saúde do trabalhador

11

Click here to load reader

Upload: fabiana-sonale

Post on 19-Nov-2015

218 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Saúde do trabalhador: novas e velhas questões

TRANSCRIPT

  • 7 9 7

    S a de do tra b a l h a dor: n ova s - velhas qu e s t e s

    Workers h e a l t h : n ew-old qu e s ti on s

    1 Cen tro de Estu dosda Sa de do Tra b a l h adore Eco l ogia Hu m a n a ,E s cola Nac i onal de Sa deP bl i c a , F i oc ru z .Rua Leopo l do Bulhes 1480,Ma n g u i n h o s , 2 1 0 4 1 - 2 3 0 ,Rio de Ja n ei ro RJ.m i n ayogo @ en s p. f i oc ru z . br2 Un ivers i d ade Federalde So Pa u l o, E s co l aPaulista de Med i c i n a ,s etor de Planeja m en toem Sa de , Dep a rt a m en tode Medicina Preven tiva .

    Ca rlos Mi n ayo Gomez 1

    Fra n c i s co An tonio de Ca s tro Lacaz 2

    Ab s tract This theoretical pa per for deba te pre-sents three cru cial questions about the wo rkershealth subject: (a) the absence of a National Poli-cy that gives a co n ceptual fundamen t , guides fo ri m pl em en t a ti o n , s tra tegies and plans for acti o nand eva l u a tion of its ef fe ctivi ty; (b) fra gm en t a-tion and dispersion of the sci en tific produ ction ofthe are a , d ef a u l ting the impo rtant co n tri bu ti o nthat the academic se ctor could of fer for funda-m ent the action of health policy makers , so ci a lm ovem en t s , ex e c u tives and professionals of t h ea rea; (c) weakness and low capa ci ty of so ci a lm ovem ents and wo rkers repre sen t a tive grou p s , i nthe actual crises resulted of the productive restruc-tu ri n g , to fo rmu l a te qualified demands for re-s pond with adequate instru m ents the co n tem po-ra ry probl ems of the wo rkers situ a tion in Bra z i l .The met h od used to co n s tru ct this arti cle was acri tical revision of the of f i cial documents and ofthe sci en tific produ ction of the area named inB razil as wo rkers health movem en t. T h eyfou n d ed the analyses and the em ergent questi o n s .The theoretical basis comes from the litera tu rea b out produ ctive re s tru ctu ring in Bra z i l , m a i n lythat who treats about its wo rse ef fe cts in thehealth of wo rking class popu l a tion; and cl a s s i ctexts that arti c u l a te the wo rkers health knowl-edge field.Key word s Wo rkers health pol i c y, Health andwork, Productive restructuring and health

    Re su m o Como arti go pa ra deba te , e s te textoa pre senta trs questes co n s i d eradas cru ciais pe-los auto res: (a) ausncia de uma efetiva Pol ti c aNa cional de Sade do Tra balhador que col oq u eum marco co n cei tual cl a ro, a pre sen te diretri ze sde impl em entao e proponha estra t gias e pl a-nos de ao e de avaliao pa ra efetiv-la; (b)f ra gm entao e disperso da produo ci en t f i c ada re a , prejudicando a impo rt a n te col a b o ra oque a Academia poderia oferecer para fundamen-tar as necessidades dos agen tes pol ti co s , m ovi-m en tos so ci a i s , ge s to res e profissionais de sade;(c) en f ra q u e ci m en to e pouca capa cidade de pre s-so dos movi m en tos so ciais e dos tra ba l h a d o re s ,evi d en ciando a falta de qualificao das dem a n-d a s , d i a n tedos desafios do momen to pre sen te domundo do tra balho no Bra s i l . O mtodo destetra balho co n s i s tiu na reviso cr tica de documen-tos e pu blicaes da rea a fim de fundamentar otom do deba te e as questes leva n t a d a s . As ba se stericas de toda a argumentao so os textos quetratam da re e s tru tu rao produ tiva no Bra s i l , so-b retudo os que analisam os efei tos nef a s tos dessepro ce s so e, t a m b m , os fundamen tos do ch a m a d ocampo de sade do trabalhador.Pa l avra s - ch ave Pol tica de sade do tra ba l h a-dor, Sade e trabalho, Reestruturao produtiva esade

  • 7 9 87 9 87 9 87 9 87 9 87 9 87 9 8

    In trodu o

    Pa s s a ram-se quase 20 anos da realizao da 1a

    Con ferncia Nac i onal de Sa de dos Tra b a l h a-dores (I CNST) , e at hoje no se con s eg u iuimplantar uma Po l tica Nac i onal de Sa de doTra b a l h ador (ST) no pas. Da mesma form aque em outros campo s , essa dificuldade de im-p l em entao re su l t a n te de mu i tos fatore s : de-ficincias histricas na efetivao das po l ti c a sp blicas e sociais no pas; baixa cobertu ra dos i s tema de pro teo soc i a l ; f ra gm entao dos i s tema de seg u ri d ade social con cebi do na Con s-ti tuio de 1988 para funcionar integrad a m en-te ; s i tuao agravad a , nos ltimos anos, pel ai n exor vel ree s trutu rao produtiva que vemtra n s form a n do prof u n d a m en te a con f i g u ra odo mu n do do trabalho e o modelo de aten ocom o qual se habi tu a ram a atuar os que mili-tam no setor. As indiscut veis mudanas ocor-ridas nos processos produtivos e nas rel a e ss ociais de produo nos ltimos 20 anos (coi n-c i d i n docom o tem po histri co da of i c i a l i z a odas pri m ei ras propostas de po l tica de sadedos tra b a l h adores) e qu e , no mu n do oc i den t a l ,vinham acon tecen do de s de a dcada de 1970constituem uma verdadeira crise sistmica a ti n-gi n do tra b a l h adore s , s eus rgos de repre s en-t a o, as po l ticas pblicas tra b a l h i s t a s , as pro-postas formuladas pela ST e sua produo c i en-t f i c a . Apesar dessas con s t a t a e s , do pon to devista insti tu c i on a l , no se pode eximir o Mi n i s-t rio da Sa de (MS) qu e , ao lon go dos su ce s s i-vos govern o s , foi rel ega n do a con s truo de umcorpo tcnico capaz de formular e apoiar a efe-tivao de aes progra m ticas para con s o l i d a ro campo da ST, alm de no ter estabel ec i do ar-ticulao efetiva e nece s s ria com o Mi n i s t ri odo Trabalho e Emprego (MTE) e o Mi n i s t ri oda Previdncia Social (MPS).

    Ao constatar a ausncia de uma efetiva Po-l tica Nac i on a l , no podemos de s con h ecer qu eh o uve algumas ten t a tivas ministeriais de for-mulao de propo s t a s . A pen l tima foi em 1 9 9 9 ,qu a n do o MS fez uma convocao ampliad ados prof i s s i onais da rea nos trs nveis de ge s-t o, de pe s qu i s adores e de parcei ros do setor detrabalho e previdncia e repre s en t a n tes dos tra-b a l h adore s , re a l i z a n do ampla discusso parael a borao de um doc u m en to bsico. Atu a l-m en te , em 2004, n ovo tex to vem sen do apre-s en t ado com o su ge s tivo ttulo de Pol tica Na-c i onal de Seg u rana e Sa de do Tra b a l h ador( P N S S T) , ten do sido red i gi do em con ju n to pe-lo MS, MTE e MPS, d ivu l gado para con su l t a

    p bl i c a . A esse doc u m en to se ac re s centa a con-vocao da III CNST, feita tambm em con ju n-to por esses ministri o s .

