rudolf steiner - o evangelho segundo mateus

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  • 8/14/2019 Rudolf Steiner - O Evangelho Segundo Mateus

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    Rudolf Steiner

    O Evangelho segundo Mateus

    Consideraes esotricassobre sua relao com os essnios

    Doe conferncias !roferidas em "erna #Suia$De %& a %' de setembro de %(%)

    *raduo+,acira Cardoso

    1

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    1 de setembro de 1910

    - corrente de .aratustra

    Esta a terceira ve /ue me oferecida0 a/ui na Su1a0 a !ossibilidade de abordar deum certo 2ngulo o maior acontecimento da hist3ria da *erra e da humanidade4 - !rimeirave foi /uando0 em "asilia0 tive o ense5o de fa6lo segundo o !onto de vista!ro!orcionado !elo Evangelho de ,oo%7 a segunda foi /uando !udemos ressaltar acaracter1stica fundamentada no Evangelho de 8ucas'7 desta ve 9 a terceira 90 o im!ulso!ara essa e:!osio !artir; do Evangelho de Mateus4

    ,; enfatiei diversas vees /ue e:iste algo significativo 5ustamente no fato de esseevento se encontrar conservado em /uatro documentos a!arentemente diversos4 O /ue0 decerta maneira0 leva a mentalidade materialista moderna a uma cr1tica negativista edestrutiva 5ustamente o /ue nos !arece0 segundo nossas convices antro!os3ficas0 degrande im!ort2ncia4 uando algum fotografa uma ;rvore a!enas de um lado0 no deve afirmar /ue nessafotografia este5a re!roduida fielmente a a!arncia e:terior da ;rvore4 Em com!ensao0fotografando6se a ;rvore a !artir de /uatro lados e obtendo6se /uatro fotografiasdiferentes0 mal com!ar;veis entre si0 seria !oss1vel obter0 dessa viso con5unta0 umaim!resso total4 Se isso 5; ocorre com um ob5eto dessa maneira e:terna0 como noacreditar /ue um evento /ue !ara n3s0 humanos0 encerra a maior !lenitude eessencialidade de toda a e:istncia0 no !ossa ser bem com!reendido /uando descritoa!enas de um !onto de vista? @or isso0 no so contradies o /ue se nos de!ara nos/uatro Evangelhos4 -/ui est; muito mais im!l1cito /ue os narradores se achavam cAnscios

    de estar cada /ual ca!acitado a narrar esse !ortentoso evento a!enas de um lado0 e de/ue !ela sino!se dessas diferentes narrativas a humanidade !ode obter gradualmente umaimagem global4 Sendo assim0 se5amos tambm !acientes e !rocuraremos a!ro:imar6nos!ouco a !ouco do maior acontecimento da evoluo terrena valendo6nos dessas /uatronarrativas0 e at mesmo desenvolvendo o /ue conseguimos saber com o a!oio dessesdocumentos designados !or

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    necess;rias ao conhecimento humano4 -ssim sendo0 iremos tambm ao encontro dascondies desse conhecimento !rocurando sondar o conte=do do evangelho /ue dese5amoscomentar0 !ara de!ois a!rofundar6nos um !ouco mais numa e:!osio de suas origenshist3ricas4

    Dei:ando6se os Evangelhos e:ercer sua influncia de fora0 5; se !ode sentir certa

    diferena na maneira como eles narram e se e:!rimem4 Se os Senhores consideraremes!ecialmente o /ue foi dito em minhas conferncias sobre os evangelhos de ,oo e 8ucas0!odero sentir isso com mais e:atido ainda0 com relao a ambos4 -o nos a!rofundarmosnas grandiosas revelaes do Evangelho de ,oo0 !ode6se dier /ue nos sobrevm umasensao de grandea es!iritual0 N /ual nosso olhar se eleva com anseio7 nele !odemosencontrar o /ue de mais sublime a sabedoria humana !ode vislumbrar0 o /ue de maissublime !ode tornar6se gradativamente acess1vel ao conhecimento humano4 B como se ohomem0 situado num !lano inferior0 olhasse !ara uma culmin2ncia da e:istncia c3smica edissesse a si mesmo+ @or 1nfimo /ue se5as como homem0 o Evangelho de ,oo te !ermite!erceber /ue em tua alma se infiltra algo com o /ual tens afinidade e /ue te sobrevmcomo se acarretando um sentimento do infinito4P -ssim0 ao falarmos do Evangelho de,oo0 o /ue se infiltra em nossas almas !rinci!almente a magnitude es!iritual dos seresc3smicos0 afins com o homem4

    Relembremos agora o sentimento /ue nos sobreveio durante a a!resentao doEvangelho de 8ucas4 *udo o /ue teve de im!regnar a/uela a!resentao era diferente4 Seno Evangelho de ,oo !rinci!almente a magnitude es!iritual /ue nos em!olga e nosinvade a alma0 como um bafe5o encantado0 /uando nos a!rofundamos em suascomunicaes0 5; no Evangelho de 8ucas o /ue vem ao nosso encontro a intimidade0 o!r3!rio elemento an1mico0 uma concentrao de tudo o /ue a fora do amor no mundo e afora do sacrif1cio derramado no mundo !odem conseguir /uando !odemos !artici!ardelas4 En/uanto o Evangelho de ,oo nos descreve a naturea do Cristo ,esus em sua

    grandea es!iritual0 o Evangelho de 8ucas nos mostra essa entidade em sua imensur;velca!acidade de sacrif1cio0 !ermitindo6nos vislumbrar o /ue se efetuou na evoluo domundo e da humanidade !or meio desse sacrif1cio amoroso /ue !ulsa atravs do mundocomo uma energia igual a outras energias4 -ssim0 /uando nos dei:amos envolver !eloEvangelho de 8ucas movemo6nos !rinci!almente no 2mbito do sentimento0 ao !asso /ue noEvangelho de ,oo o /ue vem ao nosso encontro o conhecimento0 falando6nos algo sobreseus =ltimos fundamentos e metas4 O Evangelho de ,oo fala mais ao nosso conhecimento7o de 8ucas mais ao nosso corao4 Os !r3!rios evangelhos nos !rovocam cada /ual essasensao7 mas com esta dis!osio an1mica b;sica /ue tambm nos temos esforado !araim!regnar nossas consideraes esotricas relativas a esses dois documentos4 >uem /ueriaouvir a!enas !alavras0 durante as conferncias sobre os evangelhos de ,oo e 8ucas0 na

    verdade no ouviu tudo4 O modo de falar foi fundamentalmente diverso em cada um dosciclos de conferncias4

    *udo tambm ser; diferente ao abordarmos o Evangelho de Mateus4 Em 8ucas0 vimostudo o /ue chamamos de amor humano !resente na evoluo da humanidade fluir !ara aentidade /ue viveu no in1cio da era neotestament;ria como o Cristo ,esus4

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    na narrativa do Evangelho de Marcos encontramos em !rimeiro !lano a fora0 acriatividade0 o es!lendor do niverso atravs de todos os es!aos c3smicos4 @orm noEvangelho de Marcos algo avassalador se manifesta na intensidade da fora c3smica4 -ocom!reendermos o Evangelho de Marcos0 como se essa fora c3smica se nos a!ro:imasseestrondosamente de todos os /uadrantes es!aciais4

    -ssim0 o /ue se nos de!ara no Evangelho de 8ucas im!regna calorosamente o 1ntimode nossa alma7 o /ue vem ao nosso encontro no Evangelho de ,oo nos d; es!erana !ara aalma7 e como um estremecimento ante o !oder e o es!lendor das foras c3smicas0 frenteNs /uais /uase !oder1amos sucumbir0 o /ue sentimos ao nos envolvermos com o Evangelhode Marcos4

    -lgo diferente ocorre com o Evangelho de Mateus4 *odos os trs elementos 9 oes!eranoso e aus!icioso elemento cognitivo0 o c;lido elemento da sim!atia e do amor etambm a ma5estade c3smica 9 acham6se0 !or assim dier0 reunidos neste evangelho4 Decerto modo0 !orm0 eles se encontram to dilu1dos /ue se nos afiguram humanamentemais familiares do /ue nos outros trs4 -nte a grandea do conhecimento0 do amor e does!lendor /ue se revelam nos outros evangelhos0 sentimo6nos !restes a sucumbir4 *udoisso se acha contido no Evangelho de Mateus0 s3 /ue de maneira a !ermitir6nos !ermanecerde ! frente a ele4 *udo nos !arece humanamente mais familiar0 de maneira /ue no nossentimos rebai:ados0 e sim0 de certo modo0 em n1vel de igualdade4

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    evoluo humana0 desde seu in1cio0 eleva6se o Evangelho de 8ucas4 m !ovo real0herdando suas caracter1sticas desde o ancestral -brao atravs de trs vees catoregeraes0 eis o /ue nos a!resenta o Evangelho de Mateus7 assim /ue ele nos a!resenta ohomem ,esus de

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    um fato fundamental !ara /uem /uiser com!reender a evoluo da humanidade+ nenhum!ovo !ossui tarefa idntica N de outro7 cada /ual !ossui uma misso es!ecial e suas!r3!rias tarefas4 Cada !ovo deve contribuir com uma !arcela ao !atrimAnio comum /ue doado N *erra !ela evoluo da humanidade0 sendo cada uma dessas !arcelas diferente ebem definida4 Cada !ovo tem sua !r3!ria misso4 -contece /ue cada um0 at nos detalhes

    de suas condies f1sicas0 constitu1do de forma a ser ca!a de oferecer ade/uadamentesua contribuio4 Em outras !alavras0 os cor!os dos homens !ertencentes a um certo !ovoa!resentam uma estruturao tal0 tanto do cor!o f1sico /uanto do etrico e do astral0 bemcomo uma tal interligao desses cor!os0 /ue !odem tornar6se instrumentos ade/uados N!artici!ao na/uilo em /ue cada !ovo deve contribuir !ara a humanidade4 >ual devia sera !artici!ao es!ecialmente reservada ao !ovo hebraico0 e como se criou a essncia !araessa !artici!ao no cor!o de ,esus de uando a cat;strofe atl2ntica se abateu gradativamente sobre as condiesterrestres0 os homens /ue ento habitavam o continente atl2ntico emigraram do Ocidente!ara o Oriente4 Essas migraes dividiram6se0 no fundo0 em duas correntes !rinci!ais+ umamovendo6se mais ao norte e outra /ue tomou um caminho mais !ara o sul4 *emos0!ortanto0 uma corrente da !o!ulao atl2ntica dirigindo6se atravs da Euro!a at a Wsia7 e/uando se observa a regio circunviinha do Mar C;s!io0 tem6se a1 o lugar onde essacorrente gradativamente se es!alhou4 ma outra0 ao contr;rio0 atravessou a atual Wfrica4 E

    na Wsia surgiu ento uma es!cie de confluncia dessas duas correntes 9 como no encontrode dois rios 90 formando uma es!cie de grande redemoinho4O /ue nos deve interessar sobremaneira o ti!o de mentalidade e toda a

    conformao an1mica desses !ovos0 ou ao menos das !rinci!ais aglomeraes lanadas davelha -tl2ntida !ara o Oriente4 De fato0 toda a sua constituio an1mica0 no !rimeiro!er1odo !3s6atl2ntico0 diferenciava6se da forma /ue de!ois ad/uiriu0 e es!ecialmente da/ue a!resenta ho5e4

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    decorrer do tem!o0 cada ve mais um car;ter do /ual se !ode afirmar o seguinte+ o /ue oshomens viam levava6os facilmente N viso 5ustamente das foras m;s0 tentadoras e!erversas da e:istncia4 - viso clarividente do homem !erdia cada ve mais a fora !ara!erceber as foras benficas7 ao contr;rio 9 N humanidade restou a!enas !erceber o mal0o /ue !udesse constituir tentao e !erverso !ara os homens4 E em certas regies da

    !o!ulao !3s6atl2ntica es!alhava6se uma forma nada boa de clarividncia0 umaclarividncia /ue !or si s3 5; era uma forma de tentao4

    - esse decl1nio da antiga fora de clarividncia estava ligado um florescimento0 umdesenvolvimento gradual da !erce!o sensorial reconhecida como normal !ara o homemda atualidade4 -s coisas /ue o homem via com seus olhos no in1cio da era !3s6atl2ntica0 e/ue ho5e ele v normalmente0 no eram ento tentadoras0 dada a ine:istncia de forasan1micas tentadoras4 O homem !3s6atl2ntico no se sentia es!ecialmente atra1do !orcoisas e:teriores /ue ho5e tentam o homem e o transformam em desfrutador 9 embora!ossivelmente elas fossem as mais atraentes !ara o homem de ho5e4 @or outro lado0 ele sesentia estimulado /uando desenvolvia foras heredit;rias da antiga clarividncia4 Ele /uaseno via mais a face boa do mundo es!iritual0 mas os efeitos lucifricos e arim2nicos sobreele eram tais /ue ele visualiava !otncias e foras ca!aes de constituir tentao eengano4 @ortanto0 eram as foras lucifricas e arim2nicas /ue o homem !ercebia com seus!oderes clarividentes at;vicos4 Ento se tornou essencial /ue os guias e orientadores daevoluo humana0 /ue recebiam dos mistrios sua sabedoria !ara a conduo dahumanidade0 tomassem !rovidncias !ara /ue os homens0 a!esar da situao reinante0 sevoltassem cada ve mais !ara o bem e a claridade4

