revista vol.1 n. 1 jan.-jun.2012 [com ficha catalográfica].pdf

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    www.fasem.edu.br/revista ISSN 2238-9547

    Revista Fasem Cincias Vol. 1, n. 1, jan.-jun./2012

    Ficha Catalogrfica

    Biblioteca Dom Jos Chaves - Fasem

    Revista Fasem Cincias: Revista Eletrnica de Cincias Humanas, Sade e Tecnologia da Faculdade Serra da Mesa. - v. 1, n. 1, jan.-jun./2012 - . - Uruau: FASEM, 2012.

    Semestral ISSN 2238-9547 1. Cincias humanas - Peridico 2. Sade - Peridico 3. Tecnologia - Peridico 4. Administrao Peridico 5. Direito Peridico 6. Filosofia - Peridico 7. Educao Faculdades. I. Faculdade Serra da Mesa.

    CDU: 101(05) 34(05)

    658(05) 004(05)

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    www.fasem.edu.br/revista ISSN 2238-9547

    Revista Fasem Cincias Vol. 1, n. 1, jan.-jun./2012

    By Faculdade Serra da Mesa FASEM

    Av. Juscelino Kubitschek, Quadra U5, Setor Sul II, CEP: 76.400-000 Uruau

    (GO), Brasil. Fone: (62) 3357-7272. Site: www.fasem.edu.br

    Email: [email protected]

    A Revista Fasem Cincias uma revista cientfica eletrnica de carter

    multidisciplinar cuja finalidade a insero da Instituio no conjunto de

    faculdades, centros universitrios e universidades que promovem a produo do

    conhecimento cientfico e sua publicao como forma de democratizao do

    saber.

    permitida a cpia, reproduo e citao dos artigos e materiais contidos nesta

    revista desde que seja citada a fonte.

    Editor Gerente

    Prof. Esp. Rodrigo de Freitas Amorim

    Projeto grfico, capa e diagramao

    Prof. Esp. Rodrigo de Freitas Amorim

    Divulgao

    Diretoria de Imagem e Comunicao DIC

    Conselho Editorial

    Prof. Esp. Rodrigo de Freitas Amorim

    Prof. Dsc. Marcelo Lisboa Rocha

    Prof. Ms. Jess Silva de Arajo

    Prof. Ms. Jorge Gabriel Moiss

    Prof. Ms. Rodrigo Gabriel Moiss

    Prof. Ms. Roldo Oliveira de Carvalho Filho

    Prof. Ms. Rudlei Silva Almeida

    Prof. Ms. Dalva Aparecida Marques da Costa

    Prof. Ms. Geovana Mendes Baa Moiss

    ISSN 2238-9547

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    APRESENTAO

    O conhecimento construdo no mbito das instituies de ensino

    superior no pode ficar restrito a um pblico seleto de intelectuais,

    professores e estudantes universitrios. preciso divulgar o resultado das

    pesquisas acadmicas apresentadas em forma de trabalhos cientficos de

    forma a democratizar o conhecimento e permitir que o acesso s

    informaes colabore com o desenvolvimento de novas pesquisas e

    conhecimentos. Somente assim, nossa sociedade poder caminhar rumo a

    um desenvolvimento concreto e sustentvel.

    O advento das tecnologias da informao e comunicao,

    especialmente, da internet e os diversos softwares que surgem cada dia,

    possibilitaram a criao de ferramentas teis para publicao das

    informaes. A esto os sites, os fruns, os stios especializados dentre

    outros que publicam instantaneamente notcias, informaes e

    conhecimentos. Um destes recursos mais recentes o Open Journal

    System (OJS) que foi traduzido para o portugus pelo Instituto Brasileiro

    em Informao, Cincia e Tecnologia (IBICT). Trata-se de um sistema

    eletrnico de editorao de revistas cientficas (SEER), que permite que as

    instituies de ensino e pesquisa publiquem seus peridicos na rede

    mundial de computadores.

    A Faculdade Serra da Mesa tem, desta forma, a alegria de

    apresentar ao seu pblico interno e ciberntico sua primeira edio da

    Revista Fasem Cincias, desenvolvida exclusivamente para utilizar o

    SEER/OJS.

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    Nosso objetivo que atravs deste sistema tenhamos no apenas

    um meio mais democrtico e fcil de publicar nossos conhecimentos como

    tambm maior motivao para escrever e dissertar sobre as indagaes

    prprias de cada campo do saber no contexto do ensino superior e da

    pesquisa cientfica, produzindo conhecimentos tericos e prticos que de

    alguma forma contribuam para o enriquecimento cultural, social, cientfico

    e tecnolgico de nossa sociedade.

    Inicialmente, nossa revista ter um carter multidisciplinar e uma

    periodicidade semestral. Pretendemos incentivar o corpo docente a utilizar

    este recurso como meio de fortalecimento de sua produo intelectual,

    bem como oportunizar aos alunos a chance de publicarem seus trabalhos

    de concluso de curso, cuja relevncia e percia terico-metodolgica

    revelem o mrito de publicar os novos conhecimentos.

    Nesta edio inaugural, contamos com artigos de nosso corpo

    docente, e de alunos do programa de ps-graduao. Os artigos so

    frutos de pesquisas bibliogrficas, estudos de caso e pesquisas

    experimentais, que apontam para a importncia do ato de pesquisar.

    Convidamos, assim, todos nossos leitores a se deleitarem nesta

    leitura.

    Prof. Rodrigo de Freitas Amorim

    Editor Gerente

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    SUMRIO

    1 PLANEJAMENTO ESTRATGICO: INSTRUMENTO DA GESTO EMPRESARIAL PARA O SUCESSO DAS ORGANIZAES EM UM MERCADO COMPETITIVO

    Rodrigo de Freitas Amorim 07

    2 OS IMPACTOS DO FATOR TECNOLGICO NO GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAES

    Layla Pereira de Oliveira Corsi & Rodrigo da Silva Corsi 23

    3 OTIMIZAO DE TRFEGO EM REDES IP UTILIZANDO MPLS

    Huds Sousa Costa & Marcelo Lisboa Rocha 29

    4 CONTAMINAO DE JALECOS USADOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM

    Mariele Pletsch Fenalte & Luciane Cristina Gelatti 44

    5 TIRAR A VIDA: ABORTO DO ANENCEFLICO

    Geovana Mendes Baa Moiss 50

    6 CANA DE ACAR: UM ESTUDO SOBRE OS IMPACTOS ECONMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS DA INDSTRIA CANAVIEIRA NO ESTADO DE GOIS

    Izar Maria de Oliveira 63

    7 OS PARADOXOS DA INCLUSO E A IGUALDADE DE DIREITO EDUCAO

    Sheila Santos Carvalho Ribeiro 73 8 GESTO DEMOCRTICA NO ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO SOBRE O CONCEITO

    DE DEMOCRACIA, SUA LEGALIDADE E EFICCIA, COMO REQUISITOS BSICOS PARA A GESTO DE QUALIDADE

    Eder Carlos da Silva 82

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    PLANEJAMENTO ESTRATGICO: INSTRUMENTO DA GESTO EMPRESARIAL PARA O SUCESSO DAS

    ORGANIZAES EM UM MERCADO COMPETITIVO

    Rodrigo de Freitas Amorim1

    RESUMO: O presente artigo tem como objetivo apresentar o planejamento estratgico como instrumento eficaz da gesto empresarial para o sucesso das organizaes em mercados altamente competitivos, a partir da contextualizao do cenrio mundial para a economia marcada pela globalizao e suas subseqentes transformaes. Trata-se de uma reviso da literatura mediante o uso da pesquisa bibliogrfica em autores de reconhecido renome profissional. apresentada uma conceituao sobre o planejamento estratgico, sua importncia para o sucesso das organizaes, e uma descrio panormica das metodologias mais correntes para a elaborao, implementao e controle do planejamento estratgico. Fica evidenciado que o planejamento estratgico desempenha papel fundamental para a sustentabilidade das organizaes em mercados altamente competitivos, permitindo a identificao de fatores de risco e oportunidade de novos negcios. Palavras-chave: Planejamento estratgico. Mercado competitivo. Empresas. Organizaes. Sucesso.

    ABSTRACT: This article aims to provide strategic planning as an effective instrument of business management for the success of organizations in highly competitive instrument of the context of the scenario for the world economy marked by globalization and its subsequent transformations. This is a review of the literature through the use of literature by authors of recognized professional reputation. It presents a conceptualization of strategic planning, its importance to the success of organizations, and a description overview of current methodologies for the design, implementation and control of strategic planning. It is evident that strategic planning plays a key role for the sustainability of organizations in highly competitive markets, allowing the identification of risk factors and opportunities for new business. Keywords: Strategic planning. Market competitive. Business. Organizations. Success.

    1 INTRODUO

    O fenmeno da globalizao provocou vrias mudanas na forma de

    organizao das instituies sociais existentes no mundo. Mudanas de ordem

    social, cultural, religiosa, polticas e, especialmente, econmicas com a abertura de

    1 Graduado em Teologia e Pedagogia. Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Gesto

    Empresarial e EAD e Novas Tecnologias. Professor da rede pblica municipal de Uruau (GO). Professor de Metodologia da Pesquisa Cientfica, Elaborao e Gerenciamento de Projetos e administrador da plataforma Moodle da Faculdade Serra da Mesa. Email: [email protected].

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    novos mercados em mbito internacional e novas maneiras de estruturar,

    desenvolver e organizar as empresas. A globalizao fez nascer um mercado

    altamente competitivo exigindo de seus atores maior capacidade de gesto e certa

    dose de criatividade. O advento da Internet vem redimensionando os mercados,

    afetando bruscamente as economias e a forma de organizao das empresas. As

    novas tecnologias de informao e comunicao transformam no s os hbitos

    pessoais dos indivduos e as agendas sociais como imprimem s empresas uma

    necessidade vital de adequao ao novo ambiente a fim de continuarem vivas em

    um mercado altamente competitivo.

    Esse cenrio requer novos modelos de gesto empresarial adequados s

    exigncias de um mercado altamente competitivo. Modelos que reformulem

    postulados tradicionais de gesto voltados para economias estveis, de poucas

    mudanas e transformaes, em que se podiam prever com certa facilidade as

    tendncias para os cenrios futuros. Da decorre os questionamentos: como

    sobreviver em mercados altamente competitivos? Quais as responsabilidades dos

    gestores das organizaes para a adequao de suas empresas s atuais

    mudanas econmicas? O que os tericos das cincias administrativas propem

    como caminho vivel para as empresas?

