scans e o entorno hipertecnológico e midiático-colaborativo de um artefato cultural expandido

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Scans e o entorno hipertecnológico e midiático-colaborativo de um artefato cultural expandido Apresentação de Tese como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Comunicação - PPGCOM/UFPE Alexandre Honório da Silva

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Page 1: Scans e o entorno hipertecnológico e midiático-colaborativo de um artefato cultural expandido

Scans e o entorno hipertecnológico e midiático-colaborativo de um artefato cultural expandido

Apresentação de Tese como requisito parcial para a obtenção do título de Doutor em Comunicação - PPGCOM/UFPE

Alexandre Honório da Silva

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Alexandre Honório da SilvaScans e o entorno hipertecnológico e midiático-colaborativo de um artefato cultural expandido

Introdução

Assim, esta é uma tese sobre as transformações de um meio, do que dele tem-se feito hipertecnológica e colaborativamente e de como sua transição imprevista encontrará eco no que se desenvolvera com outras formas culturais contemporaneamente expandidas.

Nesta tese procuramos apresentar o que se dá quando um ecossistema envolvido por práticas e saberes tecnológico-comunicacionais convergentes encontra uma forma cultural-midiática e o que emerge deste encontro…

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Estrutura da tese

A presente tese foi estruturada em quatro partes:

• A primeira, composta por três capítulos, dedicada à apresentação e problematização inicial acerca do objeto de nossa investigação: o que é, suas particularidades e os referenciais teóricos iniciais;

• Na terceira parte, temos um capítulo teórico-referencial, um capítulo dedicado à análise quantitativa dos dados coletados em comunidades, grupos e fóruns que lidam com nosso objeto e outro dedicado à etapa da investigação realizada no exterior;

• Na segunda parte, em dois capítulos, desenvolvemos algumas hipóteses da investigação: da articulação destas em torno do objeto de nossa pesquisa e das diferentes impressões que emergem com as questões levantadas;

• Por fim, a quarta e última parte é dedicada às conclusões e à reunião das referências bibliográficas.

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MetodologiaPara esta tese recorremos a uma abordagem mista de investigação: ela procura estabelecer um certo equilíbrio entre a análise teórico-referencial, a ênfase descritivo-explicativa de um fenômeno e seus atores e a imersão no terreno concebido/disputado por estes mesmos sujeitos.

Porém, além destas perspectivas, outras teorias e pensamentos também atravessaram esta investigação - seja nas idéias e reflexões alinhadas aos estudos da mídia, nos estudos culturais latino-americanos ou das subculturas do consumo e hipertecnologias - e, cremos, estas a alimentaram em nossa busca por expor um artefato com suas minúcias e conexões com outros fenômenos de seu gênero…

Pretendíamos, sobretudo, desenvolver o estudo de uma forma midiática buscando um aprofundamento qualitativo-quantitativo - seja recorrendo à análise teórica a partir de uma perspectiva ecológica e cultural-midiática ou através de uma observação participante de viés virtual-etnográfico -, uma vez que lidávamos com comunidades e usuários de um artefato colaborativo e subcultural-midiático.

Entretanto, precisamos apresentar nosso objeto de investigação e uma pergunta: afinal, o que é um scan?

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Nosso objeto, os scans…

O termo scan deriva do inglês scanlation (Manovich, 2011) e define, ainda, o processo de tradução de uma publicação do idioma original desta para outro como uma das etapas desta mesma prática.

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Por scan definimos o artefato midiático-colaborativo resultado da digitalização, adaptação e distribuição de publicações - especialmente, HQs - vertidas de seu suporte original impresso/analógico para o digital. Uma prática ilegal, diga-se: mas que se desenvolvera entre os aficionados desta mídia…

E, para além de tal definição, observamos os scans como expansões tecnológico-convergentes de um artefato cultural e midiático…

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ObjetivosEm linhas gerais, buscamos demonstrar nesta tese que, como outras formas culturais expandidas/ampliadas contemporânea e hipertecnologicamente, os scans enredam, mais que o culto em torno de um produto ou meio, algo, ao mesmo tempo, hiperindividual e subcultural.

Ao demonstrarmos esta perspectiva, consideramos também que, mais que apenas um artefato cultural transposto de um suporte a outro, os processos que envolvem os scans demonstram algo além: por isso, destacamos nossas primeiras hipóteses em relação a tal prática...

