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Ana Cadengue

Chargista Brito

Ramirez Fernandes

AGENDAOs agitos de sexta a domingo

ACONTECEVem pra rua ou fique em casa

ENTREVISTAProcurador Federal Fernando Rocha

GIRANDO

Proteja seus direitos

CapaSanta violência, Batman!

ESPECIALTeatro Alberto Maranhãocelebra 111 anos de arte,e história.

05 #EDITORIALPerder uma boiada

21 #POR ELASJeanne Araújo

25 #TUITADAS30 #TECNOLOGIA34 #AGENDA

PSDB é chic

_rnA Revista _rn é uma publicação da BEEP! Comunicação

Rua Antônio Madruga, 2009 - NatalCNPJ. 18.559.813.0001-81

A Revista _rn não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados.

www.revistarn.com.br/revistawebrn /revista_rn /revista_rn 84 9143-6757

10Túlio Ratto

12Sávio Hackradt

16 Tio Colorau

29Raildon Lucena

32Luis FaustoProtestos fabricados

O padreco Gilson Moura

É a democracia

A Festa da Menina Morta

3 | 20 de março de 2015 | _rn

40

confira

n° 18 | 20 de março de 2015

26

18 24

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0906

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4 | 20 de março de 2015 | _rn

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Ônibus incendiado, presídios com rebeliões, secretário demitido... Caos na capital. Tudo isso acontecendo após um final de semana de manifestações, de bate boca e de insultos nas redes sociais entre simpatizantes e não tolerantes ao governo de Dilma Rousseff (PT).

A segunda-feira, 16, foi marcada pelo terror na capital do Estado. Depois de rebeliões em alguns presídios da região metropolitana, cinco ônibus incendiados por vândalos - foi o cúmulo para que as empresas resolvessem recolher toda a frota às garagens temendo mais prejuízos.

A bandidagem ditou o horário da volta da população para casa, para quem não dependem do serviço público de transporte, claro, pois às vinte horas já era possível ver os pontos de ônibus lotados de gente aguadando a condução que não viria.

O governo decreta estado de calamidade pública no Sistema Penitenciário.

A fábrica de boataria à noite da segunda perdurou até a madrugada. A Comunicação do governo se encarregou, via Sesed, de desmentir os boatos que se propagavam na rede mundial. A angústia das famílias que esperavam por seus entes chegarem em casa só aumentava.

A Força Nacional – solicitada pelo governo ao Ministro da Justiça -, desembarcou na terça, 15, em Natal, para reforçar a segurança. Nesse ínterim, era noticiada rebelião no presídio da cidade de Caicó. Ao final da manhã, a informação de motim na penitenciária Mário Negócios, e à tarde, na cadeia Pública, em Mossoró. À noite, em Caraúbas.

Essa sucessão de motins reforçaram a primeira grande crise do governo de Robinson Faria (PSD).

Resumo da ópera: não se pode mais negligenciar, não há como jogar para debaixo do tapete esse estrago nesse setor como os governos anteriores fizeram. Tampouco tentar maquiar o problema.

Na terça à noite, pelas redes sociais, o governo ainda teve tempo para lançar uma campanha contra os boatos. Até parecia que todo o pandemônio fora fictício.

Na quarta, a rasgação de seda em blogues e folhetins oficiais prejudicava o discernimento: foi eficiente ou digno simplesmente de bajulismo.

Terror aqui, terror ali e acolá

EDITORIAL _rn

[email protected]

#opiniao

5 | 20 de março de 2015 | _rn

CLÁU

DIO

ABD

ON

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ENTREVISTA FERNANDO ROCHA_rn

“As doações em campanhas eleitorais no Brasil têm uma finalidade óbvia e tautológica, o retorno do investimento”

O procurador da República Fernando Rocha é o entrevistado desta semana e discorre sobre escândalos, doações eleitorais, combate à corrupção e investigação criminal.

Como você vê essa enxurrada de es-cândalos, de corrupção no Brasil e, agora no Rio Grande do Norte?

Atribuo os sucessivos escândalos de corrupção a três causas igualmente relevantes: o sistema político-eleito-ral, ao incremento dos métodos de investigação e à maior transparência das contas públicas. O sistema políti-co-eleitoral brasileiro é arcaico e con-cebido para favorecer o poder econô-mico. Nesse processo, é exigível cada vez mais um aporte incalculável de

6 | 20 de março de 2015 | _rn

Face

book

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FERNANDO ROCHA_rnrecursos financeiros, cuja fonte ine-vitável e primeira decorre de desvio de dinheiro público. As doações de campanhas eleitorais são verda-deiros investimentos empresarias e, portanto, exigem retorno lucra-tivo somente possível com contra-tos administrativos superfaturados e desviados. As recentes operações do Ministério Público e da Polícia Federal tornaram público e oficial aquilo que tínhamos como intuiti-vo, as doações em campanhas elei-torais no Brasil têm uma finalidade óbvia e tautológica, o retorno do in-vestimento. Para tanto, os políticos eleitos com esse dinheiro, ao invés de prestarem contas dos seus man-datos ao povo, o fazem perante seus financiadores, ávidos pelo retorno. Delatores de tais operações somen-te estarreceram os românticos, dis-seram o que já era de domínio pú-blico dos menos incautos. Sob essa perspectiva, a corrupção, de fato, aumentou, na mesma medida em que os custos das campanhas elei-torais foram incrementados. Essa corrupção não tem partido ou agre-miação política, isso fica evidente quando se observa que financiado-res fazem doações para campanhas antagônicas e quando se atesta que no mesmo escândalo de corrupção estão envolvidos opositores polí-ticos. Concorre, outrossim, para a divulgação dos escândalos de cor-rupção o recente aperfeiçoamento das técnicas e instrumentos de in-vestigação do Ministério Público e Polícia Federal.

Além do avanço tecnológico, o que mudou?

Historicamente o sistema penal brasileiro foi concebido para punir e investigar crimes violentos contra a vida e contra o patrimônio par-ticular. O patrimônio público, sob essa perspectiva, sempre foi posto em segundo plano. Somente com a redemocratização, no qual órgãos de controle foram fortalecidos e a probidade administrativa se tor-nou um bem jurídico reconheci-do constitucionalmente, é que se iniciou uma gradativa busca pelo combate à corrupção. Diversos ins-trumentos de investigação foram lançados na última década, dentre os quais avulta a importância da normatização da delação premia-da que somente teve seu apogeu le-gislativo por ocasião da recente lei de combate ao crime organizado. A despeito das diversas e iterativas tentativas de enfraquecer o Minis-tério Público, na prática, a institui-ção se fortaleceu mercê do aperfei-çoamento da democracia, do apoio do povo e de sua blindagem cons-titucional. Os métodos de inves-tigação, com o auxilio do COAF, BANCO CENTRAL, Controlado-ria Geral da União, RECEITA FE-DERAL e de tecnologia de TI, per-mitem o rastreamento mais eficaz dos recursos públicos desviados o que vem revolucionando a tutela da coisa pública, como bloqueios inclusive em paraísos fiscais. Por fim, como instrumento essencial de prevenção à corrupção e até como consequência do amadurecimento da nossa democracia e da liberda-de de imprensa, a transparência da coisa pública se tornou uma via de mão única dirigida a permitir que o próprio cidadão fiscalize o des-

tino do dinheiro público. A lei de acesso à informação densificou o princípio da publicidade dos atos administrativos e impôs deveres legais fundamentais para evitar a corrupção, bem como sua fiscali-zação. Em suma, os escândalos de corrupção recentemente propala-dos estão diretamente relaciona-dos ao sistema político-eleitoral degenerado, cada vez mais caro e financiado pelo desvio de recursos públicos, mas que, na mesma me-dida, vem sendo melhor apurado pelos órgãos de fiscalização e pelo próprio cidadão.