    Diante desta realidade atual os estudiosos tm apontado para o

    planejamento estratgico como uma das principais ferramentas de gesto

    empresarial para o sucesso das empresas e organizaes em mercados altamente

    competitivos. A necessidade de um planejamento estratgico estruturado e formal

    vem se tornando condio primaz para a sustentabilidade e rentabilidade das

    empresas contemporneas. Segundo Kaplan e Norton (2002) a era da informao

    requer ferramentas que trabalhem os ativos intangveis (relacionamento com os

    clientes, habilidades e conhecimentos dos empregados, marca, tecnologias da

    informao, cultura organizacional, dentre outros), diferentemente da era industrial

    que criava valor simplesmente transformando a matria prima em produto acabado

    para um mercado consumidor definido. Hoje, os ativos intangveis so

    imprescindveis para a competitividade das empresas. preciso uma ferramenta

    eficiente e eficaz para relacionar os ativos tangveis e intangveis numa posio de

    competitividade para as empresas. Esta ferramenta o planejamento estratgico e

    esse o objetivo deste trabalho, apontar como o planejamento estratgico pode ser

    um diferencial para o sucesso das empresas em mercados altamente competitivos.

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    2 CONCEITUAO DE PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    Para compreendermos o planejamento estratgico interessante entender a

    etimologia da palavra estratgia, que vem do grego stratos, que significa exrcito,

    mais ago, que quer dizer liderana ou comando, se referindo inicialmente a arte

    do general" de comandar o seu exrcito contra os seus adversrios (LOBATO,

    2009).2 A metfora do general explicita a necessidade de liderana e comando para

    o sucesso das empresas no desenvolvimento e implementao de suas estratgias,

    alm de enfatizar o contexto de competio com os concorrentes que lutam por

    fatias cada vez menores do mercado consumidor. Por conseguinte, o planejamento

    estratgico implica a necessidade do desenvolvimento de competncias de liderana

    e comando dos colaboradores e das situaes que cerceiam as empresas. Segundo

    Peter Wright,

    [...] estratgia refere-se aos planos da alta administrao para alcanar resultados consistentes com a misso e os objetivos gerais da organizao. Pode-se encarar estratgia de trs pontos de vantagem: (1) a formulao da estratgia (desenvolvimento da estratgia); (2) implementao da estratgia (colocar a estratgia em ao); e (3) controle estratgico (modificar ou a estratgia, ou sua implementao, para assegurar que os resultados desejados sejam alcanados) (2000, p. 24).

    Para Michael Porter, idealizador da escola do posicionamento estratgico,3

    a estratgia no nem a busca da melhor maneira absoluta de competir nem a

    tentativa de ser tudo para o cliente. (...) a estratgia define uma forma de competio

    que oferece valor singular em determinado conjunto de usos ou para determinado

    conjunto de clientes. (2002, p. 44).

    Uma vez compreendido o conceito de estratgia podemos conceituar o

    planejamento estratgico. Pensemos nas organizaes a partir da imagem de uma

    pirmide, em que a base seja a parte operacional, o meio seja a parte ttica e o topo

    seja a parte estratgica. Para cada parte da pirmide requer-se uma forma de

    planejamento de maneira integrada e articulada com as demais partes a fim de que

    2 Veja o livro de Sun Tsun, A Arte da Guerra.

    3 A escola do posicionamento tornou-se uma das escolas de planejamento mais influentes do

    mundo, dominando a cena a partir de 1980, quanto Porter publicou Competitive Strategy. (...) A premissa central da escola do posicionamento a escolha de uma posio no mercado. (...) A organizao deve escolher uma estratgia genrica de competio diferenciao em produto, liderana em custos ou enfoque e defender sua posio no mercado contra suas concorrentes. (LOBATO, 2009, p. 32)

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    a organizao alcance os resultados almejados. Contudo, a parte estratgica, o topo

    da pirmide que tem a responsabilidade de nortear os rumos das demais partes

    cabendo ao planejamento estratgico ditar todas as nuances necessrias ao

    direcionamento da empresa para o cumprimento de sua viso, misso e valores.

    Conforme Fischmann e Almeida (2009) definem, planejamento estratgico

    uma tcnica administrativa que, atravs da anlise do ambiente de uma

    organizao, cria a conscincia das suas oportunidades e ameaas dos seus pontos

    fortes e fracos para o cumprimento da sua misso e, atravs desta conscincia,

    estabelece o propsito de direo que a organizao dever seguir para aproveitar

    as oportunidades e evitar riscos. (p. 25)

    Oliveira constri um conceito em que a dimenso do futuro visualizada

    como varivel relacionada s aes do presente, apesar de no poder ser dominada

    com exatido. Ele afirma que,

    [...] o planejamento estratgico corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providncias a serem tomadas pelo executivo para a situao em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a empresa tem condies e meios de agir sobre as variveis e fatores, de modo que possa exercer alguma influncia; o planejamento , ainda, um processo contnuo, um exerccio mental que executado pela empresa, independentemente, de vontade especfica de seus executivos. (...) o exrcito sistemtico do planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisrio e, consequentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidos para a empresa (2008, p. 4,5).

    Para Lobato (2009) o pensamento sobre o planejamento estratgico sofre

    uma crise de paradigmas tendo em vista o novo cenrio mundial de mudanas

    imprevisveis nos setores sociais, polticos e econmicos. Deste modo, as diversas

    escolas de pensamento sobre o planejamento estratgico estariam imersas nessa

    crise. Ele prope, ento, uma gesto estratgica competitiva caracterizada pelo

    aprendizado advindo das outras escolas e uma busca constante de adequao ao

    cenrio atual. A gesto estratgica competitiva seria uma abordagem

    proeminentemente voltada para a realidade globalizada atual. A atuao global das

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    organizaes contemporneas uma caracterstica chave da escola da gesto

    estratgica competitiva para o novo ambiente mundial de negcios. (p. 49)4

    Independentemente, das diferentes escolas de pensamento sobre o

    planejamento estratgico e das diversas denominaes que lhe so conferidas, o

    conceito de planejamento estratgico implica em uma ferramenta da gesto

    empresarial cujos objetivos esto relacionados ao conhecimento de suas foras e

    fraquezas no contexto do ambiente interno e, de oportunidades e ameaas

    relacionadas ao ambiente externo, exigindo dos executivos, administrados, gerentes

    e diretores das empresas, rduo trabalho de compreenso desses diversos fatores

    para o estabelecimento de uma filosofia empresarial personificada destinada ao

    alcance de resultados que promovam o sucesso da empresa. Trata-se de um

    esforo reflexivo intenso para promoo da sustentabilidade e rentabilidade dos

    ativos das organizaes. de fato uma questo de sobrevivncia em meio

    acirrada competio dos mercados da nova economia. como afirma Lobato, para

    planejar e pensar estrategicamente necessrio um trabalho que harmonize:

    persistncia, tempo para desenvolvimento do seu estilo estratgico e capacidade

    inspiradora. (p. 17)

    3 IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    No podemos fugir da globalizao e de suas conseqncias para as

    sociedades e suas economias. Os mercados se entrelaam e interdependem uns

    dos outros numa incansvel evoluo de novas tecnologias e produtos e servios

    que so criados a cada dia. Para que as empresas sobrevivam e obtenham xito

    neste cenrio importante a elaborao, implementao e o controle do

    planejamento estratgico por parte dos gestores empresariais. Segundo Oliveira

    (2008), muitas empresas afirmam que tem planejamento estratgico quando, na

    realidade, no o tm, e nem sabem avaliar esta situao. (p.18) Se tratando em

    especial de micro e pequenas empresas, muitas no possuem uma definio clara

    de seus nveis estratgicos, tticos e operacionais, os quais se misturam de acordo

    com o escopo de negcios, ficando aos proprietrios ou gerentes a funo de

    4 No livro Estratgia de Empresas, organizado por Lobato, define-se nove caractersticas da escola de

    gesto estratgica competitiva, quais sejam: atuao global, proatividade e foco participativo, incentivo criatividade, controle pelo BSC, organizao em UEN, nfase em alianas, sustentabilidade e aprendizagem contnua. Vide figura 2 (LOBATO, 2009, p. 49).

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    estratgica e ttica e aos empregados o operacional. Em algumas microempresas

    no existem nveis e tudo desempenhado pelo dono que possuiu um ou outro

    colaborador. Essa realidade, contudo, no exime o empresrio da importncia do

    planejamento estratgico e de obter melhores resultados com sua elaborao,

    implementao e controle. Isso posto, observa-se que o planejamento estratgico

    auxilia a empresa no alcance de seus objetivos, melhorando sua influncia e

    abrangncia de atuao, por meio de maiores eficincia, eficcia e efetividade.5

    A teoria de Carlos Matus (1991), em seu texto O Plano como Aposta

    exemplifica e fundamenta bem a importncia do planejamento estratgico para as

    organizaes. Matus afirma que a governabilidade do homem e o seu sucesso em

    alcanar os resultados almejados esto na aposta que faz atravs do seu plano que

    pode variar entre o controle e sucesso das variaes relacionadas ao seu ambiente

    de atuao ou ao descontrole e insucesso em decorrncia do no reconhecimento

    ou domnio de tais variveis. Seu pensamento parece contraditrio quando afirma

    que o plano uma aposta, porm seu raciocnio lgico e fidedigno, uma vez que

    por mais que se use de instrumentos cientficos, lgicos e mensurveis, no se

    podem dominar todas as variveis que dominam o ambiente das organizaes,

    especialmente, as variveis referentes ao ambiente externo, que implicam na

    participao de outros atores, consequentemente, no se pode dominar os

    resultados, o que leva explicao o uso do termo aposta pelo autor. Matus (1991)

    afirma que o plano o produto momentneo do processo pelo qual um ator

    seleciona uma cadeia de aes para alcanar seus objetivos. Em seu significado

    mais genrico, podemos fala de plano de ao como algo inevitvel na prtica

    humana, cuja nica alternativa o domnio da improvisao. (p. 29). Matus nos faz

    pensar na limitao do homem no sentido de obter-se resultados. Isso nos ensina a

    combater a prepotncia de que esquemas engenhosamente pensados e montados

    possam simplesmente trazer os resultados almejados. necessrio compreender

    que no dominamos tudo, o que no significa que o plano seja ineficaz ou deva ser

    desprezado como ferramenta fundamental pela busca de excelncia organizacional.