    Ora0 os homens /ue se es!alharam !elo Oriente de!ois da cat;strofe atl2ntica!ossu1am n1veis de desenvolvimento bastante diversificados4 @ode6se dier /ue0 /uantomais !ara o Oriente se houvessem fi:ado0 mais moraliado e de mais alto grau era seudesenvolvimento4 Em certo sentido0 o /ue se delineava como !erce!o e:terior0 e

    tambm como mundo novo0 atuava com clarea cada ve maior0 faendo a grandea e oes!lendor do mundo sensorial e:terno influenciar os homens4 Xsso ocorria na !ro!oro em/ue se avanava !ara o Oriente4 ma forte !ro!enso nesse sentido a!resentavames!ecialmente as !essoas /ue0 !or e:em!lo0 habitavam as regies ao norte da 1ndia atualat o Mar C;s!io0 at o O:us e o ,a:artes4

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    -tl2ntida0 o homem !odia obter diretamente do mundo es!iritual4Essa caracter1stica 9 a de menos!rear o mundo e:terior considerando6o como ma+a

    ou iluso0 desenvolvendo a!enas os im!ulsos voltados ao mundo es!iritual 9 era menosacentuada na fai:a !o!ulacional /ue !ermanecera no norte da Yndia4 *ratava6se0 !orm0de uma massa !o!ular /ue se encontrava na mais tr;gica situao4 Entre as /ualidades

    gerais do antigo !ovo hindu0 contava6se a facilidade em atingir um grau da ioga !elo /ualse alcanavam novamente as regies em /ue se vivera na !oca atl2ntica4 Era f;cil su!eraro /ue se considerava iluso4 Esta era vencida !elo conhecimento4 O conhecimento su!remoconsistia no seguinte+ Este mundo sens1vel uma iluso0 ma+a mas se desenvolverestua alma0 se te esforares0 ento alcanar;s um mundo situado atr;s do mundo sens1velZP@ortanto0 mediante um !rocesso interior o hindu su!erava o /ue considerava ma+a, iluso0e o /ue mais dese5asse su!erar4

    Diferente era o /ue ocorria entre os !ovos do norte0 /ue na ist3ria foramdenominados0 no sentido mais estrito0 !ovos ;rianos+ os !ersas0 os medas0 os b;ctrios0 etc4-1 tambm estava fortemente desenvolvido o sentido !ara a observao e:terna0 !ara ointelecto e:terior7 !orm o anseio 1ntimo0 o im!ulso de alcanar !elo desenvolvimentointerior0 !or uma es!cie de ioga o /ue o homem atl2ntico !ossu1ra !or naturea0 no eramuito acentuado4 - recordao viva no e:istia0 nos !ovos do norte0 de modo /ue eles atransformassem num anseio de vencer a iluso do mundo e:terior !elo conhecimento4 -naturea an1mica do hindu no e:istia nesses !ovos do norte4 Sua organiao an1mica0fosse cada /ual um iraniano0 !ersa ou meda0 se e:!rimiria da seguinte maneira em!alavras atuais+ Se n3s0 como seres humanos0 estivemos outrora no mundo es!iritual0vendo e vivenciando fatos es!irituais e an1micos0 e agora estamos e:clu1dos num mundo/ue vemos com nossos olhos e com!reendemos com nosso intelecto ligado ao crebro0 arao disso no reside sim!lesmente no homem0 bem como no a!enas no 1ntimo humano/ue se !ode su!erar o /ue deve ser su!erado7 sendo assim0 nada de es!ecial foi feito4P O

    iraniano teria dito+

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    ad5acentes N Sibria e N R=ssia atuais0 estendendo6se at a Euro!a4 -1 e:istiam homens/ue haviam conservado em alto grau a antiga clarividncia0 e /ue em certo sentidomantinham um e/uil1brio entre a antiga !erce!o es!iritual0 a viso sensorial e o novo!ensar intelectual4 Entre eles ainda e:istia0 nos mais am!los c1rculos0 a ca!acidade de verno mundo es!iritual4 Considerando6se a !eculiaridade dessa viso no mundo es!iritual 9

    /ue na verdade 5; havia declinado !ara um n1vel mais bai:o0 sendo essencialmente0 comodir1amos ho5e0 uma viso astral inferior entre essas !o!ulaes 90 infere6se uma certaconse/Vncia !ara o desenvolvimento humano global4 >uem dotado desse ti!o declarividncia se torna uma !essoa bem definida0 /ue ad/uire uma certa dis!osio decar;ter4 Xsso trans!arece !rinci!almente nas !o!ulaes dotadas dessa clarividnciainferior4 m homem assim !ossui essencialmente o h;bito de e:igir do ambiente natural asatisfao de suas necessidades e:istenciais0 faendo0 contudo0 o menor esforo !oss1vel!ara e:trair dele seu sustento4 Ele sabe0 tanto /uanto o homem atual0 /ue e:istem!lantas0 animais0 etc4 e /ue e:istem entidades divino6es!irituais abrigadas em tudo0 !oisele as v4 Sabe tambm serem elas as !oderosas entidades situadas atr;s dos seres f1sicos4@orm ele as conhece to bem /ue e:ige delas0 sem muito trabalho0 o !rovimento dae:istncia em /ue foi lanado4 @oder1amos indicar muitas coisas como e:!resso e:teriorda mentalidade e dos sentimentos dessas !essoas dotadas de viso astral7 mas a!enas umadelas deve ser mencionada agora4

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    denominamos iraniana4 Conta6se na lenda de Dschemshid 9 o rei /ue guiou seu !ovo donorte !ara o Xr 9 ter ele recebido0 do deus /ue !ouco a !ouco se tornava conhecido e foradenominado !or ele )hura Ma.dao, um !unhal de ouro com o /ual devia cum!rir suamisso na *erra4 Devemos com!reender /ue com o !unhal de ouro0 com o /ual ele fe oseu !ovo !rogredir0 diferenciando6o da massa indolente dos turanianos0 foi6lhe !ro!iciado

    o anseio de sabedoria ligado Ns foras humanas e:ternas 9 um anseio /ue voltou adesenvolver as foras decadentes0 !ermeando6as e entretecendo6as com as forases!irituais /ue o homem !ode ad/uirir no !lano f1sico4 Esse !unhal dourado revolveu aterra como um arado e transformou6a em cam!o de cultivo0 traendo consigo as !rimeirase mais !rimitivas invenes da humanidade7 continuou sua atuao e atua at ho5e emtodas as con/uistas culturais de /ue o homem se orgulha4 B significativo /ue o reiDschemshid0 descendo de *uran !ara as regies do Xr0 tenha recebido de)hura Ma.daoesse !unhal /ue d; ao homem a fora !ara trabalhar o mundo sens1vel e:terior4

    - mesma entidade da /ual se originou o !unhal de ouro tambm o grande ins!iradorda/uele guia das !o!ulaes iranianas /ue conhecemos como .aratustra0 .oroastro ou.erdutsch4 Uoi ele /uem0 em !ocas remotas 9 logo a!3s a cat;strofe atl2ntica 90 com osconte=dos /ue !Ade traer dos mistrios sagrados0 ins!irou a/uele !ovo imbu1do do dese5ode entretecer a cultura terrestre com a fora do es!1rito humano4 -lm disso0 .aratustradevia facultar a esses !ovos 9 /ue no mais !ossu1am a antiga viso es!iritual atl2ntica 9novas !ers!ectivas e uma nova es!erana a res!eito do mundo es!iritual4 -ssim ele abriu ocaminho 9 sobre o /ual 5; discorremos muitas vees 90 !ara os !ovos reconhecerem /ue ocor!o e:terno da lu solar a!enas revelava o cor!o e:terior de uma elevada entidadees!iritual0 /ue ele 9 em contra!osio N !e/uena aura humana 9 denominava a [Hrande-ura\0)hura Ma.dao Com isso /ueria indicar /ue esse ser ainda muito afastado desceria N*erra num futuro distante0 !ara unir6se N sua subst2ncia no conte:to da hist3ria humana0entrosando6se na evoluo da humanidade4 -ssim era indicada !or .aratustra N

    humanidade a mesma entidade /ue viveria historicamente sob o nome de Cristo4Com isso .aratustra realiou algo grandioso0 algo !ortentoso4 Ele !ro!iciou N novahumanidade !3s6atl2ntica0 N humanidade /ue !erdera seu car;ter divino0 a volta a umacondio es!iritual0 a es!erana de /ue os homens0 com as foras bai:adas ao !lano f1sico0alcanassem contudo as esferas es!irituais4 O antigo hindu voltava0 de certo modo0 aalcanar o antigo !lano es!iritual !ela disci!lina da ioga4 @orm um novo caminho deveriaser aberto aos homens atravs do /ue .aratustra !ro!orcionou4

    Ora0 .aratustra !ossu1a um im!ortante !rotetor4 Eu gostaria de ressaltar /ue falo de.aratustra como de uma !ersonalidade /ue 5; os gregos situavam em cinco mil anos antesda guerra de *r3ia 9 no tendo0 !ortanto0 nada a ver com o .aratustra designado !elaist3ria e:terior nem com o /ue mencionado como .aratustra no tem!o de Dario4 O

    .aratustra da/uela era remota !ossu1a um !rotetor0 /ue mais tarde foi conhecido !elonome de Huschtasb4 *emos0 !ortanto0 em .aratustra uma !oderosa naturea sacerdotal!roclamando o grande Es!1rito Solar0)hura Ma.dao 9 a/uele /ue deveria ser o guia dahumanidade em seu caminho de volta do !lano f1sico ao es!iritual4 Em Huschtasb temosa/uela regia naturea inclinada a tudo faer0 na esfera e:terior0 /ue !udesse difundir asgrandes ins!iraes de .aratustra !elo mundo4 @or isso0 foi inevit;vel /ue essas ins!iraese intenes v;lidas no antigo Xr !or intermdio de .aratustra e de Huschtasb seconflitassem com o /ue e:istia imediatamente ao norte4 De fato0 esse conflito gerou umadas maiores guerras ocorridas no mundo0 sobre a /ual a ist3ria e:terior !ouco informa !orincidir em tem!os imemoriais4 Uoi um tremendo embate entre Xr e *uran4 Dessa guerra/ue no durou deenas0 mas centenas de anos0 resultou uma certa atmosfera /ue!revaleceu no centro asi;tico !or longo tem!o0 !odendo ser resumido da seguintemaneira+

    10

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    O iraniano0 o homem aratustrino0 diia a si mesmo algo assim+ @or toda !arte !araonde olhamos e:iste um mundo /ue desceu das alturas divino6es!irituais0 mas /ue agora sea!resenta como uma decadncia da elevao anterior4 Devemos !resumir /ue tudo o /ueem nosso redor e:iste como mundo dos animais0 das !lantas e minerais era antes maiselevado0 tendo entrado em decadncia4 O homem0 !orm0 tem a es!erana de elev;6lo

    novamente4PConsideremos0 !or e:em!lo0 um animal4 Ualemos de modo a traduir !ara a nossa

    l1ngua o /ue vivia no sentimento de um iraniano0 usando a linguagem /ue um mestreescolar usaria !ara caracteriar0 frente a seus disc1!ulos0 uma mentalidade semelhante4@oder1amos ento dier+ I o /ue tens em teu redor4 -ntes0 tudo isso era mais es!iritual7agora tudo decaiu0 entrou em decadncia4 *omemos o lobo4 O animal /ue reside no lobo0/ue contem!las com os sentidos0 degenerou0 entrou em decadncia4 -ntigamente0 ele nodemonstrava em !rimeiro lugar suas m;s /ualidades4 *u0 !orm0 /ue sentes germinar em tiboas /ualidades0 se reunires tuas boas /ualidades e foras es!irituais !oder;s domesticar oanimal7 !oder;s infundir6lhe tuas boas /ualidades4 Ento transformar;s o lobo num comanso0 /ue te servir;Z *ens0 !ortanto0 no lobo e no co dois seres0 como /uecaracteriando duas correntes c3smicas4P

    Os homens /ue a!licavam suas foras es!irituais na transformao do ambiente eramca!aes de domesticar os animais0 elevando6os a um grau su!erior de desenvolvimento0en/uanto os outros0 /ue no se esforavam nesse sentido0 dei:avam os animais!ermanecer tal /ual eram0 e assim estes deca1am cada ve mais4