Você acha que o judiciário conse-gue responder às demandas atu-ais?

Como, de certa forma, restou adiantado na indagação anterior, a busca por combater a corrupção no país, no aspecto legal, somente ganhou relevo com a redemocra-tização. É um fenômeno bastante recente. Para se ter uma ideia, as prisões preventivas no país, aque-las que ocorrem antes de uma sen-tença transitada em julgado, foram concebidas para serem executa-das predominantemente em auto-res de crimes violentos, conside-rados como tais aqueles voltados a atingir a integridade física huma-na. Desviar dinheiro público, sob esse aspecto, não é crime violento o que sempre permitiu que os au-tores desses delitos respondessem em liberdade e ainda que condena-dos, se submetam a cumprimento de pena em regime menos gravoso e até substituição por penas alter-nativas. Não é, portanto, excesso

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FERNANDO ROCHA_rnde investigação. Há investigação e corruptos estão sendo processados e condenados, as penas é que são in-compatíveis com o valor que atual-mente a sociedade atribui à higidez do patrimônio público, antes deixa-do em segundo plano.

Como assim?

Em regra geral, somente com pena superior a 8 anos é que o regime ini-cial é fechado, único no país, que, na prática, o condenado permanece re-cluso e ainda durante 1/6 do seu tem-po. Ocorre que, por exemplo, o crime de desvio de recursos públicos, deno-minado de peculato, a pena é de 2 a 12 anos. Dificilmente um réu primário que desviou mi-lhões de recursos públicos, crime esse que não é considerado violento, é condenado a mais do que 8 anos. Ainda assim, como a progressão da pena é de 1/6 do seu cumprimento, em pouco mais de um ano, o conde-nado está nas ruas novamente – era para cumprir pena em regime semia-berto, mas diante do caos do sistema prisional pátrio, não há vaga e o con-denado termina sendo beneficiado com prisão domiciliar. Daí a sensa-ção de impunidade.

Então, o que fazer?

Os valores da sociedade mudaram, a democracia impõe que para tais deli-tos as penas sejam mais contunden-tes e que os seus autores sejam mais rigorosamente punidos, com pena de prisão em regime fechado, por exem-

plo. Por outro lado, é fundamental também que o sistema de justiça este-ja atento a esses novos valores da sociedade e confira à lei interpretação conforme tais anseios. Infelizmente, é muito comum a cultura da imposi-ção da pena mínima em crimes que tais. Alguns setores do judiciário são refratários à imposição de penas mais elevadas em crimes de corrupção ainda sob a influência do Direito Penal de 1940, que foi concebido para punir mais severamente somente os crimes considerados violentos. Sob tal perspectiva, criou-se uma verdadeira cultura da imposição da pena mínima com regime inicial menos gravoso em crimes de tais natureza. É tempo de uma virada nesse entendimento, para além de alterações legis-lativas. E lampejos desses valores começam a surgir em decisões judiciais mais recentes, nas quais o juiz reflete sobre as consequências danosas do desvio do dinheiro público para a população, animando a fundamentar penas mais graves, proibição de substituição de pena privativa de liber-dade por sanções alternativas e fixação regime inicial fechado.

8 | 20 de março de 2015 | _rn

https://twitter.com/fernandorocha26

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ACONTECE DA REDAÇÃ[email protected]

Prefeitos e vereadores do RN em defesa da reforma políticaMais de mil participantes são espe-rados no 1° Encontro de Prefeitos e Vereadores do RN que será realiza-do nesta sexta-feira (20) no Centro Administrativo, em Natal. Com pa-lestras do ministro das Cidades, Gil-berto Kassab e do governador Robin-son Faria, o evento é uma promoção conjunta das Federações das Câma-ras dos Vereadores do Rio Grande do

Norte (FECAM/RN) e dos Municí-pios do Estado (FEMURN).

Durante o encontro, será entregue à bancada federal do Estado um docu-mento de apoio à realização da refor-ma política ampla que contemple a unificação de mandatos e pleitos em todos os níveis – municipal, estadual e federal, com o fim da reeleição no

Manifestações

executivo. O entendimento é que há excesso de eleições e que a unificação vai gerar economicidade nos gastos de campanha.

O presidente da FEMURN, Francis-co José Júnior, informa que uma pes-quisa feita pela Confederação Nacio-nal dos Municípios detectou que mais de 80% dos gestores são favoráveis às eleições gerais e mais de 70% favorá-veis ao fim da reeleição no executivo, após mandatos de cinco anos corri-dos. “Além de reduzir gastos, favorece o desenvolvimento de políticas públi-cas de médio e longo prazo”, defende o presidente da FEMURN e prefeito de Mossoró.

O presidente da FECAM/RN e pre-sidente da Câmara de Vereadores de Mossoró, Jório Nogueira, também ressalta a importância da reforma po-lítica. Ele lembra que a União dos Ve-readores do Brasil prega a instituição de eleições gerais e mandatos de cinco anos em todos os níveis. “A popula-ção brasileira não aceita mais pagar a conta da realização de eleições a cada dois anos. A sociedade clama por esta reforma a fim de atender melhor a população e tornar mais eficientes as ações de governo integradas entre as três esferas, federal, estadual e muni-cipal”, destaca o vereador.

O 1° Encontro de Prefeitos e Vereado-res do RN terá início às 15h, na Escola do Governo (Centro Administrativo em Natal/RN). A inscrição é gratuita e poderá ser realizada a partir das 14h no local. Serão emitidos certificados de participação.

O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, é palestrante do evento

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SOLIDÁRIOSSenadores e deputados se colocando à disposição do governo Robinson nesse momento de crise na segurança pública do Estado. Pelas redes sociais, José Agripino, Felipe Maia (DEM); e Walter Alves (PMDB) – da oposição – querem ajudar nas ações do governo estadual. Bom que se diga aos componentes da “assopra que passa”, que isso não se trata de boato, ok?

MMAOs vereadores de Mossoró Genivan Vale (PROS) e Alex do Frango (PV), por pouco não se abufelam na sexta, 13. O atrito aconteceu no Palácio da Resistência, sede da prefeitura. Os edis há tempos não se bicam.

Calma, meninos! Veja o vídeo.

VUCO-VUCOE o troca-troca de secretários no governo Robinson Faria (PSD) continua. O último foi o Secretário de Justiça e Cidadania, Zaidem Heronildes. Até parece que é meta manter o stato quo. Vale lembrar que o recorde ainda é do governo Rosalba.

SANGRIA E LAMBANÇAAté o líder do governo Robinson na Assembleia, deputado Fernando Mineiro (PT), chama de lambança as sucessivas declarações da administração estadual sobre os saques feitos ao Fundo Previdenciário. Até agora ninguém sabe o valor real da sangria.

Na terça-feira, 17, eu estava na Assem-bleia Legislativa, partipava de uma con-versa amistosa com o deputado Rai-mundo Fernandes, o “Raimundão” e outras pessoas, quando surge o ex-de-putado Gilson Moura que, sem titubear, benzeu – como o padre – o deputado. O deputado se irrita e brada: Vai te ben-zer, homem. Você está precisando mui-to, muito mais que eu!

Já presenciei em outra ocasião Gilson

Moura com essa pilhéria. O ex--deputado gosta de invocar, traçando o sinal da cruz no ar, a graça divina sobre quem pas-sa em seu caminho. Só pode ter alguma inclinação para o sacer-dócio.