    Pelo contrrio, ele defende o plano estratgico e sua implementao, porm, critica

    o determinismo comum em muitas metodologias estratgicas. Afirma que, devemos

    substituir o clculo determinstico pelo clculo interativo e a fundamentao de

    5 Para uma maior compreenso dos termos de eficincia, eficcia e efetividade (vide OLIVEIRA,

    2008, p. 7,8).

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    apostas em contextos explcitos. Estes contextos explcitos so cenrios possveis

    do plano. O delineamento do plano converte-se, portanto, numa srie de cadeias de

    apostas bem ou mal sustentadas em cadeias de argumentos, clculos parciais e

    pressupostos. (p. 36). Em suma, h uma necessidade de clculo estratgico,

    especialmente no que diz respeito ao planejamento estratgico, pois

    [...] o clculo estratgico refere-se a pensar estratgias para tornar o plano vivel. Ou seja, articular o deve ser com o pode ser. No basta dispor de um bom delineamento normativo e prescritivo do plano. preciso, alm disso, uma boa estratgia para lidar com os outros jogadores e com as circunstncias que arcam o jogo social. este, exatamente, o problema de saber jogar. Um jogador pode dispor de boas cartas num jogo de baralho, mas, se no souber jog-las, perde para outro que tem cartas inferiores. (p. 37)

    Em Matus observamos a importncia e necessidade do planejamento

    estratgico de forma realstica. Ele deve ser elaborado, implementado e avaliado

    constantemente, ainda que no se possam determinar com exatido os resultados

    almejados pelos objetivos e misso da empresa, pode-se com certeza ter um

    controle maior das probabilidades que cerceiam o processo decisrio e de atuao

    das empresas no mundo dos negcios globalizados. Enfim, conviver com esta

    dualidade uma exigncia do planejamento estratgico, ao mesmo tempo em que

    evit-lo ou ignor-lo significa tambm deixar-se deriva das variveis imprevisveis

    do jogo dos negcios.

    Michael Porter (2002) demonstra a importncia do planejamento estratgico

    atravs de seus seis princpios do posicionamento estratgico que: (1) direciona a

    empresa para o objetivo certo, uma vez que, cria-se valor econmico quando o

    preo que os clientes esto dispostos a pagar por um produto ou servio superior

    ao custo de produo. Quando se definem objetivos em termos de volume de

    vendas ou de liderana na fatia de mercado, supondo que o lucro ser conseqncia

    imediata, os resultados so ms estratgias. (p. 44) (2) constri proposio de valor

    e conjunto de benefcios para os clientes diferente do oferecido pelos concorrentes;

    (3) estabelece uma cadeia de valor especfica: para desenvolver vantagem

    competitiva sustentvel, a empresa precisa executar atividades diferentes das dos

    rivais ou executar de maneira diferente as mesmas atividades dos rivais (p. 44); (4)

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    trade-offs,6 que so os fatores que tornam a empresa nica e singular; (5) definio

    do modo como a empresa encaixa os elementos de sua atividade, reforando todas

    as atividades da empresa mutuamente dentre de sua cadeia de valor; e (6)

    continuidade de direo, uma vez que a constante reinveno da empresa , assim,

    forte indcio de pensamento estratgico precrio e rumo certo para a mediocridade.

    (p. 45)

    Podemos destacar ainda a importncia do planejamento estratgico com

    base na divulgao e disseminao de sua ampla eficcia no s para as empresas

    privadas, como tambm para as organizaes pblicas e no governamentais. o

    que defende Carvalho (2000) em seu artigo, Administrao Estratgica como

    Norteadora de Excelncia Organizacional Pblica, publicado pelo V Congreso

    Internacional del CLAD sobre La Reforma del Estado y de La Administracin Pblica,

    em que demonstra como a estratgia da administrao privada pode ser aplicada e

    adequada s organizaes pblicas para promover excelncia organizacional. Ele

    defende no uma reforma do Estado, mas uma readequao do mesmo com vistas

    busca de resultados, no contexto de um mundo globalizado cada vez mais

    multifacetado. O processo de mudanas determina uma valorizao cada vez

    maior, pela eficincia e pela eficcia no sentido do aumento da capacidade gerencial

    para se antecipar as exigncias de um ambiente complexo e em transformao e

    a construo de novos modelos de gesto que estejam orientados para um

    raciocnio que conduza a uma postura organizacional estratgica. (p. 2)

    Para o autor citado o planejamento estratgico de suma importncia para o

    Estado, que apesar das dificuldades de implementao dos conceitos privados no

    setor pblico, pode melhorar o Estado com o uso adequado destas ferramentas ao

    seu ambiente, definindo misso e objetivos voltados para resultados.

    4 METODOLOGIA DO PLANEJAMENTO ESTRATGICO

    Quando se fala em como fazer o planejamento estratgico da empresa as

    metodologias variam entre a simples regra de adequar-se s inovaes do mercado

    at rgidos esquemas de formulrios para serem preenchidos. No existe

    6 Do ingls, trade (negcio, comrcio) + offs (para fora de, distante de), significando uma atividade

    comercial que se distancia das demais, neste caso pela proposio de valor obtida pela empresa para o seu produto ou servio. Um exemplo seria a marca coca-cola que extrapola a simples bebida para ser um estilo de vida.

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    exatamente uma nica metodologia e necessariamente no h uma que seja a

    correta. As empresas variam de tamanho, escopo de negcio, diversificao de

    atividades e de contextos sociais e culturais, o que exige dos estrategistas percia e

    flexibilidade adequando as metodologias existentes s reais necessidades da

    empresa. O que se requer de fato que uma dada metodologia proporcione a

    estruturao do negcio colocando-o no caminho do sucesso.

    Por exemplo, Eisenhardt e Sull (2002), em seu artigo Estratgia como Regra

    Simples, publicado pela Harvard Business Review, defendem a tese de que em

    mercados altamente competitivos e de grandes e rpidas mutaes o planejamento

    estratgico deve aderir a uma perspectiva de estratgia como regra simples ao invs

    de se prender lgica dos planejamentos estratgicos tradicionais complexos mais

    aplicveis a mercados menos instveis do que aos da nova economia.

    Gordon Shan, Robert Brown e Philip Bromiley (2002), por sua vez, em seu

    artigo, Histrias Estratgicas, defendem o modelo da 3M das narrativas estratgias.

    Trata-se de uma metodologia que transforma em narrativa todo o resultado gerado

    pelo processo do planejamento estratgico. A narrativa deve preparar o cenrio,

    descrevendo o momento vigente de forma imaginosa e criativa, introduzir o conflito

    dramtico, narrando os desafios e obstculos ao sucesso e, por fim, chegar a uma

    concluso, indicando como a empresa vai superar tais obstculos e alcanar seus

    objetivos. Para os autores,

    Uma estratgia bem redigida, sob a forma de narrativa, que exponha uma situao difcil e uma soluo inovadora, redundando em aumento da participao no mercado, pode ser empolgante e decerto mais arrebatadora do que a simples incumbncia, sob a forma de tpicos com marcadores, de aumentar a fatia de mercado em 5%. Quando os indivduos se colocam como personagens da histria, seu senso de comprometimento e envolvimento muito maior. Ao transmitir uma imagem vvida da trajetria para o sucesso, os planos narrativos so ferramentas poderosas para motivar e mobilizar toda a organizao. (p. 68)

    Apesar das variaes apresentadas acima, basicamente, o planejamento

    estratgico segue uma metodologia cujos princpios e aspectos so bastante

    similares. De forma bastante simplificada as metodologias seguem em geral trs

    etapas: da elaborao, da implementao e do controle e avaliao.

    Oliveira (2008) prope uma metodologia para a elaborao do planejamento

    estratgico em quatro fases. Na primeira elabora-se o diagnstico estratgico

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    contendo a identificao da viso, valores, anlise externa, interna e dos

    concorrentes. Na segunda determina-se a misso da empresa, o estabelecimento de

    propsitos atuais e potenciais, estruturao e debate de cenrios, estabelecimento

    da postura estratgica e das macroestratgias e macropolticas. A terceira fase

    refere-se aos instrumentos prescritivos e quantitativos. Os prescritivos tratam dos

    objetivos, desafios, metas, estratgias, polticas, projetos e planos de ao. Os

    quantitativos tratam das projees econmicas financeiras do planejamento

    oramentrio, dos recursos necessrios e taxas de retorno, do fluxo de caixa

    projetado e do balano de caixa projetado. Na quarta e ltima fase faz-se o controle

    e avaliao que, na verdade, devem acontecer concomitantemente s demais fases

    do planejamento. Com afirma Oliveira, sempre necessrio que seja analisada a

    realidade de cada empresa, do seu modelo de gesto, dos seus negcios, produtos

    e servios, bem como dos fatores do seu ambiente, para que a deciso a respeito da

    melhor metodologia de planejamento estratgico seja realmente a mais acertada.

    (p. 56).

    A gesto estratgica competitiva, um dos modelos mais utilizados

    atualmente, apresenta a seguinte metodologia conforme a figura 1:

    Figura 1 - Metodologia Base da Gesto Estratgica Competitiva

    Fonte: (LOBATO, 2009: 59)

    1. Definio do negcio

    2. Declarao de viso, misso e valores

    3. Anlise do ambiente externo: tendncias, cenrios, oportunidades e ameaas

    Anlise das cinco foras competitivas

    4. Anlise do ambiente interno

    Elaborao da matriz Swot

    5. Formulao da estratgia competitiva e definio da

    cadeia de valor

    6. Implantao e controle: balanced scorecard e planos de ao

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    A definio do negcio diz respeito s necessidades dos clientes e aos

    benefcios que eles esperam encontrar na empresa proporcionando satisfao de

    seus desejos e necessidades. Deste modo, definir o negcio no simplesmente

    descrever a rea de atuao da empresa, como por exemplo, mercado varejista,

    instituio financeira, logstica, dentre outros, mas pensar como a rea de atuao

    da empresa pode atingir os desejos do cliente. Lobato (2009) oferece o exemplo da

    Nokia, que ao invs de se definir como uma empresa de celulares define seu

    negcio como conectar pessoas.