    *rata6se de duas foras diferentes7 uma delas se manifesta na seguinte atitude+ Seeu dei:ar a naturea como est;0 ela declinar; cada ve mais7 tudo se tornar; selvagem4P -outra !ondera+ Eu0 !orm0 !osso volver meu olhar es!iritual !ara uma !otncia benfica0da /ual sou ade!to7 ento ela me au:ilia0 e com sua a5uda !osso reabilitar o /ue est;sucumbindo4 Essa !otncia N /ual elevo meus olhos !ode dar6me a es!erana de um desen6

    volvimento !osteriorZP @ara o iraniano0 essa !otncia se identificava como)hura Ma.daoEle diia a si mesmo+ *udo o /ue o homem !ode faer !ara enobrecer as foras danaturea0 !ara elev;6las0 !ode efetuar6se /uando o homem se liga a)hura Ma.dao, N forade Ormu.d Ormu.d uma corrente !rogressista4 Se o homem0 !orm0 dei:ar a natureacomo est;0 ver; como tudo acabar; incidindo em selvageria+ isso vem de Wrim4P

    E assim se desenvolveu0 no 2mbito iraniano0 a seguinte atitude+ -o norte de nossaregio se encontram muitas !essoas7 elas esto a servio de Wrim4 E gente de Wrim0 /ueanda !elo mundo a!enas usufruindo do /ue a naturea lhe oferece0 no se em!enhando emfaer algo !ara es!iritualiar a naturea4

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    *ivemos de busc;6la inicialmente onde ela se revelou !ela !rimeira ve no !er1odo !3s6atl2ntico4 Surge6nos agora uma !ergunta+ !or /ue foi 5ustamente o sangue /ue fluiu desde-brao0 de gerao em gerao0 no Oriente @r3:imo0 a/uele /ue melhor serviu !ara uma!osterior encarnao de .aratustra? 9 !ois uma das encarnaes subse/Ventes de.aratustra foi ,esus de

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    sendo /ue ao ultra!ass;6lo estaremos !raticando um mero 5ogo de !ensamento4Em meu livro) ci*ncia oculta, eu me referi a esse fato gnosiol3gico4 Disse /ue0 ao

    de!ararmos com sulcos numa rua0 !oder1amos !erfeitamente in/uirir de onde esses sulcos!rovm4 @ode6se res!onder+ das rodas de um carro4 @odemos continuar a !erguntar+ ondese situam essas rodas0 no carro? E ainda+ !or /ue foram os sulcos traados !elo carro?0

    sendo6nos res!ondido+ !or/ue ele !assou !ela rua4 @ode6se continuar a !erguntar+ !or /ue!assou !ela rua?0 recebendo a res!osta+ !or/ue trans!ortava tal !essoa4 Com estas!erguntas chega6se finalmente a saber /uais motivos levaram tal !essoa a tomar o carro4 Ese no !ararmos no fato de a !essoa ter tido tal inteno0 !erguntando a seguir as causasdessa inteno0 !erderemos o verdadeiro fio do assunto e !ermaneceremos num mero 5ogode !erguntas4

    O mesmo se d; com as grandes /uestes e:istenciais4 B necess;rio !arar em algum!onto4 >uanto aos ensinamentos do aratustrismo0 as !erguntas sobre seus motivos devemcessar no !onto referente ao tem!o /ue escoa tran/Vilamente4 Ora0 o aratustrismo0 !orsua ve0 divide o !r3!rio tem!o em dois !rinc1!ios 9 ou0 melhor diendo0 e:trai dele dois!rinc1!ios+ um bom0 um !rinc1!io luminoso0 /ue ontem caracteriei bem concretamentecomo sendo o !rinc1!io de Ormu.d, e um mau0 sombrio0 o !rinc1!io arim2nico4

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    velho com o novo0 ser gradualmente atingida a meta universal0 es!ecialmente a metaterrena4 -ssim0 conforme caracteriamos0 essa mentalidade a base de toda evoluosu!erior nas civiliaes nascidas do aratustrismo4 De!ois de haver estabelecido sua sedena/uelas regies0 durante a !oca caracteriada ontem0 o aratustrismo atuou !or toda!arte onde surgiu 9 e logo veremos com /ue fora atuou nos !er1odos subse/Ventes4 Ele

    atuou de maneira a instilar em tudo o /ue faia o contraste e:istente entre o velho e onovo 9 e atuou em !rofundidade4 .aratustra !Ade atuar com essa !rofundidade em toda a!oca !osterior !elo fato de0 na ocasio em /ue alcanou o mais alto grau inici;tico!oss1vel !ara seu tem!o0 ter atra1do !ara si dois disc1!ulos0 /ue eu 5; havia mencionado4 -um deles ele ensinou tudo o /ue se refere aos segredos do es!ao sens1vel estendido aonosso redor0 ou se5a0 a todos os mistrios do simult2neo7 ao segundo ensinou todos ossegredos do fluir do tem!o0 os segredos da evoluo0 do desenvolvimento4 *ambm 5;mencionei como0 a certa altura do ensino desses dois disc1!ulos0 algo e:traordin;rioacontece+ o Mestre !ode ofertar6lhes algo de sua !r3!ria entidade4 .aratustra0 segundo aconstituio de seu ser em sua !r3!ria !oca0 ofertou a ambos o cor!o astral e o cor!oetrico de sua !r3!ria entidade4

    - individualidade de .aratustra0 sua entidade mais intr1nseca0 !ermaneceu encerradaem si mesma !ara futuras encarnaes0 sem!re renovadas4 O /ue constitu1a como /ue arou!agem astral de .aratustra0 o cor!o astral em /ue ele viveu como .aratustra nostem!os imemoriais da evoluo !3s6atl2ntica0 era to !erfeita0 to com!letamenteim!regnada da total entidade de .aratustra /ue no se desfe como outras rou!agensastrais humanas0 e sim conservou6se intacta4

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    es!iritual4 @ortanto0 .aratustra havia confiado a ermes os segredos da entidade sub5a6cente a toda a naturea es!alhada no es!ao0 sendo simult2nea mas tambm !rogredindode uma !oca !ara outra e manifestando6se numa !oca es!ec1fica4 O /ue !rocede do Sole continua a !rogredir a !artir do Sol0 isso ermes dominava4 Ele !odia de!osit;6lo nasalmas dos descendentes da !o!ulao atl2ntica0 !ois essas almas0 como !or um dom

    natural0 haviam outrora vislumbrado os mistrios solares0 conservando algo deles na lem6brana4 *udo se encontrava em evoluo7 tanto as almas /ue deviam receber a sabedoriahermtica como tambm o !r3!rio ermes haviam evolu1do continuamente4

    Diferente foi o caso do segundo disc1!ulo de .aratustra4 Ele havia recebido todos osmistrios relacionados com o transcorrer do tem!o4 Deve ter assimilado tambm ocontraste entre o antigo e o novo0 e o modo como algo contrastante0 !olarmente atuanteest; inserido na evoluo4 Mas tambm a esse disc1!ulo havia .aratustra oferecido uma!arte de sua !r3!ria entidade0 de forma /ue tambm ele a recebesse em suareencarnao4 @ortanto0 en/uanto a individualidade de .aratustra se conservou0 osenvolt3rios se se!araram dele7 !orm0 conservados coesos !or to !oderosaindividualidade0 mantiveram6se intactos e no se desfieram4 Esse segundo disc1!ulo0 /ueem ve da sabedoria es!acial havia recebido a sabedoria tem!oral0 recebeu0 em certo!er1odo de sua reencarnao0 o cor!o etrico de .aratustra0 ofertado !or este da mesmamaneira como seu cor!o astral4 Esse disc1!ulo de .aratustra reencarnado no outro senoMoiss4 Moiss recebeu0 em idade bastante tenra0 o cor!o etrico conservado de.aratustra4

    De maneira misteriosa0 os antigos documentos religiosos verdadeiramente baseadosem ocultismo contm tudo a res!eito dos mistrios /ue nossa !es/uisa oculta nos !odeindicar4 Se Moiss era o disc1!ulo reencarnado de .aratustra e tinha de receber o cor!oetrico deste0 /ue fora !reservado0 algo muito es!ecial deveria ocorrer6lhe4 -ntes /ue ele!udesse receber as im!resses ambientais0 como sucederia a uma !essoa comum0 antes

    /ue !udessem descer sobre sua individualidade as im!resses do mundo e:terior0 eledeveria receber0 infiltrado em sua naturea0 o /ue lhe estava destinado como heranamilagrosa de .aratustra4 Xsso relatado simbolicamente no fato de ele ter sido deitadonuma cestinha e colocado no rio 9 o /ue evidencia uma not;vel iniciao4 ma iniciaoconsiste na recluso tem!or;ria de uma !essoa0 em total isolamento do mundo e:terior0/uando ento lhe infiltrado o /ue ela deve receber4

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    com essa sabedoria no movimento evolutivo da humanidade0 devia ele !r3!rio0 com umasabedoria diferente da hermtica0 colocar6se como um contra!onto na evoluo4 -ssimocorreu4 @odemos dier /ue ermes recebeu de .aratustra a sabedoria direta 9 !or assimdier0 a sabedoria solar 90 ou se5a0 o conhecimento da/uilo /ue vive misteriosamente noinv3lucro f1sico e:terno da lu e do cor!o solar0 da/uilo /ue segue um caminho direto4

    Moiss0 diferentemente0 recebeu a sabedoria /ue o homem encerra no cor!o etrico maisdenso0 no no cor!o astral4 Recebeu a sabedoria /ue no s3 eleva o olhar !ara o Sol!erguntando o /ue flui da entidade solar0 mas tambm com!reendendo algo /ue seante!e N lu solar0 ao cor!o solar 9 algo /ue tem labor !r3!rio sem se dei:ar corrom!er!or isso0 algo /ue se tornou terreno e denso0 destacando6se da *erra como um elementoenvelhecido e solidificado+ a sabedoria terrena0 !ortanto 9 /ue vive na sabedoria solarmas sabedoria terrena4 Os mistrios da formao terrestre0 os mistrios dodesenvolvimento do homem na *erra e da evoluo da substancialidade terrena /uando oSol se se!arou da *erra0 eis o /ue Moiss recebeu4 Xsso e:!lica e:atamente 9 /uando agoraobservamos a coisa de modo no e:terior0 mas interior 9 !or /ue encontramos nasabedoria hermtica algo como o flagrante o!osto da sabedoria mosaica4

    E:istem atualmente certas mentalidades /ue0 ao defrontar6se com tais coisas0reagem de acordo com o !rinc1!io de /ue N noite todos os gatos so !ardosP4 Elas vemsemelhana em tudo0 entusiasmando6se ao encontrar0 !or e:em!lo0 identidades entre ohermetismo e o mosaicismo+ eis a/ui uma trindade0 eis outra acol;7 l; uma /uaternidade0uma tambm a/ui4 Xsso0 !orm0 no de muito !roveito 9 !ois e/uivaleria a se dese5arformar um bot2nico sem ensinar6lhe a diferena entre0 !or e:em!lo0 uma rosa e um cravo0realando a!enas suas semelhanas4 Dessa maneira nada conseguimos4 *emos de saber em/u se diferenciam essas duas entidades0 e tambm as sabedorias4 E assim devemostambm saber /ue a cincia mosaica com!letamente diversa da sabedoria hermtica4 Bverdade /ue ambas se originaram de .aratustra7 mas 5ustamente do mesmo modo como a

    unidade se divide e se manifesta de diversas maneiras0 .aratustra deu a seus doisdisc1!ulos revelaes diversas4>uando nos dei:amos envolver !ela sabedoria hermtica0 encontramos tudo o /ue nos

    torna o mundo luminoso0 mostrando6nos as origens do Cosmo e os efeitos da lu4 @ormno encontramos nela os conceitos /ue simultaneamente nos evidenciem como0 em todaevoluo0 algo anterior atua sobre o !osterior0 faendo com /ue o !assado entre emcho/ue com o !resente e a escurido se o!onha N lu4 - sabedoria terrena0 /ue nos elucidasobre a maneira como a *erra se desenvolveu 5untamente com o homem a!3s a se!araodo Sol0 no fundo no se encontra na sabedoria hermtica4 Era0 !orm0 misso es!ec1fica dasabedoria mosaica tornar com!reens1vel ao homem a evoluo da *erra a!3s sua se!araodo Sol4 Sabedoria terrena 9 eis o /ue cabia a Moiss introduir7 5; a ermes cabia

    introduir a sabedoria solar4 Moiss0 !ortanto 9 se rememorarmos tudo o /ue este recebeude .aratustra 90 contm em si0 refulgente0 o devir terreno0 a evoluo terrena do homem4Ele !arte0 !or assim dier0 do elemento terreno7 mas o terreno se acha se!arado do Sol0contendo0 de certa forma0 um sombreado do elemento solar4 O elemento terreno lhe vemao encontro0 5untando6se ao elemento solar4 @or conseguinte0 a sabedoria terrena deMoiss e a sabedoria solar de ermes deviam0 de fato0 encontrar6se tambm na e:istnciaconcreta7 ambas as correntes deviam entrar em cho/ue4 Xsso nos relatadoadmiravelmente0 em seu as!ecto factual0 no embate de Moiss e sua iniciao com asabedoria hermtica4 O nascimento no Egito0 a migrao de seu !ovo !ara essa regio0 aconfrontao do !ovo mosaico com o !ovo eg1!cio de ermes0 so o refle:o e:terno docho/ue da sabedoria solar com a sabedoria terrena0 ambas originadas de .aratustra masderramadas sobre a *erra em correntes evolutivas se!aradas0 /ue devem atuar em con5un6to e entrosar6se4