Que bom, Gilson Moura. Nunca é tarde para se arrepender dos peca-dos. Vamos pedir perdão.

O padreco Gilson Moura

TÚLIO RATTO [email protected]

#opiniao #notas

10 | 20 de março de 2015 | _rn

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CONTRIBUAAcho que quando gostamos de

algo e queremos sua continuidade pensamos em contribuir de

alguma forma para mantê-lo firme e forte. É por isso que lançamos uma opção para os que pensam

dessa forma e que querem contribuir para a manutenção da

Revista _rn.

Daqui, desse cantinho, convoco os nossos leitores/leitoras. Você pode a contribuir com R$ 5/mês

para a manutenção do nosso semanário informativo e de

opinião.

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também.

Assine agora.

NÃO DÊ CABIMENTOO ex-comandante do 2° Batalhão de Polícia de Mossoró, Cel. Alvibá Gomes, falou na quarta-feira, 18, na rádio Difusora AM, que foi uma surpresa saber que foram os presos que anunciaram o fim das rebeliõs em alguns presídios do Estado.

Alvibá, que hoje é secretário de Segurança do município de Mossoró, considera que quem deve fazer esse tipo de anúncio é a autoridade policial e não os bandidos.

Concordo, secretário. Minha saudosa mãe diria: Dê R$ 1 real, mas não dê cabimento.

CENAS DOS PRÓXIMOS CAPÍTULOSAguardando os desdobramentos da Operação Sinal Fechado. O bicho esquentou e gelou. Será preciso ir a Minas Gerais para pegar fogo outra vez?

CHUVASAlegria grande quando vejo pelas redes sociais as imagens das chuvas em Mossoró. Bom demais ver a região Oeste banhada. No dia de São José, se chover, o inverno é bom – segundo os sábios agricultores. Meu pai é um desses meteorologistas do campo, que sabe se tem inverno pelo orvalho da noite ou o passeio das formigas.

Cláudio AbdonACORDOO governador Robinson Faria no auge do pandemônio do sistema prisional no RN, no início da semana, foi taxativo: ‘não negocio com bandidos’. Na quarta, 18, em Alcaçuz, MP e a Coordenadoria de Direitos Humanos fizeram um acordo com os presos para que não tivéssemos mais rebeliões. Ótimo. Aplausos.

SÓ PRA CONSTARAvisem aí ao governador que só parou porque teve um acordo. E, segundo o pai dos burros, Aurélio, ‘Negócio’ é: acordo, transação, relação, trato (comercial, profissional, de amizade etc).

TÚLIO RATTO _rn #opiniao #notas

11 | 20 de março de 2015 | _rn

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em tempos recentes passados.

As ruas do Brasil, outrora um espaço quase que exclusivo das mobilizações do PT, PCdoB e sindicatos, passaram a ser ocupadas por outros. Interessante, que esses outros não foram mobilizados por partidos de oposição, como o PSDB e DEM. Quem foi para as ruas do Brasil no domingo foi majoritariamente uma classe média independente de partidos políticos. Os partidos de oposição pe-garam carona nos protestos.

Nem partidos do governo, nem da opo-sição, esses dois campos tradicionais da política, mostraram-se capazes de ga-nhar os corações e mentes dos brasilei-ros. As ruas foram dominadas por um sentimento de rejeição aos partidos.

Os poderes executivo, legislativo e judi-ciário abram do olho, porque a socie-dade, desde as manifestações de 2013, manda sinais de que está cansada do atual modelo de governança no Brasil. A sociedade quer transparência e resul-tados. A bandeira contra a corrupção, levantada com mais veemência no do-mingo, 15, é a porta de entrada para to-das as insatisfações de uma sociedade que não se sente atendida no seu coti-diano.

A sociedade civil também abra do olho. Será também fiscalizada por si. Exem-plo disse é que há meses estão atrás das grades empresários dos mais graúdos do Brasil. A corrupção se mos-tra encravada em todos os níveis de nossa sociedade. É a democracia.

Sávio Hackradt é jornalista.

[email protected]

_rn DA JANELA... #protestos #indignacao #politicos #corruptos

12 | 20 de março de 2015 | _rn

Na segunda-feira (16), um dia após as manifestações do domingo que tomaram conta das principais ci-dades brasileiras, logo cedo per-guntei a um motorista de táxi se ele acompanhara as manifestações e o que tinha achado do que vira no dia anterior. A resposta veio curta e grossa: “É a democracia”.

Pois é, o Brasil conviveu bem com os protestos do domingo (15). Os nú-meros anunciados de manifestan-tes nas ruas de Natal, Mossoró, São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Curi-tiba, Porto Alegre ou Fortaleza, en-tre tantas outras capitais e cidades do interior, ficaram por conta do freguês - instituto de pesquisa, po-lícia militar ou manifestantes. Nú-meros divergentes à parte, o que se viu nas ruas, indiscutivelmente, fo-ram multidões protestando contra o status quo da política brasileira, com destaque para o governo fede-ral.

Engana-se quem acredita que o alvo dos protestos foi só o governo Dil-ma. A bandeira contra a corrupção

não atinge apenas o governo, mas o Congresso Nacional, partidos polí-ticos e o judiciário.

Só que a onda de indignação gene-ralizada foi vocalizada muito mais diretamente no alvo mais frágil do momento, o Partido dos Trabalha-dores, o PT, e o governo Dilma, que venceram a eleição em outubro de 2014 prometendo uma coisa e aca-baram fazendo outra a partir de ja-neiro de 2015. A insatisfação com a presidente, especificamente, au-menta a cada nova medida anun-ciada em busca do reequilíbrio fi-nanceiro, muitas delas de caráter impopular. No caso do PT, pesa a influência de cabeças coroadas do partido no escândalo da Petrobrás.

No contraponto aos manifestan-tes do domingo, dois dias antes, na sexta-feira, 13, o PT, PCdoB e sindi-calistas fizeram uma manifestação de apoio ao governo e à Petrobrás, mas não conseguiram mobilizar a quantidade de gente que estavam acostumados a co-locar nas ruas como

É a democracia

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13 | 20 de março de 2015 | _rn

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Santa violência, Batman!

CAPA da Redação [email protected]

14 | 20 de março de 2015 | _rn

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CAPA da Redação _rn

15 | 20 de março de 2015 | _rn

“Santa violência! Vou precisar de uma bat-ajuda para resolver toda essa confusão”, disse ROBINson ao ser informado pela ‘bat-girl’ secretária da Segurança sobre a onda de rebeliões que tomou conta do estado na última segunda-fei-ra (16) e verificar que o seu ‘cinto de utilidades’ não daria conta do recado.

Grades e celas quebradas, col-chões e lençóis queimados, re-féns, presos e agentes penitenci-ários feridos, vídeos circulando pela internet com reivindicações, ônibus queimados e uma popula-ção literalmente apavorada, além de uma onda de boatos via redes sociais que falavam de tiroteios, arrastões e até Tom Cruise dis-tribuindo beijos no Mercado da Quatro. Foi diante desse quadro que o governador Robinson Fa-ria (PSD) decidiu não dar uma de herói e pedir a ajuda do governo federal para conter a crise no sis-tema penitenciário do Rio Gran-de do Norte.

Rapidamente, o governo decretou estado de Calamidade Pública no Sistema Prisional, chamou di-versos órgãos e instituições para compor um Gabinete de Gestão

Integrada, recebeu um contin-gente da Força Nacional e conse-guiu, na quarta-feira (18), debelar os motins que tomaram conta de unidades carcerárias de todo o estado.