    Tais iniciativas atu a i s , em te s e , so um pas-so import a n te , pri n c i p a l m en te porque o doc u-m en to de Po l tica de Estado j apre s enta pro-postas integradas dos trs ministrios (Sa de ,Trabalho e Previ d n c i a ) , o que vinha sen do rei-vi n d i c ado por todos os que atuam no campo econvivem , por anos a fio, com atuaes fra g-m en t ad a s , su perpostas e com con f l i tos de com-pet n c i a s . No en t a n to, temos pela fren te , se forco l oc ado em pr tica o doc u m en to propo s to e as er con du z i do pelo Gru po Exec utivo In term i-n i s terial de Sa de do Tra b a l h ador (GEISAT) ,pelo menos dois gra n des de s a f i o s : 1) estabel e-cer um dilogo com vistas a obter con s enso so-bre con cepes diferen tes e freq en tem en tecon f l i t a n tes en tre os ministrios parcei ro s ; 2 )com p a ti bilizar suas agendas re a i s , gera l m en terech e adas por pri ori d ades espec f i c a s , uma ve zque esses setores no tm tradio de program a re efetuar aes arti c u l adas de prom o o, pro te-o e re a bilitao da sade dos tra b a l h adore s .

    Q u a n do falamos da ausncia de uma Po l -tica Nac i on a l , referimo-nos inexistncia deum qu ad ro referencial de princpios norte ado-re s , de diretri ze s , de estra t gi a s , de metas prec i-sas e de um corpo prof i s s i onal tcnico - po l ti coprep a rado, i n tegrado e estvel , capaz de ga ra n-tir a efetivi d ade de aes para prom over a sa-de dos tra b a l h adore s , prevenir os agravos e a ten-der aos probl emas ex i s ten te s . Mais ainda, refe-rimo-nos a prof i s s i onais capazes de , em co l a-borao com todas as instncias que atuam nos etor, acompanhar as acel eradas mudanas noqu ad ro dos processos produtivo s , a tu a l i z a n doperm a n en tem en te as propostas de ao. O papeldesse qu ad ro tcnico - po l ti co mu i torel eva n-te na atual con ju n tu ra de evi den te crise de re-presentatividade e de dbil poder de presso d a sinstncias de con trole soc i a l , como o caso daComisso In ters etorial de Sa de do Tra b a l h ador( C I S T) e dos movi m en tos dos tra b a l h adore s .

    Nesse leva n t a m en to de probl em a s , prec i-so ressaltar que con ti nua tambm pen den te acon s truo de um diagn s ti co de base sobre as i tuao de sade dos tra b a l h adores bra s i l ei ro sque possa fundamentar planos de ao vi vei se de acordo com o qu ad ro real de nece s s i d ade s .Certamente, dada complexidade da atual con-ju n tu ra de situao dos tra b a l h adore s , qu a l-qu er anlise dos agravos sua sade ser par-cial e incom p l et a . No en t a n to, c a rece de sen ti-do con ti nuar ju s ti f i c a n do a omisso de ju n t a r

  • 7 9 9

    rec u rsos nessa direo com uma srie de rac i o-cnios circulares e paralisantes, o que vem ocor-ren do qu er em nossas publicaes ac ad m i c a s ,qu er em doc u m en tos of i c i a i s . Por exem p l o, re-corremos aos dados da Previdncia para com-p l em entar os do setor Sa de , mesmo recon h e-cen do seu carter re s tri tivo e ad m i ti n do aindaque quase nunca sero con s i derados na def i n i-o das aes de vi gi l n c i a . Ta n to ge s tores qu a n-to inve s ti gadore s , qu eixamo-nos da ausnciade dados sistem a ti z ados sobre o universo dafora de trabalho bra s i l ei ra , como se essa re a l i-d ade pudesse ser mod i f i c ada sem o nosso con-c u rs o. Todos sabemos que a integrao de in-formaes s pode ocorrer qu a n do h aes ar-ti c u l adas e planejadas em con ju n to.

    Ca be per g u n t a r-nos pelas po s s veis ra z e sque explicam a ausncia de instru m en tos apro-pri ados e efetivos do Si s tema nico de Sa de(SUS) para pautar e subsidiar uma po l tica efe-tiva de ST. A ns, produtores de con h ec i m en to,com certeza cabe gra n de cota de re s pon s a bi-l id ade . Ne s te tex to, a pontamos uma srie dequestes qu e , a nosso ver, convm ter pre s en te sn e s te novo mom en to de inflexo que a IIIC N S T. Fa remos um breve balano sobre a pro-duo cientfica e uma rpida anlise das inter-venes que ocorrem nos servios de sade eda atuao das or ganizaes dos tra b a l h adore s .Por se tratar de um arti go para deb a te , d a m o snfase a posies e pr ticas mais ex trem a s , afim de suscitar a ref l exo acerca de po s s vei sen c a m i n h a m en tos po l ti co s , geren c i a i s , te ri-cos e pr ti co s .

    L i m i tes te ri co - m etodo l gi cosou adequao da teoria prti c a ?

    A abord a gem da Sa de Co l etiva e da Med i c i n aSocial Lati n o - Am ericana perm i tiu ampliar acom preenso te rica e pr ti c a , em vrios nvei sde com p l ex i d ade , das relaes en tre o tra b a l h oe a sade com a incorporao do con cei to nu-cl e adorprocesso de trab al h o, ex tra do da eco-n omia po l ti c a , na sua acepo marx i s t a . E s s econ cei to passou a ser o marco def i n i dor do qu eden ominamos Ca m po de Estu dos da Sa de doTra b a l h ador (Laurell & Nori ega , 1 9 8 9 ; L ac a z ,1 9 9 6 ; Mi n ayo Gomez & Th ed i m - Co s t a , 1 9 9 7 )e , qu a n do o adotamos em toda a sua ex ten s ote ri c a , obtemos um alto poder ex p l i c a tivo dagnese dos agravos sade em segm en tos es-pec f i cos de tra b a l h adore s . A anlise dos pro-cessos de trabalho uma ao te ri co - pr ti c a

    po ten te , pois perm i te iden tificar as tra n s for-maes nece s s rias a serem introduzidas nosl ocais e ambi en tes para a mel h oria das con d i-es de trabalho e sade . No en t a n to, o seu usos em pre requ er um tra t a m en to interd i s c i p l i n a rque d conta de con tex tualizar e interpretar ai n terseo en tre as relaes sociais e tcnicasque ocorrem na produ o, assim com o, de con-s i derar a su bj etivi d ade dos vrios atores soc i a i sn elas envo lvi do s . Adem a i s , realizar inve s ti ga-es sob essa tica significa ultrapassar con cep-es e pr ticas hegemnicas da Medicina doTrabalho e da Sade Ocupacional (Lacaz, 1 9 9 6 )qu e , numa pers pectiva po s i tivi s t a , formu l a ma rticulaes simplificadas en tre causa e efei to.As vrias dimenses do processo de tra b a l h o,tom adas como campo nu cl e ador de ref l ex o,pre s su p em a con s ti tuio de equ i pes de pe s-qu i s adores de diversas reas de con h ec i m en toa tu a n do de forma interd i s c i p l i n a r, o que ra ra-m en te vem ocorren do. Port a n to, a pri m ei raquesto que levantamos para deb a te sobre aslimitaes da produo cientfica diz re s pei toao de s compasso en tre o inqu e s ti on vel ava n odo pon to de vista te ri co para apreen der acom p l ex i d ade das questes rel a tivas sadedos tra b a l h adores e o nvel dos re su l t ados em-p ri cos alcanados nos estu do s .

