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A ESPECIFICIDADE DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE:
A Presença ou a Possibilidade da Enfermidade
Prof.ª Luciana KrebsDisciplina: Relação Médico-Paciente
ENFERMIDADE
• Promove ansiedade• Atende a necessidades pessoais• Leva a deformações catatímicas• Força a busca de intimidade
A ENFERMIDADE PROMOVE ANSIEDADE
Paciente Médico
“o paciente vem ao médico com uma característica mistura de esperança e
medo. Espera que o médico seja capaz de descobrir a causa do seu sofrimento e
agir corretamente para aliviá-lo. Ao mesmo tempo ele
teme que o médico possa não ser capaz de ajudá-lo e,
em alguns casos, que nenhuma ajuda seja de fato
possível”.
“O médico também sofre dela porque a cada novo caso encontra-se frente à
frente com o imponderável da vida e da morte, ante a limitação do seu saber e a
realidade de que é uma pessoa humana, com
grandezas e limitações. Ele vive a ambígua situação de
que lutando em favor da vida pode, no entanto,
tornar-se mensageiro da morte”.
TRANSFERÊNCIA• O termo "transferência" foi
utilizado pela primeira vez por Freud em 1895
• Freud publicou em 1912 a obra “A dinâmica da transferência”.
É o deslocamento inconsciente do sentido atribuído a pessoas do
passado para pessoas do nosso presente.
CONTRATRANSFERÊNCIA
Envolve sensações, sentimentos e percepções que brotam no
terapeuta, emergentes do relacionamento terapêutico
com o paciente.
A ENFERMIDADE ATENDE A NECESSIDADES PESSOAIS
• Não é raro que a necessidade de contatos humanos seja a motivação que leva os pacientes aos consultórios, nem é incomum que a mesma necessidade conduza uma pessoa à vocação para a Medicina.
A ENFERMIDADE ATENDE A NECESSIDADES PESSOAIS
Relações interpessoais numerosas e superficiais.
O consultório, é um dos poucos
lugares onde podem buscar compreensão.
Na enfermidade, a permeabilidade
com relação ao mundo está aumentada
porque a doença é uma situação
de crise grandemente reveladora da
intimidade pessoal.
A ENFERMIDADE LEVA A DEFORMAÇÕES CATATÍMICAS
• A enfermidade é responsável também por mudanças nos sentimentos dos pacientes. Proporciona ocasiões para experiências individuais únicas.
• Podem ser duradouras e modificar a ótica pela qual eles enxergam a vida.
Muitas pessoas dividem suas vidas num antes e depois da enfermidade.
A ENFERMIDADE LEVA A DEFORMAÇÕES CATATÍMICAS
Altera o encaixe social das pessoas.
Quando encontram-se em perigo elas recorrem
àqueles que lhes inspiram confiança.
Como crianças, os enfermos tiveram a experiência de que a solução das suas dificuldades partia dos pais e isso
representou proteção contra a angústia e isenção de responsabilidade.
Este passado converteu-se no recurso disponível de que eles lançam mão nas situações difíceis.
A forma como os pacientes percebem a cena médica e a ela reagem não depende apenas da pessoa concreta do médico,
mas também do que aqueles tenham sido na infância.
REGRESSÃOTorna os enfermos mais exigentes, menos lógicos, mais medrosos, mais fantasiosos...
As razões pelas quais um paciente se liga a um médico, ou o deixa, depende por vezes do tipo de família que ele teve e não do médico que tem.
EXEMPLOS DE REAÇÕES...•Podem temer a proximidade com o médico cuidadoso se foram asfixiados pelo excesso de cuidados maternos na infância; •Aquele ressentido pela falta de controle exterior pode não suportar o contato com um médico indulgente;
Numa relação satisfatória
Médico e paciente criam um compromisso e estabelecem entre si
um campo no qual se sentem seguros.
Uma verdadeira solidariedade deve prevalecer sobre outros sentimentos.
A ENFERMIDADE FORÇA A BUSCA DE INTIMIDADE
• Se tornar íntimo dos pacientes, pode confirmar as regressões e também seus medos (inconscientes).
• Toda enfermidade, por simples que seja, traz a problemática da invalidez e da morte
AMBIVALÊNCIA
Saber a verdade ou fugir dela pode tornar-se motivações tão importantes quanto ser curado.
XIX
A ENFERMIDADE FORÇA A BUSCA DE INTIMIDADE
As relações de amizade podem conter a insinceridade e uma perigosa liberdade.
É necessária uma situação neutra.
Nem a maior intimidade nem a relação formal constituem conforto ou alívio
xx
A ENFERMIDADE FORÇA A BUSCA DE INTIMIDADE
“conservando uma neutralidade afetiva que quer dizer que sua atitude não deve ser nem moralista nem expressiva de juízos valorativos.”
Moor
“se com seus enfermos (o médico) deve ter uma atitude humana no sentido amplo do termo, deve recusar qualquer outra
aproximação demasiado pessoal.” Schneider
Obrigada!