A negociação para o término das rebeliões foi feita por repre-sentantes da Justiça, Ministério Público e Comissão de Direitos Humanos. Segundo o juiz titu-lar da Vara de Execuções Penais, Henrique Baltazar, “as reivindi-cações deles foram relacionadas ao acompanhamento dos proces-sos penais para ver quem tem di-reito a benefícios, tratamento de familiares e alimentação ofereci-da nos presídios”. Após o acordo, os presos anunciaram o fim dos motins (Os presos? Sim, coisas do Rio Grande do Norte).

Com as depredações dos presí-dios, a situação da falta de vagas no sistema ficou ainda pior. Sem contar que o governo vai ter que rebolar para conseguir recursos para reconstruir e ampliar presí-dios e Centros de Detenção Pro-visória – CDPs. Pode vir aí mais um bat-auxílio do governo fede-ral ao estado que, na gestão Ro-salba, chegou a devolver 12 mi-

lhões de reais ao Programa Brasil Mais Seguro.

As providências para a recupera-ção dos presídios já estão sendo todas tomadas em ritmo célere, graças ao Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), assinado nessa quinta-feira (19) entre Governo do Estado, Ministério Público de Contas, com a presença e anuên-cia de todos os membros do Ga-binete de Gestão Integrado (GGI) instalado para o gerenciamento das ações a serem tomadas para debelar a crise no sistema peni-tenciário. “Não estamos em con-dições de temperatura e pressão normal. Estamos num estado de necessidade”, disse o procurador geral de Contas, Luciano Moura.

Sobre a também cada vez mais urgente necessidade de construir novas unidades prisionais no Es-tado, para suprir o crescente défi-cit de vagas, as providências serão discutidas num prazo de 180 dias e, provavelmente, necessitarão de recursos do Governo Federal. Olha, a bat-Dilma aí de novo.

“Será que ROBINson vai se livrar dessa armadilha?!”. Isso, só assis-tindo aos próximos capítulos.

Page 16: Revista _rn 18 - 20MAR15

Erasmo Carlos é editor do blog do Tio Colorau

[email protected]

TIO COLORAU _rn

Apesar de eu não me simpatizar muito com os dois Gomes de Sobral, é forçoso reconhecer que Cid Gomes tem total razão neste imbróglio em que se envolveu com o Congresso Nacional, especialmente o PMDB, o qual resultou em seu pedido de exoneração do cargo de Ministro da Educação. Cid sugeriu ao PMDB que assumisse

sua posição ou largasse o osso, sugerindo que o

partido levantasse a bandeira governista ou então que entregasse seus cargos.

O ex-governador do Ceará e

agora ex-ministro está

coberto de razão. O PMDB tem vários cargos importantes no governo, inclusive ministérios, mas querem negociar no varejo a cada votação de interesse do Executivo. Para que serve um aliado desses? Querem ser independentes, então entreguem os cargos. O PMDB é um dos piores males deste país, um partido sem ideologia, sem lado, que vive de barganha. Um partido que estrategicamente sempre está dividido. Recentemente cobrou o Ministério da Previdência Social para o ex-deputado federal Henrique Alves, mas uma ala do partido já avisou que, mesmo concretizada a nomeação, o partido ainda assim não ficará satisfeito por completo.

A cada dia os bandidos estão mais ousados. Na última quarta-feira (18) um bandido tentou assaltar uma senhora exatamente em frente ao Tiro de Guerra (TG) de Mossoró, instituição militar onde há dezenas de reservistas em formação. O meliante parou numa moto e pediu à vítima, que estava na calçada do TG, que lhe passasse a bolsa. Num ato instintivo a pessoa abordada saiu correndo e entrou numa clínica médica próxima do local. Não houve dano físico nem material, apenas psicológico. O que se destaca do episódio, friso, é o fato de ter ocorrido na calçada do TG, em plena 16h. É muita ousadia.

Nos últimos meses, a cidade de Mossoró registrou um incêndio e dois desabamentos em prédios comerciais. Por sorte (se é que podemos falar de sorte), os sinistros ocorreram nos fins de semana, o que contribuiu para que não tivessem vítimas, apenas prejuízos materiais. Não se pode esperar, entretanto, que o ocaso sempre nos ajude. Há muitos prédios antigos em Mossoró que reclamam uma vistoria e consequente reforma. As autoridades têm que agir para evitar que novos sinistros ocorram. Não podemos ficar à mercê da sorte.

Como já é cediço, a greve dos servidores do Judiciário

começou na última terça-feira (17). Em Mossoró, os grevistas estão plantando

uma árvore por dia de paralisação. Uma forma

de contribuir com o meio ambiente em meio ao

protesto. Espera-se, todavia, que o fórum de Mossoró

não se transforme num horto florestal, que grevistas

e o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador

Cláudio Santos, cheguem logo a um consenso.

16 | 20 de março de 2015 | _rn

#greve #cidgomes #ousadia #sinistros

Page 17: Revista _rn 18 - 20MAR15

O brasileiro tem alguns valores distorcidos. Não raro ouço pessoas lamentando o fato de o goleiro Bruno, do Flamengo, ter participado de um crime de homicídio, o que resultou no fim precoce de sua carreira. Costumam dizer que Bruno era um goleiro brilhante e que se tivesse continuado na ativa seria um dos cotados para defender a seleção brasileira de futebol. Não ouço o mesmo em relação ao médico Roger Abdelmassih, considerado o melhor médico do Brasil em fertilidade e inseminação

artificial. Em 12 anos de carreira, gerou mais de 2,5 mil crianças de proveta, o que representou um terço do total de bebês nascidos deste modo em todo o Brasil no período. Abdelmassih, assim como Bruno, também cometeu crimes. No caso do médico, ele abusava sexualmente das pacientes quando elas estavam sedadas. Hoje ele está preso e sem poder exercer sua profissão. Não ouço ninguém lamentar o caminho trilhado pelo maior especialista do país em fertilidade. Lamentam a perda de um goleiro, mas não a de um médico.

TIO COLORAU _rn

17 | 20 de março de 2015 | _rn

#valoresdistorcidos #crimes

Page 18: Revista _rn 18 - 20MAR15

BRITO E SILVA _rn

A verdade seja dita. O protesto do PSDB, “Fora Dilma”, no último dia 15, foi muito mais bonito e civilizado. Mulher gostosa adoidado de peito de fora, parecia aqueles protestos europeus onde a mulherada quando se sente ofendida ou para defender baleias, aborto de panda, suruba com alienígenas põe logo as tetas nas ventas da gente. Foi um festival de peito “verde e amarelo”, que patriotismo, coisa de primeiro mundo. Eram peitos para todos os gostos: pequenos, médios e grandes, ao que parece todos bem caros, muito bem cuidados, em alguns, uma olhada bem de pertinho via-se a assinatura de Dr. Ray. Sem, falar das mais assanhadinhas exibindo seus corpos em pelos, do jeitinho que vieram ao mundo para deleite dos descamisados. Isto é que é protesto,

a oposição provou que tem peito.

Por outro lado, o “Fica Dilma”, foi horroroso, sem graça, sem peito. Os “cumpanhêro” nos presenteou com um movimento fraco, pífio, uma manifestação despeitada. Porém, entendo. Ninguém queria ver a senadora Fátima Bezerra cometer decoro parlamentar e ocular. O que se viu foi um mar de barbas, boinas, fotos de Che, Lula e Dilma, coisa sem importância, coisinha de terceiro mundo. Fazendo uma “mea culpa”, segundo meu spy, o departamento de marketing do PT vai dar uma “chave de roda” no Vaccari, com intuito de ser liberada uma verbazinha mais consistente, para poder pagar o cachê das “meninas do Faustão” para o próximo protesto.