No caso dos scans, são os vínculos entre os envolvidos por sua lógica midiático-colaborativa particular o que nos chama a atenção: o entorno subcultural dos scans alimenta e estimula/ordena as relações concebidas e mantidas por aqueles usuários/consumidores envolvidos por seus diferentes instantes de experimentação (BAYM, 2010, p. 161).

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Algumas hipóteses…

Um artefato cultural ampliado;

Uma prática subcultural comunitário-colaborativa;

A expansão tecnológico-convergente do fandom de HQs.

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Um artefato cultural ampliado…

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Um artefato, por sua vez, que traz muitas vezes as marcas da colaboração/atuação de seus consumidores: muitas das publicações vertidas para scans traz, para além da participação, a atuação dos seus impressas nos conteúdos distribuídos através de grupos, fóruns e comunidades…

O scan, como sugerimos é um artefato midiático-colaborativo entre duas esferas de convívio/interação: entre o analógico e o digital. O artefato original, reconfigurado, tornou-se um objeto expandido, um meio de participação e também um domínio de experimentação igualmente ampliado

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“While many content creators are struggling with the growing prominence of such grassroots audience practices, an array of online communication tools have arisen to facilitate informal and instantaneous sharing. These platforms offer new capacities for people to pass along media artifacts — and, in the process, to seek models to generate revenue through the activities of their users.”

(JENKINS; FORD; GREEN, 2013, p. 30)

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Um artefato cultural ampliado…

Digitalização de publicações e edição das imagens;

Primeiro momento…Definição das equipes ou de tradutores, revisores, diagramadores, etc;

Segundo momento…Adaptação, tradução, (re)editoração, revisão e distribuição dos scans.

Terceiro momento…

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Digitalização, restauração e preservação

Disponibilidade digital de cronologia

Curadoria colaborativo-comunitária de conteúdo

Um artefato cultural ampliado…

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Perfil do Usuário de Scans - Costuma comprar HQs depois de ler sua versão digital ou scan?

40

80

Não Sim, mas raramente Sim, com frequência

NãoSim, mas raramenteSim, com frequência

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Uma prática subcultural comunitário-colaborativa…

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Compreendemos o scan como um artefato midiático-colaborativo porque ele expressa os usos hiperindividuais que seus usuários/entusiastas fazem dos saberes e práticas hipertecnológico-convergentes disponíveis. Entendemos que, recorrendo a tais saberes, o entorno subcultural dos scans estabelecera um artefato bastante peculiar: algo resignificado com os usos e saberes dos seus; algo que estimula/ordena as relações mantidas por tais usuários/entusiastas a partir do compartilhamento dos diferentes processos que envolvem tal artefato (BAYM, 2010, p. 161).

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“O scan é este (…) um composto colaborativo-compartilhado concebido de uma forma cultural reconhecida por seus consumidores e entusiastas: um composto tecnológico-convergente manifesto através do esforço comunitário e dos saberes de seus entusiastas que convertem este em um artefato-lugar transformado pelos usos e apropriações - e que ascende à condição de esfera subcultural possível.”

(DA SILVA, 2015, p. 29)

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Uma prática subcultural comunitário-colaborativa…

Grupos Fóruns/ComunidadesColaboradores/Fãs

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Perfil do Usuário de Scans - A Quanto Tempo Interage com estas Comunidades e Grupos?

20

40

60

Menos de seis meses Seis meses a um ano Mais de um ano Entre dois e cinco anos Mais de cinco anos

Menos de seis mesesSeis meses a um anoMais de um anoEntre dois e cinco anosMais de cinco anos

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A expansão tecnológico-convergente do fandom de HQs…

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Os scans se desenvolveram às margens do domínio de experimentação das HQs: foi a partir de seu fandom e dos saberes apropriados/adaptados por aqueles que nutrem tal domínio (DUFFETT, 2013, p. 199).

O scan é o composto aparente deste fandom expandido não só porque encerra em si uma promessa de algo ampliado tecnologicamente, mas por fazer daqueles usuários/entusiastas, mais que apenas consumidores envolvidos por este domínio, participes dos processos e da lógica que enredam-no.

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“Fans are techno-literate, liberating the experience of viewership through self-conscious knowledge about the technology of mediation. Fans use digital technology not only to create, to change, to appropriate, to poach or to write, but also to share, to experience together, to become alive with the community.”

