências globais expressas sobre as alternativas;

Page 50: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

37

• Comparabilidade: a hierarquia de critérios estabelecida deve possibilitar, de

forma legítima, a comparação de subgrupos de critérios;

Elaborou-se um questionário que abordasse todos os critérios listados acima com o

intuito de levantar junto aos fornecedores as informações pertinentes ao processo de seleção

de ferramenta de BI. Este questionário (Apêndice A), denominado RFI, foi elaborado em

conjunto com o consultor especializado e aprovado pelo comitê gestor do processo.

Após a aprovação do questionário, este foi enviado aos fornecedores para o devido

preenchimento das respostas. À medida que os fornecedores foram enviando os questionários

respondidos, o consultor especializado em BI verificava a necessidade ou não de maiores

esclarecimentos junto ao respectivo fornecedor. Caso fosse necessário, o consultor

especializado entrava em contato com o fornecedor com o intuito de esclarecer as dúvidas

apresentadas.

Apesar do interesse apresentado pelos fornecedores em suprir à empresa Wicz com

todas as informações possíveis sobre as ferramentas de BI, existia um claro interesse em

omitir ou não apresentar deficiências ou falhas inerentes a qualquer ferramenta, já que o

processo de seleção resultará em um contrato de licenciamento e suporte com o fornecedor

escolhido.

Após inúmeras tentativas de contato para esclarecimento das dúvidas, o comitê

responsável pelo processo de seleção fixou em trinta dias o prazo limite para o levantamento

das informações adicionais. Com a fixação deste prazo a empresa Wicz valorizava o pronto-

Page 51: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

38

atendimento de alguns fornecedores e delimitava possíveis atrasos com intuito de omissão por

parte de outros fornecedores.

3.2 Tratamento dos Dados

O comitê responsável pelo processo de seleção da ferramenta de Business Intelligence

determinou que a pontuação para cada item das respostas apresentadas pelos fornecedores na

RFI será entre 0 e 1. Os itens serão julgados pelo comitê da seguinte forma:

• Nota 0,00 (zero) quando o fornecedor não respondeu o item ou a empresa Wicz

não conseguiu obter a informação;

• Nota 0,25 quando a resposta do item for considerada abaixo do esperado pelo

comitê responsável pelo processo;

• Nota 0,50 quando a resposta do item for considerada dentro do esperado pelo

comitê responsável pelo processo;

• Nota 0,75 quando a resposta do item for considerada acima do esperado pelo

comitê responsável pelo processo;

• Nota 1,00 quando a resposta do item superar a expectativa do comitê

responsável pelo processo;

Page 52: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

39

Segue abaixo uma tabela com as notas de todas as ferramentas de BI para o critério 4 –

Relatórios e Gráficos e sub-critério 4.1 – Funções, para exemplificar a forma de pontuação:

Critérios Ferramentas

Oracle BI EE Cognos Business

Objects Microstrategy Oracle Discoverer

4 - Relatórios e Gráficos

4.1 - Funções

Visualização de query 0 0,5 0,5 0,5 0,5

Possibilidade de edição de query 0 1 1 1 0,5

Passagem de parâmetro 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Utilização como base de outro 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Utilização de mais de um fato 0 0 0,5 0,5 0,5

Adição de filtros e classificação 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Slice and dice 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Criação de alertas p/ condições 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Tipos de Funções 0,5 0,5 0,5 0,75 0,5

Tabela 7 – Notas do Critério 4 – Relatórios e Gráficos - Sub-Critério 4.1 – Funções

3.3 Atribuição dos Pesos

A técnica utilizada na atribuição de pesos foi Swing Weighting, pois pode ser utilizada

em qualquer situação e apresenta um caráter intuitivo (CLEMEN e REILLY, 2001). Esta

necessita de uma intensa interação com o decisor para a definição dos pesos, (CLEMEN e

REILLY, 2001), propiciando um maior alinhamento entre o julgamento intuitivo do decisor e

a ponderação sugerida pela técnica (DURBACH e STEWART, 2003).

A técnica de ponderação Swing Weighting é utilizada com freqüência em conjunto

com a MAUT (SHULTZABERGER et al., 2003; FRENCH et al., 2005) e facilita a

Page 53: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

40

compreensão dos stakeholders clarificando o impacto da importância relativa dos pesos nos

resultados (TRAINOR et al., 2007).

Como no processo de seleção da empresa Wicz foi definido um comitê responsável,

este grupo de pessoas representa o decisor no contexto deste trabalho. Portanto, o consultor

especializado em BI juntamente com o comitê responsável, figurando como decisor,

atribuíram os pesos para todos os critérios e sub-critérios.

Primeiramente uma situação hipotética é definida como sendo a pior hipótese possível

(benchmark), onde todos os critérios tenham a pior avaliação. Exemplificando para o critério

5 – Mineração de Dados, sub-critério 5.1 – Recursos e 5.2 – Assistentes, ficou definido como

hipótese benchmark, o fato da ferramenta não apresentar assistentes e a inexistência de

recursos (ambos sub-critérios).

Após a definição do pior cenário, o comitê responsável pelo processo de seleção foi

questionado sobre qual dos dois sub-critérios, 5.1 – Recursos ou 5.2 – Assistentes, era mais

importante para empresa Wicz. A escolha do comitê foi o sub-critério 5.1 – Recursos, com

isso atribuiu-se a nota 100 e a posição 1 no ranking para este sub-critério. O comitê foi

questionado sobre qual seria a nota do sub-critério 5.2 – Assistentes considerando que o sub-

critério 5.1 – Recursos era 100. A nota definida pelo comitê para o sub-critério 5.2 –

Assistentes foi 85 e sua posição 2 no ranking, já que apenas dois sub-critérios existem para

serem avaliados no item 5 – Mineração de Dados.

Page 54: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

41

Portanto, a nota para benchmark foi definida como 0 e sua posição no ranking 3, o

sub-critério 5.1 – Recursos ficou com nota 100 e posição 1 no ranking e o sub-critério 5.2 –

Assistentes ficou com nota 85 e posição 2 no ranking, conforme tabela abaixo:

5 – Mineração de Dados Ranking Nota Peso

Benchmark 3 0 0,0000

5.1 – Recursos 1 100 0,5405

5.2 – Assistentes 2 85 0,4595

Tabela 8 – Notas e Pesos do Sub-Critério 4.8 - Dashboards

O peso foi calculado com base na nota do sub-critério divido pela soma das notas de

todos os sub-critérios, ou seja, o peso para o sub-critério 5.1 – Recursos foi calculado da

seguinte forma: nota do sub-critério 5.1 – Recursos (100) divida pela soma das notas de todos

os sub-critérios (100 + 85). E assim sucessivamente para todos os sub-critérios.

