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'¦'¦ ("iÔt;.'íf') ot*y" *'*''*¦ ' v7^' Photographias, vistas instantâneas, desenhos e caricaturas. REVISTA DA SEMANA Anno I. N: 7 DOMINGO, 1 DE JULHO Numero: 300 réis # A CONVALESCENÇA DE JIOSALÍNA CO^ -«: : f, I f ? li 1- Ü^S* t ,4 I 1 li*,??/" :.:\' 111 í >#"/ ?'l siÜü ,i i w.:!m I ",,":iíáWí:""-V;^ V'-'" "" ÍÉíIÍÉI i sWss #-¦¦• Hk--§IrJV^ ) 1 ^H&:i '-''"=''3*'HS?''' T^^j-jê?J I m •• •¦ y m ¦ *>> ""Vil lrltima«j*JiGlographia após a operação. S

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Photographias, vistas instantâneas, desenhos e caricaturas.

REVISTA DA SEMANAAnno I. — N: 7 DOMINGO, 1 DE JULHO Numero: 300 réis

# A CONVALESCENÇA DE JIOSALÍNACO^

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54 — N. 7- REVISTA DA SEMANA 1 de Julho de 1900

PRREIO DA SEMANA'#¦

Rio, 29.de Junho.¦M?ÍS'nhLS?^ndo aPParccer esta chronica aindaestará aberto o Congresso de Medicina. Foi elle, entre-Si?.0 ? ma,s ruidoso, ao menos o mais inicies-f?ví ií fact0S da 8,emana- A discussão sobre a pesteteve, nas suas assembléas, um logar proeminente.hsse caso, da peste é realmente curioso. Nós somo*um povo essencialmente crédulo. Estamos dispostos aenguhr uma quantidade incrível de càrápelõéfc que o:M§teaPh^no^S1S&?S nlaS c a-?8es- se con'undeni) nos logram dia-riamente. De súbito, entretanto, quebrando essa cor-KS"?1^1 ^sentimento a tudo, uma epidemiade incredulidade entra a assolar esta cidade: um bandode incréus recusa admittir a existência da nesteRecusa, porque?Já houve um ministro italiano, a quem contestaramcertas contas e que respondeu percmptoriamenle aosseus aceusadores: « A arithmetica não é uma opinião.»»üar-se-ha caso que a bacteriologia o seja? Não ocreio, apezar da phrase lambem celebre: «se Galenodiz: sim. Hippoçrales diz: não.» Galeno e Ilippocratesnao sabiam de bacteriologias. Divcrídam em diagnos-ticos e em tratamentos e ainda hoje dois médicos, quese^prezem, devem para proval-o, estar sempre em des-accordo, quando d'aquillo se trate.Mas afinal, no cas > da peste, o problema parece sim-pies. No sangue de todos os indivíduos atacados, emtodo o mundo, de pesle bubônica, achou-se sempre,constantemente, um determinado micróbio. Pouco im-porta discutir aqui se isso representa uma causa, umeneito, ou uma simples coincidência. O facto é que emtodos os pestosos elle foi infallivelmcnte assignalado.Ao inverso, em todos os nâo-pestosos, fosse qual fossea moléstia de que se achassem atacados, ninguém ovio. Por fim, sempre que tal micróbio pôde sei- inje-ctado em qualquer animal, logo esse animal manifestouuma moléstia idêntica á peste.Ora, se depois de tudo isto indivíduos cahem doentesno Brazil, examina-se-lhes o sangue e lá se descobri', omicróbio— .porque negar que se trate de peste ? Demais, esses que negam, já viram a que elles coisideramautnenlica, para dizer que a nossa é falsificada? Cerloque nao.

Diante disto, ha um assombro legitimo em admiraro topete dos negadores. Onde foram elles buscar a suasciencia infusa? Então essa historia de bacteriologia écousa de palpite, como o jogo dos bichos?talvez, entretanto, alguns dos jovens médicos, in-cumbulos do serviço de hygiene tenham contribuídoum pouco para essa incredulidade. Conta-se effectiva-mente que; apossidos de um terror pânico, diversosdentro elles tem, a primeira vista, feito diagnósticostao pessimistas, como fanla^istas. Assim que" vêm umpobre diabo, de cato amarella e suspeita, suspeitamlogo que seja a bicha e despacham o typo para o isola-*llJjuilLO*

Mas, se algumas hypothescs d'essc gênero tem ha-vmo, sao de certo extremamente raras. E, de restopara que o enfermo seja considerado com a legitimaEf .™«i„neice88ari0 ° examtí bacteriologico. Assim, nãoha receio de;um engano qualquer.P.Dn,^m?-hao talvez que estou fazendo uma profissão de&£?ifií,Cr^agern PCBtitera: 5 Creio em Santo Pasteure nos Micróbios, seus dignos filhos„o™ S?ntP A^081!"'10 (l'uem deu a<iuella magnífica razãopara adoptar um dogma do cathol cismo: «creio porquee absurdo.» Não estou n'esse caso. porque a cousa anuinao é absurda. Mas afinal prefiro fíar-iní Í3Emenle pequenos, que mal posso ver, a crer nos queIral"Í?lÍl gra,ndeS e imP°^"tes ..UEsses, emgeiai, sao mais absurdos.

Pinln°d!í,eRrffLtíce a^díssimò o meu nobre amigocòbcMto * querendo que no jury se vote a des-

rãlym:\^\tT'°nX-G^xm toda gente, deve terá co-S5SSÍÍ S.Ua.S °P,n,oes « sustental-as com a mesmaPSefnv! tt0da -part<v M.as isso é uma <lue8ta<> de ca-racier, de elevação moral.lJlm.nCeilf' Vf-° ha duvida> e missão de todos os legis-nnr ,m ? l,'ah,,'eni10 P?vo. Mas isso só pôde ser obtido£imm J i^CefS? de «duc«S*o- que só pôde dar-se len-í^nha dê ciín

CaS°' torna-se Preciso que o exemplo

mí?iin hn!Ínl|,ida H<.)cha tem P«ecisamente um exemplonüm? V-nmJfc,,uat.1,0 anno*.' na Câmara, elle assignou,X* SmiSSao, dc (,Utí fazia parte, certo projecto¦JÍÔSo

aan?")mnt0 na «mprensarabolindo-o/Nâo seS5f Si ZnT ,esl,icça? a liberdade dos jornalistas.JK.»32. T° agora' lmham ° d're«to de xinèar todoJS hnííSÍT caTisa'' os lad,ões' chamaHadroes•aos homens honrados e quando antipathisassem com

tèm coragem para muito menos ? E1 uma barbaridadeiníqua esse projecto, senão em si mesmo, ao menospelo seu isolamento.