(BOOTH, 2010, p. 39)

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Perfil do Usuário de Scans - Há quanto tempo coleciona HQs?

50

100

Menos de 5 anos Entre 5 de 10 anos Entre 10 e 15 anos Mais de 15 anos

Menos de 5 anosEntre 5 de 10 anosEntre 10 e 15 anosMais de 15 anos

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Perfil do Usuário de Scans - Por Que Recorre aos Scans?

10

20

30

40

50

O custo das HQs é inviável Prefiro as edições digitais Para selecionar o que importa Interação com outros usuários

O custo das HQs é inviávelPrefiro as edições digitaisPara selecionar o que importaInteração com outros usuários

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Algumas considerações sobre os scans e seu entorno…

Os scans oferecem pistas para que compreendamos outras formas/artefatos e o que seus usuários/consumidores têm feito destes compostos interativo-comunicacionais recentes;

Alexandre Honório da SilvaScans e o entorno hipertecnológico e midiático-colaborativo de um artefato cultural expandido

Os scans, seus usuários e entorno, estabelecem vínculos, ampliam e expandem conversações por vezes atreladas a um artefato midiático-colaborativo ou a um interesse comum;

Artefatos midiático-colaborativos expandidos como os scans seriam exemplos de uma mesma trama hipermoderna/hipermediada de sujeitos em busca de pertencimento e de uma afirmação de si através deste.

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“O que percebemos no entrelinhado dos usos do que se vê expresso nas páginas digitalizadas de um scan é algo que as diferentes audiências têm feito dos diversos compostos e ambientes sócio-interativos: a constante busca por identidade, afirmação e pertencimento como expressões de uma urgência hiperindividual;”

(DA SILVA, 2015, p. 41)

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Pistas para compreensão de outros artefatos expandidos…

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As práticas e saberes que envolvem os scans são semelhantes àquelas desenvolvidas em torno de outras formas culturais: um exemplo disso é a cultura de legendagem de séries ou mesmo a de compartilhamento de arquivos audiovisuais.A diferença que transforma os scans em algo além da perspectiva destas duas práticas hipertecnológico-culturais reside na percepção de que eles, os scans, emergem como elementos de vinculação, de aproximação, de convívio entre diferentes usuários organizados em torno de uma mesma prática colaborativa…

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Conversações e colaboração atreladas a um artefato comum…

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A publicação ao lado é fruto do projeto Golden Age - A Era de Ouro dos Quadrinhos que, em novembro de 2013, obteve o financiamento coletivo (via catarse.me) da edição impressa de vários scans…Seus idealizadores reuniram várias HQs sob domínio público - muitas delas em scans - e, recorrendo às práticas e técnicas comuns a estes artefatos, lançaram uma compilação impressa que também funciona como síntese desta subcultura. O pertencimento buscado por aqueles envolvidos pelos scans e por seu entorno subcultural resulta de um entrechoque a identidade destes, a natureza das afiliações que produzem e a afirmação através de suas práticas e do artefato que os conecta…

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Uma mesma trama hipermoderno-hipermediada…

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Artefatos como os scans envolvem os seus através de diferentes dinâmicas, mas, estas, parecem prover a estes diferentes sabores. Um destes é a percepção de uma pertença atrelada à colaboração, à participação…Há uma componente hipermoderno/hipermediada em tal processo, uma vez que o incremento da técnica, do desejo por colaboração a partir do consumo (LIPOVETSKY; SERROY, 2010, p. 40), interligam-se em uma mesma trama de saberes compartilhados, de práticas que ultrapassam paradigmas em um ecossistema de artefatos e saberes reconfigurados/adaptados (SCOLARI, 2008, p. 114)

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Produção e Disponibilidade de Scans - SoQuadrinhos - Diária

0

10

20

30

40

50

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

JaneiroFevereiroMarçoAbril

Produção e Disponibilidade de Scans - Darkseid Club - Diária

0

10

20

30

40

50

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

JaneiroFevereiroMarçoAbril

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Considerações adicionais acerca do lugar hipertecnológico dos scans…

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Domínios de experimentação midiático-colaborativas como as redes sociais guardam similaridades com os scans e seu entorno porque nestes, além da componente conversacional-interativa, há ainda o culto a um artefato ampliado comum;

Sugerimos que os scans emulam uma atmosfera de apropriação transmidiática: neles, seus usuários vertem não apenas um artefato cultural ou sua lógica para uma outra esfera de experimentação, mas os fazem buscando a expansão deste “fazer” colaborativo.