    Dentro da declarao da viso, misso e valores da empresa, procura-se

    elaborar um esquema norteador e direcionador da empresa em longo prazo. Trata-

    se do que a empresa quer alcanar nos prximos cinco anos. A viso a

    explicao do que se idealiza para a organizao. (...) expressa a maneira pela qual

    a organizao deseja ser reconhecida no futuro, uma espcie de sonho que deve ser

    vivel na implementao e ter um contedo altamente inspirador e positivo, que

    motive toda a organizao em torno da construo do futuro almejado (p. 66). A

    misso a expresso da razo de existncia da organizao, a funo que ela

    desempenha no mercado, de modo a tornar til sua ao, justificar seus lucros do

    ponto de vista dos acionistas e da sociedade em que atua. Ele uma declarao de

    propsitos ampla e duradoura que individualiza e distingue a organizao em

    relao a outras no mesmo ramo de negcio (p. 66). E os valores so as crenas

    bsicas que determinam a postura e a tomada de deciso da empresa. So

    princpios de orientao perenes e essenciais (p. 71). Como exemplo observe o

    quadro abaixo que uma sintetizao dos vrios exemplos relacionados por Lobato

    (p. 68-73):

    Quadro 1 - Declarao da Viso, Misso e Valores

    Empresa Viso Misso Valores

    Vale

    Ser a maior empresa de minerao do mundo e superar os padres consagrados de excelncia em pesquisa, desenvolvimento, implantao de projetos e operao de seus negcios.

    Transformar recursos minerais em riqueza e desenvolvimento sustentvel.

    tica e transparncia;

    Excelncia de desempenho;

    Esprito desenvolvimentista;

    Responsabilidade econmica, social e ambiental;

    Respeito vida; Respeito

    diversidade; Orgulho de ser Vale.

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    Petrobrs

    Viso 2020: seremos uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida pelos nossos pblicos de interesse.

    Atuar de forma segura e rentvel, com responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e servios adequados s necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos pases onde atua.

    Sadia

    Ser a empresa de alimentos mais competitiva do setor no mundo em solues de agregao de valor.

    Alimentar consumidores e clientes com solues diferenciadas.

    Fonte: (prprio autor)

    A anlise do ambiente externo tem como objetivo compreender os cenrios

    alternativos que rodeiam a empresa e desafiam-na a ir alm das simples projees

    de acontecimentos futuros baseados nos fatos presentes. Trata-se de um exerccio

    contnuo de percepo das oportunidades e ameaas que afetam a organizao. Tal

    anlise deve iniciar-se pela percepo do ambiente geral que constitudo dos

    elementos que formam a prpria vida da sociedade, como aspectos demogrficos,

    econmicos, sociopolticos, tecnolgicos, religiosos, etc. Depois, passa-se para o

    desenvolvimento de cenrios, que so construes de elos coerentes de

    hipteses. O objetivo no acertar exatamente o que vai acontecer, at porque isso

    seria impossvel, mas sim identificar as possveis diferentes situaes que podem

    ocorrer de tal forma que a organizao possa estar preparada para elas. (p. 78) O

    prximo passo a identificao de oportunidades e ameaas. As oportunidades

    so situaes ou acontecimentos externos organizao, que podem contribuir

    positivamente para o exerccio da sua misso e o alcance de sua viso. As ameaas

    so situaes ou acontecimentos externos organizao, que podem prejudicar o

    exerccio de sua misso e o alcance de sua viso. (p. 83) Compreendido o

    ambiente geral passa-se para o ambiente setorial, que o ambiente de atuao

    relacionado rea de negcio da empresa. Lobato sugere a utilizao do modelo de

    Porter conhecido como as cinco foras competitivas 7 para compreenso adequada

    do ambiente setorial.

    7 As cinco foras competitivas delineadas por Porter possuem dois aspectos diferentes: trs so

    explicitamente competitivas, quais sejam: o grau de rivalidade entre as empresas, a ameaa de novos entrantes potenciais e as ameaas dos produtos substitutos, e, duas so cooperativas e competitivas ao mesmo tempo, dependendo da forma que a empresa se posiciona diante delas, quais sejam: o

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    Passa-se, agora, a anlise do ambiente interno, cujo objetivo diagnosticar

    a situao vigente da organizao em relao s suas foras e fraquezas, suas

    capacitaes, competncias e questes crticas para o cumprimento de sua misso

    e seus objetivos com vistas ao sucesso. A anlise deve comear pelo levantamento

    de todos os recursos disponveis da organizao, sejam eles tangveis ou

    intangveis, pois a estrutura bsica de funcionamento de uma organizao est

    baseada nos recursos existentes (p. 95). Ento, devem-se avaliar as capacidades

    de gerenciamento destes recursos, que est relacionado diretamente ao capital

    humano utilizado pela empresa. Os recursos no geram a vantagem competitiva por

    si (...) tudo isso no to relevante se voc no souber utiliz-los bem. (...) A

    habilidade em gerenciar esses recursos num ambiente complexo e imprevisvel

    denominada capacidade. (p. 95) [grifos do autor]. Avaliados os recursos e a

    capacidade de gerenci-los chega-se compreenso das competncias

    essenciais, que no apenas uma capacidade bem desenvolvida, mas sim uma

    verdadeira vantagem competitiva sustentvel desenvolvida pela organizao que se

    distingue dos seus concorrentes e que os mesmos tm dificuldades de imitar devido

    sua excelncia. Por conseguinte, passa-se ao diagnstico das foras e fraquezas

    da organizao. A fora, ou ponto forte, uma caracterstica interna da organizao

    que facilita o exerccio de sua misso e o alcance de seus objetivos. A fraqueza, ou

    ponto fraco, uma deficincia interna, capaz de prejudicar o exerccio da misso e o

    alcance dos objetivos da organizao. (p. 100) As foras e fraquezas vo identificar

    os fatores crticos de sucesso (FCSs) para a empresa. A ferramenta FCS tem por

    objetivo priorizar as atividades-chave do negcio que precisam ser muito bem feitas

    para que a organizao atinja seus objetivos. (p.103) Finalmente, a matriz Swot

    uma das principais ferramentas para o diagnstico estratgico da empresa,

    auxiliando no conhecimento e relao das foras e fraquezas s oportunidades e

    ameaas do ambiente externo.

    Desta feita, passa-se a formulao da estratgia competitiva que melhor se

    adqua realidade vigente da organizao com vistas ao cumprimento de sua

    misso e alcance do sucesso desejado. Neste item, vrias so as propostas tericas

    para a formulao da estratgia. Cabe ressaltar que independentemente de qual

    poder de barganha dos compradores e o poder de barganha dos fornecedores. (Vide LOBATO, 2009, p. 85)

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    seja a teoria adotada a estratgia visa assegurar vantagens competitivas no

    mercado onde a organizao atua e assim construir o seu futuro.8

    Finalmente, passa-se implementao do planejamento estratgico e seu

    controle e avaliao. A implementao constitui-se do alistamento dos objetivos

    centrais da empresa e seus subseqentes planos de ao discriminando-se as

    metas a serem alcanadas. O controle e avaliao devero ser realizados

    concomitantemente s outras etapas de elaborao e implementao do

    planejamento estratgico. A gesto estratgica competitiva sugere a criao de

    mapas estratgicos por meio da ferramenta do Balanced Scorecard (BSC) para o

    exerccio de controle e avaliao.9 Com posse dos objetivos deve-se construir o

    plano de ao, em que se discriminar exatamente o qu, quem, quando, onde, por

    qu, como e quanto custar a implementao do planejamento estratgico para a

    empresa. Nas palavras de Lobato, um plano de ao auxilia na demarcao de

    perodos para observao e acompanhamento das atividades e dos resultados

    requeridos, para atingir o objetivo planejado, bem como na implementao de uma

    soluo para eventuais problemas. (p. 194)

    5 CONCLUSO

    O presente trabalho teve como objetivo apresentar o planejamento

    estratgico como um instrumento administrativo fundamental para o sucesso das

    organizaes em mercados altamente competitivos. As evolues tecnolgicas e a

    velocidade com as economias globais se mesclam e se articulam requerem da

    gesto empresarial um incessante trabalho de reflexo sobre as prticas das

    empresas. Prticas tradicionais e conservadoras, preocupadas apenas com a

    manuteno do negcio em determinado nicho do mercado esto se tornando cada

    vez mais insustentveis por causa das constantes surpresas e incertezas que a

    globalizao trs consigo. O planejamento estratgico no uma ferramenta que

    garantir a infalibilidade das empresas no futuro. Esse raciocnio advm de uma

    concepo filosfica determinista da sociedade. O planejamento estratgico um

    8 Para o aprofundamento deste assunto, vide o captulo 6, A formulao da estratgia competitiva,

    do livro, Estratgia de Empresas, organizado por Lobato pela FVG. 9 Para um aprofundamento sobre o Balanced Scorecard (BSC), sugerimos a leitura do artigo de

    Robert S. Kaplan e David P. Norton, Enfrentando Problemas com a Estratgia? Mapeie-a, idealizadores do BSC, em Planejamento Estratgico. Harvard Business Review. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. (p.73-94)

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    processo decisrio e reflexivo que proporciona as organizaes um maior

    conhecimento de si prprias e do ambiente em que est inserida, com o uso de

    variadas ferramentas que podem reduzir as incertezas e preparar melhor as

    empresas para as surpresas comuns nova economia. O planejamento estratgico

    em si um grande desafio para a gesto empresarial que pode conduzir ao sucesso

    organizacional. Fica evidenciado atravs desta pesquisa bibliogrfica que qualquer

    indiferena a este instrumento administrativo deixa a empresa vulnervel s

    correntes externas e aos problemas internos comuns s organizaes.

    Vulnerabilidade tal que poder levar ao fracasso da empresa. Portanto, a suma :

    em mercados altamente competitivos como os atuais mercados da nova economia

    globalizada o planejamento estratgico se coloca como condio imperativa para

    que as organizaes galguem os caminhos da sustentabilidade, rentabilidade e do

    sucesso.