    Um seg u n dopon to import a n te a ser re s s a l-t ado para ref l exo o fato de que o con cei to deprocesso de trabalho foi el a borado ori gi n a l-m en te para interpretar o trabalho produtivoi n du s tri a l . Sua utilizao foi parti c u l a rm en teoportuna para o estu do da fbrica tayl ori s t a -ford i s t a . A con cepo de ST, da mesma form aque as de Medicina do Trabalho e de Sa deO c u p ac i on a l , c a rrega as marcas de ori gem e docon tex to de hegem onia da soc i ed ade indu s-tri a l . De fato, a maior parte dos estu dos de s en-vo lvi dos no Brasil ao lon go dos anos 70 e 80 dosculo passado tinha como obj eto de preoc u-pao o trabalho no cho de fbri c a, s en dodem a n d ados por sindicatos de tra b a l h adore sdos setores met a l r gi co s , qu m i co s , petroqu -m i cos e, em men or propor o, pelos bancri o s ,com erc i rios e metrovi ri o s , c a tegorias essas,vi n c u l adas ao setor de servios (Lac a z , 1 9 9 6 ) .Na pr pria redao da Lei Orgnica da Sa de( l ei 8.080/90), o en ten d i m en to do que seja Sa -de do Tra b a l h ador diz re s pei to implicitamen teaos que operam as indstri a s . Ch egamos con-cluso sem el h a n te qu a n do verificamos a pre-pon derncia absoluta dos que tm form a e strad i c i onais em sade (cl n i c a , tox i co l ogia) ouda higi ene indu s trial (en gen h ei ros e tcnico s

  • 8 0 08 0 08 0 0

    de seg u ra n a ) , en tre os prof i s s i onais que atu a mna re a . Da mesma form a , as negociaes tri-p a rti tes (Estado - Ca p i t a l - Trabalho) de cartern ac i on a l , en c a m i n h adas nos ltimos 10 anos,c a rregam uma gra n de iden ti d ade com a inds-tri a , na medida em que se diri gem para agen te se s pec f i co s , como o caso do Acordo Nac i on a ls obre uso de prensas injetoras no setor plsti-co - qu m i co, ou dos solven tes e poei ra s , caso doRepert rio Bra s i l ei ro do Ben zeno e da Luta Na-c i onal pelo Ba n i m en to do Uso do As be sto / Am i-a n to. Tais atuaes so absolut a m en te nece s s -rias e no h por que qu e s ti on - l a s . Apenas as-sinalamos que elas no con s ti tu em a to t a l i d adee nem , em termos de magn i tu de , repre s en t a mos principais probl emas atuais de sade do stra b a l h adore s .

    Di a n te das mudanas con tem porneas no m bi to das relaes de trabalho que ati n gem osmais diferen tes setore s , con s i deramos o mode-lo ou parad i gma conven c i onal da ST insu f i-c i en te , pois no acompanha e nem abra n ge osefei tos mais nef a s tos do movi m en to mu n d i a lde ree s trutu rao produtiva qu e , s em exclu i rformas arc a i c a s , trad i c i onais e modernas deprodu o, i m p actam fortem en te a vida e a sa-de de gra n des con ti n gen tes de tra b a l h adores nai n form a l i d ade que atuam em condies inse-g u ra s , prec rias ou simplesmen te esto de s em-pregado s . Nen huma proposta de promoo ea teno adequ ada hoje pode de s con h ecer, t a m-b m , um fato que vem sen do dem on s trado emtodas as pe s quisas especficas sobre ac i den te sde tra b a l h o : a maioria dos tra b a l h adores estm orren do devi do a violncias e ac i den tes detra j eto (W n s ch Filho, 2 0 0 4 ) , o que coi n c i decom o perfil de morbi m ort a l i d ade da pop u l a-o bra s i l ei ra em gera l , p a ra a qu a l , as causasex ternas so a segunda causa de morte , depoi sdas en ferm i d ades card i ova s c u l a re s . O model otrad i c i on a l , i g u a l m en te , no incorpora a qu e s-to ambi en t a l , h oje de ex trema rel evncia paraa conscincia social e recl a m a n do pelo pro t a-gonismo dos tra b a l h adores tanto nos locais deproduo como nos espaos de reproduo ede exerccio da cidad a n i a .

    Em con s eq n c i a , alm da nece s s i d ade dese efetu a rem aju s tes e ad a ptaes na aplicaodo con cei to de processo de tra b a l h o p a ra oen ten d i m en to de determ i n adas re a l i d ades nasn ovas situaes de produ o, en f rentamos odesafio de con s truir novos con cei tos e catego-rias capazes de dar conta da com preenso doamplo e majori t rio universo de tra b a l h adore ss em vnculos formais e de s em pregado s . Um a

    n ova propo s t a , um novo olhar e uma nova pr -tica precisam abarc - l o s , uma vez que eles nocon s ti tu em um mu n do parte e, s i m , esto nomesmo universo da ree s trutu rao produtiva ,evi den c i a n do a crise da soc i ed ade assalari ad a( Ol ivei ra , 2 0 0 5 ) .

    Todos vivemos um per odo de perp l ex i d a-de e temos um senso de impotncia em com-preen der e dar re s postas aos dilemas atuais eem detectar os principais agrava n tes do qu ad rode mudanas do modelo indu s trial para o ch a-m ado m odelo ps-indu s tri a l . O movi m en tode de s tru i o - recon s tru o, s i mu l t n eo, d acon ju n tu ra atual mu i to mais com p l exo, d i-vers i f i c ado, d i f c i l , de s a f i a n te e instvel . Ne s s an ova con f i g u ra o, os tra b a l h adores indu s tri a i sso minori t ri o s , em bora con ti nu em com ve-lhos probl emas ex a u s tiva m en te con h ec i do s ,aos quais se somam os proven i en tes da ado odo novo parad i gma tec n o l gi co de or ga n i z a-o e gesto do tra b a l h o. E n tret a n to, as qu e s-tes de s te gru po, por estarem loc a l i z ad a s , s omais fac i l m en te diagn o s ti c vei s . A questo cen-tral do con ju n to da produo cientfica que areferncia ainda pre s en te nela em gra n de par-te o setor indu s tri a l . Mesmo qu a n do tom a m o sp a ra anlise o con ju n to dos tra b a l h adores for-m a i s , percebemos mu i to po u co inve s ti m en tono con h ec i m en to dos que atuam nos setores des ervios e agr co l a .

    Na verd ade , um diagn s ti co inicial da pro-duo cientfica aponta para um real en co l h i-m en to da ref l exo e do em penho indivi dual eco l etivo para con s truir referenciais e instru-m en tos que dem conta da to t a l i d ade hetero-gnea que con f i g u ra hoje o universo dos tra b a-l h adores bra s i l ei ro s . Seria prec i s o, no mom en-to atu a l , i nve s tir fortem en te no con h ec i m en todos diversos ti pos de agravos sade em todo sos setores nos quais se ac u mulam probl em a sc a u s ados pela labi l i d ade dos vnculos de tra b a-l h o, como os casos de tercei rizao espri a , coo-pera tivismo fra u du l en to, determ i n ados ti po sde trabalho informal inclu i n do-se a o anti goe hoje cre s cen te trabalho familiar e o de s em-prego. Ainda so ra ros os estu dos como os deSell i gm a n n - Si lva (2001), que pe s quisa espec i f i-c a m en te o impacto do de s em prego de lon gadu rao na soc i a bi l i d ade e na sade desses ex-clu dos do merc ado de tra b a l h o. Pe s qu i s a r, n o-mear e distinguir o imenso con ti n gen te soc i a l-m en te de s pro tegi do no qual os tra b a l h adore sdo setor terc i rio da econ omia assu m em lu ga rqu a l i t a tiva e qu a n ti t a tiva m en te prepon dera n te ,con s ti tui o maior desafio ac ad m i coatu a l .