[email protected]

PSDB é chic

18 | 20 de março de 2015 | _rn

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Votos corridos Logo após uma reunião a portas fechadas com o presidente da CBF, que foi contundente ao explicar o sucesso do Campeonato Brasileiro, depois da aplicação dos pontos corridos, Renan Calheiros, presidente do Senado Federal, finalmente aceitou a sugestão e aprovou a emenda constitucional 40, nos moldes do Brasileirão.

A partir do próximo campeonato brasileiro de caça ao voto, ficam proibidas coligações para as eleições proporcionais, isto é, agora são votos corridos, quem obtiver mais votos leva o caneco. O “caba” que quiser se eleger terá que passa muito sebo nos cambitos.

Fundo PartidárioAchando uma “merreca” a quantia destinada ao Fundo Partidário, o Congresso triplicou a prevista no Orçamento da União: passou de R$ 289,56 milhões para R$ 867,56 milhões. O relator do Orçamento, Romero Jucá(PMDB), culpou o PSDB, que levou o mesma equipe que contou os manifestantes do dia 15, para fazer a contabilidade de sua participação no Fundo, enquanto que do PMDB,PT e PP, quem está fazendo as contas é a “puliça”.

PERGUNTAR NÃO OFENDE:Você viu cabeção por aí?

BRITO E SILVA _rnP.S: A Globo enviou pedido de desculpas ao PT pela não cobertura das manifestações da sexta-feira 13. Justificou dizendo que não havia plasticidade no movimento, tomando como base o MSB – Movimento dos Sem Salão de Beleza, que liderou a manifestação: eram muitos cabelos assanhados, barbas por fazer, chinelos de dedos...Segundo a consultora de moda Gloria Kalil, não era chic, faltava glamour.

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Foi de tirar o fôlego o re-encontro. Faltou ar, chão, maturidade e af lição. Ele não era mais um menino, via-se em alguns cabelos que teimavam em ficar grisalhos. Mas o sorri-so era o mesmo de tanto tempo. Seus olhos dis-seram a mesma coisa de anos atrás. O reencontro foi duplo. Ela também se reencontrou. Percebeu que havia ficado para trás com ele. Tinha-se perdido mais e tanto que ela não era mais ela, era uma impostora.

Com a boca seca de bei-jos, com a cara fria de impostora, desejou bei-jar-lhe a alma, o corpo, o sangue, a sede, a morte. Sim, porque reencontrá-

-lo foi morrer, morrer e descobrir a verdade. Sen-do uma impostora, sen-do quem ela não era, tor-nou-se passível de atos de monstruosidades. Tendo que usar máscaras, ela escondeu o que de mais precioso tinha, usou de artifícios para continuar vivendo.

Salvar-se. Precisava ur-gentemente se salvar. Seus olhos pediram-lhe socorro, mas ele conti-nuou impassível diante do seu desespero, diante do seu sonho de adoles-cente que foi, tão perdi-da. Amor não existe. Ele pronunciou essas pala-vras como sentença de morte. Ela revirou-se toda, procurando uma

brecha para salvar-se daquele olhar. Todos os quartos que conheceu na vida estavam vazios. Al-guns raros amigos fugi-ram ao constatarem sua verdade mais íntima. Ela não queria envelhecer jamais. O tempo que du-rou aquele olhar foi uma eternidade. Sentia-se en-volta em chamas, em len-çóis de seda, em negros sonhos de amor.

Fez um último esforço e balbuciou um até logo. Ele esquivou-se do beijo e apertou-lhe a mão. Ela ficou a olhar o instante que a separava do abismo que se agigantava adiante como única proposta de sobrevivência. Tornar-se uma mulher como todas

as que se escondem atrás de uma prisão chama-da vida normal. Desejou voltar-se e dizer-lhe uma última palavra, tentar marcar um outro encon-tro mais tranquilo, onde ela, recuperada do mo-mento, pudesse lhe falar do seu amor estranho e cego. Com o coração ainda batendo de tanto silêncio e lentidão, pro-curando as palavras cer-tas para não denunciar seu constrangimento, ela virou-se e o chamou pelo nome. Um nome que soou como sua sal-vação do tédio, da mes-mice, das facas da roti-na. Um nome que ficou atravancado na garganta enquanto ele desapare-cia na esquina da rua.

Reencontro

POR ELAS Por Jeanne [email protected]

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ESPECIAL Da Redaçã[email protected]

Inaugurado no início do século passado, o Teatro Alberto Maranhão está completando 111 anos e comemora com muita arte. A temporada de espetáculos de seu aniver-sário foi aberta nessa quinta-feira (19) com o espetáculo Gonzagando e na próxima terça-feira (24), será ofereci-do um coquetel no átrio do TAM, com apresentações de Coral e da Orquestra de Violinos de Goianinha. Para ar-rematar a noite de festa, nada melhor do que a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte abrindo a temporada 2015 e com entrada gratuita.

No Dia Mundial do Teatro, 27 de março, às 19h, o Alber-

to Maranhão abre suas portas para a aclamada peça ‘Sua Incelença, Ricardo III’, encenada pelo grupo Clowns de Shakespeare, na área externa do TAM, que será encenada numa arena montada no Largo Dom Bosco, na área ex-terna do Teatro, também para livre acesso do público.

“Queremos diversidade de pautas, espetáculos e pú-blico. Abrimos o Teatro em fevereiro e nossa pauta está praticamente lotada até Maio. Mas queremos mais: queremos tornar esse Teatro viável financeira e artisticamente”, afirmou o diretor do TAM, Toinho Silveira.

Teatro Alberto Maranhão celebra 111 anos de arte, beleza e história

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Um pouco de história O Teatro Alberto Maranhão é uma construção em Art Nouveau que foi inaugurada no início do século passa-do. A sua construção teve início em 1898 e o prédio foi inaugurado no ano de 1904. O projeto foi assinado pelo engenheiro José de Berredo e a direção do mesmo feita pelo major Teodósio Paiva. Da inauguração até 1957, o tea-

Além da programação de aniversário, também está programado para este mês de março a retomada do Projeto Seis e Meia – iniciativa da diretoria do TAM, com apoio do Governo do Estado, via Fundação José

Augusto e viabilizada com a parceria da iniciativa pri-vada. Para a estreia foi escalada a cantora e composi-tora Virgínia Rodrigues e o cantor potiguar Isaque Galvão.

tro era chamado de Carlos Go-mes, em homenagem ao grande compositor brasileiro de ópera.

A mudança de nome veio a pe-dido do então prefeito de Natal, Djalma Maranhão para home-nagear o ex-governador do es-tado, Alberto Maranhão, que foi o responsável pela primei-ra reforma do teatro, em 1912, deixando a construção ainda mais bonita, com um pavimen-to superior, portões e grades de

ferro vindas da renomada fun-dição Fonderies du Val d´Osne, localizada na região de Cham-pagne, na França, mais balcões e obras de arte na fachada.

Localizado na Praça Augus-to Severo, no bairro da Ribei-ra, em Natal, o Teatro Alberto Maranhão encanta pela beleza, com sua cerâmica belga e ou-tros elementos que fazem par-te da arquitetura francesa dos anos de 1800.

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PROTEJA SEUS DIREITOS Por Ramirez Fernandes_rnEditor do Blog www.protejaseusdireitos.blogspot.com.br | [email protected]

Cachaça 51A 4ª turma do STJ manteve decisão do TJ/SP que con-denou o empresário Luiz Augusto Müller a ressarcir a Companhia Müller de Bebidas, detentora da marca Ca-chaça 51, do valor de despesas efetuadas fora do obje-to social ou com excesso de poder quando ele exercia o cargo de diretor-geral comercial da empresa.