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    Ora0 uma certa sabedoria0 ligada aos mtodos dos centros de mistrios0 e:!rime6sesem!re de maneira muito es!ecial sobre os !rofundos segredos dos acontecimentoshumanos e os demais4

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    tornou sabedoria terrena4 Moiss nasceu com o /ue .aratustra lhe doou como sabedoriaterrena4 Ele deve reencontrar o caminho de volta e ento o !rocura retros!ectivamenteem suas diversas eta!as0 im!regnando6se na !rimeira delas com a sabedoria hermtica7de!ois continua a desenvolver6se4

    -s imagens dos !rocessos c3smicos constituem a melhor maneira de se descrever esse

    tra5eto4 >uando o /ue acontece na *erra !ro5etado de volta ao es!ao0 em seu tra5eto!ara o Sol se encontra !rimeiramente com Merc=rio4 Sabemos /ue o /ue Inus naastronomia usual denominado Merc=rio na terminologia oculta e0 do mesmo modo0 o /uese denomina comumente Merc=rio 0 no sentido oculto0 Inus4 @ortanto0 !artindo6se da*erra em direo ao Sol encontra6se !rimeiro o 2mbito mercurial0 em seguida o venusianoe de!ois o solar4 @or isso Moiss devia0 em !rocessos 1ntimos da alma0 desenvolver aherana recebida de .aratustra de modo a !oder0 em seu caminho de volta ao Sol0encontrar o elemento solar4 Devia0 !ortanto0 desenvolver6se at determinado grau4 O /ueele havia im!lantado como sabedoria na cultura ocidental devia desenvolver6se conformefora transmitido a seu !ovo4 Seu caminho0 !ortanto0 era orientado de modo /ue0 em seuretorno0 ele desenvolvesse novamente0 em sentido contr;rio0 o /ue ermes trou:eradiretamente como irradiaes do Sol7 isso de!ois de !rimeiro haver assimilado algo da sa6bedoria do !r3!rio ermes4

    Ora0 6nos dito /ue ermes0 mais tarde denominado Merc=rio *hot0 trou:e a seu!ovo arte e cincia 9 uma sabedoria terrena e:terior e uma arte terrena na formaa!ro!riada a seu !ovo4 Era de maneira diversa0 /uase o!osta0 /ue Moiss devia alcanaresse !onto de vista de ermes6Merc=rio0 elaborando ele !r3!rio a sabedoria hermtica emsentido contr;rio4 Xsso ilustrado !elo !rogresso do !ovo hebraico at a !oca e o reinadode Davi0 /ue se nos a!resenta como o rgio cantor de salmos0 !rofeta divino /ue0 comohomem de Deus0 atuava como !ortador da es!ada mas tambm do instrumento musical4Davi0 o ermes0 o Merc=rio do !ovo hebraico 9 eis como ele nos descrito4 -gora a

    corrente do car;ter !o!ular hebraico se desenvolveu at o !onto de !roduir umhermetismo ou mercurianismo autAnomo4 - sabedoria hermtica recebida havia0 !ortanto0atingido a regio de Merc=rio na !oca de Davi4

    - sabedoria mosaica devia !rosseguir seu caminho retros!ectivo at o !onto onde seencontra a regio de Inus0 se /ue se !ode dier assim4 - regio de Inus chegou aohebra1smo na !oca em /ue a sabedoria mosaica0 na forma como atravessou os sculos0ligou6se a um elemento inteiramente diverso0 a uma direo da sabedoria /ue irradiava0!or assim dier0 do lado o!osto4 *al como o /ue se reflete da *erra !ara o es!ao encontraInus em certo !onto de seu caminho !ara o Sol0 assim a sabedoria mosaica se encontroucom o /ue vinha irradiado do outro lado0 da Wsia0 durante o cativeiro babilAnico4

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    /uais os s;bios hebreus se haviam familiariado0 ensinava o .aratustra reencarnado4 Maisou menos na !oca do cativeiro babilAnico0 o !r3!rio .aratustra se reencarnara7 e a10tendo outrora ofertado uma !arte de sua sabedoria0 ensinava com o fim de recu!erar uma!arte dela4 Ele !r3!rio se reencarnou re!etidamente e tornou6se0 em sua encarnao como.aratas ou

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    decadente entre certas !o!ulaes0 deteriorando6se ao assumir formas de clarividnciae:terna numa fase final0 foi assimilado !or gru!os /ue formaram o !ovo hebraico0interioriando6se7 assumiu uma direo inteiramente diversa4 Em ve de se a!resentarcomo efeito e:terno0 como restos da antiga clarividncia atl2ntica numa clarividnciaastral inferior0 assumiu nesse !ovo uma atuao organiadora interna em seu cor!o f1sico4

    O /ue no e:terior era algo decadente 9 sendo0 !or seu conservadorismo0 um elementodegenerado da clarividncia0 !ermeado do elemento arim2nico 9 havia !rogredido demaneira correta0 tornando6se fora atuante no 1ntimo do homem0 organiadora de seuinterior4

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    de setembro de 1910

    - descendncia de -brao

    -ntes de !assarmos ao nosso tema de ho5e0 eu gostaria de oferecer uma !e/uenacom!lementao ao /ue foi dito ontem4 Chamei a ateno !ara a maneira como0 nos!rocessos evolutivos da humanidade 9 es!ecialmente na/ueles bastante significativos denossa e:istncia 90 deve6se ver algo /ue se e:!ressa caracteristicamente numa linguagemcolhida dos eventos c3smicos4 Mencionei a im!ossibilidade de0 utiliando6se a linguagemcorrente0 falar de maneira clara0 n1tida e !ormenoriada sobre assuntos referentes aosgrandes segredos4

    Se /uisermos caracteriar o im!ortante !rocesso /ue foi a interao entre os doisgrandes disc1!ulos de .aratustra 9 ermes6*hot e Moiss 90 faremos melhor imaginando6ocomo uma re!etio de um grande evento c3smico0 considerado no sentido da sabedoria

    oculta0 da cincia oculta4 @ara termos uma viso inicial desse !rocesso c3smico0retrocedamos N !oca em /ue a *erra se desligou do Sol0 continuando ambos a viver suas!r3!rias vidas0 !or assim dier0 como dois centros inde!endentes4 @odemos imaginar esse!rocesso como se0 em tem!os imemoriais0 toda a substancialidade da *erra e do Sol fosseum todo0 um grande cor!o c3smico0 tendo6se ento se!arado4

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    *erra6Sol !recederam outros estados evolutivos de naturea totalmente diversa0 ou se5a0 ae:istncia saturnina0 solar e lunar0 da /ual !or fim se desenvolveu a e:istncia terrestre4

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    !ercebida !elo homem N medida /ue ele distingue entre clarea e escurido !ela!erce!o sensorial4 - vida !ercebida em seus efeitos nos seres vivos0 mas o ter vitalirradiante no !ercebido diretamente4 B !or isso tambm /ue a cincia se v forada aafirmar /ue a vida0 como tal0 lhe !arece um enigma4

    Ierificamos0 assim0 /ue as duas es!cies su!eriores das manifestaes etricas 9 o

    ter vital e o ter sonoro 90 a!esar de serem irradiados !elo Sol e !ertencerem a seuselementos mais refinados0 no so diretamente revelados na e:istncia terrena4 -1 temosalgo /ue0 a!esar de irradiar do Sol0 conserva6se encoberto N !erce!o comum7 mas a tudoo /ue vive no ter sonoro e no ter vital corres!onde algo humanamente 1ntimo0 !erce!t16vel na *erra tambm nas circunst2ncias atuais4

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    /ual/uer !erce!o dessa vida 1ntima de seus inv3lucros /uando se!arado dos cor!os f1sicoe etrico4 Em estado normal0 o homem s3 e:erce uma atividade !erce!tiva /uando imergenovamente no cor!o f1sico0 utiliando6se dos 3rgos e:ternos do cor!o etrico !ara !ensare dos 3rgos e:ternos do cor!o f1sico !ara !erceber sensorialmente4

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    vida humana4 Estando a *erra desde longo tem!o aberta N atuao solar0 s3 ento erachegado o momento o!ortuno !ara /ue o homem se subtra1sse aos efeitos diretos do Sol4Esses efeitos diretos ainda e:istiam !ara o homem atl2ntico0 em sua clarividncia7 dessemodo eles recebiam o /ue irradiava do Sol4 E como surgisse !ara a *erra uma !oca deendurecimento0 assim se iniciou tambm !ara o homem um !er1odo em /ue ele se

    recolheu em si mesmo0 desenvolvendo vida interior sem mais conseguir abrir6se aos efeitossolares diretos4 Esse !rocesso em /ue o homem no mais conseguia abrir6se ao Sol0desenvolvendo em seu 1ntimo a!enas um fraco refle:o dos efeitos do ter vital0 do tersonoro e da harmonia das esferas0 durou muito tem!o0 at a !oca !3s6atl2ntica4

    @ortanto0 nos !rimeiros tem!os da evoluo atl2ntica e:istia uma !erce!o diretados efeitos solares4 Ento os homens se fecharam a essas influncias4 >uando estas nomais !uderam !enetrar neles0 en/uanto a vida interior humana florescia cada ve mais0a!enas os mistrios sagrados conduiam seus ade!tos a desenvolver foras es!irituais !ormeio do /ue se !ode denominar ioga0 !ro!orcionando6lhes uma !erce!o direta dosefeitos solares em o!osio0 !or assim dier0 Ns condies terrenas normais4 -ssim sedesenvolveram0 no segundo !er1odo da !oca atl2ntica0 os assim chamados 9 e com rao9 [or;culos\0 onde0 em meio a uma humanidade /ue normalmente no mais conseguia!erceber diretamente os efeitos do ter sonoro e do ter vital0 os disc1!ulos e ade!tos dasabedoria sagrada eram conduidos0 mediante uma su!resso das !erce!es sensoriais0 auma !erce!o das manifestaes do ter sonoro e do ter vital4 Essa !ossibilidade ficouconservada !ara os autnticos centros de cincia oculta0 tendo6se mantido to fortemente/ue a !r3!ria cincia e:terior0 a!esar de no a com!reender0 conservou uma tradio daescola de @it;goras ao afirmar /ue se !ode ouvir a harmonia das esferas4 S3 /ue a cinciae:terior transforma algo como a harmonia das esferas numa coisa abstrata 9 o /ue estano era 90 no imaginando o /ue realmente !ossa ser7 !ois0 na verdade0 nas escolas!itag3ricas se entendia !or faculdade de !erceber a harmonia das esferas como a real

    reabertura da entidade humana ao ter sonoro0 N harmonia das esferas e ao autntico edivino ter vital4Ora0 /uem0 da maneira mais veemente e grandiosa0 referiu6se ao fato de /ue !or

    detr;s dos efeitos solares irradiados N *erra sob forma de calor e lu e:iste algo mais 9efeitos sonoros e efeitos vitais0 /ue se manifestam no 1ntimo humano0 !orm a!enas comoum fraco lam!e5o 90 foi 5ustamente .aratustra ou .oroastro4 *raduindo sua doutrina em!alavras e:tra1das de nossa linguagem atual0 !odemos dier /ue a seus disc1!ulos eleensinou o seguinte+ -o olhardes !ara o Sol0 !ercebeis seu benfae5o calor e sua benfae5alu irradiando !ara a *erra7 mas se desenvolverdes 3rgos su!eriores0 se desenvolverdes a!erce!o es!iritual0 !odereis !erceber a entidade solar situada detr;s do Sol f1sico4 Ento!ercebereis os efeitos sonoros e0 neles0 o sentido vitalZP O ser es!iritual situado detr;s dos

    efeitos f1sicos do Sol0 e /ue se !ercebia !r3:imo0 era referido !or .aratustra a seusdisc1!ulos como sendo Ormu.d, )hura Ma.dao, a Hrande -ura Solar4 B0 !ortanto0com!reens1vel /ue se tradua)hura Ma.dao !or [Hrande Sabedoria\0 contra!ondo6se ao/ue o homem atual desenvolve em si como !e/uena sabedoria4 - Hrande Sabedoria a /ueele !ercebe na es!iritualidade do Sol0 na Hrande -ura Solar4 -ssim !Ade um !oeta0 aoconsiderar as remotas eras do desenvolvimento humano0 indicar o /ue !ara o !es/uisadordo es!1rito uma verdade+