    REFERNCIAS

    CARVALHO, Marco Antnio de Brito. Administrao Estratgica Como Norteadora de Excelncia Organizacional Pblica. V Congreso Internacional del CLAD sobre la Reforma del Estado y de la Administracin Pblica, Santo Domingo, Rep. Dominicana, 24 - 27 Oct. 2000. Disponvel em: Acesso em: 19 jul. 2010 EISENHARDT, Kathleen M. & SULL, Donald N. Estratgia como Regras Simples. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. FISCHMANN, Adalberto A. & ALMEIDA, Martinho I. R. de. Planejamento Estratgico na Prtica. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2009. KAPLAN, Robert S. & NORTON, David P. Enfrentando Problemas com a Estratgia? Mapeie-a. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. LOBATO, David Menezes (org.). Estratgia de empresas. Srie Gesto Empresarial. 9. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. MATUS, Carlos. O Plano como Aposta. So Paulo em Perspectiva, 5(4). Outubro/Dezembro, 1991. Disponvel em: http://www.seade.gov.br/produtos/spp/v05n04/v05n04_07.pdf> Acesso em: 18 jul. 2010

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    MICHAEL, Porter. Estratgia e Internet. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouas. Planejamento Estratgico. Conceitos, Metodologia e Prticas. 25. ed. So Paulo: Atlas, 2008. SHAN, Gordon e OUTROS. Histrias Estratgicas. Como a 3M Est Reescrevendo o Seu Planejamento de Negcios. In: Planejamento Estratgico. On Advances in Strategy. Harvard Business Review. 7. ed. Trad. Afonso Celso da Cunha Serra. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2002. WRIGHT, Peter e OUTROS. Administrao Estratgica. Conceitos. Trad. Celso A. Rimoli e Lenita R. Esteves. So Paulo: Atlas, 2000.

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    OS IMPACTOS DO FATOR TECNOLGICO NO GERENCIAMENTO DAS ORGANIZAES

    Layla Pereira de Oliveira Corsi1 Rodrigo da Silva Corsi2

    RESUMO: Os avanos trazidos pela constante evoluo do fator tecnolgico no campo empresarial, bem mais que meras sofisticaes operacionais, permitiram que no s evolussem os modelos gerenciais, mas influenciaram o trabalho dos profissionais. O fator tecnolgico aliado e gerenciamento das organizaes permitiram a criao de novas ferramentas de gesto, mais dinmicas e sofisticadas. Acompanhando o novo ritmo dos negcios, cobrado do gestor organizacional, cada vez mais que este procure capacitar-se. Com isso, houve a necessidade de transformao dos profissionais atuantes nas organizaes perante o processo decisrio, atuando agora como o gerenciador de informaes organizacionais. Este artigo tem como objetivo analisar os impactos do fator tecnolgico no gerenciamento das organizaes no contexto atual, principalmente no que se refere a mudanas ocasionadas na execuo das atividades e no perfil do gestor. Palavras-Chaves: Avanos. Evoluo. Fator tecnolgico. Profissional. Organizao. ABSTRACT: Advances brought by the constant evolution of technological factor in business field, well more than mere sofistication operational, allowed not only to develop managerial models, but influenced the work of professionals. The Allied technological factor when managing organizations allowed the creation of new management tools, most dynamic and sophisticated. Accompanying the new pace of business, is charged of organizational Manager, increasingly that this search empower refers this, there was the need for transformation of professionals engaged in organizations in decision-making, acting now as organizational information manager. This article analyzes the impacts of technological factor in managing organizations in the current context, especially with regard to changes arising in the execution of activities and in the Connection Manager profile. Keywords: Advancements. Developments. Technological factor. Professional organization.

    1 INTRODUO

    Os processos administrativos esto em constante melhoria e aprimoramento

    durante sculos. Houve mudanas significativas tanto nas normas e padres que

    norteiam as organizaes. Com a informatizao e o advento da Internet, as velhas

    rotinas operacionais cedem espao para a modernizao sistemtica dentro das

    1 Graduada em Administrao pelo Centro Universitrio de Gois-UniAnhanguera. Ps-graduada em

    MBA em Recursos Humanos pelo Centro Universitrio de Gois-UniAnhanguera. Mestranda em Administrao com linha de pesquisa em gesto de sistemas educacionais. Email: [email protected] 2 Graduado em Administrao pela PUC Pontifcia Universidade Catlica de Gois. Mestrando em

    Administrao com linha de pesquisa em gesto de sistemas educacionais. Email: [email protected]

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    organizaes, livros, registros, fichrios, formulrios contnuos cedem espao a

    disquetes, amplos arquivos engavetados so armazenados em arquivos nos

    microcomputadores e viram planilhas de informaes com acesso livre a diversos

    usurios.

    Para Beal (2004), as novas tecnologias causaram mudanas no desenho

    organizacional em decorrncia das inovaes h grandes impactos no

    gerenciamento organizacional em relao a procedimentos, estrutura, processos,

    fluxo de informaes, mudanas em produtos e servios. Desta forma o principal

    objetivo no gerenciamento das organizaes o aumento da competitividade e a

    administrao das mudanas.

    2 PROBLEMTICA

    Observam-se os constantes impactos tecnolgicos existentes no

    gerenciamento das organizaes. A tecnologia mudou a vida das pessoas e tambm

    das empresas. Em decorrncia disso o modelo de direo deve se ajustar a esse

    processo.

    O fato que as alteraes tecnolgicas esto cada vez mais rpidas e

    complexas. Tal ritmo e tamanha complexidade transformam a tecnologia num fator

    bsico e essencial para desenvolver competitividade no mercado global.

    Alis, a evoluo das tecnologias nada mais que a evoluo do pensar

    humano, num esforo para criar formas de vencer obstculos, sendo o tempo e o

    espao as dificuldades mais prementes de serem vencidas.

    3 FUNDAMENTAO TERICA

    Desde a Segunda Guerra Mundial, os cientistas tm considerado a

    tecnologia como um dilema moral e que seu uso pode causar conseqncias

    profundas na humanidade e no planeta. Os socilogos vem o problema atravs do

    aumento da complexidade e da velocidade das mudanas que a tecnologia est

    trazendo para a sociedade. Segundo eles, as mudanas tecnolgicas ultrapassam a

    habilidade das pessoas e das diversas sociedades para adaptar-se a elas. Para

    outras, ainda, a tecnologia vista como uma fora dominante na sociedade,

    colocando obstculos para a liberdade humana.

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    Segundo S (1999, p. 17):

    Antes que o homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou ele a mais primitiva forma de inscrio que foi a artstica, da qual se valeu para tambm evidenciar seus feitos e o que havia conquistado para seu uso.

    As novas tecnologias causam grandes impactos operacionais no trabalho.

    Gonalves (1993) cita alguns:

    - mudanas no contedo e natureza das tarefas;

    - habilidades requeridas;

    - presses no ritmo de trabalho;

    - interao de operrios;

    - quantidade de operrios;

    - distribuio e localizao dos operrios;

    - horrios e durao das jornadas.

    Um dos aspectos importantes do desenvolvimento tecnolgico foi o

    desenvolvimento da Tecnologia da Informao (TI). Segundo Rodrigues (1988):

    Tecnologia da informao o processamento da informao e comunicao

    integrada atravs de equipamentos eletrnicos. A tecnologia da informao faz com

    que as empresas tenham uma comunicao interna e externa mais eficaz.

    O aparecimento de uma nova tecnologia provoca numa sociedade

    mudanas profundas em todas as esferas psquica, fsica e scio-econmica. Esse

    fenmeno pode ser observado ao longo de toda a histria da humanidade, desde o

    Homo erectus ao Homo sapiens. Foi assim com as civilizaes orais, e

    posteriormente as escritas, com os telgrafos visuais, a inveno da imprensa, a

    difuso do livro e o surgimento dos jornais, a eletricidade trazendo evolues como o

    telgrafo, o telefone, o rdio, a televiso, os satlites, computadores e novas mdias,

    como a Internet, revelando a evoluo do pensamento humano.

    No entendimento de McLuhan freqentemente nas circunstncias em que

    novas mdias so colocadas em funcionamento na sociedade, elas se espalham

    como vrus e provocam danos irrestritos, porque permanecem invisveis.

    (MCLUHAN; ERIC, 1995).

    Seguidor das idias de Innis, McLuhan discorda com o comentrio de alguns

    estudiosos que dizem que tecnologias so por si prprias neutras e que o uso que

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    se faz delas que o ponto importante para discusso. Ele sustenta que as

    mquinas alteram fundamentalmente as relaes pessoais e interpessoais, no

    importando o uso que se faz delas. O efeito das mquinas tecnolgicas foi

    reestruturar o trabalho humano e associao pela tcnica da fragmentao.

    McLuhan chama de sonmbulos os que dizem que o uso que se faz das

    tecnologias que determina o seu valor. Para ele, o poder transformador da mdia a

    prpria mdia. A mensagem de qualquer meio ou tecnologia a mudana de escala,

    ritmo ou padro que introduz na vida humana (MCLUHAN, 1965).

    A mdia afeta a maneira como os indivduos agem e interagem na recepo

    de suas mensagens, modificando a organizao social da vida diria. Segundo o

    autor canadense, o homem constantemente modificado pelas suas prprias

    invenes, mesmo que tais modificaes sejam invisveis. O que verdadeiramente

    interessa no o que a rdio ou televiso dizem, mas sim o fato de existirem,

    trazendo transformaes sociedade. Portanto, para McLuhan, o meio a

    mensagem. Postman (1993) insiste que o uso que se faz da tecnologia

    grandemente determinado pela estrutura da prpria tecnologia.

    As ferramentas que se usam determinam a viso de mundo. Para um

    homem com um lpis, tudo parece uma lista. Para um homem com uma cmera,

    tudo parece uma imagem. Para um homem com um computador, tudo parecem

    dados. (POSTMAN; NEIL, 1993)

    Isaac e Asimov sugeriram que,

    Toda tendncia da tecnologia tem sido inventar mquinas que esto cada vez menos sob controle direto e cada vez mais parecem ter vontade prpria. clara a progresso do controle direto e imediato pelos meios humanos, at mesmo em tempos primitivos, para o escorrego frente at extrapolar e criar invenes ainda menos controlveis, at mais independentes que qualquer coisa de que eles tinham experimentado diretamente. (ASIMOV; ISAAC, 1981)

    Ellul declarou que no pode haver autonomia humana em face da

    autonomia tecnolgica. (ELLUL; JACQUES, 1964) Ele insistia que a autonomia

    tecnolgica reduz a existncia humana a uma lesma dentro de uma fenda (p. 135).