Venha elle depois da imprensa responsável e do votoa descoberto —e será justíssimo. Da imprensa só fazparte (piem quer; ao voto ninguém está constrangido.Lxaclamente no jury, que é obrigatório, se começaráuma tal experiência? Ninguém dirá que seja razoável.Deixe o Sr. Pinto da Rocha o seu projecto para otempo e logar próprios. Jornalista, procure fazer vingaro projecto que assignou e obrigue ( s jornalistas á assi-gnatura do que escrevem. Político, promova o voto adescoberto, (pie lhe interessa directamenle. Só depoistrate do uiÈyi

Que efteito teria, na maior parte dos casos, o jurycom as sentenças assignadas, se assim se pôde dizer?A benevolência dos jurados augmentaria ainda. O medoco receio de vinganças e chanlaqes arrancariam maisabsolvições do que todas as que boje, e tão escândalo-samente, são diariamente concedidas.Ha, entretanto, necessidade de examinar onde se achaa lalha do systema nesta questão. Evidentemente o jurynão íuneciona bem entre nós. Não é que as suas sen-tenças sejam extranhas, contradictorias, muitas vezesabsurdas. Isso é natural e justo.Natural, porque o povo nunca pensou logicamente.h a paixão quei o leva e a paixão é sempre absurda.Le carnr a des raisons, que Ia raisen ne connait pas.Justo, porque se um criminoso não fez mais que agirde conformidade com as paixões do seu meio, merece

perdão. Para melhorar esse estado de cousas, não deveintervir o tribunal, castigando o irreparável e sim a es-cola, buscando corrigir o que ainda se pôde emendar.;ao <¦'» Pois, das incongruências do jury, que eu querotaiiar. Sena, porém, preciso indagar de que modo ascousas se arranjam qara que o pessoal que compõe osconselhos seja sempre, mais ou menos, o mesmo.Auyogados ha que, segundo parece, manipulam essahistoria as mil maravilhas. Que nâo ha nisso a minimaintervenção ou complacência dos juizes, sou o primeiroa sabel-o. Como, porém, até hoje não se achou meio deforçar o comparecimento dos jurados, de eliminação emeliminação, os defensores de réos, expertos na matéria,acabam por constituir conselhos, em que só entramjurados dóceis ás suas iniuneções ou sollicitações. Cal-culem, quando a isso se juntar o temor de vinganças edissabores: o jury ficará reduzido a um grupo de jul-gadores, por assim dizer: profissionaes, sempre dispôs-tos a tudo absolverem...

MEDEIROS li ALRUQlpUQUE.«Anivwywvwvh

OS ESPECTACULOS DA SEMANA

, Thcatro SanfAima. — A magnífica troupe dirigidapor Lucinda Simões e Christiano de Souza tem conti-nuado a attrahir a mais selecta concorrência. Sabbadoultimo, deu a 2a representação dos Amantes legítimosrepetida com igual suecesso nas três noites seguintesA segunda das recitas da moda, que estão sendo orendez-vous obrigatório de todo o fino high-life fiumi-

í&^sVbI^^-^^bbWmv^'h BB;

JÊÊUÊtA.:'-'^-}f.¦¦;¦ /%'/.¦ 'Í?1^B^ ^HL.

^fB Bpe^'-:';'-vfcfaf¦'¦¦'"¦ :^*j b^bIPF'

um sueitó porque era feio,'vo^^te^teZ'que ei e não passava de um vil assassino... 'Ninguém

h» ^^íaoVa "° exercici0 d,esse sacerdócio, instffuidoÍLla,g08nnno8 ,,aia ,n.st'«cçâo e moralisaçâo dosEJÍ2LU'™0 que 8e quér,a era apenas nue elles assi-defuntissima Constituição ordena em termos categóricos.nrí,?«SARpnn°re8' r^r temporal, quando surglo o talproiecto! Os jornalistas fiearam damnados ía vida !Grilaram que era desaforo. Atojuns chegaram a confessarque eftectivamente a Constitliçáo lá diz a Musa masque isso nâo vale nada. Ha U$fo outras íueellamTciona muito a sério e de que finguem faz caso !....Ora, esse proijecto, em qmf se pedia um pouco dehombridade aos homens mais cultos, mais intelligeritcs.mais cheios de responsabilidade e, em geral,,gosandode uma certa independência, — esse projecto não pôdeComo açora querer que tudo affrontem pobres diabosdo povo, desprotegidos, quando os seus directores nâo

Lucilia Simões

nense, foi preenchida com Francillon, de AlexandreDumas (filho). Quinta-feira, houve a primeira represen-taçâo da Consciência dos filhos, peça de Devore, tradu-zida por Arthur Azevedo. Lucifia Simões, brilhantementesecundada por todos os demais artistas da companhia,B teve ahi mais um dos seus grandes triumphos.

Thcatro Lucinda. —Ao sabbado e ao domingo, JoãoJosé; nos outros dias, Os velhos, de D. João da Câmara.Theatro Apollo. —Ao sabbado e ao domingo, A Mas-cotte; a segunda, terça e quarta, O Hotel do Livre Cam-bio,; sexta-feira, houve a primeira recita do fíeloaiomágico. ,vThcatro Hlgh-Llfe Nacional. — Concertos lyricos.Jardim Gnarda-Velha. — Concertos, cançonetas.

poses plásticas. 'Alcaíar-Parquc.--No alcazar, o grupo de artistas

que faz d ahi, o centro mais attrahente da vida nocturnano Kio de Janeiro, e constantemente renovado. Ao pa«soque JennyXook, Plácida C Ilfors manteem o seu nu-blico de admiradores, estréas súccessivas de dansa-nnas exímias do Moulin Rouge: Emilia e Annita, decantoras, muitas vezes applaudidas em Paris, em Milãoe em Bucnos-Aires, como Mademoiselle Bascons, cha-mam para ahi constantemente novos espectadores

Concurso de Instantâneas

Encerrou-se a 30 do mez passado o nosso primeiroconcurso de piotographias instantâneas, cuj^o /es |ta lopublicaremos no próximo numero. A todos os nXolleitores lembramos que esse certamen é permanenteTodos os mezes, no ultimo dia, reuniremos as nrovo4que nos tiverem sido enviadas é attribuiremos f Sbem classificada um prêmio de 50j«, ás oütr-iS Tntum deSOS e outro de 20$000. Não será muito diScil a anndores hábeis fixarem em curíoM^in^nian^^Íi'--mteressantesy que-põssãm ilfustrar as nossas paginas!

MEMENTO ENCYCLOPEDICO

Do dia 1» de Maio até 26 do corrente, a estatísticaSldt IP ^lR C^ade' é,a «eguinie: casos con-»m!«n V.Í?4 ; bl °S' 7G; curí*dos, 15. Dos existentes,li estão em convalescença.