O comitê avaliou todos os sub-critérios conforme descrito anteriormente e os

resultados são apresentados nas tabelas de 9 a 19.

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso 1 - Plataforma

Benchmark 5 0 0

1.1 - Suportada 1 100 0,377358

1.2 - Aconselhada 3 45 0,169811

1.3 - Mínima 4 30 0,113208

1.4 - Ideal 2 90 0,339623

Tabela 9 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 1 - Plataforma

Page 55: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

42

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso

2 - Características Básicas

Benchmark 6 0 0

2.1 - Suporte Técnico 2 95 0,253333

2.2 - Arquitetura 1 100 0,266667

2.3 - Novas Versões 3 90 0,24

2.4 - Funcionalidades 5 40 0,106667

2.5 - Formas de Acesso 4 50 0,133333

Tabela 10 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 2 – Características Básicas

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso 3 - Funcionalidades Web

Benchmark 6 0 0

3.1 - Funções 4 40 0,131148

3.2 - Fórum 1 100 0,327869

3.3 - Browsers 3 50 0,163934

3.4 - Help On-line 2 80 0,262295

3.5 - Idiomas 5 35 0,114754

Tabela 11 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 3 – Funcionalidades Web

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso

4 - Relatórios e Gráficos

Benchmark 9 0 0

4.1 - Funções 8 30 0,057143

4.2 - Assistentes 3 80 0,152381

4.3 - Tipos de Gráficos 2 95 0,180952

4.4 - Agendamento Relatório 5 65 0,12381

4.5 - Fontes Externas 7 40 0,07619

4.6 - Templates 6 45 0,085714

4.7 - Grupos Customizados 4 70 0,133333

4.8 - Dashboards 1 100 0,190476

Tabela 12 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 4 – Relatórios e Gráficos

Page 56: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

43

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso 5 - Mineração de dados

Benchmark 3 0 0

5.1 - Recurso 1 100 0,540541

5.2 - Assistentes 2 85 0,459459

Tabela 13 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 5 – Mineração de Dados

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso

6 - Simulação de Cenários

Benchmark 4 0 0

6.1 - Simulação - What If 1 100 0,444444

6.2 - Projeção de Relatório 3 55 0,244444

6.3 - Análises de Tendência 2 70 0,311111

Tabela 14 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 6 – Simulação de Cenários

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso

7 - Política de segurança

Benchmark 3 0 0

7.1 - Criação de Níveis 1 100 0,571429

7.2 - Permissão de Acesso a Objetos 2 75 0,428571

Tabela 15 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 7 – Política de Segurança

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso 8 - Capacity Planning

Benchmark 4 0 0

8.1 - Capacidade 3 50 0,204082

8.2 - Performance 2 95 0,387755

8.3 - Servidores em Cluster 1 100 0,408163

Tabela 16 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 8 – Capacity Planning

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso 9 - Plano de Recovery

Benchmark 3 0 0

9.1 - Banco de Dados 2 60 0,375

9.2 – Metadados 1 100 0,625

Tabela 17 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 9 – Plano de Recovery

Page 57: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

44

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso

10 - Ferramentas de Planejamento

Benchmark 3 0 0

10.1 - Ferramentas Integradas 2 90 0,473684

10.2 - Nível de integração 1 100 0,526316

Tabela 18 – Notas e Pesos dos Critérios e Sub-Critérios: 10 – Ferramentas de Planejamento

Critérios Ranking Nota Peso Benchmark 11 0 0,000000

1 - Plataforma 4 88 0,116248

2 - Características Básicas 10 40 0,052840

3 - Funcionalidades Web 7 65 0,085865

4 - Relatórios e Gráficos 6 75 0,099075

5 - Mineração de Dados 3 95 0,125495

6 - Simulação de Cenários 2 99 0,130779

7 - Política de Segurança 9 55 0,072655

8 - Capacity Planning 5 80 0,105680

9 - Plano de Recovery 8 60 0,079260

10 - Ferramentas de Planejamento 1 100 0,132100

Tabela 19 – Notas e Pesos de Todos os Critérios

3.4 Aplicação do Método

Com a definição de quais critérios serão considerados na avaliação das ferramentas de

BI, com a atribuição dos pesos utilizando a técnica Swing Weighting através de uma intensa

interação com comitê responsável pelo processo de seleção e após o tratamento dos dados

com o mapeamento de todas as notas de cada critério e sub-critério, a Teoria da Utilidade

Multiatributo (MAUT) pode ser aplicada. A opção pela forma aditiva é fundamentada na não

violação da condição de independência dos critérios.

Page 58: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

45

A tabela 20 apresenta as notas de todos os fornecedores para o critério 6 – Simulação

de Cenários e os seus sub-critérios. A tabela 21 apresenta os pesos de cada sub-critério do

mesmo critério 6 – Simulação de Cenários.

Critérios e Sub-Critérios Ferramentas

6 - Simulação de Cenários Oracle BI EE Cognos Business Objects Microstrategy Oracle

Discoverer

6.1 - Simulação - What If 0,25 0,5 0,5 0,5 0,5

6.2 - Projeção de relatório 0,25 0,5 0,5 0,5 0,5

6.3 - Análises de Tendência 0,25 0,5 0,5 0,75 0,25

Tabela 20 – Notas do Critério 6 – Simulação de Cenários

Critérios e Sub-Critérios Ranking Nota Peso 6 - Simulação de Cenários

Benchmark 4 0 0

6.1 - Simulação - What If 1 100 0,444444

6.2 - Projeção de Relatório 3 55 0,244444

6.3 - Análises de Tendência 2 70 0,311111

Tabela 21 – Pesos dos Sub-Critérios do Critério 6 – Simulação de Cenários

O cálculo da nota final do critério 6 – Simulação de Cenários é realizado

multiplicando o peso de cada sub-critério pela respectiva nota, posteriormente é feita a soma

destas multiplicações obtendo-se a nota final do critério.

Obtém-se a nota final do critério 6 – Simulação de Cenários para o fornecedor

MicroStrategy com o seguinte cálculo: nota do sub-critério 6.1 Simulação – What If

multiplicada pelo peso deste sub-critério (0,50 * 0,444444) somada com a nota do sub-critério

6.2 – Projeção de Relatório multiplicada pelo peso deste sub-critério (0,50 * 0,244444)

somada com a nota do sub-critério 6.3 – Análises de Tendência multiplicada pelo peso deste

sub-critério (0,75 * 0,311111). Com isso, o fornecedor MicroStrategy obteve 0,57778 como

nota final no critério 6 – Simulação de Cenários.