REFLEXÃO“Com a lei, pela lei e dentro na lei ; porque fora da lei não há salvação.” (Rui Barbosa)

ANONIMATO A 6ª câmara de Direito Civil do TJ/SC manteve decisão que condenou o Google ao pa-gamento de indenização por danos morais a um advogado que se sentiu ofendido por um comentário anônimo publica-do no Google+. Para o colegia-do, o provedor é responsável porque não retirou o comen-tário e preservou o anonima-to, inviabilizando ao interessa-do o direito de resposta.

VÍNCULO EMPREGATÍCIO A 6ª turma do TRT da 2ª re-gião reformou sentença e re-conheceu o vínculo de em-prego entre uma médica, contratada como pessoa jurí-dica, e o hospital onde pres-tava serviços médicos habi-tualmente. De acordo com o colegiado, as provas dão conta de que a autora não traba-lhava como autônoma, estri-

tamente por conta própria. “Trabalhava, muito ostensiva-mente, por conta alheia.”

EXAME DE ORDEM

A importância do exame de Ordem e sua exigibilidade têm incitado calorosos debates no meio jurídico. Em defesa de que o certame “prossiga e seja aprimorado, jamais extinto ou inviabilizado”, o advogado per-nambucano Gustavo Henrique de Brito Alves Freire afirma que, muito mais do que um simples filtro de avaliação, o exame de Ordem é a garantia que o cidadão possui de que “a seleção dos advogados pelo respectivo órgão de classe é

feita de maneira profissional, sem amadorismos”.

CARREIRA O TRT da 2ª região registrou aumento de quase 18% na procura de graduados em Di-reito pela carreira de juiz do Trabalho. Na 40ª edição do concurso da magistratura, a Corte computou 6.065 inscri-ções frente a 5.162 da seleção passada. Na ativa, os magistra-dos deverão lidar com mais de 2.200 audiências e cerca de 2 mil novos processos por ano. A remuneração é atrativa : quase R$ 24 mil mensais.

EXTRAPOLOUUm homem, insatisfeito com os serviços prestados por uma empresa de segurança e auto-mação, foi condenado a inde-nizar uma antiga funcionária da loja por ofendê-la em seu novo ambiente de trabalho (TJ/GO).

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TWEETS DA SEMANA_rn

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“Cid Gomes mitou em sua missão suicida na Câmara. Por alguns longos

minutos falou o que todo o mundo sabe e pegou de surpresa os que esperavam um

ato de contrição”.Kiko Nogueira, Diário do Centro do Mundo

GIRANDO [email protected]

Por Ana Cadengue

SEM CARTAZCorreligionários de 1ª hora do governador Robinson Faria (PSD) reclamam que não conseguem emplacar nem nomeação de ‘coveiro’ nos seus municípios e complementam: “Sem autonomia, aquele rapaz Hudson só faz anotar as coisas”.

BURACOJá analistas políticos comentam que o grande erro de Robinson ao assumir o governo foi não dar transparência ao buraco em o estado está metido. “Foi ser elegante com Rosalba, agora não pode mais nem reclamar”.

ADIADAPor falta de acordo, o Senado decidiu suspender a votação da proposta de emenda constitucional que obriga os chefes do Poder Executivo concorrentes à reeleição a renunciarem ao cargo seis meses antes do pleito, a PEC 73/2011.

TRANSPORTEO município de Baraúna conseguiu abolir o transporte de alunos em caminhões paus-de-arara e adquiriu, em parceria com o governo federal, com recursos do FNDE, mais um ônibus escolar. Agora são 11 veículos.

FUMACÊA Secretaria estadual da Saúde e a prefeitura de Nísia Floresta buscam soluções para acabar com a incidência de dengue na área da Penitenciária Estadual de Alcaçuz. Dentre algumas das solicitações dos apenados que se rebelaram, está a ação dos carros fumacê.

NOTIFICAÇÕESDados divulgados pela Sesap mostram que até o dia 28 de fevereiro foram notificados 3.146 casos suspeitos da doença no RN. Foram notificados também quatro óbitos suspeitos de dengue, ainda sem confirmação laboratorial. Os cinco municípios que mais notificaram foram Natal (955), Parnamirim (195), Parelhas (127), São Paulo do Potengi (84) e Santana do Seridó (81).

PREVENÇÃOPara conter a dengue não existe segredo: é só não deixar água parada. Então, mantenha as caixas d’água e outros recipientes de armazenamento de água fechados; coloque as garrafas com a boca para baixo; examine lajes e calhas para que a água não acumule, mantenha a lixeira fechada; coloque areia nos pratos das plantas, recolha tampinhas de garrafa e todo e qualquer objeto que possa juntar água. Simples assim.

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Sete comunidades rurais do município de Afonso Bezerra receberam essa semana móveis/arcas do Programa de Bibliotecas Rurais Arca das Letras, programa de biblioteca rural e de formação de agentes de leitura, que objetiva incentivar a leitura no meio rural, facilitando o acesso aos livros entre trabalhadores e trabalhadoras rurais.

NO ESCUROQuedas de energia seguidas em municípios do Alto Oeste, como Pau dos Ferros, Encanto, Tenente Ananias, Martins, Serrinha dos Pintos e Major Sales, deixaram a população em polvorosa na noite dessa quarta-feira. Pelas redes sociais, moradores reclamavam que não conseguiam falar com a Cosern.

Por proposição do deputado Carlos Augusto Maia (PTdoB), a Assembleia Legislativa realizou na manhã desta sexta-feira (20) audiência pública para discutir soluções e opções para o melhor aproveitamento dos aeroportos Governador Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, e Augusto Severo, em Parnamirim.

AEROPORTOS

LIVROS

GIRANDO _rn

INCLUSÃOEm comemoração ao Dia

Internacional da Síndrome de Down, neste domingo (22), será realizada a caminhada pela inclusão social. O evento começa às 15h em frente ao

Parque das Dunas, em Natal.

CORTEO presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN), desembargador Clau-dio Santos, mandou cortar o ponto dos servi-dores em greve. A ordem é o desconto imedia-to dos dias parados nos salários dos grevistas. Segundo ele, o exercício do direito de greve não é absoluto e a prestação de serviços juris-dicionais deve ser realizada de forma ininter-rupta.

BOA IDEIAO deputado estadual Gustavo Carvalho (PROS) sugeriu ao Governo do Estado uma parceria com o Poder Judiciário e o Ministério Público para que os recursos de penas pecuniárias se-jam destinados à construção, reforma e am-pliação de unidades prisionais de todo o Rio Grande do Norte, como foi feito no Centro de Detenção Provisória – CDP de Apodi.

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A deputada federal Zenaide Maia (PR) assumiu a vice-presidência da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência na Câmara.

Os deputados federal Rogério Marinho (PSDB) e estadual Kelps Lima (SDD) andam bem afinados com vistas ao pleito de 2016.

O vereador Chagas Catarino, mas pode chamar de ‘The Flash”, não é mais o líder do prefeito Carlos Eduardo na Câmara.

A deputada Márcia Maia (PSB) deve comandar a comissão de Constituição e Justiça da ALRN.

O PCdoB pode sair com o nome do advogado João Braz para a disputa da prefeitura de Caicó.

Luiz Carlos Danúzio é o novo coordenador Penitenciário do Estado.

Natal poderá ganhar um voo direto para Buenos Aires ainda este ano.

A vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, aparece sempre muito à vontade em eventos junto ao governador Robinson.