  • 8 0 1

    D ados da Organizao In tern ac i onal doTrabalho (OIT) ilu s tram algumas dimen s e sdo probl em a : no Bra s i l , en tre 1990 e 2003, dec ada dez novos em prego s , s ete foram infor-m a i s , s en do qu e , em 2003, n ove em cada de zdessas ocupaes eram no setor de servi o s( O I T, 2 0 0 4 ) . Um indicativo revel ador do gra ude de s pro teo social hoje ex i s ten te en con tra -se no fato de qu e , em 2002, cerca de 54,8 daspe s s oas oc u p adas no pas no con tri buam pa-ra qu a l qu er ti po de previdncia (IBGE, 2 0 0 3 ) .Temos a uma ex presso ex trem a , e at calami-to s a , do sen ti m en to geral de inseg u rana e dem a l - e s t a r: no merc ado do tra b a l h o, no em pre-go, na ren d a , na con tratao e na repre s en t a odos tra b a l h adore s . o que mostram tambmos trabalhos de Sell i gm a n n - Si lva (2001) qu a n-do evi den c i a m , qu a l i t a tiva e em p i ri c a m en te , a srepercusses psico s s ociais e psicop a to l gicas dasu btrao do em prego que se apre s entam sob aforma de degradao da sade men t a l , percor-ren do vrias fases que vo do retra i m en to, a oa f a s t a m en to e ao isolamen to social e afet a n do avida materi a l , a soc i a bi l i d ade e a su bj etivi d ade .O estu do de Sa n t Anna (2000), s obre o mesmoprobl ema do de s em prego, chama a ateno pa-ra a diversidade de estratgias organizativas e degerao de renda en con tradas por tra b a l h ado-res para en f rentar ondas de demisso em mas-s a , evi den c i a n do foras novas que su r gem do sescombros das rpidas mudanas no mundo dotrabalho e que precisam de apoio insti tu c i on a l .

    A crise do pen s a m en to intel ectual na re avem ju n to com a dec adncia da repre s en t a tivi-d ade dos rgos sindicais e de sua capac i d adede de s en c adear e acompanhar demandas rel a-tivas questo sade - tra b a l h o. Pa ra a prec a ri-zao do trabalho formal e informal cada ve zmais intensa (Ol ivei ra , 2 0 0 5 ) , p a ra o de s em pre-go aberto, p a ra a perda de vnculos no h hoj ere s posta plausvel por parte dos sindicatos maisrepre s en t a tivos e or ga n i z ados no passado pr -x i m o. Um va s to mu n do sem mediaes po l ti-cas e sem regi s tros publ i c a m en te discern vei snas estatsticas conven c i onais para avaliar em-prego e ocupaes est ex i gi n do a con s tru ode um cdigo do trabalho capaz de aten der ademandas inad i vei s .

    Criar esse novo instru m en to significa algoto rel eva n te como foi , nos meados do sculop a s s ado, a Consolidao das Leis Tra b a l h i s t a s ,a CLT. Mas essa no uma tarefa fcil: numa si-tuao de ri s cosoc i a l , os que tm seus direi to sga ra n ti dos se apegam a eles como se fo s s em ab-s o luto s . Adem a i s , nessa crise sistmica das rel a-

    es sociais de produ o, os rgos de Estado,com a misso con s ti tu c i onal de dar pro te os ocial como o caso do MTE e o da PS, se ref u-gi a ram nos parad i gmas trad i c i onais que privi-l egiam o merc ado formal e dos seg u rado s .

    Di a n te da situao de s c rita cre s ce o papele s tra t gi co do SUS, ten do em vista sua reco-n h ecida capilari d ade para prom over a univer-salizao da ateno sade , sua trad i c i on a lc a p ac i d ade de criar mecanismos de ateno co-l etiva e especfica e de convocar a parti c i p a oe o con trole dos tra b a l h adore s . O pro t a gon i s-mo do setor sade nessa re a , c ri a n do altern a-tivas aos modelos re s tri tos e sen do capaz deoferecer uma ateno abra n gen te dos probl e-mas reais da divers i d ade de tra b a l h adores e de-s em pregados nos espaos soc i oc u l tu rais pec u-l i a re s , pode fazer gra n de diferena e prom overmu d a n a s .

    Con tri buio e lacunasdos estudos acadmico s

    Ao indaga rmos acerca da con tri buio ac ad -mica para o diagn s ti coda situao atual e nosper g u n t a rmos se ela d conta de subsidiar pro-postas de ao para a pro teo da sade do stra b a l h adores e de su perar um discurso po l ti-co que no tem mais eficcia no tem po pre s en-te , dep a ramo-nos com diversas qu e s t e s .

    Em pri m ei ro lu ga r, preciso constatar qu ea produo cientfica na rea apre s enta umatendncia con ti nu ada de cre s c i m en to nas lti-mas dcad a s , u n ivers a l i z a n do-se por mu i t a si n s ti tuies univers i t ri a s , a bra n gen do divers a s reas do con h ec i m en to e, i n clu s ive , receben doo influ xo das con tri buies dos prof i s s i on a i sque atuam nos servios de sade . Esse incre-m en to acompanha a mu l tiplicao dos curs o sde ps-graduao no pas, m orm en te no cam-po da sade co l etiva . Da mesma forma que emo utros mbi tos do con h ec i m en to, o nmerom a i or de pe s quisas e tex tos publ i c ados se con-cen tra em univers i d ades federa i s , e s t aduais epon ti f c i a s . preciso ressaltar que a maior par-te da produo ocorreu a partir dos anos 90. Eos temas de estu do vo l t ados para questes detra b a l h o - s a decorre s pon deram notvel vi s i-bi l i d ade social e recon h ec i m en to ju r d i co - i n s-ti tu c i onal desse campo no mbi to da sade co-l etiva , coi n c i d i n do com a implantao e con s o-lidao das pr ticas de assistncia e vi gi l n c i aem alguns estados bra s i l ei ros que con t a ramcoma participao ativa de militantes sindicais.

  • 8 0 28 0 2

    E n tret a n to, mesmo recon h ecen do a evo lu-o po s i tiva do nmero de publ i c a e s , s eg u n-do dados intern ac i onais e sem en trar no mri-to da qu a l i d ade , e s tima-se que a produo bra-s i l ei ra repre s en te menos de 1% dos arti gosc i en-t f i cos divu l gados anu a l m en te com en foqu enas relaes en tre trabalho e sade (W n s chF i l h o, 2 0 0 4 )

    A segunda questo dessa pauta diz re s pei to abrangncia e or ga n i c i d ade das publ i c a- e s . Am o s tra sign i f i c a tiva para anlise se en-con tra num leva n t a m en to de ttu l o s , a utores ei n s ti tu i e s , re a l i z ado por Men des (2003), re-cobri n do o per odo de 1950-2002 e referen te ateses e dissertaes qu e , d i reta ou indiret a m en-te , a bordam questes da relao tra b a l h o - s a -de . Por tra t a r-se de arti go que som en te nom ei aos ttulos difcil avaliar a con tri buio do stex tos citado s . Con tu do, podemos en c a rar essel eva n t a m en to com algumas hipte s e s . Uma se-ria ac reditar que eles evi denciam tendncias daproduo na rea porque esses mestres e do u-tores con s ti tuiro os pe s qu i s adores de amanh.O utra seria con clu i r, o que no implausvel ,que os temas mais freq en tem en te abord ado sref l etem a existncia de gru pos de pe s quisa oude pesquisadores atuantes que investigam e ori-entam sobre os assu n tos que ac u mulam maiorn m ero de publ i c a e s . As s i m , os temas maisfoc a l i z ados das teses e dissertaes con s ti tu i-riam aprof u n d a m en todos interesses dos ori en-t adore s . Ou ainda, con tra ri a m en te , que os assu n-tos menos pe s qu i s ados repre s en t a riam a contri-buio de alunos sob ori entao de profe s s ore sque atuam com uma gra n de va ri ed ade de tem a s .

    Ao analisar o leva n t a m en to, ob s erva m o sque a imensa maioria dos probl emas de sadea bord ados se refere a tra b a l h adores indu s tri a i s ,num espectro de categorias bastante amplo es ob abord a gens prximas s da medicina dotra b a l h o. Ao lon go de todos esses anos vms en do abord adas pato l ogias clssicas como sa-tu rn i s m o, pn eu m ocon i o s e s , su rdez (abord ad as ob os mais diversos ngulos) e, mais recen te-m en te , doenas do sistema mu s c u l oe s qu el ti-co. Tambm sobre s s aem propostas de de s en-vo lvi m en to de metodo l ogias e diversas anlisestox i co l gicas sobre ex posio a agen tes espec -f i co s , p a rti c u l a rm en te agro t x i cos e solven te s .E fica mu i to evi den te , na ltima dcad a , a pre-dominncia de abord a gens er gon m i c a s , s o-bretu do em dep a rt a m en tos de en gen h a ria deproduo de univers i d ades federa i s .