    O Sol ressoa0 ao modo antigo0 um canto atro na imensido7 e seu!ercurso0 5; !rescrito0 conclui em estrondos de trovo4 F

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    do /ue se5a um !oeta no sentido de H^ethe0 /ue s3 descreve realidades ao dier+ O Solressoa ao modo antigoP0 ou se5a0 segundo a maneira conhecida da antiga humanidade 9!ois dessa maneira /ue ele ressoa ainda !ara o iniciado4

    Xsso havia sido a!ontado !or .aratustra a seus disc1!ulos4

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    *ais correlaes eram algo /ue cumulava da mais !rofunda venerao tanto osantigos s;bios do !ovo hebraico /uanto todos os /ue tambm as !ercebiam4 Eles ca!tavamcomo /ue revelaes diretas irradiando6lhes dos es!aos e:istenciais c3smicos4 ma!ersonalidade como a de Moiss !arecia6lhes um mensageiro direto das !otestadesc3smicas4 Eles sentiam isso4 E algo assim /ue tambm teremos de sentir se de fato

    /uisermos com!reender as antigas !ocas7 caso contr;rio0 /ual/uer entendimentocontinuar; sendo mera abstrao4

    O im!ortante agora era /ue a irradiao de .aratustra0 estendida N !osteridade !orintermdio de ermes e Moiss0 tambm !udesse continuar a desenvolver6se de modoade/uado0 de modo a !oder rea!arecer sob outra forma0 numa forma su!erior dedesenvolvimento4 Xsso e:igia /ue o !r3!rio .aratustra 9 a individualidade /ue em outra!oca havia ofertado a!enas seus cor!os astral e etrico 9 se manifestasse num cor!of1sico na *erra0 a fim de ofert;6lo tambm4 Xsto significa um !rogresso0 um belo !rogresso4@rimeiramente0 em tem!os arcaicos0 .aratustra viveu sob sua !r3!ria forma0im!ulsionando o desenvolvimento !3s6atl2ntico na cultura !roto!ersa0 a iraniana7 emseguida entregou seu cor!o astral0 a fim de !ro!orcionar uma nova cultura !or intermdiode ermes7 seu cor!o etrico0 !or sua ve0 ele o entregou a Moiss4 -ssim0 ofertara eledois de seus envolt3rios4 -gora devia encontrar tambm uma o!ortunidade !ara doar seucor!o f1sico 9 !ois assim e:igia o mistrio da evoluo humana+ /ue de um ser !udessemser ofertados os trs cor!os4

    - ermes havia ofertado .aratustra seu cor!o astral7 a Moiss0 seu cor!o etrico7 aterceira tarefa /ue lhe restava era ofertar o cor!o f1sico4 Xsso e:igia uma !rovidnciaes!ecial0 e !ara tal o cor!o f1sico de .aratustra devia ser es!ecificamente !re!arado4Ontem 5; mencionamos como esse cor!o f1sico foi !re!arado durante geraes medianteuma maneira singular de vida em meio ao !ovo hebraico0 !odendo ento ser doado !or.aratustra como seu terceiro grande sacrif1cio4 @ara isso foi necess;rio /ue0 no !ovo

    hebraico0 tudo o /ue constitu1ra direta !erce!o es!iritual e:terna0 tudo o /ue fora!erce!o astral0 ca1da em decadncia entre os !ovos turanianos0 se transformasse emfora interior4

    B esse o mistrio do !ovo hebraico4 En/uanto nos !ovos turanianos as foras herdadasde tem!os remotos serviam !ara a elaborao de 3rgos da clarividncia e:terna0 no !ovohebraico elas se irradiavam !ara o 1ntimo0 organiando a cor!oralidade interior 9 de forma/ue esse !ovo foi escolhido !ara sentir o /ue antes0 na !oca atl2ntica0 fora !ercebidoestendendo6se !elo es!ao sensorial0 !or detr;s de cada ob5eto material4 ,av ou ,eov;0como o !rofessava conscientemente o !ovo hebraico0 era o [Hrande Es!1rito\ concentradonum !onto0 tendo6se manifestado N antiga clarividncia !or detr;s de todos os ob5etos eentidades4 *emos tambm a indicao de /ue o fundador do !ovo hebraico recebeu essa

    organiao interna de um modo todo es!ecial0 como o ancestral desse !ovo4

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    !ersonagem legend;rio0 mas tambm real0 /ue na "1blia designado !or

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    -nteriormente0 a idia de Deus havia sido ca!tada na sabedoria divina das escolas deocultismo0 !odendo6se transmiti6la a /uem tivesse a mesma ca!acidade 9 desde /ue0liberto de seus 3rgos f1sicos0 este !udesse ter !erce!es em seu cor!o etrico4 Devendo0!orm0 o instrumento f1sico !assar a outrem0 s3 e:iste um meio+ a hereditariedade noorganismo f1sico4 Se !ara -brao a coisa mais im!ortante e essencial era o 3rgo f1sico0 e

    se esse devia ser conservado na *erra0 teria de ser transmitido de gerao em gerao !elahereditariedade f1sica0 5ustamente !or ser um 3rgo f1sico4 -ssim com!reendemos !or /uea hereditariedade 9 a transmisso dessa dis!osio f1sica atravs do sangue das geraes 9 to im!ortante !ara o !ovo hebraico4

    Contudo0 o /ue em -brao era a !rinc1!io a!enas uma dis!osio0 isto 0 ocinelamento0 a cristaliao de um 3rgo f1sico !ara a ca!tao do Divino0 devia ser!rimeiramente assimilado4 -o ser herdado de gerao em gerao0 foi !enetrando cadave mais !rofundamente na entidade humana0 a!oderando6se sem!re mais desta namedida dessa hereditariedade4 @odemos0 !ortanto0 dier o seguinte+ o /ue -braorecebera !ara a misso do !ovo hebraico devia a!rimorar6se0 tornar6se mais !erfeito nacontinuidade evolutiva ao ser transmitido de indiv1duo !ara indiv1duo !elahereditariedade7 e s3 !ela hereditariedade um 3rgo f1sico !odia a!erfeioar6se4

    Ora0 !ara /ue a entidade /ue inicialmente conhecemos como a individualidade de.aratustra !udesse receber o cor!o mais !erfeito !oss1vel0 ou se5a0 um cor!o f1sico /ue!ossu1sse tambm o 3rgo a!ro!riado !ara conceber a idia de Deus no cor!o f1sicohumano0 era necess;rio /ue o 3rgo im!lantado em -brao fosse elevado a um n1velsu!remo4 Este deveria fortalecer6se internamente e desenvolver6se !ela hereditariedade0de modo a tornar6se um cor!o a!ro!riado !ara .aratustra0 com todas as faculdades de /ueeste necessitava4 @orm0 se o cor!o f1sico de um homem deve a!rimorar6se ao !onto detornar6se =til como devia s6lo !ara .aratustra0 no basta sim!lesmente o a!rimoramentodo cor!o f1sico4

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    gerao0 na realidade temos de lidar com o n=mero catore4- dis!osio inerente N cor!oralidade f1sica de -brao !Ade alcanar seu ;!ice a!3s

    catore geraes4 Mas como tambm deviam ser atingidos seus cor!os etrico e astral0 odesenvolvimento /ue !ara o indiv1duo continua dos sete aos catore anos teve de continuar!or outras sete geraes0 ou se5a0 catore4 E a evoluo /ue no indiv1duo atravessa os sete

    anos seguintes aos catore devia !ercorrer novamente catore geraes4 Xsto significa0 !or6tanto0 /ue as dis!osies inerentes ao organismo f1sico de -brao deviam realiar6seatravs de trs vees sete0 ou se5a0 trs vees catore geraes0 !ara /ue se integrassemnos cor!os f1sico0 etrico e astral4 -travs de trs vees catore 9 isto 0 L' 9 geraes0 foi!oss1vel a um homem alcanar !or hereditariedade0 na se/Vncia das geraes0 umcom!leto desenvolvimento 9 em seus cor!os f1sico0 etrico e astral 9 da !rimeiradis!osio originalmente recebida !or -brao4G

    Caminhando0 !ois0 atravs de trs vees catore geraes a !artir de -brao0 temosum cor!o humano inteiramente !ermeado0 im!regnado !ela dis!osio original !resenteno !atriarca4 S3 esse !odia ser o cor!o a!ro!riado N encarnao de .aratustra4 B isso o /uetambm nos relata o escritor do Evangelho de Mateus Mateus %0 %6%G4

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    esse conhecimento como /ue eterno do divino6es!iritual alcanado e:clusivamente !elavia da iniciao nos mistrios0 !ela iniciao em geral4 Dessa iniciao alcan;vel !or umdesenvolvimento humano es!ecial 9 !or vias artificiais0 !or assim dier 9 deve serdiferenciado o conhecimento es!iritual normal !ara /ual/uer !oca e /ue se manifestacomo uma misso es!ecial na evoluo da humanidade4

    @ortanto0 com relao N antiga !oca atl2ntica !oder1amos considerar a clarividnciaastral como normal7 mas !ara a !oca do florescimento hebraico0 o normal0 ou se5a0 oconhecimento e:terno0 e:otrico do mundo es!iritual0 a/uele /ue0 com o au:1lio de um3rgo f1sico es!ec1fico0 facultado !ela fora do conhecimento ligada a esse 3rgo4 ,;mencionamos como o !ovo de -brao chegou a esse conhecimento0 sentindo a e:istnciadivina amalgamada ao seu !r3!rio interior4 @ortanto0 era o conhecimento interior0 aca!tao do Divino no 2mbito mais 1ntimo0 o /ue fora facultado !or esse 3rgo4

    Contudo0 essa ca!tao do divino6es!iritual no !r3!rio 1ntimo no !ossibilitava /ue oindiv1duo dissesse a si mesmo+ Eu me a!rofundo em meu !r3!rio 1ntimo7 !rocuro ca!tarmeu 1ntimo da maneira mais !rofunda !oss1vel0 e ento encontro a gota da e:istnciadivino6es!iritual /ue me !ode !ro!orcionar um conhecimento da naturea da/uilo /uetambm vive e !ulsa no mundo e:terior como e:istncia divino6es!iritual4P Xsso no ocorriade imediato4 S3 veio a ocorrer com o a!arecimento0 a revelao do Cristo no 2mbito daevoluo da humanidade4 -o antigo !ovo hebraico s3 foi dada0 no in1cio0 a !ossibilidade devivenciar o Divino no es!1rito tnico 9 o indiv1duo se sentia como membro do !ovo0 e nocomo uma !essoa individual4 >uando ele se sentia !artici!ante consangV1neo de umagenealogia descendente0 !ercebia /ue na conscincia tnica0 em seu sangue0 vivia aconscincia de Deus ou ,av4 @ortanto0 dese5ando6se designar este =ltimo ade/uadamente0no sentido da Cincia Es!iritual0 no se !ode dier /ue ele se5a o Deus de -brao4 Com issoseria designado de modo ine:ato4 Deve6se0 sim0 dier /ue ele o Deus de -brao0 Xsaac e,ac37 trata6se da entidade /ue flui de gerao em gerao0 manifestando6se na

    conscincia do !ovo em !essoas individuais0 !or intermdio de indiv1duos4- diferena e o grande !rogresso entre esse conhecimento de -brao0 Xsaac e ,ac3 e oconhecimento cristo reside no fato de este =ltimo reconhecer em cada indiv1duo a mesmacoisa /ue o !ovo hebraico s3 !odia alcanar !elo a!rofundamento no es!1rito tnico0 noes!1rito /ue flu1a no sangue das geraes4 -ssim sendo0 -brao !Ade afirmar+

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    Deus dos mistrios4 Xsso s3 foi !oss1vel sob uma condio toda es!ecial4 Sob uma condiobem es!ecial teve de ser6lhe dada a certea de /ue na conscincia do !ovo falam asmesmas foras /ue nos mistrios falavam de uma maneira mais elevada4 Se /uisermoscom!reender essa certea0 deveremos levar em conta certo fato da evoluo dahumanidade4

    Em meu livro ) ci*ncia oculta !ode6se verificar /ue na velha -tl2ntida e:istiraminiciados denominados ali [sacerdotes dos or;culos\7 no im!orta o nome4 Eu tambmmencionei /ue um desses grandes iniciados era o dirigente de todos os or;culos atl2nticos+era o Xniciado Solar0 em contraste com os or;culos inferiores da -tl2ntida0 /ue abrigavamos iniciados dos mistrios de Merc=rio0 Marte0 ,=!iter0 etc4 Mencionei tambm /ue essegrande Xniciado Solar0 dirigente do Or;culo Solar0 tambm era o dirigente su!remo daim!ortante colAnia cultural /ue se dirigira do oeste !ara o leste 9 da -tl2ntida !ara ointerior da Wsia 90 !ara de l; irradiar6se0 inaugurando a cultura !3s6atl2ntica4 Esse grandeiniciado recolheu6se a lugares misteriosos no interior da Wsia4