No dia 17, o Príncipe Tuan, á frente de 50 mil chi-Sh

~A°T'rs % s.oldados regulares - avançou sobre acidade de Tien-Tsmque estava em poder dos europeus.A luta durou até o dia 21; os canhões chinezes eramdirigidos principalmente contra o bairro estrangeiro queficou completamente arrasado. No interior da cidade, o

P.TÍ!?0- ChmeZ ataC0U os ch»stãos, destruio o conJu•nmn SÍSTÃ0' ^J° serventuário foi assassinado assimcomo mais 150 indivíduos d'essa nacionalidade. Ao todotarara massacrados 1.500 estrangeiros. De Taku par iouma cqlumnarde 2.000 homens d£ tropas intcrnacioíàes

Mf na°conseguio romper o cerco : todavia, a cidadenão chegou a ser tomada e o exercito chinez teve nu-

Snll8s!3la8 ^aiXaSi A 23' recomeçou o ataque comW?L v,olenc,a ,amda e os sitiados reclamaram soe-corros com insistência. A 24, chegaram alli os .eforcosnLl°Po nnnn-eri?aC10na^LasSÍm distribuídas : 5.000 jãpo-nezes, 2,000 inglezes 1^00 allemães e 800 russos; os Vi-tiantes foram então derrotados, morrendo no combatelnínmnSQ0^^nÍ!??mediatamente Parti0 de Tien-Tsin umacolumna de 2000 homens afim de soecorrer as forças doalmirante Sevmoure os embaixadores estrangeiros queestão em Pekim e dos quaes não ha noticias positivas.as informações mais verosimeis dizem que a columnaSeymour partio de Pekin para Tien-Tsin a 18, escol-tando os representantes estrangeiros e sendo, por suavez, escoltada por um corpo de exercito chinez, masque, a 12 milhas a O. de Tien-Tsin, foi cercada pelosleneldes e luta penosamente contra elles, tendo perdido63 homens, atóra 200 feridos. A 27, partiram mais 2.000homens em soecorro de Seymour.-Em Taku desem-barcaram mais 8.000 de tropas internaciohaes. - A impe-ratnz Issu-Hsi enviou reforços ao príncipe Tuan eordenou que ele atacasse também e retomasse as for-taiezas de Taku. E grande o movimonto de tropaschinezas em direcção aquelle porto.-As potências in-terventoras continuam a enviar reforços para a China.O governo ingiez ordenou a partida de 10.000 homensdo exercito da índia e para isto já fretou 13 vapores cmCalcutta; o governo americano mandou estacionar nos-mares chinezes uma esquadra de 16 navios e vai enviarpara ali o.000 homens de tropas de desembarque, tiradasdas torças que estão nas Filippinas, para onde seguirámetade do exercito que está em Cuba; o governo defe. M. iMdelissima também vai enviar o seu D. Carlospara a China, com 200 homens de desembarque. PorSUnn£u e ° Japao mooüisa uma divisão do seu exercito,15.000 homens, para cooperar com as tropas alliadas nai^nina. —Na Coréa, os ânimos estão multo exaltados eaugmenta o ódio contra os estrangeiros. — Em Tung-chuos rebeldes incendiaram o seminário e as igrejas ca-tholicas, tendo atacado também as missões de SÍiessen.

De Janeiro a Maio do corrente a importação nos eno-ductos inglezes no nosso paiz aceusa a seguinte di-mmuiçao sobre ps mesmos mezes do anno anterior:tecidos de algodão, menos 3.000:000$: artefactos deferio, menos 900:000$. Nesse mesmo ÍrlSͧSor-taçao desfces mesmos produetos na Republica Arcen-ed^SX^" de900:00?Spara os pròductos dc algodão,e de 2.900:000$ para os de ferro.

nSS S ã re,a,írSS.da G0MpANHIA DE MlNEUÀÇAO DliOuro de S João d EI-Rei, verificou-se que essa eniprezatem extrahido, até agora, ouro no valor de 360.000:000$.

No Transvaal, os boers começaram agora o seu sys-tema de guerrilhas, visando, principalmente, embaraçaras communTcações do exercito de Lord Roberts com aColônia do Cabo. — O commandantc Steijn, irmão doPresidente do Orange foi feito prisioneiro pelos in-glezes.

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Em 25 de Dezembro próximo futuro, reune-se emSantiago do Chile o Congresso medico latino-americanoao qual já prestaram adhesào os governos do Brazil,Lruguay, Republica Argentina, Bolívia e Equador.

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O juiz seccional do districto federal pronunciou pelocrime de conspiração'os cidadãos: Francisco César daCosta Mendes, Joào Francisco dos Reis Júnior, Io tenenteda armada; José Augusto Vinhaes, Io tenente da ar-mada reformado; Jeronymo Teixeira França, major doexercito reformado; Joaquim da Costa Mattos, generalreformado; Carlos Augusto Pinto Pacca, tenente-coroneldo exercito; sargentos do-exercito Joào Evangelistade Oliveira Corrêa, José de Oliveira Rios, SebastiãoBorges Teixeira, Francisco Cândido Pimenteí e AntônioIldefonso Barroso, ex-maiores da brigada policial: Lau-delmo Alves Pereira, Pedro Marques dc Oliveira, Hen-nque Caetano Tinoco, sargentos da mesma brigada;

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Dr. Chapot, Rosalina e sua mãe adoptiva

Vnnnrilo Pereira da Silva, Manoel de Paula Campos,

como incursos nas penas do art. lio § 2 do comsoPenal.~n^^in^sT

a 27, a secção de Bellas-Ames daExJosiSÒ A.

"'Fluminense, assistindo ao acto o senhorMinistro do In-terior c grandenumero de ai-tos funcciona-rios civis c mi-1 itares. Naexposição, fí-miram traba-lhos das artis-Ias Cambiada,De Grossi,Amançio deCampos, Ber-na, .lannuzzi,Sberg, Delpino,paluzz», \Val-dez. Bnrlholo-mcy, Guilher-m e' Santos,Victor Meircl-les, D. AdelaideDíoíío, João

L_Ipsé da Silva,DelphimdaCa^-mara, SousaPinto, Stcckele outros.

A 25, comme-morou-sé cmMoguncia o emvarias outrascidades da Eu-ropa o quintoCKNTENAltIO DONASCIMENTO DEGUTTEMBEBG.

Foi inaugu-rada em Lon-d res a opulentaGALERIA DE PIN-tuba legada aoEstado pelo ce-lebre Sir Ri-cha d Walláce.

Está dcfiniU-vãmente cons-

iitnidn r> iá se anresentou ás câmaras o ministério por-

dos Santos.^l^íú^eTallemães empregados em emprezas bra-

• Os primeiros passos de Rosalina

¦ Moiras orçam cm cerca de 385 mil contos, c o capitaldis cisas

"a íemáes estabelecidas no Rio de Janeiro,

% Pauie1 Rio Grande do Sul monta a 1(V.» mil contos.

^e^^^a peste bubônica no Porto, cm Portugal.

^T^dTdosT impostos de consumo arrecadados norn-nneilío trimestre d'este anno, em todo o Brázil, montaa 1U.910:C20$0Ü0.