    Apenas em anos recen tes vm em er gi n doe s tu dos do setor de servi o s , a m p l i a n do-se os

    ti pos de ocupaes pe s qu i s adas qu e , trad i c i o-n a l m en te , se con cen travam nas categorias deb a n c rios e de tra b a l h adores da rea de infor-m ti c a . Nessas pe s qu i s a s , as anlises en f a ti z a mquestes derivadas da or ganizao do tra b a l h o.Ca be de s t acar ainda que ex i s te uma gra n dequ a n ti d ade de teses sobre prof i s s i onais da re ade sade , prepon dera n do estu dos sobre en fer-m ei ro s ( a s ) , re a l i z ados nas pr prias escolas ouf ac u l d ades de Enferm a gem . Ig u a l m en te so ob-j eto de um nmero con s i der vel de trabalhos as a de mental e as LER. Poucas so as teses qu efocalizam probl emas gerais da re a , tem ti c a srel a tivas po l ti c a , m odelos e servios de aten-o sade dos tra b a l h adores e aos proce s s o sda vi gi l n c i a .

    No amplo espectro de temas tra t ado s , qu e s-tes rel eva n tes como ac i den tes de trabalho edoenas com gra n de per odo de latncia com oc n cer, p a rti c u l a rm en te em tra b a l h adores dai n d s tria qumica e petroqu m i c a , so mu i topo u co abord ad a s . Tambm so escassos os es-tu dos mais abra n gen tes de cunho ep i dem i o l -gi co, os referen tes situao dos tra b a l h adore sterceirizados e, em nmero ainda menor, os qu etratam dos tra b a l h adores do setor inform a l .

    Em re su m o, a con s i derar o leva n t a m en tore a l i z ado por Men de s , evi den te o predom n i oda con s truo de con h ec i m en to fra gm en t ado,d i s pers o, u n i d i s c i p l i n a r, qu a n do no repeti tivoe tec n i c i s t a , re su l t a n te de pe s quisas e anlisespon tuais de s envo lvidas com abord a gens pr -prias de cada disciplina: ou s da ep i dem i o l o-gi a , ou s das cincias sociais e hu m a n a s , ou sda tox i co l ogi a , ou s da en gen h a ri a , den tre ou-tra s . E m bora fosse nece s s ria uma anlise cui-d adosa para fundamentar uma crtica maisprec i s a , o que foge finalidade de s te arti go,perguntamos-nos at que pon to os mesmosprobl emas apon t ados em relao s teses nose esten dem s outras publicaes da re a . D a ressa re s posta com algum grau de prof u n d i d adei m p l i c a ria con s i derar o limitado nmero deprogramas de ps-graduao com rea de con-cen trao em trabalho e sade , a formao es-pecfica dos corpos docen tes que de s envo lvempe s quisas nesse campo, a ausncia de equ i pe si n terd i s c i p l i n a res ou a falta de em penho emcon s tru-las por parte das insti tuies ou de in-duzi-las por parte das agncias de fom en to.

    Pa ra con clu i r, gostaramos de assinalar acon tradio en tre o tamanho da tarefa que te-mos pela fren te vi s a n do criar instru m en to ste ri cos adequ ados ao novo mom en to histri-co, e a fora das po l ticas insti tu c i onais de ava-

  • 8 0 3

    liao da produo de docen tes e pe s qu i s ado-res qu e , ao pri orizar metas qu a n ti t a tiva s , ac i r-ram a com petio en tre pares e en tre gru pos eex acerbam o indivi du a l i s m o. O fato de ter dep u blicar a qu a l qu er pre o l eva mu i tos pe s-qu i s adores a opt a rem pelo caminho mais fcilda repetio de modelos te ri cos e metodo l -gi cos trad i c i on a l m en te ado t ado s , com recei ode inovar e no obter recon h ec i m en to. O qu emais ex i s te na produo de nossa rea umforte investimento na aplicao correta dos m -todo s , o que ocorre , por exem p l o, em estu do scom base na abord a gem ep i dem i o l gica de da-dos pri m rios ou sec u n d ri o s , s em a preoc u-pao de se con tex tualizar o probl ema no qu a-d ro situ ac i onal dos tra b a l h adores e sem discu-tir a pertinncia e significncia do obj eto estu-d ado e sua con tri buio para o avano do co-n h ec i m en to ou para o de s en c ade a m en to deaes pr ti c a s . Ig u a l m en te , a introduo doi n s tru m ental das cincias sociais e humanas e ai n tensificao do nmero de pe s quisas de cu-nho qu a l i t a tivo, como j tinham ob s ervadoMi n ayo Gomez e Th ed i m - Costa (2003), n otm sido feitas com su f i c i en teri gor, s a lvo ra ra sexce e s . A forma ru d i m entar e foc a l i z ada dasanlises que se mu l ti p l i c a ram no per odo temcon tri bu do mu i to po u co para ampliar e paraa profundar o con h ec i m en to dos tra b a l h adore s .

    Em snte s e , resta mu i to por fazer na atu a len c ru z i l h ada da produo cientfica sobre as a de dos tra b a l h adores bra s i l ei ro s . N s , pe s-qu i s adore s , precisamos de mu i to mais dilogoe ousad i a . E gostaramos de ressaltar que fal-t a m , t a m b m , rumos e demanda qu a l i f i c ad apor parte dos re s pon s veis pelas po l ticas e ge s-tore s . Desses lti m o s , s eria import a n te ex i gir aefetivao de um processo de induo que inci-te as univers i d ades e, pri n c i p a l m en te , suas ps-gradu a e s , a darem uma con tri buio maisa rti c u l ada e efetiva , a trabalhar em rede ou deforma interi n s ti tu c i on a l , bu s c a n dofundamen-tar abord a gens e diagn s ti cos que redu n demna formulao de estra t gias de carter propo-s i tivo.

    Consideramos como ponto importante de s-te deb a te a nece s s i d ade de uma deciso con ju n-ta por parte dos Mi n i s t rios da Sa de , do Tra-balho e da Previdncia com a parceria do Mi-nistrio de Cincia e Tecnologia, atravs de su a sagncias de fom en to, de abertu ra de editais vi-s a n do impulsionar censos espec f i co s , pe s qu i-sas con tex tu a l i z adas e interd i s c i p l i n a res e estu-dos de probl emas cruciais ainda po u co abord a-do s . Essa proposta est em sintonia com o do-

    c u m en to anteri orm en te referi do de PNSST, a i n-da em con su l t a , que preconiza a estreita rel a-o en tre insti tuies de pe s qu i s a , u n ivers i d a-des e servios para iden tificao e en f ren t a-m en to de probl emas pri ori t ri o s ; a criao deuma rede de cen tros co l a boradores como refe-rncia para o de s envo lvi m en to tcnico - c i en t -f i co do campo e a ga ra n tia de rec u rsos pbl i co sp a ra financiamen to de linhas de pe s qu i s a . Tra-ta-se de uma propo s t a , a nosso ju zo, adequ a-d a , p a ra que no con ti nu emos na mera con s t a-tao de a escassez e inconsistncia das infor-maes sobre a real situao de sade dos tra-b a l h adores (que) dificultam a definio de pri o-ri d ades para as po l ticas pbl i c a s , o planeja-m en to e a implem entao das aes de sadedo tra b a l h ador . O referi do tex to anuncia cl a-ra m en te nas suas diretri zes e estra t gi a s , a pre-tenso de prom over a incluso de todos os tra-b a l h adores bra s i l ei rosno sistema de prom o oe pro teo sade. Tambm ex trem a m en teoportuno o de s t a que que a proposta da PNSSTd nece s s i d ade de se harm on i z a rem as po l -ticas econ m i c a s , de In d s tria e Com rc i o, Agri-c u l tu ra , Cincia e Tec n o l ogi a , E ducao e Ju s ti- a , em pers pectiva inters etorial e de tra n s vers a-l i d ade. preciso alert a r, por m , que no tex tono aparecem os indicativos de como sero efe-tivadas tais estra t gias e seria fundamental qu eelas fo s s em ex p l i c i t adas em planos de ao espe-cficos, levando-se em conta, inclusive, os m a i o-res en traves con ju n tu ra i s , nos vrios setore s ,p a ra o exerccio das atri buies de cada um.