O dia de São José reuniu muitos políticos em Angicos. O presidente da ALRN, Ezequiel Ferreira, o senador Garbaldi Alves e o ex-deputado Henrique Alves disseram presente.

RAPIDINHASGIRANDO _rnRAPIDEZA deputada Cristiane Dantas (PCdoB) entrou na luta pela convocação dos 824 aprovados no concurso da Polícia Militar e fez um apelo ao Governo do Estado para que dê celeridade e publique o resultado dos exames de saúde dos futuros soldados.

LAMBANÇAO imbróglio sobre o uso do Fundo Previ-denciário pelo gover-no parece não ter fim. Ou fundo. Deputados reclamam dos saques e da suposta falta de transparência nos va-lores divulgados. É de ‘lambança’ para lá.

ELOQUÊNCIAA, digamos, eloquên-cia do deputado Kelps Lima (SDD) tem inco-modado alguns dos seus colegas, que re-clamam que ele fala demais. Alguns co-leguinhas jornalistas também engrossam o coro. “De novo?”.

NA MESMAO deputado estadual Getúlio Rêgo (DEM) denunciou na Assem-bleia que a realidade da Saúde Pública no RN continua a mesma, sem nenhuma melho-ria, bem diferente do que tenta esconder o atual Governo do Es-tado.

ESTRADAO 1º secretário da Assembleia Le-gislativa, Galeno Torquato (PSD) re-cebeu, recebeu a visita dos prefei-tos de José da Penha, Antônio Dólar e de Venha-Ver, Expedito Salviano, que aproveitou a oportunidade e pediu apoio do deputado para a construção de uma estrada ligando Venha-Ver a Luís Gomes.

VOYAGEA senadora Fátima Bezerra (PT) está na França, onde participa do 35º Salão do Livro de Paris, um dos mais importantes eventos literários do calendário mundial, e que este ano homenageia o Brasil.

MARCHA À RÉDiante da reação negativa de cen-trais sindicais e de parlamentares, o governo admite acatar mudanças nas duas medidas provisórias (MPs) de ajuste fiscal para vê-las aprova-das no Congresso.

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Esse seriado francês inspirado no filme They Come Back (2004) fala sobre pessoas mortas que, inexpli-cavelmente, voltam a conviver com os vivos. Alguns morreram há pou-cos anos, outros há mais tempo.

No geral, a série mostra como as pessoas lidam com essa situação inusitada. Como aceitar que al-guém que estava morto assim, do nada, ressuscitou e com a aparên-cia de que o tempo não passou?

A primeira temporada de Les Re-venants (2012) traz essa mistura de suspense e drama, lidando com o tema da aceitação e mostrando o

drama humano diante do desco-nhecido. A história se passa numa pequena cidade próxima das mon-tanhas. Cada episódio leva o nome de um dos personagens e, no de-correr da narrativa, vamos nos aprofundando com cada situação.

O suspense de Les Revenants é amplificado pois não entrega um produto mastigado e de fácil assi-milação. As razões do retorno de cada personagem são reveladas a conta-gotas, todavia nada muito explícito.

Entre os personagens, temos Ca-mile (Yara Pilartz) que sofreu um

acidente de ônibus e volta para casa anos depois, sem lembrar do que aconteceu. O silencioso garo-to Vitor (Swamm Nambotin) que tem uma estranha influência sobre as pessoas com quem convive. Si-mon (Pierre Perrier) que cometeu suicídio e retorna para encontrar mulher e filha. Além do serial kil-ler Serge (Guillaume Gouix) assas-sinado pelo próprio irmão, entre outros.

O Seriado ganhou um prêmio Emmy Internacional e já possui uma versão norte-americana lan-çada recentemente, inti-tulada The Returned.

Raildon Lucena é jornalista e cinéfilo | [email protected]

CINEMA & ETC Por Raildon Lucena_rn

Les Revenants

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TECNOLOGIA _rn #pirataovaiganhar #jogaforanolixo #caleaboca

O Windows 10 terá atualização gratuita para usuários da versão 7 e 8 e, além disso, a Microsoft pretende ampliar a oferta para um grande mercado concorrente: os piratas. Segundo Terry Myerson, chefe da divisão, a empresa está atualizando também os PCs não genuínos para receber o Windows 10.

Com esta medida, é possível que milhões de máquinas obtenham uma cópia gratuita do Windows 10, mesmo que a versão antiga do sistema não seja oficial. A princípio, o combate à pirataria vale para a China e ainda não se sabe se outras regiões serão incluídas na estratégia. Também não ficou claro qual será a validade do benefício, que pode ser de apenas um ano.

A Microsoft tem um longo histórico de problemas com os softwares piratas. Steve Ballmer, ex-CEO da empresa, revelou em 2011 que apenas um usuário em cada dez tinha uma versão oficial do Windows na China. A Microsoft até vem tentando mostrar o impacto econômico da pirataria de software, mas a prática é vista como uma grande dificuldade a ser combatida em países como Brasil, Rússia, Índia e China.

Via: Reuters

Windows 10 será gratuito para usuários piratas

APPLE VAI ACEITAR ANDROIDS COMO PARTE DO PAGAMENTO DE NOVOS PRODUTOS

A Apple mantém um pro-grama de reciclagem que permite ao usuário com-prar um novo produto da marca usando como parte do pagamento um aparelho de modelo mais antigo. Porém, apenas iPhones, iPods, iPads, iMacs e MacBooks, além de PCs, poderiam ser enviados à Apple para par-ticipar desse programa.

A empresa confirmou, nessa semana, que pre-tende estender o programa para aceitar tam-bém dispositivos de outras fabricantes, como dispositivos Android e BlackBerry. Segundo o site 9to5Mac, a nova política deve começar a valer nas próximas semanas nos Estados Unidos.

SAIBA COMO BLOQUEAR CHAMADAS DE CERTAS PESSOAS

Um dos apps que pro-metem proteger seu ce-lular de chamadas inde-sejadas é o Whoscall. O programa bloqueia tan-to números salvos em sua agenda quanto des-conhecidos, além de classificar e nomear o tipo de ligação.

O aplicativo não bloqueia SMS ou mensagens de WhatsApp, mas avisa quando o contato restrito envia determinado conteúdo.

O app é muito intuitivo, fácil de usá-lo.

Baixe Aqui!

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TECNOLOGIA _rn #praticidade #cheganumchega #app

Envie dinheiro para amigos via Facebook Messenger

Na terça-feira, 17/3, o Face-book anunciou que um novo recurso do Messenger per-

mite que os usuários enviem e recebam dinheiro sem ne-nhum custo.

WhatsApp testa chamadas de voz gratuitas em iPhonesO WhatsApp inciou os testes do recurso de chamadas de voz gra-tuitas em iPhones. De acordo com o site BGR India, a novidade pode ser lançada em breve e já está disponível, em fase beta, na versão 2.11.17.444 do aplicativo de mensagens.

Em smartphones com sistema Android, as ligações via internet

já podem ser realizadas entre as pessoas que conseguiram convites, que consistiam em receber chamadas de quem já possuía o recurso ativo.

Bom lembrar que são aplicadas as tarifas comuns de consumo de internet móvel, porém, se liga-do a uma rede Wi-Fi, o app pode ajudar a economizar na conta ou os créditos do celular, assim

como fazem os concor-rentes Viber e Skype.

Ainda não há sequer rumores sobre a chegada do WhatsApp Web para os donos de smartpho-nes da Apple.

Para realizar a ação, basta clicar em um íco-ne “$” e digitar a quantia que deseja trans-ferir para o seu amigo na rede social. De acordo com a rede social, o dinheiro é en-viado de forma imediata – mas leva entre um e três dias para aparecer na sua conta bancária.