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A divisão do General French a caminho de Pretória

ROSAUNÂUm prêmio

asubscriptoresCom o riu-

mero de bojeencerramos asubscripçãoaberta em la-vor de Rosali-na.. Faremoschegar ás suasmãos o que nosfoi re:mçttidopor nossos gen-iis c pcquoni-nos leitores. Soum retrato não

. podemos dará-o de Sylviá deOliveira. Mas apiiõtographiaera tão poucqnitida, que foii m p o s s i v e 1aprovcital-a nagravura. ,

Recebemosmais:

Fábio e Isa-bel HortajdcAraújo 5$; JoãoCândido da Sil-va 5$; Tarcillade Salles 5S eAugusto Ma ira-lbães 2S (*)•Ouantia já pu-l)licadal5OS00O.Total 167$00ü.

W) Pozádis/poéíçâo (i€' Ro-saliift 20 volu-mes da ColfjprãoModernanajjU-vrarfá Magsi-lhães,ruaGon-çalves Dia% 43.

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TECJTOIVIA -i" Parte do pessoal

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58'—-n; 7 REVISTA DA SEMANA 1 de Julho de 1900

A CHINASeu desmembramento.

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D'esta vez a China não escapa, será executada; pareceque chegou a hora. O mais dífflcil da empreza já seconseguio: as potências estão~de accordõ, áccordo quese resume, alias, numa simples divisão. O velho im-perio é grande, ha de caber um bom quinhão a cadauma das nações civilisadoras. Infelizmente, para cilas,esses quinhões estão inçados de chins e será muitodifflcil eliminal-os, exploral-os ou concorrer com elles...vencel-os pelas armas é facillimo, mas, o resto?... E'

, bem possível que a Europa ainda se arrependa de iri mecher com aquelle formigueiro, de desmanchar aquelle

mundo de 400 milhões de indivíduos que representam,Ãmá civilisação mais antiga e mais estável que a nossa.

Oi pretexto do momento foi a insurreição dos boxers,quer dizer, dos chinezes que se defendem, que defendem¦¦ as suas instituições e civilisação, que- preferem con-tinuar chinezes. Isto, aos olhos da Europa, é um crime,deve ser punido e então começa a obra...

Em verdade, não é agora que ella começa; vem de1840. Nessa data, o governo chinez prohibio aos inglezesque introduzissem ópio no Império e, por isso, a Ingla-

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Dr. Guedes de MelloPresidente do Congresso de Medicina e Cirurgia

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terra declarou-lhe guerra. A China teve de ceder, e, em1842, firmou um tratado — a convenção de Nankin —abrindo ao commercio inglez os portos de Cantão, Amoi,Fu-chiu, Ning-po e Shang-hai, concedendo estações nosmar ps chinezes, cedendo a ilha de Hong-Kong, permit-

4j['<jUj o commercio do ópio e obrigando-se a pagar umaindemnisação de cerca de 125 mil contos da nossa moeda,ao cambio actual. Pouco tempo depois, foram essescinco portos abertos aos Estados-Unidos e á França,sendo que esta ultima obteve também o direito de pro-.1teger as missões catholicas da China.

Tudo isto representava, em ultima analyse, um ataqueá soberania de uma nação, que é a mais antiga do mundo;era a Europa invadindo o velho império, querendo ab-sorvel-o. Mas elle reagio, reagio soflsmando a con-venção, embaraçando a acção dos missionários e maisemissários da civilisação européa. A' vista d'isto, a Françaea Inglateira combinaram para agir mais energicamentesobre a China. Foi logo depois da guerra da Criméa,tomando como motivo o massacre, de um missionárioinglez e a prosa de um navio também inglez, o go-vèrno britannico fez bombardear pela sua esquadra acidade de Cantão e mandou depois essa mesma esquadraameaçar os portos chinezes do Norte. O Filho do Ceucedeu, diante dos canhões, e firmou tratados (26 e 27de junho de 58) com a França e a Inglaterra, medianteos quaes declarou abertos ao commercio estrangeiroos portos de Kiang-chu, Shang-chú, Taivan, Tansui,

,s Chi-fu, Nan-ning c Nin-shuang. Mas, quando os repre-^ ,«enténtes d'essas duas nações se apresentaram em Taku'

para ratificarem ós mesmos tratados, foram assaltadosdentro dos próprios navios em que tinham ido. Reco-meçou a guerra; formou-se um corpo de exercito anglo-francez, exercito que penetrou em Pekim a 13 deSetembro de 1860. Houve os competentes saques e in-cèndios: o palácio do governo foi devorado. O tratadode Tien-Tsin (1860) deu fim a essa terceira guerra eestabeleceu como cláusula principal para isto, a inclusãodo porto de Tien-Tsin entre aquelles abertos ao com-mercio estrangeiro. Além d'isto e da indemnisação pe-cuniaria, um artigo especial concedia á Inglaterra umafaixa de terra no litoral do continente, fronteiro a Hong-

Em seguida, os Estados-Unidos e a maior parte dasnações da Europa firmaram tratados análogos com a

fancida pelas armas, a velha nação continuava a re-gaáy> Houve um momento em que demonstrou com-

inder bem as intenções da Europa e procurou,defender-se activamente, isto é, começou a pre-

ra a defesa. Ao mesmo tempo, ia contempo-jn as grandes potências, ladeando, tergi-

versando, soflsmando os tratados. E' assim que, nãostante estarem concluídos nos portos abertos, Shan-u e Nanking continuaram ainda muito tempo fecha-s aos navios estrangeiros, e os missionários e

XDloradorês nem sempre tinham livre transito peloimpério. Nâo era só o governo o responsável por esses

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factos; a população por si mesma, sentindo-se ameaça-da, escandalisadã, offendidas nas suas tradições e cos-tumes, reagia, collocando o governo do império emsituação difflcil.

Deste modo originou-se o grande conflicto com a Ingla-terra em 1875. Um agente diplomático inglez dirigia-se aBamo, para estudar um projecto de estrada de ferroentre a Birmânia e o Iunnan e foi assassinado em ca-minho. A diplomacia chinezavfèz o "que

pôde-para-re-salvar os interesses e a soberania do seu paiz; dilatoua questão, demorou quanto pôde, mas teve de ceder,negociando o tratado de Chi-fu (Setembro de 1870), fir-mado pelo celebre e notável diplomata chinez Li-Hung-Schang. Então, mais quatro portos foram abertos:It-chian<í, Vu-liu, Ven-cbu, e Pak-hoi.

Nessa"época, resolveu a China estabelecer legaçõesnos principaes paizes da Europa, e, por sua vez, ovelho império já estava virtualmente invadidp_pela-ciidz__lisaçâo européa. Havia europeos estabelecidos em todasas grandes cidades da costa e.na foz de todos os gran-des>io£: crescendo o numero d'elles, crescia também onumero de pretextos para as intervenções diplomáticase as demonstrações navaós por parte da Europa.