Page 59: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

46

A tabela abaixo apresenta os resultados deste cálculo para todos os fornecedores no

critério 6 – Simulação de Cenários:

Critérios e Sub-Critérios

Ferramentas

Oracle BI EE Cognos Business Objects Microstrategy Oracle

Discoverer

6 - Simulação de Cenários 0,25 0,5 0,5 0,57778 0,42222

Tabela 22 – Nota de Todos os Fornecedores para o Critério 6 – Simulação de Cenários

Estes cálculos são realizados em todos os sub-critérios para todos os fornecedores, a

nota calculada de um sub-critério vira a nota do critério deste sub-critério e posteriormente é

re-calculada ponderando os pesos. A tabela 23 apresenta as notas calculadas a partir dos sub-

critérios de cada critério para todos os fornecedores.

Critérios Oracle BI EE Cognos Business Objects Microstrategy Oracle

Discoverer

1 - Plataforma 0,193716 0,265239 0,449693 0,516419 0,314394

2 - Características Básicas 0,433333 0,566667 0,566667 0,663333 0,446667

3 - Funcionalidades Web 0,314549 0,520492 0,586066 0,423156 0,480533

4 - Relatórios e Gráficos 0,320930 1,095452 0,488237 0,467129 0,482468

5 - Mineração de Dados 0,270270 0,405405 0,250000 0,405405 0,270270

6 - Simulação de Cenários 0,250000 0,500000 0,500000 0,577778 0,422222

7 - Política de Segurança 0,500000 0,500000 0,500000 0,750000 0,500000

8 - Capacity Planning 0,392589 0,295650 0,545918 0,486842 0,341568

9 - Plano de Recovery 0,133547 0,453259 0,367788 0,590144 0,609509

10 - Ferramentas de Planejamento 0,631579 0,750000 0,618421 0,618421 0,368421

Tabela 23 – Notas Calculadas a partir dos Sub-Critérios de Todos os Fornecedores

A tabela 24 apresenta as notas finais de cada critério para todos os fornecedores com a

ponderação dos pesos. A nota final é gerada a partir da nota calculada dos sub-critérios

multiplicada pelo respectivo peso deste critério. Exemplificando este cálculo: o fornecedor

Page 60: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

47

Cognos obteve 0,265239 no critério 1 – Plataforma, sua nota final é calculada multiplicando

este valor por 0,116248 (peso do critério), o que pontua este fornecedor com 0,030834 neste

critério (0,265239 * 0,116248).

Critérios Pesos Oracle BI EE Cognos Business Objects Microstrategy Oracle

Discoverer

1 - Plataforma 0,116248 0,022519 0,030834 0,052276 0,060033 0,036548

2 - Características Básicas 0,052840 0,022897 0,029943 0,029943 0,035051 0,023602

3 - Funcionalidades Web 0,085865 0,027009 0,044692 0,050323 0,036334 0,041261

4 - Relatórios e Gráficos 0,099075 0,031796 0,108532 0,048372 0,046281 0,047801

5 - Mineração de dados 0,125495 0,033918 0,050877 0,031374 0,050877 0,033918

6 - Simulação de Cenários 0,130779 0,032695 0,065390 0,065390 0,075561 0,055218

7 - Política de segurança 0,072655 0,036328 0,036328 0,036328 0,054491 0,036328

8 - Capacity Planning 0,105680 0,041489 0,031244 0,057693 0,051450 0,036097

9 - Plano de Recovery 0,079260 0,010585 0,035925 0,029151 0,046775 0,048310

10 - Ferramentas de Planejamento 0,132100 0,083432 0,099075 0,081694 0,081694 0,048669

Total % 34,27% 53,28% 48,25% 53,85% 40,77%

Tabela 24 – Notas Finais de Todos os Fornecedores por Critério

A figura abaixo ilustra graficamente o posicionamento das três melhores ferramentas

de BI analisadas (MicroStrategy, Cognos e Business Objects) sob todas as dez perspectivas

consideradas em todo o processo de seleção.

Apesar da ferramenta Cognos ser disparada a melhor no critério 4 – Relatórios e

Gráficos, o peso deste é pequeno (menos de 10%) em relação aos demais, por isso este

fornecedor obteve o segundo lugar no ranking geral.

Page 61: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

48

Plataforma

Características Básicas

Funcionalidades Web

Relatórios e Gráficos

Mineração de Dados

Simulação de Cenários

Política de Segurança

Capacity Planning

Plano de Recovery

Ferramentas Planejamento

Cognos

Business Objects

Microstrategy

Figura 2 – Gráfico das Três Melhores Ferramentas Analisadas Sob Todas as Perspectivas

A MicroStrategy foi a mais consistente em todos os critérios de maneira geral, esteve

em primeiro lugar em 5 dos 10 critérios avaliados, ou seja, manteve-se na liderança em

metade dos critérios e nos demais esteve sempre próximo aos concorrentes, justificando o

primeiro lugar geral no processo de seleção.

A pequena diferença encontrada na pontuação final da MicroStrategy (53,85%) e da

Cognos (53,28%) evidencia a necessidade de avaliação de outros critérios, visando encontrar

maiores indícios que justifiquem a escolha de uma destas ferramentas. Portanto, recomenda-se

a comparação de outros critérios, propiciando um maior embasamento para a opção entre

MicroStrategy e Cognos.

Page 62: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

49

3.5 Análise de Sensibilidade

BELTON e STEWART (2002) afirmam que depois que se obtém os primeiros

resultados calculados pela MAUT, é necessário realizar uma análise de sensibilidade, com o

intuito de se verificar se as conclusões preliminares são suficientemente sólidas (análise de

robustez), ou se são muito sensíveis a determinadas mudanças nas variáveis do modelo.

Em síntese, a análise de sensibilidade permite avaliar se a estrutura e o conteúdo do

modelo são suficientemente apropriados para resolver o problema em questão e sua aplicação

é necessária para verificar possíveis incongruências que possam conduzir a diferentes

decisões (CLEMEN e REILLY, 2001). A análise de sensibilidade é comumente utilizada para

medir analiticamente o impacto da incerteza nos resultados do modelo de decisão

(MUSTAJOKI, HAMALAINEN e LINDSTEDT, 2006).

Para avaliar o grau de confiabilidade dos resultados apresentados neste estudo, foi

necessária a simulação de diferentes cenários, esta análise de sensibilidade visa garantir e

corroborar os resultados sugeridos. Estas simulações foram feitas basicamente com a

alteração dos pesos dos critérios mais significativos de todo o processo de seleção da

ferramenta de BI. Esta alteração permite verificar o quão sensível é o atual ranking das

alternativas para as mudanças nos pesos aplicados (TRIANTAPHYLLOU, 2000).