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    devia saber /ue o Deus /ue0 em seu 1ntimo0 !Ade revelar6se Ns foras f1sicas do co6nhecimento0 falava com a mesma vo com /ue falava o eterno0 oni!resente Deus dosmistrios7 s3 /ue este se lhe revelava de maneira limitada0 conforme -brao !odiaconhec6lo4

    - uma entidade significativa como o grande Xniciado Solar atl2ntico no !oss1vel0

    sem mais nem menos0 falar imediatamente numa linguagem com!reens1vel aos /ue vivemem /ual/uer !oca e tm uma misso es!ecial4 ma individualidade to e:celsa como ogrande Xniciado Solar 9 /ue realiava em si !r3!rio uma e:istncia eterna0 diendo6se comrao /ue dele no deviam ser !ronunciados nem nome nem idade0 nem !ai nem me 90to grandioso guia da e:istncia humana s3 !odia revelar6se assumindo um as!ecto familiarN/uele a /uem /uisesse manifestar6se4 -ssim0 !ara conceder a -brao uma e:!lanaoade/uada0 o mestre dos 6ishis, o mestre de .aratustra assumiu uma configurao investidado cor!o etrico conservado do ante!assado de -brao 9 o mesmo cor!o etrico 5;e:istente em Sem0 ante!assado de -brao e filho de

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    niverso4P Era essa a conscincia /ue agora -brao !odia transmitir4ma outra conscincia se abriu !ara -brao+ a conscincia de /ue agora0

    efetivamente0 com o sangue das geraes fluindo atravsdo!ovo, acrescenta6se algo s3com!ar;vel ao /ue era visualiadonosmistrios0 /uando o olhar clarividente !rocurava ossegredos da e:istncia e decifrava a linguagem do Cosmo4

    ,; chamei a ateno !ara o modo como0 nos mistrios0 se e:!ressam os segredos doCosmo N medida /ue se fala uma linguagem estelar e se utiliam os segredos c3smicoscomo meio de e:!resso !ara o /ue se dese5a dier4 ouve tem!os em /ue os mestres dosmistrios revestiam o /ue tinham a dier com !alavras e imagens hauridas dasconstelaes estelares4 Era como se vissem nas rotas dos astros0 em suas !osiesrec1!rocas0 as imagens com as /uais se dese5ava e:!rimir o /ue o homem vivncia aoascender ao divino6es!iritual4 Ora0 o /ue lia a sabedoria dos mistrios nessa escrita astral?-1 eram lidos os segredos da Divindade /ue !er!assa o niverso4 -s ordenaes estelareseram a evidente e:!resso da Divindade4 Elevava6se o olhar aos es!aos c3smicos e diia6se+ -li se manifesta a Divindade7 e o modo como se manifesta nos descrita nasordenaes e harmonias das estrelas4P -ssim0 !ara tal observao o Deus do niverso see:!ressava na ordem estelar4

    @ara manifestar6se de maneira es!ecial na misso do !ovo hebraico0 esse Deus doniverso teria de e:!ressar6se na mesma ordem c3smica !rescrita no curso das estrelas4Xsto significa /ue !or meio do sangue das geraes0 /ue continha em si o instrumentoe:terno da revelao de ,av0 devia e:!rimir6se uma ordem semelhante N /ue se e:!rimiano curso das estrelas4 Em outras !alavras0 na descendncia de -brao deveria e:istir algo/ue na se/Vncia geneal3gica0 na consangVinidade0 fosse o refle:o da escritura estelar noCosmo4 @or isso -brao obteve a !romessa+ *ua descendncia ser; ordenada como asestrelas no cuZP Essa a verdadeira inter!retao da frase /ue usualmente consta doseguinte modo+ *ua descendncia ser; to numerosa como as estrelas do cu4P -1 se

    declara a!enas o grande n=mero dessa descendncia X Moiss ''0 %G4 @orm no se tratade n=mero0 mas de /ue na descendncia deveria reinar uma ordem idntica N /ue !ercebida no cu0 re!resentando a linguagem dos deuses no agru!amento das estrelas4 Eraessa ordem /ue se via re!resentada no c1rculo do od1aco7 e na !osio dos !lanetas emrelao ao od1aco e:!rimiam6se as constelaes onde se encontrava a linguagemreveladora dos feitos dos deuses em sua atuao atravs do niverso4 @ortanto0 esse fortelao e:istente no od1aco e na relao dos !lanetas com os doe signos odiacais deviae:!ressar6se0 !ela consangVinidade0 na descendncia de -brao4

    *emos ento0 nos doe filhos de ,ac30 nas doe tribos do !ovo hebraico0 as c3!ias dosdoe signos do od1aco4 -ssim como nas doe figuras do od1aco se e:!ressa a linguagemdos deuses0 assim ,av se e:!rime !or meio do sangue fluindo atravs das geraes do

    !ovo 5udaico 9 /ue se dividiu em doe tribos corres!ondentes aos doe filhos de ,ac34 O/ue est; ordenado dentro do 2mbito do od1aco designado !or n3s com o nome dos astros9 Inus0 Merc=rio0 8ua0 Sol0 etc4 E 5; vimos como o /ue sucede na vida do !ovo hebraicoem !er1odos distintos0 no decorrer do tem!o0 !ossui0 de fato0 um certo !aralelismo com o!ercurso dos !lanetas atravs do od1aco+ temos de estabelecer um !aralelismo entreDavi0 o rgio cantor0 e ermes ou Merc=rio7 entre a !oca do cativeiro babilAnico 9/uando a revelao de ,eov;0 cerca de seiscentos anos antes da nossa era0 recebeu umnovo influ:o 9 e o nome de Inus0 um dos nomes em nosso sistema !lanet;rio4 Xsso deviaser comunicado a -brao7 assim0 !or e:em!lo0 a maneira como uma !ersonalidade comoDavi se situa na corrente geneal3gica !aralela N !osio de Merc=rio no conte:to do od1a6co4 - tribo de ,ud;0 !or e:em!lo0 corres!onde ao signo de 8eo0 e a !osio de Davi nessatribo corres!onderia0 na hist3ria do !ovo hebraico0 ao /ue0 no Cosmo0 foi a cobertura dosigno de 8eo !or Merc=rio4 -ssim0 em todos os detalhes0 na se/Vncia sangV1nea0 na

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    interessante transferncia de reis ou cargos sacerdotais0 nas batalhas ou vit3rias de umaou outra tribo0 em toda a hist3ria hebraica0 !odemos constatar o /ue significa a coberturade astros individuais l; fora no es!ao4 Xsso est; encerrado na significativa afirmao+ *uadescendncia ser; ordenada como a harmonia dos astros celestes4P

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    sensibilidade !ara toda a grandea de um mistrio como esse0 e ento constataremos /uenessa maneira de a!resentar o fato reside algo infinitamente su!erior a tudo o /ue ditocom a e:!resso conce$tio immaculata, ou se5a0 [_imaculada conceio\4 "asta considerarduas coisas na "1blia !ara com!reender sua verdadeira inteno e livrar6nos de umainter!retao trivial da conceio imaculada4 - !rimeira a seguinte+ !or /ue rao

    haveria o autor do Evangelho de Mateus de e:!or toda a genealogia de -brao at ,os0caso /uisesse dier /ue o nascimento de ,esus nada teria a ver com ela? Ser; /ue ele seesfora em narrar como o sangue flui de -brao at ,os !ara0 em seguida0 dier /ue naverdade o sangue de ,esus de

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    recorrermos N cincia e:terior0 no devemos fa6lo como fre/Ventemente se fa0 isto 0com!ilando a esmo o /ue esses senhores so ca!aes de ler sem levar em conta0 !ore:em!lo0 a literatura talm=dica0 de enorme significado !ara o /ue se !ode conhecertambm e:otericamente sobre essas coisas4

    Ierificamos0 !ortanto0 /ue tambm e:teriormente !isamos em terreno seguro ao

    situar o Evangelho de Mateus em data relativamente remota4 @osso dier /ue s3 com isso5; !ossu1mos tambm uma certa !rova material de /ue os !artici!antes da redao doEvangelho de Mateus viveram em tem!o no muito distante dos eventos na @alestina7assim sendo0 fica e:otericamente !rovado /ue na !oca no era !oss1vel sim!lesmentementir no rosto das !essoas0 diendo /ue no in1cio da nossa era no viveu o Cristo a /uemnos referimos4 Ora0 no decorrera nem meio sculo0 de modo /ue ainda se falava comtestemunhas oculares0 diante das /uais no se !odia aludir a fatos nunca ocorridos4 Essasso coisas e:otericamente im!ortantes0 e /uer1amos a!enas mencion;6las !ara com!rovarseu lado e:otrico4

    Iimos0 !ortanto0 /ue a !artir dos mistrios c3smicos foram encontradas0 na evoluoda humanidade0 dis!osies !ara /ue do sangue0 !or assim dier0 filtrado do !ovo hebraico9 /ue havia acolhido em seu 2mbito a !r3!ria ordem universal 9 fosse constitu1do umcor!o no /ual voltasse a encarnar o grande iniciado .aratustra4 B da individualidade de.aratustra /ue fala o Evangelho de Mateus0 e de nenhuma outra mais4 Ora0 no cabe!ensar /ue tudo isso0 colhido dos mais !rofundos mistrios da evoluo humana0 se ha5arealiado abertamente diante dos olhos de todos4 *ambm !ara seus contem!or2neosesses fatos se achavam envoltos no mais !rofundo mistrio0 sendo com!reens1veis a!enas aum n=mero m1nimo de iniciados4 @or isso com!reens1vel /ue to grande silncio reinesobre tudo o /ue0 na/uela !oca0 ocorreu como o maior evento da evoluo humana4 E/uando ho5e os historiadores0 baseando6se em seus documentos0 afirmam /ue estessilenciam sobre esse evento0 no devemos admirar6nos0 mas aceitar isso naturalmente4

    *endo caracteriado a maneira como0 !elo lado de .aratustra0 foi !re!arado esseim!ortante fato de nossa evoluo humana0 devemos agora observar ainda outrascorrentes !re!arat3rias desse acontecimento4 Muita0 muita coisa ocorreu na evoluo dahumanidade imediatamente antes e imediatamente de!ois desse acontecimento em tornodo Cristo4

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    escritos e:otricos do Oriente4 Dissemos ento /ue /uem /uiser tornar6se um "uda nodecorrer da evoluo dever; !rimeiro tornar6se um 8odhisatva E:!licamos como o!ersonagem conhecido na ist3ria como "uda tambm foi inicialmente um 8odhisatva,tornando6se mais tarde um "uda4 -t os '( anos de sua vida f1sica0 como filho do reiSuddhodana0 ele ainda era um 8odhisatva, tendo6se tornado um "uda somente aos '(

    anos0 graas a seu desenvolvimento an1mico4

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    "uda0 o atual 8odhisatva /ue mais tarde se tornar; o "uda Maitre+a Este enviou seusmensageiros Ns comunidades essnicas e0 na/uela !oca0 se e:!ressou no mission;rio /ue0nessas comunidades0 !rocedeu ao /ue veremos na !r3:ima conferncia4

    -ssim0 temos de buscar o nome de ,esus na individualidade mencionada nosevangelhos de 8ucas e Mateus7 mas tambm devemos !rocur;6lo0 um sculo antes do in1cio

    da nossa era0 em meio Ns colAnias essnicas0 na/uela nobre !ersonalidade frente N /ualtudo o /ue a m; literatura talm=dica encontrou cal=nia 9 a/uela !ersonalidade /ue foiacusada de blasfmia e heresia0 tendo sido !endurada numa ;rvore de!ois de a!edre5ada4

    ? de setembro de 1910

    Os segredos numricos

    B !reciso estarmos firmemente cientes de /ue0 em matria de !arentesco ou outracircunst2ncia /ual/uer0 a/uele ,esus filho de @andira0 ,eshua ben @andira0 nada tem a vercom a !ersonalidade ou individualidade da /ual falamos como sendo o ,esus do Evangelhode Mateus0 o ,esus do Evangelho de 8ucas ou de /ual/uer outro evangelho4 -/uele /ue foia!edre5ado um sculo antes da nossa era 9 !ortanto0 antes do evento Cr1stico 9 e de!oisfoi enforcado0 ,eshua ben @andira0 no deve ser confundido com nada do /ue temosabordado ao falar dos Evangelhos4 S3 dese5o ressaltar e:!ressamente o seguinte+ !ara secaracteriar a !ersonalidade de ,eshua ben @andira0 a fim de dier algo a res!eito de suae:istncia0 no necess;rio /ual/uer conhecimento oculto ou ca!acidade clarividente 9

    !ois0 caso se /ueira0 isso !ode ser lido nos documentos hebraicos do >almud - confusocom o ,esus autntico sem!re houve em !ocas diversas0 tendo ocorrido !rimeiramente 5;no sculo XX de nossa era4 @ortanto0 ao frisarmos e:!ressamente /ue esse ,esus0 filho de@andira0 nesse sentido nada tem a ver com o ,esus dos Evangelho0 !or outro lado devemosestabelecer uma certa relao entre essas duas !ersonalidades0 cu5a veracidade0 !orm0 atestada e:clusivamente !ela !es/uisa es!iritual4 Essa relao0 !orm0 s3 !oder; sercom!reendida em sua !rofundidade se mais uma ve dedicarmos algumas !alavras Nevoluo humana e seus guias4