Tal era a situação da China em 1895, tal era o gráode invasão européa —da invasão pelo lado do mar. E'preciso accentuar isto, porque,, do lado de terra, tam-bem cila soffreu e está soffrendo outra invasão, e con-vém dizer, antes de fallar da guerra chino-japoneza e dassuas conseqüências, em que se resume essa outra in-vasão. .

A primeira potência européa que chegou a hcar emcontacto com a China pelo lado de terra foi a Rússia.Em meiados do século XVII, começaram a appareceralguns troços de cossacos pela margem do Amur, e de-vicio ás excursões destas tropas pelos territórios chine-zes, irrompeu uma guerra entre as dtias nações.Terminou em 1869, estabelecendo-se, então, a linha di-visoria entre a Mandchuria e a Sibéria. Mais tarde, em1858, a China foi obrigada pela Rússia a declarar abertosá navegação os rios Amur, Zungari eUssuri; Poucotempo depois, o império slavo obteve concessões iden-ticas ás já feitas á França e á Inglaterra, e mais: umterritório de 660 milhas quadradas ao N. da Coréa, odireito de fundar estabelecimentos em Urga, Calgam eCasgar (Mangolia) e de enviar as suas caravanas aKiachta e Pekin. Finalmente, as convenções de 1862 e69 isentaram de direitos fiscaes o commercio russo daMangolia e permittiram a circulação de caravanas deKiachta a Cangan e Tien-Tsin.

A par d'essa invasão pelo Norte, a Rússia arremetteutambém pelo O., atravez do Turkestão e da Zungaria.Em 1879, firmou um tratado com o diplomata chinezCing-IIou, tratado que lhe franqueava todo o valle doIli. Mas a China não o reconheceu e Cing-Hou foi con-

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ração minoria das províncias meridionaes e a permittirque as linhas férreas e telegraphicas do Tonkin se pro-longassem sobre território chinez.

A O. do Tonkin, a Inglaterra se empenhava numaempreza análoga, procurando penetrar na província deIunnan e estabelecer ahi um commercio seu. Firma-ram-se varias convenções entre os dois governos, eestabeleceu-se que a China renunciaria ao protectorado-da^irmania-e -favoreceria-a-importação_jios_pL,oducto&inglezes nas províncias limitrophes da Birmânia, quefoi incorporada ás possessões inglezas. Além d'isto foipermittioo á Inglaterra ligar as suas linhas telegra-phicas^a Birmânia com as linhas chinezas; e, dentrode pouco tempo, Mandaley — capital da Alta Birmânia —estava ligada por uma estrada de ferro ao porto de Ran-gun no golfo de Bengala.

Prof. Dr. Sousa LimaOrador ofíicial do Congresso de Medicina e Cirurgia

demnado á morte. Como compensação, o governo russoobteve permissão de usar da estrada commercial entreHan-chiu e Culgia e a Sibéria, direito de penetrar noimpério chinez por 36 estações e licença para os nego-ciantes russos de andarem armados no território daChina.

D'ahi por diante a influencia da Rússia foi crescendosempre, exercendo-se principalmente sobre Pekin. Afundação do porto militar de Vladivostok —1860 —, aacquisição da ilha de Sachalin e as estações militaresao longo do Amur, foram os elementos principaes d'essainfluencia. Ao rebentar a guerra chino-japoneza, só fal-tava á Rússia obter, sobre o Pacifico, um porto livredos gelos.

Emquanto isto, a França também tentava penetrarna China pela fronteira terrestre. Apossada do Tonkin,tratou ella de estirar-se para o Norte, declarou o Annamcomo sujeito ao seu protectorado, e não reconhecendoo governo chinez um tal protectorado, declarou-se aguerra entre as duas nações. A luta terminou-se pelo itratado de Tien-Tsin (Junho de 1885) mediante o qual aChina renunciou definitivamente ao Annam e declarou 'livre o commercio entre o Tonkin e as províncias me-;ridionaes do Império. Em 1887, foram definitivamentefixados os limites entre os dous territórios e franqueadoa França o commercio das cidades de Mung-ze c Lang-chiu e em 95 outras duas: Ho-chiu e Se-mao. Nessaépoca, obrigou-se ainda o governo chinez: a dar prefe-rencia aos industriaes e technicos francezes na expio-

Irrompe então, em 1895, a guerrada-Cbitta.com o JaiDão,tendo como causa o protectorado da Coréa. A Chinaé vencida e, a 17 de Abril, firma o tratado de paz com anação vencedora, a qual obtém, além da abertura dosportos chinezes aos seus produetos e navios: vantagensespeciaes para os seus agentes commerciaes e a posseda Formosa, das Ilhas dos Pescadores e da península

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Prof. Dr. Mareio NeryVice-presidente do Congresso de Medicina e Cirurgia

de Liao-Tung com Port-Arthur. Em vista d'isto, a Françaa Allemanha e a Rússia intervém e obrigam o Japão arever o tratado, desistindo dá península de Liao-Tung,recebendo em compensação uma forte indemnisaçãoem dinheiro, dinheiro què é emprestado á China pelaFrança e a Rússia. Além d'isto, a Rússia coagio o Japãoa ceder-lhe condomínio e iniluencia sobre a Coréa.

Logo depois, em 96, o governo russo fez valer, juntoá corte de Pekin, os seus serviços prestados no annoanterior, e conseguio firmar com a China um tratadoque lhe permittia atravessar com a sua Transiberianaos territórios da Mandchuria e estabelecer estações mi-litares no:territorio chinez ao longo d'essa ferro-via, e,finalmente, lhe cedia o uso franco de Port-Arthur èiÉÍcaso de guerra, com o direito de manter alli depósitosde armas, carvão e viveres.

Estimulada por essas concessões, a França trata deobter também alguma cousa e, de facto, consegue —Junho de 97 —permissão e privilegio para levar umaestrada de ferro da fronteira do Annam até Iunnan,com prolongamentos para Ilanoi, Lang-chiu, Nankinge Pe-se.

E a Inglaterra, se bem que nâo tivesse os mesmostítulos de benemerencia que a Rússia e a França, apre-sentou-se também, solicitando vantagens para si. Ogoverno chinez concedeu-lhe territórios sobre o Iranadie o Talnem e nos limites da Birmânia, o livre cornmer-cio cm duas outras cidades do Iunnan e a permissão deentroncar as ferro-vias birmanas com as chinezas.

Além destas vantagens particulares, o tratado de Abrilde 95 concedeu aos estrangeiros o direito de exerceremqualquer industria, nas cidades onde residem e o deimportarem machinas.

Das três potências interventoras, só a Allemanha nâoprocurara ainda compensar-se. Mas, em Novembro de97, mandou oecupar a bahia de Kiao-chian e obteve aposse da mesma por 99 annos. Pouco depois, a es<|ua-dra russa ancorava em Port-Arthur, cujo porto, assimcomo o de Tolienvan, eram cedidos ao governo do Czarpor 25 annos.