    Efetivao dos servios de aten o

    Q u a n do referi m o s , no incio, que se passara mvi n te anos sem que a Po l tica Nac i onal de Sa -de do Tra b a l h ador fosse implem en t ad a , no es-tamos afirm a n do que nada foi fei to no pas emrelao aos planos tra ado s . Por exem p l o, v -rias aes foram re a l i z adas no mbi to da aten-o sade dos tra b a l h adore s , em bora no deforma universal e or g n i c a . Hi s tori c a m en te , aimplantao dos servios de ST no SUS podes er com preendida em mom en tos diferen c i a-do s , con s i dera n do-se a predominncia do pro-t a gonismo dos atores sociais envo lvi do s .

    O pri m ei ro deles se inicia em 1978 e term i-na em 1986, s en do parte do movi m en to pel aReforma Sa n i t ria (Lac a z , 1 9 9 4 ) . In clui a re a l i-zao da I CNST como de s dobra m en to da V I I ICon ferncia Nac i onal de Sa de e marc adopela incorporao da ateno sade dos tra-

  • 8 0 4

    b a l h adores como uma pr tica de Sa de Pbl i-c a , na rede bsica, os ento ch a m ados Progra-mas de Sa de do Tra b a l h ador (PST) (Frei t a s ,L acaz e Roch a , 1 9 8 5 ) . Esse modelo de aten oado tou princpios e diretri zes que po s teri or-m en te foram incorporados ao SUS: a p a rti c i-pao e o con trole soc i a l , a partir da atu a odos sindicatos de tra b a l h adores na gesto do sP S T; a i n tegra l i d ade, m ed i a n te a arti c u l a oen tre assistncia e vi gilncia e a u n ivers a l i d a-de, pois todo trabalhador tinha direito ao a ten-d i m en to, i n depen den tem en te de ser ou no se-g u rado da Previdncia Soc i a l .

    Ne ssas experi n ci a s , os Servios de Sade P-blica comeam a nu clear a articulao en tre asaes de assistncia e vi gi l n cia (...) dos ambi en-tes e locais de tra ba l h o, envolvendo uma atu a oi n teri n s ti tu cional que en gl oba rgos da esferafed eral (...), em nvel dos estados e a Un ivers i d a-d e , com abertu ra pa ra a pa rti ci pao e a ge s t odos sindicato s ( L ac a z , 1 9 9 7 ) .

    Adem a i s , import a n tesalientar que os PSTforam ex perincias que inova ram e passaram aa bordar a cl i en tela de tra b a l h adores a partir desua insero no processo produtivo (port a n tocomo produtore s ) . Na anamnese, sua histri aprof i s s i onal passou a ser levada em con t a , su-pera n do-se as situaes anteri ores que os tra t a-vam como meros con su m i dores de recei t a s ,con sultas e con dutas mdicas (Frei t a s , L acaz &Roch a , 1 9 8 5 ) .

    No per odo, o ator social mais sign i f i c a tivofoi o den om i n ado m ovi m en to sanitri o comnfase no pro t a gonismo das or ganizaes sin-dicais (Lac a z , 1 9 9 4 ) . Essa etapa coi n c i d iu coma retom ada da cena po l tica pelos gra n des mo-vi m en tos grevistas do final dos anos 70 e inciodos anos 80, do sculo 20. A influncia do Mo-delo Oper rio Italiano (Oddone et al. , 1 9 8 6 )tambm foi marc a n te , bem como a de or ga n i s-mos intern ac i onais como a Organizao Mu n-dial de Sa de (OMS) e a OIT (Men de s , 1 9 8 6 ;L ac a z , 1 9 9 6 ) .

    O seg u n do per odo pode ser com preen d i doen tre os anos de 1987 e de 1997. In clui a re a l i-zao da II CNST, a insti tu c i onalizao dasaes na rede de assistncia sade , m ed i a n tea consolidao do marco legal (leis 8.080/90 e8.142/90) e avanos no nvel insti tu c i onal ( Di a s ,1 9 9 4 ) . O correra m , nessa et a p a , a implantao ea implem entao de planos de ao em impor-t a n tes municpios bra s i l ei ro s , vi s a n doincorpo-rar a ateno sade dos tra b a l h adores na redede servi o s , s ob a pers pectiva de mu n i c i p a l i z a-o da sade . Em um mom en to de tra n s i o,

    foram implem en t ados os Cen tros de Refer n-cia em Sa de dos Tra b a l h adores (CRST) , qu ei n corpora ram as categorias con cei tuais de an-lise do tra b a l h o, a tu a n do por meio de equ i pe smu l ti prof i s s i onais e com a participao sindi-cal nos Con s elhos Gestores (Lac a z , 1 9 9 6 ) .

    Pa ra en ten der a tra n s i o dos PST para osCRST mister re sgatar aspectos histri co s : oem b a te en tre duas con cepes de or ga n i z a ode servi o s . A pri m ei ra del a s , con f i g u rada naposio ch a m ada de s a n i t a ri s t a por Lac a z( 2 0 0 0 ) , defendia a implantao e o de s envo lvi-m en to de aes de Sa de Pblica e Co l etiva , n arede bsica de servi o s , a rti c u l a n do a assistn-cia com a vi gi l n c i a , a partir da pers pectiva decom preenso do trabalho como determ i n a n tede formas especficas (ou no) de adoecer e m or-rer da populao tra b a l h adora (Ri bei ro & La-c a z , 1 9 8 4 ) . A outra , den om i n ada pra gm ti c a( L ac a z , 2 0 0 0 ) , defendia que as aes em sadedos tra b a l h adores no deveriam re s tri n gi r- s eao aporte s a n i t a ri s t a e sim, com portar servi-os espec f i co s , de nvel sec u nd ri o, em apoio rede . Da a preocupao em incorporar qu a-d ros tcnicos espec i a l i z ados em Medicina doTra b a l h o, den tre outros (Costa et al. , 1 9 8 9 ) .

    Al i m en t ados por essa polmica e en go l f a-dos pelas con tingncias da con ju n tu ra po l ti c ada poc a , na qual se iniciava a con s truo doprocesso da municipalizao da sade, as pro-postas con f i g u radas nos PST ac a b a ram por in-corporar el em en tos da segunda po s i o, qu a n-do ento con s ti tu ram os CRST. Nessas ativi-d ades de implantao, ao final dos anos 80 dosculo passado, envo lveram-se import a n tes mu-nicpios como So Pa u l o, Ca m p i n a s , Sa n to s ,Porto Al egre , Belo Hori zon te e Volta Redon d a .Os CRST so instncias que se prop em a sere s pec i a l i z ad a s , com carter de referncia se-c u n d ria para a rede bsica e que buscam in-corporar maior den s i d ade tec n o l gica em seuqu ad ro de prof i s s i on a i s , de apoio diagn s ti co ede vi gilncia (Lac a z , 1 9 9 6 ) . Mesmo con s i de-ra n do a preocupao ori ginal dos s a n i t a ri s-t a s, a articulao com a rede bsica no se efe-tivo u . As s i m , a proposta dos CRST ac a bou porcon s ti tu i r-se num fim sem si mesma, tra b al h a n-do com uma demanda aberta e mu i to po u coi n tegrada com a rede bsica, i n clu s iveno sen ti-do de subsidiar e alimentar tal dem a n d a .