Os critérios com maior peso no processo de seleção são: 10 – Ferramentas de

Planejamento (13,21%), 6 – Simulação de Cenários (13,08%) e 5 – Mineração de Dados

Page 63: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

50

(12,55%), por isso optou-se por começar as simulações com uma troca entre os pesos destes

critérios, conforme ilustrado com os cenários a seguir:

• Cenário I: o peso do critério 10 – Ferramentas de Planejamento (13,21%) foi

trocado com o peso do critério 6 – Simulação de Cenários (13,08%), apesar da

ferramenta Cognos possuir a maior nota no critério 10 – Ferramentas de

Planejamento sua avaliação no outro critério não foi tão forte, com isso as

posições permanecem as mesmas, não havendo alterações no ranking geral;

• Cenário II: o peso do critério 5 – Mineração de Dados (12,55%) foi trocado com o

peso do critério 10 – Ferramentas de Planejamento (13,21%), esta substituição

não alterou o posicionamento dos fornecedores no ranking, principalmente porque

no critério 5 – Mineração de Dados a nota dos dois primeiros colocados é a

mesma;

• Cenário III: o peso do critério 1 – Plataforma (11,62%) foi trocado com o peso do

critério 10 – Ferramentas de Planejamento (13,21%), esta alteração não modificou

o posicionamento dos fornecedores no ranking, apesar da nota da ferramenta

Business Objects ser superior à nota da Cognos no critério 1 – Plataforma;

• Cenário IV: o peso do critério 10 – Ferramentas de Planejamento (13,21%) foi

trocado com o peso do critério 4 – Relatórios e Gráficos (9,90%). Como a

ferramenta Cognos é disparada a melhor na avaliação do critério 4 – Relatórios e

Gráficos, com nota duas vezes maior do que o segundo fornecedor melhor

Page 64: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

51

avaliado neste critério, o posicionamento no ranking foi alterado, colocando a

ferramenta Cognos em primeiro lugar e a MicroStrategy em segundo lugar.

Diversas simulações foram feitas e apenas no Cenário IV o posicionamento das

ferramentas de BI no ranking geral foi alterado, porém esta alteração não é tão relevante para

a análise de sensibilidade, já que se trata de uma situação extrema e realmente o critério 10 –

Ferramentas de Planejamento é o mais importante para a empresa Wicz neste momento.

Segundo BELTON e STEWART (2002) a análise de sensibilidade visa determinar se

algum parâmetro exerce influência crítica na aplicação prática da função multiatributo, ou

seja, se uma pequena mudança em um peso relativo de atributo pode provocar nova ordem

global de preferências. Caso a alteração no posicionamento global das alternativas seja

pequena, a incerteza pode ser ignorada BROWN (2005). Como apenas uma situação extrema

modificou o posicionamento global das alternativas, a análise de sensibilidade comprovou a

consistência da função multiatributo aplicada no processo de seleção.

Portanto, a análise de sensibilidade constatou que a Teoria da Utilidade Multiatributo

aplicada na empresa Wicz é consistente, pois apenas no quarto cenário houve variação no

ranking. Como o critério 10 - Ferramentas de Planejamento é mais importante para a empresa,

esta é uma situação extrema, passível, portanto, de ser desconsiderada na análise.

Page 65: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

52

4 Limitação

A aplicação do método MAUT neste estudo apresenta como principal limitação o

tempo para levantamento das informações. Quando a empresa determinou que as informações

deveriam ser obtidas e as dúvidas esclarecidas em até trinta dias, esta abdicou da busca

exaustiva das informações em prol do prazo para escolha da ferramenta de BI. Com isso,

algumas dúvidas não foram esclarecidas e alguns itens ficaram sem resposta, impactando a

qualidade do processo de seleção e as notas finais das ferramentas.

Outra limitação importante é composição do comitê responsável pelo processo de

seleção, este não foi composto por representantes de todas as áreas da empresa. No comitê

existem membros da área de TI, controladoria e marketing, conduzindo a um julgamento de

preferências que representa o interesse destas áreas especificas e não as necessidades da

organização como um todo.

Outro ponto a se destacar como limitação desta pesquisa foi a exclusão de ferramentas

como SAS e Hyperion. Apesar dos argumentos apresentados pelo consultor externo

especializado em BI, a empresa deveria ter considerado todas as ferramentas na análise,

evitando possíveis vieses por parte da consultoria. Segundo ROY (2005), muitos dados são

imprecisos ou podem representar um sistema particular de valores, ou seja, vieses de

Page 66: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

53

julgamento. Ao contemplar todas as ferramentas de BI na aplicação de um método formal de

escolhas, os vieses são minimizados e caso os argumentos apresentados pelo consultor fossem

realmente válidos, os resultados apresentariam estes de maneira clara e consistente e estas

ferramentas não seriam selecionadas.

LARICHEV (2001) apresenta uma das limitações inerentes ao método, este afirma

que existem diversas contradições entre os métodos de apoio à decisão que utilizam números

e/ou escalas matemáticas versus as preferências da vida real. BOUYSSOU et al. (2000) e

BELTON e STEWART (2002) afirmam que os resultados numéricos obtidos em qualquer

tipo de análise podem não traduzir da melhor forma o que está acontecendo. E nem todo o

critério qualitativo pode ser facilmente avaliado quantitativamente, por exemplo, capacidade

de comunicação ou resistência à mudança (COOPER e SHINDLER, 2003).

Portanto, a utilização do método MAUT deve ser condicionada ao conhecimento, por

parte dos decisores, da sua estrutura racional, onde os scores (pontuação) determinam o

mérito de cada alternativa, através da análise da performance destas em cada critério e da

compensação entre os critérios (LINKOV et al., 2006). A utilização do método MAUT é

apropriada quando o decisor está em conformidade com a racionalidade deste, cujo principal

objetivo é obter uma função de síntese que agregue todos os critérios numa única função

analítica (GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2006).

De acordo com LARICHEV e OLSON (2001) os decisores podem precisar de algum

tipo de capacitação ou treinamento para que os procedimentos da MAUT possam ser

utilizados de maneira adequada, ou seja, os decisores precisam estar aptos a refletir suas

preferências baseado em uma abordagem focada em valores (HOSTMANN et al., 2005).

Page 67: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

54

5 Pesquisas Futuras

A aplicação da Teoria da Utilidade Multiatributo pode ser estendida para a escolha de

qualquer tipo de software. Esta dissertação pode servir como base para aplicação da MAUT

no contexto empresarial, com intuito de modelar as preferências dos decisores para escolha de

um novo fornecedor, de investimentos, do local de abertura de uma nova filial, entre a compra

ou o desenvolvimento de um ERP, priorização de projetos e etc.

Pesquisas futuras poderiam aplicar esta metodologia para escolha de ferramentas de BI

em outros segmentos empresariais: indústria, saúde, varejo, telecomunicações, óleo e gás,

engenharia, financeiro e etc. Estas empresas têm suas próprias preferências e necessidades,

conduzindo a um processo de seleção com critérios e pesos diferenciados.