De novo se alarmou a Inglaterra e reclamou maisvantagens: obteve a abertura de outros portos, a possepor 25 annos de Vei-hai-vei e o compromisso, por parteda China, de não ceder nem hypothecar, em hypotliescalguma, a bacia do Iang-ze-kiang. A França, por suavez, reforçou as suas solicitações e obteve também: a

Eosse por 25 annos da bahia de Kuang-Chin, na ilha de

laimane o compromisso de não serem concedidos anenhuma potência os territórios confinantes do Tonkine de haver sempre um francez na direcção dos correioschinezes (a direcção das alfândegas estava já concedidaaos inglezes). Uma ultima convenção com a Inglaterracedeu-lhe mais territórios em face a Hong-Kong, e,finalmente, o Japão arranca da pobre China o compro-misso de não serem alienados a nenhuma outra nação osterritórios fronteiros á Formosa. Tudo isto foi no Iosemestre de 98.

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de Julho de 1900T REVISTA DA SEMANA N.7 - 59

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Fábio Horta de Araújo

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íorreu então á Itália a idéa de assentar-se tambémChina. Pedio ao Filho do Céu a posse da bahia de

Sam-mun. Por toda a resposta, foi devolvido ao embai-xador a nota em que tal pedido era formulado. Então,o? governo italiano mandou o pedido em fôrma de ulti-matum. A Inglaterra interveio c ponderou que a ditabahia estava dentro da sua esphera de influencia —d'ella Inglaterra — e a Itália recuou; recolheu o pedidoe o embaixador, não obstante os encorajamentos querecebeu da parte da França, Allemanha e Rússia.

Para completar essa invasão, as quatro grandes po-táncias — Rússia, Inglaterra, França e AÍlemanha —arrancavam ao governo chinez varias concessões deestradas de ferro, concessões que acabaram entregandoa essas nações o féstàntédõ teFfitorfllr^

Eis aqui a lista completa das estradas de ferro con-cedidas a essas potências:

França — Hanoi-Langchiu-Nanning e Pese; Laocai-Iunnan; Takoi-Nanning; Pekin-Hanchiu (syndicatofranco-russo-belga).; e Pekin-Chingting-Taeinen.

Rússia — Vladivostok-Ninguta-Ghirin; Ghirin-Mucden-TálieriVán-Port Arthür, e mais o direito de fazer passar

a Transiberiana atravez da Mandchuria e de íiscalisare administrar todas as linhas que por ventura se cons-truam nessa província.

Inglaterra—Nanking-Shangai-Hangchiu-Ningpo; Tien-Tsin-Chingkiang (syndicato anglo-allemão); Taiinen-Singan (syndicato anglo-italiano); e Mandalay-Tali-Iunnan.

Allemanha— Kiauchau-Zenan e o direito de prioridadepara as ferrovias que se possam construir na provínciade Chian-Tung.

Seria interessante acompanhar, sobre o mappa, aerihistória da China d'esses últimos^essenta annos. Mu-tilada a pouco e pouco, no seu território e na suá so-berania, ella perdeu já os attributos de nação. 0 golpemortal foi-lhe desfechado pelo Japão. Vencido, o velhoimpério teve de escancarar as suas portas a todas aspotências e entregar-se discrecionanamente á tuteladessas mesmas potências. Todas as questões que lhe-Ürteressam.-São_tratadas e resolvidas sem que ella seja

ouvida sequer. Os lineàmentos do retalhamento defini-Uivo já estão assentes: ao, N., a Rússia, no centro, aAllemanha e a Inglaterra, ao S., a França. Alguns annosmais, mais alguns dias, quem sabe? e, do grande ím-perio, restará apenas a tradicção. O século XIX destruiua China, o século XX sentirá as conseqüências econo-micas e políticas d'esta catastrophe.

(Exlrahido dos trabalhos: A expansão européa na China,Beguin ; A imperatriz regente da China, Von Brant; eA situação ¦ actual da. Rússia e da Inglaterra na Asia>William H. Ratligan). - \

LIVROS RECEBIDOS

Valentim Magalhães, Rimario — collecção de poesiasdo auctor,- abrangendo o período' de 1878 a 1899.

Oswaldo Poggi, Taça de fel — contos e novellas.Henri Bonnemain, Le Banquet — poemeto offerecido á

memória do Coronel Villebois-Maureuil.

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Maria Izabel Horta de Araujò Alexandre de Escragnolle João Cândido da Silva Antônio Teixeira Augusto Magalhães

DOCUMENTOS E INFORMAÇÕES

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Os civilisadores. — Se fosse necessáriopatentear mais uma vez a hypocrisia dospretextos, que os grandes povos allegam,quando affirmam que a sua febre de con-quista tem apenas por- fim levar a civili-sação a todo o mundo, bastaria fazer ver

Io que está suecedendo na Índia Ingleza.Ha annos, que a fome lá impera. Todos osesforços do governo tem sido vãos. Mor-rem centenas, morrem milhares, milhõesde indivíduos. E a mesma nação que se* reconhece impotente para soccorrel-os

, busca conquistar o Transvaal, o Orange euma parte da China para... civilisaf-os.

As victimas da fome na índia são in-numeraveis. Oito milhões de pessoas sof-frem os seus horrores e apenas metadepôde alcançar soecorros escassos. A fomeproduz toda a espécie de moléstias e levamuitas vezes ate á demência. Em Chan-der, numa só noite, setecentos famintosficaram loucos. Para impedir que saqueas-sem tudo, foi necessário, empilhal-os,como bagagens, dentro de um trem e re-mettel-os para fortalezas. Durante o per-. curso, os doidos gritavam e cantavam coma sua voz quasi apagada pela falta deforças.

Na grande fome de 1897, morreram dezmilhões. Desta vez, todas as previsõesawfuram resultados ainda mais horríveis:100.000 milhas quadradas de território an-glo-indio e 250.000 milhas de território denrotectorado, estào reduzidas a um desertode poeira branca, implacavelmente fusti-

I gado por um sol devastador. Milhões deseres humanos fogem acossados pelo fia-. gello. As casas-dos-pobres, poor-houses,4estao atopetadas. A mortalidade cada noitenunca é inferior a 70 pessoas em cada mil.

Os campos da fome, immensas extensões,onde se dá algum trabalho aos pobres,para assim remuneral-os, não podem em-pregar todos os que se apresentam.

Em outros logares, os pobres diabos queainda tem alguma força rebellam-se, sa-queiam tudo, tentam matar as autoridades.

O arroz e os cereaes estão cada vez maiscaros e mais raros. O dinheiro das caixasde soecorros, se está exgottando rápida-mente. Pouco resta. — E eis o que pode acivilisação ingleza na índia!

Na Rússia, que também quer civilisar aChina, as grandes fomes assolam periodi-camente vastas extensões de território.