Preocupação principal de usuários na web, a segurança é destacada e enfatizada pelo Fa-cebook no anúncio. “Usamos sistemas segu-ros para criptografar a conexão entre você e o Facebook assim como os dados do seu cartão quando você nos pede para armaze-ná-los para você”, explica a rede social.

Disponível apenas para usuários dos EUA no momento, a novidade exige que o usuário adicione um cartão da Visa ou Mastercard na primeira vez que for usar a plataforma. O serviço chega nos próximos meses aos apa-relhos iOS e Android e desktops.

Ainda não há previsão de quando a novida-de chegará a outros países.

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Está ficando cada vez mais difícil, complicado mesmo, escrever sobre o Brasil e o que está ocorrendo por aqui.

Os assuntos são tantos e mudam com uma velocidade tão rápida...

Se ontem eu pensei em registrar o domingo que passou, quando a high society verde e amarela foi às ruas, hoje as manifestações dos bacanas já entraram para a história e é hora de se falar da rebelião patriótica do ex--ministro Cid Gomes, no “golpe de-mocrático” que a grande mídia vem insuflando e construindo nas últi-mas semanas, da incapacidade do governo de decidir o rumo da sua administração, do Poder Executi-vo fechando os olhos para a Cons-

tituição, de um Congresso Nacional mergulhado na lama dos pés à cabe-ça.

Falo de tudo, então.

Faço uma miscelânea, portanto.

Se o país está às avessas, por que eu também não estou?

Sobre domingo, eu diria apenas que se de longe foi trágico como uma peça de Sófocles,o dramaturgo grego que há centenas de anos já desvenda-va os mistérios familiares e políticos de uma sociedade historicamente excludente, de perto não passou de uma comédia rasteira, chinfrim – e aí bastaria chamar o elenco de Por-ta dos Fundos para destrinchar e in-

terpretar os personagens de agora.

Porque foi surreal, sim, a manifes-tação dos bacanas pelas ruas e ave-nidas brasileiras. Um capítulo que precisa ser contado, registrado, para que daqui a mil anos ainda seja ver-dade mesmo que não pareça.

Na Folha de S.Paulo, a jornalista Mô-nica Bergamo dedicou uma coluna inteira aos endinheirados que pela primeira vez foram à Avenida Pau-lista por prazer e não por negócios – com a exceção, é claro, do nosso conterrâneo Flávio Rocha, que abriu as portas da Riachuelo para vender camisetas amarelas de ocasião.

Ana Eliza Setubal, por exemplo, a herdeira do Itaú Unibanco, estava

Um país às avessas

PINGA FOGO POR LUIS FAUSTO _rn

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lá com uma bandeira brasileira nas costas. “Ela poderia estar em casa, descansando, mas pensa nos mais humildes” – contou a Mônica Ber-gamo a socialite Ligia Carvalho.

Carregando um providencial banco de plástico verde, a arquiteta Brunete Fraccaroli também marcou presen-ça e disse, revoltada, estar perden-do clientes com a situação do país. “Muitos estão saindo do Brasil, estão indo para Miami” – reclamou.

Em um camarote estrategicamente montado perto do MASP, 40 con-vidados foram recebidos por José Victor Oliva e assistiram ao protesto entre goles de champanhe. Irmã do playboy Chiquinho Scarpa, Renata não se cansava de gritar e comemo-rar. “Graças a Deus!”, repetia sem parar, ao lado do marido Marcelo que não largava por nada o charuto cubano.

De São Paulo para Natal, a capital do Rio Grande do Norte, o enredo foi o mesmo. Em imagens que correram pelo Facebook, o ex-governador Ge-raldo Melo liderava um grupo da so-ciedade potiguar e não se cansava de registrar, em rápidos e contunden-tes comentários na rede social, que o impeachment da presidente Dilma Rousseff era democrático porque ela perdera o comando do país.

Fecho a página, viro o disco.

Hora de Cid Gomes, o ministro da Educação que perdeu o emprego por dizer a verdade. Em sessão exclusi-va no Congresso Nacional, onde se-gundo ele existem de 300 a 400 acha-

cadores, Cid provou do veneno que denunciou. Achacado ao vivo por deputados que vestiram a carapuça, reagiu como reagem os nordestinos sem papas na língua. E acusou di-retamente o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de ser o líder dos aliados governamentais que extor-quem o governo. Agiu bem? Agiu mal? Agora não importa mais. Im-porta dizer que agiu, como não o fa-zem desde o início do ano os minis-tros achacados do governo Dilma.

“Golpe democrático”, agora. Esqui-sito, mas é o que está rolando. Porque nada se parece mais com a situação de agora à vivida, sofrida, em 1964. Hoje, como ontem, há uma instabi-lidade política e econômica inflada pela mídia tradicional para enfra-quecer as instituições democráticas. Hoje, como ontem, há um governo popular no poder que pensa e age em favor dos mais pobres, dos desfavo-recidos, criando um ódio mortal, fa-tal, nas elites políticas e empresariais historicamente contrárias a qualquer mudança que ameace o seu status quo. Hoje, como ontem, as manifes-tações de rua repetem se equivalem, se parecem nas mesmas idéias e nos mesmíssimos moldes – recorrendo às famílias, a Deus e também a uma liberdade torta e enviezada.

Resultado? Um “golpe democrático” à vista. Moniz Bandeira, o cientista e historiador respeitado e respeitável, disse recentemente em uma entre-vista que os norte-americanos estão tentando desestabilizar governos de esquerda e progressistas da América Latina, como os da Venezuela, Ar-gentina e Brasil. “As demonstrações

de 2013 e as últimas, contra a eleição da presidente Dilma Rousseff, não foram evidentemente espontâneas. Os atores, com o suporte externo, fo-mentam e encorajam a aguda luta de classe no Brasil, intensificada desde que um líder sindical, Lula, foi elei-to presidente da República” – disse Moniz.

Só?

Ah, se fosse...

O Congresso Nacional há muito subverteu o seu papel legislativo, mergulhando num lamaçal de erros e vexames que põe em xeque a sua credibilidade e jogam no lixo a sua responsabilidade.

O Poder Judiciário vai se rendendo aos poucos, mas aos muitos, à tenta-ção de fechar os olhos à Constituição – permitindo a execução de investi-gações e processos escancaradamen-te dirigidos, orquestrados, e dando margem a manifestações golpistas de uma oposição em desespero. A Operação Lava-Jato, que só enxer-ga malfeitos no partido do governo, é um exemplo. O pedido disfarçado de impeachment ntem comandado por Aécio Neves, derrotado nas ur-nas de 2014, é outro exemplo.

Estamos às avessas, pois.

Ou alguém ainda duvida?

#opiniao PINGA FOGO _rn

Luis Fausto é jornalista.

[email protected] 33 | 20 de março de 2015 | _rn

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“UMA NOITE EM BUENOS AIRES” – TEATRO RIACHUELO – 21H

“ENTREPELES”EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICAMAHALILA CAFÉ & LIVROS – 17H

2o03SEXTA-FEIRA

2103SÁBADO

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2203DOMINGO

ESPETÁCULO QUE MISTURA DE COR, EMOÇÃO, ACROBACIA E FANTASIA E DESPERTA EM TODOS O GOSTO PELA ARTE CIRCENSE.TEATRO RIACHUELOSÁBADO 19H E DOMINGO 18H

LANÇAMENTO DOS ÁLBUNS DO TALMA&GADELHA E CAMARONESPEPPERS – 17H

2103SÁBADO

35 | 20 de março de 2015 | _rn

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