Esta pesquisa poderia ser realizada novamente considerando todas as ferramentas de

Business Intelligence do mercado, incluindo a SAS e a Hyperion no processo de seleção,

evitando a influência dos possíveis vieses apresentados por parte da consultoria ao não sugeri-

las.

Uma nova pesquisa poderia ser realizada ampliando a abrangência do comitê

responsável pelo processo de seleção, incluindo integrantes de todos os departamentos da

Page 68: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

55

empresa. Com isso, haveria um maior alinhamento entre o julgamento do comitê e as

preferências da organização com um todo, tornando a modelagem do processo decisório mais

próxima das necessidades da empresa Wicz.

O foco desta pesquisa poderia ser modificado, passando a ser considerada a escolha de

uma composição de ferramentas no processo de seleção e não somente uma ferramenta. Esta

composição permitiria à empresa Wicz trabalhar, por exemplo, com uma ferramenta que fosse

a melhor no critério 4 – Relatórios e Gráficos, e outra que fosse melhor no critério 6 –

Simulação de Cenários. Com isso, seria possível escolher o que as duas ferramentas têm de

melhor e que dificilmente seria encontrado em apenas uma isoladamente.

Outros estudos poderiam utilizar a função de valor multiatributo multiplicativa para

modelar problemas do contexto empresarial, cuja complexidade seja extremamente elevada.

Outras técnicas de atribuição de pesos também poderiam ser utilizadas, como por exemplo,

Interval SMART / Swing Weighting, permitindo o julgamento através de intervalos e a

avaliação das alternativas considerando a imprecisão (MUSTAJOKI, HAMALAINEN e

SALO, 2005).

Page 69: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

56

6 Conclusão

A utilização da Teoria da Utilidade Multiatributo como método de apoio à decisão

contribuiu significativamente para transparência e consistência de todo o processo de seleção

de ferramenta de BI na empresa Wicz.

Na impossibilidade de eliminar a subjetividade, ao explicitá-la através da modelagem

do problema, garantiu-se maior transparência ao processo de decisão (GOODWIN e

WRIGHT, 2000), o que é típico de aplicações dessa metodologia analítica (BELTON e

STEWART, 2002; GOMES, GOMES e ALMEIDA, 2006; GOMES, ARAYA E

CARIGNANO, 2004). Os métodos de apoio à decisão oferecem um framework (modelo ou

estrutura) altamente realista e metodológico para a resolução de problemas de decisão

(ZOPOUNIDIS e DOUMPOS, 2002; CHEUNG e SUEN, 2002).

O método MAUT foi utilizado com facilidade pelos integrantes do comitê responsável

pelo processo de seleção. Mesmo os profissionais de áreas como marketing e controladoria

não tiveram dificuldade na compreensão do método, comprovando a simplicidade e o aspecto

intuitivo apresentado por DYER (2005).

Page 70: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

57

A fundamentação e a consistência apresentadas pelo método MAUT permitiram

recomendações fidedignas e pautadas no julgamento das preferências do comitê gestor do

processo de seleção, possibilitando discussões focadas nos critérios e nas atribuições dos

pesos (ponderação dos critérios). O método MAUT contribui na identificação de pontos de

discórdia e fontes de possíveis conflitos interpessoais, facilitando as negociações com os

stakeholders (HOSTMANN et al., 2005). Com isso, não houve desperdício de tempo com

discussões infundadas e debates superficiais sem objetividade.

A transparência do método demonstrou a importância do decisor (representado pelo

comitê gestor) na estruturação do problema, de acordo com BELTON e STEWART (2002) os

métodos de apoio multicritério visam complementar o julgamento intuitivo do decisor e sua

experiência, mas não substituí-los. Para GOODWIN e WRIGHT (2000) os métodos

multicritério servem para testar o que intuitivamente se pensa sobre as alternativas de solução

de um problema.

Segundo (BELTON e STEWART, 2002), quando se tem um problema bem

estruturado, já se tem metade do problema resolvido e a fundação sob a qual irá se apoiar a

análise. De acordo com BROWN (2005) a estruturação de um problema passa por identificar

objetivos e metas a serem alcançados, definir quais os critérios que determinam as

preferências do decisor e elencar as possíveis alternativas a serem avaliadas.

A participação ativa dos decisores em todo o processo de estruturação do problema

clarificou os vieses de julgamento, sendo que estes poderiam ocorrer, caso o procedimento

adotado não fosse um método racional de mensuração de preferências. Ao final deste

processo, o decisor obteve o domínio dos atributos do problema e conseguiu perceber o

Page 71: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

58

quanto cada um influencia no processo de decisão como um todo (GOMES, GOMES e

ALMEIDA, 2006).

Segundo BELTON e STEWART (2002) os métodos de apoio à decisão possibilitam

um melhor entendimento e concedem os subsídios necessários para se justificar uma decisão

de forma simples e transparente junto aos demais envolvidos no processo decisório, além de

permitir o rastreamento de todos os pontos relevantes à decisão.

Portanto, a utilização da Teoria da Utilidade Multiatributo no processo de seleção da

ferramenta de Business Intelligence na empresa Wicz constatou na prática os benefícios

propiciados pelos métodos de apoio multicritério à decisão, estes são correlatos aos

difundidos amplamente na literatura sobre o assunto, conforme apontado anteriormente por

BELTON e STEWART (2002). Apesar da consistente fundamentação teórica e da

estruturação axiomática do método MAUT, este foi aplicado com transparência e facilidade

por todos os membros do comitê.

Em síntese a utilização do método de apoio à decisão MAUT por parte da empresa

Wicz se mostrou eficaz e eficiente, contribuindo para um processo rápido e flexível de seleção

de ferramenta de BI. Estes benefícios e vantagens proporcionados pelo método justificam

futuras utilizações em outros processos de decisão dentro da própria empresa. Com esta

utilização a empresa terá um processo elaborado de maneira organizada e fundamentado

cientificamente, permitindo simulações rápidas para novos cenários e agilizando a tomada de

decisão.

Page 72: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

59

7 Referências Bibliográficas

ASHIKHMIN, I.; FUREMS, E. UniComBOS - Intelligent Decision Support System for

Multi-criteria Comparison and Choice. Journal of Multi-criteria Decision Analysis, v.13

(2-3), p. 147–157, 2005.

BANA E COSTA, C.A.; DE CORTE, J-M. e VANSNICK, J-C. MACBETH. London School

of Economics, Working Paper LSEOR 03.56, 2003.

BANA e COSTA, C. A.; DE CORTE, J-M. e VANSNICK, J-C. On the Mathematical

Foundation of MACBETH . In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. et al. Multiple

Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys. Boston: Springer, 2005.