    Crticos desta definio de autonomia tecnolgica argumentam que a tecnologia

    moldada pela sociedade e sujeita ao controle humano.

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    Jacques Ellul tambm insiste que a tecnologia carrega consigo seus prprios

    efeitos, independentemente de como usada. Para Ellul, as tecnologias carregam

    consigo um nmero de conseqncias positivas e negativas, no importando como e

    para que so utilizadas. No apenas uma questo de intenes. Para Ribeiro

    (1999), O desenvolvimento tecnolgico no bom ou mal ou neutro. As pessoas

    tornam-se condicionadas por seus sistemas tecnolgicos. Independente de se

    acreditar que as tecnologias so boas ou ms, elas continuaro seu curso fazendo o

    que sempre fazem: subjugando a humanidade. A substantive theory, seguida por

    Ellul, argumenta que as tecnologias constituem um novo tipo de sistema cultural que

    reestrutura inteiramente o mundo social como um objeto de controle.

    Qualquer mudana tecnolgica produz alguma transformao social. E

    algumas dessas transformaes so muito difundidas. At mesmo fortes crticos do

    Determinismo Tecnolgico, como a sociloga Ruth Finnegan, so capazes de

    aceitar que uma tecnologia pode ser vista como causadora de grandes

    conseqncias na sociedade.Tecnologia um dos numerosos fatores das

    mudanas sociais e do comportamento humano.

    Logicamente, numa sociedade onde o grau de interao com outros fatores

    est evidentemente presente, difcil justificar uma insistncia na tecnologia ou

    mdia como o fator fundamental das transformaes sociais. Talvez os socilogos

    de quem era esperado que estudassem sobre comunicao tenderam, no

    passado, a adotar uma linha anti-tecnolgica; eles preferiram seguir Durkheim, um

    dos fundadores da disciplina da sociologia que enfatiza o social como algo

    autnomo e originalmente independente de todos os fatores mecnicos como a

    tecnologia. Nesta atmosfera, estimulante ter uma contra-viso eficaz.

    4 METODOLOGIA

    O presente artigo teve sua pesquisa delimitada atravs da literatura

    especializada existente sobre o referido tema, adotando a pesquisa bibliogrfica

    desenvolvida por intermdio de material j elaborado em relao ao tema do estudo.

    4.1 Anlises de dados e resultados

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    Percebe-se a necessidade de ser modificar as bases da administrao

    moderna, mediante a criao de um novo paradigma de gerenciamento compatvel

    com a velocidade das inovaes. Com isso, analisar os principais fatores

    econmicos, polticos e sociais que compe a empresa, para alguns autores

    designado como administrao da Tecnologia. Devido ao fluxo intenso de

    informaes.

    5 CONSIDERAES FINAIS

    As tecnologias so sempre substitudas, pois o homem est em permanente

    busca de novos meios de produzir, e a evoluo continua. Isso nos remete a uma

    eterna busca por novas melhorias tecnolgicas e a tentativa de ganhar vantagem

    competitiva com elas.

    Qualquer mudana tecnolgica produz alguma transformao social. E

    algumas dessas transformaes so muito difundidas. At mesmo fortes crticos do

    Determinismo Tecnolgico, como a sociloga Ruth Finnegan, so capazes de

    aceitar que uma tecnologia pode ser vista como causadora de grandes

    conseqncias na sociedade.

    REFERNCIAS

    BEAL, A. Gesto Estratgica de Informao: como transformar a informao e a tecnologia da informao em fatores de crescimento e de alto desempenho nas organizaes. So Paulo: Atlas, 2004. ELLUL, Jacques. The Technological Society. 1964. FINNEGAN, Ruth. Communication and Technology. 1975. GONALVES, Geraldo J. Sistemas de Informaes Automatizados: uma anlise crtica sobre sua eficcia. 1996. Dissertao (Mestrado em Administrao) - Departamento de Administrao, Pontifcia Universidade Catlica, Rio de Janeiro, 1996. RIBEIRO NETO, L.G. Os Impactos da Tecnologia nas Organizaes: uma viso poltica. Revista Universidade de Alfenas. Alfenas: Universidade de Alfenas, v.5, n.1, jan/jun, p.95-101, 1999. S, Antnio Lopes de . Teoria da Contabilidade. 2. ed. So Paulo: Atlas, 1999.

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    OTIMIZAO DE TRFEGO EM REDES IP UTILIZANDO MPLS

    Huds Sousa Costa1 Marcelo Lisboa Rocha2

    RESUMO: Neste trabalho apresentada uma tcnica de otimizao para o roteamento de trfego em redes IP sobre MPLS. Aqui, a tarefa de roteamento de trfego foi modelada como um problema de programao matemtica e foi proposta uma heurstica de colnia de formigas para resolver aproximadamente este difcil problema computacional. Os resultados experimentais demonstram que o algoritmo de roteamento baseado na heurstica de colnia de formigas proposta apresenta melhor desempenho que os algoritmos padres, com respeito qualidade das solues encontradas e a otimizao de trfego em redes IP utilizando MPLS. Palavras-Chaves: Otimizao. Roteamento em redes IP. MPLS. ABSTRACT: In this work is presented an optimization technique to traffic routing on IP networks over MPLS. Here, the traffic routing task was modeled as a mathematical programming problem and was proposed an ant colony heuristic to obtain near-optimal solutions to this computational hard problem. Experimental results show that the routing algorithm base on the proposed ant colony heuristic presents better performance than the standard algorithms, with respect to the quality of solutions found and IP networks over MPLS. Key-Words: Optimization. Routing in IP networks. MPLS.

    1 INTRODUO

    A importncia das redes de computadores em vrias reas vem aumentando

    progressivamente com o passar dos anos, tanto em nmero de usurios como na

    quantidade de aplicaes e tipos diferentes de servios que as utilizam. Grande

    parte destes servios so baseados no protocolo IP. Para suprir estas necessidades

    foi desenvolvida uma aplicao que suporta mltiplos protocolos. O MPLS

    (Multiprotocol Label Switching Comutao de Rtulos Multiprotocolo) uma

    tecnologia capaz de viabilizar mltiplos servios de rede sobre uma infraestrutura

    compartilhada, permitindo o aprovisionamento rpido de servios e tornando-se um

    ponto de concentrao para servios novos e antigos (OSBORNE; SIMHA, 2002).

    1 Graduado em Cincias da Computao (UNIRG). Professor assistente e analista de sistemas da

    Faculdade Serra da Mesa. Email: [email protected]. 2 Graduado em Cincias da Computao (UCP). Mestrado em Computao (UFF/RJ). Mestrado em

    Engenharia Eltrica (UFRJ). Doutorado em Engenharia Eltrica (UFRJ). Professor titular da Faculdade Serra da Mesa dentre outras. Email: [email protected]

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    Embora somente nesta dcada o MPLS comea a ser implantado nas redes

    de computadores para a criao de novos servios, esta tecnologia no recente.

    Iniciativas anteriores de protocolos baseados em mtodos de engenharia de trfego

    j utilizam essa tecnologia desde meados dos anos de 1990 (METRORED, 2007). A

    IETF (Internet Engineering Task Force) define-o como uma tecnologia de

    chaveamento de pacotes que proporciona o encaminhamento e a comutao

    eficiente de fluxos de trfego atravs da rede, apresentando-se como uma soluo

    para diminuir o processamento nos equipamentos de rede e interligar com maior

    eficincia redes de tecnologias distintas.

    O termo Multiprotocol significa que esta tecnologia pode ser usada sob

    qualquer protocolo de rede (OSBORNE; SIMHA, 2002). Considerando a Internet e a

    importncia de seus protocolos nas vrias WANs pblicas e privadas, tem-se

    aplicado o estudo e a implementao do MPLS basicamente para redes IP. O

    protocolo MPLS abre um campo promissor para o roteamento baseado em QoS

    (WANG, 1999), onde a seleo dos caminhos/fluxos pode estar sujeita a restries

    de QoS, expressas em termos de mtricas como: largura de banda mnima, atraso e

    variao de atraso mximos e taxa de perda mxima de pacotes.

    Sob a tica da otimizao, o problema de encontrar rotas que satisfaam a

    esses requisitos pertence categoria NP-difcil, o que significa que possui ordem de

    complexidade combinatria. Em outras palavras, o esforo computacional para a sua

    resoluo cresce exponencialmente com o tamanho do problema, dado pelo nmero

    de ns.

    Na prtica, para problemas deste tipo raramente os resultados timos so

    encontrados, existem vrios problemas classificados nesta classe NP-difcil, tais

    como: caixeiro viajando, roteamento de veculos, alocao, onde mtodos de

    soluo aplicados a instncias reais so, em geral, heursticos, isto , tais mtodos

    no asseguram que a soluo final obtida seja a melhor existente. Dentre esses

    mtodos heursticos destacam-se as metaheursticas, as quais, ao contrrio das

    heursticas convencionais, so providas de mecanismos para escapar de timos

    locais, alm de serem de fcil implementao e permitirem incluir, com facilidade,

    mltiplas restries no roteamento. (FREDERICO; JAMILSON, 2004).

    A metaheurstica baseada em otimizao de colnia de formigas (ACO-Ant

    Colony Optimization) ser utilizada para otimizar o trfego em rede IP sobre MPLS.

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    A escolha do mtodo se d pela importncia que este vem tendo nos problemas de

    otimizao, pela sua capacidade adaptativa e pela necessidade de se ter um mtodo

    que resolva o problema de forma eficiente.

    Este artigo apresenta a soluo de um problema de otimizao de trfego

    em uma topologia de rede similar quelas encontradas em backbones de

    provedores de servios de acesso Internet. A soluo consiste em minimizar o

    atraso fim-a-fim de todos os fluxos de dados que atravessam os enlaces da rede,

    restritos pelas larguras de banda respectivas. Como resultado, o congestionamento

    de forma global na rede reduzido. As solues do problema de otimizao

    tendero a oferecer os caminhos com menores atrasos de transmisso.