Lembrar-nos-hão talvez que também nóstemos o nosso Ceará ? E' verdade; mas,nem a fome produz lá tamanhos horrores,nem andamos animados de espirito con-quistador. O mais longe que buscamoslevar o nosso impulso civilizador foi á Ilhada Trindade. E ninguém até hoje ouviodizer que os caranguejos, seus habitantes,passassem fome ! Façam-nos justiça !

Mais um processo de resurreições. —Parece que essa historia de fazer os outrosresuscitarem háo é assim tão difficil, comoá primeira vista se podia suppòr.

As chronicas da igreja estão cheias defactos de tal natureza: Santo Ambrosio fezessa proeza com um rapaz; São. Zcnobiorepetio-a cinco vezes; São Martinho três;Santo Agostinho também cinco; São Clau-dio diversas. São Estanisláo só tentou aaventura uma vez, mas foi decisiva: fezreviver um homem que estava enterradohavia três annos!

E' inútil dizer que todo esse pessoal ficoumuito satisfeito quando tornou á vida. Nãofoi, porém, o que suecedeu a dois resus-citados de São Senano. Eram dois rapa-zelhos que, assim que se apanharam no-vãmente vivos, abriram os queixos,

chorando; e em vez de fazerem como ospequenos gulosos que gritam: « Panae, euquero doce!», berravam desconsolada-mente: « Quero morrer! Quero morrer!»O Santo, diante d'esse insistência, minis-trou-lhes o viatico e fez-lhes a vontade:deixou-os morrer em paz.

Chegará um dia em que a sciencia façalambem concurrencia a todos esses santos?Parece difficil— difficil, sobretudo, paraum defunto de três dias, como Lázaro, oude três annos como o de São Estanisláo.Aqui mesmo, porém, já se lhes contou o

aue pôde a respiração artificial, desperta-

a, graças ás tracções rythmadas da lin-gua, muitas horas depois de uma verda-deira e completa cessação da vida. O queagora, todavia, referio á Academia deSciencias de Paris o professor Marey,excede um pouco essas maravilhas.

De Marey não é preciso dizer nada aleitores um pouco instruídos no movimentoda sciencia contemporânea: foi elle o maisdecidido propugnador do methodo graphico,que permittio a observação de um grandenumero de phenomenos physiologicos, deum modo rigoroso, graphicamente, sem in-tervençáo das apreciações arbitrarias dosexperimentadores. Comprehende-se bemque um tal homem não se prestaria a levarao conhecimento de uma sociedade sabiacommunicação, embora alheia, mas quenão lhe parecesse bem verdadeira.

A communicação foi a seguinte:Um moço de vinte e quatro annos de

idade, havia sido operado de appendicite,dias antes. Estava em excedentes condi-çòes. Um dia, de repente, justo quandoestava na presença cios Drs. Hallion eTuffier, teve uma syncope. O coração parouimmediatamente.

Os dois médicos pensaram em fazer arespiração artificial combinada com astracções rythmadas da lingua. Viram, ao

cabo de algum tempo, que o empenho erabaldado. Tiveram então a idéa extranhade abrir a caixa thoracica, metter a mãolá dentro e forçar o coração a trabalhar.Foi um instante. Rasgaram o terceiro es-paço intercostal, descollaram o pericardioe, com a grande sem-ceremonia de quemestivesse apertando e desapertando umaseringa, começaram a fazer sobre o co-ração 60 a 80 compressões rythmadas porminuto. Resultado: o coração recomeçoua bater, o morto reabrio os olhos, reco-nheceu o medico e...

... e tornou a morrer, d'ahi a dois mi-nutos. Os operadores, teimosamente, fize-ram-no de novo resuscitar, pelo mesmoprocesso. De novo, porém, dahi a pouco,elle morreu [pela terceira vez que, afinal,foi a definitiva. A autópsia demonstrou quehavia um coágulo de sangue no ramo cs-querdo da artéria pulmonar. Foi isso queimpedio a resurreição de manter-se.

Dirão os senhores que não valia a penater chamado á scena tantos santos, paracontar uma resurreição gorada ? E' que ofacto tem um caracter muito animador —e, depois, convém lembrar que esses ex-perimentadores nào tinham por si as hostescelestes: lidavam apenas com a pobresciencia humana. Abrir um cadáver, enfiara munheca lá dentro, pegar um coraçãomorto, dizer-lhe : Trabalha! e vèl-o obe-decer á ordem, tem uma grande belleza !Examinada a causa porque a resurreiçãonão persistio, verifica-se que em muitosoutros casos ella pôde durar tão bem,como tem durado as innumeras, provo-cadas pela respiração artificial e as.trac-çòes rythmadas da lingua.

Convém dizer que, se a operação deTuffier e Hallion foi a primeira praticadana espécie humana, já em cães, o physiò-logisla italiano Batelli tinha alcançado re-sultados análogos.

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60 — N. 7 REVISTA DA SEMANA 1 de Julho de 1900

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, A pena de morte na Hes-panha. ^^.allando aqui mesmo j" cia pen$ de 'morte,

que o Japão:i#8n ai|ó|i|^;a|lufifrflQj5;a cruel- ;¦:v4adé^h'a^i:tiía.l dáj Hespànha a ¦;viesse res^eito.EssaaUüsao vá.e, .!a$r menos. ejip';parta, deixar de <

risÇr Verdadeira;I íAté iagorà as execuções elle-

:..ctuávam-se na praça publica. G¦^^ô;^iV'igiiarse' para ahi comol para uma lesta. Scenas degra-| qantè.s occorriam ¦ quasi sempre.

; ; Novasdisposições ordenam,porém, que ás execuções te-ribam logar no interior dasprisões. G criminoso sabe quefoi condemnado á morte 1S ho-ras antes de ser executado. Apartir d'esse momento, fica emum pavilhão isolado, onde sóo visitam os da sua família, oconfessor. e as àuclòiiidades.Desde que" a morte tem logar,iça-se na prisão uma bandeirapreta, que ahi fica todo o dia,pára que a população Conheçao facto.• Cantes, entre a notifição e arealisação da pena, mediavammais de dois dias. lia um grandesentimento de humanidade, em

^ sé ter assim diminuído esse iií-tòrvallo. E como, durante elle,dá-se ainda o recurso de graça,.restará sempreao'.condemnacÍo,durante esse tempo, a cspe-'rança da còmmulação da pena'.

A grande muralha da China.— Ha já muito tempo, que agrande muralha da China-sò--~ ser-ve-parafornecerAijiia sedioamétapnora aos oradniTsTTjoT-~'-na listas, bmigõs de velhasd ch a pás»; < | u e < 1 e s e j a m e x p i' i -mir uni isolamento "absoluto,um completo horror ao pro-grosso.