BANA e COSTA, C. A. e VANSNICK, J. C. Cardinal Value Measurement with Macbeth,

Decision Making: Recent Developments and Worldwide Applications. Dordrecht:

Kluwer, 2000.

BARBIERI, C. Business Intelligence: Modelagem e Tecnologia. Rio de Janeiro: Axcel

Books, 2001.

Page 73: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

60

BARRON, F. H.; BARRET, B. E. The Efficacy of SMARTER – Simple Multi-Attribute

Rating Technique Extended to Ranking. Acta Psychologica, v.93, p.23-36, 1996.

BELTON, V. e STEWART, T. J. Multiple Criteria Decision Analysis: an Integrated

Approach. Boston: Kluwer Academic Press, 2002.

BOUYSSOU, D. Decision Multicritére ou Aide Multicritére . Bulletin du Groupe de Travail

Européen Aide Multicritère à la Décision, Series 2, N 2, 1-2, 1993.

BOUYSSOU, D.; JACQUET-LAGRÉZE, E.; PERNY, P.; SLOWINSKI, R.;

VANDERPOOTEN, D.; VINCKE, P. Aiding Decisions With Multiple Criteria . Boston:

Kluwer Academic, 2002.

BOUYSSOU, D.; MARCHANT, T.; PIRLOT, M.; PERNY, P.; TSOUKIÁS, A.; VINCKE,

P. Evaluation and Decision Models: A Critical Perspective. Boston: Kluwer Academic,

2000.

BRANS, J. P. e MARESCHAL, B. Prométhée Methods. In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.;

EHRGOTT, M. et al. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys.

Boston: Springer, 2005.

BROWN, R. Rational Choice and Judgment Decisor Analysis for the Decider. Hoboken:

Wiley, 2005.

Page 74: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

61

CHEUNG, S. e SUEN, H. C. H. A Multi-Attribute Utility Model for Dispute Resolut ion

Strategic Selection. Construction Management and Economics, v. 20, n. 7, p. 557-568, 2002.

COOPER, D. R. e SHINDLER, P. S. Métodos de Pesquisa em Administração. Porto

Alegre: Bookman, 2003.

COOPER, B. L.; WATSON, H. J.; WIXOM B. H.; GOODHUE, D. L. Data Warehousing

Supports Corporate Strategy at First American Corporation . MIS Quarterly, v. 24, n. 4,

p. 547-567, December 2000.

CLEMEN, R. T. e REILLY, T. Making Hard Decisions With Decisions Tools. Pacific

Grove: Duxbury, 2001.

DIAS, L. C.; COSTA, J. P. e CLÍMACO, J. N. O Processamento Paralelo e o Apoio

Multicritério à Decisão: Algumas Experiências Computacionais. Investigação

Operacional, v. 16, p. 181-199, 1996.

DURBACH, I. e STEWART, T. J. Integrating Scenario Planning and Goal Programming.

Journal of Multi-Criteria Decision Analysis, v. 12 (4-5), p. 261-271, 2003.

DYER, J. S. MAUT – Multiattribute Utility Theory In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.;

EHRGOTT, M. et al. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys.

Boston: Springer, 2005.

Page 75: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

62

FIGUEIRA, J. Electre Methods. In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. et al.

Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys. Boston: Springer, 2005.

FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. et al. Multiple Criteria Decision Analysis:

State of the Art Surveys. Boston: Springer, 2005.

FISHBURN, P. C. Utility Theory for Decision Making . New York: Wiley, 1970.

FRENCH, S.; BEDFORD, T.; ATHERTON, E. Supporting ALARP Decision Making by

Cost Benefit Analysis and Multiattribute Utility Th eory. Journal of Risk Research, v. 8(3),

p. 207-223, 2005.

GELDERMANN, J. e RENTZ, O. Bridging the Gap Between American and European

MADM - Approaches. Presented at the 51st Meeting of the European Working Group

Multicriteria Aid for Decisions, Madrid, 2000.

GOMES, L. F. A. M. Teoria da Decisão. São Paulo: Thomson Learning, 2007.

GOMES, L. F. A. M.; ARAYA, M. C. G.; CARIGNANO, C. Tomada de Decisões em

Cenários Complexos: Introdução aos Métodos Discretos do Apoio Multicritério à

Decisão. São Paulo: Thomson Learning, 2004.

GOMES, L. F. A. M.; GOMES, C. F. S.; ALMEIDA, A. T. Tomada de Decisão Gerencial:

Enfoque Multicritério . 2ª. ed., São Paulo: Atlas, 2006.

Page 76: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

63

GOODWIN, P. e WRIGHT, G. Decision Analysis for Management Judgment. Chichester:

Wiley, 2000.

HAMMOND, J.S.; KEENEY, R. L.; RAIFFA, H. Decisões Inteligentes: Somos Movidos a

Decisões – Como Avaliar Alternativas e Tomar a Melhor Decisão. Rio de Janeiro:

Elsevier, 2004.

HAMMOND, J. S., KEENEY, R. L., RAIFFA, H. The Hidden Traps in Decision Making.

Harvard Business Review, n. 76 (5), p. 47-58, 1998.

HENDERSON, J. C. e VENKATRAMAN, N. Strategic Alignment: Leveraging

Information Technology for Transforming Organizations. IBM Systems Journal, v. 38, n.

2-3, p. 472-484, 1999.

HOSTMANN, M. et al. Multi-Attribute Value Theory as a Framework for Con flict

Resolution in River Rehabilitation. Journal of Multi-Criteria Decision Analysis, v. 13 (2-3),

p. 91-102, 2005.

KALAKOTA, R. e ROBINSON, M. E-Business – Estratégias para Alcançar o Sucesso no

Mundo Digital . São Paulo: Bookman, 2002.

KAHNEMAN, D. e TVERSKY, A. Prospect Theory: an Analysis of Decision Under Risk.

Econometrica, v.47, n. 2, p. 263-292, 1979.

Page 77: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

64

KEENEY, R. L. Making Better Decision Makers. Decision Analysis, v. 1, n. 4, p. 193-204,

2004.

KEENEY, R. L. e RAIFFA, H. Decisions with Multiple Objectives: Preferences and Value

Trade-offs. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

LARICHEV, O. I. Ranking Multicriteria Alternatives: the Method Zapr os III . European

Journal of Operational Research, v. 131, n. 3, p. 550-558, 2001.

LARICHEV, O. I. e MOSHKOVICH, H. M. Verbal Decision Analysis for Unstructured

Problems. Boston: Kluwer Academic Publishers, 1997.

LARICHEV, O. I. e MOSHKOVICH, H. M. Zapros-LM – A Method and System for

Ordering Multiattribute Alternatives . European Journal of Operational Research, v. 82, n.