    As demais sees do artigo so apresentadas a seguir. A seo 2 apresenta

    o problema de roteamento em questo e sua formulao matemtica. A seo 3

    descreve a abordagem de soluo para o problema utilizando a heurstica ACO.

    Resultados computacionais so apresentados e discutidos na seo 4, enquanto a

    ltima seo conclui o trabalho.

    2 DESCRIO DO PROBLEMA

    A topologia fsica da rede pode ser modelada como um grafo conexo G = (V,

    E) direcionado, V o conjunto de vrtices do grafo, que em uma rede podem ser

    hubs, switches, roteadores, satlites, rdios-bases, entre outros; e E o conjunto de

    arestas do grafo, que representam as possveis conexes (links) entre os ns da

    rede. Ressalta-se que cada aresta ligando os vrtices i e j possui dois valores

    associados: Aij que o atraso e Cij que a capacidade/banda da respectiva aresta.

    O objetivo encontrar rotas otimizadas com o menor atraso possvel dentre

    as vrias existentes de forma a contornar as falhas existentes.

    A Figura 1 apresenta um modelo de Grafo conexo proposto para o problema,

    onde este denota uma estrutura de redes de computadores aqui identificada como

    inst1. Esta possui 10 vrtices e 20 arestas com capacidade mxima OC48, que a

    banda passante para cada link, e um atraso (rtulo da aresta).

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    Como neste problema existem vrias fontes e seus respectivos destinos com

    fluxos a serem roteados (cada qual com uma necessidade mnima de banda), o

    mesmo pode ser visto como um problema de multifluxos.

    Figura 1: Instncia Inst1 de referncia.

    Fonte: Prprio autor

    Ressalta-se que o problema de multifluxos, quando h a restrio de

    integralidade dos fluxos, se torna NP-difcil (EVENT et al., 1976) mostra que o

    problema de deciso com apenas 2 fluxos NP-completo). Assim sendo, o

    problema pode ser modelado como o problema de programao matemtica

    descrito a seguir.

    Problema: otimizao do trfego em rede IP sobre MPLS (G, c, r): Dados um Grafo

    orientado G = (V, E), atraso e banda disponvel nas arestas REc : , encontrar

    fluxos/rotas otimizadas com menor atraso satisfazendo o limite mnimo de banda

    passante.

    Onde:

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    k = n de fluxos e n = n de vrtices.

    jV = Conjunto de vrtices vizinhos/adjacentes ao vrtice j.

    iB = banda necessria para rotear o fluxo i.

    jz = Atraso da aresta j-z.

    jziy = indica se a aresta j-z est sendo (1) ou no (0) utilizada no fluxo i.

    zjix = Quantidade de fluxo que passa pelo link/atesta z-j no fluxo i.

    zjC = Capacidade do link/aresta z-j.

    = Valor numrico grande.

    Na seqncia se tem a explicao de cada item da formulao matemtica do

    respectivo problema, onde:

    (1) Minimizar a soma dos atrasos das aresta/links utilizados em todos os fluxos

    (2) Restrio de equilbrio de fluxo, onde:

    O fluxo resultante deve ser igual a zero (0) nos ns de passagem.

    O fluxo resultante deve ser igual a Bi nos ns de destino i.

    O fluxo resultante deve ser igual a Bi nos ns de origem i.

    (3) Restrio de capacidade da aresta/link: a soma de todos os fluxos que passam

    pela aresta/link z-i deve ser menor ou igual a capacidade zi

    C da respectiva aresta.

    (4) Restrio de utilizao: indica que se passou algum fluxo pela aresta z-j no

    caminho i a aresta j-z est sendo utilizada no fluxo i (jzi

    y ).

    3 A HEURSTICA ACO PROPOSTA

    Este trabalho aplica a metaheurstica da colnia de formigas proposta por

    Dorigo e Caro (1999) para a soluo de problemas de otimizao combinatria,

    como o problema do caixeiro viajante.

    A metaheurstica da colnia de formigas foi inspirada na observao das

    colnias de formigas reais, em particular em como elas encontram o menor caminho

    entre a fonte de alimentos e o formigueiro.

    Para a obteno do alimento para o formigueiro, a colnia resolve um

    interessante problema de otimizao. Inicialmente, as formigas percorrem de modo

    aleatrio a regio prxima ao formigueiro em busca do alimento. Cada formiga,

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    enquanto percorre o seu caminho, deposita sobre o solo uma substncia chamada

    feromnio, formando um caminho ou rastro de feromnio. As formigas subseqentes

    detectam o a presena desta substncia e tendem a escolher o caminho marcado

    com a maior concentrao de feromnio. O feromnio, portanto, alm de possibilitar

    a formao de um caminho de volta para a formiga, tambm tem a funo de

    informar as outras formigas sobre quais os melhores caminhos at o alimento.

    Depois de algum tempo, os caminhos mais eficientes ou de menor distncia

    percorrida at o alimento acumulam uma quantidade maior de feromnio.

    Inversamente, os caminhos menos eficientes ou de maior distncia percorrida at

    o alimento apresentam uma pequena concentrao de feromnio, devido ao

    menor nmero de formigas que passaram por ele e ao processo de evaporao

    natural do feromnio. No problema de otimizao que o formigueiro se defronta,

    cada formiga capaz de construir uma soluo completa do problema; contudo, a

    melhor soluo s obtida mediante cruzamento das diversas solues

    encontradas.

    O Sistema de Formigas, primeira metaheurstica de otimizao de colnia de

    formigas proposta por Dorigo (1992), quando aplicado ao problema do caixeiro

    viajante, inicia-se com cada formiga construindo uma soluo a partir de um dos ns

    da rede do problema. Cada formiga k constri o seu caminho movendo-se atravs

    de uma seqncia de locais vizinhos, onde os movimentos so selecionados

    segundo uma distribuio de probabilidades dada por:

    (5)

    Na equao (5) )(tP kij a probabilidade da formiga k, que se encontra em i,

    escolher o n j como prximo n a ser visitado no tempo (iterao) t, os valores dos

    parmetros e so ajustados heuristicamente. A varivel a ponderao do

    feromnio (01) e a ponderao da informao heurstica (01), n ij=1/dij

    a visibilidade entre a varivel j a varivel i e vice-versa; dij a distncia Euclidiana

    entre i e j; ij a intensidade da trilha no caminho (i,j) no tempo t (quando t=0 a

    casos outros ,0

    .)(

    .)(

    )(

    ikik

    ijij

    k

    ij nt

    nt

    tP

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    intensidade da trilha gerada aleatoriamente, geralmente com distribuio

    uniforme). Ao longo da trilha de i at j a formiga deposita na trilha uma substncia

    (feromnio) definida por:

    (6)

    k

    ij possui este valor se (i, j) pertence a rota construda pela melhor formiga

    da k-sima iterao e 0 caso contrrio (usar Q = 1) e Lk o comprimento da tour da

    k-sima formiga. Aps um certo nmero m de formigas terem finalizado suas rotas, a

    quantidade de feromnio atualizada em cada arco de modo a reforar o caminho

    obtido pela melhor formiga. Assim, para cada arco (i,j) da rede, adiciona-se uma

    quantidade de feromnio proporcional ao tamanho da rota obtida:

    (7)

    O primeiro termo da equao (7) responsvel pela evaporao do

    feromnio, onde um parmetro que determina a velocidade da evaporao. O

    segundo termo responsvel por aumentar a concentrao de feromnio apenas

    nos arcos visitados pela melhor formiga.

    A estratgia de soluo proposta neste trabalho para o problema de

    otimizao de trfego em redes IP sobe MPLS ligeiramente diferente da descrita

    anteriormente para o problema do caixeiro viajante. No caso do problema tratado

    neste trabalho, para obteno de solues aproximadas eficientes, a ordem de

    alocao dos fluxos influencia no resultado final. De modo a este problema poder ser

    resolvido de forma semelhante ao problema do caixeiro viajante, foi atribudo um

    nmero a cada fluxo (cidade) e o que equivaleria a distncia entre as cidades o

    valor do atraso calculado entre a alocao de um fluxo e outro dependendo da

    ordem. Assim sendo, a nica diferena bsica a no necessidade de calcular a

    distncia (atraso) da ltima cidade (fluxo) para a primeira.

    4 RESULTADOS COMPUTACIONAIS

    Sero abordados nesta seo, os testes e resultados computacionais

    realizados sobre o problema proposto. A seguir, sero apresentadas as instncias

    k

    k

    ijL

    Q

    k

    ij

    k

    ij

    k

    ij tt .)1().1()(

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    utilizadas para testes e o desempenho do algoritmo ACO tanto sobre a qualidade

    das solues obtidas como o tempo de execuo, ser realizado anlises e

    comparaes destes como os mtodos de soluo B&B (Branch-and-Bound) e

    Caminho Mnimo (CM).

    4.1 Gerao das Instncias

    Houve a necessidade de desenvolver um programa com o propsito de

    gerar as instncias utilizadas para coletar os resultados computacionais onde estas

    representam grafos conexos, simulando uma estrutura de redes de computadores.

    Cada instncia gerada um grafo que representa enlaces bidirecionais e as arestas

    tm capacidade de 622 (OC12) ou 2488 (OC48) unidades de banda, atribudas

    aleatoriamente, com a mesma probabilidade, como tambm um atraso gerado

    aleatoriamente entre 0.01 e 2.0.

    A Tabela 1 apresenta as instncias utilizadas para os testes computacionais

    geradas. Estas possuem quantidades de vrtices que variam de 10 a 63, e arestas

    que variam de 28 a 978. Na Tabela 1 tambm so especificados os nmeros de

    caminhos para cada instncia.

    Tabela 1: Instncias utilizadas.

    Instncias N de

    Vrtices

    N de

    Arestas

    N de

    Caminhos

    inst1 10 20 3

    inst2 15 45 2

    inst3 20 89 4

    inst4 26 153 5

    inst5 30 209 3

    inst6 35 286 3

    inst7 40 372 2

    inst8 45 490 4

    inst9 47 540 3

    inst10 49 587 2

    inst11 53 698 5

    inst12 56 779 4

    inst13 63 978 3

    Fonte: Prprio autor

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    Na Tabela 1 esto todas as instncias utilizadas para os testes

    computacionais, os vrtices referente a cada uma, as arestas e os caminhos

    percorrido em cada instncia.