    Hoj e , mister discutir o papel dessas ins-t n c i a s . Elas no se torn a ram refer n c i a , u m avez que a rede do SUS ficou alheia probl em -tica da sade / doena rel ac i on ada ao trabalho e,por pri ori z a rem a assistncia, a pre s entam um

  • 8 0 5

    i m p acto pequ eno na interveno sobre os am-bi en tes e processos de trabalho noc ivos sade( L ac a z , Mach ado e Porto, 2 0 0 2 ) . Assim vive-mos uma con trad i o, pois ao mesmo tem poem que avanamos na maior insti tu c i on a l i z a- o, o escopo das aes se re s tri n giu . Atu a l-m en te muitas ex perincias passam por umprocesso de de s con ti nu i d ade , em funo dano pri orizao do tem a , por motivos sobeja-m en te citados neste arti go o que foi apon t adopor Lac a z , Mach ado e Porto (2002). Ta m b mj foram su f i c i en tem en te discuti dos os motivo sdo ref lu xo ocorri do e que afeto u , s em dvi d a ,os programas de ateno sade do tra b a l h ador.Causas insti tu c i onais se somam a causas mu i tomais gl obais e tambm, de referncia loc a l .

    Essa avaliao parti c u l a rm en te nece s s ri ano mom en to atu a l , uma vez que a Rede Nac i o-nal de Ateno In tegral Sa de do Tra b a l h a-dor (Ren a s t ) , i n s ti tuda a partir de setem bro de2 0 0 2 , pela port a ria 1.679/02 do MS, se funda-m enta na ex perincia dos CRST. Seria funda-m ental que a Renast caminhasse para a su pera-o da dico tomia en tre assistncia e vi gi l n c i ae incorporasse em seu modelo estra t gias depreveno a agravos e de promoo da sade .Seria tambm de ex trema rel evncia que essan ova rede se articulasse com as insti tuies lo-cais do Trabalho e da Previ d n c i a , em con for-m i d ade com os marcos te ri cos da vi gi l n c i aem sade do tra b a l h ador e inspirada em ex pe-ri n c i a s de su ce s s o, n ac i onais e intern ac i on a i s( Mach ado, 1 9 9 6 ; P i n h ei ro, 1 9 9 6 ) . Essa revi s otambm ficaria incom p l eta se no levasse emconta as mudanas que vm ocorren do no mo-delo assistencial para a ateno bsica que secon f i g u ra nos Programas de Sa de da Fa m l i ae de Agen tes Comu n i t rios de Sa de .

    Port a n to, crucial qu e , no mom en to pre-s en te ded i qu emos tem po avaliao das pro-postas anteri ores de ateno e vi gilncia qu eno podem ser apenas increm en t adas ou corri-gi d a s . Essa inflexo ex i ge ter em conta a rad i c a-l i d adedo processo de municipalizao dasa e sde sade na rede bsica, o aten d i m en to das ne-ce s s i d ades de sade da populao tra b a l h adorae a definio de uma base terri torial como refe-r n c i a .

    Con s i deraes finais

    Ne s te tex to tentamos evi denciar trs pon to s :(a) ausncia de uma Po l tica Nac i onal de Sa dedo Tra b a l h ador inters etorial e capaz de propor

    linhas de ao, formas de implem entao e deavaliao efetivas e adequ adas s nece s s i d ade sreais do con ju n to dos tra b a l h adore s ; (b) fra g-m entao da rea de con h ec i m en to den om i n a-da c a m po de sade do tra b a l h ador , i m ped i n-do uma co l a borao estra t gica e orgnica comas nece s s i d ades divers i f i c ad a s , com p l exas e c a m-bi a n tes dessa pop u l a o ; e (c) en f ra qu ec i m en-to dos movi m en tos sociais e sindicais dificul-t a n do presses nece s s rias tanto para a rea ac a-dmica como para os governos que vem se su-ceden do.

    Realamos tambm (numa crtica ex trem a-da com finalidade de deb a te) que mu i tos so osf a tores que provocam a perp l ex i d ade dos dife-ren tes atores citado s , no mom en to atu a l . E qu e preciso recon h ec-los e diagn o s tic-los paraque seja efetivada uma mudana qu a l i t a tiva noen f ren t a m en todessa crise (em alguns campo s ,c r n i c a ) . Isso se torna cru c i a l , a fim de que a IIICNST marc ad a , em sua etapa nac i on a l , p a ran ovem bro de 2005, no se tra n s forme nu mm om en to a mais do mesmo, f ru s tra n do - n o scomo se estiv s s emos con den ados a repeti reven to s , ri tos e mito s .

    Con s i deramos import a n te recon h ecer ose s foros de diferen tes atores nos nveis federa l ,e s t adual e municipal na insti tu c i onalizao daa teno ST e os avanos ocorri dos em algunss ervi o s . Nesse sen ti do, realamos a inten oa tual dos trs ministrios co - re s pon s veis dep a rtilhar rec u rsos e programas indutivos a umaproduo cientfica que integre inve s ti gadore s ,a bra n ja probl emas atuais e anti gos que fora ma gravados pela ree s trutu rao produtiva , vi-s a n doa uma eficcia maior no estabel ec i m en tode estra t gias e solues para o divers i f i c adomu n do con tem por n eo do trabalho do pas.So esses trs ministrios qu e , em con ju n tocom movi m en tos de tra b a l h adores e pe s qu i s a-dore s , tm capac i d ade e obri gao de apre s en-tar uma pauta de pri ori d ades s insti tuies fi-n a n c i adoras e oferecer estmulos con s tru ode novas e nece s s rias inve s ti ga e s .

    No recon h ec i m en to de iniciativas impor-t a n te s , s obretu do do MS, assinalamos a im-plantao do Renast que tem mu l ti p l i c adocen-tros de ateno sade do tra b a l h ador e vemform a n do prof i s s i onais em diversos pon tos dop a s . No en t a n to, s omos obri gados a lem bra rque esse programa precisa ser acom p a n h ado,pari pa s su em sua implem en t a o, de uma s-ria e com peten te po l tica de avaliao (como jse faz em relao a algumas outras po l ticas so-ciais nos ltimos dez anos no pas), ten do em

  • 8 0 6

    vista pr prova a efetivi d ade das aes e obom uso dos vu l tosos rec u rsos inve s ti do s .

    Evi denciamos ainda que h pri ori d ades qu eclamam por ao imediata e dec i s iva . Os tra b a-l h adores indu s triais trad i c i onais precisam con-ti nuar a ser aten d i dos em suas demandas indis-cutveis. H problemas emergentes que se acen-tu a m , s obretu do, nos setores de servios e dea gri c u l tu ra . Ma s , su blinhamos a urgncia decon h ecer, d i ferenciar e aten der o setor inform a le o mu n do difuso e de s pro tegi do dos de s em-pregado s .

    Em relao ao con trole soc i a l , tal como h oje pra ti c ado, nossa posio mu i to crti c a .Con s i deramos qu e , i n fel i z m en te , os instru-m en tos cri ados para o exerccio desse ti po dec i d adania no vm se mostra n do ef i c a ze s , mu i-tas ve zes to l h en do ou apequ en a n do o deb a te dequestes cruciais para enfrentar a situao a tu a ldo mu n do do tra b a l h o. Constatamos que nose trata apenas de um probl ema espec f i co denossa re a , no en t a n to, n ela a impropri ed adedas formas de participao e de exerccio docon trole so lasti m vei s . Est na hora tambmde fazermos uma reviso profunda dos funda-m en tos con cei tu a i s , po l ti cos e sociais que de-ram ori gem ao pr prio termo e insti tu c i on a-

    lizao dessa instncia, p a ra que tenhamos re a lefetivi d ade da parti c i p a o.