3, p. 503-521, 1995.

LARICHEV, O. I. e OLSON, D. L. Multiple Criteria Analysis in Strategic Siting Prob lem.

Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2001.

LAURINDO, F. J. B. e ROTONDARO, R. G. Gestão Integrada de Processos e da

Tecnologia da Informação. São Paulo: Atlas, 2008.

LINKOV, I. et al. Multicriteria Decision Analysis: A Comprehensive Decision Approach

for Management of Contaminated Sediments. Risk Analysis, v. 26, n. 1, p. 61-78, 2006.

Page 78: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

65

LOSHIN, D. Business Intelligence: The Savvy Manager's Guide, Getting Onboard With

Emerging IT. San Francisco, CA: Morgan Kaufmann Publishers, 2003.

MACHADO, E. P.; GOMES, L. F. A. M. e CHAUVEL, M. A. Avaliação de Estratégias em

Marketing de Serviço. Revista de Administração Mackenzie, ano 4, n. 2, p. 61-85, 2003.

MALCZEWSKI, J. GIS and Multicriteria Decision Analysis. New York: Wiley, 1999.

MARTERL, J. M. e MATARAZZO, B. Other Outranking Approaches. In: FIGUEIRA, J.;

GRECO, S.; EHRGOTT, M. et al. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art

Surveys. Boston: Springer, 2005.

MORAIS, D. C. e ALMEIDA, A. T. Modelo de Decisão em Grupo para Gerenciar Perdas

de Água. Pesquisa Operacional, v. 26, n. 3, p. 567-584, 2006.

MOSHKOVICH, H. M.; MECHITOV, A. I. e OLSON, D. L. Ordinal Judgments in

Multiattribute Decision Analysis. European Journal of Operational Research, v. 137, n. 3, p.

625-641, 2002.

MOSHKOVICH, H. M.; MECHITOV, A. I. e OLSON, D. L. Verbal Decision Analysis. In:

FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. et al. Multiple Criteria Decision Analysis:

State of the Art Surveys. Boston: Springer, 2005.

MUSTAJOKI, J. e HAMALAINEN, R. P. A Preference Programming Approach to Make

the Even Swaps Method Even Easier. Decision Analysis, v.2 n.2, p.110-123, 2005.

Page 79: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

66

MUSTAJOKI, J.; HAMALAINEN, R. P. e LINDSTEDT, M. R. K. Using Intervals for

Global Sensitivity and Worst-Case Analyses in Multiattribute Value Trees. European

Journal of Operational Research, v. 174, n. 1, p. 278-292, 2006.

MUSTAJOKI, J.; HAMALAINEN, R. P. e SALO, A. Decision Support by SMART /

SWING: Incorporating Imprecision in the SMART e SWING Methods. Decision

Sciences, v. 36, n. 2, p. 317-339, 2005.

NEUMANN, J. V. e MORGENSTERN, O. Theory of Games and Economic Behavior.

Princeton University Press, Princeton, 1947.

NEWENDORP, P.D., SCHUYLER, J. Decision Analysis for Petroleum Exploration.

Aurora: Planning Press, 2000.

OZERNOY, V. M. Choosing the Best Multiple Criteria Decision-Making Method.

INFOR, v. 30, n. 2, p. 159-171, 1992.

PORTER, M. E. Strategy and the Internet. Harvard Business Review, v. 79, n. 3, p. 63-78,

2001.

POYHONEN, M. e HAMALAINEN, R. P. On The Convergence of Multiattribute

Weighting Methods. European Journal Operacional Research, v. 129 (3), p. 569-585, 2001.

Page 80: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

67

POYHONEN, M., VROLIJK, H. C. J. e HAMALAINEN, R. P. Behavioral and Procedural

Consequences of Structural Variation in Value Trees. European Journal of Operational

Research, v134, n. 1, 218-227, 2001.

RAIFFA, H. Preferences for Multi-Attributed Alternatives . Journal of Multi-Criteria

Decision Analysis, 14 (4-6), 115-157, 2006.

ROWE, A. J. e LUCKE, R. Decision Making: 5 Steps to Better Results. Boston: Harvard

Business School Publishing, 2006.

ROY, B. Classement et Choix en Presence de Points de Vue Multiples: la Methode

ELECTRE . Lausanne: Presses Polytechniques et Universitaires Romandes, 1968.

ROY, B. Paradigms and Challenges. In: FIGUEIRA, J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. et al.

Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art Surveys. Boston: Springer, 2005.

ROY, B. e BOUYSSOU, D. Aide Multicritére à la Décision: Méthodes et Cas. Economica,

Paris, 1993.

SAATY, T. L. Método de Análise Hierárquica. São Paulo, Makron Books, 1991.

SAATY, T. L. The Analytic Hierarchy and Analytic Network Processes. In: FIGUEIRA,

J.; GRECO, S.; EHRGOTT, M. et al. Multiple Criteria Decision Analysis: State of the Art

Surveys. Boston: Springer, 2005.

Page 81: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

68

SHULTZABERGER, L.; SNYDER, F.; ASCE, M.; MONSABERT, S. Comparative

Evaluation of Analytical and Intuitive Decision Making. Journal of Management in

Engineering, v. 19, n. 2, p. 42-51, 2003.

SCHUYLER, J. Risk and Decision Analysis in Projects. Pennsylvania: Project Management

Institute, 2001.

SERRA, L. A Essência do Business Intelligence. São Paulo: Berkeley, 2002.

SHARIAT, M. e HIGHTOWER, R. Jr. Conceptualizing Business Intelligence

Architecture . Marketing Management Journal, 17(2), 40-46, 2007.

SINGH, H. S. Data Warehouse: Conceitos, Técnicas, Implementação e Gerenciamento.

São Paulo: Makron Books, 2001.

TRAINOR et al. The US Army Uses Decision Analysis in Designing Its US Installation

Regions. INFORMS, 37(3), p. 253-264, 2007.

TRIANTAPHYLLOU, E. Multi-Criteria Decision Making Methods: A Comparati ve

Study. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2000.

TROTTA, L. T. F.; NOBRE, F. F.; GOMES, L. F. A. M. Multi-Criteria Decision Making –

An Approach to Setting Priorities in Health Care. Statistics in Medicine, v.18, p. 3345-

3354, 1999.

Page 82: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

69

WALLENIUS, J.; DYER, J. S.; FISHBURN, P. C.; STEUER, R. E.; ZIONTS, S.; DEB, K.

Multiple Criteria Decision Making and Multiattribut e Utility Theory: Recent

Accomplishments and What Lies Ahead. Management Science, 54(7), 1336–1349, 2008.

WINTERFELDT, D. V. e EDWARDS, W. Decision Analysis and Behavioral Research.