    4.2 Ambiente Computacional Utilizado

    Os testes computacionais foram realizados em um micro-computador com a

    configurao especificada a seguir, para todas as instncias sobre os algoritmos

    analisados: Processador Pentium 4 de 2.8 GHz com e 1.00 GB de memria RAM. O

    sistema operacional utilizado foi o Windows XP, e todos os programas foram

    codificados na linguagem C.

    Na seo a seguir sero apresentados, os resultados das solues (soma

    dos atrasos dos caminhos) das instncias analisadas bem como os tempos

    computacionais (em Segundos de CPU) apresentados pelos algoritmos CM, B&B e

    ACO sobre estas.

    4.3 Testes Computacionais

    Nesta Subseo, sero feitas as anlises e comparaes dos resultados do

    mtodo proposto com outros mtodos clssicos, tais como CM e B&B.

    4.3.1 Anlises dos Resultados

    Para a execuo desta anlise, foi considerada a utilizao de 3 (trs)

    caminhos ou rotas. Cada um dos 3 caminhos possui a seguinte configurao: o

    primeiro caminho tendo origem 9 e destino 10, o segundo possuindo origem 1 e

    destino 4, j o terceiro tem origem 6 e destino 8, sendo todos com necessidade de

    banda passante de 1680 Mbit/s.

    A Figura 2 apresenta a topologia de rede gerada aps a execuo do

    Algoritmo Caminho Mnimo. Para completar, as trs rotas utilizam a seguinte

    seqncia de vrtices intermedirios:

    Caminho1: 9310 trajeto de cor rosa.

    Caminho2: 184 trajeto de cor vermelha.

    Caminho3: 638 trajeto de cor azul.

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    A soma do atraso dos caminhos percorrido pelos trs rotas resulta em 4.32

    Figura 2: Soluo do CM na instncia Inst1.

    Fonte: Prprio autor

    Aplicando agora o mtodo B&B instncia Inst1 para os 3 caminhos j

    citados, tem-se a soluo ilustrada na Figura 3. A seguir, so apresentados todos os

    vrtices e arestas pertencentes aos 3 caminhos.

    Caminho1: 9310 trajeto de cor rosa.

    Caminho2: 184 trajeto de cor vermelha.

    Caminho3: 6548 trajeto de cor azul.

    A soma do atraso dos caminhos percorrido pelos trs rotas resulta em 3.81.

    Figura 3: Soluo do B&B na instncia Inst1.

    Fonte: Prprio autor

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    Agora ser apresentada a soluo do ACO, na Figura 4, para a instncia

    Inst1 com 3 caminhos j especificados. A seguir, so apresentados os vrtices e as

    respectivas arestas de cada um dos caminhos encontrados:

    Caminho1: 9310 trajeto de cor rosa.

    Caminho2: 184 trajeto de cor vermelha.

    Caminho3: 6548 trajeto de cor azul.

    A soma do atraso dos caminhos percorrido pelas trs rotas resulta em 3.81.

    Figura 4: Soluo do ACO na instncia Inst1.

    Fonte: Prprio autor

    4.3.2 Comparao dos Resultados

    Nesta subseo, sero apresentados e comparados os resultados

    computacionais das 3 tcnicas aqui implementadas.

    Na Tabela 2 esto as solues (soma dos respectivos atrasos de todos os

    caminhos a serem roteados) dos mtodos CM / B&B / ACO e o tempos

    computacionais em segundos de CPU. Deve-se citar que neste trabalho, devido ao

    alto tempo de execuo do mtodo B&B para o problema em questo, o tempo

    mximo de execuo do mesmo foi limitado ou ao tempo de execuo do ACO para

    a respectiva instncia ou at a obteno da primeira soluo vlida. Vale ressaltar

    que os tempos computacionais so diretamente proporcionais ao tamanho das

    instncias o que influncia diretamente nos resultados, como descrito na prxima

    subseo.

    De acordo com os dados apresentados na Tabela 2, pode-se observar:

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    mtodo do caminho mnimo (CM) o mais rpido, possuindo baixssimo

    tempo computacional. Por outro lado, o que apresenta as solues de

    pior qualidade. Isto pois, do ponto de vista de QoS, nem sempre o

    caminho mais curto o caminho que apresenta o melhor conjunto de

    recursos necessrios a uma aplicao.

    mtodo branch-and-bound (B&B) apresentou solues de boa qualidade.

    Contudo, a um custo computacional (tempo de execuo) geralmente

    bem mais alto que os mtodos do CM e ACO. Isto se deve a alta

    complexidade do problema em questo.

    mtodo de colnia de formigas (ACO), comparado aos outros dois (CM e

    B&B) o que apresenta a melhor relao custo-benefcio. Isto se deve ao

    fato de apresentar as melhores solues com custo computacional (tempo

    de execuo) razovel, mesmo para as instncias de maiores dimenses.

    Tabela 2: Solues e tempo de execuo dos mtodos CM / B&B / ACO.

    Instncia Sol.

    CM

    Sol.

    B&B

    Sol.

    ACO

    Tempo

    CM

    Tempo

    B&B

    Tempo

    ACO

    inst1 4.32 3.81 3.81 0.01 10.20 10.12

    inst2 2.41 2.06 1.23 0.01 19.03 19.05

    inst3 3.38 4.41 2.54 0.01 19.10 19.01

    inst4 4.19 4.40 4.06 0.01 21.50 20.81

    inst5 1.19 1.19 1.13 0.01 30.96 30.27

    inst6 1.62 1.61 1.33 0.14 50.12 45.31

    inst7 0.80 0.59 0.59 0.14 52.32 50.16

    inst8 2.52 3.51 1.68 0.15 59.11 54.90

    inst9 1.51 1.25 1.00 0.16 60.01 59.09

    inst10 0.91 0.91 0.91 0.18 63.45 41.59

    inst11 1.75 2.13 1.87 0.21 65.78 50.10

    inst12 1.65 1.41 1.05 0.25 69.09 52.01

    inst13 1.06 4.70 0.89 0.27 71.01 55.72

    Fonte: Prprio autor

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    5 CONCLUSES E RECOMENDAES

    Neste trabalho foi estudado o problema de otimizao de roteamento em

    redes IP sobre MPLS, como contribuio deste trabalho, desenvolveu-se um

    algoritmo utilizando a meta-heurstica colnia de formigas para o problema em

    questo. Embora simples de descrever e entender, o problema de otimizao de

    roteamento em redes IP de difcil resoluo. Como visto anteriormente, este

    problema est classificado como um problema NP-difcil o que limita o uso de

    tcnicas exatas para encontrar a soluo para instncias grandes.

    O algoritmo proposto foi testado em 13 instncias geradas aleatoriamente de

    tamanho compatvel com os existentes nos backbones das redes ticas das

    empresas de telecomunicaes. O ACO proposto obteve um bom desempenho em

    termos de qualidade das solues geradas, principalmente em instncias de maiores

    dimenses. Outro aspecto relevante foram os tempos computacionais satisfatrios.

    O objetivo deste trabalho encontrar boas solues num tempo

    computacional razovel. O objetivo foi plenamente alcanado com a aplicao da

    metaheurstica ACO, portanto, conclui se que os resultados obtidos so animadores,

    boas solues em uma quantidade de tempo computacional razovel.

    Este problema foi projetado para operar de forma esttica e em instncias

    prximas a saturao do enlaces, tendo aplicao direta em planejamento de

    capacidade de backbones de operadoras de telecomunicaes. No foram

    definidas garantias rgidas de qualidade de servios a serem oferecidas s

    aplicaes. A garantia de que a capacidade de largura de banda dos enlaces no

    seja violada, entretanto, melhora de forma global a QoS da rede.

    Apesar dos bons resultados obtidos pelo mtodo de colnia de formigas

    (ACO) aqui implementado para o problema em questo, ainda existem atividades a

    serem realizadas que possibilitam a obteno de resultados ainda melhores, tanto

    no tocante ao tempo computacional quanto qualidade da soluo. Assim, tem-se

    as seguintes recomendaes:

    Para melhorar o desempenho do ACO, desenvolver verses paralelas do

    cdigo desenvolvido, tanto para mquinas de memria compartilhada

    (vrios ncleos) quanto para mquinas de memria distribuda (clusters

    ou grids).

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    Utilizar outros mtodos exatos, tais como branch-and-cut e branch-and-

    price, de modo a verificar a possibilidade de obteno de tempos

    computacionais menores para as mesmas instncias ou outras ainda

    maiores para comparao com o ACO.

    REFERNCIAS

    DORIGO, M.; CARO, G. DI. The Ant Colony Optimization Meta-Heuristic. In: New Ideas in Optimization, McGraw-Hill, 1999. DORIGO, M. Optimization, Learning and Natural Algorithms. Ph.D.Thesis, Politecnico di Milano, Italy, 1992. EVEN, S.; ITAI, A.; SHAMIR, A. On the complexity of timetable and multicommodity flow problems. SIAM Journal on Computing, 5(4):691703, Dezembro 1976. FREDERICO, C. M.; JAMILSON, M. F. S; SUMIKA, H. S. Uma metodologia Heurstica baseada em GRASP, VND e VNS Para a resoluo do Problema de Dimensionamento de Redes IP. XXXVI SBPO, 2004. METRORED. Disponvel em: http://www.metrored.com.br/artigos/artigo_mpls_em_redes.php Acessado em: 22/03/2007 OSBORNE, E.; SIMHA, A. Engenharia de trfego com MPLS. Ed. Campus, 2002.

    WANG, Z. On the complexity of Quality of Service Routing. Information Processing Letters 69 (1999) 111-114. Elsevier Science, 1999.

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    CONTAMINAO DE JALECOS USADOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM

    Mariele Pletsch Fenalte1 Luciane Cristina Gelatti2

    RESUMO: Staphylococcus aureus um dos principais patgenos associados com infeces adquiridas na comunidade e no ambiente hospitalar. A colonizao por este microrganismo apresenta-se de forma assintomtica, mas de grande importncia clnica e epidemiolgica quando indivduos colonizados so o veculo de transporte desta bactria no ambiente hospitalar. Os profissionais da sade tm sido apontados, como