    -o considerarmos as entidades0 as individualidades /ue so os grandes guias daevoluo humana0 chegamos finalmente a uma srie de elevadas individualidades /ue secostuma designar 9 !or/ue a teoria a seu res!eito se afirmou melhor no Oriente 9 !or8odhisatvas E:iste toda uma /uantidade de 8odhisatvas Sua misso ser grandes guias dahumanidade0 faendo fluir de !oca em !oca dos mundos es!irituais0 atravs das escolasde mistrios0 o /ue ade/uado N maturidade dos homens na/uele momento4 Esses8odhisatvas se reveam na sucesso das !ocas0 atuando sem!re cada /ual como sucessorde outro4 @ara a nossa !oca0 interessam !rinci!almente a/ueles dois 8odhisatvas /uetivemos de mencionar com fre/Vncia ao falar da nossa evoluo+ a/uele /ue0 sendo filhodo rei Suddhodana0 tornou6se um "uda e a/uele /ue0 na dignidade de 8odhisatva, tornou6se seu sucessor e ainda o 0 !ermanecendo como tal 9 numa coincidncia da sabedoriaoriental com a !es/uisa clarividente 9 durante os !r3:imos '4F)) anos4 Ento esse8odhisatva realiar; a mesma ascenso realiada !or seu !redecessor /uando se elevou a

    "uda4 O 8odhisatva /ue atualmente ministra ser; ento elevado N dignidade de Maitre+a"uda4

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    cient1fico6es!iritual4 - ist3ria Heral sabe muito !ouco a esse res!eito4

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    organismo de -brao4P @or isso o essnio diia+ Se o homem dese5ar elevar6se at esseverdadeiro Es!1rito ins!irador ou inaugurador do !ovo hebraico e conhec6lo em sua!urea0 como essnio ou tera!euta ele dever; !ercorrer um certo desenvolvimento0!urificando6se de tudo o /ue0 desde o ocorrido com -brao0 sobreveio N alma do homem a!artir do mundo f1sico4P @ois !ara ele a entidade es!iritual /ue o homem tra em si0 bem

    como todas as entidades es!irituais /ue coo!eram no devir humano0 s3 !odem ser vistasem toda a sua !urea no mundo es!iritual7 do modo como se encontram em n3s0 estocontaminadas !elas foras do mundo f1sico6sensorialP4

    Segundo a viso dos essnios 9 e naturalmente isso absolutamente correto em certa;rea do conhecimento 90 todo ser humano /ue ento vivia !ossu1a em si toda a im!urea/ue em !ocas anteriores !enetrara na alma humana0 contaminando e !erturbando a visodo ente es!iritual /ue havia im!lantado a/uela dis!osio em -brao4 @or isso0 toda almaessnica devia !urificar6se da/uilo /ue se introduira na dis!osio dada e0 !or assimdier0 !erturbava a viso do ser /ue residia no sangue das geraes7 s3 ento !oderia sercorretamente discernido4 *odas as !urificaes an1micas0 todas as e:ercitaes dosessnios tinham !or meta libertar a alma das influncias e m;culas0 herdadas no decorrerdas geraes0 /ue !oderiam dificultar a viso do Ser es!iritual /ue ins!irara -brao7 !ois ohomem encerra em si no a!enas sua entidade an1mico6es!iritual mais 1ntima+ ele tambma !ossui contaminada !elas m;culas herdadas4

    Ora0 e:iste uma lei cient1fico6es!iritual /ue os essnios eram ca!aes de cum!rir!rinci!almente graas N sua !es/uisa e sua viso clarividente+ a influncia heredit;ria s3cessa /uando se remonta ao L'>grau da ancestralidade4 *oda a im!urea da alma s3estar; eliminada ao se ascender ao L'>grau4 Xsso significa /ue se herda algo do !ai e dame0 do avA e da av30 etc40 mas cada ve em menor /uantidade se herdam im!ureas!rovocadas !ela entidade 1ntima N medida /ue se sobe a escala das geraes7 e nada maisse a!resenta ao se terminar a ascenso das L' geraes4 -1 termina a influncia da

    hereditariedade4 -ssim0 as !urificaes essnicas se 5ustificavam !or eliminar do 1ntimo0!or meio de e:erc1cios interiores e disci!lina meticulosa0 todas as im!ureas /ue duranteL' geraes se haviam introduido na alma4 @or esse motivo cabia a todo essnio !raticardif1ceis e:erc1cios es!irituais0 !ercorrer dif1ceis caminhos m1sticos7 estes o conduiam0atravs de L' graus0 N !urificao da alma4 De fato0 eram L' graus bem definidos /ue eletinha de !ercorrer em si mesmo7 ento se sentia livre de todas as influncias do mundosensorial0 de todas as im!ureas surgidas em seu ser interior !ela hereditariedade4

    -ssim o essnio se elevava0 atravs de L' graus0 at o !onto de sentir0 no mais 1ntimode seu ser0 o cerne de sua entidade0 o !onto central de seu ser a!arentado com aes!iritualidade divina4 @or esse motivo diia a si mesmo+ Eu ascendo at a divindade /ueme di res!eito ao !ercorrer esses L' graus4P O essnio !ossu1a uma boa noo de como

    ascender a uma divindade /ue ainda no houvesse descido N matria4 Ele conhecia ocaminho !or e:!erincia !r3!ria4 E dentre todos os /ue ento viviam na *erra0 ostera!eutas e os essnios eram os =nicos a conhecer a verdade sobre o fato acontecido a-brao4 Eles o sabiam /uanto N hereditariedade atravs das geraes4 Sabiam /ue /uemdese5asse subir at a entidade /ue se introduira na sucesso geneal3gica e atingir o !ontoonde ainda no houvesse submerso na matria0 deveria ascender atravs dos L' grauscorres!ondentes Ns L' geraes7 ento a encontraria4

    Mas os essnios conheciam ainda outra coisa4 Eles sabiam o seguinte+ assim como oindiv1duo tem de subir atravs de L' graus corres!ondentes a L' geraes !ara alcanaressa entidade divina0 no caso de essa entidade dese5ar !enetrar no sangue humano ele!recisar; descer atravs de L' graus0 isto 0 faer o caminho inverso4 Se o homemnecessita dos L' graus !ara ascender a Deus0 este necessita de L' graus !ara descer etornar6se homem entre homens4

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    -ssim ensinavam os essnios0 e assim ensinava sobretudo ,eshua ben @andira sobinfluncia do 8odhisatva /ue o ins!irava4 @ortanto0 era esta uma doutrina essnica+ o Ser/ue ins!irara -brao !ara /ue este recebesse em seu organismo o germe divino necessitavatambm de L' geraes !ara alcanar um com!leto estado humano4

    Conhecendo esse fato0 conhecemos tambm a fonte de onde fluiu0 !ara o autor do

    Evangelho de Mateus0 o conhecimento /ue o levou 5ustamente a !rocurar essas L'geraes4 Uoi ,eshua ben @andira /uem chamou a ateno dos essnios !ara algo es!ec1fi6co4 Ele viveu no sculo anterior N !ossibilidade de serem com!letadas as L' geraes0 !oisisso s3 !oderia ocorrer no sculo seguinte4 Chamou a ateno dos essnios !ara o fato deinicialmente eles s3 !oderem !ercorrer o caminho dos L' graus at certo !onto0estabelecendo ligaes hist3ricas0 e da1 em diante !or efeito da graa divina7 e de /ue0 noentanto0 adviria um tem!o em /ue isso seria um acontecimento natural0 /uando umhomem nasceria com a faculdade de0 em seu !r3!rio sangue0 elevar6se a !onto de !oderdescer at ele a fora divina necess;ria !ara ele faer manifestar6se todo o es!1rito do!ovo hebraico 9 o es!1rito de ,av 9 no sangue desse !ovo4 @or isso ensinava ,eshua ben@andira+ Se .aratustra0 o anunciador de )hura Ma.dao, deve encarnar6se em cor!ohumano0 isso s3 ser; !oss1vel se esse cor!o estiver !re!arado a !onto de a entidade divino6es!iritual /ue o !reenche ter descido !ercorrendo L' geraes4P

    Com isso ficou e:!licado como das comunidades dos essnios 5orrou a fonte !ara adoutrina geneal3gica com a /ual se inicia o Evangelho de Mateus4 Se /uisermoscom!reender esses fatos com!letamente0 deveremos mencionar ainda algo mais !rofundoem todo esse assunto4

    *udo o /ue se relaciona com a evoluo humana vem ao nosso encontro0 !or assimdier0 de dois lados 9 sim!lesmente !elo fato de o homem ser um ente bi!artido4 -o senos de!arar em seu estado de vig1lia0 o homem tem os /uatro membros de sua constituiointerligados0 e no !odemos !erceber de imediato sua bi!artio4 @orm N noite0 /uando

    temos ante os olhos igualmente toda a naturea humana0 temo6la claramente dividida emduas !artes+ a /ue !ermanece no mundo f1sico como sendo seus cor!os f1sico e etrico e a/ue abandona estes =ltimos como cor!o astral e eu4 B dessas duas !artes /ue se com!e ohomem4 En/uanto aludimos ao /ue fa o homem !ertencer ao mundo f1sico0 s3 !odemosfalar efetivamente de seus cor!os f1sico e etrico4 *udo o /ue signifi/ue atuaeshumanas0 assuntos do mundo f1sico0 s3 se refere aos cor!os f1sico e etrico0 embora oscor!os restantes tambm !artici!em durante a vig1lia4 Durante a vig1lia0 o homem atua a!artir do eu e do cor!o astral sobre os dois outros membros7 durante o sono0 dei:a6osentregues a si !r3!rios4

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    O desenvolvimento humano no tem!o baseia6se0 !ois0 numa correlao numrica4Consideremos essa im!ortante correlao numrica mais e:atamente4 B im!ortante /ue alevemos em conta4 Observemo6la com a ateno necess;ria se /uisermos com!reender asucesso geneal3gica do Evangelho de Mateus4

    *udo o /ue se refere ao cor!o f1sico est; ligado a L' geraes !elo fato de as

    correlaes da evoluo tem!oral estarem ligadas ao n=mero sete4 @or esse motivo0tambm o desenvolvimento atravs das caracter1sticas f1sicas herdadas achava6se0 entre osessnios0 ligado ao n=mero sete4 O essnio diia a si mesmo+ *ens de !ercorrer seis veessete 9 so L' graus7 ento ascendes aos sete graus seguintes /ue com!letam as sete veessete0 ou se5a0 L( grausP4

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    entidade astral e o eu4 Ora0 bem verdade /ue0 ao abandonar os cor!os f1sico e etrico noestado de sono0 o homem fica derramado0 estendido !or todo o Cosmo0 em tudo o /ue!ertence a esse Cosmo4 O segredo do nosso sono consiste tambm em colhermos do mundoestelar 9 e !or isso falamos do cor!o _astral_ /ue se estende !elo mundo dos astros 9 asmais !uras energias c3smicas0 traendo6as conosco ao acordar0 /uando de novo temos de

    mergulhar nos cor!os f1sico e etrico4 Ento surgimos do sono fortalecidos e revigorados!or tudo o /ue !udemos absorver do Cosmo inteiro4

    >uando o homem atual 9 e algo semelhante acontecia tambm no tem!o do Cristo,esus 9 se torna clarividente em sentido su!erior0 o /ue deve ocorrer com ele?