___J}e verdade, a pobre muralhanunca sêTVtrr-nem-jwira-i^sa,nem para grande cousa. Foicc-nslruida ha dois mil annòspara evitar as' incursões doslartaros em território chiriez;mas não preencheu em tempoalgum esse fim. No seu levan-t a m e n t o fora m empregadosmais de dois milbões de ope-rarios. Tinha cerca de 2.000liilomclrosde comprimento. Nabase, sua largura era de 8 me-trps e 25 centímetros: no alto,de 5 metros. Sua altura ché-gava a 10 metros.•iTudo isso está sendo demo-lido! Com os maleriaes ahiempregados e que seriam beis-tardes para construir duas cida-'des iguaes a Paris, vão levan-tar-se diques; cães, aqüedüctÒs,edifícios públicos.\^ velha obra inútil e cara

vai assim ser transformada e o que nãopôde servir para fechar a China ao conta-ctQ.dc outros povos, servirá para ábril-a á.civihsecao.

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Uma nova applicação dosraios X. — Quando Roentgenfez.a sua famosa descobertadósraioscathodicos, nãoimagi-nava de certo a multiplicidadede applicações que ella ia ter,

Quem primeiro -a utilisou foia cirurgia. Depois a medicina,o commercio, a fiscalisaçãoaduaneira—todos-bu soaramtirar d'ahi partido. O empregoagora proposto pelo professorBrignitti, que oecupa cm Roma,nos .archivos do estado, a ca-deira de paleopgraphia, não étalvez muito importante, mastem interesse.

Na idade-módia era muitofreqüente o facto de não seachar pergaminho novo paraescrever qualquer documentoimportante. N'csse caso, bus-cavam-se alguns já usados,raspava-se' o escripto e omesmo pergaminho servia 011-tra vez. A raspagem nunca erabem feita, de tal modo que asantigas letfras podiam rcappa-vecer, desde que fossem mo-lhadas com ácidos apropriados.

Mas esses ácidos tinham oinconveniente de estragar opergaminho. E' a isso que vemremediar o emprego dos raiosX. Elles permiltem a leiturados dois textos, por maisfenueque seja o vestígio do primeiro.Resta saber se se acharánesses documentos algumacousa que valha a pena., .

On revient loujours à ses premières amours!

>araVaccinas. — Vaccinar um^animal .......preserval-o de 'qualquer moléstia é comcerteza um nobre signal de quanto a ca-ridade humana tende a crescer, estenden-jdo-se aos seres inferiores. • "

Outra cousa não diria qualquer philoso-pno quando lhe contassem que um sábiopassou dias, semanas e mezes investi-gando a natureza da moléstia de' um pe-queno animal e só descançou quandopode achar-lhe uma vacina curativa.Philosopho, meu amigo, não sejas in-genuo! O animal de que se trata era alagosta —e, se o tal sábio buscava arran-cai-a a funá dos micróbios, era para en-trègal-a ã fúria dos seus queixos!j O certo 6 que, ha tempos, uma moléstia

. desconhecida começou a matar ás lagos-tas. Cada vez ellas se tornavam mais ra-ras. :Foi então que esse microbiologistadecidio-se a indagar a causa do mal. Nofim de algum tempo, augmèntou com maisum nome o rol dos bacillos conhecidos.Descoberto o mal faltava descobrir o re-médio. A seróthèrápia indicava (piai deviaSer :*iima' nova váceina. O homemsinhopreparou para isso um serum antiloxico,com o qual, nas grandes creações de la-gostas, fazem-lhes duas injecções: umaquando têm apenas nove mezes e outraquando alcançam a idade de quatro annòs.O logar melhor para a operação é a partesuperior dãs pinças. Afim de tornar pos-sivel a segunda inoculação, marcam-se as

Sme foram vaccinadas uma primeira' vez,

azendò-lhes um signal na cauda. '¦E depois de todos estes cuidados alta-

mente humanitários, um cozinheiro ásmata, mette-as numa panella e o que nãofizeram micróbios faremos nós muito maisefficazmente....

COMPANHIADE ILOTERIAS N4CI0NAES DO BRAZI1

Sede: CAPITAL FEDERAL29 e 29 A Rua Nova do Ouvidor 29 e 29 A

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Experiências atrozes. — 1 )a-mas: ingle/.as Lèm levanlíidoaltos gritos contra as experieh-cias de: vivisêcçãó. Parece-lhesuma barbaridade matarem-se[íãesT—eoe4bos- e co]3axaj>j_Ja-zendo nelles injecções.e operajlções diversas," algumas muitodolorosas.

Realmente, sempre que é pos-sivel poupar a vicia de ura serqualquer, que não seja nocivo,a|.itrajx)usa riinguemdeve pra-tJ!far.~QuãluTo, líorórn^-iia-ne—cessidarle de verificar qualquerdescoberta scientifica, de insti-tuir novos processos e metho-dos, seria descabido sentimen-talismo recusar esse recurso.

O estudo da anatomia nos ca-daveres provoca também certosprotestos. Como, porém, pode-riam os cirurgiões adestrar asmãos, se não aproveitassemesse meio? Parece que são-desobra as experiências que osmédicos vão fazendo na nossapobre carcassa, quando ellaestá .bem vivinha, para que, ne-gartdo-4hes o direito de opera-rem sobre mortos e animaes éinteriores, vamos animal-os a

recorrerem mais a miúdo a esse meio...Limitem-se a cães, coelhos e defuntos e

poupem-nos um pouco !Ha, porém, um gênero de experiências

simplesmente atrozes: são as que se fazemnos cadáveres para conhecer a força e ovalor dos diversos projeclís. Ahi odesres-peito á morte não é compensado corri onobre intuito do sábio, que busca salvarexistências preciosas. Ao contrario, o quese (píer é ensaiar nos mortos o meio dematar melhor os vivos.

Agora, por exemplo, o celebre fabricanteMauser, autor da espingarda adoptada noexercito allemão, inventou um novo re-volver de campanha. Dizem os jornaesespeciaes que elle deve ser considerado amelhor arma no gênero. Entre 50 e 500metros é o mais mortífero que se conhece.

Para experimentar-lhe os effeitos, fize-ram-se primeiro experiências com váriosobjCctos collocados a distancias diversas.Depois, para se ter uma idéã mais nítida doque elle conseguiria em um corpo humano,cadáveres foram utilisados!

Quando a bala só encontra partes molles,faz á entrada um orifício bem nitido; ásahida uma larga incisão. Se, porém, achaum osso, estilhaça-o. A morte é, nessescasos, quasi certa, porque cada fragmentotorna-se dentro do corpo um novo projectilque vae rasgaiyio órgãos e artérias. Mesmoa 500 metros, distancia a que um bom ali-rador visa perfeitamente, esses terríveiseffeitos são sempre conseguidos.

Não lhes parecem atrozes essas expe-riencias ? Pensem nos corpos lividos, sus-pensos, amarrados, expostos a esse ti-roteio ... Como é ridículo e trágico ! Devemesmo haver uma certa bestialidade pro-fissional nos experimentadores que saibamguardar toda a presença de animo atirandocontra cadáveres!

Offícinas da Revista da Semana, Lavradio, 150'Rio rlc Janeiro

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