    F i n a l i z a n do esta ref l exo na qual fizem o suma inflexo crtica sobre a produo cien t f i-c a , en ten demos que univers i d ades e cen tros depe s quisa precisam en trar de cabea e com re s-pon s a bi l i d ade social no campo da ST e dar ums a l toqu a l i t a tivo na or ganizao dos gru pos depe s qu i s a , ben ef i c i a n do-se das po ten c i a l i d ade sc ri adas pelas ava n adas tec n o l ogias de comu-nicao e informao que perm i tem estu do sem rede , mu l ti c n tri co s , coopera tivos e com-p a ra tivo s . Aprovei t a n doas novas diretri zes for-mu l adas em con ju n to pelos ministrios co - re s-pon s veis pela re a , que esperamos ver implan-t ad a s , e a log s tica das ps-gradu a e s , que seprom ovam estu dos con tex tu a l i z ado s , i n teri n s-ti tu c i onais e interd i s c i p l i n a re s , i nvistam em in-qu ri tos pop u l ac i on a i s , m a pei em as divers i f i-c adas situaes dos tra b a l h adores bra s i l ei ro sem pregados e de s em pregado s , a prof u n demcondies especficas e assim co l a borem paraque tenhamos um sistema de informao maiscon f i vel e uma produo de servios paut ado sem diagn s ti cos adequ ado s . Seria mu i to bomque ch eg s s emos a uma futu ra prxima CNSTcom frutos co l h i dos por sbias decises tom a-das com a co l a borao de todos ns.

    Co l a bora dore s

    C Mi n ayo Gomez e FAC Lacaz parti c i p a ram igualmen tede todas as etapas da el a borao do arti go

  • 8 0 7

    Referncias bibl i ogr f i c a s

    Costa DF et al. 1 9 8 9 . Pro grama de Sade dos Tra ba l h a-d o res a experi n cia da Zona No rte: uma altern a tivaem Sade Pbl i c a. Hu c i tec , So Pa u l o.

    Dias EC 1994. A ateno sade dos tra ba l h a d o res no se-tor sade (SUS), no Brasil: re a l i d a d e , f a n t a s i a , u top i a ?Tese de do utorado, Fac u l d ade de Cincias Mdicas,Un ivers i d ade Estadual de Ca m p i n a s , Ca m p i n a s .

    Freitas CU, L acaz FAC & Rocha LE 1985. Sa de Pblica eAes de Sa de do Tra b a l h ador: uma anlise con cei-tual e pers pectivas de operac i onalizao progra m ti-ca na rede bsica da Sec ret a ria de Estado da Sa de .S o ci ed a d e , Di rei to, Sade2 ( 1 ) : 3 - 1 0 .

    In s ti tuto Bra s i l ei ro de Geografia Estatstica (IBGE) 2003.Pe squisa nacional por amostra de domiclios 200: sn-te se de indicadore s. I B G E , Rio de Ja n ei ro.

    L acaz FAC 1994. Reforma sanitria e sade do tra b a l h a-dor. Sade e Soci ed a d e 3 ( 1 ) : 4 1 - 5 9 .

    L acaz FAC 1996. Sade do Tra ba l h a d o r: um estudo sob reas fo rmaes disc u rs ivas da academ i a , dos servios e dom ovi m en to sindical. Tese de do utorado, Fac u l d ade deCincias Mdicas. Un ivers i d ade Estadual de Ca m p i-n a s , Ca m p i n a s .

    L acaz FAC 1997. Sa de dos tra b a l h adore s : cen rio e de-s a f i o s . C a d ernos de Sade Pblica1 3 ( su p l . 2 ) : 7 - 1 9 .

    L acaz FAC 2000. Sobre a nece s s i d ade de reviso do mo-delo de ateno sade dos trabalhadores no Sistem a n i co de Sa de . Ci n cia & Sade Col etiva 5 ( su p l ) :4 8 9 - 4 9 0 .

    L acaz FAC , Mach ado JMH & Porto MFS 2002. E s tu do das i tuao e tendncias da vi gilncia em sade do tra-b a l h ador no Bra s i l . Rel a t rio de Pe sq u i s a . Di s pon velem http : / / w w w. op a s . or g. br / s a u dedo / tra b a l h ador / a r-qu ivo / s a l a 1 8 7 . p d f . Ace s s ado em 10/08/2005.

    L a u rell AC & Nori ega M 1989. Pro ce s so de produo e sa-de: tra balho e desga s te oper ri o. Cebe s - Hu c i tec , S oPa u l o.

    Mach ado JMH 1996. Al tern a tivas e pro ce s so de vi gi l n ci aem sade do tra ba l h a d o r: a hetero gen eidade da inter-ven o. Tese de do utorado. E s cola Nac i onal de Sa deP bl i c a , F i oc ru z , Rio de Ja n ei ro.

    Men des R 1986. Dou trina e pr tica da integrao da sadeo c u pa cional no setor sade: co n tri buio pa ra a def i-nio de uma pol ti c a. Tese de livre - doc n c i a . Dep a r-t a m en to de Sa de Am bi en t a l , Fac u l d ade de Sa deP bl i c a , Un ivers i d ade de So Pa u l o.

    Men des R 2003. Produo cientfica bra s i l ei ra sobre sa-de e trabalho publ i c ada na forma de dissertaes dem e s trado e teses de do utorado, 1 9 5 0 - 2 0 0 2 . Revi s t aB ra s i l ei ra de Med i cina do Tra balho2 : 8 7 - 1 1 8 .

    Mi n ayo Gomez C & Th ed i m - Costa SMF 1997. A con s-truo do campo da sade do tra b a l h ador: perc u rs oe dilem a s . C a d ernos de Sade Pblica1 3 ( su p l . 2 ) : 2 1 -3 2 .

    Mi n ayo Gomez C & Th ed i m - Costa SMF 2003. In corpo-rao das cincias sociais na produo de con h ec i-m en tos sobre trabalho e sade . Ci n cia & Sade Co-l etiva 8 ( 1 ) : 1 2 5 - 1 3 6 .

    O d done I, Ma rri G & Gloria S 1986. A luta dos tra ba l h a-d o res pela sade. Hu c i tec , So Pa u l o.

    Ol ivei ra F 2005. Q u em canta de novo L In tern a ti on a l e ?pp. 1 3 5 - 1 6 9 . In B So u s a - Sa n tos (or g. ) . Tra balhar omundo: os caminhos do novo intern a cionalismo ope-r ri o. Civilizao Bra s i l ei ra , Rio de Ja n ei ro.

    O r ganizao In tern ac i onal do Trabalho (OIT) 2004. Pa-n o rama labora l. Oficina Regi onal para Am rica Lati-na y el Ca ri be .

    P i n h ei ro TMM 1996. Vi gi l n cia em sade do tra ba l h a d o rno Si s tema nico de Sade: a vi gi l n cia do co n f l i to e oco n f l i to da vi gi l n ci a. Tese de do utorado. Fac u l d adede Cincias Mdicas, Un ivers i d ade Estadual de Ca m-p i n a s , Ca m p i n a s .

    Ri bei ro HP & Lacaz FAC 1984. De que adoe cem e morremos tra ba l h a d o re s. Im e s p / Di e s a t , So Pa u l o.

    Sa n t Anna FCR 2000. De sem prego e sade: dilemas e pers-pe ctivas nas tra jet rias dos tra ba l h a d o res do estalei roVerol m e , An gra dos Rei s - R J. Di s s ertao de mestrado.E s cola Nac i onal de Sa de Pbl i c a , F i oc ru z , Rio deJa n ei ro.

    Sell i gm a n n - Si lva E 2001. De s em prego e psicop a to l ogi ada rece s s o, pp. 2 1 9 - 5 4 . In LH Bor ge s , MGB Mo u l i n& MD Arajo (or gs . ) . O rganizao do tra balho e sa-de: mlti plas rel a e s. E D U F E S , Vi t ri a .

    W n s ch Filho V 2004. Perfil ep i dem i o l gi co dos tra b a-l h adore s . Revista Bra s i l ei ra de Med i cina do Tra ba l h o2 ( 2 ) : 1 0 3 - 1 1 7 .