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    c3smicos0 os mistrios do grande niverso4 O melhor modo de a!ro:imar6se desse mistrio novamente recorrer ao /ue e:iste l; fora no Cosmo como movimentos e constelaes0como formas de e:!resso es!ont2neas nas estrelas0 estando como /ue inscrito nelas4

    -ssim como atravs de seis vees sete graus se !enetra nos mistrios do interiorhumano0 tambm atravs de doe vees sete 9 ou se5a0 JL 9 graus /ue se alcanam os

    mistrios es!irituais do es!ao c3smico4 *endo6se !assado !or esses doe vees sete 9 JL9 graus0 chega6se a um !onto onde o labirinto dessas foras es!irituais c3smicas no mais ofuscante0 onde o homem realmente alcanou a tran/Vilidade !ara orientar6se nessegrandioso labirinto e !ercorr6lo4 Uoi isso o /ue ensinaram novamente0 em certo sentido0os essnios4

    >uando o homem se torna clarividente nesse sentido descrito0 ao adormecer sederrama em algo /ue se e:!ressa no mistrio numrico das doe vees sete4 @orm no2mbito das doe vees sete ele 5; se encontra dentro do es!iritual 9 !ois0 tendocom!letado one vees sete0 5; ter; alcanado o limite dos mistrios4 -ssim como setevees sete 5; algo situado dentro do es!iritual0 assim tambm ocorre com doe vees sete4@ortanto0 ao dese5ar !ercorrer esse caminho o homem !recisa0 a fim de alcanar oes!iritual0 galgar one vees sete graus0 isto 0 !recisa !erfaer no cor!o astral e no euone vees sete graus4 Xsso e:!resso na escrita estelar tomando6se o n=mero sete dototal dos !lanetas( e o n=mero doe dos signos do od1aco4 -ssim como os !lanetasassumem suas !osies cobrindo sucessivamente os signos odiacais0 assim o homem0 ao seentrosar no es!ao c3smico0 deve !erfaer sete vees doe ou0 antes0 sete vees onegraus at alcanar a regio do es!1rito4

    Desse modo0 se /uiserem ter uma idia disso0 os Senhores !odero imaginar a!eriferia es!iritual formada !elos doe signos do od1aco0 tendo o !r3!rio homem colocadoem seu centro4 Ora0 a regio es!iritual to vasta /ue0 ao dese5ar alcan;6la0 o homemno deve !artir de seu centro !ara derramar6se nela0 e sim am!liar6se de forma

    es!iralada0 girando0 !or assim dier0 em sete voltas es!irais e !assando0 a cada volta0 !ortodos os doe signos0 de modo a ter de !assar sete vees em cada um dos doe !ontos4 Ohomem estende6se !aulatinamente !elo Cosmo sob forma de es!iral #tudo isso 0naturalmente0 uma imagem simb3lica do /ue ele vivncia$0 e0 assim volteando0 tendo!er!assado o od1aco !ela stima ve0 ter; alcanado a regio divino6es!iritual4 Ento0 emve de olhar !ara o Cosmo a !artir de seu !onto central0 ele o contem!lar; da !eriferiaes!iritual0 a !artir dos doe !ontos !ercorridos0 !odendo observar o /ue se encontra nomundo e:terior4 E isso o /ue devemos !erfaer se /uisermos ver o /ue e:iste no mundo4 uem dese5asse alar6se Ns regies divino6es!irituais deveria !ercorrer onevees sete graus0 conduindo atravs deles o cor!o astral e o eu7 chegando ao duodcimo

    grau0 estaria na regio es!iritual4Dessa maneira0 o cor!o astral e o eu deveriam !ercorrer doe vees sete 9 ou0 antes0

    one vees sete 9 graus se /uisessem atingir a regio divina4 Se a Divindade dese5ar descer!ara tornar um eu humano a!ro!riado0 necessitar; igualmente descer one vees setegraus4

    >uando0 !ortanto0 o Evangelho de 8ucas dese5ou descrever as foras es!irituais /ueca!acitam o cor!o astral e o eu a serem os !ortadores do Cristo0 teve de descrever como afora divino6es!iritual desceu atravs de one vees sete graus4 Xsso no realmentedescrito no Evangelho de 8ucas4 Como este nos descreve uma !ersonalidade diferente0!ara a /ual foram !re!arados o cor!o astral e o eu0 no se nomeiam0 como no Evangelho

    9Segundo antigas conce!es0 so eles+ Sol0 Merc=rio0 Inus0 8ua0 Marte0 ,=!iter e Saturno #denominando6setambm o Sol e a 8ua como [!lanetas\$4 #

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    de Mateus0 seis vees sete geraes0 mas one vees sete graus0 atravs dos /uais o!r3!rio Deus 9 isso dito e:!ressamente no Evangelho de 8ucas 9 conduiu o ser /uehabitava na individualidade do ,esus desse evangelho4 Senhores0 contem os graus humanosenunciados nesse evangelho0 atravs dos /uais conduida descendentemente a foradivina0 e obtero GG graus 8ucas Q0'Q6QJ4

    @elo fato de o Evangelho de Mateus descrever o mistrio da atuao sobre a descidada fora divina /ue !lasma os cor!os f1sico e etrico0 deve !redominar a1 o n=merocorres!ondente a seis vees sete7 e no Evangelho de 8ucas0 !or nos descrever ele a descidada fora divina !lasmadora do cor!o astral e do eu0 manifesta6se o n=mero corres!ondentea one vees sete4 Desse modo !odemos ver de /ue !rofundeas so hauridas essas coisas0e como de fato so a!resentados0 nos evangelhos de Mateus e de 8ucas0 os mistrios dainiciao e da sucesso dos graus tanto na descida do divino6es!iritual !ara umaindividualidade humana como em sua e:!anso no Cosmo4

    @or /ue foi elaborada uma sucesso geneal3gica tambm no Evangelho de 8ucas0 e!or /ue na !oca em /ue a!enas !oucas !essoas foram instru1das e comunicadas a res!eitodo mistrio do Cristo ,esus 9 o de /ue desde Deus e -do at o ,esus do Evangelho de8ucas e:istem GG geraes 90 o /ue continuaremos a abordar amanh4

    64 de setembro de 1910

    O mistrio dos essnios

    >ual/uer !essoa /ue0 tomando nas mos o Evangelho de 8ucas0 considerar o ca!1tuloonde a ascendncia do ,esus a1 focaliado remete a geraes anteriores0 com!reender;

    logo /ue a inteno do autor coincide com o /ue foi dito a/ui ontem4 Ontem tratamos dee:!licar /ue0 !or assim dier0 no mesmo sentido em /ue uma entidade es!iritual deviaintroduir6se no cor!o f1sico e etrico do ,esus salomAnico0 outra entidade es!iritualhaveria de !ermear o cor!o astral e o eu da !ersonalidade /ue conhecemos como o ,esusnat2nico0 o ,esus do Evangelho de 8ucas4

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    seguinte+ /uem0 atravessando os GG graus nos grandes mistrios0 conseguiu !urificar suaalma de tudo o /ue a humanidade assimilou em sua e:istncia terrena0 !Ade com issoalcanar o estado /ue ho5e s3 !oss1vel /uando a !essoa se liberta do cor!o f1sico0vivendo no cor!o astral e no eu4 Ento ela !ode derramar6se no elemento do /ual foicriada a !r3!ria *erra 9 no Cosmo circundante0 em todo o nosso sistema c3smico4 E era

    isso o /ue devia ocorrer4 Ento se alcanou a entidade6energia /ue !enetrou no cor!oastral e no eu do ,esus nat2nico4

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    de .aratustra0 !useram6se a caminho os trs enviados0 os trs magos do Oriente4 Elessabiam /ue o venerado nome do !r3!rio .aratustra os guiaria0 como sua estrela0 at olocal onde deveria ocorrer sua reencarnao4 Uoi a !r3!ria entidade do grande mestre /ue0como [estrela\0 guiou os trs magos ao local do nascimento do ,esus do Evangelho deMateus4

    *ambm !ode ser ob5eto de uma com!rovao filol3gica e:terior o fato de a !alavra[estrela\ ter sido em!regada0 em antigas !ocas0 como nome de individualidades humanas4- !es/uisa es!iritual0 haurindo de sua fonte e su!erando em clarea /ual/uer outra coisa0narra /ue na/uela !oca os trs magos seguiram a estrela .oroastro0 a [estrela de ouro\.oroastro0 e /ue este os levou at onde deveria reencarnar6se7 contudo0 no s3 essa!es/uisa0 mas tambm o em!rego da !alavra [estrela\ !ara elevadas individualidades 9fato /ue0 conforme foi dito0 !ode ser com!rovado filologicamente 9 revelam /ue naimagem da estrela6guia dos s;bios deve ser subentendido o !r3!rio .aratustra4

    Seis sculos antes da nossa era0 !ortanto0 os magos do Oriente se reuniram Nindividualidade /ue se encarnou como o ,esus do Evangelho de Mateus4 E o !r3!rio.aratustra guiou os magos at l;7 eles seguiram seu rastro 9 !ois foi0 !or assim dier0 a3rbita de .aratustra0 da estrela /ue guiou os magos em direo N @alestina0 foi ela /ue osconduiu em seu caminho desde os mistrios caldaicos0 orientais0 at onde .aratustra sea!rontava !ara sua !r3:ima encarnao4

    Esse segredo da futura encarnao de .aratustra0 .aratas ou

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    !erao das resistncias e obst;culos oriundos dos cor!os f1sico e etrico0 /uando seabstm de carne4 Ela se torna mais eficiente7 mas naturalmente isso no ocorre !elasim!les absteno de carne0 mas !rinci!almente !elo fortalecimento de sua alma4 @elasim!les absteno de carne0 ela a!enas altera seu cor!o f1sico7 e /uando de !arte da almanada e:iste do /ue deveria e:istir e !ermear o cor!o0 a abstinncia de carne no !ossui

    /ual/uer finalidade es!ecial4E:istia0 !ortanto0 esse naire1smo4 @orm foi de uma forma muito mais severa /ue os

    essnios deram continuidade Ns suas !rescries0 acrescentando6lhes elementostotalmente novos4 *udo o /ue lhes narrei ontem e anteontem foi acrescentado !or eles7mas eles observavam es!ecialmente a mais severa absteno do consumo de carne4 @oresse meio conseguiam a!render de modo relativamente r;!ido a am!liar suas recordaese elevar sua viso atravs de L' geraes0 a!rendendo a decifrar os segredos da CrAnica do)kasha %%Eles se tornaram o /ue se !ode denominar o broto !rinci!al de um caule0 umbroto de uma ;rvore0 de uma !lanta /ue !or muitas geraes entrelaa seus galhos4

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    dito !elos !rofetas+ Ele se tornar; um naarenoP Mateus '0 'Q4 Este trecho foi traduidodas mais diversas maneiras0 !or/ue os tradutores desconheciam o sentido correto enenhum deles sabia e:atamente /ue se /ueria dier com isso4 O fato /ue ali e:istia umacolAnia essnica0 onde ,esus devia crescer inicialmente4

    -gora0 !orm0 antes de entrarmos em outros detalhes0 es!ecialmente no /ue se

    refere Ns relaes com o ,esus do Evangelho de 8ucas0 mencionaremos em linhas geraisalgo referente ao ,esus do Evangelho de Mateus4

    *udo o/ue de in1cio vem narrado nesse evangelho nos remete aosmistrios ensinados!or ,eshua ben @andira aos essnios0 e cu5oconte=do doutrin;rio foi difundido a seguir !orseu disc1!uloMathai4 ,; os !rimeiros mistrios do Evangelho de Mateus nos indicam essedisc1!ulo Mathai4 @or intermdio de tudo o /ue0 !or assim dier0 nos veio desse ladocaracteriado no EvangelhodeMateus0 !uderam ser !re!arados os cor!os f1sico e etricodo,esus a1 focaliado0 sendo natural /ue se tratasse tambm0 dentro das L'geraes0 deinfluncias sobre o cor!o astral4 Embora tambm tenhamos afirmado /ue durante as!rimeiras catore geraes se considera o cor!o f1sico0 durante as seguintes catoregeraes o cor!o etrico e durante o terceiro gru!o de catore geraes 9 desde ocativeiro babilAnico 9 o cor!o astral0 devemos salientar /ue o /ue foi !re!arado dessemodo e com tanto cuidado !ara .aratustra s3 era utili;vel0 !ara essa !oderosaindividualidade0 no 2mbito de seus cor!os f1sico e etrico4

    Ora0 lembrem6se de como eu sem!re lhes disse /ue o homem0 em seudesenvolvimento individual do nascimento ao stimo ano0 desenvolve essencialmente ocor!o f1sico0 e nos sete anos seguintes0 datrocados dentes N !uberdade0 es!ecialmente ocor!o etrico7 s3 entoadvm o livre desenvolvimento do cor!o astral4 O desenvolvimentodos cor!os f1sico e etrico devia terminar na es!ecial cor!oralidade f1sico6etrica!re!arada !elas geraes iniciadas com-brao0 sendo vivenciado !or .aratustra em suanova encarnao4Ento0 tendo chegado o fim do desenvolvimento do cor!o etrico0 o /ue

    lhe havia sido !re!arado 5; no era mais suficiente 9 ele devia iniciar o desenvolvimentodo cor!o astral4 Deu6seento o !ortentoso e maravilhoso fato sem cu5o entendimento no!odemos chegar a com!reender todo o grande mistriodo Cristo,esus4

    -individualidadede .aratustra desenvolveu6se durante a inf2ncianos cor!osf1sico eetrico do ,esus do Evangelho de Mateus at osdoeanos0 !ois nessa individualidade0 edevido ao clima0 o !onto /ueem nossas regies%'definimos como sendo o dos catore aos/uineanos se realiou um !ouco antes4

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    -ssim .aratustra !Ade continuar0 no cor!o astral e no eu es!ecialmente !re!aradosdo ,esus nat2nico0 sua evoluo a !artir dos doe anos4 Xsso nos maravilhosamentenarrado no Evangelho de 8ucas0 onde se menciona o fato incr1vel de o ,esus de doe anosser encontrado no *em!lo entre os doutores0 falando coisas admir;veis4