Cambridge: Cambridge University Press, 1986.

ZOPOUNIDIS, C. Multicriteria Decision Aid in Financial Management. European Journal

of Operational Research, v.119, n. 2, p. 404-415, 1999.

ZOPOUNIDIS, C. e DOUMPOS, M. Multi-Criteria Decision Aid in Financial Decision

Making: Methodologies and Literature Review. Journal of Multi-Criteria Decision

Analysis, 11(4-5), 167-186, 2002.

Page 83: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

70

8 Apêndice A

RFI enviada aos fornecedores com intuito de obter informações relevantes ao processo de

escolha da melhor ferramenta de BI para empresa.

Avaliação da Ferramenta

Plataforma

1. Quais plataformas são suportadas? Qual é a mais aconselhada? Existe algum tipo de

limitação para alguma delas?

1.1. Hardware (RISC ou CISC);

1.2. Sistema Operacional (Windows, Solaris, HP-UX e etc);

1.3. Fonte de Dados (Oracle, SQL Server e etc);

1.4. Servidor Web (IIS, Apache e etc);

Page 84: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

71

2. Com base na plataforma mais aconselhada, especifique a configuração mínima de

hardware requerido e a ideal, para 50 usuários concorrentes e um DW de 500 GB.

Especifique tanto para o servidor, quanto para o cliente.

Ferramenta OLAP

Características Básicas

3. Qual arquitetura é suportada pela ferramenta (ROLAP, MOLAP e etc)? Com que

periodicidade novas versões são lançadas?

4. A ferramenta possui suporte a tabelas particionadas, materialized views/views, unions,

intersects e outer joins? Existe a possibilidade de visualização da query gerada a partir de

um relatório? É possível editá-la?

5. A ferramenta suporta quais tipos de modelagem (Snowflake Schema, Star Schema e etc)?

6. Explique as formas de licenciamento, custo de aquisição, manutenção e upgrade de versão

para 50 usuários. Cite também as formas de suporte técnico e a disponibilidade (24x7).

Page 85: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

72

Funcionalidades Web

7. Existe um portal web que permita a criação, edição, publicação, compartilhamento e busca

de relatórios? Existe a opção de fórum para que usuários comentem um relatório?

8. Quais web browsers são suportados: Internet Explorer, Firefox e etc? Existe a necessidade

de instalação de algum plug-in na máquina cliente? Existe outra forma de acesso aos

relatórios (ex. client server)?

9. Existe um guia para dúvidas on-line (help on-line)? Quais os idiomas suportados pela

ferramenta?

Mineração de Dados

10. Existe algum recurso de mineração de dados (data mining) integrado à ferramenta?

Existem assistentes para facilitar a geração dos modelos?

Simulação de Cenários

11. É possível a simulação de cenários - “what if”? Existe a possibilidade de gerar a projeção

de um relatório (análise de tendência)?

Page 86: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

73

Gráficos e Relatórios

12. É possível passar parâmetros para um relatório? Existe a possibilidade de utilizar um

relatório como base para outro? Pode-se utilizar mais de um fato por relatório?

13. Existem assistentes (wizards) para a criação de relatórios e gráficos? Quais os tipos de

gráficos disponíveis?

14. Quais os tipos de análise são suportados pela ferramenta (drill down, up, across, through e

etc)? Caso exista a opção de drill through, quais fontes são acessíveis (Oracle, SQL

Server, Arquivos TXT ou CSV e etc)? Existe a opção de slice and dice (fatiar e

rotacionar)? É possível a criação de alertas (sinalizadores) para uma determinada

condição?

15. Templates: existem relatórios pré-formatados? É possível criar, editar e compartilhar um

template? Quais os tipos de formatação são permitidos (adicionar logomarca, título e etc)?

16. Relatórios: quais os tipos de formatação são permitidos? Existe a possibilidade de

exportação de um relatório para quais formatos (PDF, XLS, HTML, XML)? Existe a

funcionalidade de agendamento (schedule report) e recebimento automático de relatórios

por email? A ferramenta permite adicionar filtros e classificações (ordenações)?

17. Quais os tipos de funções existem na ferramenta (matemática, financeira, estatística, curva

ABC, ranking e etc)?

Page 87: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

74

18. A ferramenta disponibiliza uma estimativa de tempo de execução de um determinado

relatório?

19. A ferramenta possui assistentes e templates para a criação de Dashboards e Scorecards?

20. Existe a possibilidade de criação de grupos (ex. Região Sudeste: ES, SP, RJ e MG) e

hierarquias personalizados que não existem previamente no DW.

Política de Segurança

21. Como é implementada uma política de segurança através da ferramenta? É possível a

criação de níveis (usuário, grupo de usuários e etc)? É possível permitir ou bloquear o

acesso de um usuário em um determinado objeto: dimensão, fato ou nível de detalhe?

Capacity Planning

22. Capacity Planning: existe um limite de usuários concorrentes ou volume de informações

suportado? Existe também um limite para o número de dimensões ou fatos?

23. Como é o funcionamento da ferramenta com servidores em cluster? Existe algum

otimizador que utilize recursos de paralelismo?

Page 88: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

75

Plano de Recovery

24. Plano de recovery: é possível a realização de backup dos metadados? O armazenamento

pode ser feito em quais bancos de dados?

25. Existe a opção de portabilidade dos metadados para a máquina cliente? Qual a estimativa

de tamanho para o repositório de metadados de um DW de 500 GB?

Ferramentas de Planejamento

26. Existe integração com ferramentas de planejamento, BSC, CPM ou BPM, CRM e etc?

Quais são as ferramentas? Qual é o nível de integração (ex. nativo)?

Page 89: Uma Abordagem Multicritério para Seleção de Ferramenta de ...s3.amazonaws.com/public-cdn.ibmec.br/portalibmec-content/public/... · Multiatributo (MAUT) em um processo de seleção

76

9 Glossário

BENCHMARK – ponto ou situação de referência, utilizada como critério de comparação na

técnica de atribuição de pesos Swing Weighting.

DECISOR – responsável pela decisão, pode ser representado por um indivíduo ou grupo de

indivíduos.

ERP (Enterprise Resource Planning) – sistema de informação que integra e controla todos

os processos de uma empresa.

FRAMEWORK – um modelo, uma estrutura ou metodologia.

OUTRANKING – relação de superação dos métodos da família Electre.

RANKING – posicionamento global das alternativas.

RFI (Request for Information) – questionário para levantamento das informações junto aos

fornecedores das ferramentas de BI.

SCORE – pontuação adquirida por cada alternativa após a avaliação de todos os critérios.

STAKEHOLDERS – todos os envolvidos e interessados no processo decisório.

TRADE-OFF – representa as compensações, ou seja, o que deve-se ganhar de um lado para

perder de outro.