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“Se o sujeito hipermoderno/hipermediado envolvido pelos scans (…) é alguém afeito e em sintonia com seu artefato/ambiente hipertecnologicamente adaptado (…), se investe dos valores compartilhados através de tal artefato para estabelecer seu norte de interação-participativa e (…) procura renovar a manifestação de seu fazer/pertencer.”

(DA SILVA, 2015, p. 71)

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Um artefato e as conversações que o aproximam de outros de seu gênero…

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Os scans emulam vínculos e conversações que se misturam com o próprio artefato subcultural onde tais se estabelecem: são, a um só tempo, nós e interligações de múltiplas redes mediadas por algo…Este mesmo algo, por sua vez, reflete os modos de sujeitos, consumidores e atores em rede que buscam um protagonismo emulado através de seus dispositivos, saberes e práticas (RAINIE; WELLMAN, 2012, p. 6).O pertencer que os scans imprimem resulta da busca dos seus por identificação com um artefato, pelas afiliações possíveis neste e pela afirmação enredada através destes: um protagonismo ancorado nas componentes intrínsecas aos scans e seu entorno…

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RelacionamentosO quanto estamos

dispostos a nos relacionar?

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PresençaQual a nossa

disponibilidade para o outro?

ReputaçãoO quanto as ações de outros importa

para nós?

IdentidadeO que cada usuário

está disposto a revelar?

GruposComo e sob que

forma nos organizamos?

CompartilhamentoO que distribuímos

com e para os outros?

ConversaçõesComo nos

comunicamos com o outro?

YouTube

Facebook LinkedIn

Scans

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O viés transmidiático de um artefato midiático-colaborativo…

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Defendemos que há uma componente transmidiática inerente aos scans, mas esta lida com a construção ancorada à maneira como os seus se valem dos limites de um meio e dos outros níveis de revelação e experimentação destes (JENKINS, 2008, p. 135)…Afirmamos, os scans lidam com uma certa apropriação transmidiática: para além do que afirmam Jenkins (2008) ou Scolari (2013), tal a lógica está atrelada a outras “narrativas” - àquelas atreladas às vivências/experiências comunitário-colaborativas de seus usuários.Pela definição de Jenkins (2008, p. 135) algo é transmídia quando é expandido e envolve uma multiplicidade de suportes. Assim, apropriar-se transmidiaticamente de algo dirá respeito não só aos suportes, mas às práticas e saberes dispostos em um jogo hipertecnológico que engendra os usos de um artefato e a ampliação do contexto de experimentação deste.

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Perfil do Usuário de Scans

20

40

60

80

100

Apenas leitor Tradutor Revisor Diagramador Um pouco de cada atividade

Apenas leitorTradutorRevisorDiagramadorUm pouco de cada atividade

65 57,02%12 10,53%3 2,63%10 8,77%24 21,05%

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Conclusões

• Os scans lidam com a noção ligada tanto à experimentação das HQs quanto à ampliação da experiência compartilhada desta mídia em sua expansão - esta alicerçada aos modos hipertecnológicos e conversacionais-interativos;

• Lidam com a questão da proximidade que mantemos com os diferentes artefatos de seu gênero; com os vínculos que se estabelecem em torno deles e seu significado está exatamente na ligação entre os sujeitos mediados por uma forma cultural;

• São artefatos hipermodernos/hipermediados, vez que flertam não só com elementos fundadores e intrínsecos a seu cerne expandido, mas moldam formas e espaços culturais diversos em instâncias de experimentação ampliada;

• E, sim, oferecem pistas para interpretarmos não apenas as práticas e saberes que envolvem seu entorno, mas para reconhecê-las como componentes de diferentes outros artefatos dispersos em um ecossistema hipertecnológico-cultural elaborado.

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Agradecimentos

• Agradeço a dedicada e amiga orientação do Professor José Afonso da Silva Júnior pelo apoio ao longo de toda esta jornada;

• Ao PPGCOM/UFPE por abrigar esta investigação e por toda a estrutura e cuidados dispensados;

• Aos integrantes das bancas de qualificação e de defesa por aceitarem o convite e participarem deste momento;

• À minha esposa Kênia Castro e meu filho Heitor que, mesmo à distância, habitam meus pensamentos;

• E um agradecimento especial aos amigos que também me acompanharam neste percurso.

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FIM